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Avaliação da Rugosidade de Resinas Compostas

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72. AVALIAÇÃO DA RUGOSIDADE SUPERFICIAL DE RESINAS COMPOSTAS APÓS 
ACABAMENTO E POLIMENTO COM DIFERENTES SISTEMAS. 
 
Moisés Aleli Gomes¹; Danielson Guedes Pontes²; Diego Ferreira Regalado³ 
 
1 Aluno do Curso de Odontologia ESA/UEA. Manaus, Amazonas; moises.aleli@hotmail.com; 
2 Professor de Dentística, Curso de Odontologia ESA/UEA. Manaus, Amazonas; 
danielsonpontes@hotmail.com; 
3 Professor Doutor do Curso de Odontologia da Escola Superior de Ciências da Saúde da Universidade do 
Estado do Amazonas. Manaus, Amazonas; diegofregalado@gmail.com; 
 
INTRODUÇÃO 
 
Nos últimos anos a resina composta tem sido considerada a grande protagonista na Odontologia. Muito em 
função do seu grande apelo estético que é uma frequente estratégia dos grandes fabricantes de materiais 
odontológicos1, 2. 
Muitos aspectos precisam ser analisados para se considerar para o sucesso deste tipo de restauração, mas sem 
dúvida um destes aspectos que é frequentemente negligenciado é o acabamento e polimento das 
restaurações3. 
Esta etapa operatória das restaurações, sempre foi um capítulo importante no que diz respeito à qualidade 
de brilho e longevidade das mesmas, pois um mal polimento pode resultar em maior rugosidade e 
favorecendo o acúmulo de biofilme bacteriano causando doenças ao periodonto 1, 4,5. 
O conceito de polimento pode ser definido como processo realizado após o acabamento que objetiva a 
redução de ranhuras na superfície da restauração tornando-a mais lisa e com aspecto brilhoso em toda a 
face de polimento. O processo de polimento também pode ser entendido como procedimento que promove 
uma homogeneização de toda superfície deixando o mínimo de ranhuras e desníveis6. 
Durante esse procedimento certa quantidade de material é perdida através do desgaste dos materiais que 
permitem a realização do acabamento e polimento2. Esses desgastes são influenciados por todos os 
componentes da resina composta, como por exemplo, tipo de matriz, matriz/carga, foto-iniciador e foto-
inibidor e também pelos materiais usados na confecção do acabamento e polimento, como brocas 
multilaminadas, pontas diamantadas, borrachas de silicone, discos de feltros4. 
Existem muitos sistemas de acabamento e polimento no mercado e isto gera dúvidas no profissional em qual 
opção deve utilizar1. 
Recentemente um novo sistema de acabamento e polimento (Sof-Lex spiral) foi lançado pela empresa 
3M/ESPE. Trata-se de um sistema de uso único com mandril e rodas feitas de elastômero impregnadas com 
partículas de oxido de alumínio. 
Existem poucos dados a respeito do efeito deste sistema de polimento. Surgem então, questionamentos com 
relação às características superficiais dessas restaurações que poderiam influenciar em sua longevidade das. 
Assim, julga-se que seria de grande relevância avaliar a rugosidade superficial de restaurações de resina 
composta após a utilização de diferentes tipos de sistemas de acabamento e polimento que tem sido 
reconhecida como parâmetro de grande importância clínica para o acúmulo de placas e descoloração do 
material. 
 
METODOLOGIA 
 
Será analisada a rugosidade superficial da resina composta nanohíbrida Filtek Z350 XT – 3M7 para uso em 
restaurações diretas após a realização de acabamento e polimento com os sistemas Sof-Lex spiral 3M, 
polidores DFL e a Enhace (Dentsply). Serão confeccionados 60 corpos de prova a partir de uma metálica 
com 5,0 milímetros de diâmetro por 3,0 milímetros de profundidade7, distribuídos em 3 grupos (n=20): 
G1– resina composta Z350 XT + acabamento e polimento com Enhance (Dentsply) ; G2 – resina composta 
Z350 XT + acabamento e polimento com polidores DFL; G3 – resina composta Z350 XT + acabamento e 
polimento com Sof-Lex spiral (3M). 
As resinas compostas serão inseridas na matriz e fotopolimerizadas em duas camadas com 1,5 mm de 
espessura cada. Após a inserção da resina na matriz, será posicionada sobre o material uma tira de poliéster, 
e sobre esta uma lamina de vidro (utilizada para microscopia- 75 mm x 50 mm x 1 mm), para posterior 
fotoativação¹¹ (Radii- SDI) por meio da técnica incremental, com intensidade de luz 1.200mW/cm2 por 20 
segundos cada incremento. Os espécimes serão identificados e armazenados em água destilada, à 
temperatura de 37C em estufa por 24 h1,2,4,5. 
Depois de confeccionados os espécimes, estes passarão por uma analise em rugosímetro onde será tabulada 
a rugosidade superficial inicial de cada espécime de cada grupo e depois os blocos em resina composta 
serão submetidos aos procedimentos de acabamento e polimento de acordo com as instruções dos 
fabricantes. Em seguida, os corpos de prova serão analisados novamente no rugosímetro individualmente 
para determinar a rugosidade superficial final7. 
Essa medida da rugosidade será mensurada através do aparelho “Surface Roughness Tester” modelo TR 200 
do fabricante TIME Group Inc. 
Em seguida será realizada a análise dos resultados através de análise de variância de dois fatores (ANOVA, 
two-way) e o teste de Tukey utilizado para a identificação da diferença estatística entre os grupos, com 
intervalo de confiança de 95% (p<0,05). 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
De acordo com os resultados, pode-se constatar que os valores referentes à lisura de superfície obtida com 
a matriz de poliéster muito similar, o que se assemelha com os resultados encontrados8, sendo que esse fato 
não tem muita significância clinica pois o uso apenas da matriz de poliéster não é possível pela anatomia 
dental e pela textura inadequada que é proporcionada.Os discos polidores Sof-Lex da 3M quando 
comparados aos outros polidores, foram os que apresentaram menor rugosidade superficial que através dos 
dados tabulados não foi significativa quando comparada com o sistema de pontas polidoras da DFL ou do 
sistema ENHANCE da Dentysplay que mesmo apresentando valores maiores de rugosidade superficial 
ainda encontram-se dentro dos valores satisfatórios, os resultados obtidos foram semelhantes ao de outros 
autores que utilizaram o mesmo material9. 
A rugosidade superficial dos compósitos normalmente é um fator inerente ao próprio material devido à 
natureza heterogênea dos seus componentes, como por exemplo, o tamanho, tipo, dureza e forma das 
partículas de carga, a qualidade e quantidade da fase orgânica que podem influenciar na dureza e na 
capacidade de desgaste da resina composta10. 
Com os resultados obtidos é através da metodologia emprega na pesquisa concluímos que os discos polidores 
Sof-lex (3M) e as pontas polidoras siliconizadas (DFL) apresentaram rugosidade superficial muito similar 
sendo que os polidores Sof-lex apresentaram uma média menor na rugosidade superficial quando comparado 
com os outros dois sistemas de polimento e o sistema Enhance (Dentsply) apresentou rugosidade superficial 
maior que não foi significativamente maior e ainda encontra-se dentro dos padrões aceitáveis. 
 
REFERÊNCIAS 
 
1. Samra APB; Pereira SK; Delgado LC; Borges CP Color stability evaluation of aesthetic restorative 
materials. BrazilianOral Research, v. 22, n. 3, p. 205-210, Set 2008. 
2. Ribeiro BCI; Oda M; Matson E. Avaliação da rugosidade superficial de três resinas compostas 
submetidas a diferentes técnicas de polimento. 2001. Pesqui Odontol Bras. v. 15, n. 3, p. 252-256, jul./set. 
2001. 
3. Qvist V; Qvist J; Mjör IA. Placement and longevity of tooth colored restorations in Denmark. 
ActaOdontologicaScandinavica, v.48, n. 5, p. 305-311, Out 1990. 
4. Barbosa SH, Zanata RL, Navarro MFDL, Nunes, OB. (2005). Effect of different finishing and 
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Brazilian Dental Journal, 16(1), 39-44. 
5. Barbosa, GKS, Cristina ZA, Guilherme, AS, Zavanelli, RA. (2010). Efeito de diferentes técnicas 
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6.Jefferies MS; Steven R. Abrasive finishig and polishing in restorative dentistry: a state-of-art 
review. Department of restorative dentistry , temple university school of dentistry. Dent Clin N Am 51 
(2007) 379–397 
7. Lucena MCM; Gomes RVS; Santos MCMS. Avaliação da rugosidade superficial da resina 
composta filtek Z350 3M/Espe de baixa viscosidade exposta a enxaguatórios com e sem álcool. 
Odontologia Clínico-Científica (Online), v. 9, n. 1, p. 59-64, 2010. 
8. Camacho GB, Nedel F, Martins GB, Torino GG. (2008). Avaliação da rugosidade superficial de 
resinas compostas expostas a diferentes agentes. Rev odontol UNESP, 37(3), 211-6. 
9. Ribeiro BCI; Oda M; Matson E. Avaliação da rugosidade superficial de três resinas compostas 
submetidas a diferentes técnicas de polimento. 2001. 
10. Reis AF, Giannini ML, JR, Santos DC. (2002). The effect of six polishing systems on the surface 
roughness of two packable resin-based composites. American journal of dentistry, 15(3), 193-197.

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