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Crimes contra o patrimônio: Disciplina: Direito Penal 111 Roubo (art. 157) O roubo constitui crime complexo, pois é composto por fatos que individualmente constituem crimes. São eles: furto + constrangimento ilegal + lesão corporal leve, quando houver (as vias de fato ficam absorvidas pelo constrangimento ilegal). → Objeto jurídico Tutela-se, além da posse e propriedade, a integridade física e a liberdade individual. → Elementos do tipo O Código Penal prevê o chamado roubo próprio e impróprio. Roubo próprio é a subtração, para si ou para outrem, de coisa alheia móvel, mediante o emprego de grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência; no roubo impróprio, o agente, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. A ação nuclear do tipo consubstancia-se no verbo subtrair, que significa tirar, retirar, de outrem, no caso, bem móvel. São os seguintes os meios executórios do crime de roubo: Mediante o emprego de grave ameaça: trata-se do emprego da vis compulsiva, ou seja, da grave ameaça, consubstanciada na promessa da prática de mal grave e iminente. - A ameaça pode ser praticada mediante o emprego de palavras, gestos, ou mediante o porte ostensivo de arma. Assim, basta tão somente o porte ostensivo da arma de fogo para que se configure a grave ameaça. Observação: frise-se que a exibição da arma deve ser ostensiva, de modo que a vítima perceba que o agente a está portando (exemplo, arma na cintura). Se a arma está escondida nas vestes da vítima ou se encontra em sua maleta, ou em seu veículo, sem que o agente a tenha utilizado ostensivamente para intimidar, não há falar no crime de roubo, mas no crime de furto. Mediante o emprego de violência física: trata-se do emprego da vis absoluta, ou seja, da força física (da qual decorram lesão corporal ou vias de fato) capaz de dificultar ou paralisar os movimentos do ofendido, de modo a impedir a sua defesa (exemplo, amarrar as mãos da vítima). Constitui a chamada violência própria. Observação: trombada, é o choque/colisão, ou seja, a força física empregada pelo ladrão contra o corpo do transeunte para lograr subtrair os seus bens; no arrebatamento de objeto preso ao corpo da vítima, o golpe é dirigido contra o próprio objeto a ser furtado, vindo o dono da coisa a ser atingido por repercussão. Qualquer outro meio que reduza à impossibilidade de resistência: cuida-se da violência imprópria, consistente em outro meio que não Crimes contra o patrimônio: Disciplina: Direito Penal 111 constitua violência física ou grave ameaça, como fazer a vítima ingerir bebida alcoólica, narcóticos, soníferos ou hipnotizá-la. → Objeto material São a coisa alheia móvel e a pessoa humana. → Sujeitos a) Sujeito ativo: trata-se de crime comum. Qualquer pessoa pode praticá-lo, com exceção do possuidor ou proprietário do bem; b) Sujeito passivo: s ofensa perpetrada no crime de roubo pode ser Imediata: é a perpetrada contra o titular do direito de propriedade ou posse. Exemplo: violência empregada contra o dono da loja para que este entregue o dinheiro do caixa; Mediata: é a empregada contra terceiro que não seja titular do direito de propriedade ou posse. Exemplo: agente que ameaça com arma de fogo o empregado da loja para que este lhe entregue o dinheiro do caixa. → Elemento subjetivo É o dolo, consubstanciado na vontade de subtrair coisa alheia móvel, com o fim especial de tê-la para si ou para outrem. → Formas ✓ Roubo próprio: está previsto no caput (pena de reclusão, de 4 a 10 anos, e multa); ✓ Roubo impróprio: está previsto no § 1º (pena de reclusão, de 4 a 10 anos, e multa); ✓ Causas de aumento de pena: estão previstas no § 2º (aumenta-se de 1/3 até a metade); § 2º-A (aumenta-se de 2/3); e § 2º-B (aplica-se em dobro a pena do caput); ✓ Roubo qualificado pelo resultado lesão corporal grave: se da violência resulta lesão corporal grave, a pena será a de reclusão, de 7 a 18 anos, e multa. ✓ Roubo qualificado pelo resultado morte (latrocínio): se da violência resulta morte, a pena será a de reclusão de 20 a 30 anos, e multa. → Roubo próprio (art. 157, caput) No roubo próprio, o constrangimento é empregado no início ou concomitantemente à subtração da coisa, ou seja, antes ou durante a retirada do bem. O roubo se consuma no momento em que o agente subtrai* o bem do ofendido. *Subtrair é retirar contra a vontade do titular. → Roubo impróprio (art. 157, § 1º) No roubo impróprio o agente primeiro subtrai a coisa, sem empregar qualquer constrangimento contra a vítima, e somente após efetuá-la emprega violência ou grave ameaça com o fim de garantir a sua posse ou assegurar a impunidade do crime, isto é, evitar a prisão em flagrante ou a sua identificação. - Exigem-se, portanto, três requisitos: Crimes contra o patrimônio: Disciplina: Direito Penal 111 i. Efetiva retirada da coisa; ii. Emprego de violência ou grave ameaça logo depois da subtração: pela expressão “logo depois”, deve-se entender a imediatidade entre a retirada do bem e o emprego da violência ou grave ameaça; iii. Finalidade de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. A consumação do crime ocorre no momento em que, após a retirada do bem, emprega-se a violência ou grave ameaça contra os perseguidores. → Causas especiais de aumento de pena (roubo qualificado) O aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de roubo circunstanciado exige fundamentação concreta, não sendo suficiente para a sua exasperação a mera indicação do número de majorantes. - Assim, a pena é majorada quando há: i. Concurso de duas ou mais pessoas; ii. Transporte de valores: a pena é agravada se a vítima, regra geral por dever de ofício (caixeiro viajante, empresa de segurança especialmente contratada para o transporte de valores), realiza serviço de transporte de valores (dinheiro, joia, etc.). Assim, exige-se que a finalidade do transporte seja a condução de valores de uma localidade para outra; iii. Roubo de veículo automotor; iv. Agente que mantém a vítima em seu poder: a pena aumenta-se de 1/3 até a metade se, no crime de roubo, o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo a sua liberdade; v. Roubo de substâncias explosivas ou acessórios: a pena aumenta-se de 1/3 até a metade, se a subtração for de substância explosiva ou de acessório que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego; vi. Violência ou grave ameaça exercida com emprego de arma branca: a pena aumenta-se de 1/3 até a metade, se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca. Observação: arma branca é o instrumento que não foi criado especificamente para ataque ou defesa, mas que é capaz de ofender a integridade física (como, o facão, faca de cozinha, canivete, machado, barra de ferro); vii. Emprego de arma de fogo. → Roubo qualificado pela lesão corporal de natureza grave Trata-se de crime complexo, resultante da somatória de roubo + lesões graves. Assim, a pena prevista é de reclusão, de 7 a 18 anos, e multa, se da violência resulta lesão corporal grave. Consuma-se o crime com a subtração da res e a produção das lesões corporais graves. → Latrocínio Crimes contra o patrimônio: Disciplina: Direito Penal 111 Ocorre quando, do emprego de violência física contra a pessoa com o fim de subtrair a res, ou para assegurar a sua posse ou a impunidade do crime, decorre a morte da vítima. - Trata-se de crime complexo, formado pela junção de roubo + homicídio (doloso ou culposo). Há, assim, um crime contra o patrimônio + um crime contra a vida. O latrocínio é precipuamente um delito contra o patrimônio, já que a finalidade última do agente é asubtração de bens mediante o emprego de violência, do qual decorre o óbito da vítima ou de terceira pessoa que não o coautor. Assim, pode haver dois sujeitos passivos: um que sofre a espoliação patrimonial e outro que suporta a violência física ocasionadora do óbito. Exemplo: a morte do guarda-costas da vítima. Observação: a morte deve decorrer do emprego de violência pelo agente com o fim de se apoderar da res ou assegurar a sua posse ou garantir a impunidade do crime. Dá-se a consumação com a efetiva subtração da res e a morte da vítima. Assim, só se cogita, aqui, do latrocínio em que há dolo quanto ao resultado agravador morte: i. Havendo subtração patrimonial consumada e morte consumada, teremos latrocínio consumado; ii. Havendo subtração patrimonial consumada e morte tentada, teremos latrocínio tentado; iii. Havendo subtração tentada e morte consumada, teremos latrocínio consumado; iv. Havendo subtração patrimonial tentada e morte tentada, teremos latrocínio tentado. Em que pese o homicídio ser elemento do crime de latrocínio, ele é de competência do juiz singular, e não do Tribunal do Júri. Observação: inclui o latrocínio no rol dos crimes hediondos, assim o mínimo de pena privativa de liberdade consiste em 20 a 30 anos de reclusão e multa. → Ação penal Trata-se de crime de ação penal pública incondicionada. Extorsão (art. 158) Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa. - Pena de reclusão, de 4 a 10 anos, e multa. → Objetos jurídicos Tutela-se sobretudo a inviolabilidade patrimonial. Secundariamente objetiva-se a tutela da vida, a integridade física, a tranquilidade e a liberdade pessoal. → Objeto material O objeto material do crime está contido na expressão fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa. Crimes contra o patrimônio: Disciplina: Direito Penal 111 → Elementos do tipo A ação nuclear do tipo consubstancia-se no verbo constranger, que significa coagir, compelir, forçar, obrigar alguém a fazer (exemplo, quitar uma dívida não paga), tolerar que se faça (exemplo, permitir que o agente rasgue um contrato) ou deixar de fazer alguma coisa (exemplo, obrigar a vítima a não propor ação judicial contra o agente). - Assim, há primeiramente a ação de constranger realizada pelo coator, a qual é seguida pela realização ou abstenção de um ato por parte do coagido. O constrangimento pode ser exercido mediante o emprego de violência ou grave ameaça, os quais podem atingir tanto o titular do patrimônio quanto pessoa ligada a ele (exemplo, filhos, pai, mãe, esposa etc.). Observação: a ameaça é o meio mais comum utilizado pelo agente para constranger a vítima a agir ou se abster de determinado comportamento. O tipo penal contém um elemento normativo representado pela expressão “indevida”. Ou seja, é aquela vantagem contrária ao direito. Se for devida, configura-se o crime. → Sujeitos a) Sujeito ativo: cuida-se de crime comum. Assim, qualquer pessoa pode praticá-lo; b) Sujeito passivo: Podem ser sujeitos passivos aquele que sofre a violência ou grave ameaça; aquele que faz, deixa de fazer ou tolera que se faça algo; aquele que sofre o prejuízo econômico. → Elemento subjetivo É o dolo, consubstanciado na vontade de constranger outrem, mediante o emprego de violência ou grave ameaça, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa. Ademais, também é necessário um fim especial de agir, consistente no intuito de obter vantagem econômica. → Momento consumativo Basta que a vítima, constrangida pelo emprego de violência ou grave ameaça, faça, tolere que se faça ou deixe de fazer alguma coisa para que o crime se repute consumado, não se exige a obtenção da indevida vantagem econômica pelo agente. → Formas a) Simples: está prevista no caput (pena de reclusão, de 4 a 10 anos, e multa); b) Qualificada: a pena passa a ser de 7 a 18 anos de reclusão, se resultar lesão corporal grave. Ademais, o crime de extorsão com morte da vítima é da competência do juiz singular, e não do Tribunal do Júri. → Causa especial de aumento de pena A pena é aumentada de 1/3 até a metade, nos casos em que Cometimento do crime por duas ou mais pessoas; Emprego de arma: cuida-se aqui das chamadas armas próprias, ou seja, dos instrumentos especificamente criados para ataque ou defesa; e impróprias, isto é, os instrumentos que não foram criados Crimes contra o patrimônio: Disciplina: Direito Penal 111 especificamente para aquela finalidade, mas são capazes de ofender a integridade física (canivete). - Assim, o fundamento dessa majorante é o poder intimidatório que a arma exerce sobre a vítima, anulando a capacidade de resistência. Observação: a arma deve ter idoneidade ofensiva, ou seja, capacidade de colocar em risco a integridade física da vítima. Tal não ocorre com o emprego de arma desmuniciada ou defeituosa ou arma de brinquedo. → Qualificada: sequestro relâmpago Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica (pena é de reclusão, de 6 a 12 anos, e multa). O sequestro relâmpago, em que o agente restringe a liberdade de locomoção da vítima, conduzindo-a até caixas eletrônicos, a fim de obrigá-la a entregar-lhe o cartão magnético e a fornecer-lhe a senha, para sacar o numerário, configurará o crime de extorsão na forma qualificada. - Ademais, se do crime de sequestro relâmpago resultar lesão corporal grave, terá pena de reclusão, de 16 a 24 anos; ou morte, terá pena de reclusão, de 24 a 30 anos. → Ação penal Trata-se de crime de ação penal pública incondicionada. - No tocante ao crime de extorsão qualificada pelo resultado morte, a competência para o seu julgamento é do juiz singular, e não do Tribunal do Júri. Extorsão mediante sequestro (art. 159) Cuida-se aqui da privação da liberdade da vítima, tendo por fim a obtenção de vantagem, como condição ou preço do resgate. → Objeto jurídico Por se tratar de crime complexo, formado pela fusão de dois crimes (sequestro ou cárcere privado + extorsão), tutela-se a inviolabilidade patrimonial e a liberdade de locomoção, além da integridade física (diante da previsão das formas qualificadas pelo resultado lesão corporal grave ou morte). → Elemento do tipo Consubstancia-se no verbo sequestrar, que significa privar a vítima de sua liberdade de locomoção, ainda que por breve espaço de tempo. O objeto material deve ser, necessariamente, pessoa, pois o sequestro de um animal de estimação para extorquir seu dono. → Sujeitos a) Sujeito ativo: trata-se de crime comum. Qualquer pessoa pode praticá-lo. Assim, o sujeito ativo do crime não é apenas aquele que realiza o sequestro da pessoa, mas também o que vigia a vítima no local do crime para que ela não fuja e também aquele que leva a mensagem aos parentes da vítima; Crimes contra o patrimônio: Disciplina: Direito Penal 111 b) Sujeito passivo: são sujeitos passivos tanto a pessoa que sofre a lesão patrimonial como a que é sequestrada. Ademais, se a vítima possuir idade igual ou inferior a 14 anos ou maior de 60, o delito será qualificado. → Elemento subjetivo É o dolo, consistente na vontade livre e consciente de sequestrar a vítima, acrescido da finalidade especial de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate. → Momento consumativo O crime se consuma com o sequestro, ou seja, com a privação da liberdade da vítima, independentemente da obtenção da vantagem econômica. - Assim, basta comprovar-se a intenção do agente de obter a vantagem como condição ou preço do resgate, o que se faz por intermédio das negociações entre o sequestrador e os parentes da vítima, via telefone, quanto às condições ou preçodo resgate; ou então por meio de mensagens escritas enviadas pelos sequestradores. É crime permanente, cujo momento consumativo se prolonga no tempo, enquanto a vítima é mantida no cativeiro A cessação do crime depende única e exclusivamente da vontade do agente. Além disso, a prisão em flagrante pode ser realizada a qualquer momento, enquanto a vítima ainda se encontra sob o poder dos sequestradores. → Formas ✓ Simples: está prevista no caput. Trata-se de crime hediondo; ✓ Qualificadas: • § 1º: pena de reclusão, de 12 a 20 anos. i. Sequestro por mais de 24 horas: o crime é punido de maneira mais severa se o sequestro dura mais de 24 horas; ii. Sequestro de menor de 18 ou maior de 60 anos; iii. Sequestro praticado por associação criminosa. • § 2º - extorsão mediante sequestro, qualificada pela lesão corporal de natureza grave (pena de reclusão, de 16 a 24 anos): trata-se de crime qualificado pelo resultado. Assim, pode resultar tanto dos maus-tratos acaso infligidos ao sequestrado quanto da própria natureza ou modo do sequestro. • § 3º - extorsão mediante sequestro, qualificada pela morte (pena de reclusão, de 24 a 30 anos): incidem aqui os comentários ao crime de extorsão mediante sequestro, qualificada pela lesão corporal de natureza grave. Desse modo, a morte da vítima deve decorrer dos maus-tratos dispensados ao sequestrado como da natureza ou modo do sequestro. → Lei de proteção a vítimas e testemunhas ameaçadas, bem como a acusados ou condenados que tenham voluntariamente prestado efetiva colaboração à investigação policial e ao processo criminal Poderá o juiz, de ofício ou a requerimento das partes, conceder o perdão judicial e a consequente extinção da punibilidade ao acusado que, sendo Crimes contra o patrimônio: Disciplina: Direito Penal 111 primário, tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e o processo criminal, desde que dessa colaboração tenha resultado: a identificação dos demais coautores ou partícipes da ação criminosa; a localização da vítima com a sua integridade física preservada; e a recuperação total ou parcial do produto do crime. → Ação penal Trata-se de crime de ação penal pública incondicionada. Extorsão indireta (art. 160) Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro. - O agente, portanto, vale-se da situação economicamente mais fraca da vítima, que necessita de auxílio financeiro, para extorquir-lhe garantias ilícitas em troca da prestação econômica, garantias estas que se consubstanciam em documentos que podem dar causa a procedimento criminal contra o devedor, caso este não pague a dívida. → Objeto jurídico Tutela-se o patrimônio, assim como a liberdade individual, já que a vítima, diante da necessidade econômica, é obrigada a fazer o que a lei não manda. → Elementos do tipo Trata-se de crime de ação múltipla. O tipo penal contém duas ações nucleares: exigir, obrigar, reclamar, sendo uma iniciativa que parte do sujeito ativo, exige do sujeito passivo, como garantia de dívida, documento que pode dar causa a procedimento criminal; ou receber, aqui o agente, como garantia de dívida, aceita o documento fornecido por iniciativa da própria vítima. Esta, não tendo outros meios de obter o crédito, oferece ao agente como garantia da dívida documentos que a incriminem. → Objeto material É o documento exigido ou recebido como garantia de dívida que possa dar causa a procedimento criminal contra vítima ou terceiro. → Sujeitos a) Sujeito ativo: é quem exige ou recebe o documento como garantia de dívida; b) Sujeito passivo: é a pessoa que cede à exigência do agente ou oferece o documento como garantia de dívida. → Elemento subjetivo É o dolo, consistente na vontade de exigir ou receber documento que pode dar causa a procedimento criminal. → Momento consumativo Na modalidade exigir, trata-se de crime formal, logo, consuma-se com a simples exigência do documento como garantia de dívida; na modalidade receber, o crime é material, portanto, consuma-se com o efetivo recebimento do documento pelo sujeito ativo. → Ação penal Trata-se de crime de ação penal pública incondicionada. Crimes contra o patrimônio: Disciplina: Direito Penal 111 - Ademais, é cabível a suspensão condicional do processo, em face da pena mínima prevista (reclusão, de 1 a 3 anos, e multa). Por ser infração cometida sem violência ou grave ameaça contra a pessoa, admite-se a substituição da pena privativa de liberdade por pena alternativa.
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