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Natáli� Baron� Spach� Doenças Respiratórias Doença Causas Sinais clínicos Diagnóstico Tratamento Acometimento Prognóstico Síndrome respiratória dos braquicefálicos Alterações anatômicas que levam a diferentes graus de obstrução das vias aérea superiores: ● Estenose de narinas; ● Palato mole prolongado e espesso; ● Hipoplasia traqueal; ● Conchas nasais hipertrofiadas → pode evoluir para colapso laríngeo; ● Hipoplasia traqueal; ● Macroglossia. ● Diferentes graus de dispneia inspiratória; ● Intolerância ao exercício; ● Ronco (ruído estertor → comum em pacientes com palato mole prolongado) ● Casos graves → cianose e síncope ● Inspeção das vias aéreas superiores; ● Laringoscopia ● Tomografia computadoriza da; ● Ressonância magnética; ● Raio x ● Correções cirúrgicas; ● Manejo do animal para minimizar fatores que agravem a patologia (obesidade, calor excessivo, etc) ● Cães braquicefálico s Infecção respiratória superior dos felinos (Rinotraqueíte infecciosa felina → nome popular) ● Causada predominantemen te por agentes virais (Herpesvírus e Calicivírus felino); ● Em menos casos, há participação das bactérias Bordetella e Chlamydophila felis. ● Conjuntivite; ● Corrimento nasal; ● Presença de crostas na região mais rostral do focinho; ● Espirros por conta do corrimento nasal. ● Não há necessidade de nenhum exame complementar; ● Histórico + apresentação clínica são suficientes para diagnóstico. ● Manter hidratação e nutrição adequadas; ● Desobstrução das vias aéreas (limpeza da cavidade nasal para retirada das crostas e nebulização); ● Antibióticos (em caso de corrimento nasal purulento exuberante) → Doxiciclina e Amoxicilina (CUIDADO COM O USO EM GATOS → Risco de estenose esofágica); ● Suplementação com lisina e interferon (intuito de ● Felinos com menos de 1 ano de idade e imunodeprimi dos. Natáli� Baron� Spach� diminuição da replicação viral); ● Pomada oftálmica de tetraciclina por 14 dias (em casos de grave conjuntivite + ulceração de córnea → indicativo de Chlamydophila). Rinite Fúngica Aspergilose nasal canina ● Agente Aspergillus ● Tende a ocorrer como fator secundário à outra doença nasal. ● Despigmentação do plano nasal onde o corrimento proveniente da infecção entra em contato. ● PAAF → Presença de hifa do fungo no exame citológico. ● Mais cães do que gatos Criptococose nasal ● Agente Cryptococcus neoformans ● Deformação da face (aumento assimétrico de volume no plano nasal). ● PAAF → Presença do fungo na citologia (estrutura com halo não corado - cápsula espessa). ● Cães e Gatos Pólipos nasofaríngeos ● São tecidos inflamatórios não neoplásicos de causa incerta. ● Quando se forma na nasofaringe geram obstrução do fluxo de ar → modificação da fonação e graus variados de dispnéia inspiratória. ● Ferramentas de imagem, como o raio x, tomografia, endoscopia retrógrada da nasofaringe ● Retirada cirúrgica do pólipo ● Felinos jovens ● Extremam ente favorável. ● Pode ocorrer recidiva. Neoplasias nasais Carcinoma de células escamosas nasais (maligna) ● Lesão com sangramento e aumento de volume gerando deformação facial no plano nasal e obstrução ● ● Cães e gatos ● Difícil tratamento quimioterá pico Natáli� Baron� Spach� das vias aéreas superiores → espirros e dispnéia inspiratória. Melanoma em palato duro (maligna) ● Massa volumosa no palato duro ● Cães e gatos ● Ruim → neoplasia maligna com alta taxa de metástase. ● Difícil tratamento quimioterá pico. TVT (benigna) ● Quimioterapia ● Cães e gatos ● Bom → responde muito bem à quimiotera pia e é uma neoplasia benigna. Paralisia Laríngea ● Pode ter origem congênita ou adquirida; ● Ocorre por lesão do nervo laringorrecorrente . ● Varia com o grau de obstrução das vias aéreas superiores; ● Sinais são brandos no início da doença e vão progredindo lentamente; ● Ruído respiratório (comum ruído estridor → produzido pela vibração de tecidos mais rígidos. É um ● Laringoscopia ● Clínico → melhorar a ventilação e oxigenação do animal, controlar o estresse (ansiolíticos), refrigeração do ambiente, uso de Dexametasona (diminuição do edema da laringe = diminuição da obstrução da via). ● Cirúrgico → ancoramento unilateral da aritenóide. (ATENÇÃO - COM ● Mais em cães do que em gatos. ● Cães idosos e de raças grandes (Labrador e Golden principalment e) Natáli� Baron� Spach� ruído agudo); ● Intolerância ao exercício; ● Mudança de fonação; ● Tosse; ● Engasgos; ● Angústia respiratória; ● Cianose; ● Pode evoluir para colapso laríngeo. ESSE PROCEDIMENTO A ARITENÓIDE SE MANTÉM ABERTA, POR ISSO AUMENTAM AS CHANCES DE OCORRER PNEUMONIA POR ASPIRAÇÃO) Traqueobronquite Infecciosa Canina (Tosse dos canis) ● Agentes virais (adenovírus canino tipo 2, vírus da parainfluenza e coronavírus canino) são os principais, mas pode ter acometimento bacteriano também (Bordetella bronchiseptica) ● Tosse aguda e exaustiva; ● Aumento do reflexo de tosse; ● Tossir até vomitar; ● Pode aparecer secreção nasal; ● Na grande maioria as vezes não apresenta sinais sistêmicos associados; ● Histórico de contato com animal com sintomatologia semelhante há 2 semanas. ● Históricos + achados clínicos → diagnóstico presuntivo; ● Hemograma; ● Radiografia torácica; ● Lavado traqueobrônqu ico → citologia → cultura; ● Testes moleculares para identificação de antígenos. ● Repouso de 7 a 10 dias + nutrição adequada ● Em caso de infecção bacteriana secundária ou em animais imunocomprometido s → Antibióticos (Amoxicilina + clavulanato; Enrofloxacina para lavado com presença de G-; Doxiciclina em casos de associação de Mycoplasma à TBI e Sulfa Trimetoprim); ● Anti inflamatório (Prednisolona por 3 dias); ● Nebulização; ● Supressores de tosse (CUIDADO COM O USO) ● Prevenção da TBI: vacinação, nutrição e vermifugação adequadas. ● Cães ● É autolimita nte ● Prognóstic o favorável Bronquites ● Processo ● Tosse alta e ● Exclusão de ● Tratamento ● Cães de meia ● Bronquite Natáli� Baron� Spach� inflamatório que acomete brônquios e bronquíolos e pode ser iniciado por agentes virais, bacterianos, alérgicos ambientais, por hipersensibilidade (Asma), reação à toxinas inaladas, etc. ruidosa; ● Taquipneia compensatória a obstrução das vias aéreas por deposição de muco; ● Desconforto respiratório; ● Aumento de sons respiratórios; ● Crepitação e sibilos; ● Casos mais graves: Intolerância ao exercício, Dispnéia e Angústia respiratória. outras causas através de hemograma, ecocardiogram a, pesquisa por dirofilariose e coproparasitol ógico; ● Histórico + achados clínicos; ● Exame radiográfico torácico; ● Exame citológico do lavado broncoalveolar ; ● Broncoscopia. sintomático (tratar tosse, muco, etc); ● Remoção de itens alérgicos ou irritantes; ● Controle de excitação com sedativos; ● Evitar exercícios extenuantes; ● Hidratação das vias aéreas; ● Controle de peso corporal. ● Casos graves: ○ Oxigenioter apia ○ Broncodilat adores (Teofilina, Albuterol por via inalatória, Terbutalina) ○ Dexametaso na ou Fluticasona (inalatória) → em pacientes com muita inflamação ○ Antimicrobi anos. ○ Supressão de tosse pode ser feita. idade e idosos e de raças pequenas (evolução crônica) e Gatos adultos jovens e de meia idade (evolução aguda). aguda → melhor prognóstic o ● Bronquite crônica → pior prognóstic o, sem cura. Colapso de traqueia ● Fisiopatogenia incerta ● Respiração muito ruidosa; ● Aumento do reflexo de tosse à palpação; ● Dispnéia. ● Exclusão de outras causas de dispnéia, tosse e ruído respiratório através de ● Clínico (para pacientes de grau I e II): ○ redução e controle de peso; ● Cães de raças pequenas e miniaturas, braquicefálico s e de meia idade ● Melhora da sintomatol ogia clínica com o Natáli� Baron� Spach� exames complementar es; ● Histórico + achados clínicos; ● Radiografia (defeito - é estática, podendo não pegar o momento de colapso); ● Fluoroscopia (é dinâmica - VANTAGEM) ; ● Broncoscopia. ○ evitar coleira cervical; ○ evitar excitação; ○ supressão de tosse; ○ suplementaç ãocom sulfato de condroitina para evitar progressão da doença; ○ glicocorticó ides ● Cirúrgico (para pacientes de grau III e IV): ○ Stent traqueal (extratraque al) ○ Stent endotraquea l por broncoscopi a. tratamento , mas difícil cura. Pneumonias Viral ● Principalmente o vírus da cinomose e o vírus da influenza ● Tosse alta e ruidosa; ● Secreção nasal mucopurulenta ou serosa ● Histórico + manifestações clínicas; ● Hemograma com linfocitose ou linfopenia; ● Radiografia torácica; ● Citologia - infiltrado macrofágico e linfocitário; ● Detecção de antígenos por ELISA ou ● Suplementação com oxigênio; ● Nebulização; ● Fisioterapia respiratória; ● Broncodilatadores. ● Animais imunocompro metidos ou com TBI grave ● Favorável à reserva dependend o do grau de comprome timento pulmonar. Natáli� Baron� Spach� PCR. Bacteriana ● Diversas bactérias ● Tosse alta e ruidosa; ● Secreção nasal mucopurulenta ou serosa; ● Febre; ● Aumento da frequência respiratória; ● Crepitações pulmonares; ● Angústia respiratória; ● Manifestações sistêmicas como febre, anorexia, letargia e perda de peso; ● Manifestações respiratórias como tosse produtiva, secreção nasal mucopurulenta; ● Intolerância ao exercício; ● Dispneia; ● Cianose ● Históricos e achados clínicos; ● Hemograma → leucograma infeccioso com leucocitose, neutrofilia e desvio à esquerda; ● Exame radiográfico; ● Broncoscopia; ● Lavado broncoalveolar ; ● Citologia - infiltrado neutrofílico ● Cultura ● Suplementação com oxigênio; ● Nebulização; ● Antibióticos; ● Fisioterapia respiratória; ● Broncodilatadores. ● Animais imunocompro metidos ● Favorável à reserva dependend o do grau de comprome timento pulmonar. Fúngica ● Radiografia com padrão miliar ● Suplementação com oxigênio; ● Nebulização; ● Antibióticos; ● Fisioterapia respiratória; ● Broncodilatadores ● Antifúngicos de uso sistÊmico a longo prazo ● Animais imunocompro metidos. ● prognóstic o mais reservado Neoplasias pulmonares ● Podem ser secundárias (metastáticas) ou ● Histórico + aspectos clínicos; ● Quimio e radioterapia; ● Cirúrgico; ● Cães e Gatos idosos ● Bem reservado. Natáli� Baron� Spach� primárias. ● Metastáticas são mais frequentes ● Raio x; ● Broncoscopia; ● Lavado broncoalveolar para análise do tipo de celularidade presente. ● Paliativo. Insuficiência Cardíaca, ICCD e ICCE Doença Causas Sinais clínicos e consequências/respostas sistêmicas Insuficiência cardíaca (Cor�ção t�� ��r�a �� c��a��d��e �� �je��� �u d� re����r �a�g�� �ufi���n�e ��r� �o�p����te� �� me����s�o� fis���ógi��� d� �o�p����ção. Pod� co��r����er ����ár�i�, vál�u��s �u ����cár�i�, além �e a�m���ar � ���is�ên�i� �� ej�ção) ● Restrição de enchimento ventricular; ● Comprometime nto da contratilidade miocárdica; ● Sobrecarga de volume e de pressão. ● Hipotensão é o primeiro achado em caso de insuficiência cardíaca, devido à deficiência de bombeamento sanguíneo pelo coração; ● Hipotensão desencadeia respostas sistêmicas que pretendem corrigir a Pressão Arterial: ○ Elevação do tônus simpático → aumento da força de contração cardíaca → aumento de FC; ○ Atenuação do tônus vagal (oposto do tônus simpático); ○ Ativação do sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona → estímulo da vasoconstrição periférica → aumento da volemia; ○ Liberação de ADH → aumento do volume sanguíneo e portanto elevação de PA. ● Com o passar do tempo, os mecanismos sistêmicos, apesar de controlarem a hipotensão, passam a sobrecarregar o coração fazendo com que ele trabalhe com uma exigência muito alta para conseguir manter a PA: ○ efeitos simpáticos: ■ Inicialmente ↑PA e ↑DC. ■ A longo prazo ↑Pós-carga e ↑demanda de O2 pelo miocárdio ■ Consequência: dano celular, fibrose miocárdica e arritmias. ○ efeitos do sistema renina angiotensina aldosterona: ■ O sistema é ativado no momento da hipotensão, quando o rim percebe que há baixa perfusão renal e desencadeia a liberação de renina. A renina converte angiotensinogênio em angiotensina I e a ECA converte a última em Angiotensina II, substância que possui efeitos hemodinâmicos: ● ↑ vasoconstrição ● ↑ liberação de aldosterona → ↑ volemia por: ○ ↑ reabsorção de Na+ e Cl- ○ ↑ secreção de Potássio e Hidrogênio ○ ↑ reabsorção de água ● ↑ sede → ↑ volume sanguíneo → ↑PA ● ↑liberação de ADH → vasoconstrição periférica + ↑volume sanguíneo ● ↑ epinefrina ● Respostas cardíacas à sobrecarga de volume e pressão sanguínea ocasionada pelas respostas sistêmicas à hipotensão: ○ Remodelamento cardíaco progressivo: ■ Objetivo → mecanismo de adaptação do coração à alteração das forças mecânicas sobre ele. ■ Há alteração do tamanho, da forma e da rigidez cardíaca Natáli� Baron� Spach� ● ↑ tamanho (cardiomegalia) ● formato arredondado (perda do formato cônico tradicional) ● perda de complacência (↑ de rigidez) Insuficiência Cardíaca Congestiva (Cor�ção �n���az �� ��n�e� � p���usão ad���a�� d�� �ec��� a�s���a�� �o a�m���o d� ���s�ão v����a � c��i��r re���t���o �m ór�ãos � ���os ���g���os e p����do ����r e����s e ����ões) Insuficiênc ia Cardíaca Congestiva Direita (ICCD) ● Falha da valva atrioventricular Tricúspide ● Congestão das veias cavas e órgãos imediatamente antes delas, podendo evoluir para edema de órgãos abdominais e ascite. Insuficiênc ia Cardíaca congestiva Esquerda (ICCE) ● Falha na valva atrioventricular Mitral ● Congestão das veias pulmonares podendo evoluir para edema pulmonar. Outras doenças Cardiovasculares Doença Características e Causas Sinais clínicos Consequências Acometimento Endocardiose (Val����pa��� a�q���i��, Do�nça v����r de����ra���� o� D�ge����ção m����at��� va���r) ● Lesões progressivas nas válvulas cardíacas de etiologia incerta que impedem a adequada coaptação das mesmas. ● O não fechamento adequado da válvula acometida provoca retorno de sangue do ventrículo para o átrio durante a sístole. Com isso o sangue que era para ser totalmente direcionado para a artéria pulmonar ou para Aorta, acaba em parte retornando para o átrio ● Pode ser assintomática por anos; ● Válvulas cardíacas deixam de ter aspecto liso e fino e passam a ter aspecto irregular e rugoso; ● Ocorre mais nas valvas atrioventriculares, principalmente na Mitral. ● Remodelamento cardíaco em função do aumento de pressão e volume sanguíneo dentro do átrio → dilatação atrial ● Como a endocardiose é mais prevalente na válvula Mitral (Lado esquerdo do coração), geralmente ocorre aumento de volume do AE, predispondo à congestão pulmonar e edema pulmonar em caso de progressão do quadro. ● É a causa mais comum de insuficiência cardíaca em cães (>70%); ● Acomete cães de meia idade a idosos e de pequeno porte; ● É mais comum em cães machos; ● Pouco frequente em gatos. Cardiomiopatia dilatada ● Lesão da musculatura cardíaca de origem idiopática ● Lenta evolução ● Dilatação das câmaras cardíacas devido à redução da espessura das paredes ventriculares e do septo interventricular por conta da diminuição de contração ● ↑ da prevalência com ↑ da idade do animal; ● Mais frequente em cães de grande porte (base genética da doença) → mais comum em Doberman e Boxer. Natáli� Baron� Spach� miocárdica; ● Disfunção sistólica por baixa contratilidade miocárdica; ● A dilatação das câmaras pode afetar o funcionamento das valvas cardíacas atrioventriculares e gerar retorno de sangue do ventrículo para o átrio Cardiomiopatia hipertrófica ● Alteração que envolve a hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo. Pode ocorrer no septo interventricular ou na parede livre do VE; ● A cardiomiopatia dilatada pode ser: ○ Difusa (maior parte dos casos → há aumento de espessura do septo e/ou da parede ventricular como um todo): ■ simétrica: aumento de espessura do septo e da parede ventricular ■ assimétrica: aumento de espessura mais presente no septo ou na parede ventricular. ○ Segmentar → há aumento de espessura em apenas uma porção do septo e/ou da parede ventricular. ● Altas taxas de morbidade e mortalidade por insuficiência cardíaca, tromboembolismo e morte súbita; ●Produz disfunção diastólica: ○ ventrículo perde a capacidade de distensão para recepção de sangue devido ao aumento de espessura da parede ventricular. → preenchimento sanguíneo do VE é deficiente → ↓DC ● Ocorre aumento do AE (sobrecarga devido ao não preenchimento adequado do VE ou sobrecarga por aumento da dificuldade de ejeção do sangue) → ↓DC → aumento de estresse miocárdico → ↑demanda miocárdica por O2 → Isquemia miocárdica. ● Doença de grande importância em gatos Cardiopatias congênitas ● São diagnóstico diferencial em animais que possuem alterações importantes no exame físico e em exames comlemntares. ● Exemplos: ○ Persistência do ducto arterioso; ● Cães e gatos Natáli� Baron� Spach� ○ Estenose aórtica e pulmonar. Endocardite ● Processo inflamatório de origem infecciosa geralmente resultante de complicação de bacteremia prévia. ● Prognóstico muito ruim ● Falência cardíaca grave ● Cães e gatos Doença tromboembólica ● Pode ser consequência de lesões hematológicas, endoteliais, cardiopatias e doenças metabólicas. ● Destaque → É frequente o surgimento de doença tromboembólica como complicação de Cardiomiopatia Hipertrófica em felinos. Ocorre o tromboembolismo das artérias ilíacas gerando um quadro de isquemia grave dos membros pélvicos. ● Cães e gatos Dirofilariose ● Grande importância em regiões litorâneas; ● Causada pelo parasita Dirofilaria ● Quadros de insuficiência cardíaca congestiva; ● Quadros tromboembólicos. Falência Cardíaca Sinais/Achados ● Histórico: ○ Manifestações respiratórias e sistêmicas compatíveis com FALHA cardíaca: ■ taquipneia, diferentes graus de dispneia, desconforto/angústia respiratória, prostração, fraqueza, letargia e hiporexia ou anorexia. ● Exame físico: ○ Alterações compatíveis com DOENÇA cardíaca (pode ou não estar associada à uma falha/falência cardíaca: ■ presença de sopro cardíaco, presença de arritmia cardíaca som de galope. ○ Sinais de FALHA cardíaca: ■ ↑ FC e ↑ esforço respiratório ● sem presença de crepitação pulmonar ● com presença de crepitação pulmonar → indica desenvolvimento de edema pulmonar → encaminhamento para raio x de tórax para observação radiográfica do coração e pulmões → visualização de alteração de silhueta cardíaca (remodelamento cardíaco), cardiomegalia e alterações pulmonares por congestão das veias pulmonares ou edema pulmonar. ● associado à alterações na auscultação e na percussão, especialmente nas porções ventrais → sugere efusão Natáli� Baron� Spach� pleural → realização de exames complementares de imagem como radiografia de tórax e ultrassonografia torácica → visualização de líquido livre na pleura ○ ultrassonografia é uma melhor escolha nesse caso pois é capaz de se visualizar através dela não apenas presença de líquido livre na pleura, mas também visualizar alterações estruturais no coração que associadas à efusão possam confirmar um quadro de falência cardíaca. ○ comprovar lesão estrutural cardíaca, congestão dos órgãos envolvidos e efusão abdominal e auxílio para procedimento de toracocentese que tem função diagnóstica e terapêutica (análise do líquido retirado e alívio da pressão causada pelo líquido na cavidade respectivamente). ■ Distensão abdominal (ascite) ● indica quadro de congestão da circulação sistêmica por ICCD ● realizar teste de balotamento para confirmar a presença de líquido livre no abdômen. ● realizar ultrassonografia abdominal → comprovar lesão estrutural cardíaca, congestão dos órgãos envolvidos e efusão abdominal e auxílio para procedimento de abdominocentese, que tem função diagnóstica e terapêutica (análise do líquido retirado e alívio da pressão causada pelo líquido na cavidade respectivamente). ■ Presença de pulso jugular verdadeiro ● casos de congestão da jugular ■ Palidez das mucosas e extremidades frias: ● Indicam ↓DC + Hipotensão ● Exames complementares: ○ Evidência de cardiomegalia com congestão de veias pulmonares na radiografia torácica e evidência de um padrão alveolar/intersticial no parênquima pulmonar; ○ Evidência de efusão pleural com alteração de silhueta cardíaca visível em radiografia torácica e confirmação ultrassonográfica de efusão pleural com evidência de alargamento atrial; ○ Evidência de congestão venosa hepática no ultrassom abdominal ou evidência de significativa doença cardíaca direita ou efusão pericárdica na ecocardiografia; ○ Hipotensão que não seja associada à outra causa. Ferramentas diagnósticas ● Gerais → oferecem uma visão geral do funcionamento orgânico do animal: ○ Hemograma, bioquímicos, urinálise, marcadores bioquímicos ● Específicas: ○ Exame radiográfico de tórax: ■ objetivo de identificar lesões pulmonares, cardíacas e no espaço pleural ■ grande utilidade em pacientes com manifestações clínicas respiratórias ■ não permite identificação individualizada de cada câmara cardíaca → não é possível ver em qual das câmaras cardíacas há alteração, mas permite avaliar alterações de tamanho e forma do coração que são consequentes das alterações de uma ou mais câmaras cardíacas. ○ Exame ultrassonográfico (ecocardiograma): ■ é possível identificar alterações estruturais em miocárdio, válvulas e mensurar com precisão o tamanho das câmaras cardíacas; ■ é mais preciso que o raio x do tórax. ■ possibilita também a avaliação de fluxo sanguíneo e com isso a identificação de refluxos valvares e a intensidade dos mesmos. ■ deve ser realizado periodicamente em pacientes com cardiopatias para monitoramento. ○ Eletrocardiograma: Natáli� Baron� Spach� ■ ideal para avaliação de arritmias. ○ Marcadores cardíacos (Troponinas e Peptídeos natriuréticos): ■ permitem obtenção de informações mais específicas sobre isquemia miocárdica e grau de estiramento e de estresse de cardiomiócitos. Classificação da severidade (Es�a �l����ficação é DI�ÂMI��, de���� a� c��áte� p�o�r����vo ��� c���i�p��i��) A ● Paciente ASSINTOMÁTICO, sem anormalidades estruturais observadas durante exame físico e exames complementares, porém considerado de risco para desenvolvimento de cardiopatias por algum fator predisponente (idade, sobrepeso/obesidade, DRC, doença metabólica, entre outras comorbidades). B (Pac����e AS���T��ÁTI��, ma� ��s��i an����li���� es���t��a�) B1 ● Alterações estruturais identificadas no exame físico NÃO SÃO ACOMPANHADAS de alterações estruturais nos exames complementares, ou são acompanhadas de alterações estruturais discretas nos exames complementares (raio X e ecocardiograma). Variáveis para diferenciação entre pacientes B1 e B2 ● Intensidade de sopro: ○ Sopro maior ou igual ao grau 3 é indicativo de paciente B2 ● Alterações ecocardiográficas: ○ Relação AE/Ao (diâmetro do AE / diâmetro da Aorta): valores maiores que 1,6 evidenciam aumento significativo de AE (dilatação atrial significativa) e indicam pacientes B2. ○ Diâmetro interno do VE na diástole (diâmetro diastólico final) ajustado ao peso do paciente: valores maiores do que 1,7 indicam paciente B2 ● Alterações radiográficas: ○ Sistema VHS: ■ Estima o grau de cardiomegalia. ■ Cálculo do VHS: ● medir eixo cardíaco longo (vermelho) e eixo cardíaco curto (verde) ● sobrepor as medidas sobre as vértebras torácicas e contar quantas vértebras cada uma delas abrange ● somar o valor de vértebras = VHS ■ Valores acima de 10,5 vértebras indicam aumento significativo do coração, indicando paciente B2 ○ Sinais claros de cardiomegalia são indicativos de paciente B2 ○ VLAS (Tamanho Atrial Esquerdo Vertebral): ■ Utilizado quando não se tem disponível o ecocardiograma para mensuração da relação Ae/Ao; ■ Esta medida é feita em projeção lateral e estima o B2 ● Alterações estruturais identificadas no exame físico SÃO ACOMPANHADAS de alterações importantes nos exames complementares. Natáli� Baron� Spach� tamanho atrial através da radiografia; ■ Cálculo de VLAS: ● Traçar uma linha entre a bifurcação da traquéia e o final do AE, encostando na veia cava caudal. ● Colocar a linha sobre a coluna vertebral a partir da T4 e contar quantas vértebras o eixo representa. (https://www.cardioguiavet.com/como-medir-vhs-vlas)● Valores maiores do que 3 indicam aumento atrial esquerdo importante condizentes com paciente B2. C (Pac����e SI���MÁTI�� qu� po���� an����li����s es���t��a�� � si���� c�íni��� d� �a�ên�i� ca��íac� ● no mo���t� do ����e físi��; O� ● no hi��óri�� do an����) C1 ● Animal com sinais clínicos agudos que REQUER hospitalização (ICC grave) C2 ● Animal com sinais clínicos crônicos que NÃO requer hospitalização (ICC discreta à moderada) Natáli� Baron� Spach� D ● Paciente SINTOMÁTICO, que possui quadro mais avançado, com sinais de falência cardíaca grave, ou em quadro terminal e é REFRATÁRIO à terapia convencional (ICC grave refratária) Tratamento (5 ob����vo� �r����pa��: 1. Con���l� do ed��� e da� ef��ões qu���� p�e��n���; 2. Red�ção da ca��� ca��íac� (co��r��� da� p�é e da pós ca���); 3. Mel���� do débi�� ca��íac�; 4. Sup����n�ação co� O2 se hi����mi� es����r ��es���� ; 5. Man��� de ar���m�a�) A ● Não existe recomendação farmacológica nem dietética específica para esse paciente; ● Deve-se orientar o tutor quanto à doença, caso o animal venha a desenvolver uma cardiopatia no futuro e salientar quais são os principais sinais clínicos iniciais indicativos dessa ocorrência para que o tutor possa procurar o veterinário o mais rápido possível nesse caso; ● Evitar ou corrigir sobrepeso e obesidade; ● Pacientes em estágio A devem retornar ao veterinário anualmente para avaliação. B B1 ● Não existem recomendações farmacológicas nem dietéticas específicas para esse paciente; ● Controle de sobrepreso/obesidade e orientação do tutor em relação aos sinais clínicos apresentados em casos de progressão da doença (como em A); ● Paciente em estágio B1 deve retornar ao veterinário para avaliação clínica mais frequentemente do que o paciente A, sendo preconizada a reavaliação clínica pelo menos 2 vezes ao ano. Em cada reavaliação é de grande importância a realização de exames radiográfico e ecocardiográfico para que o veterinário possa identificar alterações presentes e mensurar a intensidade das mesmas. B2 ● Existem recomendações farmacológicas e recomendações dietéticas para esse paciente: ○ Medicações recomendadas → intuito de melhorar a contratilidade cardíaca, diminuir vasoconstrição periférica, tentar controlar a volemia e permitir melhora da perfusão de tecidos: ■ Pimobendan (0,25 - 0,3mg/kg VO BID): Fármaco de efeito inotrópico positivo (aumenta a contratilidade miocárdica) e venodilatador ■ IECA (Enalapril ou Benazepril → 0,5 mg/kg SID ou BID): Fármacos inibidores de ECA (Enzima Conversora de Angiotensina). Ao inibirem a ECA, inibe-se a conversão de Angiotensina I em Angiotensina II, que é a substância que possui efeitos vasoativos. ● Enalapril: Mais barato, menor efeito. Metabolização hepática e renal. ● Benazepril: Mais caro, maior efeito. Menor metabolização renal (mais utilizado em pacientes que além de cardiopatas são nefropatas) ○ Modificações na dieta: ■ Restrição de sódio (mas sem que a dieta perca sua palatabilidade e balanceamento adequados); ■ Níveis adequados de calorias e de proteínas → manutenção da condição corporal do paciente. C C1 ● Como o paciente C1 é um paciente com quadro clínico delicado ( ICC grave), as medidas a serem realizadas nesse caso precisam atuar mais rapidamente do que em um paciente C2. ● Necessidade de suplementação de oxigênio + repouso → pacientes C1 geralmente apresentam variados graus de hipoxemia; ○ A suplementação deve ser feita enquanto perdurar a hipoxemia e, durante ela, devem ser adotadas medidas para melhorar a ventilação e o DC do paciente (DC melhorado → melhora as trocas gasosas) ● Butorfanol ou Acepromazina + morfina → pacientes C1 apresentam grave desconforto respiratório e é comum que pacientes com esse quadro desenvolvam ansiedade por conta da dificuldade de respirar. Por conta disso, esses medicamento podem ser utilizados para controlar a ansiedade do animal e assim conseguir melhorar o padrão de respiração sem ter efeitos hemodinâmicos importantes. ● Furosemida: Utilizada em doses muito maiores e com uma maior frequência de administração do que em pacientes C2, pelo motivo de ser desejável a geração de maior diurese para que haja um controle mais rápido dos edemas. ○ deve ser utilizada no paciente até que o mesmo tenha uma melhora na FR e no padrão respiratório. ○ a Furosemida pode ser aplicada em bolus de 0,2 mg/kg IV ou IM, ou aplicada em infusão contínua na dose de 0,66-1mg/kg/h. Natáli� Baron� Spach� ● Inotrópicos: ○ Pimobendan: Como sua via de administração é oral, ele tem ação mais lenta, o que não é o mais interessante para pacientes em quadros congestivos graves. ○ Dobutamina (infusão contínua: 2,5-10 μg/kg/min): Têm ação mais rápida do que o Pimobendan, por isso é utilizado em animais com sinais graves de baixo DC. ■ observação: a Dobutamina deve ser utilizada em doses baixas, pois se utilizada em doses mais altas em infusão contínua ela passa a ter, além do efeito inotrópico positivo, o efeito cronotrópico positivo, aumentando a FC, o que não é desejado pois resultará em taquicardia. ● Fármacos vasodilatadores → objetivo de reduzir a RVP permitindo uma melhor distribuição sanguínea e reduzindo a sobrecarga de pressão sobre o coração: ○ Inibidores de ECA ou outros fármacos de ação de vasodilatação mais rápida como Nitroprussiato, Hidralazina e Nitroglicerina gel ■ observação: deve-se monitorar constantemente a PA desses pacientes após a administração de vasodilatadores para que não seja induzida uma hipotensão. ● Paracentese abdominal ou Toracocentese: Podem ser realizadas em desenvolvimento de quadros de efusões pleurais e de ascite, que podem ocorrer em animais que possuem quadros congestivos ○ líquido livre no espaço pleural → restringe a capacidade de distensão do pulmão → uso de toracocentese como medida terapêutica para melhorar a capacidade respiratória do paciente com a retirada do líquido livre. ○ grande acúmulo de líquido peritoneal → diafragma é deslocado cranialmente → redução da capacidade de distensão do tórax → redução da capacidade respiratória do animal → uso da paracentese abdominal para drenagem do líquido ascítico e alívio da compressão torácica, melhorando a capacidade respiratória do animal. ● Conforto ambiental: ○ Medidas de climatização do ambiente de terapia intensiva e não manipulação excessiva do animal → diminuição do estresse e melhora do padrão respiratório do animal. C2 ● Deve-se seguir as mesmas recomendações que foram explícitas para o paciente B2 acrescidas de 2 fármacos: ○ Furosemida (manter menor dose efetiva): Fármaco com potente efeito diurético que auxilia em pacientes com quadros congestivos, na medida que controla de forma rápida à volemia, reduzindo-a através da diurese (que gera diminuição do volume sanguíneo circulante) ○ Espironolactona (0,5-2,0 mg/kg BID/SID): Fármaco de efeito diurético, mas bem menos potente que a Furosemida. Além disso, a Espironolactona é antagonista de receptores de aldosterona, sendo assim gera bloqueio da ação desse hormônio inibindo a vasoconstrição e aumento de volemia, o que é indesejado em quadros congestivos. ■ Observação → Pode ser utilizada uma associação entre os dois fármaco acima, pois a furosemida é um fármaco deplessor de potássio e a espironolactona é um fármaco poupador de potássio (inibe a ação de excreção de potássio da aldosterona). Dessa maneira, consegue-se manter a normocalemia do animal. D ● Como o paciente possui ICC grave e refratária, deve-se alterar as doses dos medicamentos que já estão sendo utilizados e adicionar outros medicamentos de mesma classe no intuito de ampliar o efeito desejado: ○ Furosemida: Elevar a dose ou associar a outros fármacos diuréticos da mesma classe para otimização da diurese ■ Furosemida + Espironolactona ■ 5-10% da dose anteriormente utilizada de Furosemida + Torsemida 0,1-0,2 mg/kg ○ Enalapril: Aumentar a frequência do uso (de SID para BID por exemplo) e aumentar a dose ○ Pimobendan: Aumentar para dose extrabula (com consentimento do tutor) → alguns pacientes respondem commelhora do DC. ● Manejo de arritmias (se presentes) → para melhora do quadro hemodinâmico Natáli� Baron� Spach� ● Avaliar a necessidade do uso de outros vasodilatadores ● Considerar o uso de Supressores de tosse (pacientes com cardiomegalia, por compressão externa das vias aéreas, ou edema pulmonar podem apresentar tosse) ○ suprimindo a tosse o animal relaxa e consegue se alimentar e hidratar melhor. Pontos importantes em análise de casos clínicos relativos à afecções do sistema respiratório e/ou cardiovascular Caso 1: ★ Anamnese: ○ presença de corrimento nasal purulento → indica presença de infecção bacteriana local ■ geralmente infecções bacterianas nasais são oportunistas → pesquisar patologia primária! ○ presença de sangue no corrimento nasal → indica lesão suficiente para causar rompimento de vasos e sangramento. ○ animal com acesso livre à rua → mais exposto à traumas e à doenças infecciosas. ○ dispneia: ■ inspiratória → indicativa de lesão provavelmente obstrutiva e no TR superior. ■ expiratória → indicativa de lesão no TR inferior. ★ Exame físico: ○ aumento de volume no plano nasal → pode indicar doença fúngica, neoplasia nasal, traumas ■ observação → evolução do quadro clínico de trauma é uma evolução aguda/abrupta e imediata ■ como o animal apresenta alterações evidentes no plano nasal é ESSENCIAL a realização do exame da cavidade oral (cavidade oral e nasal são separadas apenas pelo palato mole) ● doenças primárias de cavidade oral frequentemente geram sinais respiratórios envolvendo cavidade nasal e regiões adjacentes (exemplo: doença periodontal). ● o exame da cavidade oral deve ser realizado com a anestesia do animal. ○ abertura de boca em forma de “careta” → indicativa de grau moderado a intenso de obstrução respiratória. ★ Exames complementares: ○ Exame radiográfico para obtenção de maiores informações a respeito da cavidade nasal → é pouco invasivo, barato, rápido e de fácil realização ■ achados difusos de osteólise e aumento de opacidade nasal bilateral: ● osteólise → indica processo destrutivo na cavidade nasal → aumenta a suspeita de processo neoplásico ou de doenças micóticas. ○ Citologia por PAAF, por swab nasal ou por lavado nasal → exame pouco invasivo ■ permite visualização da celularidade presente na lesão ○ Exames complementares mais invasivos: ■ Tomografia: ● maiores detalhes que a radiografia → imagem com menor sobreposição de tecidos ● maior custo ■ Rinoscopia: ● indicada apenas após realização de exames complementares menos invasivos ● envolve maior custo e anestesia mais profunda do animal ● baixo risco (mas presente) de hemorragias e traumas durante o procedimento. ○ Visualização de um pedaço de massa irregular de aspecto esbranquiçado obstruindo o lúmen da cavidade nasal → indicação de realização de Biópsia nasal. ● rinoscopia + biópsia → contraindicado em pacientes com distúrbio de coagulação: ○ realizar teste de sangramento e de coagulação no paciente anteriormente à realização desses exames! Natáli� Baron� Spach� ■ Biópsia nasal: ● geralmente cursa com grandes hemorragias → atentar à medidas de contenção da hemorragia como aplicação de adrenalina local ou tampão compressivo na cavidade nasal. Caso 2: ★ Anamnese: ○ Tosse: ■ indica tentativa do organismo de expelir algo que está irritando ou comprimindo as vias aéreas ■ geralmente relacionada à problemas em vias aéreas inferiores ■ pode ocorrer tosse em: ● doenças inflamatórias, doenças infecciosas, doenças de origem neoplásica, ser secundária à afecção primária no sistema cardiovascular ■ é uma MANIFESTAÇÃO respiratória, mas nem sempre significa que há uma doença respiratória associada. ★ Exame físico: ○ Cianose durante contenção física: ■ ocorre em animais bravos e atrapalha a avaliação dos sistemas respiratório e cardiovascular pois reflete em alterações hemodinâmicas devido a circulação de adrenalina no organismo → ↑FC, ↑FR, ↑PA ○ Reflexo de tosse aumentado ○ Sopro sistólico grau 3 em foco mitral → sopro moderado = alteração importante na auscultação! ○ PAS elevada (normal é de no máximo 140 mmHg) ■ PAS>180 mmHg → animal com grande riscos hemodinâmicos ★ Exames complementares: ○ Hemograma: ■ leucocitose discreta sem desvio à esquerda → não há presença de processo inflamatório importante ■ leucocitose com desvio à esquerda → suspeita de quadro infeccioso ○ Bioquímica Sérica ○ Urinálise ○ Raio x de tórax: ■ trás informações sobre alterações respiratórias e cardíacas (remodelamento) ● cardiomegalia ● aumento do AE ● compressão da traquéia pelo aumento do coração → pode gerar sinal de tosse ○ Tosse pode ocorrer também por edema pulmonar em caso de ICCE (Problema na válvula mitral do coração) ○ Exame radiográfico cervical: ■ traquéia normal → estrutura radiotransparente que mantém seu diâmetro por toda sua extensão. ● traqueia com lúmen reduzido → colapso de traqueia ○ Ecocardiograma (ultrassom do coração): ■ nos informa com maior precisão do que o raio x e com maior riqueza de detalhes sobre quais câmaras cardíacas então aumentadas. ■ valva atrioventricular mitral espessada → indicativo de endocardiose ● impedimento de fechamento adequado da valva → regurgitamento de sangue para o átrio → ICCE ★ Conduta em um animal com IC: ○ 1)estadiamento do paciente Natáli� Baron� Spach� ○ 2) conduta terapêutica Caso 3: ★ Anamnese: ○ manifestação aguda de dificuldade respiratória importante ○ animal foi manejado por crianças antes de apresentar sinal clínico ■ suspeita de trauma ○ animal muito jovem: ■ suspeita de intoxicação ■ suspeita de quadros infecciosos (alta prevalência em cães filhotes) ★ Exame físico: ○ Febre ○ Taquipneia importante ○ Crepitação pulmonar em todo os focos de ausculta ■ a crepitação pode ser produzida em casos de: ● edema pulmonar; ● pneumonia aspirativa/falsa via; → Achados do exame físico indicam suspeita de infecção respiratória (febre + dificuldade respiratória + tosse produtiva + crepitação + animal muito jovem → sistema imune ineficiente) ○ Dispnéia com tosse produtiva e esforço expiratório importante → indica envolvimento das vias respiratórias inferiores. ★ Conduta Inicial - estabilização do paciente antes da realização de exames complementares: ○ suplementação com O2 ○ broncodilatador (Aminofilina) ○ antibiótico ★ Exames complementares: ○ Hemograma: ■ Eritrograma: ● Anemia normocítica normocrômica arregenerativa ● Anisocitose e policromatofilia discretas ■ Leucograma: ● monocitose discreta ● desvio à esquerda → indica presença de processo infeccioso como pneumonia ○ Radiografia torácica: ■ aumento de radiopacidade dos pulmões → padrão radiográfico pulmonar alveolar ● indica presença de algum tipo de líquido nos alvéolos (secreção inflamatória, edema pulmonar ou hemorragia) ★ Conduta após exames complementares: ○ quadro infeccioso → acusado por desvio à esquerda no leucograma → entrada com ATB (para cães Amoxicilina OU realização de cultura e antibiograma para determinação de ATB específico); ○ nebulização → por conta da presença de tosse produtiva ○ broncodilatador ○ medidas suporte: ■ nutrição Natáli� Baron� Spach� ■ hidratação ■ vermifugação ■ fisioterapia respiratória (tapotagem) Manifestações clínicas mais frequentes envolvendo sistema urinário de cães e gatos Relacionadas à frequência de micção Relacionadas à alterações de volume Relacionadas à própria micção Relacionadas ao aspecto físico da urina ● Polaciúria → aumento da frequência de micção ● Incontinência urinária ● Poliúria → aumento de volume urinário ● Oligúria → redução de volume urinário ● Anúria → ausência de volume urinário ● Disúria → dificuldade de micção ● Estrangúria → sinais de dor durante a micção ● Alteração de coloração ○ mais clara ou mais escura do que o normal ● Alteração de odor ● Alteração de pigmentação urinária: ○ Urina avermelhada (hematúria, se houver presença de hemácias nos sedimentos da urinálise) ○ Urina com tom alaranjado ○ Urina com aspecto de coca cola ○ Urina contendo hemoglobina ou mioglobina. Principais exames complementaressolicitados em apresentação clínica de manifestações do sistema urinário em cães e gatos Provas de função renal: Avaliação de variáveis bioquímicas Urinálise Hemograma Testes de imagem ● Dosagem sérica de uréia e creatinina: ○ avaliam a função renal ● Avaliação do SDMA: ○ avalia a filtração glomerular e é considerado um marcador mais ● Exame simples e fácil de ser realizado, além de ser barato e trazer informações diversas sobre o sistema urinário do paciente (informações sobre aspecto físico, químico e de sedimentos da urina), auxiliando no diagnóstico. ● Muitas doenças urinárias cursam com alterações hematológicas envolvendo eritrócitos, leucócitos e algumas vezes, as plaquetas. ● Radiografia ● Ultrassonografia Natáli� Baron� Spach� precoce de perda de função renal Doenças do Sistema Urinário Doença Causas e Características Diagnóstico Fatores de risco predisponentes às infecções urinárias Tratamento Acometimento Infecções do trato urinário ● E. coli e Staphylococcus são os principais agentes infecciosos envolvidos nas infecções urinárias. ● Na maioria das vezes (75%) a infecção é causada por apenas um agente infeccioso. ● Geralmente são infecções ascendentes. ● Manifestação clínica de paciente com infecção urinária se assemelha a de pacientes com inflamação das vias urinárias: ○ Toda infecção gera uma inflamação mas nem toda inflamação está associada a uma infecção. Infecções urinárias podem ser: ● Do trato urinário inferior (baixas), envolvendo bexiga e Dado pelas alterações observadas em anamnese e exame físico do animal + exames complementares (principalmente urinálise e urocultura) ● Urinálise: identificação de presença de células inflamatórias, de hemácias, caracterização de alterações físicas da urina e diferenciação entre quadro inflamatório e quadro infeccioso através da análise de sedimentos urinários. ● Urocultura: identificação do agente causador do quadro infeccioso e possibilita realização de antibiograma para que possa ser selecionado o melhor antibiótico para tratamento. Exames de imagem: ● Raio x ● Ultrassom: mais usado nos dias de hoje para avaliação do sistema urinário e de suas infecções pois permite melhor visualização das lesões provocadas pela infecção e inflamação Questões anatômicas envolvendo sexo (macho e fêmea): ● Fêmeas apresentam maior risco de desenvolvimento de infecções urinárias por possuírem uretra mais curta e de maior diâmetro Questão imunológica: ● Pacientes imunossuprimidos ficam predispostos à infecções Alterações anatômicas/funcionais que influenciem na capacidade de esvaziamento da bexiga (capacidade de micção) ● retenção de urina predispõem ao aparecimento de infecções uma vez que a limpeza da uretra é feita pela micção. Urolitíase: ● urólitos nas vias urinárias causam traumas constantes na mucosa predispondo-as à hemorragias. Hemorragias favorecem a colonização dessas regiões por bactérias gerando infecção. Doença renal crônica: ● dentre as alterações ocasionadas pela DRC estão incluídas as alterações de concentração urinária e de componentes da urina o ● Buscar sempre em um paciente com infecção urinária pelo fator predisponente da infecção. Ao achá-lo e tratá-lo pode-se conter a infecção de forma muito mais fácil. ● Uso de anti inflamatórios e analgésicos (AINES têm os dois efeitos) em pacientes com quadros inflamatórios intensos . Uso de antibióticos → as infecções urinárias podem ser classificadas em: ● Não complicadas: NÃO há fator predisponente → Geralmente se resolvem rapidamente com antibióticos convencionais como Amoxicilina ou associação de Sulfa com Trimetoprim. ● Complicadas: HÁ fator predisponente → é imprescindível que se realizem testes de cultura e testes de ● Mais frequentes em cães do que em gatos. Natáli� Baron� Spach� uretra → geralmente não cursam associadas à sinais sistêmicos; ● Do trato urinário superior (altas), envolvendo rins (pielonefrites) → comumente associadas a manifestações sistêmicas como febre, prostração, dor abdominal intensa, etc. presentes. Exames rotineiros: ● Hemograma e Testes de função renal: são importantes pois o quadro infeccioso pode ser muito intenso, fazendo com que o animal curse com alterações sistêmicas envolvendo perda de função renal e alterações hematológicas. que acaba por favorecer a instalação de infecções. sensibilidade para seleção do melhor antibiótico para o caso, evitando que haja recidiva. Geralmente o controle das infecções complicadas ocorre somente após 4 semanas de antibioticoterapia, que só deve ser suspensa depois de 1 semana de melhora clínica e laboratorial do animal. Doença Causas e Características Apresentação clínica Diagnóstico Tratamento Urolitíase canina e felina ● Origem multifatorial: raça, idade, dieta, infecções, ingestão hídrica são fatores predisponentes. ● Formação: através da precipitação de sais presentes na urina hipersaturada. ● Urólitos mais frequentes: Estruvita (38%), Oxalato de cálcio (42%), Urato (5%). ● Localização: pode ocorrer em qualquer parte do trato urinário, mas é mais frequente a formação de urólitos no trato urinário INFERIOR Variável, dependente de: ● localização de formação do urólito; ● número de urólitos e ● tipo de urólito. Urólitos na bexiga: ● manifestação clínica predominante é a de inflamação das vias urinárias (cistite) → polaciúria, hematúria, disúria, estrangúria. ● cálculos com superfície irregular agridem a mucosa do epitélio urinário levando a diferentes graus de hemorragia e predispondo ao aparecimento de infecções urinárias. Urólitos deslocados para a uretra (mais em machos): Achados clínicos (apresentação clínica do paciente) + exames complementares (RX e US): ● Radiografia simples: depende da alta radiopacidade do urólito para que tenha poder diagnóstico. Se o urólito tiver radiopacidade de tecidos vizinhos há a necessidade de se recorrer a técnicas de radiografia contrastada. Uma vantagem do RX em relação ao US é que com ele podemos visualizar cálculos presentes dentro da uretra (indicado como exame complementar em suspeita de cálculo uretral). ● Ultrassonografia: independe da alta ● Pacientes com obstrução de fluxo urinário: adoção de medidas para desobstrução do fluxo.→ inicia-se com medidas menos invasivas (clínicas) e se necessário, posteriormente, realiza-se medidas mais invasivas (cirúrgicas). ● Pacientes com desequilíbrios hidro-eletrolíticos: tratamento do desequilíbrio → é comum em pacientes com obstrução do trato urinário o desenvolvimento de hipercalemia, o que pode trazer efeitos cardiotóxicos envolvendo arritmias e podendo culminar em parada cardíaca dependendo da intensidade e do tempo de permanência do quadro de hipercalemia. ● Medidas em relação ao urólito: - 1º) medidas para dissolução do urólito - 2º) remoção cirúrgica do urólito (caso a dissolução não seja possível). ● Estímulo da diurese: leva a produção de urina com menor densidade (evitando hiper saturação de sais). ● Pacientes com urolitíase associada à Natáli� Baron� Spach� (90-95%), principalmente na bexiga e uretra. A menor parte dos urólitos (5-10%), formada no TU superior, se forma nos rins e desloca-se para os ureteres. Cálculo de estruvita: ● identificado em urinas com pH superiores a 7 (ALCALINO). ● se forma quando há PRESENÇA de infecção (geralmente por Staphylococcus, que produzem urease convertendo uréia em amônia, alcalinizando o meio). Cálculo de oxalato de cálcio: ● urólito identificado em urinas com pH abaixo de 7 (ÁCIDO). ● se forma quando há AUSÊNCIA de infecção. Cálculo de urato de cálcio: ● urólito identificado em urinas com pH abaixo de 7 (ÁCIDO) ● se forma quando há AUSÊNCIA de infecção. Cálculo de Cistina: ● urólito identificado tanto em urinas ÁCIDAS quanto ● podem causar obstrução parcial ou total da uretra e do fluxo urinário gerando distensão vesical, disúria, estrangúria e azotemia pós renal. ● a azotemia gera sinais clínicos de depressão, anorexia, vômitos, etc. Rompimento de bexiga e/ou uretra pelo urólito: ● efusão abdominal e azotemia.Urólitos nos rins: ● Urolitíase renal UNILATERAL → Animais podem permanecer assintomáticos por muito tempo, apresentarem eventuais episódios de hematúria ou podem desenvolver o quadro de pielonefrite com sinais sistêmicos de inflamação e infecção das vias urinárias. Urólito deslocado para um dos Ureteres: ● obstrução ureteral unilateral → geralmente resulta em quadro de hidroureter e hidronefrose mas o paciente pode não apresentar sinais de perda de função renal devido ao fato de que o outro rim e ureter estarem com funcionamento normal. radiopacidade do cálculo. Só pelo fato de o cálculo ter constituição mineral, o aspecto do mesmo ao US é sempre igual (estrutura muito ecogênica formadora de sombra acústica posterior). Uma limitação do US é o fato de que não se pode visualizar cálculos uretrais com essa técnica. infecção urinária: tratamento da infecção para evitar complicação do quadro clínico do animal. ● Uso de dietas apropriadas: tanto no manejo para dissolução do urólito quanto para prevenção de formação do mesmo. Natáli� Baron� Spach� ALCALINAS ● se forma quando há AUSÊNCIA de infecção. OBS.: pode haver infecção secundária à presença de urólitos mesmo em urólitos que se formem em ausência de infecção. Doença do trato urinário inferior dos felinos (DTUIF) ● Doença do trato urinário em que se desconhece a causa da inflamação das vias urinárias inferiores (quadro idiopático) → cistite idiopática felina; ● Mais frequente em gatos machos e jovens; ● Alta taxa de recidiva (70%); Fatores de risco predisponentes à DTUIF: ● Obesidade, sedentarismo, ambiente com múltiplos gatos e estresse comportamental. ● Erro de manejo hídrico e de micção do animal por parte do tutor → baixa ingestão hídrica favorece a concentração urinária e assim gera-se maior potencial de inflamação das vias urinárias; manejo inadequado da caixa de areia ou não Independente da causa base, os sinais apresentados pelo animal são sempre semelhantes e são sinais de inflamação do TU inferior: ● hematúria, disúria, estrangúria, polaciúria, periúria, obstrução completa ou incompleta do trato urinário. A apresentação clínica varia muito se o paciente apresentar um quadro obstrutivo: ● sinais de inflamação das vias urinárias associados a sinais de azotemia pós renal → obstruções completas e prolongadas: quadro grave de azotemia pós renal envolvendo alterações eletrolíticas, de consciência e sinais gastrintestinais (vômito). → PACIENTES EMERGENCIAIS, RISCO DE ÓBITO. ● Exames de imagem (US e RX): úteis para pesquisa de fatores predisponentes do quadro inflamatório. ● Achados clínicos + exame físico: base para diagnóstico clínico da doença inflamatória ● Urinálise: possibilita avaliação de cristalúria presente, da intensidade da inflamação através de contagem de piócitos, características físicas, densidade e pH da urina. ● Cistoscopia: é extremamente limitada em felinos por conta do tamanho pequeno dos mesmos, sendo somente utilizada em animais que já passaram por uretrostomia. ● Uretrocistografia: é um exame radiográfico contrastado da uretra que permite a avaliação de pacientes obstruídos. Muitos dos pacientes que apresentam essa inflamação do trato urinário, não possuem infecção das vias urinárias, eles possuem simplesmente um quadro inflamatório. A infecção pode estar presente, mas isso não ocorre na maioria dos pacientes. → CUIDADO: DEVEMOS EVITAR O USO DESNECESSÁRIO DE ANTIBIÓTICOS NESSES PACIENTES COM SINAIS INFLAMATÓRIOS. O ANTIBIÓTICO SÓ DEVE SER USADO EM PRESENÇA DE INFECÇÃO. Tratamento de animais OBSTRUÍDOS: ● Emergência médica → abordagem rápida para estabilização do paciente e desobstrução restabelecendo o fluxo urinário; ● Verificar presença de distúrbios eletrolíticos e azotemia; ○ obstrução completa: azotemia + distúrbio eletrolítico (hipercalemia é o + comum) ○ obstrução parcial: podem não apresentar nem azotemia nem distúrbio eletrolítico. ● Realização da desobstrução uretral e descompressão da bexiga: ○ contenção química se necessário (paciente responsivo a estímulos) para facilitar a sondagem uretral; ○ utilização de sonda de boa qualidade e lubrificada com solução gel de lidocaína. ○ lavagem uretral com solução fisiológica (seringa) ● Cistocentese descompressiva (procedimento controverso): Natáli� Baron� Spach� possuir caixa de areia pode predispor ao aparecimento de inflamação urinária por retenção da urina. ○ objetivo: → redução da pressão nas vias urinárias a partir do esvaziamento da bexiga e facilitação da sondagem uretral pelo mesmo motivo. ○ riscos envolvidos: → pacientes obstruídos apresentam bexiga muito dilatada e até mesmo alterações estruturais na parede vesical. Sendo assim, a cistocentese acaba por gerar mais trauma na parede da bexiga podendo levar ao extravasamento de urina para a cavidade peritoneal pelo local de punção da cistocentese. ● Uretrostomia: ○ é a abordagem cirúrgica para desobstrução uretral. Só deve ser realizada se não houve sucesso de desobstrução com sondagem, pois gera complicações futuras no animal por conta da modificação da anatomia e fisiologia de micção do mesmo (infecções urinárias recorrentes). ● APÓS A DESOBSTRUÇÃO → pode ocorrer Atonia da Bexiga em animais que tiveram a bexiga muito distendida por conta da obstrução: ○ distensão excessiva da bexiga na obstrução → lesões neurológicas são produzidas na parede vesical → bexiga não consegue contrair após a desobstrução uretral → animal não consegue esvaziar a bexiga, mesmo já estando desobstruído. ○ A incapacidade de contração da bexiga ocorre após a desobstrução e pode perdurar por dias ou semanas (lesões neurológicas na bexiga são passageiras) → não é recomendado que o animal retenha urina durante os dias de duração da atonia, por isso faz-se utilização de fármacos como o Betanecol, que é parassimpatomimético e estimula a Natáli� Baron� Spach� contração da musculatura detrusora da bexiga facilitando o esvaziamento. Tratamento de animais NÃO obstruídos: ● Condutas médicas para diminuir o quadro inflamatório e dar mais conforto ao animal: ○ Terapia analgésica (por conta de disúria e estrangúria):uso de opióides como o Tramadol. ○ Terapia anti-inflamatória: AINES cox seletivos (produzem poucos efeitos gastrintestinais). Evitar o uso de terapia anti-inflamatória se o paciente estiver com azotemia ou desidratado (pode gerar lesões renais por inibirem prostaglandinas nos glomérulos e o paciente já estar com baixa perfusão renal) ○ Tratamento da infecção: ATBs selecionados após urocultura e antibiograma. ● Manejo a longo prazo: ○ identificação de fatores ambientais envolvidos na instalação da DTUIF → intuito de eliminar o fator predisponente e evitar assim as recidivas; ○ enriquecimento ambiental ○ medidas para aumentar a ingestão hídrica do animal para estimular a diurese: ■ fornecer mais água e de maneiras diferentes ■ fornecer dieta com maior teor de água. ○ manejo dietético direcionado à pacientes que cursam com inflamação urinária ○ tratar obesidade, se presente. ○ uso de feromônios (Feliway) para controle da ansiedade ○ terapia farmacológica com ansiolíticos (somente em casos em que as medidas de manejo a longo Natáli� Baron� Spach� prazo não obtiveram sucesso): ■ Amitriptilina ■ Fluoxetina Distúrbios de micção (ab����do� ��m� �o�s���ên�i� �� al���� le�ão � não c��� �o�nça �m ��) Micção normal e Fisiologia da micção Distúrbios na fase de armazenamento da urina (Incontinência Urinária) Distúrbios na fase de esvaziamento da bexiga (Retenção Urinária) Diagnóstico Tratamento ● Micção é um processo de armazenamento PASSIVO (inervação SIMPÁTICA) e esvaziamento ATIVO (inervação PARASSIMPÁTICA) da urina; Inervação participante da micção possui porção autônoma + porção somática: ● Autônoma: ○ SNA simpático → Nervo hipogástrico; ○ SNA parassimpático → Nervo pélvico ● Somática → Nervo pudendo Inervação autônoma de cada fase da micção: ● Armazenamento de urina: inervação simpática da musculatura lisa detrusora da bexiga pelo nervo hipogástrico → atua relaxandoa musculatura facilitando o armazenamento de urina. ● Esvaziamento da bexiga: inervação parassimpática da musculatura detrusora da bexiga pelo nervo pélvico exercendo função motora e sensorial: ● Geralmente relacionados à contratilidade exagerada da musculatura detrusora da bexiga ou à fragilidade dos esfíncteres uretrais em manter a urina armazenada. ● Geralmente relacionados à incapacidade de contração da musculatura detrusora da bexiga ou ao aumento de tônus dos esfíncteres uretrais. 1) Anamnese: - Diferenciar junto ao tutor os conceitos de poliúria, polaciúria e periúria; - Identificar se o distúrbio de micção é contínuo ou intermitente; 2) Exame físico: - Definir se a bexiga do animal está ou não distendida no momento do exame físico: ● pacientes com distúrbio de micção + bexiga distendida: diagnósticos diferenciais → causas neurogênicas (incluindo lesões de NMI e NMS, dissinergia reflexa e quadros obstrutivos funcionais ou anatômicos. ● pacientes com distúrbio de micção + bexiga pequena ou com dimensão normal: diagnósticos diferenciais → incompetência do esfíncter uretral, hiper-reflexia do músculo detrusor da bexiga e incontinência de origem congênita. - Exame neurológico ● Relacionado diretamente com a causa base do distúrbio; Objetivo: manejo da contratilidade da bexiga e do esfíncter uretral. - Manejo do relaxamento do esfíncter uretral: ● Interessante para pacientes que possuem aumento do tônus uretral; ● Uso de fármacos que provoquem relaxamento da musculatura uretral para facilitar o esvaziamento da bexiga (Prazosina e Diazepam); ● Prazosina: alfa-agonista → gera um antagonismo ao estímulo alfa-adrenérgico no esfíncter uretral ● Diazepam: ação relaxante muscular. - Estimulação da contração da musculatura detrusora da bexiga: ● Interessante em pacientes com distúrbio de micção relacionado à deficiência de contração da musculatura detrusora da bexiga; ● Uso de fármacos que estimulem a contração dessa musculatura, que é lisa (Betanecol e Propranolol); Causas Neurogênicas Causas Não Neurogênicas Causas Neurogênicas Causas Não Neurogênicas 1) Lesão de NMS e NMI → déficits neurológicos (além do distúrbio de micção) são identificados durante o exame físico ● Lesão de NMI (abaixo de L5) → bexiga de FÁCIL esvaziamento Isso pode ser verificado com palpação do abdome e bexiga do paciente e realização de compressão vesical. Deve-se avaliar também o reflexo perineal e o bulboesponjoso. 1) Esfíncter uretral incompetente (incontinência urinária responsiva à reposição hormonal): ● Causa mais comum de incontinência urinária não neurogênica em cães. ● Muito comum em cadelas após castração (tendência de desenvolviment o em até 3 anos após a cirurgia) ou cadelas idosas: ↓estrogênio → ↑secreção de LH e FSH → Alteração da capacidade funcional do esfíncter uretral → Quadro de insuficiência urinária. 1) Lesão de NMS e NMI → déficits neurológicos (além do distúrbio de micção) são identificados durante o exame físico ● Lesão de NMS (acima de L5) → bexiga de DIFÍCIL esvaziamento Isso pode ser verificado com palpação do abdome e bexiga do paciente e realização de compressão vesical. Deve-se avaliar também o reflexo perineal e o bulboesponjoso. 2) Dissinergia reflexa (dissinergia detrusor-uretral): ● A contração da musculatura detrusora da bexiga ocorre 4) Obstrução uretral: ● Pode ocorrer por diversos fatores como uretrites, urólitos, doenças prostáticas (compressão extraluminal) , doenças inflamatórias que cursam com edema uretral, etc. ● Pode haver obstrução completa ou incompleta da uretra causando diferentes graus de retenção urinária Natáli� Baron� Spach� ○ motora: contração da musculatura lisa da bexiga favorecendo o esvaziamento; ○ sensorial: envia mensagem ao SNC de que a bexiga está cheia e precisa ser esvaziada. Inervação somática (ocorre em conjunto com a autônoma): ● Realizada pelo nervo pudendo sobre a musculatura esquelética do esfíncter uretral externo contraindo-a (participar do controle voluntário da micção). Outros fatores que estão diretamente relacionados à fisiologia da micção: ● Integridade funcional e estrutural de todo o trato urinário (musculatura, epitélio, próstata): ○ A próstata não faz parte do sistema urinário mas tem íntima relação com a uretra → algumas doenças prostáticas podem levar a obstrução da uretra → comprometiment o da micção. ● Estrogênio nas fêmeas: ○ Estrogênio garante o tônus do esfíncter uretral → cadelas castradas → ↓estrogênio → incontinência minucioso, pelo fato de as causas neurológicas serem importantes causadoras de distúrbios da micção. 3) Exames complementares: - Exames laboratoriais de rotina: ● hemograma e análises bioquímicas da avaliação de função urinária - Urinálise - Urocultura: ● Preferencialmente coletar a urina por cistocentese para elaboração da urocultura → coleta que não possui contaminação externa. - Ultrassom: ● Permite excelente avaliação de rins e bexiga (visualização detalhada da parede da bexiga , da mucosa, do aspecto do lúmen e da quantidade de celularidade da urina) ● Permite observação de estruturas intraluminais como coágulos, massas, pólipos ou urólitos. - Raio X: ● Permite avaliar facilmente o grau de distensão vesical, identificar presença de urólitos. ● RX consegue avaliar urólitos uretrais e o US não. ● Aumento do poder diagnóstico com o uso de técnicas contrastadas. ● Técnica contrastada: Urografia excretora ● Betanecol: parassimpatomimético ● Propranolol: beta-bloqueador ● Antes de usar esses fármacos deve-se ter CERTEZA de que o animal não apresenta nenhum distúrbio obstrutivo das vias urinárias. -Aumentar o tônus uretral: ● Interessante para pacientes que cursam com incontinência urinária, especialmente por incompetência do esfíncter uretral; ● Suplementação de estrogênio com Dietilestilbestrol (análogo do estrógeno) ou com estrógenos conjugados (Premarin); ● Outra possibilidade é o uso de análogos de GnRh, que atuam na hipófise reduzindo a secreção de FSH e LH → melhora da capacidade funcional da uretra → melhor do quadro de incontinência urinária. 2) Hiper-reflexia da musculatura detrusora: ● Ocorre como consequência de processos inflamatórios, infecciosos, neoplásicos, urolitíase, entre outros processos envolvendo o TU inferior. ● Animais apresentam polaciúria, disúria, estrangúria e até mesmo hematúria. 3) Defeitos congênitos (histórico de incontinência urinária desde o nascimento): ● Ectopia de ureter é o mais comum: Quando é unilateral, um ureter aloja-se na bexiga e outro pode terminar dentro da vagina por exemplo. Sendo assim, parte da urina é armazenada corretamente na bexiga e parte é direcionada diretamente para o canal vaginal gerando quadro de incontinência urinária mesmo em ausência de relaxamento dos esfíncteres uretrais. ● Pode estar associada a outros déficits neurológicos. ● Logo após a eliminação dos primeiros jatos de urina ocorre um episódio de disúria interrompendo a micção → necessário sondagem para esvaziamento da bexiga desses pacientes. Natáli� Baron� Spach� urinária → responsiva à suplementação hormonal. Notas da discussão de casos clínicos sobre doenças urinárias: ★ Presença de polaciúria e hematúria → suspeita-se de doenças de vias urinárias inferiores; ★ Pode ocorrer infecção de bexiga e uretra sem presença de febre; ★ Neutrofilia com desvio à esquerda regenerativo e monocitose → leucograma compatível com quadro infeccioso; ★ Urina turva em cães não é normal → sugere alterações que podem estar relacionadas à presença de células ou cristais em excesso; ★ Piócitos (leucócitos) na urina → indica presença de inflamação; ★ Atentar ao método de coleta utilizado para a coleta da urina; ★ Alterações no hemograma + Alterações na urinálise + sinais clínicos de inflamação = infecção urinária ○ o que mais procurar agora? ■ investigar presença de fatores predisponentes para infecção urinária: ● urólitos, doenças metabólicas, endocrinopatias, neoplasias, DRC, etc. ★ Mucosas hipocoradas: ○ por desidratação → hipotensão → hipovolemia→ mucosas hipocoradas por baixa perfusão ○ por anemia ★ Bradicardia: ○ animais com obstrução + bradicardia → suspeita de alterações eletrolíticas como hipercalemia (hiperpotassemia) por conta da alteração da fisiologia cardíaca de despolarização → pode evoluir para parada cardíaca se não for tratada imediatamente. ★ Casos de obstrução → importante realização de avaliação hepática (ALT, AST e FA) ★ ECG e Hipercalemia: ○ A hipercalemia tem potencial de alterar toda a despolarização das células miocárdicas influenciando diretamente no ECG: ■ redução ou ausência da onda P ■ complexo QRS mais largo do que o normal ■ onda T elevada e prolongada ○ tratamento da hipercalemia: ■ infusão de solução salina → diluição do potássio ■ infusão de glicose → estimular uma hiperglicemia. A hiperglicemia induzida no paciente estimula a secreção de insulina pelo pâncreas. Com isso o potássio que está no meio extracelular acaba entrando nas células juntamente com a glicose pela ação da insulina e assim se corrige a hipercalemia ■ aplicação de insulina com glicose em seguida para evitar hipoglicemia ■ bicarbonato de sódio ■ gluconato de cálcio Insuficiência Renal Aguda e Doença Renal Crônica Características Sinais clínicos e Curso clínico Diagnóstico de IRA & DRC Estadiamento Tratamento Natáli� Baron� Spach� Insuficiência Renal Aguda ● Síndrome resultante de redução abrupta e persistente da taxa de filtração glomerular (por acometimento de aproximadamente 75% dos néfrons), gerando desequilíbrio hidroeletrolítico e azotemia. ● Pode ser consequência de inúmeras doenças que provocam injúrias no parênquima renal e acaba por prejudicar a função excretora, metabólica e endócrina dos rins. ● A IRA é causada principalmente por lesão tubular isquêmica ou lesão tubular tóxica. → relacionadas à redução de vascularização ou a toxinas exógenas ou endógenas. ● A IRA é caracterizada por FALHA EXCRETORA → Gera quadros de oligúria ou anúria. ● A IRA é potencialmente reversível, apesar de ter taxas altas de morbidade e mortalidade. Fatores relacionados com a injúria renal aguda (pode ou não evoluir para IRA): ● Pré-renais: prejuízos hemodinâmicos (prejudicam o fluxo sanguíneo renal) ● Renais: destaca-se a necrose tubular aguda que está relacionada a fatores relacionados à isquemia e toxicidade renal (são as principais causas de IRA em cães e gatos) ● Pós-renais Patogenia da IRA: A IRA pode ser ocasionada por isquemia ou por nefrotoxinas. Independente do fator causador, o desenvolvimento ou não de IRA dependerá da intensidade e do tempo de duração da isquemia ou do efeito da toxina: ● Isquemia leve/breve: paciente pode desenvolver azotemia plenamente reversível a partir da correção da isquemia. ● Isquemia intensa e/ou prolongada: potencial causador de necrose tubular aguda → perda de filtração glomerular → possível evolução para IRA ● Toxinas:lesão direta das células tubulares → perda de função renal de Curso clínico da lesão renal aguda após insulto isquêmico ou tóxico: 1) Indução: ● As lesões renais foram iniciadas mas ainda não se desenvolveram por completo. ● Início de declínio da função renal. Fase de Extensão (somente para lesões isquêmicas: ● Relacionada à lesão de reperfusão que ocorre após o retorno do fluxo sanguíneo cortical → radicais livres ganham a circulação sanguínea estendendo as lesões ao epitélio e aos vasos. 2) Manutenção: ● Lesões renais já estão estabelecidas. ● Há redução de TFG, Azotemia e apresentação clínica de Uremia. ● Epitélio e endotélio em lesão celular e regeneração → podem aparecer sinais de oligúria ou anúria. ● Após esta fase pode ocorrer a fase 3a ou 3b. 3a) Recuperação: ● Regeneração celular, reparo da função celular e aumento de TFG → melhora gradativa do quadro clínico e redução da azotemia. ● Pacientes que cursam com a fase de recuperação podem após ela apresentar Anamnese + exame físico + exames complementares: -Anamnese: ● Questionar o tutor sobre a evolução do quadro clínico; ● IRA e DRC → apresentação de sinais relacionados à síndrome urêmica (sinais clínicos de perda de função de diferentes sistemas por quebra de homeostase → prostração, anorexia, sinais gastrointestinais, déficits de consciência, manifestações neurológicas, manifestações respiratórias, manifestações cardíacas, manifestações hídricas. ● Caso de IRA: além dos sinais de síndrome urêmica presentes no animal, o tutor pode trazer informações sobre o possível fator desencadeador da perda de função renal. -Exame físico - achados comuns em pacientes com síndrome urêmica: * desequilíbrios hidroeletrolíticos → diferentes graus de desidratação → alteração de perfusão ● Alteração de temperatura, pulso, FC, alterações em potássio, sódio, fósforo e/ou cálcio * déficits de consciência: ● diretamente relacionados à intensidade da azotemia presente. * lesões de mucosa: ● erosões e ulcerações de mucosa relacionadas à conversão de uréia em amônia por bactérias presentes na cavidade oral → gera-se hiperamonemia - Para a IRA o estadiamento representa o MOMENTO do curso clínico da doença, podendo mudar drasticamente para melhor ou pior de um dia para o outro. - O sistema de estadiamento da IRA leva em consideração a Creatinina sérica e a descrição clínica do animal. -Paciente grau 1: NÃO AZOTÊMICOS (valores normais de creatinina ou com aumento de creatinina maior do que 0,3mg/dl em 48h). ● Possuem lesão renal aguda com base nos achados clínicos. ● Resposta à fluidoterapia com aumento da produção de urina em um período de 6h ou com diminuição da creatinina sérica. ● São pacientes oligúricos ou anúricos -Paciente grau 2: pacientes AZOTÊMICOS (valores de creatinina entre 1,7 e 2,5 mg/dl) ● azotemia estável ou progressiva, aumento de creatinina de 0,3mg/dl em 48h, podem responder à fluido da mesma forma que os pacientes grau 1 e também possuem oligúria ou anúria. -Pacientes grau 3, 4 e 5: ● Quadros mais avançados de lesão renal aguda. ● Grau 3: valores de creatinina sérica entre 2,6 e 5,0 mg/dl ● Grau 4: valores de creatinina sérica entre 5,1 e 10,0mg/dl ● Grau 5: valores de Medidas comuns de tratamento da IRA e da DRC: ● Identificação das causas primárias para retirada do fator agressor principal; ● Suspender medicamentos/agentes nefrotóxicos pois o animal já apresenta lesão renal; ● Fluidoterapia: a desidratação e distúrbio eletrolítico devem ser corrigidos dentro de um período de 4 a 6h → CUIDADO PARA NÃO INDUZIR HIPERTENSÃO ● Controle de infecções urinárias sempre que presentes (infecções urinárias podem ser tanto causa de falência renal como complicação provinda de uma falência renal) ● Tratar lesões do TGI consequentes do quadro de azotemia. ● Diálise peritoneal ou hemodiálise: ○ objetivo de auxílio na recuperação clínica do paciente ○ não visam cura, mas sim melhora clínica do paciente para que ele possa responder melhor ao quadro Medidas de tratamento da IRA: Correção hidroeletrolítica: ● 1º) Reposição das perdas → para que o animal fique bem hidratado e normotenso e tenha condições para normalizar o débito urinário) ○ mensurar o débito urinário a partir Natáli� Baron� Spach� acordo com tipo de toxina e tempo de ação. uma função renal próxima da normalidade ou podem a longo prazo cursar com DRC. 3b)Morte por uremia Sinais clínicos falência renal aguda: ● rápida evolução do quadro clínico; ● sem alterações no aspecto físico do animal; ● oligúria ou anúria; ● rins normais ou aumentados; ● ausência de anemia arregenerativa; ● ausência de osteodistrofia fibrosa ● sinais de uremia presentes no TGI. * hálito urêmico/amoniacal: ● causado pelas necroses orais associadas à hiperamonemia * palpação renal (mais fácil em gatos do que em cães) e dor abdominal: ● IRA: ○ paciente com diferentes níveis de dor abdominal ou mesmo ausência de dor. ○ rins se apresentam com tamanho de normal à aumentado. ● DRC: ○ rins se apresentam com tamanho preservado ou reduzido. * condição física geral (peso e pelagem): ● IRA: quadro agudo → não há perda significativa de condiçãocorporal → animais se apresentam com boa condição física. ● DRC: quadro lento e progressivo → animais com má condição física (perda de peso, pelagem ressecada e opaca) -Exames complementares: Hemograma: ● na maioria dos casos de falência renal se tem anemia. ● anemia não regenerativa é mais comum em DRC (pelo déficit de eritropoetina pela perda significativa de massa renal funcional) Bioquímica sérica: creatinina sérica maiores do que 10mg/dl. da urina produzida em 4 a 6h (ideal é 1 a 2mL/kg de PV/h) ● 2º) Manutenção → medidas de reidratação do animal para melhorar a perfusão renal → estimula o retorno do débito urinário normal. Uso de fármacos com objetivo de melhora do débito urinário: esta medida deve ser adotada em caso de não normalização do débito urinário mesmo após da reposição de perdas e da manutenção ● Diuréticos: ○ Manitol ○ Furosemida ○ Dopamina (tem potencial de melhora da TFG por melhora no fluxo glomerular se feita em baixa dose) . Medidas de tratamento da DRC: Manejo dietético: ● restrição moderada de proteínas e de sódio; ● uso de proteínas de melhor valor biológico; ● suplementação com AGs como ômega 3 (efeitos anti-inflamatórios e relacionados à eliminação de radicais livres); ● livre acesso à água de boa qualidade; ● fornecer dieta úmida. Controle da hiperfosfatemia: ● feito em parte com o manejo dietético; ● uso de fármacos com ação quelante de fósforo (se ligam aos fosfatos no TGI reduzindo a absorção dos mesmos) → fazer acompanhamento Insuficiência (Doença) Renal Crônica ● Doença de lenta evolução; ● Mais difícil de determinar a causa do que no caso Agudo por conta dessa lenta evolução; ● Lesões são IRREVERSÍVEIS e PROGRESSIVAS; ● Tem prognóstico muito PIOR do que o quadro agudo (IRA); Quadro clínico de caráter progressivo - natural da DRC: ● Agressão renal que provoca perda de função do néfron → diminuição do número de néfrons → aumento da TFG nos néfrons íntegros/funcionais restantes (compensação) → néfrons íntegros passam a trabalhar com TFG acima da ideal → hiperfiltração glomerular → geração de proteinúria e glomeruloesclerose (lesão dos néfrons) → maior redução do número de néfrons. Sinais clínicos falência renal crônica: ● evolução lenta; ● presença de alterações no aspecto físico do animal; ● poliúria/polidipsia ou normal; ● rins normais ou pequenos e irregulares; ● anemia arregenerativa pode estar presente; ● Osteodistrofia fibrosa pode estar presente; ● sinais de uremia presentes. ● proteinúria; ● hipertensão arterial (PAS normal < 140 mmHg) → quando mais elevada a PAS maior é o risco de lesão orgânica. - Para o estadiamento da DRC são utilizados dois parâmetros laboratoriais: concentração sérica de creatinina e SDMA. - Estágio 1: NÃO AZOTÊMICOS, mas com inabilidade de concentração urinária, alterações renais à palpação, achados em exames de imagem ou biópsia, aumento discreto no valor de SDMA (14<SDMA<18) - Estágio 2: POUCO AZOTÊMICOS - Estágio 3: MODERADAMENTE AZOTÊMICOS - Estágio 4: MUITO AZOTÊMICOS -Teste de relação Proteína/Creatinina urinária: para caracterizar o grau de proteinúria, se existente no paciente com DRC (comum). Natáli� Baron� Spach� - Biomarcadores importantes para avaliação da função renal: ● Creatinina: mais específica do que a uréia para avaliar TFG ● Uréia: sofre influência de muitas outras variáveis além da perda de FG. ● SDMA: diagnóstico precoce de perda de FG Obs.: Paciente com IRA ou IRC→ aumento dos valores de Creatinina e SDMA. - Azotemia presente - Alterações de proteínas séricas (proteína total, albumina e/ou globulina): ● quadros de falência renal com proteinúria marcante → hipoproteinemia e hipoalbuminemia ● quadros de doenças autoimunes gerando falência renal → hiperproteinemia e hiperglobulinemia. - Alterações eletrolíticas: ● IRA: hipercalemia ● IRD: hiperfosfatemia, hipercalcemia, hipocalemia. Urinálise: ● desidratação clínica + densidade urinária → avaliação da reserva funcional renal. ● DRC→ perda de capacidade de concentração urinária →urina diluída mesmo em situação de desidratação ● IRA → é mais comum a presença de sedimento urinário. Análise química da urina - para caracterizar injúria tubular: ● Injúrias tubulares AGUDAS → GGT urinária e NAG urinária alteradas precedem eletrolítico do animal submetido a esses fármacos e suspender o medicamento quando ocorrer normalização dos níveis de fosfato. Tratamento da hipertensão arterial, se presente: ● Em parte pelas medidas dietéticas; ● Uso de fármacos anti-hipertensivos: ○ Inibidores de ECA (Benazepril ou Enalapril):primei ra escolha para tratamento de cães com hipertensão → se não funcionar: 1º aumentar a dose, em caso de insucesso 2º) associar com Anlodipina ○ Anlodipina: fármaco de primeira escolha para tratamento de hipertensão em gatos. Tratamento de comorbidades existentes associadas à DRC Correção da anemia: ● DRC → deficiência de produção de EPO ● Correção da anemia → evita maior geração de lesão renal, retarda a progressão da DRC. ● Métodos de correção da anemia: ○ uso de EPO recombinante humana (epoetina alfa) → tendencia de desenvolvimento -Avaliação da PAS Natáli� Baron� Spach� alterações importantes como a azotemia. Ultrassonografia: ● Muito importante na avaliação de pacientes com doença renal; ● Avaliação dos rins: permite visualização mais detalhada do tamanho renal e de características de superfície renal. ● IRA → rins de tamanho normal a aumentado, com superfície lisa e sem ou com poucas alterações de ecogenicidade. ● DRC → rins de tamanho normal a diminuído (fibrose renal), com superfície irregular, além de perda de definição corticomedular e aumento de ecogenicidade de cortical. Biópsia renal de resistência e produção de Acs contra a EPO recombinante → recorrer à darbepoetina OU animal fica dependente de transfusão para correção da anemia ○ Transfusão sanguínea. Tratamento com calcitriol (metabólito ativo da vitamina D): ● DRC → ↓calcitriol em consequência do ↑fosfato sanguíneo. ● Calcitriol → feedback negativo na paratireóide → ↓PTH → menor risco de desenvolvimento de hiperparatireoidismo e osteodistrofia ● Evitar o uso do calcitriol em pacientes com hiperfosfatemias muito importantes → perigo de mineralização de tecidos moles Notas da discussão de casos clínicos IRA e DRC: ★ Estadiamento - objetivos: ○ avaliar se a doença está em um estágio mais precoce ou mais avançado → importante para direcionamento do tratamento do animal ○ analisar se o curso do tratamento está sendo positivo ou não ○ estabelecimento de prognóstico do paciente; ★ Tipos de azotemia: ○ Pré- renal: ■ motivos anteriores ao rim que resultam em aumento de ureia e creatinina séricas ● ex.: desidratação e hipotensão ■ Pacientes possuem densidade da urina ELEVADA (organismo evita a perda de fluídos) ● paciente DESIDRATADO com densidade urinária ELEVADA ○ Renal: ■ injúrias no rim ● ex.: pielonefrites, leptospirose ■ Paciente DESIDRATADO, mas com densidade urinária DIMINUÍDA Natáli� Baron� Spach� ○ Pós renal: ■ lesões após o rim ● ex.: obstrução uretral, ruptura de vias urinárias. ★ Teste de fração de excreção de eletrólitos: ○ verificar até que ponto o organismo está retendo ou eliminando determinado eletrólito ○ Na → pode auxiliar na diferenciação de azotemia renal e pré-renal ■ pré-renal → organismo poupa a perda de fluido: ● excreção BAIXA de Na (<1%) ■ renal → lesão renal e hiperfiltração → NÃO RETÉM Na: ● ALTA excreção de sódio pela urina (valores bem maiores do que 1%) Manifestações Gastrointestinais Manifestação Causas Características Tratamento Abordagem Vômito ● Obstrução intestinal mecânica (corpos estranhos) → causa mais comum. ● Podem ser causas primárias ou secundárias: ○ Primárias → Gastropatias e/ou Enteropatias ■ ex.: gastrites e enterites ○ Secundárias → doenças sistêmicas fora do TGI ■ ex.: endotoxemia, retenção de metabólitos tóxicos no organismo ● Causas secundárias: ○ nefropatias ○ hepatopatias ○ pancreatites ○ focos sépticos ○ doenças infecciosas (erlichiose e
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