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Fundamentos Fonoaudiológicos aplicados a Neuropsicopedagogia Fundamentos Fonoaudiológicos aplicados à Neuropsicopedagogia Nessa disciplina conversaremos sobre a Linguagem e suas possíveis alterações ... Conversaremos sobre “gente”... Proposta para a disciplina OBJETIVOS: * Capacitar o profissional da educação e/ou área afim, com conhecimentos necessários ao exercício da prática neuropsicopedagógica, para a identificação de distúrbios da comunicação oral e o diagnóstico e intervenção clínica/institucional junto aos distúrbios da comunicação gráfica. Avaliação da disciplina N1 (40) (Plataforma) N2 (60) (Plataforma)= MF – 10,0 Observe bem... x x x x A linguagem diferencia a nossa espécie de todas as outras criaturas já existentes. Mesmo que a linguagem dos macacos, nossos parentes evolutivos mais próximos, também esteja sendo estudada, se comprova ainda mais a separação da nossa espécie da deles, devido à capacidade de comunicação rápida e de pensamento que temos, não nos permitindo, portanto, termos rivais na natureza”... LINGUAGEM Vygotsky, imprimiu especial importância à linguagem. Segundo ele, a linguagem causa três mudanças fundamentais no psiquismo humano: permite ao homem lidar com o objeto do mundo exterior mesmo na ausência dele; permite um processo de abstração, generalização e análise e possibilita ao homem preservar, transmitir e assimilar as experiências e informações acumuladas pela humanidade ao longo de sua história. AQUISIÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE LGGEM “Para que a criança tenha um bom desenvolvimento de linguagem são necessárias condições anatômicas e neurológicas intactas, e um ambiente favorável”. Zorzi, 1993. Resumindo... Aquisição e desenvolvimento da linguagem oral – Início e fim?... Resumindo... Etapas de desenvolvimento da linguagem oral Resumindo... IDADE (meses) PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO DESENVOLVIMENTO DE LINGUAGEM 0 a 3 - Vocalizações ( repetições de vogais e sons guturais) não lingüísticas.Essas produções têm pouca influência da lingua-mãe. - Sorriso reflexo. - Apresenta movimentos corporais bruscos ou acorda ao ouvir estímulo sonoro. - Aquieta-se com a voz da mãe. - Procura fonte sonora com movimentos oculares. AQUISIÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE LGGEM IDADE (meses) PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO DESENVOLVIMENTO DE LINGUAGEM 3 a 6 - As vocalizações começam a adquirir algumas características de linguagem, ou seja, entonação, ritmo e inicia-se a modulação de ressonância. - A fase de lalação aparece por volta dos 3 a 4 meses e se distingue por sua fonação lúdica . A criança sente prazer em balbuciar (brincar com os órgãos fono-articulatórios). - Pára de chorar ao ouvir música. - Começa a voltar a cabeça em direção a um som lateral e próximo. AQUISIÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE LGGEM IDADE (meses) PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO DESENVOLVIMENTO DE LINGUAGEM 6 a 9 - Pré-conversação. A criança vocaliza principalmente durante os intervalos em que é deixada livre pelo adulto, e também encurta suas vocalizações para dar lugar as respostas do adulto. - Localiza diretamente a fonte sonora lateralmente e indiretamente para baixo. - Responde quando chamada. - Repete sons para escutá-los. AQUISIÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE LGGEM IDADE (meses) PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO DESENVOLVIMENTO DE LINGUAGEM 9 a 12 - Localiza diretamente a fonte sonora para baixo. - Reage paralisando a atividade quando a mãe fala "não". - Vocaliza na presença de música. - Compreende algumas palavras familiares, por ex.: "mamãe, "papai", "nenê". - Compreende ordens simples, por ex.: "bate palmas" e dar "tchau". - Vocalizações mais precisas e melhor controladas quanto a altura tonal e a intensidade. Agrupa sons e sílabas repetidas `a vontade. - Pede, recebe objetos e oferece-os de volta. - Usa gestos indicativos. - Surge a primeira palavra, muitas vezes não inteligível. AQUISIÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE LGGEM IDADE (meses) PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO DESENVOLVIMENTO DE LINGUAGEM 12 a 18 - Surgem as primeiras palavras funcionais que, em geral, se dá um prolongamento semântico, por ex.: chama "cachorro" a todos os animais. - Crescimento quantitativo de compreensão e produção de palavras. - Localiza fonte sonora indiretamente para cima. - Gosta de música. - Compreende verbos que representam ações concretas (dá, acabou, quer). - Identifica objetos familiares através de nomeação. - Identifica parte do corpo em si mesma. - Utiliza-se de palavra-frase (usa uma palavra que corresponde a um enunciado completo). - Repete palavras familiares. - Tenta contar. AQUISIÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE LGGEM IDADE (meses) PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO DESENVOLVIMENTO DE LINGUAGEM 12 a 18 - Surgem as primeiras palavras funcionais que, em geral, se dá um prolongamento semântico, por ex.: chama "cachorro" a todos os animais. - Crescimento quantitativo de compreensão e produção de palavras. - Localiza fonte sonora indiretamente para cima. - Gosta de música. - Compreende verbos que representam ações concretas (dá, acabou, quer). - Identifica objetos familiares através de nomeação. - Identifica parte do corpo em si mesma. - Utiliza-se de palavra-frase (usa uma palavra que corresponde a um enunciado completo). - Repete palavras familiares. - Tenta contar. AQUISIÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE LGGEM IDADE (meses) PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO DESENVOLVIMENTO DE LINGUAGEM 18 a 24 - Surgimento de frases de dois elementos. - Localiza fonte sonora em todas as direções. - Presta atenção e compreende histórias. - Identifica parte do corpo no outro. - Inicia o uso de frases simples. - Usa gesto representativo - Usa o próprio nome. AQUISIÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE LGGEM IDADE (meses) PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO DESENVOLVIMENTO DE LINGUAGEM 2 a 3 anos - Iniciam-se seqüências de três elementos, por ex.: "nenê come pão" (fala telegráfica). - Aponta gravura de objeto familiar descrito por seu uso. - Identifica objetos familiares pelo nome e uso. - Aponta cores primárias quando nomeadas (vermelho, azul, amarelo...) - Compreende o "Onde ? " "Como ?" - Pergunta o que? - Nomeia ações representadas por figuras. - Refere-se a si mesmo na 3ª pessoa. - Combina objetos semelhantes. - Constitui frase gramatical simples ( com verbos, preposições, adjetivos e advérbio de lugar). AQUISIÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE LGGEM IDADE (meses) PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO DESENVOLVIMENTO DE LINGUAGEM 4 à 5 anos -repertório de 6000 a 10000 palavras; AQUISIÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE LGGEM IDADE (meses) PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO DESENVOLVIMENTO DE LINGUAGEM 5 à 6 anos - reprodução correta de todos os sons da fala.Embora a aquisição da linguagem e da comunicação desenvolva-se segundo essas etapas constantes, o ritmo de progressão pode divergir de caso a caso, podendo-se esperar uma variação de até seis meses, de acordo com o indivíduo. AQUISIÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE LGGEM Resumindo... AQUISIÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE LGGEM QUADRO FONÉTICO p t k b d g m n ђ ƒ s ς v z ζ c ( r ) v ℓ λ c ( ℓ ) v r x { R } { S } QUADRO FONÊMICO QUADRO FONÉTICOQUADRO FONÊMICO – ETAPAS DE AQUISIÇÃO VIAS NEURAIS DE PROCESSAMENTO DA LINGUAGEM ORAL A comunicação se estabelece através do desenvolvimento de três aspectos: inicialmente o eixo fonológico, que engloba o conjunto de traços distintivos (traço de sonoridade, traço de nasalidade, ponto e modo de articulação) que vão resultar nos fonemas, que são unidades distintivas do vocábulo. Em seguida o eixo sintático e semântico respondem pela estruturação frasal e significado dos vocábulos, respectivamente. A sintaxe ocupa-se com a disposição gramatical das palavras para formar os discursose a semântica preocupa-se com o sentido das palavras. VIAS NEURAIS DE PROCESSAMENTO DA LINGUAGEM ORAL A linguagem é constituída de um conjunto de signos e de regras de combinação desses signos que constituem a linguagem oral ou escrita da coletividade. O signo linguístico é a associação de um significante – sons da fala, imagem gráfica, desenho e um significado – idéia, conceito mental, imagem mental. VIAS NEURAIS DE PROCESSAMENTO DA LINGUAGEM ESCRITA Capovilla (2007), descreve as duas rotas ou processos de desenvolvimento da leitura sendo: processo fonológico e processo lexical. Na rota fonológica a palavra é pronunciada parte a parte, fazendo ligações entre grafemas e sons. Ainda não ocorreu a produção de sentidos. O que ocorre é que se converte sinais gráficos em sons. Segundo Capovilla (2007), esta rota “faz decodificação (isto é, segmentação da sequência ortográfica em grafemas, conversão dos grafemas em fonemas e síntese dos fonemas) de palavras novas e pouco comuns e pseudopalavras.” Pseudopalavras podem ser entendidas como aquelas visualmente irreconhecíveis e sem sentido. VIAS NEURAIS DE PROCESSAMENTO DA LINGUAGEM ESCRITA Já na rota lexical a pronuncia é iniciada a partir do que já está armazenado na memória. Quando a criança entra em contato com a ortografia da palavra, ela ativa uma representação de significado antes de ativar a área fonológica. Antunes (2003), propõe o seguinte exercício: “Experimente ler as dez palavras seguintes BURT – MARP – LICRU - TRUP – CHEI – JUTRE – MUFA – – GRUPLER – NUBRA - RIVITRA Faça uma tentativa, a seguir, com outras dez palavras abaixo: Hoje passearei no parque com meus amigos, vendo a natureza O aprendizado da leitura e escrita constitui-se numa importante etapa do desenvolvimento integral do homem, sendo mesmo considerado como uma das tarefas de desenvolvimento psicossocial mais importantes. Segundo Paulo Freire, tal aprendizado (1973) [...] permite ao homem exercer de forma plena, liberta e consciente seus papeis sociais e políticos [...]. Consciência fonológica e Leitura e Escrita Consciência fonológica é o conjunto de habilidades por meio da percepção acústica sonora da fala que possibilita a manipulação e a diversidade de possibilidades das unidades silábicas e fonêmicas, sendo esta um pré-requisito para a construção da linguagem escrita. Inicia-se desde cedo, em crianças ouvintes, no contato oral destas com a comunidade na qual está inserida. Abrange os aspectos morfológico, semântico, sintático e pragmático da linguagem. Envolve a manipulação auditiva e oral dos sons É hierarquicamente organizada Habilidade que precisa ser desenvolvida... Depende do desenvolvimento cognitivo: atenção, percepção, memória, raciocínio, imaginação, pensamento e linguagem. Experiências linguísticas. Aprimora-se e alcança o pleno desenvolvimento através da exposição formal ao sistema alfabético, com a aquisição da leitura e escrita. Sub-habilidades da consciência fonológica 1. rimas e aliterações 2. consciência de palavras 3. consciência silábica 4. consciência fonêmica fonemas ( nível mais complexo) Relação da Consciência Fonológica com a Leitura e Escrita Na entrada para o EF a criança faz duas das mais importantes aquisições, que decerto serão preponderantes na sua vida futura: a Leitura e a Escrita. As palavras escritas são compostas por combinações de letras que estão constantemente relacionadas com as unidades sonoras que representam. A capacidade para fazer esta relação só é possível se a criança conseguir identificar e manipular os sons da língua, ou seja, ter acesso à Consciência Fonológica. “Conscientia”= atributo desenvolvido na espécie humana. Predicado que faculta o homem a se relacionar com o mundo. “fon(o) + logia: Estudo dos sistemas sonoros das línguas. Desenvolvimento da leitura e da escrita e Consciência fonológica Agora sim, vamos conversar um pouco sobre Dist. da Comunicação Oral e gráfica Começaremos aqui , falando sobre as alterações de Linguagem oral ... As mais comuns , são: ALTERAÇÕES DE LINGUAGEM ORAL O atraso de linguagem caracteriza-se pela ausência ou retardo no surgimento da linguagem oral, na idade em que isso normalmente ocorre. As causas mais freqüentes do atraso de linguagem são: estimulação ambiental deficiente bilingüismo fatores hereditários problemas orgânicos distúrbios emocionais ATRASO DE AQUISIÇÃO DE LINGUAGEM Até 1 ano: Não fala "mamá" ou "papá", ou alguma outra sílaba com intenção de comunicação Não usa gestos como dar tchau, balançar a cabeça ou apontar para as coisas Não tenta usar pelo menos o som de uma ou duas consoantes (como "p" e "t", por exemplo) Não entende nem responde a palavras como "não" e "tchau" Não aponta para coisas interessantes, como um avião passando Não balbucia como se estivesse conversando SINAIS DE ATRASO DE DESENVOLVIMENTO DE LINGUAGEM Até 2 anos: Não segue instruções simples Não brinca de faz-de-conta, como dar comida para a boneca, fingir que um brinquedo é um telefone Não imita as ações ou a fala de outras pessoas Não consegue apontar para desenhos ou fotos num livro ("Mostre o au-au") Não junta duas palavras ("Au-au gande") Não sabe para o que servem objetos comuns do dia a dia, como uma escova de dente ou um garfo. SINAIS DE ATRASO DE DESENVOLVIMENTO DE LINGUAGEM Até 3 anos: Não usa pronomes (eu, você, mim) Não consegue se fazer entender para pessoas que não conheça bem Não constrói frases simples Não consegue entender instruções curtas ("Leve o brinquedo para o quarto e coloque em cima da cama") Não demonstra interesse em interagir com outras crianças Tem dificuldade extrema de se separar do pai ou da mãe Tem muita dificuldade para produzir o som de uma palavra, (gagueja, ou faz caretas quando fala. SINAIS DE ATRASO DE DESENVOLVIMENTO DE LINGUAGEM Até os 4 anos: Ainda não consegue pronunciar a maioria das consoantes Não entende o conceito de "igual" e "diferente" Não usa os pronomes "eu" e "você" em situações adequadas SINAIS DE ATRASO DE DESENVOLVIMENTO DE LINGUAGEM DISFLUÊNCIA FISIOLÓGICA que ocorre porque as crianças ainda não possuem vocabulário suficiente para transmitir todos os seus pensamentos e idéias. Até cinco anos de idade NORMAL Existem várias definições para gagueira, cada uma delas aborda alguns de seus aspectos. Algumas remetem à causa (neurológica, psicológica, social), e outras descrevem suas manifestações; todas, porém atribuem à gagueira dificuldades nas áreas emocional, social e nos aspectos motores da fala. GAGUEIRA Não diga para a criança falar mais devagar ou relaxar. Fale com a criança de forma calma, sem pressa, pausando frequentemente. Antes de começar a falar, ouça a criança até o fim e espere alguns segundos após ela ter concluído aquilo que queria dizer. Isso desacelera o ritmo geral da conversa. Ajude todos os estudantes da classe a aprender que há momentos de falar e momentos de escutar. Use expressões faciais, contato visual e outras formas de linguagem corporal para comunicar à criança que você está prestando atenção ao conteúdo da mensagem e não somente à forma como ela está falando. Não subestime a criança. Espere a mesma qualidade e quantidade de trabalhos por parte de crianças que gaguejam. Não complete as palavras para a criança, nem fale por ela. Converse individualmente com o estudante que gagueja sobre as modificações necessárias à sua adaptação em sala de aula. Respeite suas necessidades, sem subestimá-lo. Não torne a gagueira algo vergonhoso. Fale sobre gagueira como se estivesse falando sobre qualquer outro assunto. GAGUEIRA - Orientações É a incapacidade de articular corretamente as palavras devido a alterações neuronais referentes ao aparelho fonador, alterações estas que produzem paresias, paralisias ou ataxias damusculatura da fonação. A fala é pastosa, aparentemente "embriagada"; a articulação das consoantes labiais e dentais é muito defeituosa, tornando, às vezes, difícil a compreensão. Normalmente resultante de paresia, paralisia ou ataxia DISARTRIA A comunicação aumentativa ajudará a criança a se comunicar de forma efetiva. Consiste na comunicação por sinais, utilizada pelas pessoas surdas, ou também mediante a realização de desenhos elaborações teóricas ou ajudas técnicas, entre outras ferramentas para que possa se expressar. Definitivamente, a disartria infantil é uma alteração neurológica da linguagem que pode se desenvolver por diferentes fatores. De acordo com a localização e a gravidade do transtorno, o diagnóstico e tratamento podem mudar consideravelmente. A idade da criança também é fundamental para a obtenção de melhores resultados. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maiores as chances de ter resultados muito positivos. DISARTRIA- Orientações O desvio fonológico (DF) caracteriza-se pela desorganização, inadaptação ou anormalidade no sistema de sons da criança em relação ao sistema padrão de sua comunidade lingüística, inexistindo quaisquer comprometimentos orgânicos. O DF, também denominado transtorno fonológico, é definido como uma dificuldade de fala, caracterizada pelo uso inadequado de sons, de acordo com a idade e com variações regionais, que podem envolver erros na produção, percepção ou organização dos sons. Desvio Fonológico A articulação correta das palavras depende da coordenação dos OFA’s e da respiração, o que só ocorrerá com o amadurecimento do sistema. O desvio fonológico pode estar presente tanto em crianças de com DNPM normal ou não. Devemos estar atentos se: - Aos 3 anos , a criança apresenta fala ininteligível; - Após os 4 anos , ainda apresenta trocas articulatórias que já deviam ter sido superadas; - Após os 5 anos ainda apresenta erros articulatórios. Desvio Fonológico DESVIO FONOLÓGICO - Orientações • Relação entre oralidade e leitura - Para aprender a ler e escrever, a criança necessita apropriar-se desse sistema alfabético durante o processo de aquisição da escrita. • É essencial não reforçar “os erros”; • Dar sempre o modelo correto; • Orientar a turma quanto ao acolhimento do estudante com DF. É uma dificuldade na emissão da voz com suas características naturais (Tarneaud, 1941), e normalmente passam desapercebidas, porque, pais, professores, pediatras, se preocupam com a precisão articulatória da fala da criança, e não com a qualidade vocal que ela esta apresentando. A rouquidão muitas vezes é considerada parte do processo normal do desenvolvimento, isto retarda o diagnóstico e pode comprometer o prognóstico, contribuindo para que a comunicação seja difícil, tensa, fator de estresse infantil. Raramente a criança se queixa de cansaço, dor ou esforço para falar, normalmente o sintoma mais presente, é rouquidão, “falhas” na voz com queda de intensidade. Aos sintomas, principalmente, de uma rouquidão persistente, pais, professores, pediatras, enfim, aquelas pessoas que convivem com a criança, devem encaminhá-la para o atendimento especializado. DISFONIA INFANTIL DISFONIA INFANTIL - Orientações • Oriente-o a falar sem fazer força e abrindo bem a boca para articular as palavras. • Ofereça-lhe água para beber regularmente, converse com ele para que evite pigarrear, gritar, falar muito em ambientes ruidosos, competindo com o barulho, evitar imitar vozes de personagens e não ficar próximo a fumantes. • É importante avaliar o comportamento de comunicação da criança e também se há algum aspecto, como as alergias ou alguma predisposição, que contribua para a rouquidão aparecer. • A personalidade da criança pode interferir na forma como utiliza a voz. • O enfoque básico do tratamento aborda: orientação familiar, escolar e da criança e reeducação vocal, que dura em média 3 a 6 meses. O envolvimento da família e da escola é essencial para que a reabilitação seja efetiva. APRAXIA DE FALA Uma das apraxias que afetam a face é a apraxia da fala. Trata-se de uma desordem neurológica que interfere nos movimentos que produzem os sons linguísticos. Essa perturbação motora da fala começa na infância e pode persistir até à idade adulta. Os sintomas da apraxia da fala infantil podem ser notados a partir dos 2 anos de idade. Em geral, a criança tem uma fala bastante limitada e pouco clara. O distúrbio caracteriza-se pela incapacidade de planejar os movimentos necessários para produzir fonemas e construir palavras, ou seja, a criança não consegue programar a sequência da fala. Uma criança com apraxia da fala tem o raciocínio preservado. Portanto, ela pensa no que quer dizer, mas não é capaz de converter o pensamento em palavras. O cérebro dá o comando para falar, mas o estímulo não é concluído. É como se a comunicação entre o cérebro e a boca estivesse cortada. APRAXIA DE FALA – Sinais precoces As crianças com AFI quando conseguem falar, são inconsistentes, ou seja, em alguns momentos conseguem falar algumas palavras, mas depois não conseguem repetir; •Geralmente, foram bebês mais silenciosos, com balbucio reduzido; •Apresentam um repertório pequeno de vogais e consoantes; •Podem ter dificuldade de juntar sílabas simples; •Conseguem compreender ordens muito mais do que se expressar; •Alteração na prosódia (A prosódia é a pronuncia das palavras com a entonação correta); •Podem ter problemas de incoordenação na mastigação; •Podem babar com mais frequência; •Quanto maior for a palavra a ser dita mais erros aparecem, ficando em sua maioria ininteligível. APRAXIA DE FALA – Orientações Quando a criança sente-se acolhida, querida e compreendida pelo professor, terá uma melhor produtividade, caso o oposto aconteça, a criança que já possui uma dificuldade para se comunicar, acaba se restringindo a se manifestar com o professor e com os colegas. Ao perceber que as pessoas não o entendem, acaba se limitando a falar, deixando de praticar os movimentos necessários para o seu desenvolvimento. Conversaremos agora sobre as alterações de Linguagem Escrita... Leitura, Escrita e suas alterações Em nossa cultura, a criança entre 6 e 7 anos e, às vezes mais cedo, já está apta para iniciar a alfabetização, pois sua maturidade nervosa e suas aptidões culturais lhe permitem iniciar esta etapa tão importante para sua vida presente e futura. Porém, muitas vezes a aprendizagem de leitura e escrita, como de calcular, não se produz em condições ótimas. Esta falta de adequação pode ocorrer em consequência de condições externas e internas à criança. Leitura, Escrita e suas alterações Os atos de ler e escrever estão condicionados ao fato de que estudante tem que se desenvolver de forma cognitiva, neurológica, manifestando comportamentos complexos e hierarquizados, motores e sensoriais e que sejam mediados por situações pedagógicas com recursos didáticos e lúdicos , organizados por um professor competente. e As mais comuns , são: ALTERAÇÕES DE LINGUAGEM ESCRITA As manifestações podem variar desde trocas e omissões grafêmicas até alterações gerais na elaboração e compreensão gráfica. Uma criança com dificuldade do aprendizado da leitura e da escrita pode apresentar: Na escrita: - Trocas de natureza perceptual auditiva, além de trocas visuais e espaciais; - Elaboração gráfica pobre; Na leitura - Dificuldade de compreensão e interpretação do que lê. Dificuldade de leitura e escrita Dislexia A Dislexia é entre os transtornos da aprendizagem, a alteração mais conhecida e a mais tratada na bibliografia. Alguns autores consideram que há até 10% de incidência do transtorno em escolares. Alguns dados nos anos pré-escolares podem ser indicadores da Dislexia, entre eles : - Retardo leve na aquisição da fala, - Dificuldades articulatórias, - Dificuldade para aprender nomes comuns (letras, cores, animais, pessoas ou mesmo trocar sílabas nas palavrasutilizadas (bai por pai, aminal por animal, por exemplo e etc... Histórico familiar de problemas de leitura e escrita; Atraso para começar a falar de modo inteligível; Frases confusas, com migrações de letras: “A gata preta prendeu o filhote em vez de “a gata preta perdeu o filhote”. Impulsividade no agir; Uso excessivo de palavras substitutas ou imprecisas (como “coisa”, “negócio”); Nomeação imprecisa de palavras complexas (como “helóptero” para “helicóptero”); Dislexia- SINAIS ENCONTRADOS EM DISLÉXICOS Dificuldade para lembrar nomes de cores e objetos; Confusão no uso de palavras que indicam direção, como dentro/fora, em cima/embaixo, direita/esquerda; Tropeços, colisões com objetos ou quedas frequentes; Dificuldades em aprender cantigas infantis com rimas; Dificuldade em encontrar palavras que rimem e em julgar se palavras rimam ou não; Dificuldade com sequências verbais (como os dias da semana) ou visuais (como organizar sequências de blocos coloridos); Dislexia- SINAIS ENCONTRADOS EM DISLÉXICOS Criatividade aguçada; Facilidade com desenhos e boa noção de cores; Aptidão para brinquedos de construção ou técnicos, como quebra-cabeças, lego, controle remoto de TV ou vídeo, teclados de computadores; Prazer em ouvir outras pessoas lendo para ela, mas falta de interesse em conhecer letras e palavras; Discrepância entre diferentes habilidades, parecendo uma criança brilhante em alguns aspectos, mas desinteressada em outros. Dislexia- SINAIS ENCONTRADOS EM DISLÉXICOS • Existe consenso em afirmar-se que a Dislexia implica um déficit no processamento fonológico e pode estar acompanhada de outros déficits, tais como falhas na movimentação ocular, disfunções no sistema vestibular, problemas gerais para aprender regras e conceitos, deficiências na captação luminosa e etc... Dislexia Dislexia – Onde acontece? Alfabetização de Disléxicos O disléxico precisa olhar atentamente, ouvir atentamente, atentar aos movimentos da mão quando escreve e prestar atenção aos movimentos da boca quando fala. Assim sendo, a criança disléxica associará a forma escrita de uma letra tanto com seu som como com os movimentos FALAR-OUVIR-LER-ESCREVER Os métodos fonéticos, multissensoriais e personalização de "manuais" de alfabetização apropriada favorecem o desenvolvimento da leitura e da escrita em crianças disléxicas. Estratégias para ensino de Disléxicos Uso frequente de material concreto. Relógio digital. Calculadora. Gravador. Confecção do próprio material para alfabetização, como desenhar, montar uma “cartilha”. Uso de gravuras, fotografias (a imagem é essencial para sua aprendizagem). Estratégias para ensino de Disléxicos Letras com várias texturas. Evitar dizer que ela é lenta, preguiçosa ou compará- la aos outros estudantes da classe . Ela não deve ser forçada a ler em voz alta em classe a menos que demonstre desejo em fazê-lo. Suas habilidades devem ser julgadas mais em sua respostas orais do que nas escritas. Sempre que possível , a criança deve ser encorajada a repetir o que foi lhe dito . Estratégias para ensino de Disléxicos Procure não reforçar sentimentos que minimizam sua auto-estima. Dê-lhes um tempo maior para realizar as avaliações escritas. Uma tarefa em que a criança não-disléxica leva 20 minutos para realizar, a disléxica pode levar até 01 hora. A disortografia é a incapacidade de transcrever corretamente a linguagem oral, trocando letras e/ou invertendo a ordem das palavras. As causas da disortografia estão relacionadas com aspectos perceptivos, intelectuais, linguísticos, afetivo-emocionais e pedagógicos. DISORTOGRAFIA Erros de caráter linguístico-perceptivo -omissões, adições e inversões de letras, de sílabas ou de palavras; - troca de símbolos linguísticos que se parecem sonoramente (“faca”/“vaca”). Erros de caráter visoespacial - substitui letras que se diferenciam pela sua posição no espaço (“b”/“d”); - confunde-se com fonemas que apresentam dupla grafia (“ch”/“x”); - omite a letra “h”, por não ter correspondência fonémica. DISORTOGRAFIA – Principais alterações Erros de caráter visoanalítico - não faz sínteses e/ou associações entre fonemas e grafemas, trocando letras sem qualquer sentido. Erros relativos ao conteúdo - não separa sequências gráficas pertencentes a uma dada sucessão fônica, ou seja, une palavras (“ocarro” em vez de “o carro”), junta sílabas pertencentes a duas palavras (“no diaseguinte”) ou separa palavras incorretamente. DISORTOGRAFIA – Principais alterações Erros referentes às regras de ortografia - não coloca “m” antes de “b” ou “p”; - ignora as regras de pontuação; - esquece-se de iniciar as frases com letra maiúscula; - desconhece a forma correta de separação das palavras na mudança de linha, a sua divisão silábica, a utilização do hífen. DISORTOGRAFIA – Principais alterações • Apoio na oralidade (leiti, trabalio) • Junção-separação não convencional • Generalização de regras (cemento) • Fonemas de múltipla representação gráfica(xave, chícara,assucar, senoura) • Confusão ão e am • Substituição surdas/sonoras DISORTOGRAFIA – Tipos de erros DISORTOGRAFIA Dizer para a criança que, com paciência, perseverança, exercício e apoio, ela será capaz de melhorar seu desempenho; Usar material multissensorial para estimular seus sentidos, especialmente a percepção auditiva e visual; Trabalhar a auto-estima do estudante, a partir de elogios da sua produção principalmente quando este escreve corretamente é de extrema importância. Estratégias para ensino de DISORTOGRÁFICOS • Estimular a memória visual do estudante por meio de quadros com letras do alfabeto, números, famílias silábicas e outros; O professor deve certificar-se de que compreende o que o estudante precisa e ajustar o material ao estilo de aprendizagem dela; Explicar ao estudante como funciona a escrita e a ortografia e utilizar suas próprias produções para mostrar o que ocorreu na escrita para depois promover a escrita ortográfica, o estudante precisa saber o que fez e porque precisa corrigir. Estratégias para ensino de DISORTOGRÁFICOS Trata-se da incapacidade manifesta de forma significativa para aprender a escrever no mesmo período de tempo e com o mesmo ritmo que o resto dos colegas de aula nas mesmas condições externas do ensino e sociais em geral e em ausência de condições neurológicas relevantes que comprometam a possibilidade de aprender. DISGRAFIA Na Disgrafia existe uma estreita relação entre os movimentos manuais que realizam a grafia, a visão e audição quando se lê ou se escuta para escrever e os processamentos mentais de representação, característicos da função práxica (dos movimentos), função que neste caso está em algum sentido afetada. Qualquer tentantiva de tratar adequadamente uma Disgrafia não deve estar somente dirigida a exercícios de grafia; também deve contemplar o exercício das funções visuais e auditivas, principalmente relacionando umas com as outras. DISGRAFIA Grafismo excessivamente apertado ou estendido, com traços rígidos e diferenciação ruim dos espaços. Pode haver falta de adequação à linha, superposição de letras, omissão ou agregação de elementos. Pode ter “escrita espelhada”. Às vezes, rasga a folha por força excessiva ou o traço é tão leve que quase não se percebe. DISGRAFIA – Características DISGRAFIA • Exercícios grafomotores: eles são ideais para que a estudantepossa trabalhar, com o acompanhamento de um profissional, a coordenação motora e o domínio das mãos ao movimentar um lápis sobre o papel. Os exercícios podem conter atividades de encaixe, recorte, pintura, brincadeiras com massa de modelar e outras; • Posição ao escrever: a maneira a qual a estudantesegura o lápis é determinante e causa dor e fadiga nas mãos, se executada de forma incorreta. Neste caso, o estudanteprecisa ser orientado à forma mais adequada para desenvolver a escrita sem prejudicar seus membros. Além disso, a posição do papel também reflete a maneira que a estudanteescreve Estratégias de ensino para DISGRÁFICOS • A intervenção terapêutica deve incidir sobre: a postura, controle corporal, representação do gesto necessário para o traço, perceção espaço-temporal, lateralização, coordenação visomotora, atividades pictográficas, correção de erros específicos do grafismo, inclinação da folha e manutenção das margens e linhas. Estratégias de ensino para DISGRÁFICOS Conversaremos agora sobre as alterações de da Audição Os mais comuns , são: ALTERAÇÕES AUDITIVAS Consiste em um impedimento da capacidade de detectar a energia sonora , podendo ser classificada de acordo com o local da lesão ao sistema auditivo. (condutiva, neurossensorial, mista) DEFICIÊNCIA AUDITIVA Classificando-a de acordo com o grau de desvio em: • Normal (0-25 dB), • Leve (26-40 dB), • Moderado (41-70 dB), • Severo (71-90 dB), • Profundo (acima de 91 dB), • Anacusia. Os estudantes com deficiência auditiva, de acordo com as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial (BRASIL, 2001), devem estudar em sala de aula comum, com apoio de professor intérprete de libras e outros serviços de apoio pedagógico especializado (médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, etc.) e em sala de recursos, como complementação curricular. Um outro tipo de distúrbio relacionado com a audição humana, mas que, ao mesmo tempo, não é classificado como perda auditiva. Estamos falando do Distúrbio do Processamento Auditivo Central (DPAC), também chamado de Disfunção Auditiva Central ou Transtorno do Processamento Auditivo. O DPAC é caracterizado por afetar as vias centrais da audição humana, ou seja, as áreas cerebrais relacionadas às habilidades auditivas e de interpretação das informações sonoras. Na maior parte dos casos, o sistema auditivo periférico (tímpano, cóclea, nervo auditivo) encontra-se totalmente preservado, daí o motivo do DPAC levar a nomenclatura de Surdez Central. A principal consequência do distúrbio está no processamento das informações captadas pelas vias auditivas. Assim, a pessoa ouvirá claramente a fala humana, mas terá dificuldades em decodificar e interpretar a mensagem recebida. DISTÚRBIO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL A cognição auditiva é responsável por habilidades como discriminação dos sons, reconhecimento dos padrões sonoros e mascaramento em ambientes ruidosos. • O déficit de consciência fonológica e o transtorno do processamento auditivo são comumente associados na literatura. A integridade dos mecanismos fisiológicos auditivos exerce um papel fundamental no processamento acústico rápido, na percepção da fala, no aprendizado e na compreensão da linguagem, sendo, consequentemente, pré-requisito na aquisição da leitura e da escrita. DISTÚRBIO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL Conversaremos agora sobre as alterações de da Motricidade Orofacial • Hábitos orais inadequados • Hábitos alimentares - hierarquia alimentar 0 à 3m- líquidos 3 à 7m- pastosos 5 à 6m- sólidos 6 à 8m- líquidos no copo 7 à 12m- sólidos 18m- sólidos adultos • Problemas respiratórios - RO • Deglutição atípica ALTERAÇÕES DE MOTRICIDADE OROFACIAL CLASSIFICAÇÃO DA OCLUSÃO Jackeline Miranda de Barros Psicopedagoga Especialista em Ed. Infantil Fonoaudióloga Pedagoga Contato jackmbarros@gmail.com SME / Gyn - SEDUC/Goiás
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