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Leishmaniose Tegumentar Americana Definição LTA zoonose homem e diversas espécies de animais silvestres e domésticos diferentes formas clínicas. Enfermidade polimórfica e espectral pele e das mucosas. Principais manifestações podem ser classificadas aspectos clínicos, patológicos e imunológicos. Histórico Leishmaniose cutânea primeiro século d. C., na Ásia Central. Lesões ferida de Balkh, botão de Aleppo, botão de Bagdá. Botão-do-oriente. Novo Mundo período pré-inca no Peru e Equador 1º século d.C. No Brasil, conhecida por Cerqueira desde 1855. Em 1908 Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (São Paul0) Úlcera de Bauru. Gaspar Vianna em 1911 denominou Leismania braziliensis. Tártaro emético em 1912. Aspectos Biológicos Agente etiológico gênero Leishmania protozoár io digenético. Espécies do gênero Leishmania - agentes da leishmaniose tegumentar humana que ocorre no Brasil: a. Leishmania (Viannia) braziliensis b. Leishmania (Viannia) guyanensis c. Leishmania (Viannia) lainsoni d. Leishmania (Viannia) shawi e. Leishmania (Viannia) naiffi f. Leishmania (Viannia) lindenberg g. Leishmania (Leishmania) amazonensis Morfologia Formas amastigota ovóides ou esféricas. Membrana citoplasmática, vacúolos, núcleo (esférico ou ovóide) lateralmente, cinetoplasto (bastão pequeno) , sem flagelo livre (rudimento presente na bolsa flagelar). o Dimensões 1,5 a 3,0 x 3,0 a 6,5µm. Formas promastigotas alongadas, flagelo livre. Citoplasma pequenos vacúolos, núcleo na região central, cinetoplasto ovóide geralmente entre a região anterior e o núcleo. o Dimensões variáveis, 16,0 a 40,0µm x 1,5 a 3,0µm, incluindo o flagelo. Forma paramastigotas ovais ou arredondadas, cinetoplasto na margem do núcleo ou posterior a este e um pequeno flagelo livre. o Dimensões 5,0 a 10,0 x 4,0 a 6,0µm. Promastigota (Inseto) Amastigota (Homem) Reprodução e Hospedeiros Reprodução Divisão binária longitudinal. Hospedeiros Invertebrados gênero Lutzomyia. 980 espécies, 30 são vetores. Brasil: Lutzomyia whitmani, L. wellcomei, L. pessoai, L. intermedia, L. umbratilis e L. flaviscutellata estreita relação com espécies de Leishmania e com reservatórios vetores específicos formas clínicas das leishmanioses conforme a região. Vertebrados variedade de mamíferos: roedores, edentados (tatu, tamanduá, preguiça), marsupiais (gambá), canídeos e primatas, incluindo o homem. o A dispersão da doença no Brasil variedade de hospedeiros vertebrados reservatórios. Distribuição de Flebotomíneos vetores Habitat, Ciclo biológico e Transmissão Habitat Amastigotas células do SMF hospedeiro vertebrado macrófagos da pele. Leishmaniose Tegumentar Americana Promastigotas e paramastigotas tubo digestivo dos flebotomíneos. Ciclo Biológico Vetor No vertebrado Transmissão birigui, mosquito palha, tatuquira e cangalhinha. Patogenia Promastigota inoculadas na derme células destruídas, e a saliva células do SMF macrófagos e outras da série branca. Macrófagos destroem diretamente. Macrófagos necessitam ser estimulados. Macrófagos fixos não estimulados (histiócitos) infecção. Promastigota amastigota (após fagocitose) divisão binária macrófagos. Lesão inicial infiltrado inflamatório linfócitos e macrófagos (abarrotados na derme). Período de incubação duas semanas a três meses. Evolução Lesões iniciais semelhantes regredir espontaneamente, permanecer estacionária, evoluir para nódulos dérmicos HISTIOCITOMA. Evolução das lesões: nódulo, ulceração inicial, úlcera estabilizada com lesão satélite e lesão cicatrizada. Muitas formas: autoresolutivas, lesões desfigurantes estado imunológico e espécies de Leishmania. Quatro formas clínicas: leishmaniose cutânea (LC), leishmaniose cutaneomucosa (LCM) leishmaniose disseminada e leishmaniose cutânea difusa (LCD) por diferentes espécies de parasitos. Formas Clínicas Leishmaniose cutânea úlceras únicas ou múltiplas derme epiderme ulcerada úlceras leishmanióticas típicas, ou formas vegetantes verrucosas ou framboesiformes. L. braziliensis úlcera de Bauru, ferida brava, ferida seca e bouba. Lesões únicas (primárias) ou em pequeno número grandes dimensões úlceras em cratera. o Curso da infecção irregular e crônico. Leishmaniose Tegumentar Americana L. guyanensis cratera de lua disseminando-se. Metástases linfáticas nódulos subcutâneo móveis ulceram. Linfangite e linfadenite. Formas verrucosas vegetativas. L. amazonensis lesões ulceradas simples e limitadas. L. lainsoni nova espécie úlcera cutânea única. Leishmaniose cutaneomucosa (LCM) espúndia e nariz de tapir ou anta. Características principais das formas clínicas de LTA no Brasil Formas Clínicas Localização Teste de Montenegro Espécie de Leishmania Leishmaniose cutânea Infecção confinada a derme, com epiderme ulcerada Positivo L. amazonensis L. braziliensis L. guyanensis L. lainsoni Leishmaniose cutâneo-mucosa Infecção na derme, com úlceras. Lesões metastáticas podem ocorrer, com invasão de mucosa e destruição de cartilagem Positivo (resposta exagerada) L. braziliensis L. guyanensis Leishmaniose cutânea difusa Infecção confinada a derme, formando nódulos não ulcerados. Disseminação por todo corpo Negativo (Imunidade celular comprometida) L. amazonensis L. braziliensis semelhantes o início da infecção, na forma cutânea. o Características desta espécie: meses ou anos após lesões destrutivas secundárias mucosas e cartilagens por extensão da primeira lesão ou disseminação hematogênica. Processo lento de curso crônico. o 70% primeiros 5 anos e 30% após 5 anos. o Regiões mais afetadas por metástases nariz , boca, faringe e laringe. Primeiro sinal mucoso: eritema e discreto infiltrado inflamatório no septo nasal coriza processo ulcerativo vestíbulo, asa do nariz, assoalho da fossa nasal, palato mole e úvula faringe, laringe e traquéia. o Destruição do septo aumento nariz de anta. Completa destruição da cartilagem do nariz. Úlcera lábios e face. o Mutilações dificuldade de respirar, falar e se alimentar complicações respiratórias, por infecções secundárias óbito. o Parasitos na área cicatricial de lesões tratadas metástases anos após tratamento? o Amastigotas em cicatrizes ineficiência de tratamento? L. guyanensis lesões cutaneomucosas. Leishmaniose cutânea difusa (LCD) o Lesões difusas não ulceradas por toda a pele grande números de amastigotas. o Complexo mexicana L. amazonensis no Brasil. o A LCD amplas áreas da pele extremidades e partes expostas erupções papulares e nodulares não ulceradas. o Infecção inicial úlcera única. o 40% de pacientes parasitadas pela L. amazonensis LCD. Metástases através de vasos linfáticos ou migração de macrófagos parasitados. o LCD deficiência imunológica do paciente resposta imunocelular deprimida antígenos de Leishmania anergia imunológica. o Antígeno de Montenegro. o Curso crônico e progressivo não responde a tratamentos convencionais. EPIDEMIOLOGIA Leishmaniose Tegumentar Americana Estimativas da OMS em 2015 incidência de 1,5 milhões de casos a cada ano Prevalência 88 países (76 subdesenvolvidos) 32 notificados. Guerra Irã e Iraque cerca de um milhão de casos. A LTA enzootia de animais silvestres. Transmissão ao homem penetra em áreas onde o ciclo ocorre em animais caráter zoonótico. Acredita-se parasitos primitivos dos flebotomíneos. adaptação a mamíferos. Hospedeiros mamíferos reservatórios roedores, marsupiais, edentados, procianídeos, canídeos, primatas e ungulados primitivos. Hospedeirosmamíferos reservatório natural doença rara. Hospedeiros acidentais homem, cães, burros lesões na pele. Muitos flebotomíneos preferem um só hospedeiro não o homem. Espécies humanas no Brasil diferentes reservatórios naturais e vetores. Distribuição geográfica LTA, Américas ( 18 países) México até Argentina, exceto o Chile. 38,9% dos casos ocorrem no Brasil. No Brasil todos os estados > região Norte. Zonas rural > urbanas. Espécies Estados Localização Hospedeiro silvestre Hospedeiro urbano Vetor L. braziliensis PA, AP, CE, PB, BA, RJ, ES, SP, PR, MG, GO e MT Roedores Cão, cavalo e rato Lu. intermedia Lu. pessoai Lu. wellcomei Lu. whitmani L. guyanensis AC, AP, RR, AM e PA Principalmente em florestas de terra firme, em áreas que não se alagam no período de chuvas; Edentados (preguiça, tamanduá) marsupiais (gambá) Lu. umbratilis Lu. anduzei L. amazonensis AM, PA, TO, MA; BA; MG, SP; GO e PR. florestas primárias e secundárias da Amazônia legal; base da floresta Roedores Lu. flaviscutellata Lu. olmeca nociva L. lainsoni PA, RO e AC (AP) Paca Lu. ubiquatilis L. naiffi PA e AM Tatu Lu. ayrozai Lu. paraensis L. shawi PA, AC, MA e PE macacos, preguiças. quati Lu. whitmani L. lindenberg PA Leishmaniose Tegumentar Americana Diagnóstico Clínico característica da lesão + anamnese. Diagnóstico diferencial tuberculose cutânea, hanseníase, infecções por fungos, úlceras tropical e neoplasmas. Laboratorial a. Pesquisa do Parasito a.1 Exame diretos do esfregaços corados a.2 Exame histopatológico a.3 Cultura fragmentos do tecido ou de aspirados dos bordos da lesão e dos linfonodos infartados meios NNN + LIT + antibióticos. Três repiques 10 dias, entre um e outro. a.4 Inóculo em animais via intradérmica (focinho e patas) hamster. institutos de pesquisa. Pesquisa do DNA do Parasito reação em cadeia da polimerase. Métodos Imunológicos Métodos para avaliação da resposta celular Teste de Intradérmico de Montenegro (IDRM) hipersensibilidade retardada. Sensibilidade 82,4% e 100%. 0,1 ml do antígeno. Reação inflamatór ia local (nódulo ou pápula) 48-72 horas. Padrão de positividade ≥ 5mm no local. Aspectos da interpretação dos resultados: o Forma cutânea simples variável com a evolução da doença maior em úlceras crônicas. o Forma mucosa reação pode ser intensa flictemas e necrose. o Forma difusa resposta geralmente negativa negativa. o Em pacientes tratados imunidade celular duradoura positivo. Métodos para avaliação da resposta humoral RIFI sensibilidade alta variando em estudos realizados. Títulos de anticorpos geralmente baixo em lesões cutâneas recentes; Aumentados (podem estar) nas formas crônicas envolvimento mucoso. Reações cruzadas doença de Chagas e calazar; por não ser espécie específico. LSH Cutânea ECO Teste O kit possui procedimento para coleta de amostra simples e de fácil manuseio: Profilaxia Controle difícil regiões de floresta Uso de inseticidas nas floresta antieconômico, perigo ecológico alterações ambientais afeta a fauna e a flora locais. https://www.labnetwork.com.br/wordpress/wp-content/uploads/2018/04/ECO2.jpg Leishmaniose Tegumentar Americana Inseticida de ação residual áreas novas, em surto ou com mais de um caso nos últimos seis meses, onde ocorre transmissão no ambiente familiar. Desmatamento reduz áreas ocorrência (silvestre) grande número de casos no processo. Para evitar a picada dos flebotomíneos: Em alguns casos, proteção individual repelentes, mosquiteiros de malha fina. Medidas de caráter coletivo manejo ambiental limpeza de quintais e terrenos evitar acúmulo de lixo orgânico impedir proliferação dos flebotomíneos e aproximação dos roedores e marsupiais sinantrópicos. Construção de casas 500m da mata. Profissões de risco engenheiros, topógrafos, geólogos, militares, mateiros, pescadores, lenhadores e biólogos. Solução ideal vacina. De acordo com o Manual de Vigilancia de Leishmaniose Tegumentar Americana (MS, 2007) o diagnóstico precoce e tratamento adequado humanos são de responsabilidade das Secretarias Municipais de Saúde feita pela rede básica de saúde para acompanhar os casos e quando necessário encaminhar para um Centro de Referência para diagnóstico e tratamento. Gaspar Vianna antimonial tártaro emético. Glucantime (antimonial pentavalente) antimoniato de meglumina 20mg Sb/kg peso/dia, durante 20 para L. cutânea e 30 dia para cutaneomucosa e dias, intervalo de 10 dias outra série. Número de série, de acordo com o processo de cura, até completa cicatrização. Critério de cura é clínico e deve ser feito durante doze meses Intramuscular, mas pode endovenosa ou local. Contra-indicação cardíacos, grávidas. Lesões ulcerativas contaminação secundária cuidados locais água e sabão compressas de permanganato de potássio 1/5000ml de água. Cutâneo-difusa de modo geral não responde ao tratamento. Isotianato de Pentamidina LTA por L. guyanensis em Manaus Anfotericina B desoxicolato ou mesmo anfotericina B lipossomal Atualmente em teste (tratamento local) unguento de Paramomicina a 15% e Cloridrato de metil benzotonium a 12%. Miltefosina Posologia e Forma de Administração: No tratamento de LT com miltefosina, a dose preconizada para adultos é de 2,5 mg/kg/dia, dose máxima de 150 mg/dia por via oral, durante 28 dias. O medicamento deve ser ingerido juntamente com alimentos para minimizar a irritação gástrica. Leishmaniose Tegumentar do Velho Mundo Ocorre em diversos países Senegal, India, Mongólia, Sul da França e Namíbia. Agentes Etiológicos: 1. Leishmania (Leishmania) tropica 2. Leishmania (Leishmania) major 3. Leishmania (Leishmania) aethiopica Morfologia similares a L. braziliensis, distinguem-se perfil eletroforético de isoenzimas e técnicas de biologia molecular 1. Leishmania tropica leishmaniose cutânea antroponótica ou urbana. 2. Leishmania major leishmaniose cutânea zoonótica ou rural 3. Leishmania aethiopica Leishmaniose cutânea, simples ou com menor frequência a leishmaniose oronasal, e leishmaniose cutânea difusa
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