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TRABALHO CRIMES EM ESPECIE (FIM) (2)

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIHORIZONTES
Curso de Direito
Nomes dos integrantes:
Daniel Camilo Figueiredo
Driele de Freitas Ferreira
Itallo Rodrigues Costa
Michele de Souza Martins
Rayane de Jesus Viana
Renis Junyo de Freitas da Silva
Tatiane Sabrina da Silva
Weslley Mapa Cardoso
CRIMES EM ESPÉCIE
MASSACRE DE SUZANO
Belo Horizonte
2022
Sumário
Sumário	2
1	INTRODUÇÃO:	4
2	RESUMO DO CASO	5
3	TIPIFICAÇÃO CONDUTA	6
4	BEM JURIDICO	8
5	OBJETO MATERIAL	9
6	SUJEITO ATIVO	9
7	SUJEITO PASSIVO	10
8	MEIOS E MODOS DE EXECUÇÃO	10
9	CIRCUNSTÂNCIAS DE TEMPO E LUGAR! ( art.4° e 6°, cp)	11
10	Relação de causalidade (Art. 13°,CP)	11
11	RESULTADO- SOBRE CONSUMAÇÃO E TENTATIVA	12
12	ELEMENTO SUBJETIVO,	13
13	QUALIFICADORAS	13
14	ATENUANTES E AGRAVANTES	14
15	CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO	14
16	CONCURSO DE CRIME	15
17	CRIME CONTINUADO	16
18	CONCURSO DE PESSOAS	16
19	TESE DE ACUSAÇÃO	16
20	TESES DE DEFESA	17
21	RESULTADO DO JULGAMENTO	18
22	PENA APLICADA	18
23	Conclusão	19
24	REFERÊNCIAS:	20
	
MASSACRE DE SUZANO
INTRODUÇÃO:
No presente registro, trataremos do Massacre que ocorreu na Escola Estadual Raul Brasil em Suzano SP, mais conhecido como o “Massacre de Suzano”. 
A forma com a qual o crime foi executado e planejado mostra que a dupla envolvida no ato, foi desde seu inicio cautelosa em todos os detalhes desde a escolha das armas usadas no crime, como por exemplo; a roupa utilizada (vestimenta tática), aponta a intenção clara de combate, as armas, o revólver 38, uma machadinha e uma besta revelam o grau de sadismo empregados no ato criminoso, levando em consideração o dano que poderia e foi causado nas vitimas do massacre, até o tempo da execução do crime, partindo da primeira execução do tio de um dos envolvidos cerca de 30 minutos antes do atentado na própria escola.
Os assassinos apresentavam perfil retraído, tímido e recluso, fato que favorecia que passassem desapercebidos e obtivessem tempo para planejar o crime com certa tranquilidade, apesar de um dos autores do crime um dia antes da execução dos assassinatos, postar fotos com armas e a roupa usada no dia de sua consumação.
A dupla se conhecia desde sua infância, apesar da diferença de 8 anos em suas idades, o que cooperou para sua participação mutua da confecção do crime, com a intimidade da dupla, chegar em uma decisão seria muito mais fácil. 
O local escolhido para a ação delituosa evidencia claramente um desejo de vingança, explicitando um ódio ao local e às pessoas de uma forma geral. Esta informação parte dos depoimentos relatados por vítimas, familiares do autor do crime e testemunhas.
Neste trabalho, trataremos sobre os Crimes Contra a pessoa, Dos Crimes Contra a Vida e Homicídio presentes no Código Penal.	
RESUMO DO CASO
No dia 13 de março de 2019 na Escola Estadual Professor Raul Brasil, no município de Suzano, no estado de São Paulo decorreu o crime conhecido hoje como o “Massacre de Suzano”. Uma dupla de atiradores, de 17 e 25 anos, (Guilherme Taucci Monteiro e Luiz Henrique Castro, respectivamente) que eram ex-alunos daquela escola, mataram cinco estudantes, duas funcionárias e feriram outros onze alunos, além de terem assassinado o tio de um deles antes de irem ao estabelecimento de ensino, nos planos estava também a execução do vizinho de Luiz Henrique que dias antes haviam se desentendido, porém ao chegar no local, a possível vítima não os atendeu, assim, se livrando de sua execução.
No crime em questão foram utilizados equipamentos proibidos para o uso de civis e objetos um tanto quanto incomuns de se encontrar, como por exemplo, a roupa utilizada (vestimenta tática), aponta a intenção clara de combate, as armas, o revólver 38, uma machadinha e uma besta revelam o grau de sadismo empregados no ato criminoso, uma vez que a intenção de ferir e matar as vitimas e claramente evidenciada. 
 Ao todo foram feitas oito vitimas fatais na escola, o tio de Guilherme Taucci e cerca de onze feridos, ao fim do ataque, Guilherme executou seu comparsa Luiz Henrique e por fim suicidou-se. De acordo com investigações, haveria um terceiro envolvido que não participou ativamente do ato, porém, tinha conhecimento do que seria feito neste fatídico dia, em seu relado as autoridades competentes, foi dito que a motivação principal do ataque foi o bullying e isolamento social que teriam sofrido quando estudavam na escola. Outro fato importante a se pontuar é que um dos objetivos era superar o Massacre de Columbine nos Estados Unidos, tanto em numero de mortes quanto no número de armas. Na concepção dos atos introdutórios de planejamento e execução do crime, entendiam que o que faziam era um ato heroico que faria com que fossem lembrados para sempre. 
Posteriormente foram presos por suposto envolvimento no massacre Geraldo de Oliveira Santos (“Buiu”, 41 anos), Cristiano Cardias de Souza (“Cabelo”, 47 anos) e Adeilton Pereira dos Santos, suspeitos de fornecerem armas e munições aos assassinos, um quarto suspeito de participar da venda das armas, Marcio Germano Masson, foi solto pela Justiça.
TIPIFICAÇÃO CONDUTA
Em uma análise envolvendo elementos de psicologia e criminologia, a conduta de Guilherme Taucci Monteiro e Luiz Henrique Castro poderiam ser classificadas como homicídios em massa, ou mesmo como mass shooting, como nos episódios de Columbine no EUA, que inspirou os autores do crime.
No entanto, não existe uma tipificação “homicídio em massa”, embora a denominação seja útil para a análise jurídica direta. Levando em conta que ao total foram feitas, oito vítimas fatais e onze feridos. Houve, no caso do adolescente Guilherme Taucci Monteiro, na verdade, e se tivesse sobrevivido ao ocorrido, incorreria a um ato infracional equiparado aos delitos posteriores a ocorrência de homicídio doloso (art. 121, § 2º, I, II e V do Código Penal) por oito vezes e a tentativa do mesmo por onze vezes (art. 121, § 2º, I, II e V, c/c.14, II, do Código Penal).
Art. 14 - Diz-se o crime: [...]
Tentativa 
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Homicídio simples 
Art. 121. Matar alguém: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos [...] 
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo fútil;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Aos que teriam participado do crime indiretamente, contribuído para a ocorrência destes, há a análise de concorrência no crime de concurso de pessoas:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
Conforme depoimento do Promotor de Justiça Rafael Ribeiro do Val, em entrevista ao canal Operação Policial, a denúncia dos outros membros – à entrevista, citando apenas o Cristiano Cardias de Souza, conhecido como “Cabelo” – foi possível devido a presença de dolo eventual, o dolo verificado ao assumir um risco, conforme lição de Ricardo Antônio Andreucci (2018), que define o dolo eventual como a ocorrência onde o sujeito assume o risco de produzir e aceita esse risco de produzi-lo, não se confundindo com o dolo direito, pois o dolo eventual não se dirige ao resultado, mas sim à conduta. 
BEM JURIDICO 
Classificado como crime contra a vida, definido no art. 121, Homicídio qualificado:
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo fútil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.Veio definindo o massacre em Suzano,
OBJETO MATERIAL
Classifico homicídio, como objeto material, os 10 óbitos do massacre, sendo oito vítimas assassinadas:Kaio Lucas da Costa Limeira; Cleiton Antônio Ribeiro; Samuel Melquíades Silva de Oliveira; Douglas Murilo Celestino; Caio Oliveira, Eliana Regina de Oliveira Xavier e Marilena Ferreira Vieira Umezo (que seria coordenadora pedagógica).O tio de um dos assassinos, Guilherme Taucci que assassinou seu comparsa Luiz Henrique e logo em seguida se suicidou.
 SUJEITO ATIVO
Praticado por pessoa natural, na qualidade de sujeito ativo, apenas um dos assassinos é reconhecido pois um dos integrantes da dupla era menor de 18 anos o que é previsto no Art. 228 -São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial. Um dos assassinos por ser menor de dezoitos anos não se enquadra no sujeito ativo (Guilherme Taucci Monteiro) e sim como ato infracional. Apenas Luiz Henrique Castro, de 25 anos classificado como sujeito ativo.
Autor: Guilherme Taucci foi o primeiro a adentrar na escola e disparar os primeiros tiros.
Coatores: apenas Luiz Henrique Castro, comparsa. 
Participe: Quatro denunciados são Geraldo Santos, que forneceu o revólver com a numeração raspada; Cristiano de Souza, que intermediou a transação; Adeilton dos Santos e Marcio Masson, que venderam as munições.
O artigo 29, caput, do Código Penal, prescreve:
Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. Portanto, a pena sempre será à medida da culpabilidade do agente.
SUJEITO PASSIVO
O crime contou com a morte de cinco alunos, com idades de 15 a 17 anos, a pedagoga e uma inspetora, além do tio de um dos assassinos, e ainda houve onze feridos entre elas vítimas com ferimentos mais graves e estáveis a maioria adolescentes atingidos com o machado e ou a tiros.
Um balanço do governo de São Paulo informa que seis das sete famílias dos mortos no massacre na escola estadual Raul Brasil, em Suzano, já receberam as indenizações pagas pelo estado. Quanto aos 11 adolescentes feridos, todos já receberam diretamente as indenizações.
MEIOS E MODOS DE EXECUÇÃO
Pelo comportamento dos assassinos, é fácil concluir que projetaram sua linha de ataque com certa semelhança aos ocorridos no exterior, cópia autêntica que foi do caso da escola de ensino médio Columbine, no Colorado, Estados Unidos, pois se armaram de forma a transparecer que tinham um proposito bem entabulado para provocar danos letais ao maior número possível de alunos, contando, inclusive, com artefatos explosivos que seriam detonados com a maciça presença de alunos no horário do intervalo. 
Ambos assassinos tinham meios para a realização do ataque possuindo armas sendo elas de fogo, arco e flecha, coquetel molotov, machado e uma besta para a realização do crime na escola, executaram o crime de forma fria e calculada onde foi planejado o mesmo, sendo escolhido o modo de agir e quando agir, primeiramente alugando um carro para os locomover até os locais dos crimes, dias antes um dos assassinos posta diversas fotos em uma rede social portando a arma e a face tampada com um abandona estampada uma caveira, onde no dia do crime antes de ir a escola os mesmos vão a loja do tio de um deles e atiram no mesmo onde ele não resiste ao ferimentos e morre no hospital, seguindo os mesmos vão para a Escola Estadual Raul Brasil onde entram na escola devido ao portão aberto portando as diversas armas, assim já realizando disparos e disparando machadadas contra aqueles que ali estavam assim fazendo suas vítimas e após o crime um atirou no outro e após isso ele se matou.
CIRCUNSTÂNCIAS DE TEMPO E LUGAR! ( art.4° e 6°, cp)
No caso do Massacre De Suzano temos circunstancias de tempo e lugar diversos. Tendo como base o Art. 4° do código penal, que adota a teoria da atividade, ou seja, considerando quando o crime se iniciou. A circunstância de tempo neste caso tem seu começo por volta das 9:00h da manhã de uma quarta-feira, 13 de março de 2019, na Escola Estadual Raul Brasil, Localizada na Rua Otávio Miguel da silva em Suzano, Região metropolitana de São Paulo. Entretanto, outro assassinato foi cometido nos entornos da escola, em uma revendedora de veículos cerca de 30 minutos antes do principal objetivo (a escola). Neste primeiro ato, o alvo era o tio de Guilherme Taucci Monteiro, um dos assassinos envolvidos no massacre, a circunstância de lugar neste caso veio a se consumar no hospital algumas horas depois, após a vítima não resistir aos ferimentos, levando em consideração a teoria adotada pelo Art. 6° do código penal que aborda sobre o lugar do crime! Em relação as vítimas da escola, não existem informações disponíveis ao certo sobre o local ou horário da morte, não constam informações nos sites ou jornais sobre se os assassinatos se consumaram na própria escola ou no hospital. 
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Relação de causalidade (Art. 13°,CP)
De acordo com a investigação, no local do massacre foram encontrados; um revólver  38 quatro jet loaders, uma besta, um arco e flecha, garrafas de coquetéis molotov e uma machadinha. Ou seja, somente o fato da aquisição destes itens já configura um nexo de causalidade, sem eles o crime não existiria.
De acordo com as apurações, entre as motivações que levaram ao massacre, estavam o bullying, isolamento social e o desejo de superar o massacre de Columbine, nos Estados Unidos, pois queriam ser lembrados pela quantidade de mortes e armas. Os assassinos supostamente buscaram ajuda para planejar o atentando no Dogolachan, um imageboard, fórum onde todos os participantes são anônimos. O fórum é conhecido por sua apologia ao terrorismo e à violência, com conteúdos pautados em intolerâncias às minorias.
Ao ter todos os fatos listados, podemos afirmar que sem a existência deles não existiria a motivação para o crime, logo, o crime não existiria, levando em consideração o Art. 13° do código penal que adota a teoria da equivalência dos antecedentes, ou seja, tudo que contribui para o resultado criminoso é causa dele, onde, pautando se nesta teoria e eliminando tudo que, se porventura não existisse, o crime não existiria.
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
RESULTADO- SOBRE CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Artigo 14 do Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940
Art. 14 - Diz-se o crime: 
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Surgiram debates sobre a tipificação do crime cometido em Suzano, Segundo o que se apurou nas investigações, além de Jorge(tio de um dos atiradores), eles também planejavam matar mais uma pessoa, um eletricista vizinho de Luiz Henrique, que seria morto por este, pois haviam tido um desentendimento meses antes. Era uma espécie de pacto entre os dois criminosos, em que cada um mataria um desafeto antes do massacre na escola. Uma hora e meia antes do ataque à escola, Luiz Henrique foi até a casa do vizinho. Ao encontrar o portão trancado, passou a chamá-lo insistentemente, mas Felipe não atendeu Luiz Henrique de Castro e Guilherme Taucci que se encontravam na porta de sua casa e insistentemente chamavam pelo seu nome; ato contínuo, Luiz Henrique de Castro e Guilherme Taucci desistiram da execução de Felipe e dirigiram-se até a revendedora de veículos "JJV Jorginho Veículos", situada na Avenida Mogi das Cruzes, 264, Jardim Imperador, nesta urbe; no local, por volta das 09h30, efetuaram disparos de arma de fogo contra a vítima Jorge Antônio de Moraes, tio deGuilherme Taucci e seu desafeto; mencionado ofendido foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos, acabando por falecer no hospital;
ELEMENTO SUBJETIVO, 
Os elementos subjetivos do crime são o dolo e a culpa e dizem respeito ao estado anímico do homem ao praticar determinada conduta, a qual poderá ser tida por criminosa desde que seja revestida pela tipicidade e antijuridicidade. Existem diversas classificações de dolo, mas serão discutidos o dolo direto e o indireto.
Apela o Ministério Público, em brevíssima síntese, pleiteando a pronúncia dos réus Cristiano Cardias de Souza (vulgo “Cabelo”, “Barroso” ou “Borroso”), e Geraldo de Oliveira Santos (vulgo “Buiu”), sustentando a tese da existência de dolo eventual na conduta de ambos ao fornecer o armamento aos agentes homicidas, criando assim o risco não permitido, de forma que concorreram para a prática dos delitos de homicídio e homicídio tentado, praticados no interior da Escola Estadual Professor Raul Brasil, na comarca de Suzano, assim como do outro crime de homicídio praticado momento antes.
QUALIFICADORAS	
São qualificadoras do crime aquelas circunstâncias que:
A)revelam determinados motivos, interesses, meios ou modos de execução;B)produzem resultados graves ou gravíssimos para o bem jurídico afetado;C) expõem a vítima ao maior poder de ação do agente, seja em função da idade, de parentesco ou relação de confiança. Em tais hipóteses, a reprovabilidade da conduta justifica um tratamento penal específico e mais rigoroso.
É certo que, ao cometerem os crimes no afã de obterem visibilidade (maior repercussão que o "Massacre de Columbine"), ao agirem não apenas com armas de fogo, mas machadinhas e outros artefatos vulnerantes de modelo medieval (v.g. Besta) e ao abordarem as vítimas de surpresa, em uma escola durante o intervalo, Luiz Henrique de Castro e Guilherme Taucci agiram por motivo torpe, meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa dos ofendidos; em relação ao homicídio de Jorge Antônio de Moraes é certo que, Luiz Henrique de Castro e Guilherme Taucci, agiram por motivo fútil (desentendimentos anteriores entre Guilherme e a vítima) e mediante recurso que dificultou a defesa do ofendido, já que o alvejaram de surpresa; os crimes foram cometidos com inequívoco e fundamental auxílio material dos denunciados que forneceram ilegalmente arma de fogo e munições para Luiz Henrique de Castro e Guilherme Taucci; ao assim agirem e criarem risco proibido por lei, é notório que os acusados assumiram o risco na produção dos resultados, tal como ocorreu; a motivação dos réus foi torpe, eis que agiram visando unicamente auferir vantagem financeira com a conduta criminosa”
ATENUANTES E AGRAVANTES
Para o direito penal brasileiro, os atenuantes e agravantes são circunstâncias de um crime ou delito que atuam na aplicação da pena. São elementos em torno do ato, mas que não afetam substancialmente sua ação.
O atenuante reduz a pena, e o agravante aumenta a condenação.
Assim é que, após colhidos os depoimentos das testemunhas em audiência e interrogados os réus, o d. Magistrado da origem acertadamente impronunciou os todos os réus da imputação de terem concorrido para os diversos crimes de homicídio qualificados e tentativa de homicídio qualificado praticados pela dupla Luiz e Guilherme, bem como absolveu o réu Márcio Germano Masson, vulgo "Alemão", da imputação de se achar incurso no crime do art. 17, parágrafo único, da Lei nº 10.826/03; e, diante da insuficiência de provas relativa à autoria do mesmo crime em relação réu Adeilton, determinou a redistribuição dos autos à comarca de São Paulo, competente para o julgamento dos fatos a ele relacionados (vide fl. 5889), condutas últimas, contra a qual, a propósito, nem os réus, nem tampouco o Ministério Público se insurgiram, versando o inconformismo ministerial tão só quanto a impronuncia dos réus Cristiano e Geraldo, entendendo pela criação do risco assumido por eles quando da venda das armas e munições aos agentes homicidas, razão pela qual, a seu ver, fez com que eles concorressem para os crimes, dado o auxílio material para tanto. Pois bem. De início, é importante assinalar, como bem frisou o d. Magistrado da origem, que as testemunhas Alexandre Henrique Augusto Dias (mídia de fl. 5900), Jaime Pimentel Júnior (mídia de fl. 5901), Lourival Zacarias de Noronha e Simone Zambelli Santana (mídia de fl. 5902), todos delegados de polícia, a última investigadora, aduziram não haver nenhuma prova nem tampouco indícios de que os ora réus tiverem ciência sobre a intenção dos acusados Luiz Henrique e Guilherme Taucci. Pelo contrário, comercializaram os artefatos sem nenhuma preocupação sobre a destinação, ainda porque, segundo o recorrido Cristiano, os jovens afirmavam que eram irmãos e que a arma e as munições seriam utilizadas na chácara do avô deles, para proteção, já que havia sido assaltada (mídia de fl. 5904)
CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO
Todas as causas gerais ou especiais de aumento ou diminuição da pena são identificadas porque estabelecem uma referência fracionária ou numeral a uma pena preexistente, por exemplo, um quarto da pena, metade da pena, de um a dois terços, o dobro, o triplo etc.
Não há prova ou indícios de que os recorridos tenham contribuído com a elaboração do plano de ação, nem tampouco com a execução dos homicídios e tentativas; e não é só, não ficou provado sequer que tinham ciência da finalidade da aquisição dos artefatos pela dupla de jovens. O que se tem nos autos é tão somente a prova a respeito do fornecimento da arma de fogo e das munições; e, conquanto os objetos tenham sido utilizados como um dos meios para a execução dos crimes (frise-se, foram apenas parte dos instrumentos lesivos utilizados no massacre), é certo que a conduta em si já é punível por tipo penal próprio, tal qual feito pelo MM. Juiz singular, inexistindo, na hipótese concreta, meios de se atribuir a eles a coautoria (nem tampouco participação) dos delitos por meio de colaboração material (colaboração com a execução do crime sem realizar a conduta típica), pois, para tanto, seria necessária certeza quanto à anuência destes aos planos da dupla de jovens, ou, a ciência quanto à possibilidade ou intenção da prática criminosa pelos terceiros, ou então, ao menos no caso do reconhecimento do dolo eventual perseguido pelo órgão acusador , a possibilidade de previsão do resultado pelos recorridos, e, ainda assim, assumirem o risco de produzi-lo, o que, com todo o respeito, não se verificou. Ao que tudo indica, está-se diante da inexistência de previsibilidade do resultado que a venda da arma e das munições efetivamente causou, porquanto tais artefatos poderiam ter destinações diversas, tantas quanto são as possibilidades de consequências.
CONCURSO DE CRIME
Segundo investigações da perícia, foi constatado que antes do ataque a escola, a dupla se dirigiu ao comercio do tio de Guilherme Taucci, para reaver o combinado de assassinar um desafeto de cada um dos envolvidos. Após a execução da vitima o próximo alvo seria a escola, onde o plano era executar o máximo de pessoas possíveis. 
Após o massacre, um dos atiradores matou o comparsa e em seguida cometeu suicídio, segundo o art.71 do código penal, podemos identificar um concurso de crime.
CRIME CONTINUADO
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplicasse-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.
CONCURSO DE PESSOAS
O concurso de pessoas reside na hipótese da ocorrência da conduta delitiva decorrente da empreitada de duas ou mais pessoas ligadas para tal fim, no caso do massacre de Suzano podemos dizer que sim ouve o determinado concurso de pessoas, pois, o ocorrido condiz aos fatores necessário para haver tal concurso. Tendo em vista que a a pluralidade da conduta, ondeos envolvidos, desde o planejamento do crime, esperavam consumar os assassinatos. Há também a relevância causal das partes, pois, estavam alinhados nas suas ações para a execução e conclusão do crime. Existe também neste caso o liame entre os agentes, pois, tinham o mesmo objetivos e ideias de consumação do crime e por fim à identidade dos fatos entre eles, juntando todos esses fatores pode-se dizer que ouve sim o concurso de pessoa.
TESE DE ACUSAÇÃO
Guilherme Taucci Monteiro foi idealizador do ataque, conforme revelaram as conversas por aplicativo de celular e e-mails encontrados pela Polícia Civil, na época do ocorrido o adolescente tinha somente 17 anos de idade juntamente ao Luiz Henrique de Castro de 25 anos, foram ao comércio do tio de um deles e executaram um assassinato, Art. 121, CP.
Art. 121. Matar alguém: Pena – reclusão, de seis a vinte anos. § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o do- mínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Logo em sequência foram a escola e cometeram diversos assassinatos, além de causar lesões em alunos e funcionários, segundo investigações da Polícia Civil, o objetivo era superar ou se igualar ao massacre de columbine, colorado, em 1999. As investigações apontaram que teria mais um envolvido no crime, que não participou ativamente dos assassinatos, e com isso a Justiça condenou um jovem de 17 anos acusado de ser o terceiro envolvido no massacre, que foi internado provisoriamente por 45 dias em uma unidade da Fundação CASA. Na casa do adolescente, os policiais encontraram desenhos de pessoas mortas, mensagens criptografadas e uma bota militar muito semelhantes às achadas na casa dos dois atiradores.
Além dos 3 envolvidos no massacre, 3 adutos também foram indiciado que são Geraldo de Oliveira Santos, Cristiano Cardias de Souza e Adeilton Pereira dos Santos, que são acusados de fornecer armas e munição aos assassinos, segundo a Polícia Civil, as investigações apontaram que Geraldo Oliveira dos Santos, de 41 anos, conhecido como Buiu, vendeu aos assassinos o revólver calibre 38 utilizado no crime. O negócio foi intermediado pelo mecânico Cristiano Cardias de Souza, de 47 anos, conhecido como Cabelo. Ainda de acordo com a polícia, ele também vendeu as munições calibre 38 utilizadas no ataque.
TESES DE DEFESA
A tese de defesa dos Réus Cristiano Cardias de Souza, Geraldo de Oliveira Santos, Márcio Germano Masson e Adeilton Pereira dos Santos foi pela inexistência de prova da culpabilidade dos réus, os advogados dos mesmos alegaram que não houve prova da participação ou coautoria dos réus, portanto não houve prova da culpabilidade, uma vez que os réus não tinham conhecimento dos planos dos autores do massacre, tendo como ação apenas efetuado a venda das armas. 
Marcelo Feller advogado do Coautor (no caso não foi informado o nome do réu, pelo fato do mesmo ser menor de idade), o defensor do adolescente apreendido, em sua tese de defesa, diz que, as provas dos autos deixam claro que seu cliente não participou do planejamento do ataque e sequer sabia que o crime aconteceria. E destacou que seu cliente foi “condenado por ser quem é”. 
RESULTADO DO JULGAMENTO 
Com fundamento no art. 414 do Código de Processo Penal, impronunciou os réus Cristiano Cardias de Souza, Geraldo de Oliveira Santos, Márcio Germano Masson e Adeilton Pereira dos Santos da imputação de infringência ao art. 121, § 2º, incisos I e IV, art. 121, § 2º, incisos I, III e V (por sete vezes), e art. 121, § 2º, incisos I, III e V, c.c. o art. 14, inciso II (por onze vezes), todos do Código Penal.
No caso, réus Cristiano (vulgo “Cabelo”, “Barroso” ou “Borroso”), e Geraldo, (vulgo “Buiu”), foram condenados como incursos no art. 17, parágrafo único, da Lei nº 10.826/03, na forma do art. 71 do Código Penal.
O réu Márcio Germano Masson (vulgo “Alemão”) foi absolvido da imputação do crime previsto no art. 17, parágrafo único da Lei nº 10.826/03, com fundamento no art. 386, inciso VII, do Código de Processo Penal; e quanto ao réu Adeilton Pereira dos Santos, foi reconhecida a incompetência do juízo, sendo determinada a redistribuição do feito para a comarca de São Paulo para a apuração dos fatos e teve como decisão a sua absolvição.
No caso do participe, por ser menor de idade foi julgado no âmbito da lei da infância e juventude pela juíza Erica Marcelina Cruz, como ato infracional.
PENA APLICADA
Os réus Cristiano (vulgo “Cabelo”, “Barroso” ou “Borroso”), e Geraldo, (vulgo “Buiu”), cada qual foi aplicada à pena de 04 anos de reclusão, em regime inicial aberto, e 10 dias-multa, no valor unitário, substituída a pena privativa de liberdade por duas restritivas de direitos consistentes em prestação de serviços à comunidade, e prestação pecuniária ne importa de 10 dias-multa.
No caso do participe foi internado na fundação casa e passou a cumprir está internação por prazo indeterminado, o limite estabelecido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (Eca) é de três anos, com liberação compulsória aos 21 anos.
Conclusão
Com base nos registros, provas documentais, visuais e testemunhas, obtivemos a seguinte análise à respeito do terrível massacre, ocorrido na Escola Estadual Raul Brasil em Suzano SP.
O evento expôs alguns pontos falhos na segurança escolar brasileira, visto que, dois ex-alunos acessaram com certa facilidade o interior da escola, culminando em uma tragédia que chocou o Brasil em 2019.
A sensação de impunidade prevalece, e a insegurança predomina, as vidas daquelas pessoas que sobreviveram ao massacre, nunca mais serão da mesma forma.
O processo segue em sigilo de justiça.
REFERÊNCIAS:
ALAÍDES DA SILVA OLIVEIRA DE ARAÚJO. Homicidas em massa: fatores biopsicossociais que influenciam na prática de crimes. Conteudo Juridico, Brasilia-DF: 13 nov 2020, 04:52. Disponivel em: https://conteudojuridico.com.br/consulta/artigos/55497/homicidas-em-massa-fatores-biopsicossociais-que-influenciam-na-prtica-de-crimes. Acesso em: 27 fev 2022.
ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Manual de direito penal.. – 12. ed. – Sã o Paulo : Saraiva Educação, 2018.
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G1, Investigação https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2019/03/14/assassinos-planejaram-massacre-em-escola-de-suzano-por-1-ano-e-meio-aponta-investigacao.ghtml
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