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XI EPCC Anais Eletrônico 29 e 30 de outubro de 2019 PERFIL E DESFECHOS PERINATAIS DE GESTANTES COM SÍNDROME HIPERTENSIVA André Perez Candelório¹, Eduardo Marçal Garcia2, Marcos Benatti Antunes³ 1Acadêmico do Curso de Medicina, Centro Universitário de Maringá – UNICESUMAR. andrecandelorio@hotmail.com 2Acadêmica do Curso de Medicina, Centro Universitário de Maringá – UNICESUMAR. eduardo.marcalg@gmail.com ³Enfermeiro. Doutor em Enfermagem pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Docente do Curso de Medicina do Centro Universitário de Maringá – UNICESUMAR. bena77i@gmail.com RESUMO A síndrome hipertensiva gestacional é um grande problema de saúde pública no mundo, especialmente em países em desenvolvimento, como o Brasil, e pode ser classificada em três tipos: hipertensão arterial crônica; hipertensão arterial crônica superposta por pré-eclâmpsia; e doença hipertensiva específica da gestação. O objetivo desse estudo é analisar o perfil e resultados perinatais de gestantes de alto risco com Síndrome Hipertensiva. Trata-se de um estudo epidemiológico, observacional e retrospectivo, com abordagem quantitativa. A população será constituída de todos os prontuários, relatórios e cartão das gestantes atendidas e classificadas como alto risco e com SH da cidade de Sarandi/PR. As variáveis independentes serão constituídas pela SH, classificada em: hipertensão crônica, pré-eclâmpsia/eclâmpsia, pré-eclâmpsia sobreposta à hipertensão crônica e hipertensão gestacional. Os variáveis desfechos serão: prematuridade, baixo peso ao nascer, Apgar <7 no 1º e 5º minutos, óbito fetal, óbito neonatal e tipo de parto. Espera-se caracterizar as gestantes de alto risco com Síndrome Hipertensiva e criar estratégias de saúde voltadas para a identificação precoce de agravos durante o pré-natal e minimizar os desfechos desfavoráveis na gestação. PALAVRAS-CHAVE: Complicações na gravidez; Hipertensão; Saúde materno-infantil. 1 INTRODUÇÃO A síndrome hipertensiva gestacional é um grande problema de saúde pública no mundo, especialmente em países em desenvolvimento, como o Brasil, e pode ser classificada em três tipos: hipertensão arterial crônica (HAS); hipertensão arterial crônica superposta por pré-eclâmpsia; e doença hipertensiva específica da gestação (DHEG) (PERAÇOLI; PARPINELLI, 2005; ANGONESI; POLATO, 2007). Dentre as mais frequentes complicações fetais relacionadas à Síndrome Hipertensiva (SH), estão a restrição de crescimento fetal, a morte perinatal e a prematuridade. Quanto às complicações maternas, encontram-se a síndrome de HELLP, o descolamento prematuro de placenta, o desbalanço proteico em níveis séricos e uma notável redução da taxa de filtração glomerular (FREIRE; TEDOLDI, 2009; LINDHEIMER; TALER; CUNNINGHAM, 2010). O futuro perinatal tende a sofrer várias consequências em virtude das síndromes hipertensivas gestacionais. Estudos demonstram que gestantes com pré-eclâmpsia severa apresentam maior risco de desenvolver convulsões, edema pulmonar, insuficiência renal aguda, insuficiência hepática e coagulação intravascular disseminada (SIBAI, 2003). Na hipertensão arterial crônica o recém-nascido a termo apresenta um risco 50% maior de ser pequeno para a idade gestacional, enquanto o recém-nascido prematuro apresenta 450% de risco aumentado (CATOV et al., 2008). Ao redor do mundo, cerca de 3% a 8% das gestantes apresentam algum tipo de desordem relacionada ao descontrole da pressão arterial durante o processo de pré-natal, e, enquanto a OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que referida enfermidade é responsável por cerca de 13% das mortes maternas globais. XI EPCC Anais Eletrônico 29 e 30 de outubro de 2019 O Brasil, por sua vez, possui uma realidade diferente: o Ministério da Saúde avalia que o valor no país se aproxima de 35%, com uma taxa de 140 a 160 mortes maternas para cada 100.000 nascidos vivos (MOURA et al., 2011; XIONG et al., 2018). A disfunção fisiológica e o risco de morte relativamente alto, fatores decorrentes da síndrome hipertensiva gestacional, acarretam a diminuição da qualidade de vida da gestante e de seus familiares, devido ao constante medo de um possível primeiro aborto ou repetido aborto espontâneo – o qual pode se desenvolver quando presente o quadro de hipertensão crônica (COSTA et al., 2005). Além disso, o surgimento de síndromes depressivas de moderada ou grave intensidade apresenta-se com o dobro de incidência em mulheres que apresentam abortos espontâneos repetitivos, e, assim, faz-se possível constatar um aumento no fator de risco para o desenvolvimento de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) por parte dessas gestantes (GELLER; KLIER; NEUGEBAUER, 2001; FRANCISCO et al., 2014). Sendo assim, considerando-se os programas de atenção à gestante, a elevada incidência da SH na gestação, bem como a magnitude dos resultados desfavoráveis perinatais e gestacionais, o presente estudo tem como objetivo analisar o perfil e resultados perinatais de gestantes de alto risco com SH. 2 MATERIAIS E MÉTODOS Trata-se de um estudo epidemiológico, observacional e retrospectivo, com abordagem quantitativa. A população será constituída de todos os prontuários, relatórios e cartão das gestantes atendidas e classificadas como alto risco e com SH da cidade de Sarandi/PR, e, posteriormente, acompanhadas pelo ambulatório de alto risco e realização do parto no hospital de referência. Os dados serão abstraídos de um banco de dados denominado Gestação de Alto Risco (GAR) da tese intitulada “Fatores associados aos desfechos maternos, fetais e neonatais em gestações de alto risco”. A pesquisa já foi submetida à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Maringá, conforme preconizado nas Normas de Pesquisa em Saúde do Conselho Nacional de Saúde, resolução n° 466 de 12 de dezembro de 2012 e aprovada conforme parecer n° 2.287.476. As variáveis independentes serão constituídas pela SH, classificada em: hipertensão crônica, pré-eclâmpsia/eclâmpsia, pré-eclâmpsia sobreposta à hipertensão crônica e hipertensão gestacional, também conhecida como doença hipertensiva específica da gestação (DHEG). De acordo com a estratificação de risco utilizada na região, as gestantes do presente estudo serão classificadas em: grupo I – gestantes com condição clínica preexistente de hipertensão arterial crônica; grupo II – gestantes com antecedente obstétrico de pré- eclâmpsia; e grupo III – gestantes com DHEG na gestação atual. Os variáveis desfechos serão: prematuridade, baixo peso ao nascer (BPN), Apgar <7 no 1º e 5º minutos, óbito fetal, óbito neonatal e tipo de parto (Normal e Cesária). Os critérios de inclusão para os grupos I, II e III serão: gestantes classificadas com SH que tiveram o parto no hospital de referência. Serão excluídas do estudo as gestantes que tiveram partos fora do estabelecimento de referência ao ambulatório de risco e que não apresentaram a SH. 3 RESULTADOS ESPERADOS Espera-se como resultado do projeto, retratar os perfis epidemiológicos de gestantes de alto risco devido a síndrome hipertensiva gestacional e analisar as consequências dessa doença no período perinatal. Com isso, busca-se enriquecer a disponibilidade de XI EPCC Anais Eletrônico 29 e 30 de outubro de 2019 informações sobre essa comorbidade pouco explorada que apresenta uma alta incidência e taxa de mortalidade materna e infantil. REFERÊNCIAS PERAÇOLI, J. C.; PARPINELLI, M. A. Síndromes Hipertensivas da gestação: identificação de casos graves. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, n. 27(10), p. 627-634, 2005. ANGONESI, J.; POLATO, A. Doença hipertensiva específica da gestação (DHEG), incidência à evolução para a Síndrome de HELLP. Revista Brasileira de Análises Clínicas, n. 39(4), p. 243-245, 2007. FREIRE, C. M. V.; TEDOLDI, C. L. Hipertensão arterial na gestação. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, n.93, p. 159-165, 2009. LINDHEIMER, M. D.; TALER, S. J.; CUNNINGHAM, F. G. Hypertension in pregnancy. J Am Soc Hypertens, n. 4(2), p. 68-78, 2010. SIBAI, B. M. Diagnosis and Management of Gestacional Hypertension and Preeclampsia. Obstet Gynecol, n. 102(1), p. 181-192, 2003. CATOV, J. M.; NOHR, E. A.; OLSEN, J. et al. Chronic hypertension related to risk for preterm and term small for gestational age births. Obstet Gynecol, n. 112(2 Pt 1), p. 290- 296, 2008. XIONG, T.; MU, Y.; LIANG, J. et al. Hypertensive disorders in pregnancy and stillbirth rates: a facility-based study in China, n. 96(8), p. 531–539, 2018. MOURA, M. D. R.; CASTRO, M. P.; MARGOTTO, P. R. et al. Hipertensão arterial na gestação – importância do seguimento materno no desfecho neonatal. Com. Ciências Saúde, n. 22 Sup 1, p. 113-120, 2011. COSTA, S. H. M.; RAMOS, J. G. L.; VETTORI, D. V. et al. Hipertensão crônica e complicações na gravidez. Revista da Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul, n. 5, 2005. FRANCISCO, M. F. R.; MATTAR, R.; BORTOLETTI, F. F. et al. Sexualidade e depressão em gestantes com aborto espontâneo de repetição. Rev. Bras. Ginecol. Obstet, n. 36(4), p. 152-156, 2014. GELLER, P. A.; KLIER, C. M.; NEUGEBAUER, R. Anxiety disorders following miscarriage. J Clin Psychiatry. n. 62(6), p. 432-438, 2001. WORLD HEALTH ORGANIZATION. World Health Statistics 2014. Geneva: WHO, 2014. Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs348/en/. Acesso em: 25 abr. 2019.
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