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DESIGN DO 
PRODUTO
PROFESSORA
Me. Sabrina Giselle Levinton
DESIGN DO PRODUTO 
2 
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de Administração 
Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente 
da Mantenedora Cláudio Ferdinandi.
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho, Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha, 
Direção de Operações Chrystiano Mincoff, Direção de Mercado Hilton Pereira, Direção de Polos 
Próprios James Prestes, Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida, Direção de Relacionamento 
Alessandra Baron, Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli, Gerência 
de Produção de Conteúdo Juliano de Souza, Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila 
de Almeida Toledo, Coordenador(a) de Conteúdo Sandra Franchini, Projeto Gráfico José Jhonny 
Coelho, Editoração José Jhonny Coelho, Designer Educacional Isabela Agulhon, Lideranças de 
área Angelita Brandão, Daniel Fuverki Hey e Hellyery Agda, Revisão Textual Kaio Vinicius Cardoso 
Gomes, Ilustração Bruno Pardinho e Marta Kakitani, Fotos Shutterstock.
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; 
LEVINTON, Sabrina Giselle. 
 Design do Produto. Sabrina Giselle Levinton.
 Maringá - PR.:UniCesumar, 2017.
 136 p.
 “Graduação em Design - EaD”.
 1. Design. 2. Produto. 3. Ambientes Residenciais EaD. I. Título.
CDD - 22ª Ed. 728
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo Bibliotecário João Vivaldo de Souza – CRB-8 - 6828 
NEAD 
Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 
Jd. Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande 
desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, 
informação, conhecimento de qualidade, novas 
habilidades para liderança e solução de problemas 
com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência 
no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilidade: 
as escolhas que fizermos por nós e pelos nossos fará 
grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar assume 
o compromisso de democratizar o conhecimento por 
meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos 
brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a 
educação de qualidade nas diferentes áreas do 
conhecimento, formando profissionais cidadãos que 
contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade 
justa e solidária” –, o Centro Universitário Cesumar 
busca a integração do ensino-pesquisa-extensão com 
as demandas institucionais e sociais; a realização 
de uma prática acadêmica que contribua para o 
desenvolvimento da consciência social e política e, por 
fim, a democratização do conhecimento acadêmico 
com a articulação e a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar almeja 
ser reconhecida como uma instituição universitária 
de referência regional e nacional pela qualidade 
e compromisso do corpo docente; aquisição de 
competências institucionais para o desenvolvimento 
de linhas de pesquisa; consolidação da extensão 
universitária; qualidade da oferta dos ensinos 
presencial e a distância; bem-estar e satisfação da 
comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica 
e administrativa; compromisso social de inclusão; 
processos de cooperação e parceria com o mundo 
do trabalho, como também pelo compromisso 
e relacionamento permanente com os egressos, 
incentivando a educação continuada.
Wilson Matos da Silva
Reitor da Unicesumar
boas-vindas
Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à 
Comunidade do Conhecimento. 
Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar 
tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores 
e pela nossa sociedade. Porém, é importante 
destacar aqui que não estamos falando mais daquele 
conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas 
de um conhecimento dinâmico, renovável em minutos, 
atemporal, global, democratizado, transformado pelas 
tecnologias digitais e virtuais.
De fato, as tecnologias de informação e comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, 
informações, da educação por meio da conectividade 
via internet, do acesso wireless em diferentes lugares 
e da mobilidade dos celulares. 
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram 
a informação e a produção do conhecimento, que não 
reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em 
segundos.
A apropriação dessa nova forma de conhecer 
transformou-se hoje em um dos principais fatores de 
agregação de valor, de superação das desigualdades, 
propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. 
Logo, como agente social, convido você a saber cada 
vez mais, a conhecer, entender, selecionar e usar a 
tecnologia que temos e que está disponível. 
Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg 
modificou toda uma cultura e forma de conhecer, 
as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, 
equipamentos e aplicações estão mudando a nossa 
cultura e transformando a todos nós. Então, priorizar o 
conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância 
(EAD), significa possibilitar o contato com ambientes 
cativantes, ricos em informações e interatividade. É 
um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá 
as portas para melhores oportunidades. Como já disse 
Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. 
É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer. 
Willian V. K. de Matos Silva
Pró-Reitor da Unicesumar EaD
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando 
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes 
de alcançar um nível de desenvolvimento compatível 
com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem 
dialógica e encontram-se integrados à proposta 
pedagógica, contribuindo no processo educacional, 
complementando sua formação profissional, 
desenvolvendo competências e habilidades, e 
aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, 
Kátia Solange Coelho
Diretoria Operacional de Ensino
Fabrício Lazilha
Diretoria de Planejamento de Ensino
de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, 
estes materiais têm como principal objetivo “provocar 
uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta 
forma possibilita o desenvolvimento da autonomia 
em busca dos conhecimentos necessários para a sua 
formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de 
crescimento e construção do conhecimento deve 
ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos 
pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar 
lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA 
– Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos 
fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe 
das discussões. Além disso, lembre-se que existe 
uma equipe de professores e tutores que se encontra 
disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em 
seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe 
trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória 
acadêmica.
boas-vindas
autores
Sabrina Giselle Levinton
Mestre em Administração pela Universidade Estadual de Maringá (2015) seguindo 
a linha de pesquisa Empreendedorismo, Inovação e Mercado. Especialista em 
Criação e Produção de Moda pela Universidade do Estado de Santa Catarina 
(2006). Graduação em Desenho Industrial - Projeto de Produto pela Pontifícia 
Universidade Católica do Paraná (2002). Possui aperfeiçoamento em Coolhunting 
andFashion Trends pelo Istituto Europeo Di Design, IED, Barcelona/Espanha 
(2008). Atualmente é Analista de Negócio e Docente no SENAI Maringá. Trabalha 
com desenvolvimento de consultoria em Gestão do Design, Desenvolvimento 
de Produto, Planejamento e Desenvolvimento de Coleção e Coolhunting - Pes-
quisa de Tendências, além de ministrar disciplinas relacionadas à pesquisa e 
desenvolvimento de moda.
<http://lattes.cnpq.br/1376813249141536>.
apresentação
Olá aluno(a)! bem vindo(a) ao mundo da Moda! Não é por acaso que, quando nos referimos 
à essa área, falamos em “mundo”, isso porque lidamos com uma infinidade de situações, 
processos e profissionais de várias áreas de conhecimento diferentes. Ao longo deste livro 
você entenderá esse argumento e perceberá que desenvolver uma coleção de moda requer 
muito mais conhecimento do que simplesmente ser criativo.
Este livro está dividido em cinco Unidades, cada qual com um conhecimento diferente e que 
juntas, ao final, irão possibilitar a você desenvolver a capacidade de pesquisar e interpretar 
os direcionamentos de moda com o intuito de organizar, planejar e desenvolver uma coleção 
de moda direcionada para um determinado público-alvo. A seguir apresentamos o que você 
irá estudar em cada Unidade.
Na Unidade I estaremos dentro do universo da pesquisa de moda. Nesta Unidade apren-
deremos a observar e organizar o que nos inspira, e também como interpretar os diferentes 
níveis de uma tendência e qual a sua função. Uma pesquisa de moda bem feita é o primeiro 
passo para um desenvolvimento produtivo e criativo de uma coleção.
Na Unidade II iremos aprender a planejar e estruturar uma coleção de moda. Antes de sair 
por aí desenhando sem nenhuma referência ou direcionamento, é necessário estabelecer 
parâmetros para a coleção. Assim, definir um prazo, orçamento e etapas para o desenvolvi-
mento competem à geração de um cronograma de desenvolvimento de coleção, definição 
das cores e matérias-primas que serão utilizadas e quais as peças e o perfil delas em relação 
ao público-alvo.
Na Unidade III abordaremos como direcionar o processo criativo de uma maneira assertiva 
a partir da análise de venda de coleções anteriores, da estruturação de família de peças para 
otimização de tecidos e, principalmente, estampas e como esse processo pode colaborar 
ainda na criação de um portfólio de moda para o estilista/designer de moda.
Na Unidade IV faremos o acompanhamento de uma coleção por meio dos registros necessá-
rios para que as peças sejam produzidas corretamente, saberemos o que observar e analisar 
durante uma prova de roupas com a peça piloto e aprenderemos também alguns possíveis 
direcionamentos de mercado que uma coleção pode se enquadrar.
Por fim, na Unidade V, veremos estratégias de aproveitamento de materiais e coleções pas-
sadas, assim como conectarmos informações conceituais e inspiracionais de uma coleção 
para outra.
Esperamos que aproveite ao máximo o conteúdo desta disciplina e que coloque em prática 
os direcionamentos aqui apresentados para que o desenvolvimento de sua coleção tenha um 
bom embasamento, tanto teórico quanto prático, ao ser lançada no mercado.
Ótimos estudos!
sumário
UNIDADE I 
UNIVERSO DA PESQUISA 
DE MODA
14 COMO REALIZAR UMA PESQUISA DE MODA
20 O QUE SÃO TENDÊNCIAS E QUAL A SUA 
FUNÇÃO
24 COMO GERAR PAINÉIS ORGANIZATIVOS 
E FINAIS DE MODA
UNIDADE II
PLANEJANDO E ESTRUTURANDO 
UMA COLEÇÃO DE MODA
42 COMO PLANEJAR E ORGANIZAR UM CRO-
NOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DE 
COLEÇÃO
46 DEFININDO ORÇAMENTO, CARTELA DE 
CORES, MATERIAIS E ESTILO DA COLEÇÃO
50 MIX DE MODA E MIX DE PRODUTOS DE UMA 
COLEÇÃO
UNIDADE III
UNIVERSO CRIATIVO 
E CRIAÇÃO DE MODA
68 UTILIZANDO INFORMAÇÕES DE COLEÇÕES 
PRÉVIAS
72 CRIAÇÃO DE PEÇAS E FAMÍLIAS DE MODA
76 DESENVOLVIMENTO DE PORTFÓLIO DA 
COLEÇÃO
UNIDADE IV
GERENCIANDO E APROVANDO 
UMA COLEÇÃO DE MODA
90 GERANDO DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA
94 PROVA DE ROUPA E APROVAÇÃO DE 
COLEÇÃO
98 DEFINIÇÕES MERCADOLÓGICAS E COMERCI-
AIS DE UMA COLEÇÃO DESENVOLVENDO UMA 
EXTENSÃO DE COLEÇÃO DE MODA
UNIDADE V
DESENVOLVENDO UMA EXTENSÃO
DE COLEÇÃO DE MODA
116 GERANDO CONEXÕES ENTRE COLEÇÕES
120 CUSTOMIZAÇÃO, UPCYCLING E DOWNCYCLING
124 DEFINIÇÕES MERCADOLÓGICAS E COMERCI-
AIS DE UMA EXTENSÃO DE COLEÇÃO
Professor Me. Marcelo Cristian Vieira
Professora Esp. Ednar Rafaela Mieko Shimohigashi
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta Unidade:
• Como realizar uma pesquisa de moda
• O que são tendências e qual a sua função
• Como gerar painéis organizativos e finais de moda
Objetivos de Aprendizagem
• Identificar os direcionamentos de estilo e comportamento que 
influenciam a moda.
• Compreender a origem das informações e direcionamentos 
associados às tendências.
• Organizar e selecionar as informações coletadas de uma pesquisa 
de moda.
UNIVERSO DA 
PESQUISA DE MODA
Professora Me. Sabrina Giselle Levinton
I
unidade
I
unidade
INTRODUÇÃO
Olá, seja bem-vindo(a) aluno(a)! Nesta Unidade daremos início às pri-
meiras atividades que correspondem a observar, compreender, selecio-
nar e interpretar as informações sobre moda, tendências e estilos. Iremos 
aprender a realizar a pesquisa de moda de forma correta, produtiva e 
coerente com o perfil do público alvo e do segmento selecionado pela 
empresa, além de conhecer quais são as técnicas utilizadas pelos coolhun-
ters, profissionais especializados na observação e predição de tendên-
cias, para auxiliar no processo do entendimento dos direcionamentos da 
moda. A pesquisa de moda é o primeiro passo para o desenvolvimento 
de um produto ou coleção e, muitas vezes, é uma atividade constante de 
um departamento em uma empresa. Veremos também, de onde vêm e 
qual a função das tendências de moda para o desenvolvimento de uma 
coleção e aprenderemos como utilizar esses direcionamentos de maneira 
assertiva no desenvolvimento da coleção. Tão importante quanto realizar 
uma pesquisa de moda correta é analisar, selecionar e filtrar as informa-
ções coletadas para, então, construir o conceito da coleção. Esse conceito, 
caro(a) aluno(a), veremos detalhadamente como deve ser realizado por 
meio da geração de painéis organizativos da pesquisa e painel conceitu-
al da coleção. Uma pesquisa de moda bem feita fornece todas as infor-
mações necessárias para o desenvolvimento de uma coleção de moda. 
Quanto maior o número de informações, melhor é o processo de seleção, 
porém, é preciso coerência na busca e muita atenção durante a escolha 
e combinações das informações coletadas. Definir as fontes de pesquisa 
também faz parte da organização dessa etapa, a qual deve ser planejada 
e contemplada no cronograma de desenvolvimento de coleção para que 
tenha um prazo final para acontecer e dar início, então, a próxima etapa, 
o desenvolvimento. Portanto, nesta Unidade, aprenderemos a pesqui-
sar, organizar e selecionar as informações coletadas de uma pesquisa de 
moda. Bons estudos!
DESIGN DO PRODUTO 
14 
COMO REALIZAR UMA 
PESQUISA DE MODA
A pesquisa de moda é um processo contínuo uma 
vez que há diariamente modificações no mercado e 
lançamento de tecnologias que alteram as tendên-
cias de moda, além de ser uma etapa importante 
para que o designer possa desenvolver seu trabalho, 
de forma a criar uma coleção coerente com os dire-
cionamentos de estilo da temporada, mas também 
que converse com seu público-alvo (TREPTOW, 
2003). A pesquisa consiste em observar, consultar e 
registrar dados, além de, depois de coletadas, inter-
pretar e adaptar as informações à coleção. Conforme 
Sant’Anna e Barros (2010) argumentam, a pesquisa 
de tendências de moda é importante, uma vez que a 
inovação dos produtos de moda é direcionada pelas 
oportunidades de mercado em que as empresas ne-
cessitam desenvolver produtos que os consumidores 
não só desejem, mas que também os adquiram, ou 
seja, não ficando somente no patamar da admiração 
 DESIGN 
 15
das criações ou coleções. “Desta forma, a pesquisa 
de tendência é informaçãoestratégica para os pro-
cessos criativos de toda a cadeia produtiva de moda” 
(SANT’ANNA; BARROS, 2010, p. 2).
Diferentes tipos de pesquisa possibilitam dife-
rentes tipos de informações, assim o designer deve 
identificar quais são as modalidades que lhe interes-
sa, conforme o segmento, produto ou público que 
deseja atuar. Imagine que uma das tendências que 
estão em voga têm referências artesanais, automa-
ticamente o designer deverá fazer uma busca mais 
profunda sobre qual o tipo de tendência artesanal e, 
também, poderá fazer uma pesquisa regional, para 
verificar se há algum processo específico em sua 
região que possa valorizar por meio da coleção. O 
quadro a seguir apresenta os tipos de pesquisas que 
podem ser realizadas e qual o seu objetivo, porém, 
não há uma obrigatoriedade de que todas as opções 
sejam utilizadas. Mais uma vez é preciso entender 
que o designer de moda deve saber quais são os ti-
pos de pesquisa que deve desenvolver para o sucesso 
de sua coleção.
Tipo de Pesquisa Objetivo
Pesquisa de 
comportamento
Acompanhar hábitos de consumo e preferências de de-
terminado perfil da população, normalmente está ligado 
ao público-alvo da marca.
Pesquisa 
de Mercado
Verificar marcas concorrentes ou inspiracionais e suas 
estratégias em relação a produto, preço e mecanismos 
de promoção.
Pesquisa 
de Tendências
Identificar direcionamentos para a estação propostos 
por órgãos especializados, feiras e outros designers/
marcas em relação a cores, tecidos e estilo.
Pesquisa 
Tecnológica
Acompanhar lançamentos de tecnologias, maquinários 
ou processos que auxiliem a criação ou produção da 
coleção.
Pesquisa de 
Vocações Regionais
Identificar processos ou matéria-prima que possa dife-
renciar a coleção por meio de técnicas alternativas.
Pesquisa de 
Tema de Coleção
Após definição do tema para a coleção, realizar levanta-
mento das informações que serão inspiracionais, como 
arquitetura, música, indumentária etc.
Quadro 1 - Tipos de pesquisa e seus objetivos
Fonte: adaptado de Treptow (2003, p. 78).
DESIGN DO PRODUTO 
16 
Embora o designer deva selecionar quais os tipos 
de pesquisa são importantes de serem realizadas, a 
pesquisa de tendências precisa ser feita a cada mu-
dança de estação ou de ciclo de produto, pois é a que 
oferece informações quanto às cores, formas e maté-
ria-prima. Viajar, ir a exposições, frequentar lugares 
culturalmente ativos, feiras, mostras e museus, ler 
jornais e revistas sobre cotidiano e publicações espe-
cíficas sobre desfiles e lançamentos de moda, além 
de acompanhar as marcas nacionais e internacio-
nais, fazem parte das atividades para identificação 
de tendências. 
Assim, com tantas opções de locais e atividades, 
Liger (2012) sugere que algumas etapas devem ser 
seguidas para que o processo seja facilitado. O qua-
dro a seguir apresenta a sequência de etapas a serem 
desenvolvidas na pesquisa de tendências.
O benchmarking é um processo de pesquisa 
que auxilia os profissionais de uma empre-
sa ligados ao mercado a compararem: a) os 
produtos oferecidos no mercado; b) as prá-
ticas empresariais definidas; c) os serviços 
oferecidos; d) as estratégias de comunicação 
e/ou e) as metodologias utilizadas por outras 
empresas, sendo estas, concorrentes diretas 
ou indiretas com o intuito de aproveitar uma 
informação ou estratégia que possibilite o seu 
crescimento ou melhoria. Existem vários tipos 
de benchmarking que podem ser desenvolvi-
dos sempre com o objetivo de aumentar a 
competitividade da empresa que o desenvol-
ve. Para saber mais sobre benchmarking e co-
nhecer as técnicas utilizadas pelas empresas 
para executá-lo, acesse o link disponível em: 
<https://endeavor.org.br/benchmarking/>. 
Acesso em: 18 out. 2016. 
Fonte: adaptado de ENDEAVOR (2015).
SAIBA MAIS
Etapas Objetivo
Definir as fontes 
da pesquisa
Selecionar quais jornais, revis-
tas, publicações e sites sobre 
política, economia, moda, de-
sign (nacionais e internacionais) 
será feita a pesquisa.
Coletar dados Selecionar dados de curto, mé-dio e longo prazo.
Conceituar a 
leitura em relação 
a tendências
Algumas tendências têm caráter 
mais comportamental, é preciso 
verificar qual o posicionamento 
da população em relação a esse 
tema.
Filtrar 
informações para 
o público-alvo
Identificar quais tendências de 
fato podem ser utilizadas para o 
público-alvo da marca.
Aplicação 
da pesquisa
Utilização das informações 
filtradas da pesquisa servirão de 
direcionamento para a concei-
tuação da coleção.
Quadro 2 - Etapas da pesquisa de tendências
Fonte: adaptado de Liger (2012, p.93).
 DESIGN 
 17
Seguindo as etapas sugeridas por Liger (2012), o 
processo de pesquisa e organização das informações 
pode ser inserido e planejado em um cronograma 
- o cronograma de desenvolvimento de coleção. As 
principais ferramentas para a pesquisa de moda são 
uma máquina fotográfica e um caderno de anotações 
ou tablete para as pesquisas de rua ou criar algumas 
pastas no computador para pesquisar digitais. 
Cada designer ou estilista desenvolve suas pró-
prias ferramentas, alguns preferem ainda o sistema 
manual de ilustração e anotações e outros optam 
pela organização virtual. Independente das ferra-
mentas, a pesquisa de moda é parte integrante do 
desenvolvimento de uma coleção e precisa ser estru-
turada de forma correta e eficiente.
É muito importante entender como a pesquisa de 
moda auxilia no desenvolvimento da coleção. Duran-
te a fase da concepção, é necessário já ter claramente 
as informações e direcionamentos que podem ser uti-
lizados e os que não há necessidade de inserir.
Todos os dados relacionados à pesquisa ser-
vem como base conceitual de uma coleção 
que corresponde ao target e esteja dentro do 
que está em destaque. Mas, quando a coleção 
é criada, o tema é uma inspiração do estilista 
e a tendência, nesse caso, funciona como base 
norteadora. O estilista deve saber qual a ten-
dência que se adapta às suas escolhas (LIGER, 
2012, p. 94).
Como visto no início deste tópico, a pesquisa de 
moda engloba uma série de atividades e característi-
cas organizativas para que seja realizada da maneira 
correta. Alguns profissionais se especializam em ob-
servar o mercado, pessoas, comportamentos e apre-
sentar possíveis direcionamentos às empresas que 
têm interesse em lançar produtos inovativos ou são 
as empresas que participam do lançamento de novas 
tendências, como produtores têxteis ou estamparias, 
esses profissionais são chamados de coolhunters, ex-
plicitamente seriam em português os “caçadores de 
tendências ou de coisas "legais".
DESIGN DO PRODUTO 
18 
 DESIGN 
 19
O termo coolhunting surgiu no início dos anos 
90 e se utiliza de áreas de conhecimento como 
psicologia evolutiva, antropologia, sociologia, 
pesquisa e etnografia. “Coolhunting é um termo 
do mundo do marketing que se refere à predição 
de futuras tendências e mudanças no consumo” 
(RIEZU, 2009, p. 6).
Embora seja uma área de especialização comple-
xa e externa ao processo de planejamento e desen-
volvimento de coleção, até porque o objetivo final 
não é a criação de uma coleção em si, como é o obje-
tivo do designer, podemos aproveitar algumas técni-
cas utilizadas pelos coolhunters para melhor realizar 
a pesquisa de moda para uma coleção e identificar 
com maior facilidade alguns direcionamentos. “A 
chave do coolhunting é buscar pessoas ‘cool’ primei-
ro, e encontrar coisas ‘cool’ depois” (RIEZU, 2009, 
p. 15), ou seja, a comunicação e as tendências são 
sempre sobre pessoas, os produtos e serviços gera-
dos pela relação das pessoas é uma consequência.
Um dos pontos mais importantes que pode ser 
utilizado durante uma pesquisa de moda é o ques-
tionamento. O coolhunter não aceita simplesmente 
uma informação e, isso colabora com a percepção se 
é realmente uma tendência ou um fad, por exemplo. 
Assim, três perguntas são úteis para serem realiza-
das quando de frente a uma possível tendência:
1. Quem está por detrás desta tendência? – quais 
são osfundamentos sólidos que sustentam es-
sas tendências, como uma pessoa importante 
da música, um setor representativo como o de 
alimentos ou farmacêutico, uma indústria re-
conhecida por ser inovadora etc.
2. Quais são as possibilidade de acesso ao 
mainstream (mercado de massa)? Aqui não 
nos referimos como “mercado de massa” o 
mercado de populares, no sentido de baixo 
teor de qualidade ou informação já proces-
sada, mas sim, na popularização no sentido 
que as tendências devem ser de fácil acesso, 
facilmente compreensíveis, baratas e atrati-
vas. Como exemplo em produtos podemos 
citar o pendrives e em serviços a compra via 
internet.
3. A tendência é visível em mais de um lugar? 
Se surgem indicações de determinada ten-
dência em mais de um lugar, por meio de de 
diferentes segmentos ou indústrias, a ten-
dência tem grande chance de se tornar uma 
confirmação.
As tendências são normalmente consideradas como 
sequenciais ou lineares, o que nem sempre ocorre, 
uma vez que o mercado pode sofrer variações inespe-
radas. Assim, a pesquisa de moda, deve contemplar 
essa imprevisibilidade também, ou seja, um direcio-
namento pode não se confirmar da maneira em que 
está sendo apresentado graficamente em um palestra, 
por exemplo, assim, vale a sensorialidade utilizada 
pelos coolhunters para auxiliar a interpretação das 
pesquisas. A seguir, veremos com maior profundida-
de sobre a origem e função das tendências.
A cada pouco tempo, uma novidade anula a 
anterior sem que exista uma mediação entre 
elas de causa nem relação visível ou razoável 
entre elas.
(Maria Domínguez Riezu)
REFLITA
DESIGN DO PRODUTO 
20 
O QUE SÃO TENDÊNCIAS 
E QUAL A SUA FUNÇÃO
Antes de tudo, é preciso deixar claro que tendências 
não são regras, são direcionamentos e, enquanto su-
gestões de caminhos, podem sofrer alterações antes 
de suas confirmações acontecerem ou simplesmente 
deixar de existir. Assim começa o trabalho do desig-
ner de moda, desenvolvendo sua pesquisa de moda 
por meio do conhecimento das tendências para a es-
tação que pretende criar a coleção. “A moda move-
-se rapidamente em comparação a outras indústrias 
criativas e isso reflete na pressão constante para lan-
çar tendências a cada estação” (SORGER; UDALE, 
2009, p. 16).
A pesquisa de tendências está baseada na bus-
ca de informações quanto a padrões de comporta-
mento, materiais e aviamentos. Isso porque as ten-
dências oferecem indicativos para as cores, texturas 
e modelos da estação a que se referem, e os forne-
cedores de matéria-prima, aviamentos e estampa-
rias já desenvolvem suas coleções considerando os 
direcionamentos apontados pelas tendências. Nes-
 DESIGN 
 21
sa etapa da pesquisa é importante identificar quais 
as tendências, o que está disponível para aquisição, 
quem vende ou fabrica e qual o custo disso para a 
coleção, para que possa ser aproveitado (SORGER; 
UDALE, 2009).
Para Liger (2012), existem três patamares da 
tendência. O primeiro deles se refere à observação 
de movimentos da sociedade em vários âmbitos 
como econômico, social e comportamento, e esses 
movimentos são traduzidos em conceitos para que 
fabricantes de matéria-prima, aviamentos ou benefi-
ciamentos desenvolvam seus produtos.
O segundo patamar considerado por Liger 
(2012) sugere que a tendência é proposta pelos es-
tilistas e designers de grandes marcas que utilizam 
as informações do primeiro patamar e desenvolvem 
suas coleções propondo o estilo para a determinada 
estação. E, por último, fazem parte do terceiro pata-
mar os produtos que resultam das informações dos 
dois patamares anteriores e já foram confirmados 
por outras marcas e aceitos pelo público em geral.
Cada tipo de tendência têm durações diferen-
tes. Podemos falar de tendências de moda, mas 
também existem as macrotendências, as megaten-
dências e o fad. Uma tendência de moda é um dire-
cionamento que pode durar até cinco anos e indica 
a roupa que vestimos, os gadgets e as expressões de 
linguagem, por exemplo, que utilizamos (LINDK-
VIST, 2010). Essas tendem a mudar de estação para 
estação.
As macrotendências e megatendências têm re-
lação com a observação de mudanças, além das ro-
tineiras do nosso dia a dia, mudanças sociais e de 
comportamento, por exemplo. As macrotendências 
podem ser identificadas nas mudanças políticas e 
novas tecnologias e tem duração de uma a duas dé-
cadas; já as megatendências costumam durar mais 
de duas décadas e podem ser identificadas por 
meio das mudanças na arquitetura e urbanização, 
por exemplo, assim como comportamentos e po-
sicionamentos ideológicos (LINDKVIST, 2010). A 
fad, ou moda passageira, 
como o nome já indica, 
tem um tempo de duração 
muito curto, são voláteis e 
surgem espontaneamen-
te, normalmente estão 
ligadas diretamente às ce-
lebridades ou pessoas de 
grande alcance midiático 
e sua popularidade está 
ligada aos elementos que 
a tornam atraente ao pú-
blico (RIEZU, 2009).
Para compreender melhor as tendências e 
criar produtos de moda, é preciso ter uma 
boa cultura geral. No entanto, não me refiro 
somente ao conhecimento contemporâneo, 
refiro-me também a conhecer o passado. 
(Ilce Liger)
REFLITA
DESIGN DO PRODUTO 
22 
A moda e as tendências estão ligadas à sazona-
lidade ou algum aspecto temporal, portanto, pode-
mos dizer que acontecem em ciclos, desde sua as-
censão até o seu declínio. Conforme o perfil do ciclo, 
ele pode sofrer variações de duração, ou seja, alguns 
estilos duram mais tempo e outros popularizam e 
deixam de existir rapidamente. A Figura 1 apresenta 
um esquema da duração dos ciclos.
Pico
Clássico
Modismo
Pico
Asc
ens
ão
As
ce
ns
ão Declínio
Declínio
Figura 1 - Comparação de Ciclos
Fonte: adaptado de Frings (2012).
Estilos considerados clássicos dificilmente saem de 
moda ou são considerados ultrapassados, uma vez 
que mantém uma informação estrutural ou concei-
tual relativamente simples que permite ser repro-
duzida em qualquer período ou não gera nenhum 
tipo de interferência no estilo contemporâneo. Um 
exemplo que podemos citar é a calça jeans. 
Um exemplo é a tendência pesquisada pela 
Lineapelle (feira italiana do setor de couro, 
sintéticos, tecidos, componentes e modelos 
para calçados, roupa de couro e decoração) 
na passagem do novo milênio, quando foi si-
nalizada uma sensação geral de temor, o que 
refletia uma necessidade social de proteção 
(cocconing). Essa sensação foi traduzida na 
aplicação de materiais “protetores” (explo-
ração sensorial e não somente estética da 
matéria) que transmitissem sensações de 
prazer e segurança, como couros macios 
ou materiais com acabamentos em película 
protetora. Esse discurso vale também para 
as cores ligadas às percepções sensoriais 
baseadas nas estações de referência e em 
períodos históricos: um momento particu-
lar ligado à ecologia e aos bioaspectos, por 
exemplo, possivelmente terá predominân-
cia de cores da natureza com variedades de 
verde e marrom.
Fonte: Liger (2012).
SAIBA MAIS
Já os estilos considerados como modismo são itens 
que podem influenciar um grupo de consumidores, 
têm forte informação estrutural e são rapidamente 
aceitos e rejeitados pelo mercado. Como exemplo de 
modismo podemos citar o calçado chamado sneaker 
com salto, popularizado entre 2012 e 2013.
 DESIGN 
 23
DESIGN DO PRODUTO 
24 
COMO GERAR 
PAINÉIS ORGANIZATIVOS 
E FINAIS DE MODA
Antes de se gerar um painel é preciso organizar e filtrar 
as informações coletadas na pesquisa de moda, como 
já estudamos anteriormente. Após selecionar efetiva-
mente quais direcionamentos e estilos gostaríamos de 
utilizar na coleção, passamos a estruturar painéis, fí-
sicos ou virtuais, com tais informações. Visualmente 
é uma ferramenta muito importante pois possibilita 
uma visão holística das principais referências de uma 
coleção, inclusive, na definição temática e conceitual.
Pode-se chamar de painel organizativo, um pai-
nel não muito utilizado, mas que pode facilitar o 
processo da interpretação da pesquisa de modare-
alizada anteriormente. Graficamente, ele possibilita 
a visualização das principais características de uma 
tendência de moda. A figura 2 apresenta a divisão de 
campos de um painel organizativo.
 DESIGN 
 25
O primeiro campo, o da “Tendência”, refere-se às 
imagens e/ou textos sobre determinada tendência de 
moda, pode-se inclusive colocar um painel semânti-
co da própria tendência caso ele já exista. Nos segun-
do e terceiro campos são desmembradas as principais 
informações sobre modelagens, cores e materiais ou 
matérias-primas que essa tendência engloba. Nesse 
espaço, podem ser colocadas imagens ou fotos de 
desfiles que utilizaram essa tendência ou desenhos 
de peças de vitrines e estampas que personifiquem 
a tendência estudada. Esse estilo de painel é muito 
prático para traduzir fisicamente informações das 
tendências e visualizar, por exemplo, quais marcas e 
como estas traduziram a tendência para sua coleção.
A etapa do desenvolvimento de uma coleção 
contempla duas situações que podem acontecer si-
multaneamente ou sequencialmente. Ou o designer 
define o tema de sua coleção enquanto ainda está fi-
nalizando a pesquisa de moda e por consequência, 
selecionando quais tendências de moda irá utilizar, 
ou ele define a temática após escolher as tendências. 
O tema ou conceito de uma coleção tem uma função 
estratégica para o desenvolvimento das peças. Ele é o 
fio condutor entre as peças e as tendências, ou seja, é 
o tema que permite a reunião das informações para 
que o contexto artístico permita o surgimento de 
uma coleção, caso contrário, teremos um amonto-
ado de peças que seguem tendências de moda, mas 
que se comunicam entre si. Portanto, não podem ser 
definidas como uma coleção.
Para escolher o tema de uma coleção, designers 
podem utilizar meios diferentes de inspiração. Pode 
ser por meio de “um conceito abstrato por meio da 
roupa (por exemplo ‘isolamento’), enquanto outros 
escolhem trabalhar com um enfoque mais visual 
(como ‘o circo’)” (SORGER; UDALE, 2009, p. 18). In-
dependente de qual tipo de inspiração o designer uti-
liza, o tema deve ser algo familiar ou de interesse do 
profissional, ou seja, o tema precisa inspirar o estilista!
Utilizar uma tendência de moda como tema da co-
leção é possível desde que esta se conecte com as outras 
tendências. Seguir somente uma tendência de moda 
ipsis litteris ao que foi apresentado em uma feira ou 
caderno de tendências não necessariamente define sua 
coleção como criativa, já que somente reproduz infor-
mações de uso comum e acessíveis a todas as marcas. 
Figura 2 - Divisão de campos de um painel organizativo
Fonte: a autora.
Tendência Principais Modelagens/Formas
Principais Cores e
Materiais
DESIGN DO PRODUTO 
26 
Alguns estilistas, com o intuito de diferenciar ou dei-
xar a coleção exclusiva, utilizam como temática algu-
ma viagem que fizeram, seja de férias ou como pesqui-
sa de moda. Sua vivência e suas recordações, pessoais, 
sensoriais e fotográficas servem de material para o de-
senvolvimento de modelagens, cartela de cores e mate-
riais e estampas. A marca brasileira Osklen, por exem-
plo, definiu como seu tema para o Verão 2016/2017 
uma história baseada em uma ilha imaginária baseada 
em um dos últimos lugares visitados pelo estilista da 
marca, Oskar Metsavaht, em que um casal cosmopo-
lita se refugia (VASONE, 2016)2. Outros designers já 
preferem selecionar algum movimento artístico ou 
personalidade do momento. Após definido o tema e 
as tendências, cria-se o painel conceitual.
Também chamado de painel de inspiração ou pai-
nel temático, o painel conceitual é uma extensão do 
que foi visto durante a pesquisa de moda, porém já 
com os filtros do que realmente será utilizado para a 
coleção que pretende ser lançada. Muitas informações 
resultantes da pesquisa não acabam sendo aproveita-
das e, portanto, não participam do painel conceitual.
Normalmente o painel conceitual é uma estrutu-
ra em forma de quadro que apresenta colagens, ima-
gens, desenhos e todas as informações pertinentes 
ao tema escolhido, pode ser feito digitalmente tam-
bém. Essa estrutura serve de apoio não só para que o 
estilista respeite as seleções feitas previamente e não 
insira outros temas ou direcionamentos que não fo-
ram contemplados na definição temática, mas tam-
bém como fonte gráfica e visual para apresentações 
em reuniões com o marketing ou com fornecedores 
de estampas ou tecidos, por exemplo. A figura 3 re-
presenta um painel conceitual. “Os tecidos e a cor 
neste painel de inspiração são baseados nas imagens 
ao fundo; a imagem aquática evoca tecidos transpa-
rentes e fluidos. O broche de plumas sugere cores 
fragmentadas e um desenho de poás” (SORGER; 
UDALE, 2009, p. 26).
No painel conceitual ficam, então, registradas 
as informações que nortearão a coleção, sejam elas 
em cores, texturas, efeitos, temas e tendências. Mas 
como unir tendências e tema? Como visto anterior-
mente, o tema é o fio condutor da coleção, é ele que 
une, conceitualmente, as peças. Hoje, a moda nos 
proporciona uma série de direcionamentos e um 
estilista pode escolher um ou vários para usar em 
sua coleção, portanto, a primeira etapa é selecionar 
quais tendências farão parte da coleção. Na sequên-
cia, devemos interpretar as tendências e dividir as 
informações, primeiramente, em “modelagens”, “co-
res”, “materiais” e “efeitos”. É uma análise estrutural 
da tendência e permite visualizar objetivamente o 
que e como será inserido na coleção.
Uma vez “traduzidas” as tendências, verificamos 
qual a relação com o tema e como podemos inserir, 
por exemplo, na cartela de cores alguma tonalidade 
que remeta ao conceito ou um efeito de modelagem, 
sem comprometer a coleção. Na figura 3, percebe-
Figura 3 - Painel conceitual
Fonte: Sorger e Udale (2009).
 DESIGN 
 27
mos que a explicação dos tecidos estava diretamente 
ligada à proposta de fluidez que a imagem remetia. 
O mesmo pensamento deve ser adotado ao transpor 
características do tema à coleção. Por exemplo, uma 
peça pode seguir os direcionamentos quanto à mo-
delagem da tendência, mas ser confeccionada com 
um tecido estampado personalizado que tem rela-
ção com o tema. Podemos também imaginar que a 
matéria-prima da coleção se refere a uma tendência 
de moda com características minimalistas e o tema 
da coleção é “arquitetura moderna”. Então, a mode-
lagem das peças remeterá ao tema.
A estilista mineira Patricia Motta é reco-
nhecida por desenvolver suas criações em 
couro e em entrevista para o site Fashion 
Foward (2014, on-line)3, em abril de 2014, 
contou como costuma se inspirar e qual a 
temática para a coleção de Verão 2014/2015 
apresentada durante o SPFW. Para Patrícia, 
a natureza sempre é fonte de inspiração e 
para a coleção de verão 2014/2015 utilizou 
a tríade moda, arte e gastronomia como 
direcionamento temático. Como resultado, 
as estampas da coleção são estampas de 
pitangueiras em diversos tamanhos dife-
rentes, isso porque a estilista estava em 
um momento de reflexão embaixo de uma 
pitangueira. A cartela de cores ganhou no-
mes de frutas e a silhueta lady like (saias 
amplas com a cintura marcada) e o uso de 
zíper à mostra (tendências de moda para a 
estação) fizeram parte da coleção. Os outros 
diferenciais apresentados no desfile foram 
os trabalhos realizados por Patricia Motta 
em couro com desenhos vazados de renda, 
recortes e texturas imitando o linho.
Fonte: Duarte (2014, on-line)4.
SAIBA MAIS
Não existe uma forma específica de que a conexão 
entre as tendências e o tema ocorra, por isso muitos 
estilistas têm dificuldade em trabalhar com as infor-
mações juntas. Porém, a prática deve ser realizada e 
mais importante ainda é que o tema seja de uma área 
de interesse do criador. Isso porque um tema de co-
nhecimento do estilista pode ser melhor aproveitado, 
uma vez que há o conhecimento específico sobre ele; 
assim, mais detalhes podem ser aproveitados para de-
senvolvimento de peças, efeitos e estilos na coleção. 
Ao contrário,se um tema for desconhecido, pode ser 
que a coleção seja superficial em seu aproveitamento.
A coleção de sucesso tem sempre algo novo 
para propor, com linguagem coerente e uni-
dade de estilo, destinada a fazer tendência 
desenvolvendo o tema com diversas solu-
ções e, todas são condutíveis em relação ao 
projeto de base. 
(Morixe)
REFLITA
28 
considerações finais
C
aro(a) aluno(a), esta Unidade tratou sobre as atividades que envolvem 
o observar, compreender, selecionar e interpretar as informações sobre 
moda, tendências e estilos. Aprendemos que a pesquisa de moda é uma 
fase importante do desenvolvimento de coleção por todas as informa-
ções que se adquirem nessa fase para o início da criação e que deve ser conside-
rada no planejamento de coleção. Conhecemos também quais são as possíveis 
etapas a serem seguidas para realizar a pesquisa de moda e como cada uma das 
modalidades pode oferecer diferentes indicativos que serão úteis para a cole-
ção, portanto, cabe ao designer identificar quais etapas da pesquisa de moda são 
prioritárias e secundárias para cada coleção ou desenvolvimento de produtos de 
moda. Aprendemos sobre o especialista em predição de tendências, o coolhunter 
e como uma das técnicas utilizada por esse profissional pode colaborar com a 
agilidade da pesquisa de moda e conexão com o mercado. Conhecemos as moda-
lidades de tendências e a amplitude de interferência e duração de cada uma delas 
para então compreender que as tendências de moda também sofrem alterações 
e que é preciso organizar o processo da pesquisa de moda para acompanhar os 
direcionamentos que o mercado propõe tanto em estilo quanto em comporta-
mento. Por fim, caro(a) aluno(a), vimos o passo a passo de como relacionar um 
tema de coleção às tendências de moda e entendemos que essa ação possibilita 
a diferenciação da coleção frente às marcas concorrentes, além de permitir que 
o estilista possa exercer a criatividade na execução da coleção. O tema de uma 
coleção é o fio condutor entre as diversas peças que serão desenvolvidas ao longo 
do período em que a coleção estiver no mercado e esse conceito pode ainda ser 
utilizado nos materiais de divulgação, promocionais e de comunicação da marca, 
conferindo a todas as peças de marketing unidade de informação.
 29
LEITURA
COMPLEMENTAR
Coolhunting e Arquétipos para a Indústria da Moda
* O texto escrito segue normas ortográficas de Portugal 
1. Arquétipos: Aplicação dos Estudos de Tendências na Indústria da Moda
Os Estudos de Mercado e outras disciplinas possuem ferramentas e metodologias espe-
cíficas para a identificação de arquétipos de consumo, de públicos-tipo e de segmentos.
Neste ensaio, apresentamos o primeiro desenho do modelo ―Arquétipos através de 
Tendências, ou Modelo AT, desenhado com o objetivo de identificar e segmentar arqué-
tipos e grupos de indivíduos, de acordo com as suas receções dos comportamentos e 
dos objetos das tendências. Por outras palavras, o estudo da receção das mentalidades 
e dos seus consequentes padrões de comportamento permite a identificação de arqué-
tipos de consumidores, em articulação com o conceito de tribos urbanas e a questão 
da tribalização cultural. Neste sentido, a metodologia do Coolhunting continua a ser a 
principal ferramenta capaz de estudar as relações entre público, objeto, comportamento 
e tendência. Ela permite não só identificar a manifestação da tendência, como analisar a 
sua disseminação e relação com manifestações semelhantes, bem como os públicos e os 
espaços envolvidos. Não obstante, existem outras metodologias que podem articular-se 
com o Coolhunting e os Estudos de Tendências, tais como, numa primeira fase, o estudo 
do meme cultural, da parasitação e dos tópicos do zeitgeist, a par de atividades de visual 
profiling; e, numa segunda fase, a gamification e o storytelling.
Importa sublinhar que este modelo não se limita apenas a um único campo, ou à análise 
de uma sub-cultura ou grupo específicos, mas para efeito deste trabalho, a atenção irá 
concentrar-se sobre o seu potencial no sector e na indústria da moda. Os pontos seguin-
tes desconstroem as várias metodologias do modelo e a sua articulação.
2. Identificação de Arquétipos: Receção de Mentalidades e Coolhunting
Não é possível falar do Coolhunting como componente de um modelo, sem antes refe-
rir e exemplificar esta prática emergente. O Coolhunting tem sido muito criticado como 
prática “pouco científica” e séria. Isto advém do facto de a maioria dos indivíduos que diz 
praticar o Coolhunting não ter formação nem experiência para tal, resultando em dados 
recolhidos de forma aleatória e sem método, que muitas vezes apenas se resumem a 
“coisas giras”. O Coolhunting, prática com ligações à etnografia, procura manifestações 
30 
LEITURA
COMPLEMENTAR
das tendências de mentalidade que sejam consideradas atrativas (que chamem a aten-
ção), que sejam inspiradoras (que promovam ação por parte dos indivíduos e que inspi-
rem ideias) e que tenham potencial de crescimento (replicação social). Tal como Carl Roh-
de sugere (vd. www.scienceofthetime.com), estes são os três elementos que se procuram 
nas manifestações, ou seja, nos Cool Examples. A estes, acrescentamos a necessidade de 
possuírem um carácter vanguardista.
Após se identificar um Cool Example, no mundo digital ou no terreno, o Coolhunter deve 
registar o mesmo (anotando o espaço onde foi identificado, tirando um registo visual e 
descrevendo os principais elementos do contexto em que o registo foi executado) para 
posteriormente descrever o mesmo, de modo a ser útil para a geração de inovação. Uma 
correta descrição do Cool Example deve possuir os seguintes elementos: a) Título que 
descreva sumariamente o conteúdo; b) Registo visual (com a indicação da fonte se for 
um registo de origem digital); c) Descrição do Cool Example, identificando as suas caracte-
rísticas e contexto; d) Justificação da natureza Cool (razão pelo qual se considera atrativo, 
inspirador e com potencial de crescimento); e) Identificação das principais pistas de ino-
vação que podem ser transferidas; f) Identificação das principais tendências relaciona-
das; g) Identificação do Coolhunter ou do Analista de Tendências que executou o registo 
e a descrição. Esta é a metodologia empregue pela rede holandesa Science of the Time, 
uma das mais antigas redes de Coolhunting no mundo, e desenvolvida pela plataforma 
Trends Observer em Portugal.
No campo da moda, os registos podem não ser tão rigorosos, mas sublinhe-se que a mes-
ma metodologia tem aplicação na identificação de tendências de estilo e gosto. Quando 
um largo número de manifestações, ou Cool Examples, sugerem comportamentos ou a 
geração de objetos semelhantes, então estamos perante a base para a identificação de 
uma tendência. Não obstante, no que diz respeito ao modelo proposto, o Modelo AT, o 
Coolhunting é a principal ferramenta, ou a primeira, na identificação de grupos segmenta-
dos. Tendo abordado a prática e o registo das manifestações que resultam do Coolhun-
ting, importa agora compreender como pode ir para além dos seus objetivos iniciais. Ao 
terminar um, ou mais, Coolhunt, os Coolhunters e os Analistas de Tendências ficam na 
posse de um largo número de manifestações e dos seus contextos. Se, ao invés de abor-
dar as mesmas com o objetivo de identificar tendências, o analista estudar os públicos, os 
indivíduos e os espaços associados a cada Cool Example, então ele poderá compreender 
 31
LEITURA
COMPLEMENTAR
quais os grupos e tipos de indivíduos mais recetivos a determinadas manifestações e 
qual foi o grau de receção por parte dos vários públicos. Por si só, estes dados e análises 
podem ser suficientes, mas em articulação com as seguintes ferramentas, gera-se um 
processo de confirmação múltipla das descobertas e dos segmentos, ou grupos, identi-
ficados.
Fonte: Gomes, Lopes e Alves (2016).
32 
atividades de estudo
1. Ao longo da Unidade, estudamosque existem várias definições e perfis de tendên-
cias e cada uma com um tempo de duração diferente. Assinale a alternativa que 
corresponde à associação de termo e conceito.
I. Tendência de Moda 1. Direcionamentos que duram mais de duas déca-
das e podem ser identificados por meio das mu-
danças na arquitetura e urbanização, assim como 
comportamentos e posicionamentos ideológicos.
II. Macrotendência 2. Direcionamentos com um tempo de duração mui-
to curto, são voláteis e surgem espontaneamente, 
normalmente estão ligadas diretamente às cele-
bridades.
III. Megatendência 3. Direcionamento que pode durar até cinco anos e 
indicam a roupa que vestimos, os gadgets e as ex-
pressões de linguagem.
IV. Fad 4. Mudanças sociais e de comportamento que po-
dem ser identificadas nas mudanças políticas e 
novas tecnologias e tem duração de uma a duas 
décadas.
a. I – 3 / II – 4 / III – 1 / IV – 2.
b. I – 2 / II – 4 / III – 1 / IV – 3.
c. I – 4 / II – 3 / III – 1 / IV – 2.
d. I – 2 / II – 4 / III – 1 / IV – 3.
e. I – 3 / II – 2 / III – 1 / IV – 4.
2. Leia o texto abaixo e assinale a alternativa correspondente ao tipo de tendência apre-
sentado:
Um exemplo é a tendência pesquisada pela Lineapelle (feira italiana do setor de couro, 
sintéticos, tecidos, componentes e modelos para calçados, roupa de couro e decoração) 
na passagem do novo milênio, quando foi sinalizada uma sensação geral de temor, o 
que refletia uma necessidade social de proteção (cocconing). Essa sensação foi traduzi-
da na aplicação de materiais “protetores” (exploração sensorial e não somente estética 
da matéria) que transmitissem sensações de prazer e segurança como couros macios 
ou materiais com acabamentos em película protetora. Esse discurso vale também para 
as cores, ligadas às percepções sensoriais baseadas nas estações de referência e em 
períodos históricos: um momento particular ligado à ecologia e aos bioaspectos, por 
exemplo, possivelmente terá predominância de cores da natureza com variedades de 
verdes e marrons.
Fonte: Liger (2012).
a. Cocconing pode ser considerado como uma tendência de moda, pois expressa ma-
teriais e cores.
 33
atividades de estudo
b. Cocconing pode ser considerado uma macrotendência, pois representa uma mudança 
comportamental.
c. Coccuning é uma fad baseada em uma sensação momentânea.
d. Coccuning é uma megatendência, pois apresenta características que serão duradouras.
e. Coccuning é uma tendência de moda porque direciona possíveis modelagens.
3. Considerando a afirmação de Sorger e Udale (2009, p. 16), “a moda move-se rapida-
mente em comparação a outras indústrias criativas e isso reflete na pressão constan-
te para lançar tendências a cada estação”, assinale a alternativa que corresponde a 
uma análise verdadeira:
a. A pesquisa de moda precisa ser constante para poder acompanhar as novas tendên-
cias e as que ainda estão influenciando determinada estação.
b. A equipe de estilo não precisa se preocupar com as tendências, já que elas podem 
se repetir por até cinco anos.
c. A cada estação surgem novas tendências que substituem todas as tendências ante-
riores, por isso há muita pressão.
d. A moda passageira pode durar até dez anos, igual a uma macrotendência.
e. Como a moda se move rapidamente nem todas as estações têm tendências de moda 
para servirem de direcionamento.
4. Sobre as etapas da pesquisa de moda aprendidas na Unidade, leia as afirmações 
abaixo e assinale a alternativa correta:
I. A pesquisa de moda deve ser realizada aleatoriamente e não seguir uma sequência 
preestabelecida já que contempla o fator sensorial permitindo que as informações 
fluam durante a busca.
II. A pesquisa de moda deve seguir uma estrutura preestabelecida para auxiliar na orga-
nização e filtro das informações o que torna o processo mais ágil.
III. A pesquisa de moda deve seguir uma estrutura rígida e imutável de atividades, inde-
pendente do perfil de informações.
a. F, V, V.
b. F, F, V.
c. V, F, V.
d. F, V, F.
e. V, F, F.
34 
atividades de estudo
5. O painel semântico de uma coleção pode ser construído de várias maneiras e con-
templar diversas informações que sejam pertinentes para a coleção. Avalie as afir-
mações abaixo e assinale a alternativa correta:
I. Cores, Materiais e texturas podem expressar o tema de uma coleção.
II. Fotografias referentes ao tema podem indicar tanto uma estampa quanto um cená-
rio para o catálogo.
III. A Indicação das tendências de moda que serão utilizadas no painel semântico facilita 
a conexão entre os temas.
a. Somente a alternativa I é Falsa.
b. Somente a alternativa II é Falsa.
c. Somente a alternativa III é Verdadeira.
d. Somente a alternativa I é Verdadeira.
e. Todas as alternativas são Verdadeiras.
6. Analise as afirmações abaixo e selecione qual a alternativa correta referente à fun-
ção do tema em uma coleção.
I. O tema de coleção é o fio condutor entre as peças e, por meio dele se conta uma 
história que será representada nas cores, estampas, formas e materiais.
II. O tema de coleção é definido pela equipe de marketing depois que a coleção toda 
está finalizada e, serve para orientar a produção do catálogo.
III. O tema de coleção é o mesmo que a tendência de moda que será utilizada na cole-
ção, isso facilita a estratégia de marketing.
a. V, V, F.
b. V, F, V.
c. F, F, V.
d. F, V, F.
e. V, F, F.
Pesquisa e Design
Simon Seivewright
Editora: Bookman
Sinopse: a pesquisa é fundamental para o sucesso de qualquer 
design. Com explicações concisas e exemplos de projetos contem-
porâneos, Pesquisa e Design introduz os principais aspectos da 
pesquisa de moda, discutindo o que é pesquisa, porque ela é tão 
importante e onde buscar inspiração para desenvolver conceitos e temas para a sua coleção. 
Comentário: esse livro apresenta diversas técnicas de compilagem da pesquisa por meio de 
ilustrações e fotografia de trabalhos de estudantes e outros designers. Excelente material para 
fazer parte da biblioteca pessoal de qualquer designer para ser consultado a qualquer hora.
36 
referências
FRINGS, G. S. Moda: do conceito ao consumidor. Porto Alegre: Bookman Edi-
tora, 2012.
GOMES, N.; LOPES, M. V.; ALVES, P. E. Coolhunting e estudos de tendências 
aplicados à moda: modelo de segmentação estratégica. ModaPalavra e-Periódi-
co, Florianópolis, v. 9, n. 17, p. 6-26, jan-jun, 2016.
LIGER, I. Moda em 360 graus: design, matéria-prima e produção para o merca-
do global. São Paulo: Senac, 2012.
LINDKVIST, M. O guia do caçador de tendências. São Paulo: Editora Gente, 
2010.
RIEZU, M. D. Coolhunting: marcando tendências en la moda. Barcelona: Par-
ramón Ediciones, 2009.
SANT’ANNA, P.; BARROS, A. R. de. Pesquisa de tendências para moda. Anais. 
VII Colóquio de Moda. São Paulo, 2010.
SORGER, R.; UDALE, J. Fundamentos de design de moda. Porto Alegre: 
Bookman, 2009.
TREPTOW, D. Inventando moda: planejamento de coleção. D. Treptow, 2003.
Referências On-line
1 Em: <https://endeavor.org.br/benchmarking/> Acesso em: 16 de out. 2015.
2 Em: <http://ffw.com.br/desfiles/sao-paulo/verao-2017-rtw/osklen/1582874/>. 
Acesso em: 05 ago. 2016.
3 Em: <http://ffw.uol.com.br/desfiles/sao-paulo/verao-2015-rtw/patricia-mot-
ta/839948/>. Acesso em: 21 out. 2016.
4 Em: <http://ffw.com.br/noticias/moda/o-estilista-fala-minha-inspiracao-sem-
pre-vem-da-natureza-revela-patricia-motta/> Acesso em: 25 out. 2015.
 37
gabarito
1. A.
2. B.
3. A.
4. D.
5. E.
6. E.
Professor Me. Marcelo Cristian Vieira
Professora Esp. Ednar Rafaela Mieko Shimohigashi
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta 
unidade:
• Como planejar e organizar um cronograma de 
desenvolvimento de coleção
• Definindo orçamento, cartela de cores, materiais e estilo da 
coleção
• Mix de Moda e Mix de Produtos de uma coleção
Objetivos de Aprendizagem
• Identificar e organizar as etapas referentes ao planejamento e 
desenvolvimento de uma coleção.
• Desenvolver indicadores e referenciais para o desenvolvimento 
de uma coleção.
• Estabelecer o mixde moda e de produto que a marca deve 
adotar para sua coleção.
PLANEJANDO E ESTRUTURANDO 
UMA COLEÇÃO DE MODA
Professora Me. Sabrina Giselle Levinton
II
unidade
II
unidade
INTRODUÇÃO
Olá, aluno(a), bem-vindo(a)! Na Unidade II, iremos conhecer um pouco 
mais sobre como ocorre o processo de planejar, organizar e estruturar 
uma coleção de produtos de moda. Pense que uma coleção é o resultado 
de muitas informações e processos de vários setores e caso a empresa 
deseje reaproveitar essas informações, ou até parte delas, em outra cole-
ção, esses dados precisam estar acessíveis e de forma organizada e clara. 
Portanto, com especial atenção ao desenvolvimento do cronograma e à 
documentação dessa coleção, veremos quais conhecimentos operacio-
nais de registro dos produtos são necessários. O orçamento que a área 
de estilo tem para realizar as aquisições da nova coleção é o resultado da 
interação de outros departamentos como o comercial e marketing e, as-
sim, configura-se a primeira etapa do planejamento. Após coletar, filtrar 
e interpretar as tendências de moda aprenderemos a compor as cartelas 
de cores e de materiais de uma coleção. A compra e aproveitamento de 
materiais para uma nova coleção dependem da seleção de cores e ma-
térias-primas realizada nesta etapa, assim, a visita dos representantes é 
aproveitada e o estilista já tem direcionamentos do que espera utilizar em 
sua coleção, otimizando a compra de produtos que mais tarde não seriam 
utilizados. Conheceremos o passo-a-passo de como relacionar um tema 
de coleção com as tendências de moda. Quando a marca desenvolve um 
tema para sua coleção ela cria uma personalidade para as peças, conta 
uma história por meio dos looks que “conversam” entre si, pois tem um 
fio condutor que os une, ou seja, o tema da coleção. Também compreen-
deremos qual o objetivo e como criar o mix de moda de uma empresa, 
o mix de produtos de uma coleção e etapas que ocorrem antes dos de-
senhos. Portanto, nesta Unidade, aprenderemos a planejar e estruturar 
uma coleção de produtos. Vamos em frente. Bons estudos!
DESIGN DO PRODUTO 
42 
COMO PLANEJAR E 
ORGANIZAR UM CRONOGRAMA 
DE DESENVOLVIMENTO 
DE COLEÇÃO
Parte do planejamento para uma coleção está as-
sociado à organização dos tempos, prazos e infor-
mações pertinentes de cada etapa que permeia a 
pesquisa, desenvolvimento, produção e comerciali-
zação de uma coleção ou de um produto específico. 
O cronograma é uma tabela que pode ser gerada em 
qualquer programa de computador ou manualmen-
te, em que as informações de datas e atividades são 
confrontadas (TREPTOW, 2003). 
Esse cronograma auxilia o acompanhamento das eta-
pas do desenvolvimento da coleção, pois é possível 
verificar em que fase alguns produtos se encontram 
e prever possíveis alterações em prazos, entregas ou 
inclusões de acordo com o mercado. Também permi-
te verificar em que momento mais de uma coleção se 
“encontram” na fábrica, já que, enquanto a produção 
está produzindo as peças de determinada estação, a 
equipe de estilo já está desenvolvendo e criando a 
 DESIGN 
 43
próxima. Esses “encontros” podem gerar problemas 
chamados de “gargalos”, caso não sejam previstos com 
antecedência ou estruturados de maneira coerente.
Algumas empresas adotam estratégias de mer-
cado para suas coleções inserindo outras pequenas 
coleções no meio de uma estação por exemplo, ou 
pequenas coleções temáticas; tecnicamente falare-
mos sobre elas nas próximas Unidades, porém essas 
inserções devem estar também previamente con-
templadas e organizadas no cronograma de desen-
volvimento de coleção.
A marca brasileira Richards lançou em maio 
de 2016 uma coleção-cápsula que celebra 
as Olimpíadas. A coleção feminina e mas-
culina de estilo esportivo fazendo alusão ao 
tema olímpico contempla características do 
inverno da marca que se unem a detalhes 
que homenageiam o velejador Torben Grael. 
Atletas olímpicos fazem parte da campanha 
de divulgação da coleção-cápsula.
Fonte: Vogue (2016, on-line)1.
SAIBA MAIS
A estrutura de um cronograma é relativamente 
simples e pode ser dividida em meses, semanas ou 
dias. Porém, quanto mais detalhada em relação a 
dias e atividades, o controle sobre a/as coleção/ões 
será melhor, uma vez que algumas datas são fixas. 
O cronograma deve ser sempre preenchido de trás 
pra frente, ou seja, à partir da data final como o 
lançamento da coleção por meio do desfile, por 
exemplo, ou o envio dos mostruários aos represen-
tantes, até o início das atividades como a pesquisa 
de moda e de tendências. Isso porque a data final é 
o limite máximo de entrega/lançamento da coleção 
e deve ser respeitado para que não interfira no tem-
po de exposição e venda dos produtos. À partir da 
data final, começam a ser preenchidos os campos 
com estimativas de prazos para a execução de cada 
etapa, como por exemplo: tempo de execução de 
costura, tempo de execução do beneficiamento das 
peças, tempo de execução de modelagens por dia, 
tempo de execução da pesquisa de moda e assim 
por diante. A Figura 1 representa um cronograma 
com os primeiros meses do ano de 2016 feito no 
programa Microsoft Excel®. 
Figura 1 - Cronograma de Desenvolvimento de Coleção
Fonte: a autora.
DESIGN DO PRODUTO 
44 
Perceba com a Figura 2 que a coluna da esquer-
da indica o ano ao qual o cronograma se refere e as 
atividades que compreendem o desenvolvimento da 
coleção. Todas as atividades pertinentes e impor-
tantes de serem consideradas devem estar inseridas 
nessa coluna; cada empresa conforme seu processo 
de venda e distribuição preenche os campos. Assim, 
o cronograma é desenvolvido conforme a realidade 
da marca.
Ao longo da planilha estão os dias do ano. As colu-
nas marcadas com a cor cinza fazem referência aos 
SÁBADOS e DOMINGOS e as colunas com a cor 
alaranjada fazem referência aos FERIADOS. As co-
res podem ser escolhidas aleatoriamente, desde que 
a pessoa que esteja construindo o cronograma possa 
identificar rapidamente ao que se refere, mantenha 
sempre a mesma formatação de cores e coloque uma 
legenda para que outras pessoas possam também 
acompanhar.
Figura 2 - Atividades de desenvolvimento de coleção
Fonte: a autora.
Figura 3 - Cronograma de coleção para 5 peças
Fonte: a autora.
 DESIGN 
 45
Como mencionado anteriormente, o cronogra-
ma deve ser preenchido de trás pra frente. A Figura 
3 ilustra como data de lançamento da coleção e o 
percurso que uma coleção de 5 peças precisa percor-
rer ao longo do cronograma.
Os prazos devem ser coerentes com o tempo ne-
cessário para a execução de cada atividade. O recebi-
mento da matéria-prima adquirida para a produção 
da coleção não é no dia seguinte da compra, portan-
to, é preciso ter a informação do representante para 
acrescentar os dias de “espera” desse recebimento.
Algumas etapas são simultâneas porque os 
departamentos trabalham em conjunto com ativi-
dades diferentes ou porque à medida que um pro-
cesso vai sendo realizado já se passa para o outro 
departamento. É o que ocorre, por exemplo, entre 
Dependendo de como é produzida e distribu-
ída, uma coleção pode levar prazo maior ou 
menor para chegar ao consumidor. Indepen-
dente dos prazos de produção e distribuição, 
o designer deve atentar para que a coleção 
esteja disponível ao varejo no período certo. 
(Doris Treptow)
REFLITA
a criação e a modelagem. À medida que a criação 
desenvolve as peças, elas vão sendo encaminhadas 
para a modelagem, não se espera finalizar toda a 
coleção para somente então passar para o próximo 
departamento.
DESIGN DO PRODUTO 
46 
DEFININDO ORÇAMENTO, 
CARTELA DE CORES, MATERIAIS 
E ESTILO DA COLEÇÃO
Definir os materiais, cores e efeitos de uma coleção 
pode, à primeira vista, parecer uma tarefa fácil e pra-
zerosa, mas ela engloba uma série de definições pré-
vias que asseguram a manutenção do tema e coerên-
cia orçamentária que precisam ser consideradas em 
uma infinidade de possibilidades apresentadas por 
representantes comerciais de tecidos e aviamentos,prestadores de serviço de beneficiamento e estampa-
ria, por exemplo. O orçamento de uma coleção é um 
item de extrema importância que deve ser consulta-
do no primeiro momento de estruturação. Normal-
mente é definido pelo departamento comercial que 
considera qual o custo disponível para o desenvolvi-
mento das peças, qual a margem de lucro que cada 
peça pode ter e qual será o ponto de equilíbrio da 
empresa para determinada coleção, ou seja, até que 
ponto a coleção vendida paga seu investimento e em 
que momento sequencial representa lucro.
Ao considerarmos a coleção, sabemos que ha-
verão estilos de peças diferentes conforme segmen-
 DESIGN 
 47
tação do mix de moda, item que aprofundaremos 
detalhadamente no próximo tópico. Portanto, cada 
estilo de peça deve ter seu custo calculado em re-
lação à matéria-prima utilizada, beneficiamento e 
aviamentos. O equilíbrio de uma coleção está em 
oferecer uma margem de valores por grupos de pe-
ças, ou seja, peças “básicas” são mais baratas que pe-
ças de uma linha festa, por exemplo. Esse equilíbrio 
permite que um lojista, por exemplo, possa adquirir 
mais peças da coleção para sua loja, pois pode, den-
tro de seu orçamento, escolher um pouco de cada 
estilo. Portanto, é importante que departamento de 
estilo e departamento comercial realizem uma reu-
nião para alinhamento do orçamento para cada co-
leção no início das atividades, incluindo disponibi-
lidade financeira para aquisição de matéria-prima e 
prestação de serviços para a coleção.
Uma vez estabelecido o orçamento disponível 
para cada coleção, o designer passa a buscar, dentre 
suas pesquisas e com representantes comerciais, mate-
riais e processos para desenvolver a coleção. A seleção 
e estruturação das cartelas de cores e materiais têxteis 
para uma coleção é uma atividade mais complexa do 
que escolher combinações. Está relacionada ao conhe-
cimento sobre materiais têxteis, suas variedades, qua-
lidades e como podem ser aplicados aos modelos cria-
dos. A estação que o designer está criando, por meio 
das tendências de moda, irá direcionar a espessura, 
textura e caimento dos tecidos, assim como também 
as cores em evidência. Cabe ao designer utilizar as in-
formações da pesquisa de moda e uní-las ao conceito 
da coleção, para definir, então, os materiais e cores que 
utilizará (SORGER; UDALE, 2009).
A cor é dividida em três propriedades: matiz, 
tom e intensidade. Cada uma dessas proprie-
dades da cor auxilia na composição da cartela 
de cores de uma coleção que pode ser estru-
turada somente de tonalidades da mesma cor, 
por exemplo. O matiz diz respeito a cor em si e 
permite que diferenciemos uma cor da outra, 
é o que se diz da cor “pura”. O tom já se refere 
à variação da intensidade da luz na cor, ou 
seja, se há mais branco, portanto, a cor é mais 
clara, ou se há mais preto e a cor escurece. A 
intensidade está associada à saturação de uma 
cor, ou seja, se a cor tem brilho ou palidez. 
As cores que chamamos na moda de “bebê” 
são cores pálidas, por exemplo e, portanto, 
têm baixa saturação. Para saber mais sobre 
as propriedades das cores e a relação quanto 
a sua classificação consulte a obra "Moda em 
360: design, matéria-prima e produção para 
o mercado global", da autora Ilce Liger (2012).
Fonte: a autora.
SAIBA MAIS
DESIGN DO PRODUTO 
48 
As cores estão associadas à estação e também in-
fluenciam fortemente o aspecto emocional de uma 
coleção. Pode se tornar um elemento decisivo em 
uma venda, pois é o primeiro elemento que o con-
sumidor presta atenção quando vai em busca de um 
produto (FRINGS, 2012). Normalmente, os desig-
ners de moda irão utilizar, além das cores apontadas 
pelas previsões nas feiras e publicações de tendên-
cias, suas próprias escolhas que tem relação ao tema 
que a coleção terá.
A cartela de cores de uma coleção deve conter 
todas as cores que serão utilizadas, mesmo como 
variantes, e contemplar o preto e o branco, normal-
mente considerados como cores “neutras”. Uma co-
leção em média é composta de 8 a 9 cores, podendo 
variar esse número entre 6 e 12 cores (TREPTOW, 
2003). Quanto mais cores uma coleção tiver, mais 
peças de tecido dessas tonalidades deverá adquirir a 
empresa, portanto, encontrar o equilíbrio nas cores 
selecionadas para a coleção e o estoque da empresa 
é uma atividade que pode ser realizada em conjunto 
entre os departamentos pertinentes.
O designer tem a opção de selecionar as cores de fa-
bricantes de tecidos que desenvolvem sua coleção ba-
seada nas tendências, mas também pode optar pelo 
desenvolvimento de uma cor especial, ou seja, uma 
tonalidade ou cor específica que gostaria de ter na 
coleção por meio do tingimento de tecidos. Para que 
isso aconteça, a empresa deve adquirir um lote míni-
mo do tecido e da cor, o que chamamos de barca. Esse 
mesmo processo pode ser realizado com fornecedores 
de estamparia também, ou seja, o desenvolvimento de 
desenhos ou estampas exclusivas e personalizadas.
O conhecimento sobre as cores e seus efei-
tos é muito importante para as pessoas que 
trabalham com moda. Principalmente para 
profissionais como designers que criam es-
tampas, os art buyers e os personal stylists, 
por exemplo.
(Ilce Liger)
REFLITA
A estruturação da cartela de cores segue alguns dire-
cionamentos para uma melhor visualização das cores. 
Em uma reunião de aprovação da coleção ou como 
instrumento de venda de um representante comercial, 
a cartela de cores precisa apresentar uma estética lim-
pa e organizada. É aconselhável que as amostras de cor 
sejam todas da mesma matéria-prima, que sejam fixa-
das em uma placa ou base de fundo branco, para que 
não haja a interferência do fundo na cor da amostra e 
que elas sejam dispostas com pelo menos um interva-
lo de 1cm entre cada uma. O tamanho da amostra não 
deve ser menor que 2x3 cm e todas as cores devem 
estar especificadas com o nome da cor e código do 
fornecedor ou código Pantone® (TREPTOW, 2003).
 DESIGN 
 49
O raciocínio sobre a seleção e montagem da 
cartela de materiais que serão utilizados na coleção, 
segue o mesmo da cartela de cores. Quanto maior a 
variedade, maior deverá ser a aquisição dos elemen-
tos por parte da empresa. O estilista deve considerar, 
ao selecionar os tecidos para a coleção, a adequação 
deste à peça que pretende criar, tanto em relação 
ao custo, mas também em relação às propriedades 
dessa matéria-prima, ou seja, se ela se adequa à pro-
posta. Vale acrescentar que a coleção é composta 
também por aviamentos e outros itens que o estilis-
ta julgue pertinente incluir na coleção. Todos esses 
outros itens podem ser acrescentados à cartela de 
materiais ou pode-se também executar uma carte-
la à parte, desde que contenham relação com o que 
se está considerando em termos de cores, texturas e 
efeitos para a coleção.
nado tecido e quais as propriedades desse, caso seja 
necessário passar por algum tipo de beneficiamento, 
como estamparia, por exemplo. O cálculo do custo da 
peça está relacionado à quantidade de tecido que será 
consumida para a sua execução. No momento da exe-
cução da piloto, caso o estilista esteja utilizando um 
tecido novo ou ainda não tenha muita experiência, 
deve solicitar as informações à produção.
Selecionar quem serão os fornecedores também 
é uma atribuição do estilo, é preciso planejar a com-
pra e a entrega do artigo dentro do prazo estabele-
cido para a coleção no cronograma que foi gerado 
no início. Antes de realizar o pedido, o estilista deve 
solicitar aos fornecedores de tecidos uma pequena 
amostra para a execução de peça piloto ou testes que 
definam se o artigo está adequado ao esperado em 
termos de rendimento, maleabilidade e estilo.
Mais uma vez, o estilista deve filtrar algumas 
informações e verificar a coerência entre os teci-
dos e as cores. Treptow (2003) indica a técnica do 
cruzamento de informações em uma tabela em que 
um lado corresponde às cores e o outro aos tecidos, 
assim, é possível verificar quais cores existirão em 
determinados tecidose se a seleção está adequada 
ao número de modelos e variantes que se pretende 
desenvolver.
A seleção dos materiais utilizados pode ser di-
ferente conforme cada criador, Liger (2012) explica 
que alguns designers optam por desenvolver suas 
peças à partir de uma determinada matéria-prima, 
enquanto outros preferem desenvolver suas criações 
no papel primeiro e buscar, na sequência, qual ma-
téria-prima melhor se adapta à sua criação respei-
tando a compatibilidade com o estilo. Independente 
do raciocínio de cada designer para seu desenvol-
vimento, a correta seleção da matéria-prima pode 
definir se a peça terá sucesso.
Todo fornecedor de tecidos apresenta suas peças com 
uma ficha técnica de informações que serão extrema-
mente importantes para o designer utilizar para as 
próximas coleções, mas principalmente fazer o custo 
prévio da peça que será confeccionada com determi-