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WBA0774_v1.0 Atividades e intervenção em psicopedagogia clínica Intervenção específica em linguagem Áreas da linguagem e intervenções Bloco 1 Neide Rodriguez Barea Linguagem É o campo mais complexo e mais necessário para o ser humano, pois utilizamos processos comunicacionais para tudo: ExplicarPerguntar Conver- sar Aprender Ler, escrever e falar Estabele- cer relaciona- mentos Escola Linguagem Leitura Escrita Oralidade A linguagem VERBAL se organiza em três dimensões principais, as quais se influenciam mutuamente, exceto se há algum transtorno em uma delas. Outras linguagens: • Não verbal. • Mista. Termos empregados Unidade menor, algo que não vai bem, mas é administrável. Representa um impacto maior na vida do indivíduo; necessita de ajuda. Causa um grande impacto em determinado setor da vida do indivíduo; há possibilidade de maior controle; pode ser crônico. Impacta negativamente vários setores da vida do indivíduo; é de ordem neurológica; o indivíduo não consegue apresentar avanços sozinho; não tem cura, apenas melhora. Não há consenso E quando se trata da linguagem? Exemplos: • Eu tenho dificuldade em acordar cedo, mas depois que acordo… • Eu tenho problema em acordar cedo, demoro para… • Eu tenho um distúrbio do sono, preciso de medicamento para dormir. • Eu tenho um transtorno do sono, durmo ou fico acordado dias seguidos. Duas referências do campo da saúde DSM V = Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais Manual que fornece critérios de diagnóstico para perturbações mentais, incluindo componentes descritivos, de diagnóstico e de tratamento. CID 10 = Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (pertence à OMS) Classificação aprovada pela Conferência Internacional para a 10ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças. • Referências da área: fonoaudiólogos, otorrinolaringologistas, neurologistas, psicólogos, psicopedagogos > responsáveis pelo diagnóstico. Transtorno da comunicação A beluza é memelha. (A blusa é vermelha) A cacaruga tátá no cantil. (A tartaruga está no quintal) Se você ouvisse alguém falando assim, acharia que é uma criança bem pequena. Porém, o transtorno da comunicação não está relacionado à idade. Dificuldades na produção dos sons da fala Fonte: Vitor e Cardoso-Martins (2007, [s.p.]). Figura 1 – Exemplo Transtornos da comunicação Figura 2 – Mordida aberta Fonte: alex-mit/iStock.com. • Dificuldades na produção dos sons da fala. • Problemas de voz (rouquidão, café, cigarro, água gelada etc.). • Dificuldade para respirar, mastigar e engolir (desvio de septo nasal, apneia do sono, pessoas sempre cansadas, com olheiras, que não conseguem se alimentar). • Gagueira. • Problemas de audição (transtorno do processamento auditivo central e surdez). Intervenção 1. Seguir a orientação da equipe multidisciplinar. Em geral, é o fonoaudiólogo que lidera o processo e dá orientações. 2. O processo de reabilitação proposto na fonoaudiologia diz respeito à fala, enquanto o psicopedagogo precisará cuidar da aprendizagem escolar e dos processos emocionais que envolvem os transtornos de comunicação. 3. Criar condições que sugiram e facilitem o uso da linguagem oral. 4. Utilizar estratégias que remetam a contextos reais (falar para quê? Jogos simbólicos: mercado, ônibus, contar uma história etc.). Intervenção Músicas, poesias, ditados populares: Laranjas E Bananas (Xuxa) Eu vou comer,comer,comer laranjas e bananas Eu vou comer,comer,comer laranjas e bananas Au váu camar,camar,camar laranjas a bananas Au váu camar,camar,camar laranjas a bananas Eu véu quemer,quemer,quemer lerenjes e benenes Eu véu quemer,quemer,quemer lerenjes e benenes Iu viu quimir,quimir,quimir lirinjis i bininis Iu viu quimir,quimir,quimir lirinjis i bininis Ou vou comôr,comôr,comôr loronjos o bononos Ou vou comôr,comôr,comôr loronjos o bononos Ú vú cumur,cumur,cumur lurunjus e bununus Ú vú cumur,cumur,cumur lurunjus e bununus O sapo não lava o pé… *Com que se faz o quê* Com flores se fazem canteiros, com sementes, plantações. Com talento se faz dinheiro, com pessoas procissões. Com abelhas de faz o mel, com pássaros, revoada. Com estrelas se faz o céu, com altas horas, madrugada. Com livros se faz cultura, com quadros, decorações. Com tintas se fazem pinturas, com nanquim ilustrações. Com estudos se faz uma carreira, com sentimentos, emoção. Com crianças se fazem brincadeiras, com criatividade, uma criação. Clarice Pacheco http://poesiainfantil.wordpress.com/2008/03/14/com-que-se-faz-o-que/ Intervenções • Repetir a sequência de palavras propostas pelo fonoaudiólogo e construir frases com essas palavras. • Gravar a fala e reproduzir para o aprendente. • Criar listas de palavras que comecem com o mesmo som (bola, bolo, boneca etc.). • Criar listas de rimas (perfeitas e imperfeitas). Intervenções • Escrever canções que tenham repetição de sílabas. • Tomar a mesma melodia e cantá-la em diversas sílabas. • Brincar de telefone sem fio. • Imitar sotaques. Intervenção específica em linguagem Transtorno da leitura (dislexia) e intervenção Bloco 2 Neide Rodriguez Barea Transtornos Específicos da Leitura As dificuldades de leitura acarretam perturbações de aprendizagem. Conhecidos como Transtornos Específicos de Leitura. Podem ou não estar associados ao Transtorno Específico da Escrita (normalmente está). Começa-se a evitar o termo dislexia/disléxico em função de seu caráter pejorativo. Transtornos Específicos da Leitura • Leitura imprecisa de palavras. • Lentidão. • Incompreensão do sentido do que se lê. • Dificuldade em soletrar. • Dificuldade em outras áreas que utilizam leitura de símbolos, como a matemática. • Dificuldade em escrever. • O transtorno se manifesta em várias áreas. • Abalos emocionais. • Aparece quando o grau de exigência acadêmica se torna maior. Símbolos dançantes OU Cegueira Congênita das Palavras Leitura O QUE É LEITURA? Leitura é um complexo conjunto de habilidades que incluem: 1. Reconhecimento de palavras impressas. 2. Determinação do significado de palavras e frases. 3. Coordenação desses significados dentro do contexto geral do tema. Essas habilidades exigem processos que operam em diferentes níveis de representação: 1. Letras. 2. Palavras. 3. Frases. 4. Sentenças. 5. Unidades maiores de texto. Intervenção 1. Via de acesso: do que a criança gosta? 2. Enfatizar sons e a relação entre sons e letras. 3. Realizar instrução direta para leitura. 4. Usar técnicas específicas para leitura: • Recorte do texto. • Cobrir o texto. • Caneta marca-texto. • Mapa mental. • Uso de tecnologia. • Resumo do parágrafo. Intervenção 5. Jogos de palavras e escrita. 6. Histórias, desenhos e representações. 7. Reforços. 8. Emprego do método fônico. 9. Uso de rimas e músicas com letra (“atirei o pau no gato to to”). 10. Em dificuldades de compreensão, utilizar estratégias já conhecidas. 11. A intervenção deve ser expandida para casa: pais devem ouvir as crianças lendo e realizar leitura conjunta. Intervenção: indicada para crianças pequenas • Prática da leitura de palavras, tanto isoladas como em frases, silenciosa e oralmente. • Ao final do processo, o aprendente terá construído uma réplica neural da palavra. • Sua representação interna reflete a ortografia, a pronúncia e o significado preciso. • Escrever a palavra e aprender a soletrá-la também contribui para firmar representações precisas dela no circuito neural. • Montar um livrinho com as palavras que a criança vai aprendendo. Intervenção: indicada para crianças pequenas • Reconhecimento imediato da palavra: quando a criança aprende a separar as palavras em sílabas, ela vai aprender que uma mesma sílaba pode estar em diferentes palavras. • Essa percepção vai ajudá-la a identificar sílabas conhecidas em palavras desconhecidas e a facilitar sua leitura. • É interessantemontar fichas com palavras conhecidas e ir montando jogos para que a criança permaneça lendo palavras construídas para aumentar o léxico. Intervenção específica em linguagem Transtornos Específicos da Escrita e intervenção Bloco 3 Neide Rodriguez Barea Transtornos Específicos da Escrita Disgrafia e disortografia. Em casos raros, não são associados ao transtorno da leitura. Precisam ser estudados separadamente. Há uma tendência em chamar tudo de dislexia. Disgrafia Fonte: Martins et al. (2013, [s.p.]). Figura 3 – Texto disgráfico Disortografia Fonte: Moojen (2004, [s.p.]). Figura 4 – Disortografia Dislexia manifestada na escrita Fonte: Moojen (2004, [s.p.]). Figura 5 – Dislexia manifestada na escrita Intervenção • Escrita: escrever palavras comuns reforça a conscientização fonêmica (juntar os sons às letras). • Ortografia: as crianças podem começar a escrever com a ortografia inventada. A partir daí, explorar os sons, completando e arrumando a palavra com a criança. • Lúdicas: ouvir, brincar e imaginar – brincar com histórias e músicas. • Respeitar o que o aprendente é capaz de produzir; não exigir escrita prolongada. Intervenção • Retomar o uso de pincel para escrever. • Posição correta para escrever. • Posição correta para segurar o lápis. • Não trabalhar com caderno de caligrafia, mas sim com fichas esporadicamente. Intervenção: exercícios grafomotores Fonte: Telles, Lúcio e Alcantara (2017, p. 75). Figura 6 – Exercícios grafomotores Dicas • Faça cursos específicos, se desejar se aprofundar. • Faça cursos de atualização constantemente, pois é um campo em organização. • Aproprie-se desse conhecimento, pois os transtornos da linguagem são as queixas mais presentes nos consultórios de Psicopedagogia. • As associações são os locais mais indicados para fazer cursos. • Procure ajuda e faça sessões de supervisão com um psicopedagogo mais experiente. Teoria em Prática Bloco 4 Neide Rodriguez Barea Reflita sobre a seguinte situação Você recebeu em seu consultório uma criança de 10 anos com a queixa de que não consegue entender e fixar aquilo que lê. Após o período de avaliação em equipe multidisciplinar, chegou-se à conclusão de que era um caso de dislexia. O processo de reabilitação vai ter início, e nesse momento é muito importante que a escola seja uma parceira, evitando situações que possam comprometer o avanço do aprendente. Dessa forma, você precisará explicar à escola e aos professores dessa criança como devem proceder para acolhê-la e como devem promover seu processo de aprendizagem e de avaliação. Quais seriam suas orientações para a escola e para os professores? Norte para a resolução... • O aprendente precisa de mais tempo para decodificar o texto. • As avaliações precisam ser adaptadas. • Fracionar a leitura e encadear com a interpretação. • Fazer perguntas simples e objetivas. • Apresentar materiais alternativos, como vídeos, para substituir a leitura. • Aceitar e estimular outras formas de apresentação da aprendizagem (normalmente a oralidade). • Dar maior atenção, orientação e direção ao aprendente com transtorno de leitura. Dica do(a) Professor(a) Bloco 5 Neide Rodriguez Barea Dica Você encontrará muitos outros materiais relacionados aos transtornos de comunicação e de leitura. A dica de hoje é conhecer um pouco mais sobre a disgrafia. No artigo indicado, as autoras esclarecem o significado de disgrafia, apresentam os diversos tipos de disgrafia e a relação do aprendente com a escrita, bem como possibilidades de intervenção específica na escrita. Vale a pena conhecer! TELLES, F. D. C.; LUCIO, G. B. S.; ALCANTARA, E. F. S. Um olhar psicopedagógico sobre a disgrafia. Rev. Episteme Transversalis, Volta Redonda-RJ, v. 8, n. 2, p. 64-79, jul./dez. 2017. Referências MARTINS, M. R. I. et al. Rastreio de disgrafia motora em escolares da rede pública de ensino. J. Pediatr., Porto Alegre, v. 89, n. 1, 2013. MOOJEN, S. Diagnósticos em Psicopedagogia. Relato de Experiência. Revista de Psicopedagogia, [s.l.], ed. 66, v. 21, 2004. TELLES, F. D. C.; LUCIO, G. B. S.; ALCANTARA, E. F. S. Um olhar psicopedagógico sobre a disgrafia. Rev. Episteme Transversalis, Volta Redonda-RJ, v. 8, n. 2, p. 64-79, jul./dez. 2017. VITOR, R. M.; CARDOSO-MARTINS, C. Desenvolvimento fonológico de crianças pré-escolares da Região Noroeste de Belo Horizonte. Psicol. Rev., Belo Horizonte, v. 13, n. 2, dez. 2007. Bons estudos! Atividades e intervenção em psicopedagogia clínica Intervenção específica em linguagem Linguagem Linguagem Termos empregados Duas referências do campo da saúde Transtorno da comunicação Dificuldades na produção dos sons da fala Transtornos da comunicação Intervenção Intervenção Intervenções Intervenções Intervenção específica em linguagem Transtornos Específicos da Leitura Transtornos Específicos da Leitura Leitura Intervenção Intervenção Intervenção: indicada para crianças pequenas Intervenção: indicada para crianças pequenas Intervenção específica em linguagem Transtornos Específicos da Escrita Disgrafia Disortografia Dislexia manifestada na escrita Intervenção Intervenção Intervenção: exercícios grafomotores Dicas Teoria em Prática Reflita sobre a seguinte situação Norte para a resolução... Dica do(a) Professor(a) Dica Referências Bons estudos!
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