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1 GESTÃO DE ASSISTÊNCIA DOMICILIAR HOME CARE 1 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 2 2. home care 4 3. GESTÃO DE ASSISTÊNCIA DOMICILIAR EM HOME CARE 6 4. ATENÇÃO DOMICILIAR NA ATENÇÃO BÁSICA 10 5. PRINCÍPIOS DA ATENÇÃO DOMICILIAR 12 6. O HOME CARE E O USO DE TECNOLOGIA E DISPOSITIVOS MÉDICOS 19 7. ESTRUTURAÇÃO E PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS PARA O ATENDIMENTO DOMICILIAR 22 8. ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO NA ATENÇÃO DOMICILIAR 25 REFERÊNCIAS 34 2 1. INTRODUÇÃO A assistência domiciliar (AD) engloba um conjunto de ações desenvolvidas pelos profissionais de saúde no domicílio do paciente, incluindo desde atividades simples até as mais complexas, como atividades de educação, prevenção, recuperação e manutenção da saúde, que são direcionadas para o paciente e seus familiares (LACERDA et al., 2010). Nesse cenário, o governo federal, em novembro de 2011, implantou o Programa Melhor em Casa, que tem como objetivo ampliar o cuidado prestado ao usuário no domicílio. O programa assegura benefícios como ampliação da assistência em saúde no Sistema Único de Saúde (SUS),atendimento humanizado ao paciente em seu lar e perto dos seus familiares, redução do risco de contaminação e infecção de pacientes em pós--cirúrgico, diminuição da ocupação hospitalar e também economia de 80% dos custos por paciente, quando comparado o custo no internamento hospitalar ao domiciliar (BRASIL, 2011).A AD pressupõe trabalhar com variáveis não controladas permeadas pelos interesses do paciente e de seus familiares. Nesse sentido, a gestão em AD envolve grande complexidade, porque a atuação da equipe é sempre na casa do outro. O profissional pede permissão para atuar no domicílio, o que destaca o poder e a autoridade do paciente e de sua família (DAL BEN, 2011). Por ser uma área presente no sistema de saúde e estar em expansão, a AD necessita da atuação de gestores em saúde, que são profissionais que têm competências, como comunicação, tomada de decisão, negociação, trabalho em 3 equipe, relacionamento interpessoal, flexibilidade, empreendedorismo, criatividade, visão sistêmica, planejamento e organização (FURUKAWA;CUNHA, 2011). As ações de gestão do cuidado em AD referem-se a atos de cuidado direto e indireto, de caráter instrumental e expressivo, realizados por profissionais de saúde de forma integrada e articulada, cujo propósito é oferecer um cuidado sistematizado e de qualidade aos usuários dos serviços de saúde (CHRISTOVAM;PORTO; OLIVEIRA, 2012). Assim, é necessário todo um processo administrativo em torno da AD para que o gestor dessa atividade obtenha sucesso, atendendo, principalmente, a regulamentação da AD. Todo este processo administrativo abrange: o fluxo de prestação de serviços que engloba a sua solicitação; a avaliação do paciente e seu grau de dependência; a avaliação das condições do ambiente; a classificação dos pacientes na modalidade de cuidado adequada; a geração de orçamentos de custos; a avaliação das condições de recursos humanos; e, por fim, intervenção no domicílio até a alta desse cuidado (DAL BEN, 2011). Na AD, os gestores buscam modelos de gestão que promovam a participação das equipes nos resultados dos trabalhos desenvolvidos com foco no atendimento das necessidades do paciente, com custos adequados e envolvimento da família. Para isso, os processos precisam ser claros e bem desenhados, permitindo ao gestor a utilização de ferramentas adequadas e avaliação constante (BERNARDINI; NISHIDA, 2011). Nesse sentido, este artigo tem o objetivo de descrever como a assistência domiciliar é vivencia da pelos gestores em saúde, visando desenvolver um modelo teórico que contemple essa experiência. 4 2. HOME CARE É a assistência médica ou de suporte prestada por um cuidador profissional na casa individual onde o paciente ou cliente está morando, em oposição a assistência prestada em acomodações em grupo, como clínicas ou lares de idosos. O atendimento home care também é conhecido como atendimento domiciliar, atendimento social ou atendimento domiciliar. Compreende um leque de atividades, destacando-se o auxílio paramédico por enfermeiros e a assistência na vida quotidiana a doentes, deficientes ou idosos. Os clientes que recebem cuidados de saúde em casa podem incorrer em custos mais baixos, receber cuidados iguais a melhores e ter maior satisfação em comparação com outros locais. Ocasionalmente, cuidados paliativos e de fim de vida podem ser fornecidos por meio de enfermagem domiciliar. Enfermeiros de saúde domiciliar podem ajudar os pacientes com atividades de vida diária (AVDs), como banho, ir ao banheiro e alimentação, ou eles dirigem e supervisionam o auxiliar na prestação de cuidados de AVD. Os enfermeiros monitoram os sinais vitais, cumprem as ordens do médico, coletam sangue, documentam as tarefas que realizam e o estado de saúde do paciente e comunicam- se entre o paciente, a família e o médico. Algumas enfermeiras viajam para várias casas por dia e fornecem visitas curtas a vários pacientes, enquanto outras podem ficar com um paciente por um determinado período por dia. 5 Lista de Símbolos µCC Média da Classificação das consequências µCR média aritmética das categorias dos riscos. ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ACCE American College of Clinical Engineering AD Atenção Domiciliar AEC Ambiente externo da casa do paciente AIC Ambiente interno da casa do paciente ALARP Tão baixo quanto razoavelmente praticável (do inglês As Low As is Reasonably Practicable) ANVISA Agencia Nacional de Vigilância Sanitária AS/NZS Australian/New Zealand Standards EB Engenharia Biomédica EC Engenharia Clínica Eq Equipamento ESB Estrutura básica (Framework) para a gestão de risco ESBi Número de itens de estrutura implementados ESBp Número de itens de estrutura pertinentes ESBs Número de itens de estrutura do padrão de referência da GR Et Equipe de Trabalho FB Fatores biológicos FFC Falha de funcionamento do equipamento FH Fatores humanos FUE Falha de uso do equipamento GR Gestão de Risco 6 3. GESTÃO DE ASSISTÊNCIA DOMICILIAR EM HOME CARE A subcategoria “Gerenciando recursos humanos” mostra que os gestores em saúde, ao atuarem na AD, deparam-se com a necessidade de administrar os recursos humanos. Essa subcategoria revelou o trabalho com uma equipe multiprofissional formada, muitas vezes, por profissionais autônomos. Englobou ainda a maneira como os gestores organizam o processo de trabalho, que inclui a utilização da comunicação em reuniões como ferramenta para melhoria do serviço, a realização da educação permanente, o acompanhamento do desenvolvimento do profissional por meio de avaliação, assim como a valorização do trabalhador para atuar na AD. Destacou-se a necessidade de profissionais comunicativos, para atuar na AD, que tenham habilidade e sensibilidade de se aproximar do paciente, família e cuidadores e sejam comprometidos em criar um vínculo de confiança. “[...] porque na assistência domiciliar você acaba criando um vínculo com a família [...]dando um amparo para esta família, segurando as questões técnicas e também as emocionais [...] Você tem que ter um equilíbrio emocional para falar com o marido, como filho, e isso exige muito do profissional. Então é difícil encontrar profissionais comprometidos, que tenham essa sensibilidade.” (Entrevista). Os gestores afirmam que, em geral, os profissionais atuantes na AD são enfermeiros, médicos, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas e cirurgiões dentistas. Podem ser participantes da equipe de saúde que atua no domicílio – o educador físico, o terapeuta ocupacional e o farmacêutico –, porém estão mais presentes na atenção básica. Assim, os gestores refletem a importânciadas atividades multiprofissionais, buscando estratégias para que elas de fato ocorram e viabilizem a realização de uma AD apropriada. Ao gerenciar recursos humanos, surge a necessidade de realização de reuniões semanais ou quinzenais com os profissionais que compõem a equipe para discutir os atendimentos domiciliares prestados aos pacientes sob cuidado e as estratégias de atuação. Trata-se de uma ação considerada relevante, por permitir produtivas trocas de informações entre os profissionais. Outras ações envolvem as atividades de educação permanente necessárias para o aprimoramento do cuidado realizado, com consequências para todos os 7 envolvidos no processo de trabalho. Foram mencionadas ações educativas relacionadas às técnicas que sofrem constantes atualizações, como, por exemplo, curativos. Faz-se necessária nesse processo a supervisão da equipe e do trabalho dos profissionais. Em geral, a avaliação dos técnicos de enfermagem é feita pelo enfermeiro responsável pela equipe, sendo repassada ao gestor; em relação às outras categorias profissionais, o próprio gestor faz a supervisão e a avaliação. Esse acompanhamento do profissional permite valorizar a atuação profissional no domicílio. A subcategoria “Gerenciando resíduos” explicita a organização do descarte dos resíduos gerados nos domicílios dos pacientes. A instituição prestadora da AD deve ter um plano de gerenciamento de resíduos que possa ser executado. Há casos em que o lixo gerado no domicílio é coletado por empresas contratadas, que passam nas residências dos usuários em dia específico. Em outras situações, o próprio funcionário traz o resíduo para a instituição, que tem local apropriado para descarte e armazenamento desse lixo, e uma empresa contratada realiza a coleta. No entanto, os gestores relatam que os profissionais estão expostos a riscos ao retornarem do domicílio com o lixo gerado até o local apropriado para descarte na instituição de saúde. O serviço de coleta de lixo nos domicílios, feito por empresas terceirizadas, tem um custo elevado que, muitas vezes, não permite ao paciente contratá-lo. A categoria central relaciona-se com a condição causal do fenômeno, explicitada na categoria “Aproximando-se da gestão da AD” e suas duas subcategorias “Apropriando-se da AD” e “Sendo Capacitada”. A subcategoria “Apropriando-se da AD” mostra que o maior contato com a assistência domiciliar acontece na graduação e é nesse momento que se apropriam das questões teóricas da AD. Para os gestores, esse contato é apenas uma aproximação com o tema, ainda muito superficial, tendo em vista a real complexidade da modalidade em questão. Ainda assim, os participantes afirmam que são poucos os cursos de pós-graduação voltados especificamente para a AD, principalmente no município em apreço. A fragilidade na formação pode refletir em desconhecimento de novas legislações específicas da AD, que passaram a vigorar recentemente. A subcategoria “Sendo capacitada” refere-se à capacitação dos gestores que revelam ter experiência profissional em decorrência da experiência acumulada na 8 área da gestão, porém sem experiência específica em AD. Assim, as instituições preocupam-se em capacitá-los, por meio de treinamentos, ao iniciarem suas atividades em AD aprendemos todas as ferramentas utilizadas na ESF, aquela questão de como tratar o paciente, as redes sociais dele, família e tudo mais. As estratégias do fenômeno foram expressas na categoria “Gerenciando o serviço”. A atuação na AD envolve o planejamento, a organização do atendimento domiciliar, a implementação do serviço e sua avaliação, além de uma aproximação com outros serviços de saúde, e a utilização de redes de apoio. Os gestores também referem ser avaliados em relação à sua atuação na gestão em AD. O processo de planejamento do cuidado ocorre pela caracterização do perfil da clientela atendida no domicílio. Todos os participantes comentaram que é constituído, principalmente, por pessoas idosas com doenças crônicas, sequela dos de acidente vascular cerebral (AVC)e acidentes por armas de fogo. Portadores de transtornos mentais e crianças também compõem o atendimento, porém em menor escala. A organização do serviço ocorre pela divisão dos profissionais de saúde por áreas ou regiões do município, tendo os profissionais de enfermagem a supervisão de um enfermeiro. A implementação da AD ocorre desde a solicitação do cuidado até a alta do paciente da AD.A solicitação do serviço pode ocorrer por meio do próprio usuário, da sua família, do plano de saúde, do contato de outro serviço de saúde, de um profissional de saúde ou até mesmo por meio do Ministério Público. Após a solicitação do serviço, o enfermeiro faz a primeira visita domiciliar para avaliar as necessidades de saúde do paciente e o ambiente em que ele se encontra. Quando o ambiente não suporta esse cuidado e quando não se tem um cuidador presente, dificilmente o serviço aceita o paciente. Os participantes da pesquisa não mencionaram a realização de visitas ao domicílio enquanto os pacientes ainda estão internados. Em seguida à identificação das necessidades, é elaborado um plano de cuidados com prescrições de profissionais, medicamentos, dietas, materiais e equipamentos. No caso da rede privada, esse plano de cuidados gera um orçamento de custos, que é repassado ao paciente ou ao plano de saúde para aprovação e início do processo. A avaliação do trabalho realizado pode ocorrer de duas formas: a discussão entre os membros da equipe sobre os atendimentos domiciliares realizados e a 9 supervisão dos pacientes que utilizam o serviço de AD. Ao empreenderem as discussões, os gestores conseguem unir grande parte da equipe e, assim, têm uma percepção maior sobre como está se desenvolvendo o serviço e os resultados obtidos. 10 4. ATENÇÃO DOMICILIAR NA ATENÇÃO BÁSICA Constitui um recorte da atenção domiciliar que ocorre no âmbito da atenção básica, inserindo-se no processo de trabalho das equipes de saúde. Na atenção básica, várias ações são realizadas no domicílio, como o cadastramento, busca ativa, ações de vigilância e de educação em saúde. Cabe destacar a diferença desses tipos de ações, quando realizadas isoladamente, daquelas destinadas ao cuidado aos pacientes com impossibilidade/dificuldade de locomoção até a Unidade Básica de Saúde (UBS), mas que apresentam agravo que demande acompanhamento permanente ou por período limitado. É desse recorte de cuidados no domicílio de que trata este material e que a Portaria GM/MS nº 2.527, de 27 de outubro de 2011, classifica como modalidade AD1 de atenção domiciliar, isto é, aquela que, pelas características do paciente (gravidade e equipamentos de que necessita), deve ser realizada pela atenção básica (equipes de atenção básica – e AB e Núcleos de Apoio à Saúde da Família – NASF), com apoio eventual dos demais pontos de atenção, inclusive, os Serviços de Atenção Domiciliar (compostos por equipes especializadas – EMAD e EMAP –cujo público-alvo é somente os pacientes em AD). Contempla as seguintes características: • Ações sistematizadas, articuladas e regulares; • Pauta-se na integralidade das ações de promoção, recuperação e reabilitação em saúde; • Destina-se a responder às necessidades de saúde de determinado seguimento da população com perdas funcionais e dependência para a realização das atividades da vida diária; • Desenvolve-se por meio do trabalho em equipe, utilizando-se de tecnologias de alta complexidade(conhecimento) e baixa densidade (equipamento). Na atenção domiciliar, a equipe deve respeitar o espaço do familiar, ser capaz de preservar os laços afetivos das pessoas e fortalecer a autoestima, ajudando a construir ambientes mais favoráveis à recuperaçãoda saúde. Essa assistência prestada no ambiente privado das relações sociais contribui para a humanização da atenção à saúde. 11 Caderno de Atenção Domiciliar Por envolver as pessoas no processo de cuidado, potencializando a participação ativa do sujeito no processo saúde-doença. A organização da atenção domiciliar deve estruturar-se dentro dos princípios da atenção básica/SUS. As diferenças locais devem ser observadas uma vez que o número de profissionais que atuam o número de famílias sob a responsabilidade de cada equipe, bem como o aporte de referência e contrar referência do sistema de saúde, pode ser determinante da qualidade da atenção. Compete à gestão municipal a organização do sistema de saúde para a efetivação da atenção domiciliar na atenção básica, considerando os princípios e diretrizes propostas neste documento como norteadores dessas ações. 12 5. PRINCÍPIOS DA ATENÇÃO DOMICILIAR A atenção domiciliar potencializa o resgate dos princípios doutrinários do SUS (integralidade – universalidade– equidade) se assumida como prática centrada na pessoa enquanto sujeito do seu processo de saúde–doença. Para nortear a atenção domiciliar realizada na atenção básica, propõem-se os fundamentos descritos a seguir, que se estendem para as modalidades AD2 e AD3: Abordagem Integral à Família Abordagem integral à pessoa em seu contexto socioeconômico e cultural, dentro de uma visão ética compromissada com o respeito e a individualidade. Assistir com integralidade inclui, entre outras questões, conceber o homem como sujeito social capaz de traçar projetos próprios, intervindo dinamicamente nos rumos do cotidiano. A assistência no domicílio deve conceber a família em seu espaço social privado e doméstico, respeitando o movimento e a complexidade das relações familiares. Ao profissional de saúde que se insere na dinâmica da vida familiar cabe uma atitude de respeito e valorização das características peculiares daquele convívio humano. A abordagem integral faz parte da assistência domiciliar por envolver múltiplos fatores no processo saúde–doença da família, influenciando as formas de cuidar. A construção de ambientes mais saudáveis para a pessoa em tratamento envolve, além da tecnologia médica, o reconhecimento das potencialidades terapêuticas presentes nas relações familiares. Os conflitos, as interações e as desagregações fazem parte do universo simbólico e particular da família, intervindo diretamente na saúde de seus membros. Assistir no domicílio é cuidar da saúde da família com integralidade e dinamicidade, reconstruindo relações e significados. Consentimento da Família, Participação do Usuário e Existência do Cuidador A primeira condição para que ocorra a assistência domiciliar (AD) é o consentimento da família para a existência do cuidador. A assistência prestada no domicílio não pode ser imposta, já que o contexto das relações familiares é sempre mais dinâmico que as ações desenvolvidas pelos profissionais, comprometendo a eficácia terapêutica proposta. Recomenda-se que toda família esteja ciente do 13 processo de cuidar da pessoa assistida, comprometendo-se junto com a equipe na realização das atividades a serem desenvolvidas. É de suma importância a formalização da assinatura do termo de consentimento informado por parte da família e/ou do usuário (se consciente) ou de seu representante legal. Trabalho em Equipe e Interdisciplinaridade Para impactar sobre os múltiplos fatores que interferem no processo saúde– doença, é importante que a assistência domiciliar esteja pautada em uma equipe multiprofissional e com prática interdisciplinar. A interdisciplinaridade pressupõe, além das interfaces disciplinares tradicionais, a possibilidade da prática de um profissional se reconstruir na prática do outro, transformando ambas na intervenção do contexto em que estão inseridas. Assim, para lidar com a dinâmica da vida social das famílias assistidas e da própria comunidade, além de procedimentos tecnológicos específicos da área da saúde, a valorização dos diversos saberes e práticas da equipe contribui para uma abordagem mais integral e resolutiva. Estímulo a Redes de Solidariedade A participação do usuário em seu processo saúde–doença faz parte da conquista da saúde como direito de cidadania. Trata-se, pois, de investir no empoderamento de sujeitos sociais, potencializando a reordenação das relações de poder, tornando-as mais democráticas e inclusivas. O estímulo à estruturação de redes de solidariedade em defesa da vida, articulando a participação local da sociedade civil organizada (ONGs, movimentos sociais, grupos de voluntários, associações, igrejas etc.), potencializa a ação da coletividade na busca e consolidação da cidadania. A assistência domiciliar é uma modalidade de atenção à saúde integrada aos projetos sociais e políticos da sociedade, devendo estar conectada aos movimentos de lutas por melhorias na área da saúde. No âmbito de atuação local, a equipe de atenção básica deve identificar parcerias na comunidade (seja com igrejas, associações de bairro, clubes, ONGs, entre outros) que viabilizem e potencializem a assistência prestada no domicílio ao usuário/família. 14 Cuidador O cuidador é a pessoa que presta os cuidados diretamente, de maneira contínua e/ou regular, podendo, ou não, ser alguém da família. É importante que a equipe de atenção básica, ao detectar que o usuário reside só, tente resgatar a família dele. Na ausência da família, a equipe deverá localizar pessoas da comunidade para a realização do cuidado, formando uma rede participativa no processo de cuidar. Entende-se que a figura do cuidador não deve constituir, necessariamente, uma profissão ou função formalizada na área da saúde, uma vez que não possui formação técnica específica. Propõe-se que o cuidador seja orientado pela equipe de saúde nos cuidados a serem realizados diariamente no próprio domicílio. Caderno de Atenção Domiciliar A pessoa identificada para ser o cuidador realiza tarefas básicas no domicílio, assiste as pessoas sob sua responsabilidade, prestando-lhes, da melhor forma possível, os cuidados que lhe são indispensáveis, auxiliando na recuperação delas. As atribuições devem ser pactuadas entre equipe, família e cuidador, democratizando saberes, poderes e responsabilidades. A ele competem as seguintes atribuições: • Ajudar no cuidado corporal: cabelo, unhas, pele, barba, banho parcial ou completo, higiene oral e íntima; • Estimular e ajudar na alimentação; • Ajudar a sair da cama, mesa, cadeira e a voltar; • Ajudar na locomoção e atividades físicas apoiadas (andar, tomar sol, movimentar as articulações); • Participar do tratamento diretamente observado (TDO); • Fazer mudança de decúbito e massagem de conforto; • Servir de elo entre o usuário, a família e a equipe de saúde; • Administrar medicações, exceto em vias parenterais, conforme prescrição; • Comunicar à equipe de saúde as intercorrências; • Encaminhar solução quando do agravamento do quadro, conforme orientação da equipe; • Dar suporte psicológico aos pacientes em AD. 15 O vínculo afetivo que se estabelece no ato de cuidar é o que verdadeiramente importa, devendo ser buscado e aprimorado durante todo o cuidado realizado no domicílio. É importante buscar a participação ativa da pessoa em todo seu processo de saúde–doença sendo sujeito, e não apenas objeto do cuidar. O cuidador também deve ter o suporte das equipes de saúde, que devem estar atentas para as dificuldades, ouvir suas queixas, atender às suas demandas em saúde, incentivar a substituição de cuidadores e rever o processo de cuidado conforme sua condição. Com o objetivo de propiciar um espaço onde os cuidadores possam trazersuas angústias, medos e dificuldades, uma vez que, ao longo do tempo sentem-se sobrecarregados, recomenda-se à equipe a organização e desenvolvimento de grupos. O grupo de cuidadores também pode oportunizar a troca de saberes, possibilitando que diferentes tecnologias desenvolvidas pelos cuidadores possam ser compartilhadas, enriquecendo o processo de trabalho de ambos, equipe e cuidador. Critérios De Inclusão E Desligamento Na Atenção domiciliar Caracterização da Modalidade AD1 de Atenção Domiciliar Nesta modalidade, estarão os usuários que possuam problemas de saúde controlados/compensados com algum grau de dependência para as atividades da vida diária (não podendo se deslocar até a unidade de saúde). Os idosos que moram sozinhos devem ter sua condição avaliação pela equipe, considerando ser um relevante problema de saúde pública. Essa modalidade tem as seguintes características: • Permite maior espaçamento entre as visitas; • Não necessita de procedimentos e técnicas de maior complexidade; • Não necessita de atendimento médico frequente; • Possui problemas de saúde controlados/compensados. Inclusão • Ter tido alta da AD2/AD3, mantendo interface entre as equipes de atenção domiciliar e as da atenção básica; • Ter, no domicílio, infraestrutura física compatível com a realização da AD; nos casos em que as condições físicas precárias implicam aumento de riscos para a saúde do usuário, elas deverão ser avaliadas pela equipe multidisciplinar; 16 • Ter o consentimento informado do usuário (se consciente) e/ou de seu representante legal; • Estar impossibilitado de se deslocar até o serviço de saúde; • Necessitar de cuidados numa frequência de visitas e atividades de competência da atenção básica; • Não se enquadrar nos critérios de inclusão nas modalidades AD2 e AD3. Desligamento • Mudança de área de abrangência, devendo ser transferido para a equipe responsável pela área do novo domicílio; • Impossibilidade da permanência do cuidador no domicílio; • Não aceitação do acompanhamento; • Recuperação das condições de deslocamento até a unidade de saúde; • Piora clínica que justifique AD2/AD3 ou internação hospitalar; • Cura; • Óbito. Processo de Trabalho em Equipe A atenção domiciliar no plano da atenção básica faz parte do processo de trabalho das equipes e prima pela interdisciplinaridade. Cada caso deve ser discutido e planejado pela equipe, considerando as especificidades técnicas, socioculturais e ações entre equipe, família e comunidade. O primeiro passo é a identificação dos pacientes elegíveis para a AD na territorialização. O segundo passo é classificar a complexidade desses pacientes, identificando em qual modalidade de AD se enquadram (AD1/AD2/AD3). Alguns pacientes se enquadrarão na modalidade AD1, sendo possível identificar elegíveis para AD2 e até para AD3. Caso existam pacientes da AD2 e AD3, a equipe de atenção básica deverá acionar a EMAD de sua área, caso exista, para elaboração compartilhada do projeto terapêutico. Se não existir Serviço de Atenção Domiciliar no município, a equipe deverá elaborar o projeto terapêutico, acionando o NASF e/ou equipes dos serviços especializados, quando necessário, para complementar o cuidado prestado. A capacidade da equipe de atenção básica de cuidar dos pacientes de AD2 e AD3, sobretudo de AD3, quando não houver SAD no município, deve ser avaliada, 17 além de precisar ser discutido se o paciente se beneficiaria de outra modalidade de cuidado, como a internação hospitalar. Importante estar atento para o fato de que o mesmo paciente pode, a depender da evolução do quadro clínico, “migrar” de uma modalidade para outra. O terceiro passo é elaborar um plano de cuidados/projeto terapêutico (ou Projeto Terapêutico Singular– PTS, no caso de casos mais complexos) para cada paciente, contendo as condutas propostas, os serviços ou equipamentos que precisam ser acionados, a periodicidade de visitas, a previsão de tempo de permanência(geralmente os pacientes em AD1 são crônicos, tendo necessidade de cuidados contínuos), o papel de cada membro da equipe e o profissional de referência (responsável por coordenar as ações propostas para o paciente). Pactuação com a Família A atenção domiciliar pressupõe a participação ativa do usuário e familiares no processo de cuidar da pessoa assistida. Para tanto, responsabilidades devem ser pactuadas entre todos os envolvidos para que os objetivos terapêuticos sejam alcançados. Recomenda-se reunião prévia da equipe com todos os membros da família envolvidos na assistência domiciliar para planejamento conjunto das ações a serem desenvolvidas no domicílio. Essas reuniões devem acontecer periodicamente, para avaliações e replanejamentos, enquanto durar a assistência domiciliar. Atribuições da Equipe de Saúde no Domicílio na Atenção Básica • Respeitar os princípios da assistência domiciliar, buscando estratégias para aprimorá-los; • Compreender o indivíduo como sujeito do processo de promoção, manutenção e recuperação de sua saúde e visualizá-lo como agente corresponsável pelo processo de equilíbrio entre a relação saúde–doença; • Coordenar, participar e/ou nuclear grupos de educação para a saúde; • Fornecer esclarecimentos e orientações à família; • Monitorizar o estado de saúde do usuário, facilitando a comunicação entre família e equipe; • Desenvolver grupos de suporte com os cuidadores; 18 • Realizar reuniões com usuário e família para planejamento e avaliação da AD; • Otimizar a realização do plano assistencial; • Fazer abordagem familiar, considerando o contexto socioeconômico e cultural em que a família se insere; • Garantir o registro no prontuário domiciliar e da família na unidade de saúde; • Orientar a família sobre sinais de gravidade e condutas a serem adotadas; • Dar apoio à família tanto para o desligamento após a alta da AD, quanto para o caso de óbito dos usuários; • Avaliar a condição e infraestrutura física do domicílio; • Acompanhar o usuário conforme plano de assistência traçado pela equipe e família; • Pactuar concordância da família para AD; • Buscar garantir assistência integral, resolutiva e livre de danos ao usuário da AD; • Trabalhar as relações familiares na busca pela harmonia, otimizando ações para um ambiente familiar terapêutico; • Solicitar avaliação da equipe de referência, após discussão de caso; • Dar apoio emocional; • Orientar cuidados de higiene geral com o corpo, alimentos, ambiente e água. 19 6. O HOME CARE E O USO DE TECNOLOGIA E DISPOSITIVOS MÉDICOS Nos primórdios da medicina, a tecnologia que assistia aos médicos e profissionais de saúde era composta de equipamentos básicos. Com o desenvolvimento da engenharia os equipamentos médicos se tornaram maiores, mais complexos e necessitavam de condições especiais para seu funcionamento nos hospitais. Embora no primeiro momento estes equipamentos foram desenhados para utilização nos hospitais, posteriormente com o desenvolvimento do serviço de HC tiveram que ser adaptados para seu uso na casa dos pacientes (Anon, 1988; Anon, 2000; Subbarayappa, 2001). Este novo procedimento fez com que os riscos intrínsecos de utilização destes equipamentos nos hospitais fossem transferidos para um novo ambiente para o qual não foram projetados. Nos últimos anos os fabricantes estão produzindo equipamentos especialmente desenhados para home care e as autoridades sanitárias estão regulamentando a fabricação e o uso deste tipo de equipamentos (ISO, 2000). O risco e seus conceitos O risco é um conceito ancestral para o homem, nas civilizações antigas como Grécia o assumir riscos estava muito relacionado com o heroísmo. Na sociedade industrial se começa a evitar o risco de maneira sistemática com uma visão de segurança(Renn, 1985; Clarke & Cooper, 2004; Guilam, 1996). A norma ISO 31000:2009 define risco como o “efeito da incerteza nos objetivos” (ISSO,2009b) e comenta que o risco aparece porque as organizações enfrentam fatores e influências internos e externos que tornam incerto a consecução de seus objetivos. Tendo em consideração as notas aclamatórias para a International Standard Organization (ISO) o risco é a “Combinação da probabilidade de um acontecimento e de sua consequência”, como podemos ver este conceito guarda-chuva é geral, portanto, cada área do conhecimento tem conceitos singulares. A prática nas instituições de saúde abarca a utilização de conhecimentos de diversas áreas como a economia, a física, a engenharia, o direito, as ciências sociais e as ciências da saúde entre outras; por conseguinte, se considerarmos a medicina e os serviços de saúde como disciplinas holísticas, temos que considerar os conceitos 20 de risco das principais áreas do conhecimento que atuam em saúde de maneira geral, integral e integradora. Conceito de risco em ciências da saúde Para as ciências da saúde o conceito de risco está direcionado à determinação da etiologia e a associação de fatores que condicionam a possibilidade de ficar doente, e não da probabilidade de cair doente como consequência de uma condição, acidente ou evento adverso. Este olhar inovador foi recentemente tomado da indústria (Caponi, 2007). Geralmente em saúde o risco e sua gestão estão associados à ideia de desastre natural, biossegurança e fatores de risco epidemiológicos, mas pouco como um risco heurístico do sistema de atendimento de saúde, pelo que é necessário ter uma visão integral do risco em saúde como disciplina. Conceito de risco no Direito Dentro do vocabulário jurídico a palavra “risco”, pode adquirir várias acepções, porém, em termos gerais, risco seria "o perigo a que está sujeito o objeto de uma relação jurídica de perecer ou deteriorar-se." (Pereira, s.f.). Outra definição diz assim: “é perigo, é probabilidade de dano, importando, isso, dizer que aquele que exerce uma atividade perigosa deve-lhe assumir os riscos e reparar o dano dela recorrente” (Cavalieri, 2002). No direito dentro da doutrina da responsabilidade civil por muito tempo vem-se usando o conceito de risco em relação às categorias desvinculadas de culpa e responsabilidade para fundamentara obrigação de ressarcir e reparar, se o dano não é resultante de um fato fortuito. A legislação brasileira define os riscos no ambiente de trabalho, a partir da Norma Regulamentadora (NR) 9, que consideram riscos ambientais aos agentes, físicos, químicos e biológicos capazes de causar dano ao trabalhador. O campo das práticas do risco no direito é a regulamentação na esfera social da produção, o consumo e a determinação de indenizações e ressarcimentos, na área da responsabilidade legal. 21 Fontes de risco em Home Care As fontes de risco em HC são diferentes que nos hospitais e precisam de um gerenciamento específico e singular (Mestas & Calil, 2008). A GR em HC é singular, particular e único para cada Serviço de Home Care (SHC), porque cada um deles tem características e objetivos singulares. a. Fazer uma lista das possíveis fontes e fatores de riscos que podem apresentar- se na organização estudada. b. Classificar as fontes e fatores de risco nas categorias a seguir5 (Mestas & Calil, 2008): − Fontes e fatores de riscos decorrentes de fatores humanos. − Fontes e fatores de riscos biológicos. − Fontes e fatores de riscos decorrentes da falha funcional de dispositivos biomédicos. − Fontes e fatores de riscos decorrentes da falha de uso de dispositivos biomédicos. − Fontes e fatores de riscos decorrentes da influência do ambiente externo à casa do paciente de home care. − Fontes e fatores de riscos decorrentes do ambiente interno da casa do paciente. − Risco inaceitável ou intolerável (preenchida em vermelho com valoração de ≥8): é um nível de risco não aceito (pela organização ou sociedade) por ser tão alto que requer ação significante e urgente para reduzir sua magnitude. − Risco tolerável (preenchida em amarelo com valoração de ≥4 a <8): estes riscos estão na transição entre o os riscos inaceitáveis e aceitáveis, esta zona é conhecida como ALARP (do inglês “As Low As is Reasonably Practicable”) por que o risco deve ser mantido "tão baixo quanto razoavelmente praticável", neste tipo de riscos por um lado, esforços devem ser feitos para reduzir o risco, por outro lado os benefícios compensam o risco. − Risco aceitável (preenchida em verde com valoração <4): é um nível de risco baixo, neste caso não tem necessidade de controle de risco ou a necessidade é baixa, mas este risco deve ser gerenciado, monitorado e mantido embaixo desse nível. 22 7. ESTRUTURAÇÃO E PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS PARA O ATENDIMENTO DOMICILIAR A estrutura da assistência domiciliar engloba um conjunto de componentes que inicia no hospital ou clínica e estende-se ao domicílio do paciente, família, cuidador, e equipe multiprofissional, onde cada local ou indivíduo desempenha uma função vital para que aconteça a assistência domiciliar de forma adequada e eficaz. O primeiro componente é o hospital, onde o médico realiza a avaliação do paciente e, juntamente com o enfermeiro, realiza a prestação dos cuidados necessários. Cabe ao profissional médico decidir pela alta hospitalar após cura ou indicar a assistência domiciliar para o paciente. A AD traz benefícios também para o hospital, pois é devido a indicação desse tratamento que é disponibilizado leitos hospitalares, reduzindo custos com o paciente (MAEDA,2011). O segundo componente é a residência ou lar em que o paciente reside, podendo serem casa própria ou casas de apoio. No entanto, existem as exigências solicitadas para a execução da AD, pois o local deve ser adequado para guardar equipamentos, no caso da internação domiciliar, guardar medicações e oferecer segurança tanto para o paciente quanto para os profissionais que vão executar os serviços da assistência domiciliar (MAEDA, 2011). O terceiro componente é o paciente que possui inúmeras necessidades a serem sanadas pela equipe multiprofissional, uma vez que, em muitos casos, grande parte do estado físico está comprometido, o que exige cuidados complexos. Outro aspecto relevante é o psicológico do paciente, que geralmente está em conflito, tornando-se de suma importância desenvolver uma relação interpessoal com ele, ganhando sua confiança e o ajudando a enfrentar seus medos, o que pode proporcionar uma melhora mais rápida do seu quadro clínico. O quarto fator abordado é a família, que segundo Silva et al (2014) deve dar suporte emocional, lazer e encorajar o paciente a aderir ao tratamento, sendo vista como porto seguro do paciente, auxiliando-o nas tomadas de decisões. O quinto componente é o cuidador que é obrigatório em casos de internação domiciliar. O mesmo pode ser um familiar ou uma pessoa contratada para executar as tarefas simples com o paciente, como por exemplo: higienização, passear com o paciente, administrar medicação por via oral, etc. (MAEDA, 2011). 23 O sexto componente é a equipe multiprofissional que é formada por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, entre outros. A participação ativa desses profissionais é de suma importância para recuperação do paciente, contudo somente após a avaliação e classificação do paciente é possível decidir o nível de complexidade mais adequado e designar os profissionais que devem atendê-lo. É imprescindível que a equipe multiprofissional possua uma relação interpessoal para melhor tratamento do cliente, sendo, também, comprometidos com a ética, almejando sempre o bem-estar do paciente Capacidade e incapacidade funcional:identificação da necessidade da assistência domiciliar e seu nível de cuidado A capacidade funcional consiste na habilidade e competência do ser humano para a realização de atividades diárias básicas que são essenciais para nossa vida, sem precisar da ajuda de terceiros. Atividades essas que podem variar desde a higienização pessoal, preparação e ingestão de alimentos, limpeza do ambiente em que vive, entre outros (DIAS et al,2010). Ao longo do processo natural do envelhecimento, essas capacidades vão sendo desenvolvidas e aperfeiçoadas, mas conforme os anos vão passando, as mesmas vão sendo gradativamente reduzidas, recebendo o nome de incapacidade funcional, quando não conseguimos mais desempenhar essas atividades básicas sozinhos, necessitando, assim, da ajuda de outra pessoa. A capacidade funcional, em bom estado, pode estar diretamente relacionada ao estado de saúde do paciente. Uma pessoa saudável consegue manter suas habilidades físicas ementais por mais tempo, assim como pessoas que apresentam patologias podem perder um pouco de sua autonomia (DIAS et al, 2010). Para a contratação dos serviços de Enfermagem na assistência domiciliar e imprescindível que o profissional enfermeiro, junto a família do indivíduo, analise o grau de dependência desse paciente para então optar pelo nível de atendimento mais adequado ao caso, na intenção de suprir necessidades do paciente em vários aspectos visando seu bem-estar e manutenção da sua saúde. AÇÕES INTERACIONAIS: 1. Relação de ajuda/interação 2. Apoio afetivo mental ou psicológico 24 3. Comunicação 4. Relação de confiança 5. Negociação 6. Respeito 7. Diálogo e escuta AÇÕES EDUCACIONAIS: 1. Orientações a familiares, cuidadores e/ou pacientes. 2. Desenvolvimento de estratégia de ensino. 3. Educação sobre recursos sociais. 4. Preparo de paciente, família e rede de vizinhos e outros setores para prevenção de riscos em casos de emergências. 5. Orientações a outros enfermeiros. AÇÕES ASSISTENCIAIS: 1. Gestão ou infusão de medicamentos 2. Cuidado agudo no Domicílio 3. Manejo clínico de feridas 4. Gestão da dor 5. Cuidados na nutrição parenteral, diálise peritoneal e oxigeno terapia 6. Visita domiciliar 7. Avaliação de riscos, prevenção e complicações 8. Procedimentos técnicos: avaliação física, higiene pessoal, realização de enema, verificação de sinais vitais, cuidados de decúbito, exercícios para deambulação, atendimentos em casos de emergência, sondagens vesicais, sondagens gástricas e enterais, entre outros procedimentos privativos. AÇÕES ADMINISTRATIVAS: 1. Supervisão clínica e administrativa 2. Planejamento e organização das visitas domiciliares 3. Coordenação do cuidado 4. Gestão do caso. 25 8. ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO NA ATENÇÃO DOMICILIAR As atribuições do enfermeiro estão previstas no DECRETO N 94.406/87 que Regulamenta a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da Enfermagem, a saber: Art. 8º – Ao enfermeiro incumbe: I – Privativamente: a) direção do órgão de Enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde, pública ou privada, e chefia de serviço e de unidade de Enfermagem; b) organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços; c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da assistência de Enfermagem; d) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de Enfermagem; e) consulta de Enfermagem; f) prescrição da assistência de Enfermagem; g) cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco de vida; h) cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos científicos adequados e capacidade de tomar decisões imediatas; II – como integrante da equipe de saúde: a) participação no planejamento, execução e avaliação da programação de saúde; b) participação na elaboração, execução e avaliação dos planos assistenciais de saúde; c) prescrição de medicamentos previamente estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde; d) participação em projetos de construção ou reforma de unidades de internação; e) prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar, inclusive como membro das respectivas comissões; f) participação na elaboração de medidas de prevenção e controle sistemático de danos que possam ser causados aos pacientes durante a assistência de Enfermagem; g) participação na prevenção e controle das doenças transmissíveis em geral e nos programas de vigilância epidemiológica; h) prestação de assistência de enfermagem à gestante, parturiente, puérpera e ao recém-nascido; 26 i) participação nos programas e nas atividades de assistência integral à saúde individual e de grupos específicos, particularmente daqueles prioritários e de alto risco; j) acompanhamento da evolução e do trabalho de parto; l) execução e assistência obstétrica em situação de emergência e execução do parto sem distorcia; m) participação em programas e atividades de educação sanitária, visando à melhoria de saúde do indivíduo, da família e da população em geral; n) participação nos programas de treinamento e aprimoramento de pessoal de saúde, particularmente nos programas de educação continuada; o) participação nos programas de higiene e segurança do trabalho e de prevenção de acidentes e de doenças profissionais e do trabalho; p) participação na elaboração e na operacionalização do sistema de referência e contra referência do paciente nos diferentes níveis de atenção à saúde; q) participação no desenvolvimento de tecnologia apropriada à assistência de saúde; r) participação em bancas examinadoras, em matérias específicas de Enfermagem, nos concursos para provimento de cargo ou contratação de Enfermeiro ou pessoal Técnico e Auxiliar de Enfermagem. A Resolução COFEN Nº 464/2014 (BRASIL, 2014) no Art. 2º define as competências privativamente do Enfermeiro na Assistência Domiciliar: I – Dimensionar a equipe de enfermagem; II – Planejar, organizar, coordenar, supervisionar e avaliar a prestação da assistência de enfermagem; III – Organizar e coordenar as condições ambientais, equipamentos e materiais necessários à produção de cuidado competente, resolutivo e seguro; IV – Atuar de forma contínua na capacitação da equipe de enfermagem que atua na realização de cuidados nesse ambiente; V – Executar os cuidados de enfermagem de maior complexidade técnico científica e que demandem a necessidade de tomar decisões imediatas (BRASIL, 2014). Em relação às atribuições do enfermeiro na Assistência Domiciliar, a Resolução 464/2014(BRASIL, 2014) citada anteriormente também destaca: Art. 3º A Assistência Domiciliar de enfermagem deve ser executada no contexto da Sistematização da Assistência de Enfermagem, sendo pautada por normas, rotinas, protocolos validados e frequentemente revisados, com a operacionalização 27 do Processo de Enfermagem, de acordo com as etapas previstas na Resolução COFEN nº 358/2009, a saber: I – Coleta de dados de (Histórico de Enfermagem); II – Diagnóstico de Enfermagem; III – Planejamento de Enfermagem; IV – Implementação; e V – Avaliação de Enfermagem Art. 4º Todas as ações concernentes à atenção domiciliar de enfermagem devem ser registradas em prontuário, a ser mantido no domicílio, para orientação da equipe. § 1º Deverá ser assegurado, no domicílio do atendimento, instrumento próprio para registro da assistência prestada de forma contínua. § 2º O registro da atenção domiciliar de enfermagem envolve: I – Um resumo dos dados coletados sobre a pessoa e família; II – Os diagnósticos de enfermagem acerca das respostas da pessoa e família à situaçãoque estão vivenciando; III – Os resultados esperados; IV – As ações ou intervenções realizadas face aos diagnósticos de enfermagem identificados; V – Os resultados alcançados como consequência das ações ou intervenções de enfermagem realizadas; VI – As intercorrências. § 3º O registro da atenção domiciliar e as observações efetuadas deverão ser registradas no prontuário, enquanto documento legal de forma clara, legível, concisa, datado e assinada pelo autor das ações. Art. 5º Ficam os Conselhos Regionais de Enfermagem responsáveis para implementar ações fiscalizatórias junto aos profissionais de enfermagem que atuam em domicílio.( ....) (BRASIL, 2014). 28 ATRIBUIÇÕES DOS TÉCNICOS DE ENFERMAGEM As atribuições dos técnicos de enfermagem estão previstas no decreto nº 94.406/87, que regulamenta a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da Enfermagem, a saber: Art. 10 – O Técnico de Enfermagem exerce as atividades auxiliares, de nível médio técnico, atribuídas à equipe de Enfermagem, cabendo-lhe: I – Assistir ao Enfermeiro: a) no planejamento, programação, orientação e supervisão das atividades de assistência de Enfermagem; b) na prestação de cuidados diretos de Enfermagem a pacientes em estado grave; c) na prevenção e controle das doenças transmissíveis em geral em programas de vigilância epidemiológica; d) na prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar; e) na prevenção e controle sistemático de danos físicos que possam ser causados a pacientes durante a assistência de saúde; f) na execução dos programas referidos nas letras “i” e ”o” do item II do Art. 8º; i) participação nos programas e nas atividades de assistência integral à saúde individual e de grupos específicos, particularmente daqueles prioritários e de alto risco; o) participação nos programas de higiene e segurança do trabalho e de prevenção de acidentes e de doenças profissionais e do trabalho; II - Executar atividades de assistência de Enfermagem, excetuadas as privativas do Enfermeiro e as referidas no Art. 9º deste Decreto; III – integrar a equipe de saúde. Resolução Cofen nº 464/2014, dispõe no seu Artigo 1º § 4º que o Técnico de Enfermagem, em conformidade com o disposto na Lei do Exercício Profissional e no Decreto que a regulamenta, participa da execução da atenção domiciliar de enfermagem, naquilo que lhe couber, sob supervisão e orientação do Enfermeiro. 29 ATRIBUIÇÕES DO CUIDADOR O Caderno de Atenção Domiciliar / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica, volume 1 – Brasília-DF 2012, define: O cuidador é a pessoa que presta os cuidados diretamente, de maneira contínua e/ou regular, podendo, ou não, ser alguém da família. É importante que a equipe de atenção básica, ao detectar que o usuário reside só, tente resgatar a família dele. Na ausência da família, a equipe deverá localizar pessoas da comunidade para a realização do cuidado, formando uma rede participativa no processo de cuidar. Entende-se que a figura do cuidador não deve constituir necessariamente, uma profissão ou função formalizada na área da saúde, uma vez que não possui formação técnica específica. Propõe-se que o cuidador seja orientado pela equipe de saúde nos cuidados a serem realizados diariamente no próprio domicílio. Segundo o Caderno de Atenção Domiciliar / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica, volume 1 – Brasília-DF 2012, a pessoa identificada para ser o cuidador realiza tarefas básicas no domicílio, assiste as pessoas sob sua responsabilidade, prestando-lhes, da melhor forma possível, os cuidados que lhe são indispensáveis, auxiliando na recuperação delas. As atribuições devem ser pactuadas entre equipe, família e cuidador, democratizando saberes, poderes e responsabilidades. O Caderno de Atenção Domiciliar do Ministério da Saúde / Secretaria de Atenção à Saúde / Departamento de Atenção Básica – Volume 1 – Brasília – 2012, prevê como atribuições do cuidador: 1. Ajudar no cuidado corporal: cabelo, unhas, pele, barba, banho parcial ou completo, higiene oral e íntima; 2. Estimular e ajudar na alimentação; 3. Ajudar a sair da cama, mesa, cadeira e a voltar; 4. Ajudar na locomoção e atividades físicas apoiadas (andar, tomar sol, movimentar as articulações); 5. Participar do tratamento diretamente observado (TDO); 6. Fazer mudança de decúbito e massagem de conforto; 7. Servir de elo entre o usuário, a família e a equipe de saúde; 8. Administrar medicações, exceto em vias parenterais, conforme prescrição; 9. Comunicar à equipe de saúde as intercorrências; 30 10. Encaminhar solução quando do agravamento do quadro, conforme orientação da equipe; 11. Dar suporte psicológico aos pacientes em AD. O vínculo afetivo que se estabelece no ato de cuidar é o que verdadeiramente importa, devendo ser buscado e aprimorado durante todo o cuidado realizado no domicílio. É importante buscar a participação ativa da pessoa em todo seu processo de saúde–doença sendo sujeito, e não apenas objeto do cuidar. O cuidador também deve ter o suporte das equipes de saúde, que devem estar atentas para as dificuldades, ouvir suas queixas, atender às suas demandas em saúde, incentivar a substituição de cuidadores e rever o processo de cuidado conforme sua condição. Com o objetivo de propiciar um espaço onde os cuidadores possam trazer suas angústias, medos e dificuldades, uma vez que, ao longo do tempo sentem-se sobrecarregados, recomenda-se à equipe a organização e desenvolvimento de grupos. O grupo de cuidadores também pode oportunizar a troca de saberes, possibilitando que diferentes tecnologias desenvolvidas pelos cuidadores possam ser compartilhadas, enriquecendo o processo de trabalho de ambos, equipe e cuidador. DIREITOS A resolução Cofen nº 564/17, no capítulo I, artigos 1° ao 3º, dispõe que o profissional tem DIREITO a tratamento sem discriminação, vejamos: Art. 1º Exercer a Enfermagem com liberdade, segurança técnica, científica e ambiental, autonomia, e ser tratado sem discriminação de qualquer natureza, segundo os princípios e pressupostos legais, éticos e dos direitos humanos. Art. 2º Exercer atividades em locais de trabalho livre de riscos e danos e violências física e psicológica à saúde do trabalhador, em respeito à dignidade humana e à proteção dos direitos dos profissionais de enfermagem. Art. 3º Apoiar e/ou participar de movimentos de defesa da dignidade profissional, do exercício da cidadania e das reivindicações por melhores condições de assistência, trabalho e remuneração, observados os parâmetros e limites da legislação vigente. 31 ALIMENTAÇÃO DO PROFISSIONAL NO DOMICÍLIO Em atenção as Normas Regulamentadoras NR 24 e NR-32 do Ministério do Trabalho e do Emprego, que dispõe sobre segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde, é imprescindível que o profissional de Enfermagem tenha um espaço fora do quarto do paciente para fazer suas refeições e, que tenha uma cadeira confortável ou cama para descanso em momento oportuno. Vale frisar que os cumprimentos dos deveres dos profissionais de enfermagem são fiscalizados pelo Conselho Regional de Enfermagem. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL Quanto a proteção ao profissional e ao paciente, observar a Norma Regulamentadora da NR - 32, com a finalidade de minimizar os riscos à saúde da equipe de Enfermagem, principalmente, no que se refere aos EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL(EPI), vestimentas e adornos. O profissional de Enfermagem deverá conhecer previamente o REGIMENTO INTERNO próprio, adotado pelas Home Care e Cooperativas, neles devem abordar questões como escala, regime de plantão, carga horária semanal, entre outros aspectos de trabalho que,por sua vez, deve ser aceito pelo profissional. Sendo assim, o profissional deve conversar com responsável da instituição sobre a escala do serviço de enfermagem. 32 CONCLUSÃO Pode-se verificar que o serviço de home care está tendo um crescimento nos últimos anos, e é justificada, pela diminuição de custos e de leitos ocupados, pela brusca melhora na recuperação do processo saúde-doença. Essa melhora no processo saúde-doença ocorre pelos seguintes fatores: reintegração do cliente no meio familiar, uma vez que há um maior conforto pelo paciente em se encontrar em seu lar, diminuindo a ansiedade que muitos têm de estar em ambiente hospitalar, tendo uma assistência mais humanizada e de forma integral, onde a equipe de saúde tem uma maior aproximação com a família, resultando na participação do paciente e da família no tratamento adequado de cada cliente, diminuindo o risco de infecção hospitalar, gerando assim uma melhor qualidade devida para o paciente e para toda sua família. As principais atividades de um home care são voltadas a atenção domiciliar, que engloba a vigilância à saúde das pessoas de forma que promova, mantenha e restaure a saúde e nela se encontram as três modalidades: atendimento, visita e internação domiciliar. Onde o perfil dos pacientes encaminhados e acompanhados por home cares normalmente são idosos, portadores de doenças crônicas, restritos ao leito, que apresentam dificuldades em de ambular e em estados terminais, porém, esse tipo de serviço não se limita só a esses pacientes, estão incluídos entre outros, pacientes com indicação médica, clientes que necessitam de curativos e pós- cirúrgicos. Diante deste estudo, busca-se chamar a atenção dos profissionais de saúde para um serviço recente, inovador, que traz melhorias no processo saúde-doença, que vê o cliente deforma holística, com cuidado individualizado e humanizado, trazendo benefícios tanto para o paciente, quanto para o sistema de saúde que é o home care. O serviço de home care tem crescido cada vez mais, principalmente na rede privada, basicamente para a classe social mais elevada. No entanto, as redes públicas devem buscar maneiras de implantar esse serviço priorizando a educação em saúde com foco na prevenção e promoção do autocuidado, pois seria uma solução de baixo custo e com ótimos resultados. Vale ressaltar que a população que mais utiliza esse serviço é a população idosa, e que está em constante crescimento, o que gera uma necessidade maior 33 desse tipo de atendimento prometendo um grande campo de trabalho para profissionais de saúde. 34 REFERÊNCIAS , A; GONDELL, A. intervención domiciliaria. Rol de Enfermeria, Barcelona, v. 15, n. 163, p. 25-38, 1992. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria MS/GM nº 2.527, de 27 de outubro de 2011. Redefine a atenção domiciliar no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da União, Brasília, DF, n. 208, 28 out. 2011. Seção1, p. 44. ______. Ministério da Saúde. Portaria n° 4.279, de 30 de dezembro de 2010. Estabelece diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 31 dez. 2010. Seção 1, p. 89. ______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes do NASF: Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Brasília, 2010. (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Caderno de Atenção Básica nº 27) ______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Manual de Monitoramento e Avaliação do Programa Melhor em Casa. Brasília, 2011. Disponível em: <http://189.28.128.100/dab/docs/geral/manual_ instrutivo_monitora_avaliacao_AD.pdf>. Acesso em: 2 jul. 2012. ______. Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da atenção básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24.
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