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Territorialidade e extraterritorialidade da lei penal brasileira, eficácia de sentença estrangeira e lugar do crime

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É possível que um crime afete o interesse de dois ou mais Estados soberanos. Nesse caso, é importante veri�car,
no caso concreto, em quais casos será aplicada a lei brasileira. Para tanto, necessária a análise dos princípios que
regem a aplicação da lei penal no espaço. Vejamos a seguir: 
Territorialidade
Aplica-se a lei penal do local em que ocorreu o crime. É adotada no Brasil como regra. 
Nacionalidade ativa
Aplica-se a lei penal da nacionalidade do sujeito ativo. 
Nacionalidade passiva
Aplica-se a lei penal da nacionalidade do sujeito ativo, desde que tenha sido atingida vítima ou bem jurídico
de mesma nacionalidade. 
Continuando a análise dos princípios que regem a aplicação da lei no espaço temos: 
Defesa (ou real)
Leva-se em consideração a nacionalidade do bem jurídico atingido. 
Justiça penal universal
Sendo o crime um mal universal, aplica-se a lei do local em que o agente for encontrado. 
Representação (ou bandeira)
Aplica-se a lei nacional quando o crime for praticado em aeronaves e em embarcações privadas e quando o
país em que foi praticado o crime demonstrar desinteresse em puni-lo. 
Territorialidade
O ordenamento penal brasileiro optou pela adoção do
princípio da territorialidade temperada, matizada ou
mitigada, segundo o qual a lei penal brasileira aplica-
se, em regra, ao crime praticado no território nacional.  
No entanto, de modo excepcional, a lei penal
estrangeira será aplicada aos crimes praticados
no território nacional quando assim previsto em
tratados e em convenções internacionais. 
O alto-mar e o espaço aéreo correspondente não estão sujeitos à soberania de qualquer Estado. Portanto, os
crimes praticados a bordo de navios e de aeronaves privados nessas condições serão de responsabilidade do país
Teoria Jurídica do Direito Penal 
Territorialidade e extraterritorialidade da lei penal brasileira, e�icácia de
sentença estrangeira e lugar do crime 
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de origem da embarcação, ou seja, do país em que o navio ou aeronave estiver registrado ou matriculado.  
Extraterritorialidade
Os casos previstos no inciso I con�guram
extraterritorialidade incondicionada, enquanto os
previstos no inciso II caracterizam a
extraterritorialidade condicionada. Ressalte-se que, ao
se falar em extraterritorialidade incondicionada, como
o próprio nome já diz, tem-se que não há nenhuma
condição para que a lei brasileira seja aplicada ao caso.
Todavia, tratando-se de extraterritorialidade
condicionada, a aplicação da lei brasileira depende do
preenchimento de certos requisitos.  
Fonte: Shutterstock. 
Lugar do crime 
Para a adoção do princípio da territorialidade, é preciso identi�car o lugar do crime, o que nem sempre é tarefa
fácil diante do caso concreto.
Existem três teorias que tratam do lugar do crime: 
Teoria da atividade
Considera-se lugar do crime aquele em que ocorreu a ação ou a omissão, ainda que, em outro, tenha-se
produzido o resultado. 
Teoria do resultado
Considera-se lugar do crime aquele em que se produziu o resultado, ainda que outro seja o local da conduta. 
Teoria da ubiquidade ou mista
Considera-se lugar da infração tanto aquele em que ocorreu a ação ou a omissão quanto o do resultado. 
Depreende-se do art. 6° do CP que o Brasil adota a teoria da ubiquidade: “Considera-se praticado o crime no lugar
em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado” (BRASIL, 2017, p. 11). 
E�cácia da lei penal em relação às
pessoas 
O agente diplomático só será obrigado a prestar
d i lid d d h b
Em regra, a lei penal se aplica a todas as pessoas
indistintamente. No entanto, determinadas pessoas
possuem imunidade, seja em virtude da função que
ocupam ou em virtude de regras internacionais.
depoimento na qualidade de testemunha sobre
fatos que envolvam o exercício de sua função.

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