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ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA PRÉ- HOSPITALAR 1 Sumário NOSSA HISTÓRIA ......................................................................................................... 3 1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 4 Alguns marcos no contexto brasileiro .......................................................... 5 Dados da OMS sobre vítimas de trauma ....................................................... 9 Aph – atendimento pré-hospitalar .................................................................. 9 SAV – Suporte Avançado de Vida ................................................................. 10 1.1- METODOLOGIA ........................................................................................... 11 2. ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR ........................... 12 3. AVALIAÇÃO DO LOCAL DO ACIDENTE ...................................................... 14 4. PROTEÇÃO DO ACIDENTADO ....................................................................... 15 Avaliação e Exame do Estado Geral do acidentado ................................ 15 Cabeça e Pescoço ............................................................................................. 16 5. INTERVENÇÃO RÁPIDA ................................................................................... 18 6. FERIMENTOS, CURATIVOS E BANDAGENS ............................................. 19 CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS FERIMENTOS ............................................... 21 7. CUIDADOS PARA COM AS VÍTIMAS DE FERIMENTOS .......................... 25 CUIDADOS NOS DIVERSOS TIPOS DE FERIMENTOS ................................ 26 8. RESUMO DO ATENDIMENTO À VÍTIMA DE FERIMENTO ....................... 27 9. INTERVENÇÃO EM CRISES ............................................................................ 28 10. SITUAÇÕES MAIS FREQÜENTES RESPONSABILIZADAS POR PROVOCAREM CRISES ........................................................................................... 29 Emergências médicas em geral ..................................................................... 29 Emergências psiquiátricas ............................................................................. 29 Conflitos Emocionais ....................................................................................... 29 Catástrofes, Acidentes com Múltiplas Vítimas: ........................................ 29 Fases da Crise .................................................................................................... 30 Princípios Gerais do Manejo de Crises ....................................................... 30 11. EMERGÊNCIAS CLÍNICAS ........................................................................... 32 12. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM) ................................................. 33 13. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA .............................................. 35 14. ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) .............................................. 37 15. HIPERTENSÃO ................................................................................................ 40 16. INSUFICIÊNCIAS RESPIRATÓRIAS ........................................................... 41 17. DIABETES ......................................................................................................... 43 18. CONVULSÃO .................................................................................................... 45 2 19. EPILEPSIA ........................................................................................................ 45 20. Traumatismo craniano .................................................................................. 47 21. ABDOME AGUDO ........................................................................................... 47 22. EMERGÊNCIAS EMOCIONAIS .................................................................... 48 23. EMERGÊNCIAS PSIQUIÁTRICAS ............................................................... 49 24. ABUSO DE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS ..................................................... 53 25. TRANSTORNOS MENTAIS ASSOCIADOS ............................................... 55 26. CRISES SUICIDAS .......................................................................................... 56 27. QUEIMADURAS ............................................................................................... 57 28. GRAVIDADE DA QUEIMADURA .................................................................. 57 29. LESÃO QUÍMICA DE VIAS AÉREA E SISTÊMICA .................................. 64 30. PRIMEIROS SOCORROS EM QUEIMADURAS TÉRMICAS .................. 65 31. FOGO NO VESTUÁRIO .................................................................................. 67 32. PRIMEIROS SOCORROS EM QUEIMADURAS QUÍMICAS ................... 68 33. QUEIMADURAS POR ELETRICIDADE ...................................................... 70 34. QUEIMADURAS POR FRIO OU GELADURAS ......................................... 72 35. BANDAGENS ................................................................................................... 74 36. ATADURAS ....................................................................................................... 81 INTOXICAÇÃO E ENVENENAMENTO ................................................................... 82 37. INTOXICAÇÕES POR CONTATO ................................................................ 84 38. ACIDENTES OFÍDICOS .................................................................................. 86 39. ABUSO DE DROGAS ..................................................................................... 87 40. AFOGAMENTO E ACIDENTES DE MERGULHO ..................................... 88 41. AFOGAMENTO ............................................................................................. 88 42. HIPOTERMIA .................................................................................................... 91 43. ACIDENTES DE MERGULHO ....................................................................... 91 44. DOENÇA DESCOMPRESSIVA ..................................................................... 92 45. DESMAIO .......................................................................................................... 95 46. SAÚDE MENTAL DO SOCORRISTA ....................................................... 95 47. CONCLUSÃO ................................................................................................. 101 48. REFERÊNCIAS .............................................................................................. 102 3 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 4 1. INTRODUÇÃO APH significa“Atendimento Pré-Hospitalar “. É o atendimento fora do ambiente hospitalar. Esse termo é muito conhecido entre profissionais da enfermagem, médicos, bombeiro civil, agentes de aph do SAMU, Resgate e no meio dos profissionais da área da saúde. É também chamado pelos leigos como “Resgate” e, é um termo utilizado entre os profissionais da área da saúde. Na prática, o termo utilizado no meio acadêmico é APH. O APH é o atendimento feito por uma equipe de saúde às vítimas em situações de urgência e emergência. É preciso ter um grupo especializado em atendimento pré-hospitalar para que os primeiros cuidados sejam realizados com a segurança e a rapidez que a vítima precisa. Esse atendimento pré-hospitalar teve início no final dos anos 1700 através do médico chefe militar francês de Napoleão, o Barão Dominique Jean Larrey (o pai do APH). O “Barão Larrey” é conhecido como o pai dos serviços de emergência médica na era moderna e conseguiu reconhecer a necessidade de atendimento pré-hospitalar imediato. No início dos anos 1800, ele havia estabelecido a teoria básica do atendimento pré-hospitalar que continuamos a usar até hoje em dia: Faz parte do APH: A ambulância Treinamento adequado de equipe médica e resgate Atendimento e recuperação do paciente no campo de batalha Controle de hemorragia ainda em campo Deslocamento para um hospital nas proximidades Prestação de cuidados durante o caminho Desenvolvimento de hospitais na linha de frente Em agosto de 1864, a Cruz Vermelha Internacional foi criada na primeira convenção de Genebra na Suíça. A convenção reconheceu a neutralidade dos 5 hospitais e garantiu a passagem segura para ambulâncias e equipes médicas para remover feridos em campo de batalha. Mais adiante, já no século de 1900, as guerras foram responsáveis por aprimorar técnicas do atendimento pré-hospitalar, como por exemplo, primeira e segunda guerra mundial, guerra da Coréia, guerra do Vietnã, guerra Iraque e Afeganistão. Alguns marcos no contexto brasileiro Os SvAPH surgem no Brasil em diversas cidades e com características próprias, cuja sistematização é resultado de influências das duas tradicionais escolas de APH surgidas em meados do século passado: o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU), modelo francês e o Serviço de Emergência Médica (SEM), modelo norte-americano. De modo geral, o modelo francês (SAMU) é composto por médicos anestesiologistas, intensivistas, cardiologistas, psiquiatras, emergencistas entre outros, técnicos auxiliares de regulação médica, enfermeiros (incluindo enfermeiros especializados em anestesia) e técnicos em ambulância. 16 É o responsável pela assistência direta às emergências e pela ordenação e coordenação de todo o sistema através da Central de Regulação Médica. O modelo dos EUA é uma associação de esforços da first responder com o SEM que congrega os Técnico em Emergências Médicas (TEM-Básico habilitado para o Suporte Básico de Vida, TEM-Intermediário e TEM-Avançado ou Paramédico), departamento de emergência, médico supervisor, pessoal da saúde, administração hospitalar, administração do SEM e supervisão de agências governamentais.16 O modelo com maior predominância no Brasil é o norte americano adotado pelos Corpos de Bombeiros Militares, mas, em várias cidades, foi adotado o modelo francês, com certas adaptações. No Brasil, a ideia de atender as vítimas no local da emergência é tão antiga quanto em outros países. Data de 1893, quando o Senado da República aprovou a Lei que pretendia estabelecer o socorro médico de urgência na via pública, sendo que o Rio de Janeiro, no momento, era capital do país.17 6 Consta ainda que em 1899 o Corpo de Bombeiros (CB) da então capital do país, punha em ação a primeira ambulância (de tração animal) para realizar o referido atendimento, fato que caracteriza sua tradição histórica naprestação desse serviço. Em meados dos anos 50, no século passado, instala-se em São Paulo o SAMDU – Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência – órgão da então Secretaria Municipal de Higiene.18,19 Os Corpos de Bombeiros (CB), no Brasil, há muito tempo realizam o serviço emergencial em diversas situações, incluindo o Resgate e Salvamento de pessoas; embora por muito tempo tenha sido realizado por profissionais pouco qualificados – para o cuidado em si –, as viaturas serem inadequadas e os recursos materiais insuficientes. Somente a partir da década de 80 o APH passou a ser aplicado de forma mais sistematizada por alguns CB, os quais deram início à estruturação dos Serviços de Atendimento Pré-hospitalar - SvAPH.20 O CB, em cada unidade da Federação, foi estruturando o APH conforme as suas peculiaridades, sendo estes sistemas gradativamente, espalhados pelo Brasil e tomando proporções diversas. Atualmente, muitos já dispõem do socorro aéreo. Um dos programas pioneiros de socorro extra-hospitalar aeromédico, iniciado em 1988, foi CB/RJ, em associação com a Coordenadoria Geral de Operações Aéreas do Estado do Rio de Janeiro - CGOA.20 Uma das experiências mais importantes ocorreu em 1989 em São Paulo, quando através da Resolução 042 de 22/ 05/89 teve origem o Projeto Resgate desenvolvido em conjunto pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) através do SAMU-SP e a Secretaria de Segurança Pública (SSP) através do CB e Grupamento de Rádio Patrulhamento Aéreo.21,22 Para esse serviço adotou-se uma sistemática de atendimento mista, ou seja, nos moldes e tecnologia do modelo norte-americano com adaptações do modelo francês. Atualmente o CB de SP (capital) opera com Unidades de Resgate (UR) tripuladas por Bombeiros Socorristas com o curso Resgate, em conjunto com o SAMU, através de Unidades de Suporte Avançado (USA), tripuladas por médico e enfermeiro do SAMU, e um bombeiro motorista.23 Outras importantes cidades de São Paulo, adotaram exclusivamente o modelo SAMU. Outro modelo misto consiste no Sistema Integrado de Atendimento ao Trauma e Emergências - SIATE, proposto pelo Ministério da 7 Saúde (MS) e implantado inicialmente em 1990, em Curitiba, numa ação conjunta entre a SES e SSP. Na ocasião, o atendimento era realizado pelos Socorristas do CB e contava com “médicos dentro do sistema regulador que poderia ser deslocado para o local da emergência quando necessário, dependendo da situação.”24,25 O SIATE serviu de modelo para uma reestruturação do APH em nível nacional iniciada a partir de 1990 com a criação do Programa de Enfrentamento às Emergências e Traumas (PEET) pelo MS, cujo objetivo era redução da incidência e da morbi-mortalidade por agravos externos por meio de intervenção nos níveis de Prevenção, APH, Atendimento Hospitalar e Reabilitação. Um dos níveis desse programa, o Projeto de APH (PAPH) coube aos CB, considerando que muitos já executavam esse atendimento de forma incipiente. A partir daí, tornaram-se responsáveis pelo APH às emergências e traumas no âmbito público. Contudo, somente o CB do Estado do Rio de Janeiro dispunha de “Quadro de Saúde” – oficiais médicos e praças auxiliares/técnicos de enfermagem – para realizar o APH. Nos demais estados os bombeiros passaram a ser treinados num curso básico de Socorristas e denominados de Agentes de Socorros de Urgências (ASU) – treinamento baseado e equivalente ao Treinamento em Emergências Médicas Básico – TEM dos EUA. O PEET-MS promoveu em 1991, no Distrito Federal (DF), o primeiro curso de instrutores (multiplicadores) de ASU, quando foi adotada a sistemática de atendimento com base no método mnemônico ABCDE do ATLS, adaptado ao APH pelo PHTLS, nos EUA na década de 80a. Essa sistemática foi inicialmente traduzida e adaptada para os “Socorristas” inclusa na denominação avaliação primária/secundária e posteriormente substituída pelas denominações avaliação inicial, dirigida e continuada.20,26A partir desse marco, os SvAPH, nos diferentes estados, foram sendo construídos mediante conflitos ao tender por basear-se no modelo americano ou francês, tendo em vista que na época, alguns gestores estaduais de saúde também buscavam convênios com o SAMU francês. No Rio Grande do Sul (RS) foi adotado um modelo através do CB com referência ao norte-americano e, especificamente no município de Porto Alegre, o Hospital Municipal de Pronto Socorro (HPS), em meados de 1995, iniciou a 8 implantação do SAMU, através de um termo de cooperação técnica com a França. 25 Atualmente o SAMU de Porto Alegre opera com médico regulador que comanda o atendimento – através da Central de Regulação – realizado por um técnico de enfermagem e um motorista. Quando necessário, o médico vai ao local da emergência através de veículo de ligação rápida, transformando a unidade de atendimento em UTI móvel. 27 Já em Santa Catarina (SC), o primeiro serviço foi instalado junto ao CB de Blumenau em 1987 e foi aperfeiçoado com o PAPH-MS a partir de 1990. Vários cursos de ASU foram realizados em todo o Estado. Em 1995, o CB em convênio com o Centro de Ciências da Saúde da UFSC, realizou o primeiro (e único) curso de Técnicos em Emergências Médicas, similar ao TEM-I (Intermediário) dos EUA. Posteriormente, reconhecendo o denominado Suporte Básico de Vida (SBV) como cuidado de enfermagem, foram realizados cursos de Auxiliar de Enfermagem, através do Projeto Auxiliar de Enfermagem, de responsabilidade dos Departamentos de Enfermagem e de Saúde Pública da UFSC, para os Socorristas do CB, que posteriormente foram formados Técnicos em Enfermagem, também por realização da UFSC, fato que caracteriza uma iniciativa única no país. Atualmente, está em estudo a implantação em nível Estadual, o SAMU, seguindo o modelo francês.25,27 A implementação do PEET-MS (extinto em 1992) foi bastante distinto em cada Estado, já que os recursos acabaram ficando restritos à Região Sudeste do Brasil. Entretanto, o aumento preocupante da morbi-mortalidade por causas externas foi o que resultou num sistema de APH ligado aos CB, a partir do PEET- MS, com a expectativa por parte dos governantes de amenizar a situação com poucos investimentos. Com a redução dos investimentos por parte do MS a partir de 1993, os sistemas dos CB tinham a obrigação primeira, conforme o PEETMS, de atender as causas externas; com o decorrer do tempo os Socorristas passaram a ser chamados para atender às emergências decorrentes de causas naturais, de modo que, foi se justificando a necessidade de aperfeiçoar os serviços e implementar o SvAPHmedicalizado no molde do SAMU. 9 O APH é realizado sempre em ambientes fora do hospital e têm o objetivo de evitar a internação hospitalar ou traumas de grande incidência. O APH, segundo a Portaria 2048, de 5 de novembro de 2002, do Ministério da Saúde, pode ser móvel ou fixo, dependendo da empresa e da necessidade de cada vítima. Em 1978 foi criado o curso ATLS – Suporte de Vida Avançado no Trauma (Advanced Trauma Life Support, ATLS) e, por fim, no programa PHTLS (Pre Hospital Trauma Life Support) – Atendimento Pré-Hospitalar ao Traumatizado. Os primeiros cursos de PHTLS focaram em intervenções de “Suporte Avançado de Vida (SAV)” para pacientes com trauma em campo até o ano de 1985. Em 1986, um curso que englobava “Suporte Básico de Vida (SBV)” também foi desenvolvido. Em 1988, os militares dos Estados Unidos (EUA) determinaram de forma rigorosa que seus médicos de combate fossem treinados em PHTLS. Dados da OMS sobre vítimas de trauma Destacamos que, de acordo com relatórios da Organização Mundial de Saúde – OMS -, acidentes de trânsito matam 1,24 milhão de pessoas por ano. Essa é a causa número um de morte por trauma e, deixa entre 20 e 50 milhões de pessoas feridas ou inválidas. De todas as mortes por acidente de trânsito, mais de 90% ocorrem em países de baixa ou média renda. Em todo o mundo mais de 5,8 milhões de pessoas morrem anualmente de trauma, tanto de forma intencional como de forma não intencional (suicídio e homicídio). O trauma é a principal causa de morte em pessoas entre 01 e 44 anos de idade. Conforme essas estatísticas, o trauma é um problema mundial. Socorristas bem treinados em APH podem fazer a diferença entre a vida e a morte, entre lesões leves, invalidez temporária, invalidez grave ou permanente, ou entre uma vida de produtividade e uma vida de dependência. Aph – atendimento pré-hospitalar 10 O APH é sempre realizado por dois tipos de profissionais: os Oriundos da Área de Saúde – que inclui enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e médicos – e os Não Oriundos da Área de Saúde – que são os policiais, bombeiros, guardas municipais e militares -. Esses procuram estabilizar, mobilizar e socorrer a vítima no menor tempo possível e com o máximo de segurança para evitar traumas maiores SBV – Suporte Básico de Vida Esse suporte consiste em todos os procedimentos básicos que podem ser realizados e concretizados até a chegada de um socorro completo para a vítima. O principal objetivo do SBV é preservar a vida do socorrido que se encontra em situação de urgência e emergência. SAV – Suporte Avançado de Vida Podemos dizer que o SAV é um tipo de suporte mais invasivo, ou seja, pode haver atendimento com intubações de vias aéreas, uso de medicamentos específicos ou técnicas mais diretas para eliminar ou reduzir as sequelas mais sérias da vítima. Geralmente o SAV é aplicado em situações onde o paciente se encontra em estado mais grave após um acidente atendido por uma equipe de SBV devidamente treinada em APH. Geralmente esse é o último passo adotado por profissionais para estabilizar a situação de uma vítima por esses profissionais no atendimento pré- hospitalar até o devido atendimento hospitalar. A grande diferença entre o SAV e o SBV está na sua prática. O SBV pode até ser, em algumas situações, aplicado por pessoas que não são profissionais – mesmo que isso não seja indicado -, enquanto no SAV não é possível. Somente médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem devidamente treinados podem realizar esse manejo no SAV. 11 1.1- METODOLOGIA Para a construção deste material, foi utilizada a metodologia utilizada de pesquisa bibliográfica, com o intuito de proporcionar um levantamento de maior conteúdo teórico a respeito dos assuntos abordados. Através de pesquisa bibliográfica em diversas fontes, o estudo se desenvolve com base na opinião de diversos autores, concluindo que a formação e a motivação são energias que conduzem a atividade humana para o alcance dos objetivos de excelência na prestação de serviços públicos e podem também se converter nos principais objetivos da gestão de pessoas no setor público e no fundamento de sua existência. A pesquisa bibliográfica consiste em um levantamento de informações e conhecimentos acerca de um tema a partir de diferentes materiais bibliográficos já publicados, colocando em diálogo diferentes autores e dados. Entende-se por pesquisa bibliográfica a revisão da literatura sobre as principais teorias que norteiam o trabalho científico. Essa revisão é o que chamamos de levantamento bibliográfico ou revisão bibliográfica, a qual pode ser realizada em livros, periódicos, artigo de jornais, sites da Internet entre outras fontes. 12 2. ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR Considera-se atendimento pré-hospitalar toda e qualquer assistência realizada, direta ou indiretamente, fora do âmbito hospitalar, utilizando-se meios e métodos disponíveis. Esse tipo de atendimento pode variar de um simples conselho ou orientação médica até o envio de uma viatura de suporte básico ou avançadoao local da ocorrência onde haja pessoas traumatizadas, visando à manutenção da vida e à minimização de sequelas. No Brasil, o sistema se divide em serviços móveis e fixos. O pré-hospitalar móvel, objeto desta reflexão, tem como missão o socorro imediato das vítimas que são encaminhadas para o atendimento pré-hospitalar fixo ou para o atendimento hospitalar.2 Segundo o Ministério da Saúde,15 o atendimento pré-hospitalar pode ser definido como a assistência prestada em um primeiro nível de atenção, aos portadores de quadros agudos, de natureza clínica, traumática ou psiquiátrica, quando ocorrem fora do ambiente hospitalar, podendo acarretar sequelas ou até mesmo a morte Frente ao aumento exacerbado da violência, doenças cardiovasculares, respiratórias, metabólicas entre outras, responsáveis pelas ocorrências de urgência/emergência, cresce, também, a necessidade de atendimento imediato das vítimas no local da ocorrência, bem como de transporte adequado para um serviço emergencial de atendimento definitivo. Nesse sentido, surgiram os Serviços de Atendimento Pré-hospitalar (SvAPH), os quais possibilitam a intervenção precoce, reduzindo os índices de mortalidade e minimizando seqüelas.14 O atendimento pré-hospitalar, seja móvel, seja fixo, tem como premissa o fato de que, dependendo do suporte imediato oferecido à vítima, lesões e traumas podem ser tratados sem gerar sequelas significativas. Um dos fatores 13 críticos que interfere no prognóstico das vítimas de trauma é o tempo gasto até que o tratamento definitivo possa ser efetivado. 3 O Committee on Trauma of American College of Surgeons3, dos Estados Unidos, estabelece o tempo de vinte minutos como intervalo máximo ideal para execução dos primeiros procedimentos, em casos graves.4,5 A necessidade de presteza do atendimento se deve ao fato de que as primeiras horas pós-evento traumático têm sido apontadas por vários autores 5,6 como o período de maior índice de mortalidade. Estudos de Champion et al. 7constatam que, em geral, entre as vítimas de traumas, mais da metade não chega a resistir 24 horas. Albuquerque &Minayo8 e Deslandes9 indicam que o modelo pré-hospitalar móvel vigente em quase todas as partes da sociedade ocidental tem sido inspirado na organização de origem americana e francesa. A primeira prioriza o atendimento feito por paramédicos (técnicos), enquanto a segunda adota a presença de médicos nas ambulâncias 10. Os denominados paramédicos, de acordo com a legislação de cada estado americano, podem realizar a administração de medicamentos. No Japão e na Inglaterra, por exemplo, esses profissionais estão aptos também a realizar procedimentos de suporte avançado de vida, tais como desfibrilação, entubação endotraqueal e aplicação de medicamentos por via intravenosa.11,12 Na França, o atendimento é feito por médicos nas unidades móveis, assim os bombeiros se ocupam do resgate de vítimas com lesões de baixa gravidade bem como realizam manobras para a liberação da vítima no caso de ela estar presa a ferragens.13 O Brasil oficialmente adotou o modelo francês, o SAMU, adequando-o às peculiaridades nacionais. Seus princípios são: 28 (1) considerar o auxílio médico de urgência uma atividade sanitária; (2) atuar rapidamente no local do sinistro com procedimentos eficazes e adequados; (3) abordar cada caso com cuidados médicos, operacionais e humanitários; (4) trabalhar em interação nas operações de socorro, mas com responsabilidades estabelecidas para cada profissional; (5) realizar ações preventivas em complementação com a ação de urgência. 14 O SAMU, no Brasil, propõe um modelo de assistência padronizado que opera com uma central de regulação, com discagem telefônica gratuita e de fácil acesso (linha 192), com regulação médica regionalizada, hierarquizada e descentralizada. 28 Nesse sistema, há uma normalização para a composição das equipes de socorro, segundo complexidade, regulando os tipos de unidades móveis e suas atribuições e recursos. 28 Há protocolos para atendimento de múltiplas vítimas, além de ferramentas operacionais regulares (mapa de área de atuação identificando os pontos de apoio das unidades básicas e das unidades de maior complexidade; grade de referência e contra-referência dos serviços interligados de urgência do município ou região; lista de todos os telefones; mapas para capacidade instalada dos serviços de urgência e viária e mapas de risco). 29 3. AVALIAÇÃO DO LOCAL DO ACIDENTE Para iniciar os primeiros socorros à vítima acidentada ou em situação de urgência, o socorrista (aquele que prestará os primeiros socorros à vítima) deverá assumir o controle da situação rapidamente, obtendo todas as informações possíveis do ocorrido. 42 Deve-se tentar obter o máximo de informações possíveis sobre o ocorrido. Dependendo das circunstâncias de cada acidente, é importante também: 32 a) evitar o pânico e procurar a colaboração de outras pessoas, dando ordens breves, claras, objetivas e concisas; b) manter afastados os curiosos, para evitar confusão e para ter espaço em que se possa trabalhar da melhor maneira possível. A proteção do acidentado deve ser feita com o mesmo rigor da avaliação da ocorrência e do afastamento de pessoas curiosas ou que visivelmente tenham perdido o autocontrole e possam prejudicar a prestação dos primeiros socorros. 32 É importante observar rapidamente se existem perigos para o acidentado e para quem estiver prestando o socorro nas proximidades da ocorrência. Por exemplo: fios elétricos soltos e desencapados; tráfego de veículos; andaimes; vazamento de gás; máquinas funcionando. 32 15 Devem-se identificar pessoas que possam ajudar. Deve-se desligar a corrente elétrica; evitar chamas, faíscas e fagulhas; afastar pessoas desprotegidas da presença de gás; retirar vítima de afogamento da água, desde que o faça com segurança para quem está socorrendo; evacuar área em risco iminente de explosão ou desmoronamento. 32 Avaliar o acidentado na posição em que ele se encontra, só mobilizá-lo com segurança (sem aumentar o trauma e os riscos), sempre que possível deve- se manter o acidentado deitado de costas até que seja examinada, e até que se saiba quais os danos sofridos. 32 Não se deve alterar a posição em que se acha o acidentado, sem antes refletir cuidadosamente sobre o que aconteceu e qual a conduta mais adequada a ser tomada. Se o acidentado estiver inconsciente, por sua cabeça em posição lateral antes de proceder à avaliação do seu estado geral. 32 É preciso tranquilizar o acidentado e transmitir-lhe segurança e conforto. A calma do acidentado desempenha um papel muito importante na prestação dos primeiros socorros. 32 O estado geral do acidentado pode se agravar se ela estiver com medo, ansiosa e sem confiança em quem está cuidando. 4. PROTEÇÃO DO ACIDENTADO Avaliação e Exame do Estado Geral do acidentado A avaliação e exame do estado geral de um acidentado de emergência clínica ou traumática é a segunda etapa básica na prestação dos primeiros socorros. Ela deve ser realizada simultaneamente ou imediatamente à "avaliação do acidente e proteção do acidentado". 32 O exame deve ser rápido e sistemático, observando as seguintes prioridades: 32 Estado de consciência: avaliação de respostas lógicas (nome, idade, etc). Respiração: movimentos torácicos e abdominais com entrada e saída de ar normalmente pelas narinas ou boca. Hemorragia: avaliar a quantidade, o volume e a qualidade do sangue que se perde. Se é arterial ou venoso. Pupilas: verificar o estado de dilatação e simetria (igualdade entre as pupilas). 16 Temperatura do corpo: observação e sensação de tato na face e extremidades. Deve-se ter sempre uma ideia bem clara do que se vai fazer, para não expor desnecessariamente o acidentado,verificando se há ferimento com o cuidado de não movimentá-lo excessivamente. 32 Em seguida proceder a um exame rápido das diversas partes do corpo. Se o acidentado está consciente, perguntar por áreas dolorosas no corpo e incapacidade funcionais de mobilização. Pedir para apontar onde é a dor, pedir para movimentar as mãos, braços, etc. 32 Cabeça e Pescoço Sempre verificando o estado de consciência e a respiração do acidentado, apalpar, com cuidado, o crânio a procura de fratura, hemorragia ou depressão óssea. 32 Proceder da mesma forma para o pescoço, procurando verificar o pulso na artéria carótida, observando frequência, ritmo e amplitude, correr os dedos pela coluna cervical, desde a base do crânio até os ombros, procurando alguma irregularidade. Solicitar que o acidentado movimente lentamente o pescoço, verificar se há dor nessa região. 32 Movimentar lenta e suavemente o pescoço, movendo-o de um lado para o outro. Em caso de dor pare qualquer mobilização desnecessária. Perguntar a natureza do acidente, sobre a sensibilidade e a capacidade de movimentação dos membros visando confirmar suspeita de fratura na coluna cervical. Coluna dorsal perguntar ao acidentado se sente dor. 32 Na coluna dorsal correr a mão pela espinha do acidentado desde a nuca até o sacro. A presença de dor pode indicar lesão da coluna dorsal. Tórax e Membros Verificar se há lesão no tórax, se há dor quando respira ou se há dor quando o tórax é levemente comprimido. 32 Solicitar ao acidentado que movimente de leve os braços e verificar a existência de dor ou incapacidade funcional. Localizar o local da dor e procurar deformação, edema e marcas de injeções. Verificar se há dor no abdome e procurar todo tipo de ferimento, mesmo pequeno. 32 Muitas vezes um ferimento de bala é pequeno, não sangra e é profundo, com consequências graves. Apertar cuidadosamente ambos os lados da bacia 17 para verificar se há lesões. Solicitar à vítima que tente mover as pernas e verificar se há dor ou incapacidade funcional. 32 Não permitir que o acidentado de choque elétrico ou traumatismo violento tente levantar-se prontamente, achando que nada sofreu. Ele deve ser mantido imóvel, pelo menos para um rápido exame nas áreas que sofreram alguma lesão. 32 O acidentado deve ficar deitado de costas ou na posição que mais conforto lhe ofereça. Exame do acidentado Inconsciente O acidentado inconsciente é uma preocupação, pois além de se ter poucas informações sobre o seu estado podem surgir, complicações devido à inconsciência. 32 O primeiro cuidado é manter as vias respiratórias superiores desimpedidas fazendo a extensão da cabeça, ou mantê-la em posição lateral para evitar aspiração de vômito. Limpar a cavidade bucal. 32 O exame do acidentado inconsciente deve ser igual ao do acidentado consciente, só que com cuidados redobrados, pois os parâmetros de força e capacidade funcional não poderão ser verificados. O mesmo ocorrendo com respostas a estímulos dolorosos. É importante ter ciência que nos primeiros cuidados ao acidentado inconsciente a deverá ser mínima. 32 A observação das seguintes alterações deve ter prioridade acima de qualquer outra iniciativa. Ela pode salvar uma vida: Falta de respiração; Falta de circulação (pulso ausente); Hemorragia abundante; Perda dos sentidos (ausência de consciência); Envenenamento. Observações: 1. Para que haja vida é necessário um fluxo contínuo de oxigênio para os pulmões. O oxigênio é distribuído para todas as células do corpo através do sangue impulsionado pelo coração. Alguns órgãos sobrevivem algum tempo sem oxigênio, outros são severamente afetados. As células nervosas do cérebro podem morrer após 3 minutos sem oxigênio. 2. Por isso mesmo é muito importante que algumas alterações ou alguns quadros clínicos, que podem levar a essas alterações, devem ter prioridade quando se aborda um acidentado de vítima de mal súbito. 32 18 São elas: obstrução das vias aéreas superiores; parada cárdio-respiratória; hemorragia de grandes volumes; estado de choque (pressão arterial, etc); comas (perda da consciência); convulsões (agitações psicomotoras); envenenamento (intoxicações exógenas); diabetes mellitus (comas hiper e hipoglicêmicos); infarto do miocárdio; e queimaduras em grandes áreas do corpo. 32 É importante ter sempre disponível os números dos telefones e os endereços de hospitais e de centros de atendimento de emergência; socorro especializado para emergências cardíacas; plantão da Comissão Nacional de Energia Nuclear; locais de aplicação de soros antiveneno de cobra e de outros animais peçonhentos e centro de informações tóxicofarmacológicas. 32 5. INTERVENÇÃO RÁPIDA Oliveira relata que o APH se caracteriza pelo atendimento de vítimas em locais habituais, como em casa ou em vias públicas, antes da chegada da mesma no hospital: “Situações adversas como acidentes em rodovias, mal súbitos em residências – convulsões, casos de Acidente Vascular Encefálico (AVE) e parada cardiorrespiratória, por exemplo, exigem uma rápida intervenção para a recuperação da saúde da vítima, não existindo tempo hábil para que ela seja levada até o setor hospitalar para atendimento”. Por essa razão, ele ressalta que é necessário que as equipes de atendimento pré-hospitalar estejam cada vez mais qualificadas e treinadas, e que os protocolos estejam funcionantes para que o atendimento a essa vítima aconteça da forma mais rápida possível. São consideradas emergências clínicas 1- Corte profundo 2. Acidente de origem elétrica 3. Picada ou mordida de animais peçonhentos 4. Queimaduras 5. Afogamentos 6. Hemorragia (forte sangramento) 7. Infarto do miocárdio (dor forte no peito) 8. Dificuldade respiratória 19 9. Derrames, perda de função e/ou dormência nos braços e pernas 10. Inconsciência/desmaio 11. Intoxicação por alimento ou medicamento 12. Sangue no vômito, urina, fezes ou tosse 13. Grave reação alérgica 14. Febre alta permanente 15. Convulsões, dores intensas no peito, abdômen, cabeça e outros 16. Agressões físicas 17. Acidentes de carro, moto, atropelamento e quedas 6. FERIMENTOS, CURATIVOS E BANDAGENS Ferimento é qualquer lesão ou perturbação produzida em qualquer tecido por um agente externo, físico ou químico. Os agentes capazes de produzir um ferimento podem ser físicos (mecânico, elétrico, irradiante e térmico) e químicos (ácidos ou álcalis). 31 Traumatismos produzidos por agentes físicos mecânicos. Figura 1: Figura 2: 20 Os ferimentos podem variar conforme a profundidade, complexidade, contaminação e natureza do agente agressor classificando-se conforme indicado abaixo: 21 Tabela 1: CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS FERIMENTOS Ferimentos Fechados: São os ferimentos onde não existe solução de continuidade da pele, a pele se mantém íntegra. 31 Podendo ser classificada em: Contusão: lesão por objeto contundente que danifica o tecido subcutâneo subjacente, sem romper a pele. Hematoma: extravasamento de sangue no subcutâneo com formação de coleção (aumento de volume), pela ruptura de veias e arteríolas, conseqüência de uma contusão. Quando localizado no couro cabeludo, é o hematoma subgaleal. Equimose: extravasamento de sangue no 22 Figura 3: Ferimentos Abertos São os ferimentos que rompem a integridade da pele, expondo tecidos internos, geralmente com sangramento. Também são denominados feridas. 31 As feridas são traumas de alta ou baixa energia, decorrentes da superfície de contato do agente vulnerante. Segundo este conceito, as feridas podem ser classificadas em: 31 Incisivas/cortantes: produzidas por agentes vulnerantes cortantes, afiados, capazes de penetrar a pele (bisturi,faca, estilete etc), produzindo ferida linear com bordas regulares e pouco traumatizadas. Contusas: causadas por objetos com superfície romba (instrumento cortante não muito afiado - pau, pedra, soco etc.), capazes de romper a integridade da pele, produzindo feridas com bordas traumatizadas, além de contusão nos tecidos arredores. São as feridas cortocontusas. Perfurantes: o objeto que as produz a ferida é geralmente fino e pontiagudo, capaz de perfurar a pele e os tecidos subjacentes, resultando em lesão cutânea puntiforme ou linear, de bordas regulares ou não. As feridas perfurantes podem ser: Perfurocontusas: ocorre quando o objeto causador da ferida é de superfície romba (ferimento por arma de fogo); Perfurocortantes: quando o agente vulnerante possui superfície de contato laminar ou pontiagudo (ferimento causado por arma branca - faca, estilete, adaga). 23 Penetrante: quando o agente vulnerante atinge uma cavidade natural do organismo, geralmente tórax ou abdômen. Apresenta formato externo variável, geralmente linear ou puntiforme. Transfixante: este tipo de lesão constitui uma variedade de ferida que pode serperfurante ou penetrante; o objeto vulnerante é capaz de penetrar e atravessar os tecidos ou determinado órgão em toda a sua espessura saindo na outra superfície. Figura 4: Figura 5: Figura 6: Figura 7: 24 Orifício de Entrada: ferida circular ou oval, geralmente pequena, com bordas trituradas e com orla de detritos deixada pelo projétil (pólvora, fragmentos de roupas). Orifício de Saída: ferida geralmente maior, com bordas irregulares, voltadas para fora. Escoriações ou abrasões: produzidas pelo atrito de uma superfície áspera e dura contra a pele, sendo que somente esta é atingida. Frequentemente contém partículas de corpo estranho (cinza, graxa, terra). Avulsão ou amputação: ocorre quando uma parte do corpo é cortada ou arrancada (membros ou parte de membros, orelhas, nariz etc.). Lacerações: quando o mecanismo de ação é uma pressão ou tração exercida sobre o tecido, causando lesões irregulares. Os exemplos são inúmeros. Pode-se utilizar como exemplo as feridas causadas por projétil de arma de fogo, que são feridas perfurocontusas, podendo ser penetrantes e/ou transfixantes. 31 As ferida transfixantes possuem: Figura 8: 25 Figura 9: Figura 10: 7. CUIDADOS PARA COM AS VÍTIMAS DE FERIMENTOS O atendimento pré-hospitalar dos ferimentos visa a três objetivos principais: Proteger a ferida contra o trauma secundário; Conter sangramentos; Proteger contra infecção. Na fase pré-hospitalar deve-se evitar perder tempo em cuidados excessivos com os ferimentos que não sangram ativamente e não atingem os planos profundos. Estes cuidados retardam o transporte ao hospital, o que pode agravar o estado geral dos pacientes com lesões internas associadas. 31 No atendimento à vítima com ferimentos deve-se seguir os seguintes passos e cuidados: 31 1) Controle do ABC é a prioridade como em qualquer outra vítima de trauma. Ferimentos com sangramento importante exigem controle já no passo C. 26 2) Avaliação do ferimento, informando-se sobre a natureza e a força do agente causador, de como ocorreu a lesão e do tempo transcorrido até o atendimento. 3) Inspeção da área lesada, que deve ser cuidadosa. Pode haver contaminação por presença de corpo estranho e lesões associadas. O ferimento deve ser exposto e, para isto, pode ser necessário cortar as roupas da vítima; evite movimentos desnecessários com a mesma. 4) Limpeza da superfície do ferimento para a remoção de corpos estranhos livres e detritos; utilizar uma gaze estéril para remoção mecânica delicada e, algumas vezes, instilação de soro fisiológico, sempre com cautela, sem provocar atrito. Não perder tempo na tentativa de limpeza geral da lesão, isto será feito no hospital. Objetos impalados não devem ser removidos, mas sim imobilizados para que permaneçam fixos durante o transporte. 31 5) Proteção da lesão com gaze estéril que deve ser fixada no local com bandagem triangular ou, se não estiver disponível, utilizar atadura de crepe. CUIDADOS NOS DIVERSOS TIPOS DE FERIMENTOS Nas escoriações, é comum a presença de corpo estranho (areia, graxa, resíduos de asfalto etc.), fazer a tentativa de remoção conforme descrito anteriormente; em seguida, cubra a área escoriada com gaze estéril fixando-a no local com atadura ou bandagem triangular. 31 Nas feridas incisivas, aproximar e fixar suas bordas com um curativo compressivo, utilizando atadura ou bandagem triangular. 31 Nas feridas lacerantes, controlar o sangramento utilizando os métodos de pressão direta e/ou elevação do membro, proteger com uma gaze estéril firmemente pressionada. Lesões graves podem exigir a imobilização da parte afetada. 31 Nas avulções e amputações, os cuidados de emergência requerem, além do controle de sangramento, todo o esforço da equipe de socorro para presenvar a parte amputada. 31 No caso de retalhos de pele, recoloca-lo na posição normal delicadamente, após a limpeza da superfície; em seguida, fazer o curativo. Partes do corpo amputadas devem ser colocadas em bolsa plástica seca, estéril, 27 selada e se possível resfriada (jamais congelar), que deve acompanhar o paciente até o hospital. 31 Nas feridas perfurantes, por arma de fogo, devem ter os orifícios de entrada e saída do projétil igualmente protegidos. Arma branca que permanece no corpo não deve ser removida e sim fixada para que permaneça imobilizada durante o transporte, pois a retirada pode agravar o sangramento. 31 Ferimentos em cabeça, tórax e abdome exigem atenção redobrada pela equipe de socorro pelo risco de comprometer as funções vitais (nível de consciência, respiração e circulação). Quando na cabeça, não pressionar a área atingida sob risco de lesão de cérebro por extremidades ósseas fraturadas. Ferimentos penetrantes em tórax podem comprometer o mecanismo da respiração pela entrada de ar na cavidade pleural; o curativo deve ser oclusivo sendo que um dos lados do mesmo não é fixado (três pontas). 31 Nas eviscerações (saída de vísceras abdominais pelo ferimento) não tentar recolocar os órgãos para dentro da cavidade abdominal; cobrir com plástico esterelizado próprio para este fim ou compressas úmidas (embebicidas em soro fisiológico). Conforme a análise do mecanismo que produziu a lesão, caracterítica do ferimento (profundo, complicado), a região do corpo atingido (cabeça, pescoço, tórax e abdome) e o grau de sangramento o médico deve ser acionado caso não esteja presente no local do acidente. 31 8. RESUMO DO ATENDIMENTO À VÍTIMA DE FERIMENTO 1) Controle do ABC e análise do mecanismo de lesão. 2) Expor o ferimento para inspeção. 3) Controle do sangramento. 4) Limpeza de superfície da lesão. 5) Proteção com gaze estéril. 6) Bandagem triangular ou atadura de crepe para fixar a gaze. Certifique-se da presença de pulso distal após a colocação da bandagem porque pode estar muito apertada. 7) Mantenha a vítima imóvel, quando possível. Movimentos desnecessários podem precipitar ou aumentar sangramentos. 28 8) Conforte a vítima, informando os procedimentos adotados, assim ela se tranquiliza e colabora com o atendimento.selada e se possível resfriada (jamais congelar), que deve acompanhar o paciente até o hospital. Figura 11: 9. INTERVENÇÃO EM CRISES Frequentemente, o socorrista enfrenta situações em que, além da responsabilidade de aplicar as técnicas de abordagem e atendimento corretas à vítima, se vê forçado a restabelecer o equilíbrio emocional e social das pessoas envolvidas no incidente. 31 Denominamos “intervenção em crises” a atenção especial dispensada pela equipe de socorro à vítima, a familiares,amigos ou outros espectadores na cena da ocorrência, que se encontrem em estado de crise. 31 Definimos “crise” como a incapacidade do indivíduo em lidar com o estresse por meio de mecanismos habituais. Quando se defronta com um problema novo ou insuportavelmente angustiante, responde com um temporário estado de desequilíbrio emocional. 31 As reações aos diversos agentes estressores dependem da capacidade emocional e física, variável em cada indivíduo. Assim definido, considera-se a crise uma situação de emergência, em que a pessoa põe em risco sua própria vida, a de outras pessoas e até a da equipe de socorro, em função da desorganização súbita ou rápida da capacidade de controlar seu próprio comportamento. 31 29 10. SITUAÇÕES MAIS FREQÜENTES RESPONSABILIZADAS POR PROVOCAREM CRISES Emergências médicas em geral Geralmente quando doenças ou acidentes acometem alguém que apresente risco de vida aos olhos dos familiares. O medo e a incapacidade de enfrentar equilibradamente a situação por parte da vítima e familiares desencadeiam um estado de crise, que vai de simples alterações de comportamento, como quadros de ansiedade, agitação, apatia, até a estados mais complexos de depressão e agressão. 30 Emergências psiquiátricas Pessoas com doenças mentais estabelecidas, que apresentam atitudes extremas, como agressividade, riscos de suicídio e homicídio. É importante saber que este quadro psiquiátrico pode estar associado a reações tóxicas medicamentosas, a uso ou abuso de drogas e álcool e a doenças orgânicas. 30 Conflitos Emocionais O paciente se apresenta ansioso, confuso e amedrontado, expressando dificuldade de enfrentar situações interpessoais (conflitos familiares como divórcios, brigas conjugais, perda de ente querido, perda de emprego). Com frequência uma crise de ansiedade leva o paciente a buscar atendimento de emergência, muitas vezes desejando apenas ser ouvido atentamente para acalmar-se; 30 Catástrofes, Acidentes com Múltiplas Vítimas: Dependendo da magnitude do evento, há prejuízos no controle emocional da própria equipe que está prestando socorro. São situações de estresse acentuado que exigem auto grau de iniciativa e discernimento dos socorristas durante o atendimento. 30 Como podemos observar, as crises variam quanto ao grau de urgência e gravidade, indo desde um quadro de ansiedade até estados de violência capazes de provocar uma reação defensiva ou atitude negativa por parte de socorristas não preparados, dificultando ou impedindo a resolução do caso. 30 Devemos lembrar que, normalmente, a crise e pessoa anteriormente sadia tende a seguir fases sucessivas, que voltam ao normal, dependendo da abordagem externa que, se adequada, pode abreviar sua duração. 30 30 Fases da Crise Nas três primeiras fases, o indivíduo perde o contato com a parte adulta da sua personalidade, com tendência a apresentar um comportamento imprevisível. Com abordagem conveniente, pode-se conseguir a reversão da crise. Retomando a realidade, a vergonha e o constrangimento exigem das equipes de apoio e socorro capacidade para tranquilizar a vítima de modo a que ela se recupere de forma mais rápida e segura. 30 A intervenção adequada em estados de crise exige maturidade e controle emocional por parte dos socorristas. Se estes não se sentem capazes para agir, devem solicitar, substituição por outros colegas, atitude que demonstra maturidade emocional. 30 Figura 12: Princípios Gerais do Manejo de Crises Quando a avaliação e a abordagem da vítima em crise são feitas de modo habilidoso, estabelecem-se os alicerces para o êxito no manejo do caso. Ao aproximar-se, observar o paciente e aqueles que estiverem com ele. Alguns sinais (linguagem corporal, por exemplo) esclarecem certos fatos. 30 Observar também o ambiente e certificar-se de que a vítima e outros presentes estejam protegidos, assim como a equipe de socorro. Exemplo: objeto ao alcance da vítima que possa ser utilizado como arma. Em nenhum momento a equipe de socorro deve colocar-se em perigo. 30 Se necessário solicite apoio policial, médico, etc. Coletar dados: o que aconteceu? Se é portador de doença mental, se já teve crises anteriores etc. 31 Lembrar sempre que a aproximação deve ser calma, porém firme, com um único socorrista servindo de interlocutor, identificando-se de forma clara, simples e declarando sua intenção de ajuda-primeiro passo para estabelecer vínculo com a vítima. 30 Mantenha-se a uma distância confortável e segura durante a abordagem. Separar a vítima de outras pessoas com o objetivo de tranquilizar o ambiente. Muitas vezes a ansiedade dos presentes dificulta a abordagem e o manejo do caso. É indispensável que o interventor tenha atitudes firmes, ordens claras e objetivas, mas não arrogantes. 30 Permitir a vítima que fale, ouvindo-a com cuidado. Isso é fundamental para consolidar o vínculo. Mantenha contato visual enquanto o paciente fala; preste atenção e mostre-se interessado; cuidado em não emitir opiniões precipitadas; não julgue e não critique qualquer atitude dela; mantenha-se neutro. Comporte-se como um profissional em atendimento e não em conversa informal. Dessa forma, você reassegura o paciente, fazendo-o ver que lhe está proporcionando ajuda e que, mesmo o problema sendo difícil, poucos são os realmente insolúveis. 30 Conforme orientações médicas, informe claramente a vítima sobre o que será feito para ajudá-la a sair da crise; assim ela se torna mais cooperativa. Mantenha contato verbal continuamente. Caso tenha que se afastar por algum momento, solicite a algum colega que permaneça junto a ela. Como regra geral, não a deixe sozinha nem por um instante. 30 No caso em que não obtiver o controle da situação pela intervenção verbal, pode ser necessária a contenção física. Para isso, solicitar o apoio de outras pessoas da equipe ou espectadores que demonstrem preparo para colaborar. 30 Se possível, promova a contenção conhecida por “grupo de oito “, isto é, oito pessoas imobilizam suavemente o paciente, contendo-o dois a dois em nível de cabeça, ombro, quadril e pernas. Lembre-se de manter contato verbal contínuo com a vítima durante a contenção, tentando acalmá-la, informando que a medida tomada se destina a protegê-la. 30 Transporte a vítima para o tratamento definitivo, conforme orientação médica, e forma mais tranquila possível. Não ligar a sirene, pois pode aumentar- 32 lhe a ansiedade e o medo. Todos os pacientes violentos e os suicidas devem ser hospitalizados, mesmo que a crise pareça ter sido controlada. 30 Avaliar o risco de suicido de vítima numa emergência é tarefa difícil. Toda tentativa de suicídio deve ser tratada com seriedade. 30 Sinais de Alto Risco de Suicídio História de tentativa anterior; Controle deficiente de impulsos; Uso de drogas e ou álcool; Ausência de sistemas de apoio social; Recente perturbação familiar 11. EMERGÊNCIAS CLÍNICAS Podemos conceituar como sendo uma ampla variedade de doenças cuja causa não inclui violência sobre a vítima. O atendimento às emergências clínicas fundamenta-se na entrevista, sinais vitais e avaliação física do paciente, para definir o tratamento adequado, não tendo como principal finalidade um diagnóstico, no atendimento pré-hospitalar. Observações: uma emergência clínica poderá produzir um trauma e ficar mascarada. 31 Ex: um paciente com AVC perde a consciência, sofre uma queda de nível e é lesionado. Um trauma poderá produzir uma emergência clínica. Ex: o estresse de um acidente automobilístico poderá produzir um infarto agudo do miocárdio (IAM) ou um acidente vascular cerebral (AVC). 31 Uma freqüência de pulso superior a 120 bpm ou menor que 60 bpm indica uma possível emergência clínica em uma vítima adulta. Uma frequência respiratória maior que24 vpm ou menor que 8 vpm indica uma possível emergência clínica em uma vítima adulta. 31 Emergências clínicas cardiovasculares As emergências clínicas cardiovasculares mais comuns são: Infarto agudo do miocárdio; Insuficiência cardíaca congestiva; Acidente vascular cerebral, e; Hipertensão. 31 33 12. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM) O termo infarto do miocárdio significa basicamente a morte de cardiomiócitos causada por isquemia prolongada. Em geral, essa isquemia é causada por trombose e/ou vasoespasmo sobre uma placa aterosclerótica. O processo migra do subendocárdio para o subepicárdio. 58 A maior parte dos eventos é causada por rotura súbita e formação de trombo sobre placas vulneráveis, inflamadas, ricas em lipídios e com capa fibrosa delgada. Uma porção menor está associada à erosão da placa aterosclerótica. 58 Existe um padrão dinâmico de trombose e trombólise simultaneamente, associadas a vasoespasmo, o que pode causar obstrução do fluxo intermitente e embolização distal 59 (um dos mecanismos responsáveis pela falência da reperfusão tecidual apesar da obtenção de fluxo na artéria acometida). Dentro de um espectro de possibilidades relacionadas com o tempo de evolução, o miocárdio sofre progressiva agressão representada pelas áreas de isquemia, lesão e necrose sucessivamente. Na primeira, predominam distúrbios eletrolíticos, na segunda, alterações morfológicas reversíveis e na última, danos definitivos. 60 Da mesma forma, essas etapas se correlacionam com a diversidade de apresentações clínicas que variam da angina instável e infarto sem supra até o infarto com supradesnível 60 do segmento ST. É por isso que o manejo do infarto é baseado no rápido diagnóstico, na desobstrução imediata da coronária culpada, manutenção do fluxo obtido, profilaxia da embolização distal e reversão de suas complicações potencialmente fatais (arritmias, falência cardíaca e distúrbios mecânicos). 60 Sinais e sintomas Dor ou sensação de opressão no peito podendo irradiar-se para o queixo, braços, antebraços, mandíbula e costas, com duração superior a 30 minutos. 31 Náuseas. Dificuldade respiratória. Sudorese. Fraqueza. Dor próxima à região epigástrica, podendo defini-la apenas como mal-estar gástrico. 34 Vômito. Falta de ar. Agitação. Queda de pressão arterial. Sinais de choque. Parada cardíaca. Tratamento pré-hospitalar: Tranquilize o paciente. Coloque-o em posição de repouso, permitindo uma respiração mais confortável, geralmente, na posição semi-sentada. 31 Administre oxigênio suplementar. Afrouxe roupas apertadas. Mantenha a temperatura corporal (normal 36,5 a 37,0º C). Transporte o paciente, monitorando os sinais vitais. 31 Oriente para o paciente que faz uso de AAS, para usá-lo, desde que não tenha histórico de sangramentos ou alergias. Quando uma área do músculo cardíaco é parcialmente privada de suprimento sanguíneo, está ocorrendo uma angina de peito, na qual os sinais, sintomas e tratamento pré-hospitalar são os mesmos apresentados em um IAM. 31 A dor é produzida ou agravada pelo exercício e aliviada pelo repouso (aproximadamente após 10 minutos) ou medicamentos. O paciente consciente de sua condição, geralmente toma medicamento para aliviar a dor. O socorrista deve orientá-lo a tomar a medicação conforme prescrição médica. 31 35 Quadro 1: 13. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA Insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica complexa, na qual o coração é incapaz de bombear sangue de forma a atender às necessidades metabólicas tissulares, ou pode fazê-lo somente com elevadas pressões de enchimento. Tal síndrome pode ser causada por alterações estruturais ou funcionais cardíacas e caracteriza-se por sinais e sintomas típicos, que resultam da redução no débito cardíaco e/ou das elevadas pressões de enchimento no repouso ou no esforço. 40 O termo “insuficiência cardíaca crônica” reflete a natureza progressiva e persistente da doença, enquanto o termo “insuficiência cardíaca aguda” fica 36 reservado para alterações rápidas ou graduais de sinais e sintomas resultando em necessidade de terapia urgente. Embora a maioria das doenças que levam à IC caracterizem-se pela presença de baixo débito cardíaco (muitas vezes compensado) no repouso ou no esforço (IC de baixo débito), algumas situações clínicas de alto débito também podem levar a IC, como tireotoxicose, anemia, fístulas arteriovenosas e beribéri (IC de alto débito). 40 Sinais e sintomas Respiração ofegante e ruidosa. Insuficiência respiratória. Tosse. Náuseas. Anorexia. Fadiga. Ansiedade e agitação. Inquietação. Edema no tornozelo. Edema no abdômen. Veias do pescoço distendidas. Cianose. O paciente insiste em ficar sentado ou de pé. Observação: na insuficiência cardíaca, não é frequente que a vítima apresente dor torácica. Tratamento pré-hospitalar: 1. Repouso, dependendo da gravidade do caso. 2. Manter a temperatura normal (tratar hipertermia, pois pode causar aumento das necessidades metabólicas). 3. Correções dos distúrbios hidroeletrolíticos, acidobásicos e metabólicos (a restrição salina não deve ser utilizada em crianças pequenas, podendo ser uma alternativa para adolescentes). 4. Sedação leve, sempre com o paciente monitorado. Pode auxiliar na diminuição do estresse e reduzir o gasto energético. 37 5. Correções da anemia (melhora o transporte de O2). 6. Oferta de oxigênio. 14. ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é um dos mais importantes problemas de saúde pública da atualidade, constituindo-se em uma das patologias neurológicas de maior prevalência e, ainda, uma das principais causas de incapacidade temporária ou definitiva. 33 No Brasil, anualmente, são registradas 68 mil mortes por AVC. 33 Até 70% dos pacientes que têm AVC recebem alta hospitalar com problemas relacionados à comunicação oral e à incapacidade funcional residual, fontes geradoras de dependência nas atividades de vida diária. 34,35 O prejuízo da comunicação oral no AVC é decorrente da afasia e da disartria, 36 perdas da capacidade de comunicação que podem gerar isolamento social e consequentes quadros depressivos. 37 Os AVCIs podem ser classificados, segundo o mecanismo etiológico envolvido, em: aterotrombóticos, cardioembólicos, lacunares, hemodinâmicos e venosos. Essa diferenciação é fundamental na prevenção secundária eficiente. O infarto cerebral aterotrombótico ocorre quando a aterosclerose envolve determinados sítios das artérias intra e extracranianas, levando à sua oclusão ou a um de seus ramos. Existem dois mecanismos principais pelos quais a aterosclerose leva ao infarto. Pode haver trombose a partir de uma placa aterosclerótica com obstrução da luz arterial ou fragmentação de uma placa ou trombo sobreposto a esta, com embolia artério-arterial. 38 No AVC hemorrágico a apresentação clássica é um déficit neurológico focal súbito que progride em minutos ou horas, com rebaixamento do nível de consciência, acompanhado por cefaléia, náusea, vômitos e elevação da pressão arterial. 39 Comumente decorre de 4 fatores: Trombose cerebral - coágulo de sangue que se forma no interior de vasos. 38 Embolia cerebral - oclusão provocada por um corpo estranho (êmbolo) que se desloca na circulação sanguínea e estaciona no vaso cujo calibre é menor do que ele. Estenose arterial - estreitamento da artéria que irriga o encéfalo, interrompendo a circulação. Hemorragia - é causada por rompimento de uma artéria, deixando uma área do cérebro sem nutrição. O sangue que sai do vaso aumenta a pressão intracraniana pressionando o cérebro, interferindo em suasfunções. 31 Tipos de AVC AVC isquêmico - provocado por trombose, embolia ou estenose arterial. AVC hemorrágico - causado por hemorragia. Sinais e sintomas Os sinais são muito variados dependendo da localização e extensão do dano. De forma geral, incluem: dor de cabeça (talvez o único sintoma); síncope; alterações do nível de consciência; formigamento ou paralisia, usualmente das extremidades; dificuldade respiratória; queda facial; alteração visual; convulsão; pupilas desiguais (anisocoria); perda do controle urinário ou intestinal; hipertensão; e dificuldade na fala (afasia) pode se traduzir em uma dificuldade para falar, ouvir, compreender, bem como ler e escrever. Escala pré-hospitalar para AVC de Cincinnati É utilizada para identificar um provável AVC. Muitos sinais de AVC podem ser vagos ou ignorados pelo paciente. Como socorrista, você poderá identificar um AVC, por meio desta escala, que consiste na avaliação de três sinais físicos importantes. 31 Queda facial 39 Esse sinal fica mais evidente quando o socorrista pede para o paciente sorrir ou mostrar os dentes. Se um dos lados da face estiver caído ou não se mover tão bem quanto o outro, indica um quadro de AVC. 31 Figura 13: Debilidade nos braços Isso se torna evidente, se o paciente estender os braços para frente por um período de 10 segundos, com os olhos fechados. Se um braço pender para baixo ou o paciente não consegue movimentar, pode indicar um AVC. 31 Figura 14: Fala anormal Quando o paciente pronuncia frases ininteligíveis; é incapaz de falar ou a fala sai arrastada. Peça para que o paciente diga "o rato roeu a roupa do rei de Roma", ou outra frase similar. 31 40 Quadro 2: 15. HIPERTENSÃO Define-se Hipertensão Arterial (HA) quando os valores da Pressão Arterial (PA) sistólica são iguais ou maiores que 140mmHg e/ou 90mmHg para PA diastólica, em pelo menos duas ocasiões distintas, em presença ou não de Diabetes Mellitus (DM). 61 A maior incidência da hipertensão é verificada entre mulheres da raça negra, fumantes, na faixa etária entre 30 e 50 anos. Embora a incidência seja mais elevada no sexo feminino, a tolerância nas mulheres é maior que nos homens. 31 Valores normais: - diástole 60 a 90mmHg. - sístole 100 a 140mmHg. Sinais e sintomas - Cefaléia. - Náuseas. - Ansiedade. - Zumbido nos ouvidos. 41 - Alteração visual. - Hemorragia nasal. - Formigamento na face e extremidades. - Pressão arterial elevada. Tratamento pré-hospitalar 1. Mantenha as vias aéreas permeáveis. 2. Coloque o paciente em posição sentada ou semi-sentada. 3. Mantenha o paciente em repouso. 4. Promova o suporte emocional. 5. Oriente-o para que tome a medicação habitual. 6. Transporte o paciente. 16. INSUFICIÊNCIAS RESPIRATÓRIAS A Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA) representa a incapacidade de manutenção do estado eficiente de troca gasosa entre o organismo e a atmosfera. Excetuando-se a fase ambiental da respiração (fotossíntese nos vegetais), a respiração apresenta três fases: pulmonar, circulatória e mitocondrial. A IRpA, portanto, pode resultar de disfunções pulmonar, da parede torácica, dos músculos ventilatórios, de problemas cardíacos ou distúrbios mitocondriais. Podem ocorrer, também, distúrbios do centro respiratório hipotalâmico. 62,63,64 A insuficiência respiratória observada, em pacientes que possuem previamente pulmões e centro respiratório hígidos, em geral, se expressa pela Hipoxemia e hipocapnia, porque o CO2 difunde mais facilmente do que o oxigênio. 62 Os portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), doenças neuromusculares e que possuem comprometimento do centro respiratório (superdosagem de drogas) tendem a apresentar, entretanto, hipoxemia e hipercapnia, devido ao baixo volume minuto e à retenção do gás carbônico. 62 Sinais e sintomas Dispnéia. Sons atípicos durante a respiração (estertores, sibilos, roncos). Pulso alterado. 42 Cianose. Agitação. Tosse. Respiração alterada. Causas mais frequentes Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) Constitui importante grupo de doenças crônicas, compreendendo a asma brônquica, bronquite crônica e o enfisema pulmonar. Caracteriza-se por uma dificuldade respiratória e troca insuficiente de O2 e CO2 nos pulmões. Embora seja uma enfermidade crônica, pode apresentar-se de forma aguda. 31 Asma brônquica Enfermidade das vias respiratórias em que predomina a dificuldade na expiração. 31 Bronquite Inflamação dos brônquios. Enfisema: Enfermidade na qual ocorre a perda da elasticidade pulmonar, tendo como principal causa o fumo. Hiper-reatividade do sistema respiratório A inalação de fumaça e gases muito quentes (incêndio) podem desencadear problemas respiratórios agudos ou até parada respiratória. Outra causa comum é a inalação de gases irritantes ou corrosivos. A combustão de muitos produtos químicos, como os plásticos, exala gases altamente tóxicos para o homem. 31 Hiperventilação Aumento da troca respiratória caracterizada por respirações rápidas e profundas. Suas causas podem ser: alterações metabólicas, diabetes (cetoacidose diabética, queda do pH sanguíneo devido à má perfusão tecidual), ansiedade e outros. 31 Nessas situações, o socorrista deverá tranquilizar o paciente e fazê-lo respirar utilizando um saco de papel ou plástico durante alguns minutos, para que ocorra o equilíbrio entre os níveis de O2 e CO2. 31 Observação: se a respiração é rápida e superficial e não melhora com as medidas explicadas acima, assume que o problema é mais sério que uma simples hiperventilação. 31 43 Manifestações respiratórias agudas do choque anafilático O choque anafilático é uma reação alérgica severa que põe em perigo a vida. Entre os sinais ou sintomas mais frequentes temos a urticária, edema de face, lábios e pescoço. 31 Pode manifestar-se também edema na língua e/ou na glote, fazendo com que obstruam as vias aéreas. 31 Tratamento pré-hospitalar 1. Remova o paciente para uma área arejada, se a causa for inalação de gases ou fumaça. 2. Mantenha as vias aéreas permeáveis. 3. Assegure-se que o problema não é uma OVACE. 4. Administre oxigênio suplementar. 5. Promova suporte emocional. 6. Coloque o paciente em posição semi-sentada ou sentada. 7. Mantenha temperatura corporal (normal 36,5 a 37,0º C). 8. Previna o choque. 9. Transporte o paciente. Observação: as reações aos gases tóxicos ou demais gases podem aparecer imediatamente ou horas depois da inalação. 17. DIABETES DIABETES MELLITUS inclui um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia, resultante de defeitos na secreção de insulina e/ou em sua ação. 56 A hiperglicemia se manifesta por sintomas como poliúria, polidipsia, perda de peso, polifagia e visão turva ou por complicações agudas que podem levar a risco de vida: a cetoacidose diabética e a síndrome hiperosmolar hiperglicêmica não cetótica. 57 A hiperglicemia crônica está associada a dano, disfunção e falência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, coração e vasos sangüíneos. 57 Sinais e sintomas (hiperglicemia) Sede. Dificuldade respiratória. Pulso rápido e fraco. 44 Hálito cetônico. Pele quente e seca (desidratada). Astenia. Alteração do nível de consciência (pode levar ao coma não pela elevação no nível de glicose no sangue, mas pela acidez). Observação: o socorrista deverá fazer uma boa entrevista, para averiguar se o paciente é diabético, se está em tratamento, se recebeu insulina ou se alimentou. 31 Tratamento pré-hospitalar 1. Mantenha o paciente em repouso. 2. Transporte o paciente. Quando aquantidade de insulina é excessiva, rapidamente, esgota-se a glicose do sangue, ocorrendo o comprometimento do sistema nervoso central, que utiliza, como fonte de energia, quase exclusiva, a glicose, podendo conduzir ao choque insulínico (hipoglicemia). 31 Sinais e sintomas (hipoglicemia) Respiração normal ou superficial. Pele pálida e úmida, freqüentemente, sudorese fria. Pulso rápido e forte. - Hálito sem odor característico. Cefaléia e náuseas. Desmaio, convulsões, desorientação ou coma. Tratamento pré-hospitalar: 1. Mantenha o paciente em repouso. 2. Mantenha vias aéreas abertas e fique prevenido para ocorrências de vômito. 3. Se o paciente estiver consciente, dê açúcar ou líquido açucarado, mas se não estiver totalmente consciente, não dê nada por via oral. 4. Previna o choque. 5. Transporte o paciente. 45 18. CONVULSÃO Gastaut (1973) definiu epilepsia como: "Uma desordem crônica do cérebro por várias etiologias, caracterizada por crises recorrentes devido à descarga de neurônios cerebrais [...]. Crises epilépticas isoladas ou ocasionais, ocorrendo em doenças agudas, não devem ser classificadas como epilepsia." 65 Manifestações: Tônicas - são prolongadas e imobilizam os membros atingidos. Clônicas - resultam de uma série de contrações rápidas e rítmicas. Tônico-clônicas - a imobilização da parte atingida é interrompida por contrações clônicas. Causas: intoxicações, doenças neurológicas, traumatismo Crânio-encefálico, febre, e doenças infecciosas (meningite, tétano). 19. EPILEPSIA Epilepsia é um distúrbio cerebral causado pela predisposição permanente do cérebro em gerar crises epilépticas espontâneas, recorrentes, acompanhadas de consequências neurobiológicas, cognitivas e sociais. 65 As crises epilépticas são definidas como manifestações clínicas que refletem disfunção temporária de um conjunto de neurônios. Dependendo da localização, as crises podem ser focais, ou seja, com início em uma região restrita do encéfalo, ou generalizada, quando as descargas se originam concomitantemente nos dois hemisférios. As crises focais podem ser simples, quando há preservação da consciência durante o ictus (crise epiléptica), ou complexas, quando há perda de consciência. 65 Tipos: Grande mal Caracteriza-se por convulsões generalizadas, chamadas tônicoclônicas, podendo durar de alguns segundos até 3 a 4 minutos. 31 46 Pequeno mal Caracteriza-se pela perda total ou parcial da consciência, geralmente pelo período de 3 a 30 segundos, durante os quais o paciente apresenta várias contrações musculares em forma de abalos, geralmente, na região da cabeça, especialmente o piscar dos olhos. 31 Epilepsia focal É também chamada de epilepsia Jacksoniana ou crise psicomotora que pode causar um curto período de amnésia, uma irritabilidade anormal, desconforto ou medo. 31 Convulsão febril Ocorrem somente em algumas crianças menores de 5 anos, desencadeadas durante hipertermias. É rara entre 2 a 6 meses e não ocorre abaixo dos 2 meses. É importante lembrar que se poderá repetir. Sempre requer atenção médica. 31 Convulsões por febre (em crianças) Baixe a temperatura com aplicação de compressas frias e transporte-a para o hospital. 31 Sinais e sintomas de uma crise convulsiva 1. Perda da consciência: a vítima poderá cair e machucar-se. 2. Rigidez do corpo: especialmente do pescoço e extremidades, outras vezes, desenvolve um quadro de tremores de diversas amplitudes. 3. Pode ocorrer cianose/ ou parada respiratória: em algumas ocasiões, há perda do controle dos esfíncteres urinário e anal. 4. Depois das convulsões, o paciente recupera seu estado de consciência lentamente. Pode ficar confuso por um certo tempo e ter amnésia do episódio. Tratamento pré-hospitalar das convulsões Observação: não introduzir nada na boca do paciente. 1. Posicione o paciente no solo ou em uma maca. Durante a crise, evite que se machuque com golpes em objetos dispostos ao seu redor. 2. Afrouxe bem as roupas apertadas. 3. Proteja a cabeça do paciente. 4. Monitore a respiração e administre oxigênio suplementar. 47 5. Depois da crise, mantenha a privacidade do paciente e explique a ele que deverá receber auxílio médico. 6. Transporte o paciente. 20. Traumatismo craniano Entende-se por TCE qualquer agressão de ordem traumática que acarrete lesão anatômica ou comprometimento funcional do couro cabeludo, crânio, meninges, encéfalo ou seus vasos. No conjunto de lesões das causas externas, o TCE destaca-se em termos de magnitude e, sobretudo, como causa de morte e incapacidade. 67 Observação: é muito importante uma boa entrevista para averiguar antecedentes de traumas na cabeça ou quedas. 21. ABDOME AGUDO Dor abdominal súbita e intensa, desconforto abdominal relacionado a várias condições clínicas ou problemas específicos do abdômen. 31 Causas: Apendicite, Úlceras, Doença hepática, Obstrução intestinal, Inflamação da vesícula, e Problemas ginecológicos. Sinais e sintomas do abdome agudo Dor abdominal. Dor retro-abdominal (nas costas). Náuseas e vômitos. Ansiedade. Pulso rápido. Tratamento pré-hospitalar 1. Não dê nada por via oral. 2. Mantenha as vias aéreas abertas e previna-se para ocorrência de vômito. 3. Previna o estado de choque. 48 4. Mantenha o paciente em repouso, em uma posição confortável. 5. Promova suporte emocional. 6. Transporte o paciente. 22. EMERGÊNCIAS EMOCIONAIS Emergência emocional é um tipo de alteração de comportamento causado por uma situação, problema ou resultado de um trauma psíquico vivenciado pela vítima. 31 Ocasionando então afloramento de emoções incontroláveis e não assimiladas pelo sujeito, resultando daí uma crise com alterações do estado emocional devido à tensão do momento. 31 Como socorrista, sempre considere o estado emocional da vítima, da família, de amigos e de acompanhantes afetados pela situação. Sinais externos de ansiedade, medo ou agitação motora podem evoluir para uma histeria, ao perceber isso, comece a se comunicar com o paciente, e este perderá o controle de suas atitudes emitindo comportamentos inadequados podendo advir danos a outros, ao paciente e até mesmo ao próprio socorrista. 31 Sinais e sintomas de pacientes com distúrbio emocional Ao avaliar o estado mental do paciente, o socorrista obterá uma impressão da habilidade de comunicação do paciente e sua orientação no tempo e espaço. 31 Os tópicos a seguir também ajudarão a determinar se o paciente está passando por uma crise emocional. Expressão de emoções que estão além do que é típico ou esperado. Susto extremo ou excitação após algum incidente, como um trauma ou uma discussão, com dificuldade em se acalmar. Não responde ao socorrista ou aos membros da família. Incapacidade de controlar seu comportamento dentro de limites aceitáveis. Passa a impressão de ser perigoso a si e aos outros. Para avaliar e cuidar de um paciente que esteja apresentando uma crise emocional, fique calmo e aja de maneira estritamente profissional. 49 Os emocionalmente transtornados manifestam seus problemas de várias formas, por meio de choro incontrolável ou uma calma que não corresponde à situação, aparenta não saber onde está ou repete várias vezes o mesmo questionamento, como também, pode ficar agressivo e recusar-se a receber ajuda. O distúrbio pode ser temporário ou de longa duração, podendo não ter histórico psiquiátrico, devendo ser encaminhado para clínica médica. 31 Observação: verifique sempre se o paciente possui um histórico de atendimentos em clínica de psiquiatria. Se não, há uma grande possibilidade de ser uma emergência emocional, na qual o paciente
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