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XI EPCC Anais Eletrônico 29 e 30 de outubro de 2019 FAUNA PARASITÁRIA DE Hypostomus ancistroides (Loricariidae) NA BACIA DO RIO PIRAPÓ, PARANÁ, BRASIL, UTILIZADA COMO BIOINDICADORA DE QUALIDADE AMBIENTAL. Micaeli Silva Belgamazzi1, Gilsemara dos Santos Cagni2, Ricardo Takemoto3, Maria de los Angeles Perez Lizama4 1Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas, Centro Universitário de Maringá – UNICESUMAR. 2Colaboradora, Mestre, Mestrado em Tecnologias Limpas - UNICESUMAR. gscagni@hotmail.com 3Co-orientador, Doutor, Universidade Estadual de Maringá - UEM 4Orientadora, Doutora, Departamento de Pesquisa, UNICESUMAR. Pesquisadora do Instituto Cesumar de Ciência, Tecnologia e Inovação – ICETI. maria.lizama@unicesumar.edu.br RESUMO O objetivo deste trabalho foi avaliar o impacto gerado por defensivos depositados no rio pela ação antrópica, através da utilização de peixes como bioindicadores. O estudo ocorreu no rio Pirapó, no qual possui uma área de drenagem de aproximadamente 5.096,86 km² e abastece, entre outras cidades, o município de Maringá no Estado do Paraná. Sendo utilizado como objeto de estudo peixes da espécie Hypostomus ancistroides (Loricariidae) (cascudo), coletados ao longo da bacia do rio Pirapó utilizando-se de redes de espera simples de diferentes malhas, com esforços padronizados, entre períodos diferentes do ano. Após serem coletados, esses espécimes foram levados ao laboratório, onde foram retiradas as medidas biométricas, e índices biológicos, a fim de identificar possíveis alterações nessas espécies causadas por defensivos agrícolas, se procurou identificar o nível de contaminação no local. Os locais de amostragem mostraram-se com qualidade regular ao longo de todo o trecho estudado. PALAVRAS-CHAVE: Peixes, bioindicadores, parasitas, defensivos agrícolas. 1 INTRODUÇÃO No meio aquático, são muitas as causas de poluição, dentre elas estão o desmatamento, a falta de conservação dos solos nas pastagens, o assoreamento, as lavouras e estradas, a expansão urbana com o uso e ocupação do solo desordenado e sem planejamento ambiental adequado, a descarga de esgotos e lixos domésticos e hospitalares, os esgotos industriais e da agricultura com a introdução de descargas de agrotóxicos e de suas embalagens (BARROS; SILVA; SOSA, 2005). Peixes, insetos, algas e plantas são bioindicadores ecológicos, isto é, são grupos de espécies que na presença de toxinas indicam a magnitude de impactos ambientais em um ecossistema, como por exemplo, o aquático (GOULART; CALLISTO, 2003). Os bioindicadores são de suma importância para cotejar a ação antrópica na natureza, representando uma importante ferramenta de indicação da qualidade ambiental (PERES; MOREIRA, 2003) A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (U.S Environmental Protection Agency-USEPA) recomenda a utilização de critérios biológicos que utilizam a condição de um organismo ou conjunto de organismos para descrever a integridade ecológica de uma área impactada, pouco impactada, ou áreas de referência (USEPA, 2013). A fauna íctica da bacia do rio Pirapó é pouco conhecida, porém existem registros de Hypostomus ancistroides (Loricariidae) (cascudo). O cascudo é um peixe bentônico que habita em rios e lagoas e alimenta-se de detritos, sedimentos e larvas de insetos. Seu período reprodutivo ocorre entre os meses de novembro e fevereiro. No entanto, é um peixe que apresenta baixa taxa de fecundidade, o que pode ser resultado de seu cuidado parental. Seu comprimento médio é de 180,0 mm, possui coloração castanha com pintas escuras, maiormente na região dorsal. Essa espécie de peixe é comumente encontrada na Bacia do rio Pirapó. (GRAÇA; PAVANELLI, 2007). mailto:gscagni@hotmail.com mailto:maria.lizama@unicesumar.edu.br XI EPCC Anais Eletrônico 29 e 30 de outubro de 2019 Onde os impactos ambientais podem ser de origem urbana (resíduos sólidos dispostos inadequadamente, falta de sistema de esgoto sanitário, despejos industriais), e rural (presença de fossas negras), dejetos de animais e principalmente pelo uso desordenado de agrotóxico, o que provoca um sério problema aos mananciais de abastecimento público, por conterem moléculas não removidas no sistema de tratamento que quando combinadas com produtos da desinfecção formam os denominados subprodutos da desinfecção, dentre eles estão os trialometanos e os ácidos haloacéticos (ALVARENGA, 2010). 2 MATERIAIS E MÉTODOS O Rio Pirapó foi escolhido conforme os níveis de impacto antrópico, procurando sempre utilizar locais com mais efeitos do homem e locais preservados. Os locais de coleta, podem ser observados na Figura 1. Figura 1. Área de estudo na Bacia do rio Pirapó, pontos 1, 2 e 3 Para a coleta das espécies em questão foram utilizadas redes de espera simples de diferentes posições, com a periodicidade trimestral. Os peixes capturados foram anestesiados, sacrificados e conservados em gelo, sendo posteriormente identificados, medidos, pesados e dissecados para identificação do sexo e estágio de maturação. Após foi realizada a análise externa e interna. O corpo as nadadeiras, as narinas, boca, olhos, face interna dos opérculos serão examinados para a localização de possíveis ectoparasitos. As brânquias foram retiradas e submersas em solução de formalina 1:4000. O recipiente agitado e, o conteúdo passado através de uma peneira, de malha de 154 micrômetros, e em seguida, para uma placa de petri com solução salina fisiológica (NaCl 0,65%), quando então os parasitos existentes foram coletados ao estereomicroscópio (EIRAS et al., 2006). As técnicas de conservação, coloração e montagem de lâminas permanentes para cada grupo de parasitos foram seguidas conforme EIRAS et al. (2006). XI EPCC Anais Eletrônico 29 e 30 de outubro de 2019 Resultados e discussão Hypostomus ancistroides Ihering, 1911 (Figura 1), é uma espécie comumente encontrada na bacia hidrográfica do rio Pirapó, assim como em outras bacias do sul e sudeste do Brasil, conhecido popularmente como cascudo, é um peixe bentônico que habita em rios e lagoas e alimenta-se de detritos, sedimentos e larvas de insetos. Seu período reprodutivo ocorre entre os meses de novembro e fevereiro. Seu comprimento médio é de 180,0 mm, possui coloração castanha com pintas escuras, maiormente na região dorsal. Essa espécie de peixe é comumente encontrada na bacia do rio Pirapó (GRAÇA; PAVANELLI, 2007). Figura 1. Hypostomus ancistroides Ihering, 1911. Fonte:o próprio autor. Os resultados das análises parasitológicas podem ser observados na tabela 1. Tabela 1. Resultado da análise parasitológica para Hypostomus ancistroides, durante o período de XX de 2018 a janeiro de 2019, na bacia do rio Pirapó, PR, Brasil. Foram identificados os parasitas da espécie digenea, diplostomum, austrodiplostomum e nematoda. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados encontrados demonstraram alterações significativa na abundancia das espécies e no número de parasitas encontrados, em comparado com estudos realizados em anos anteriores, podendo ser resultado da influência antrópica, o que sugere um maior monitoramento REFERÊNCIAS ALVARENGA, Janaína Abreu. Avaliação da formação de subprodutos da cloração em água para consumo humano. 2010. Tese de Doutorado. Dissertação (Mestrado em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos) - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. BARROS, M.; SILVA, M.; SOSA, R. (2005). Geo-Goias. Disponível em: <http://www3.agenciaambiental.go.gov.br/site/principal>. Acesso em: 20 mar. 2017. EIRAS, J. C.; TAKEMOTO, R. M.; PAVANELLI, G. C. (2006). Métodos de Estudo e Técnicas Laboratoriais em Parasitologia de Peixes. EDUEM, Maringá, 2ª ed. XI EPCC Anais Eletrônico 29 e 30 de outubro de 2019 GRAÇA, Weferson Júnior, PAVANELLI, Carla Simone. Peixes da planície de inundação do alto rio Paraná e áreas adjacentes, 2007. GOULART, M.D.; CALLISTO, Marcos. Bioindicadores de qualidade de água como ferramenta em estudos de impacto ambiental. Revista da FAPAM, v. 2, n. 1, p. 153-164, 2003. MCDUFFIE, H. H.; PAHWA, P.; MCLAUGHLIN, J. R.; SPINELLI, J. J.; FINCHAM, S.; DOSMAN, J. A.; CHOI, N. W. Non-Hodgkin’s lymphoma and specific pesticide exposures in men: cross-Canada study of pesticides and health. Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention, v.10, n.11, p.1155-1163, 2001. PERES, F.; MOREIRA, J. C.; DUBOIS, G. S. Agrotóxicos Saúde e Ambiente: uma introdução ao tema, p. 21-41. In: Peres, F; Moreira, JC (Org.). É veneno ou é remédio? 1ª edição, Rio de Janeiro. Editora Fiocruz, 2003. UNITED STATES. Environmental Protection Agency – USEPA. Rapid bioassessment protocols for use in streams and wadeable rivers: Periphyton, Benthic Macroinvertebrates and Fish. 2013. Disponível em: <http://water.epa.gov/scitech/monitoring/rsl/bioassessment/>. Acesso em: 20 out. 2017. VIERO, Cibelle Mello et al. Sociedade de risco: o uso dos agrotóxicos e implicações na saúde do trabalhador rural. Escola Anna Nery, v. 20, n. 1, p. 99-105, 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ean/v20n1/1414-8145-ean-20-01-0099.pdf>. Acesso, 15 mar. 2017.
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