Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade Federal de Pernambuco Centro de Tecnologia e Geociências Departamento de Engenharia Química Disciplina: Fenômenos dos Transportes 1 Relatório 1 – Aulas Práticas de Laboratório Relatório avaliativo referente à disciplina de Fenômenos dos Transportes 1 Ministrada pelo docente Maurício Alves. Discente: Ramires Cerqueira Santos 2022.1 Outubro de 2022 1. Introdução Com o desenvolvimento da ciência e da sociedade, tornou-se necessário manipular e transportar fluidos, além de controlar processos que envolvam fluidos em grande e pequena escala. Com isso, houve o desenvolvimento de máquinas e equipamentos envolvidos nestes processos, tais como: bombas e medidores de vazão. Industrialmente, são utilizados diversos equipamentos e instrumentos para o controle de alguns processos e medidas, tais como: perda de carga e vazão. A perda de carga visa quantificar as perdas de energia em escoamentos tubulares devido a efeitos de atrito. A vazão é a terceira unidade mais medida nas indústrias e sua medição pode ser utilizada para diferentes fins e aplicações, desde a medição de água nas tubulações residenciais a controle de tubulações em grande escala. As máquinas hidráulicas são divididas em três grandes grupos: Máquinas motrizes, máquinas mistas e as máquinas geratrizes. Destas, podemos exemplificar bombas como sendo máquinas geratrizes, que tem como função transmitir energia ao fluido. O rotâmetro é um medidor de fluxo utilizado industrialmente na quantização de vazões dos fluidos. O objetivo desta aula prática foi estudar a perda de carga total e localizada em uma tubulação proposta, bombas e realizar medições de vazão utilizando bomba peristáltica e rotâmetro. 2. Fundamentação Teórica 2.1 - Rotâmetro Rotâmetros são medidores de vazão de fluidos, classificados como tipo de área variável. O funcionamento do rotâmetro se dá devido a soma da pressão diferencial e o empuxo do líquido ser maior que o peso do flutuador, fazendo com que o mesmo flutue na corrente do líquido. Com o percurso do flutuador em direção a uma parte do tubo com área maior, o diferencial de pressão decorrente do flutuador diminui, fazendo com que o flutuador fique em equilíbrio dinâmico, de forma que qualquer diferença na vazão faça com que o mesmo se movimente. 2.2 - Bombas As bombas são máquinas hidráulicas, que podem ser geratrizes ou operatrizes, que têm como objetivo transformar o trabalho mecânico que recebem em energia, que é passada ao líquido em forma de pressão ou movimento. De acordo com o seu funcionamento, as bombas podem ser classificadas principalmente como volumétricas/ deslocamento positivo ou dinâmicas/turbobombas. As turbobombas possuem um rotor, órgão rotatório dotado de pás, que confere ao fluido forças que resultam da aceleração que lhe foi concedida, fazendo com que o mesmo adquira energia cinética e consequentemente, realize a transformação de energia mecânica ao qual lhe foi adquirido. As turbobombas podem ser classificadas de acordo com a trajetória do líquido no rotor: bombas centrífugas, em que o líquido penetra no rotor paralelamente ao eixo, sendo dirigido pelas pás para a o canto, fazendo com que o líquido saia numa direção perpendicular ao eixo; Bombas de fluxo axial, em que A trajetória das partículas líquidas começa paralelamente ao eixo e se transformam em hélices cilíndricas; Bombas diagonais em que o líquido penetra no rotor axialmente, atinge as pás cujo bordo de entrada é curvo e inclinado em relação ao eixo, segue uma trajetória que é uma curva reversa e sai do rotor realizando uma trajetória ligeiramente inclinada em relação ao plano perpendicular ao eixo. 2.2.1 - Bomba centrífuga ETA rotor fechado Figura 1: Bomba centrífuga ETA, rotor fechado. A bomba centrífuga ETA é uma turbobomba e a energia fornecida ao líquido a partir dela é primordialmente devido a forças de arrasto e centrífuga. Possui rotor fechado. Esse tipo de rotor é adequado para escoamentos de líquidos limpos, pois possui passagens livres estreitas e é propício a entupimentos com o transporte de líquidos contendo sólidos ou impurezas. Por ser uma turbobomba. Abaixo, seguem a relação das peças constituintes da bomba centrífuga ETA. 2.3 - Perda de carga A perda de carga é a perda de energia que um fluido, em uma tubulação sob pressão, sofre devido a vários fatores, como o atrito deste com uma camada estacionária aderida à parede interna do tubo ou em razão da turbulência devido às mudanças de direção do traçado. A perda de carga pode ser distribuída ou localizada, dependendo do motivo que a causa. A perda de carga distribuída ocorre nos trechos retos da tubulação devido ao atrito com a mesma e depende do diâmetro e do comprimento do tubo, além da rugosidade da parede, propriedades do fluido, massa específica, viscosidade e velocidade do escoamento e pode ser calculada a partir de: Em que é a perda de carga em metros, k é o coeficiente de perda de carga, v é a velocidade média de escoamento do tubo em m/s e g é a aceleração da gravidade e m/s^2. A perda de carga localizada ocorre a partir da inserção de acessórios nas tubulações e é considerada concentrada no ponto e é calculada para cada componente. A perda de carga total é calculada a partir da equação abaixo: A perda de carga total do sistema é dada pela somatória das perdas de carga dos acessórios mais a perda distribuída do tubo. 3 – Metodologia 3.1 - Rotâmetro Utilizando uma proveta 25 de mL, foi ajustada a vazão do rotâmetro em vazões diferentes, sendo elas: 50 g/cm³, 90 g/cm³, 130 g/cm³, 170 g/cm³, 210 g/cm³ e 250 g/cm³ respectivamente. Para cada vazão, o tempo necessário para preencher a proveta de 25mL foi cronometrado três vezes e anotado. 3.2 - Perda de carga O caminho da tubulação escolhido pelo professor para a equipe foi o caminho A. A partir disso, a tubulação foi desenhada e todas as suas medidas foram tiradas. Além disso, todos os acessórios foram identificados, a fim de calcular a perda de carga envolvida, nas vazões 0,1m³/h, 0,2m³/h, 0,5m³/h, 1,0m³/h e 2,0 m³/h. Em seguida, a perda de carga foi calculada. 3.3 - Bomba peristáltica Utilizando uma proveta de 5 mL e mangueira de 0,8mm, foi ajustada a rotação da bomba peristáltica em quatro intervalos diferentes, sendo eles: 40 rpm, 80 rpm, 120 rpm, 160 rpm, 200 rpm e 240 rpm respectivamente. Para cada configuração de rotação, o tempo necessário para preencher a proveta de 5mL foi cronometrado três vezes e anotado. 3.4 - Bomba centrífuga Observando a bomba centrífuga ETA, foi possível realizar o desenho da mesma, localizando todas as suas partes constituintes. 4 – Resultados experimentais 4.1 - Rotâmetro Os resultados para as medições do rotâmetro estão descritos no Quadro 1 abaixo: 50g/cm³ 90g/cm³ 130g/cm³ 170g/cm³ 210g/cm³ 250g/cm³ 1º 02:00 01:26 00:74 00:54 00:41 00:28 2º 01:85 01:00 00:99 00:60 00:54 00:22 3º 01:91 01:14 00:99 00:61 00:45 00:34 Quadro 1: vazões e tempos cronometrados para rotâmetro. Fonte: a autora. Recife, março de 2022. Calculando a média e o desvio padrão dos tempos cronometrados para cada vazão selecionada, obteve-se os resultados descritos no Quadro 2 abaixo: 50g/cm³ 90g/cm³ 130g/cm³ 170g/cm³ 210g/cm³ 250g/cm³ Média 01:92 01:13 00:82 00:58 00:43 00:28 Desvio padrão 00:06 00:11 00:12 00:03 00:08 00:05 Quadro 2: resultados para média e desvio padrão dos tempos cronometrados. Fonte: a autora. Recife, 2022. É possível observar a relação da vazão e o tempo, em que a velocidade média global do fluido no conduto aumenta proporcionalmente ao aumento da vazão. Além disso, observou-se uma grande variação em relação aos desvio-padrão para cada vazão. Esta variação pode ter ocorrido devido ao tempo de resposta relacionado a cada pessoa para encerrar a cronometragem do tempo, principalmente nas vazões maiores, onde o tempo envolvido era muito menor. Foram calculadas as vazões utilizando o volume da proveta (25mL) e as médias dos tempos obtidas. Dessa forma, as vazões para 50, 90, 130, 210 e 250 (g/cm³) foram, respectivamente:13,02 mL/s, 22 mL/s, 30,48 mL/s , 43 mL/s, 58,14 mL/s, 89 mL/s. Segue abaixo o gráfico da vazão x tempo obtido com os dados experimentais do nosso problema: Gráfico 1 - Vazão x Tempo para rotâmetro. Fonte: a autora. Recife, 2022. Podemos fazer a comparação entre os resultados obtidos pelo nosso grupo e por outro grupo. Mais especificamente, com o grupo de José M, que escolheram intervalos de tempo diferentes dos nossos, de forma que apenas a medição utilizando o valor 130 g/cm³ foi igual nos dois trabalhos. O valor obtido por eles foi uma vazão de 31 mL/s e o nosso para a mesma configuração foi de 30,48 mL/s. São valores bastante parecidos e com desvio padrão de 0,26. Essa pequena diferença entre os valores pode ser devida aos erros de medição, ou ao tempo de resposta de cada pessoa que está fazendo as análises. 4.2 - Bomba peristáltica Os resultados para as medições da bomba peristáltica estão descritos no Quadro 1 abaixo: 40 rpm 80 rpm 120 rpm 160 rpm 200 rpm 240 rpm 1º 68.16s 37.37s 25.27s 19.77s 15.53s 12.43s 2º 65.72s 37.37s 24.68s 19.85s 15.39s 12.81s 3º 66.06s 36.96s 24.87s 18.99s 15.50s 12.74s Quadro 1: vazões e tempos cronometrados para bomba peristáltica. Fonte: a autora. Recife, setembro de 2022. Calculando a média e o desvio padrão dos tempos cronometrados para cada configuração de rotação selecionada, obteve-se os resultados descritos no Quadro 2 abaixo: 40rpm 80rpm 120rpm 160rpm 200rpm 240rpm Média 66.82s 37.23s 24.87s 19.53s 15.47s 12.66s Desvio padrão 1.2357 0.1932 0.1592 0.3879 0.602 0.1651 Quadro 2: resultados para média e desvio padrão dos tempos cronometrados. Fonte: a autora. Setembro, 2022. É possível observar a relação da rotação e o tempo, em que a velocidade média global do fluido no conduto aumenta proporcionalmente ao aumento da rotação. Além disso, observou-se uma grande variação em relação aos desvios-padrão para cada configuração de rotação. Esta variação pode ter ocorrido devido ao tempo de resposta relacionado a cada pessoa para encerrar a cronometragem do tempo, principalmente nas configurações de rotações por minuto maiores, onde o tempo envolvido era muito menor. Em seguida, foi possível calcular as vazões médias para a proveta de 5 mL e as médias dos tempos em cada medição. Respectivamente, para 40, 80, 120, 160, 200 e 240 rpm, temos as vazões: 0,07 , 0,13, 0,20, 0,25, 0,32, 0,39 (mL/s). Pode-se, então, obter o gráfico vazão x tempo para a bomba peristáltica. Gráfico 2: Vazão X Tempo para bomba peristáltica. Fonte: a autora. Recife, 2022. Pode-se, também, comparar os dados com outro grupo, o grupo de Matheus, que para a mangueira de 1,6 mm obteve as vazões para 160 rpm, 200 rpm e 240 rpm, respectivamente: 0,95 mL/s , 1,21 mL/ s e 1,37 mL/ s. Sabendo que a vazão é calculada como Q = velocidade x Área e a área da seção circular da mangueira é calculada com (pi x diâmetro²)/4, essa diferença grande entre as vazões é devido ao fato de a mangueira utilizada no experimento deles possuir o dobro de diâmetro que a mangueira utilizada no nosso experimento, e com o a área envolve o diâmetro ao quadrado, esse aumento do diâmetro é proporcional ao aumento de vazão. 4.3 - Perda de Carga A perda de carga do circuito foi calculada utilizando uma planilha no Excel, programada para repetir os cálculos para as diferentes vazões definidas em sala de aula. Abaixo, temos uma figura que mostra a visão geral das tubulações e, em seguida, outra imagem contendo o caminho A determinado pelo professor para que os cálculos fossem feitos. Figura 3 - visão geral das tubulações. Fonte: a autora. Recife, 2022. Figura 4 - Caminho A. Fonte: a autora. Recife, 2022. A seguir, estão os cálculos de perda de carga feitos na planilha do Excel, levando em consideração as perdas de carga primárias e secundárias, para as vazões 0,1m³/h, 0,2m³/h, 0,5m³/h, 1,0m³/h e 2,0 m³/h, respectivamente. Figura 5 - Perda de carga total para Q = 0,1 m³ / h. Fonte: a autora. Recife, 2022. Figura 6 - Perda de carga total para Q = 0,2 m³ / h. Fonte: a autora. Recife, 2022. Figura 7 - Perda de carga total para Q = 0,5 m³ / h. Fonte: a autora. Recife, 2022. Figura 8 - Perda de carga total para Q = 1,0 m³ / h. Fonte: a autora. Recife, 2022. Figura 9 - Perda de carga total para Q = 2,0 m³ / h. Fonte: a autora. Recife, 2022. Dessa forma, foi possível observar que com o aumento da vazão, em consequência, aumento da velocidade de escoamento, a perda de carga aumenta. 5 - Conclusões Conclui-se que foi possível aprender mais sobre bombas, suas utilizações e diferenças, medidores de vazão, no caso do rotâmetro e sobre perda de carga geral e distribuída. Além disso, foi possível observar a relação entre vazão e rotação por minuto com a velocidade média global do fluido no conduto e as partes da bomba peristáltica. 6- Bibliografia FOX, R. W; McDonald, A. T; Introdução à Mecânica dos Fluidos. Trad. de Alexandre Matos de Souza Melo. 6ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006; INCROPERA F. P., et al; Fundamentos de Transferência de Calor e de Massa. Rio de Janeiro: LTC, 2008. MORAES, Diogo Luis de. Desenvolvimento de um sistema de controle de medição de vazão para bombas peristálticas. 2016. 71 f. Monografia (Graduação em Engenharia de Controle e Automação) - Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2016. <Perda_de_carga (usp.br)> Acesso em 09/05/2022 às 12h40.
Compartilhar