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MayaraKelly Quatro espécies de tricomonadídeos encontradas na espécie humana: Trichomonas vaginalis Causador da IST tricomoníase T. renax Não patogênico Vive na cavidade bucal humana, chipanzés e macacos Pentatrichomonas hominis Não patogênico Habita o trato intestinal humano Trichomitus fecalis Epidemiologia Mais de 270 milhões de novos casos todos os anos de tricomoníase Incidência depende de idade, atividade sexual, número de parceiros, presença de outras ISTs, fase do ciclo menstrual, diagnóstico e condições socioeconômicas Incomum na infância por conta do baixo pH Se detectada em crianças: verificar a possibilidade de abuso sexual e outras fontes não sexuais de transmissão Prevalência nos homens é cerca de 50% menor Devido à ação tricomonicida das secreções prostáticas Histórico Alfred Donné - 1836 Médico que descreveu a Trichomonas vaginalis como uma espécie patogênica pela primeira vez Isolou o protozoário de uma mulher com vaginite Marchand (1894), Miura (1894) e Dock (1896) Encontraram o parasito na uretrite de um homem Morfologia Parasito polimórfico De acordo com o ambiente que está ele pode mudar de forma Dependendo: pH, temperatura, força iônica, tensão de oxigênio São elipsoides ou ovais e algumas vezes esféricos Capacidade de formar pseudópodes Captura dos nutrientes Fixação em partículas solidas Não há formação de cistos Apresenta somente o estágio de trofozoíto MayaraKelly Possui quatro flagelos anteriores livres que variam de tamanho Membrana ondulante Margem livre = filamento acessório fixado ao flagelo posterior/recorrente Costa Axóstilo Ajuda a definir a rigidez Estrutura rígida e hialina Se projeta através do centro do organismo Pelta = estrutura pequena em forma de crescente que está conectada ao axóstilo Blefaroplasto Inserem os flagelos Coordena os movimentos Núcleo Dupla membrana nuclear Apresenta um pequeno nucléolo Desprovido de mitocôndrias Hidrogenossomos Faz o papel das mitocôndrias Ciclo biológico Habita o trato geniturinário da mulher e do homem Pode sobreviver até uma semana no prepúcio do homem após a relação com a mulher infectada 1. Relação sexual com um parceiro ou parceira infectado (a) Pode ser levado à vagina pela ejaculação MayaraKelly 2. Reprodução por divisão binária 3. Capacidade de colonização no ambiente infectado Obs. não possuem o estágio de cisto, porém podem formar pseudocistos (cistos falsos) Cistos = forma resistente de proteção do parasito Pseudocistos = não possuem resistência São estruturas arredondadas e imóveis com flagelos internos Também são consideradas formas degenerativas Transmissão Infecção sexualmente transmissível Principais evidências Altas frequências de infecção da uretra ou próstata em parceiros de mulheres infectadas A infecção observada com mais frequência em mulheres assistidas em clínicas de ISTs e em prostitutas O protozoário não sobrevive fora do corpo humano Transmissão não sexual também é possível Fraca Explicação da infecção tricomoníase em crianças, recém nascidos e em virgens 2 a 17% de meninas recém-nascidas de mães infectadas podem adquirir a infecção Roupas de cama Assentos de vasos sanitários Artigos de toalete Instrumentos ginecológicos contaminados Compartilhamento de roupas íntimas e toalhas Fisiologia Organismo anaeróbio facultativo Cresce perfeitamente na ausência de oxigênio Multiplicação por divisão binária longitudinal pH: entre 5 e 7,5 Temperaturas: entre 20° e 40°C Fonte de energia: glicose, frutose, maltose, glicogênio e amido Açúcares presente em abundancia na vagina e na uretra MayaraKelly Ciclo de Krebs é incompleto Não contém citocromo Hidrogenossomos Portadores da Piruvato Ferredoxina- oxirredutase (PFOR) Enzima capaz de transformar o piruvato em acetato para a liberação de ATP Libera adenosina-trifosfato (ATP) e hidrogênio molecular (H2) Mantem reserva de glicogênio Patologia Um problema de saúde publica É a infecção sexual transmissível não viral mais prevalente no mundo Facilita a transmissão do HIV O HIV infecta as células responsáveis pela resposta imune contra T. vaginalis Linfócitos T CD4+ e macrófagos Associada à baixo peso ao nascer, morte neonatal, nascimento prematuro e natimortos Predispõe mulheres à doença inflamatória pélvica, câncer cervical e infertilidade Risco 2x maior Aspectos imunológicos Não está claro ainda se existe uma resposta imune adquirida para tricomoníase humana Estudos apontam que 90% das mulheres com vaginite possuem IgG anti-Trichomonas Neutrófilos são predominantemente encontrados na secreção vaginal de pacientes com tricomoníase Essa reposta imune na chegada dos neutrófilos leva à inflamação do epitélio vaginal e exocérvice em mulheres ou na uretra do homem Aumenta a infiltração leucocitária Linfócitos T CD4+ e macrófagos Lembrando: os linfócitos T CD4+ tem a função de coordenar a defesa imunológica contra diversos microrganismos através da produção e liberação de citocinas e interleucinas Aumento na secreção de citocinas O que leva à apoptose de neutrófilos induzida por T. vaginalis Diminuindo a resposta-inflamatória Diminuição da resposta inflamatória = morte dos leucócitos e adesão dos T. vaginalis na parede do epitélio vaginal Sintomatologia Produz infecção somente no trato urogenital humano Mulher Os sintomas são mais pronunciados no período pós-menstrual e na gravidez Por conta da variação hormonal Varia da forma assintomática (80% dos casos) ao estado de vaginite aguda O período de incubação varia de 3 a 20 dias Atingem mais os endocérvices Corrimento vaginal fluido abundante de cor amarelo-esverdeada, bolhoso, de odor fétido Mais frequente no período pós- menstrual Prurido (coceira) Irritação vulvovaginal Dores no baixo do ventre Dor e dificuldade nas relações sexuais Desconforto nos genitais externos MayaraKelly Disúria Poliúria Cérvice com bolinhas vermelhas (aspecto de morango) Homem Comumente assintomática Secreções prostáticas tem efeito tricomonocida Apresenta-se como uma uretrite Fluxo leitoso e/ou purulento Leve sensação de prurido na uretra Pela manhã antes da passagem da urina Corrimento claro, viscoso e pouco abundante Desconforto ao urinar Durante o dia Secreção escassa Complicações: prostatite, balanopostite e cistite Patogênese O estabelecimento no sitio da infecção inicia com o aumento do pH pH normal da vagina é ácido: entre 3,8 a 4,5 O organismo cresce em pH maior que 5,0 A elevação do pH vaginal se dá pela redução de Lactobacillus acidophilus e pelo aumento na proporção de bactérias anaeróbicas Os T. vaginalis matam os L. acidophilus Diagnóstico Clinico Nunca pode ser apenas clínico, pois é facilmente confundida com outras ISTs Cérvice com aspecto de morango = 2% dos casos Corrimento espumoso = 20% dos casos Laboratorial Diagnostico parasitológico Observação do parasito por microscopia Como o parasito é suscetível à desidratação, o material coletado deve ser colocado em meios isotônicos para transporte Homem Coleta pela manhã Sem ter urinado no dia Sem ter utilizado nenhum tricomonicida O parasito é mais encontrado no sêmen do que na urina Masturbação e coleta Mulher Higiene vaginal de 18 a 24h antes do exame Sem utilizar nenhum tricomonicida e nem cremes Coleta com swab de algodão Papanicolau Imunológico ELISA Antígeno x Anticorpo MayaraKelly Teste de Whiff Para diferenciar vaginite de vaginose bacteriana Utilização de KOH Alteração de pH + cheiro de peixe podre = resultado positivo para tricomoníase Profilaxia Sexo seguro Uso de preservativos Limitação pelo tratamento de parceiros sintomáticos ou assintomáticos Se o parceiro tiver tricomoníase, o outro também deve fazer o tratamento Tratamento Homens devem ser tratados com ou sem sintomas Nitroimidazol Metronidazol Já existem cepas resistentes Principal tratamento Tinidazol Nimorazol Camidazol Secnidazol Juntamente ao Metronidazol Gestantes: quando sintomáticas ou quando assintomáticas, se o médico recomendar Referências: Slides e anotações da aula NEVES, David Pereira. Parasitologia Humana. 13ª ed. São Paulo: Atheneu, 2016
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