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TEORIA DO CRIME UNID 2

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- -1
TEORIA DO CRIME
DA LEI PENAL
Thaís Camargo Rodrigues e Lais Ferraz Pessoa
- -2
Olá!
Você está na unidade . Conheça aqui a Lei, que é a fonte formal imediata do Direito Penal. EntendaDa lei penal
que, de acordo com o nosso regimento, só ela pode criar crimes e cominar as respectivas penas, conforme o
princípio da reserva legal. Compreenda as implicações mais relevantes dessa regra e como isso tudo funciona na
prática. Veja as possibilidades da aplicação da lei penal, que o objetivo de estudo dessa unidade. Perceba que
esse assunto é crucial para o entendimento futuro de como os crimes e as penas devem ser aplicados.
1 Teoria da lei penal
A lei penal possui uma estrutura, que é composta por por um preceito primário e também por um preceito
secundário. O é a parte da lei que define a conduta criminosa, já o preceito primário preceito secundário
estabelece a pena para aquela conduta. Veja o caso da lesão corporal no Código Penal: “Art. 129. Ofender a
integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano”. Nesse caso, obedecendo a
estrutura, temos o preceito primário no caput e o preceito secundário com a pena de detenção.
1.2 Fontes do Direito Penal
Dizem respeito à criação e manifestação do Direito Penal. As fontes de criação são chamadas de fontes materiais
do Direito Penal, enquanto as fontes de aplicação são as formais.
• Materiais
São os órgãos encarregados de criar, de produzir, o Direito Penal. São competências da União, segundo o
artigo 22, I, "legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo,
aeronáutico, espacial e do trabalho". A competência exclusiva é indelegável, já a privativa pode ser
Fique de olho
O Brasil se filiou ao sistema de proibição indireta. Nesse sistema, a lei penal é sempre
descritiva e não proibitiva. Quando o artigo 121 do Código Penal diz "matar alguém", a
proibição é implícita, indireta.
•
- -3
delegada. E é competência dos Estados, segundo o mesmo atigo, § único, "Lei complementar poderá
autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo".
• Formais
Dizem respeito à aplicação do Direito Penal. (sem mediação, diretas): só a lei, pois somente aImediatas 
lei pode criar crimes e cominar penas pelo princípio da reserva legal. (secundárias): costumes,Mediatas
princípios gerais do direito; atos administrativos, doutrina, jurisprudência, tratados internacionais.
2 Tempo e lugar do crime
Tanto para o tempo como para o lugar do crime, existem as teorias da atividade, do resultado e da ubiquidade
/mista.
2.1 Tempo do crime
O Código Penal Brasileiro adotou a teoria da atividade quando trata do tempo do crime, conforme o artigo 4º,
que diz que “considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento
do resultado.” A adoção da teoria da atividade tem algumas repercussões. Aplica-se a lei penal que era vigente no
momento da conduta, exceto nas situações em que a legislação elaborada posteriormente for mais favorável ao
agente. Outra repercussão da teoria da atividade é que a imputabilidade do agente deve ser analisada no tempo
da conduta. Isso levanta a discussão a respeito da inimputabilidade, do crime permanente e da superveniência
da maioridade penal.
O crime permanente ocorre quando a consumação se prolonga no tempo por meio de atos da vontade do agente.
O agente, ao longo do tempo, de forma deliberada, mantém a situação contrária à previsão legal. Nesses crimes, a
prisão em flagrante é possível a qualquer tempo, enquanto durar essa permanência de atitudes do agente. É o
exemplo do artigo 159 do Código Penal, que vigora que “sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para
•
Fique de olho
Para memorizar as teorias adotadas no Brasil para o tempo e o lugar do crime, lembre-se da
palavra LUTA e então tenha em mente as letras separadamente, formando novas palavras:
Lugar, Ubiquidade, Tempo e Atividade.
- -4
outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate. Pena - reclusão, de oito a quinze anos”.Trata-se
de crime permanente, que se consuma com a privação da liberdade da vítima. Existe, ainda, a hipótese do artigo
71 do Código:
Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma
espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os
subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes,
se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.
Trata-se de uma ficção jurídica, uma solução para o crime que é composto por vários crimes numa séria
continuada, mas em que cada crime é independente e autônomo. Para aplicar a pena, o Código Penal considera
todos como um único crime. A importante jurisprudência, na súmula 711 do STJ, trata sobre o tema:
A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é
anterior à cessação da continuidade ou da permanência. O próprio embargante reconhece que a
causa dessa decisão foi a "existência de cinco crimes de corrupção ativa, praticados em continuidade
delitiva e parcialmente na vigência da nova Lei". Portanto, está bem compreendido o fundamento do
acórdão, que, aliás, está bem ancorado na Súmula 711 desta Corte (A lei penal mais grave aplica-se
ao crime continuado ou ao crime permanente, se a vigência é anterior à cessão da continuidade ou
da permanência). Esta também é a inteligência do art. 71 do Código Penal, que trata da regra a ser
aplicada, pelo órgão julgador, da ficção jurídica da continuidade delitiva.
A súmula se aplica tanto para os crimes continuados quanto para os crimes permanentes. Importante salientar
que o Código Penal adotou a teoria do resultado (art. 111, I, CP) quanto à prescrição: “A prescrição, antes de
transitar em julgado a sentença final, começa a correr: I - do dia em que o crime se consumou”. É o início da
prescrição da pretensão punitiva, ou seja, o dia em que o crime se consumou que começa a contagem da
prescrição do direito de punir.
2.2 Lugar do crime
O Código Penal brasileiro escolheu a teoria da ubiquidade em seu artigo 6º: “Considera-se praticado o crime no
lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-
” O lugar do crime é o lugar da ação ou omissão e também o lugar do resultado.se o resultado.
- -5
Essa teoria se aplica aos chamados crimes a distância, que são aqueles que envolvem países diversos. É o caso
em que a conduta foi praticada em um determinado país e o resultado ocorreu em um país diverso (não se aplica
a cidades diversas de um mesmo país). É uma questão que diz respeito ao assunto da soberania do Estado e não
da competência jurisdicional.
Vale lembrar que o chamado não é admitido, ou seja, não se permite a dupla punição por um únicoBis in idem
fato. O agente nos crimes a distância pode ser processado e condenado em dois países. O agente pode inclusive
cumprir pena nos dois países. O será evitado utilizando o artigo 8º: “bis in idem A pena cumprida no estrangeiro
atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas”.
Dessa forma, o agente duplamente condenado em dois países pelo mesmo fato, terá pena atenuada no Brasil.
2.3 Lei penal no espaço
Entender como se aplica a lei penal no espaço é entender o próprio campo de validade da lei penal, o seu âmbito
de incidência. A regra geral está no artigo 5º do Código Penal: “Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de
”. Trata-se daconvenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional
territorialidade, ou seja, será a aplicada a lei brasileira àqueles crimes que forem cometidos no Brasil. Existem
exceções a essa regra geral, que são as chamadas hipóteses de extraterritorialidade, previstas no artigo 7º do
Código Penal.Como existem essas exceções, no Brasil se fala em territorialidade mitigada. As exceções à regra da
territorialidade aparecem nos casos de aplicação da lei brasileira a crimes cometidos no exterior.
É importante ressaltar alguns aspectos que surgem a partir das exceções à territorialidade:
O primeiro deles é em relação à personalidade, ou nacionalidade, do agente ou vítima. Subdivide-se em
personalidade ativa e personalidade passiva. Na tratamos dos crimes praticados por autorpersonalidade ativa, 
brasileiro no estrangeiro. O agente é punido conforme a previsão da lei brasileira, independentemente da
nacionalidade do sujeito passivo (a vítima) e do bem juridicamente tutelado que foi ofendido no caso concreto.
Na , tratamos dos crimes cometidos contra vítima brasileira, como previsto no artigo 7º,personalidade passiva
§3º, CP.
Fique de olho
Como já vimos, os chamados crimes a distância envolvem países diferentes, sendo
relacionados à própria soberania dos Estados. São diferentes dos chamados crimes plurilocais,
que acontecem em comarcas diversas de um mesmo país, envolvendo a competência.
- -6
O segundo ponto a se ressaltar, relativamente à extraterritorialidade, é . O autor de um crime deveo domicílio
ser julgado pela lei do país em que tiver domicílio, não importando a sua origem ou nacionalidade, conforme
previsão legal do artigo 7º, I, “d”, CP.
O terceiro ponto é o chamado , que permite a lei brasileira sejaPrincípio da Defesa Real ou da Proteção
aplicada mesmo a crimes praticados no exterior. Quando ofendem os bens jurídicos brasileiros,
independentemente da origem do agente do crime e do local onde esse crime tenha sido praticado. Previsão:
artigo 7º, I, “a”, “b” e “c”, CP.
O quarto aspecto é o , que se relaciona com a cooperação penal internacional.Princípio da Justiça Universal
Todo e qualquer Estado tem o direito de punir os autores de crimes que estejam em seus territórios, como
previsto pelos acordos e as convenções ou tratados internacionais, qualquer que seja a nacionalidade do agente,
o lugar do crime ou do bem jurídico atingido pelo delito. É um dever de todos, pautado na solidariedade ao
combate de crimes que interessam a todos os povos, como o tráfico de pessoas, por exemplo. A previsão do
princípio está no artigo 7º, II, “a”, CP.
Por fim, o trata da aplicação da lei brasileira a crimes cometidos emPrincípio da Representação ou Bandeira
aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando estiverem em território
estrangeiro e não forem julgados nos respectivos países. É a previsão do artigo 7º, II, “c”, CP. Vale lembrar que, se
estas aeronaves ou embarcações estiverem no Brasil, o que vale é o princípio da territorialidade. Importante
ressaltar que se a aeronave ou embarcação for pública ou estiver a serviço do governo brasileiro, elas são
territórios brasileiros por extensão (art. 5º, §1º, CP), e então também se aplica o princípio da territorialidade.
Desse modo, entendemos a extraterritorialidade como a aplicação a lei brasileira a crimes praticados no exterior.
Não existe extraterritorialidade em contravenções penais (art. 2º, DL 3688/41). Divide-se em incondicionada e
condicionada. A i não depende de nenhuma condição. A simples prática do delito no exterior jáncondicionada 
autoriza a aplicação da lei brasileira. Hipóteses do artigo 7º do Código Penal:
Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I - os crimes: 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de
Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo
Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil.
- -7
A , por sua vez, depende de condições cumulativas, previstas no art. 7º, §2º e §3º, CP:condicionada
II - os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
b) praticados por brasileiro;
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada,
quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou
condenado no estrangeiro.
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes
condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a
punibilidade, segundo a lei mais favorável.
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do
Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
Precisamos entender também os efeitos gerados por uma sentença estrangeira. O artigo 9º do Código prevê
hipóteses em que uma sentença estrangeira precisa ser homologada no Brasil para produzir efeitos jurídicos.
Segundo o STF, na súmula 420, "não se homologa sentença proferida no estrangeiro sem prova do trânsito em
julgado". É tão importante a sentença estrangeira, que pode ser considerada reincidência. Para que a sentença
estrangeira configure a reincidência no Brasil, ela não precisa ser homologada, mas apenas ter transitado em
julgado (art. 63, CP). A homologação de sentença estrangeira é matéria de competência do STJ conforme
estabelecido pelo artigo 105, I, “i”, CR. Antes da EC 45/2004 a competência era do STF.
- -8
3 Princípio da proibição do bis in idem
Non bis in idem é a expressão do latim que veda a dupla punição pelo mesmo fato: ninguém pode ser punido
duas vezes pelo mesmo fato. O STJ tratou do assunto na súmula 241: "A reincidência penal não pode ser
considerada como circunstância agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial.". Explicando melhor
a súmula: se o sujeito só apresenta uma única condenação anterior é caso de reincidência e não pode ser usada a
condenação simultaneamente como circunstância judicial desfavorável.
4 Princípio da insignificância
O que é insignificante não deve ser objeto do Direito Penal. A natureza jurídica do princípio da significância, ou
seja, sua razão de ser jurídica, é de causa de exclusão da tipicidade penal de maneira considerada supralegal, já
que não tem previsão legal, está acima das leis. Para o princípio da insignificância, o fato ocorrido apresenta a
chamada tipicidade formal, entretanto, não há tipicidade material quando analisamos o fato. A tipicidade é
considerada formal, quando se trata do juízo de adequação entre o fato e a norma (se o fato praticado na vida
real se amolda ao modelo descrito na lei penal). A tipicidade material é uma análise que leva em conta a lesão ou
o perigo de lesão a um bem jurídico naquele caso concreto.
No princípio da insignificância, o fato apresenta tipicidade formal, entretanto não há tipicidade material. O
princípio da insignificância propõe uma interpretação mais restritiva da lei penal, menos ampla, como uma
forma de realmente utilizar a lei penal em último caso. O princípio da insignificância apresenta dois tipos de
requisitos. Conheça-os clicando nos abaixo:cards 
Princípios objetivos
Dizem respeito ao fato praticado.
Princípios subjetivos
Dizem respeito ao agente e à vítima.
O princípio da insignificância tem requisitos considerados objetivos, como a ,mínima ofensividade da conduta
ou seja, a ofensa ao bem jurídico deve ter sido a menor possível. Outro requisito é a ausência de periculosidade
, não gerando riscos maiores à sociedade. Também é requisito objetivo para aplicaçãodosocial da ação
princípio da insignificância o , que, em outras palavras,reduzido grau de reprovabilidade do comportamento
não deve ser um comportamento arriscado e cruel, mas sim minimamente reprovável. Por fim, há o requisito da
- -9
que quer dizer que o fato deve ter poucas consequências para o beminexpressividade da lesão jurídica, 
jurídico protegido. Todos esses requisitos devem ser avaliados no caso concreto sempre, ou seja, caso a caso.
Os requisitos subjetivos, por sua vez, dizem respeito à importância do bem para a vítima (econômica e
e . sentimental) condições do agente O princípio da insignificância é aplicável a todo e qualquer crime, seja ele
compatível, e não somente aos crimes patrimoniais. Os crimes de natureza tributária, como o descaminho, por
exemplo, têm aplicação do princípio da insignificância para certos valores. Existem crimes incompatíveis com o
princípio da insignificância, como os crimes contra a vida, roubo ou crimes praticados com violência ou grave
ameaça, crimes sexuais, crimes militares. O princípio da insignificância pode ser reconhecido somente pelo juiz
segundo o STJ, não cabendo a valoração pela autoridade policial.
5 Lei penal no tempo
Entender a aplicação da lei penal começa por entender o princípio da continuidade das leis. Por esse princípio,
estabelece-se que lei só é revogada por outra lei. Decisão judicial e controle de constitucionalidade não são
capazes de revogar leis. O chamado se verifica quando uma lei é revogada. conflito de leis penais no tempo O
Direito Penal intertemporal tem regras para solucionar o conflito. A regra geral é do tempus regit actum: o
tempo rege a ação. Aplica-se a lei penal que estava em vigor no momento em que o fato foi praticado. É um
desdobramento do princípio da anterioridade do Direito Penal e do princípio da legalidade. A retroavidade
benéfica é uma exceção prevista no artigo 5º, XL, da Constituição:
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
e também no artigo 2o do Código Penal:
Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude
dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
Pode ocorrer a retroatividade benéfica em duas situações: e . Vejamos asabolitio criminis novatio legis in mellius
características de cada uma delas:
É uma causa extintiva da punibilidade (art. 107, III, CP). Esta opção do CP é criticada pela
doutrina, pois, na verdade, a abolitio, muito mais do que uma causa de excludente de
punibilidade, deveria ser causa extintiva da tipicidade, o crime deixa de existir, o fato deixa
de ser típico no Direito Penal.
- -10
Abolitio
criminis 
A abolitio apaga todos os efeitos penais de eventual sentença condenatória já proferida
(exemplo: reincidência). Entretanto, subsistem os efeitos extrapenais como a obrigação de
reparar o dano causado, por exemplo). Além disso, ela depende da revogação formal do
tipo penal (casos em que o tipo penal deixa de existir; e da supressão material do fato
criminoso (casos em que o fato deixa de ter relevância penal, deixando de constituir crime,
de interessar ao Direito Penal).
Novatio
legis in
mellius
Também chamada é uma nova lei que favorece o agente. A lei penal maislex mitior,
favorável deve ser examinada no caso concreto. É a chamada, também, de teoria da
ponderação concreta.
Tanto nos casos de como podemos considerar os seguintes aspectos:abolitio criminis novatio legis,
A retroatividade benéfica é automática, dispensa cláusula expressa. A nova lei não precisa dizer que é benéfica e,
portanto, retroativa. Isso é extraído da interpretação do caso concreto.
A lei penal benéfica alcança inclusive os fatos já definitivamente julgados. Em outras palavras, o trânsito em
julgado não é obstáculo à retroatividade benéfica.
A competência para aplicação da lei penal benéfica depende do momento em que se encontra a persecução
penal.
6 Lei penal temporária e lei penal excepcional
Disciplinadas pelo art. 3º, Código Penal, que diz que "a lei excepcional ou temporária, embora decorrido o
período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante
sua vigência". é aquela que tem um “prazo de validade”, uma vigência predeterminada noLei penal temporária
tempo. Um exemplo foi a Lei 12663/12, que foi a lei geral da copa do mundo de 2014. Já a lei penal excepcional
é aquela que vigora somente em uma situação de anormalidade.
Essas leis penais são autorrevogáveis, independentemente de outra lei. Findado o prazo ou a situação
excepcional, a lei está revogada. Por isso, também são chamadas de . leis penais intermitentes Essas leis
também são dotadas de ultratividade, continuam aplicáveis mesmo depois de revogadas. O fundamento dessa
ultratividade é evitar que manobras protelatórias levem à impunidade dos réus.
- -11
7 Lei penal em branco
Também é chamada de ou . lei penal cega lei penal aberta Conforme estudamos, a lei penal incriminadora é
composta de preceito primário (definição da conduta criminosa) e preceito secundário (pena cominada). Na lei
penal em branco, o preceito secundário é completo, em outras palavras, a pena foi devidamente cominada pelo
legislador. Porém, o preceito primário é incompleto, ou seja, a conduta criminosa depende de complementação.
8 Conflito aparente de leis penais
É uma situação jurídica em que para um único fato relevante praticado, duas ou mais leis penais poderiam ser
aplicadas. Esta matéria se relaciona com a interpretação da lei penal. Seus requisitos são:
Requisito 1
Unidade de fato.
Requisito 2
Pluralidade de leis aparentemente aplicáveis.
Requisito 3
Vigência simultânea de todas elas.
No conflito aparente de leis penais, todas as leis que parecem possíveis de serem aplicadas devem estar em vigor
ao tempo do fato. No chamado conflito de leis no tempo, só uma dessas leis está em vigor. No conflito aparente,
existe um único crime, o agente responde apenas por um crime, ele só praticou um fato. No concurso de crimes,
existem vários delitos e o agente responde por todos eles. Vejamos suas finalidades:
Evitar o bis in idem. Se o agente praticou um único fato, ele só pode responder por um crime. Unidade de fato.
Fique de olho
A entre a lei penal em branco e o tipo penal aberto é que ambos são incompletos,semelhança 
precisando, dessa forma, de complementação. Já a é que, na lei penal em branco, odiferença
complemento será uma outra lei (homogênea) ou um ato administrativo (heterogênea). No
tipo penal aberto, o complemento será um juízo de valor, não está em lei ou ato administrativo,
é extraído da valoração do caso concreto.
- -12
Manter a coerência do ordenamento jurídico como um todo.
é isso Aí!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer a Lei, que é a fonte formal imediata do Direito Penal;
• entender que, de acordo com o nosso regimento, só a Lei pode criar crimes e cominar as respectivas 
penas, conforme o princípio da reserva legal;
• compreender as implicações mais relevantes dessa regra e como isso tudo funciona na prática;
• verificar as possibilidades da aplicação da lei penal;
Referências
BITENCOURT, C. R. : parte geral. vol. 1. 24. ed. São Paulo: Saraiva, 2018Tratado de Direito Penal
BITENCOURT, C. R.; MUÑOZ CONDE, F. . 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2004.Teoria geral do delito
ESTEFAM, A. : parte geral. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.Direito Penal
MARTINELLI, J. P. O; BEM, L. S. : parte geral. 3. ed. São Paulo: Saraiva, Lições fundamentais de Direito Penal
2018.
•
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	Olá!
	1 Teoria da lei penal
	1.2 Fontes do Direito Penal
	Materiais
	Formais
	2 Tempo e lugar do crime
	2.1 Tempo do crime
	2.2 Lugar do crime
	2.3 Lei penal no espaço
	3 Princípio da proibição do bis in idem
	4 Princípio da insignificância
	5 Lei penal no tempo
	6 Lei penal temporária e lei penal excepcional
	7 Lei penal em branco
	8 Conflito aparente de leis penais
	é isso Aí!
	Referências

Outros materiais