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7 NORMA CAMPOS SALGADO ( _____________ _, 06205 Macroanatomia, Microanatomia e Histologia dos sistemas re produtor e digestivo de Thauma1.i:t.Lu.i (ThawnaJ.ituli) :ta..unlU.l,.Ü.. (Férussac, l 822), T. (T.) magMÓ,Ú .. Lll> (Grate 1 oup, l 839) e T. (T.) a.c.fúftv., (Pfeiffer, 1852) (Mollusca, Gastropoda, Stylommatophora, Bul imul idae) Dissertação apresentada ã Coordenação de Pôs-Graduaçãn em Zoologia, da Uni versidade Federal do Rio de Janeiro, para obtençaõ do título de·Mestre em Ciências Biológicas (Zoologia). Rio de Janeiro � 7 7 SALGADO, NORMA CAMPOS Macroanatomia, Microanatomia e Histologia dos sistemas reprodutor e digestivo de Tha.wna.6�LL6 (Thauma.6�) .t.a.u. nw..ü. (Férussac, 1822), T. (T.) magnióieM (Gratelou� 1839) e T. (T.) aehiileli (Pfeiffer, 1852) (Mol lusca, Gastropoda, Stylommatophora, Bul imul idae) Rio de Janei ro. Tese : Mestre em Ciências Biológicas (Zoologia) 1. 4. 1 • 1 1 • Macroanatomia Malacologia Universidade Tftulo 2. Microanatomia 3. Histologia 5. Gast ropoda 6. Teses Federal do Rio de Janeiro COMISSÃO EXAMINADORA HUGO DE SOUZA·LOPES�{Presidente) HUGO EDISON BARBOZA DE REZENDE ALCEU LEMOS DE CASTRO Rio de Janeiro, 22 de novembro de 1983 7 7 7 1 1 Trabalho realizado no Setor de Malacologia do Departamento de Invertebrados do Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Laboratório de Anatomia e Citopatologia do Hospital Universitário da Universidade Gama Filho e no De partamento de Anatomia Patológica e Apoio Clínico da Facul dade de Veterinária, Universidade Federal Fluminense. Orientador Professor Arnaldo Campos dos Santos Coelho 1 1 1 1 "Se um dia os meus olhos não souberem mais enxergar a Deus, a culpa será minha. Por falta de cuidado dos olhos da fé, terei perdido aquela sensibilidade que sempre encontrei no contato com a natureza. 11 Ao Luiz Heleno e aos meus filhos 7 CONTEODO RESUMO ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••.•••.••••••••• ABSTRACT .•••••••..••••••••..•..•.•....••••.•..•••••.••••.•......•..• AGRADECIMENTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 NTRODUÇAO .•..•.••.••••..••••..•.•.........•...•..•.••••....•.•...•. MATERIAL MtTODOS RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Macroanatomia, microanatomia e histologia: Sistema Reprodutor Ovoteste ••••..•.•. Canal Hermafrodita Complexo de Glândula de Fertilização Al bume Ovispermoduto Canal Deferente Complexo Peniano Vagina Poro Genital Sistema Digestivo DISCUSSAO Massa Buca 1 Faringe Esôfago Estômago Intestino Glândulas anexas . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS IV V vi vii 3 5 9 9 9 12 13 17 18 26 27 35 36 37 37 44 45 47 49 52 56 69 73 7 7 J 7 V -RESUMO -Foram realizados estudos que evidenciassem ou nao, diferen ças nos sistemas reprodutor e digestivo de exemplares das espécies de ThaumaJ.ituó Martens, 1860, capturados em floresta e restingas do Estado do Rio de Janeiro. A terminologia utilizada baseou-se na microanatomia, histo logia, anatomia funcional e bibliografia. Pela macroanatonia do sistema reprodutor, as espécies estu dadas incluem-se no padrão dos representantes de Bul imulidae pela ausência de apêndices e a pequena variação morfológica externa. Microanatomia e histologia dos sistemas estudados, eviden ciaram diferenças que juntamente com os estudos da concha, rádula e mandí bula permitiram identificar e caracterizar Thauma1.itw., (Thauma1.itw.,) taunab.iü (Férussac, 1822) , Thauma1.itw., (ThaumaJ.itw.i) ma.gni�..i_c.w., (Grate 1 oup·, 1839) e Thauma1.itw., (ThaumaJ.itw.i) a.dullv., (Pfe i ffer, 1852). 7 7 íl 7 vi ABSTRACT Studies were carried out in order to determine the differences in the reproductive and digestive systems of· the various species of Tha.wnM.tul.i Martens, 1860, captured in forests and shoals of Rio de Janeiro State. The terminology used here derives from studies based on microanatomy, histology, functional anatomy, as well as from bibliographical references. According to the macroanatomy of their reproductive system, the species which were studied can be classified together which members of the Bulimulidae, due to the absence of appendices and to the fact that there is a l ittle variation in their external morphology. The microanatomy and the histology of the systems which were studied showed differences that together with the studies of the shel 1, radula and jaw made it possible to identify and to characterize Tha.umM.tu6 (Tha.umM:tU6) :ta.u.na.M-Ü. (Férussac, 1 822), Tha.umM:tU6 (Thau.mM.tu6) magn.iM,c.U6 (Grateloup, 1 839) e Thau.mM.tu6 (Thau.mM:tU6) ac.h<il.e.6 (Pfeiffer, 1 852)� 7 r V j i AGRADECIMENTOS Ao Professor �rnaldo Campos dos Santos Coelho, coordenador da Pós-Graduação em Zoologia e pesquisador do Museu Nacional da Universida de Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, que na qualidade de orientador deste trabalho prestou valiosas colaborações. Ao Professor Jefferson Andrade dos Santos, Titular de Ana tomia Patológica da Faculdade de Veterinária, Universidade Federal Flumi- nense, que com incansável paciência e boa vontade orientou nossos no campo da Histologia. passos A Luiz Heleno de Barros Salgado, pelo estímulo, incentivo e apoio em todos os momentos. Ao Professor José Maria de Barcellos, da disciplina de Ana temia Patológica da Faculdade de Medicina, Universidade Gama Filho, pelas atenções dispensadas e pelas condições oferecidas, para o desenvolvimento de nossas atividades. Ao Professor Hugo de Souza Lopes, pela orientação prestada, incentivo e entusiasmo com que acompanhou nosso trabalho. Ao Professor Hélcio Magalhães de Barros, bolsista do CNPQ do Setor de Malacologia DI/MN, pelo incansável auxílio na realização desta pesquisa e pela confiança demonstrada em partilhar conosco, sua experiên cia e conhecimentos em moluscos terrestres. Ao Professor Pedro Domingues Lanzieri, da disciplina de Histologia da Faculdade de Veterinária, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, pelos ensinamentos em Histologia que nos forneceram condi ções para esta pesquisa. Ao Professor Hugo Edi.,son Ba rboza de Rezende, da Uni ve rs ida de Federal Rural do Rio de Janeiro, pelas relevantes informações prestadas. Ao Corpo Docente do Curso de Pós-Graduação, em Zoologia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, pelas condições oferecidas para 7 7 7 7 vii i obtenção do Grau de Mestre em Ciências Biológicas (Zoologia). A Professora Eliana de Fátima Mesquita, da Faculdade de Ve terinária, da Universidade Federal Fluminense e aos colegas e amigos do Se ter de Malacologia, do Museu Nacional, que nos auxiliaram nas capturas, es pecialmente Marcus Vinicius Menezes Ferreira. Ao Professor Rafael Peruzzo, do Colégio Estadual Henrique Lage, pela excelência dos desenhos do Sistema Digestivo. Aos histotécnicos Cid Morais e a Maria Lucia Alvares de Britto, pelo inestimável e incansável auxílio na realização das atividades histolqgicas. Ao citotécnico Rudyard Patto Monteiro pelo trabalho foto gráfico reali7.ad0 sobre as lâminas histológicas. A Marcos Antônio Lemos, da biblioteca do Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, pela incansável colaboração. A Marciana Lima de Oliveira pelo trabalho datilográfico. Ao Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, ao Hospital Universitário, Universidade Gama Filho e a Faculdade de VeterJ.. nária, Universidade Federal do Rio de Janeiro, ondefoi elaborada esta pe� quisa. Finalmente, queremos agradecer a Geraldo Tostes Campos� meu pai, e a Everardo Marques dos Santos (.in memo!Úanl pelo incentivo apoio e confiança em nossa escolha profissional. 7 INTRODUÇAO A macroanatonia de Thawna6tU6 Martens, 1860, começou a ser estudada por PILSBRY ( 1901), quando localizou e identificou, descreveu e figurou o "longo pulmão, rim, intestino, ureter secundário e sistema geni tal" do que chamou no texto (pXX) de T. tau.noÁ.J.i-Ü. var. magni6,i..CU6. De po� se dos dados anatômicos, foi possível a Pilsbry afirmar a afinidade de ThawnMtu.6 com Bui..,únui..u.6, � e Ple..lwc.húUU6 e que a 11gen i tá 1 ia' 1 pos suí a características principais de "Bul imul ine11 • A seguir os trabalhos que se sucederam sobre o gênero e suas espécies, preocuparam-se sobretudo com os estudos da concha, notada mente da protoconcha. O estudo das partes moles voltou a ter importância com o trabalho de VAN MOL (i97i), ao descrever com base histológica o 11tractus genita. 111 de algumas espécies pertencentes as subfamílias Bul imul inae e Amphibul inae, entre elas ThawnMtu.6 �p. BREURE ( 1977, 1978 e 1979) ao estudas as espécies perten centes a este gênero, utilizou característi�as do sistema reprodutor para caracterizá-las. Simultaneamente, JURBERG ( 1978) e JURBERG, BARROS, GOMES & COELHO ( 1979) apre�entaram estudos da concha., rádula, mandíbula e anatô�i cos do sistema reprodutor de Thau.mMtu.6 (Thau.ma.õtu.6.) ac.W.i.u (Pfe i ffer, 1852) e ThawnMtu.6 (ThawnMtu.6) tau.na.Á.,6,Ü, (Férussac, 1822) respectivamente e BARROS�ARAUJO, COELHO, LANZIERI e REZENDE, estudaram com bases na macroa natomia, microanatomia e histologia de espécies pertencentes a Bul imul i dae. família O sistema reprodutor dos gastrópodes tem sido muito mais estudado.anatômica e mais recente histologicamente, para a identificação dos Stylommatophora do que os demai.s sistemas. Entretanto isto não impede a confusão existente na terminologia encontrada na literatura, devido a aplicação. de nomes utilizados na morfologia do filo de Vertebrados e a di versidade de termos empregados para a mesma estrutura. 7 7 l 7 2 O sistema digestivo tem sido muito mais estudado nos molus cos hospedeiros intermediários e vetores de doenças, do que em moluscos terrestres, especialmente Bulimulidae, sendo analisados quase sempre, sob esses aspectos, sendo raras as contribuições em que é estudado macro e mi croanatômicamente como um todo. Pela observação dos sistemas estudados e interpretação dos dadcs em exemplares capturados no GrajaÚ e na Estrada de Furnas, Floresta da Tijuca, Município do Rio de Janeiro, e restingas do Estado do Rio de Ja neiro, foi possível levantar as semelhanças e diferenças, encontradas na macr_oanatomia, microanatomia e histologia entre as espécies de Tha.uma..6tU6 (Tha.umcu,tub) tau.Yl.OÁÁÜ ( Férussac, 1822), Tha.uma6tU6 (Tha.uma..6tU6) ma.gn.in,i.c.U6 (Grateloup, 1839) e Tha.uma..6-tub " (Tha.umcu,tU6) aQrúil<U (Pfeiffer, 1852). 1 7 3 MATERIAL Material estudado está depositado na Coleção de Moluscos do Setor de Malacologia, do Departamento de Invertebrados do Museu Nacio na 1 ( Co 1 . Mo 1 . M. N.) • T ha.umM.tu.6 ( T haumM .tUI.> ) .ta.u.nab.i .li. ( Fé r u s s a c , 1 8 2 2 ) B r a s i 1 , Estado do Rio de Janeiro, Município do Rio de Janeiro, Grajaú, Col. Mol. M.N. n? 70, 73, 100, 105, 1 13, 1 20 e 1 24, sete conchas, E.A. Martins, N.D. Santos, J.P. Machado F? & A.R.R. Barros cols., 06/VI 1 /44; GrajaÚ, Favela do Grajaú, Col. Mol. M.N. n? 04563, (lâm 1 -22), 3 exemplares adultos, N.C. Salgado, E.F. Mesquita & M.V.M. Ferreira, cols., 20/V/8 1 ; Col. Mol. M.N. n? 04564, (lâm 1 -22), 4 exemplares adultos, 2 jovens, N.C. Salgado, E.F. Mesquita & A.T. da Costa, cols., 05/Vl/81 ; Col,Mol. M.N. n? 04565, (lâm 1-33), 3 exemplares adultos, l jovem, N.C. Salgado & L.H. Salgado, cols., 07/X/81; Cal. Mol. M.N. n? 04566, (lâ� 1 -69), 2 exemplares adultos e 4 jo vens, N.C. Salgado, col., 09/Xl/8 1; Cal. Mal. M.N. n? 04567, (lâm 1 - 1 5), 4 exemplares adultos, N.C. Salgado, E.F. Mesquita & M.V.M. Ferreira, cols., 1 2/ 1 /82; Cal. Mal. M.N. n? 04568, (lâm 1-35), 2 exemplares adultos, N.C. Salgado, E.F. Mesquita & M.v.M: Ferreira, cols., 07/Vl/82; Col. Mol. M.N. n? 04569, (lâm 1-1 7), 4 exemplares adultos, 2 jovens, N.C. Salgado&L.H._B. Salgado, cols., 1 0/VI 1 1 /82. Ruínas de Vila Rica, Grajaú, Col. Mol. M.N. n? 3793, 14 exemplares, L.C.F. Alvarenga, H.M. Barros, C.N. Ricci, L.A.L. Gomes & P. Jurberg, cols., 24/IX/1975; Col. Mol. M.N. n? 04570� 1 exemplar adulto e 4 conchas, N.C. Salgado, E.F. Mesquita & M.V.M. Ferreira,20/V/81. T. (T.) magn,i.óic.UI.> (Gr-ateloup, 1 83§) Bras i 1 , Estado do_ Rio de Janeiro, Município do Rio de Janeiro, Tijuca, Estrada de Furnas, Col. Mol. M.N. n? 04571, (lâm 1-13), 2 exemplares adultos, 1 jovem, H.M.Barros, E.F. Mesquita & N.C. Salgado, cais., 03/X/80; Col. Mal. M.N. n? 04572, (lâm 1- 1 4), 1 exemplar adulto, Juca, col., 1 7/X/80; Col. Mel. M.N. n? 04573, (lâm 1- 1 7), 2 exemplares adultos, N.C. Salgado, E.F. Mesquita & M. V.M. Ferreira, cols., 1 2/ 1 1 1 /8 1; Col. Mol. M.N. n? 04574, (lâm 1-40), 3 exemplares, N.C. Salgado, E.F. Mesquita & M.V.M. Ferreira, cols., 13/ 1 1 1 /82; Col. Mel. n? 04575, (lâm 1 -33), 3 conchas, N.C. Salgado, E.F. Mesquita & H.M. Barros, cols., 20/V/82, Jacarepaguã, Vargem Grande, Col. Mol. M.N. n? 04576, 2 exemplares e l concha, L.C. Gurken, 26/VI 1 /82; Guàra tiba, Serra das Pi abas, Col. Mol. M.N. n? 04577, 2 exemplares adultos e 2 7 7 7 4 conchas, L. C. Gurken, col. , 1 0/X/82. T. (T. l ac.rúU.eli (Pfeiffer, 1 852) Brasi 1, Estado do Rio de Janeiro: Municfpio de S. Joio da Barra, Barra de ltabapoana, Col. Mol. M. N. n? 4578, 4 exemplares, L.C. F. Alvarenga, M. R. Sã & M. Alvarenga, cols. , 1 2/X/82; Ponta do Caçador, Co). Mol. M. N. n? 4579, 3 exemplares, ·L. C. F. A..!._ varenga, M. R. Sã, M. Alvarenga, W. D. Bandeira, G. W. A. Nunhan & C. B. Castro, cols., 13/X/82; Municfpio de Macaé, Quissami, Col� Mol. M. N. n? 4580, (lâm 1-38), l exemplar, L. C. Alvarenga, C. N. Ricci & M.R. sã, cols. , 16/1/82; Cabiúnas, Col. Mol. M.N. n? 458 1 , (lâm 1 -30), 2 exemplares adulto e jovem,. L. C. F. Alvarenga, C.N. Ricci & M.R. Sá, cols. , 17/ 1 /82; Municfpio de Cabo Frio, Búzios, pr. de Jeribã, Col. Mol. M. N. n? 4582, l concha, A. Vasconce los, col. , 1 5/11/82; Municipio de Marici, Ponta Negra, Col. Mol. M. N. n? 3791, 1 4 exemplares, L-C .. F. Alvarenga, L. A. L. Gomes,. C .• N. Ricci & H. M. Bar ros, cols., X/1 975; Col. Mol. M. N. n? 3792, 1 2 exemplares adultos, 2 exem plnrP.s joveDs, 6 ovos, A. Coelho, L. C. F. Alvarenga, C.N. Ricci, H. M. Bar ros & L. A. L. Gomes, cols., Vl/ 1 977; Col. Mol. M. N. n? 4583, (lâm 1 - 1 5), 4 exemplares adultos, 2 jovens, 1 0 conchas, N. C. Salgado, C. N. Ricci, M. R. Sã, 1 . Lepore & H. M. Barros, cols .• , 1 2/ 1 1 1 /82. 1 7 7 5 MtTODOS As espécies de ThawnMtU6 estudadas foram capturadas no Es tado do Rio de Janeiro, em floresta, como na da Tijuca (ATALA, 1 966) sob pedras, manta e em muros e na restinga, em moitas densas como as descritas por DAU ( 1 960), no interior dos cones de bromélias e sob cactos (Figs. 53 e 54). Para a escolha de exemplares adultos adotamos, para con- chas, ao critério de espessamento do lábio externo da abertura, acrescent� mos as dimensões, textura e número de cicatrizes nas duas úl.timas voltas. Para a parte mole, o desenvolvimento do sistema reprodutor e cor amarelada (KUPPERS, 1979: NOO, ASO, MOO), volume e ausência de aderências para a glândula de albume. Animais adultos e jovens foram criados em terrários de substrato arenoso ou terra humosa, e alimentados com alface (LactuQa �a,t,,i_ va L.), cenoura (VauQU6 QaJtOta L.), e os produtos comerciais, como ração balanceada para aves, farinha de ostra e sais decálcio. Os dois Últimos , visando o crescimento e resistência das conchas. Para evitar reaçao a manipulação e contração muscular que alterariam a textura do revestimento e a mu&culatura, diferentes técnicas foram testadas. Imersão em água ou soro fisiológico (0, 9% e 0, 4% NaCl em solução aquosa) em temperaturaa ambiente, a 6?C e a - 2?C, por 2 i 8 ho ras, e até 4 dias, apresentaram resultados negativos, pelo exc.esso. de hi dratação que comprime e desloca Órgãos, ocasionando distensão e rutura dos tecidos. Anestesia por Thionembutal a 0, 6% em soro fi�iolóqico, injetado em função do peso do animal, só passou a ser observada, após 3 aplicações intramusculares de 4, 6ml de Thionembutal, o simples retardamento de entra da na concha, indicava a necessidade de maior concentração da solução po dendo esta, todavia, acarretar alterações nos tecidos, devido i alta toxi dez. Flaxadil, relaxante muscular, injetado a 2mg por peso, na massa cefá 1 ica provocou eliminação de grande quantidade de muco e maior retardamento para a safda da concha, técnicas retiradas de SCHALIE ( 1 953), THOME ( 1 975) e VALENTE & MOBRUM DE CARVALHO ( 1979) e modificadas. Para macroanatomia optamos pelo aquecimento lento até 60?C em solução fisiológica (0, 9 de NaCl em solução aquosa) durante 3 minutos 7 7 6 pela boa distensão da.região anterior do corpo animal, liberação da parte mole pela rutura da aderência do músculo columelar e manutenção da concha. Dissecção realizada com o material umedecido em soro fisio lógico, distendido e preso por alfinetes a placa de parafina. Iniciada com um corte ao longo da borda do manto, a partir do pneumóstoma para reb� ter a câmara pal ial e isolar posteriormente o reto. Para visualização e liberação do complexo peniano e parte inicial do sistema digestivo, efetu amos dois cortes paralelos na região cefálica, em direção aos tentáculos, liberando o tegumento externo e a membrana que constitui o assoalho da câ mara pal ial. Cuidamos, especialmente, em evitar a contração do complexo peniano, antes da separação do sistema reprodutor, prendendo na parafina, o tegumento, próximo ao bulbo bucal, e a região do músculo columelar, pró ximo ao Ovispermoduto. Para separar os sistemas reprodutor e dige�t!vc, comple- tos, foi necessário isolar o intestino posterior e médio, afastar um pouco a glândula de albume e seccionar, transversalmente a glândula digestiva na região entre o ovoteste e o estômago. A região do canal hermafrodita, que se tangencia ao estômago é a melhor região para separar os dois sistemas sem rompê-1 os. O sistema digestivo 1 iberado, não apresentou outras difi culdades, para estudo, enquanto o reprodutor teve que permanecer distendi do mesmo dentro do líquido fixador, por algum tempo. Para a microanatomia e histologLa, as conchas foram frag mentadas, cuidadosamente, e os -animais' retirados permaneceram por um curto período, sobre a lâmina de parafina, para que se distendessem. Pos teriormente dissecados ou não, foram colocados em formol salino a 10% no mínimo 48 horas e em Bouin, por 8 horas. Os fragmentos a serem preparados pelas diversas técnicas histológicas foram obtidos, por seções transver sal, longitudinal e sagital. Desidratação pela série de alcoóis 50�GL, 70�GL, 80�GL, 90�GL e lOO�GL e diafanização com dois banhos de xiloi, du rante 30 minutos e impregnação pela parafina fundida, em 2 banhos de 30 minutos. Inclusão em parafina e corte em série, na espessura de 3 a 5 micra. Colorações obtidas: Hematoxil ina de Harris - Eosina, Tricrômico de Gomori para fibras colágenas, elásticas e reticulares, PAS (ácido periódi co de Schiff) e Mucicarmin de Mayer para mucoproteína, PAS - amilase, para 7 7 7 gl icogênio, Fouchet para pigmento biliar, Perls para ferro, von Kossa para cálcio e Churunkian - Schenk para grânulos argirofílicos. Estas técnicas estão especificadas em BEHMER, TOLOSA & FREITAS NETO ( 1976), GUTIERREZ (1967) e LUNA ( 1982). Cortes em congelação e coloração pelo SUDAN 111 pa r a 1 i p í d eo s . Para a macroanatomia nos baseamos para o sistema reprodu tor, principalmente, nos trabalhos sobre Thaumcv.,tul.i de JURBERG ( 1978) e JURBERG, GOMES, BARROS & COELHO (1979) com algumas modificações e, sobre outros gastrópodes em BARROS-ARAUJO ( 1965, 1971, 1972, 1975a e 1975b), BARROS-ARAUJO & BREURE ( 1977), BREURE ( 1978), DUNCAN ( 1975), FRANC ( 1968), LEME ( 1980), REZENDE (1975) e SOLEM ( 1955). Para o sistema digestivo, em BONFATTI . ( 1980), CARR,IKER & BILSTAD ( 1946), FRANC ( 1968), LEME ( 1973), RUNHAM ( 1975) e SCOTT ( 1939). Para a microanatomia e histologia de ambos os sistemas nos baseamos em BARTH & JANSEN ( 1959), BONFATTI ( 1975-1980), CARRIKER & BILSTAD ( 1 946), HOLM ( 1946), LANZIERI ( 1969), LANZIERI & ALMEIDA ( 1964), LANZIERI & REZENDE ( 1965 e 1971), MARCUZZI ( 1950), PAN ( 1958), QUATRINI & LANZA ( 1964a, 1964b e 1965), REZENDE ( 1975), VALENTE & MOBRUM DE CARVALHO ( 1979) e VAN MOL ( 1971). Estudamos no sistema reprodutor : ov_oteste, cana 1 hermaf ro- .... dita, complexo de fertilização, .glândula de albume, ovispermoduto, comple xo peniano,.vagina e poro genital. No sistema digestivo : massa bucal, fa ringe, esôfago, estômago, intestino e glândulas anexas. Para a identif1cação das cores, nas peças anatômicas baseamos em KÜPPERS ( 1979). nos Estudos macroanatômicos, microanatômicos e histofógicos comparados, dos anima.is adultos, foram baseados na observação de pelo me nos 30 de cada espécie, preparadas pelas mesmas técnicas estruturais e sec cionadas nas mesmas regiões, baseando-nos para isso, em esquemas e código elaborados. Nas estruturas que apresentaram variações na macro e microana tomia (ovoteste, complexo de fertilização e canal deferente) as peças .fo .ram observadas e analisadas, seccionadas ou não, para evitar possíveis ru- turas de aderências que poderiam levar à falsa interpretação. A do.s dados observados, montamos o QUADRO 1 . partir 7 7 8 Para a histologia nos baseamos em BLOOM & FAWCET (1969), DI FIORI, MANCINI & DE ROBERTIS (1979), JUNQUEIRA CARNEIRO (1979) e KISKER ('1923). Partes moles foram estudadas e desenhadas sob lupa estere oscópica WILD MS e microscópio WILD M2O com câmaras claras acopladas. Foram utilizados os desenhos de JURBERG (1978) para T. ;ta.u.nwil, JURBERG, GOMES, BARROS & COELHO (1979) para T. a.eMlle.6 com mo dificações na terminologia aplicada. Para T. magni6�c.w., utilizamos os de senhos realizados por Hélcio Magalhães Barros para a dissertação, ainda não concluída. Cortes histológicos foram observados com aumentos de 4Ox, 2OOx, 25Ox, 4OOx e em imersão a l.OOOx, e fotografados em microscópio Leitz mod. Ortholux com ocular planocromãtica de lOx, filtro verde e obje tivas de 4x, lOx, 25x e 45x. 7 9 RESULTADOS SISTEMA REPRODUTOR Com um plano de organização idêntico ao dos demais Bul imu- 1 idae o sistema reprodutor das espécies de ThawnM�Lló estudadas, está con� titufdo por: ovoteste, canal hermafrodita, complexo de fertilização, glân dula de albume, ovispermoduto, complexo peniano, vagina e poro genital (Figs. 1-9). OVOTESTE Constitufdo por numerosos folfculos alongados, com uma das extremidades cega, dispostos em cacho e reunidos ppr dutos sinuosos, de diâmetro regular. Formam grupos que estão embebidos na face interna da glândula digestiva, a partir da segunda volta do corpo, com disposição em roseta. De cada grupo, parte um canal que se une a outros, indo ter ao ca nal coletor que é curto, reto e de diâmetro maior. Conta-se número dife rente de agrupamentos de folfculos, nos diversos ovotestes (Fig. 3). Histologicamente os cortes longitudinal e transversal, apresentam formações predominantemente arredondadàs,-distintas, e revesti das de delicada membrana basal. A luz dos tubos são preenchidas com célu las arredondadas, perfeitamente separadas,pouco compactadas, comparáveis às célúlas de 1 inhagem seminal dos mamfferos. Cada folfculo é constitufdo por epitélio germinativo, dis posto quase sempre na periferia e sem continuidade, células em diversas fa ses de espermiogênese e ovogênese e delgada lâmina conjuntiva. Há. riqueza de elementos pelos diferentes folfculos formando massas mais ou menos den sas, variando o número de células adultas. Observando um folfculo, com maior aumento ou em imersão, notamos o predomfnio de células da 1 inhagem seminal na extremidade apical e no centro e, predomfnio de espermatozóides maduros, aglutinados, formando massas compactas do centro para (Figs. 20 e 22). a base Os gametas masculinos são bem visfveis graças a intensa ba j 17 1 O sofil ia de suas cabeças que contrastam com a forte eosinofil ia das caudas. As células da 1 inhagem espermatogênica são de forma e de diâmetro variá- veis com núcleos esféricos, compactos ou não, purvurulento ou em crosta, até atingirem a forma característica de células maduras, espermatozóides, quando aparecem em grupos com suas cabeças mergulhadas em células nutrido ras ou reunidas em massas compactas, com disposição predominantemente lon gitudinal, nunca sozinhos. Ovulo proporcionalmente em menor numero, pode estar aderi do ã parede do ácino, por sua borda plana ou presente no seio da massa ce lular, quando se apresenta esférico. Célula volumosa com núcleo grande, claro e evidente membrana espessa e citoplasma apresentando certa polarida ' de devido a diferença de concentração de material vitelínico, disposto ora sob a forma de microvacúolos 1 ipídicos, ora por granulaç�es acidófilas pro teicas (Fig. 2 1). Os dutos e pequenos canais que unem e agrupam os folículos e o canal coletor do ovoteste, apresentam a luz eriçada por elevações e de pressoes, de epitélio cilíndrico ciliado, com células de citoplasma claro, núcleos elípticos e basais, com membrana basal espessada por fibras muscu lares que a acompanham. Próximo ao canal hermafrodita, o canal coletor do· ovoteste se dilata, apresentando epitélio cúbico ciliado, de citoplasma claro e núcleos pequenos. Considerações: O numero de agrupamentos de folículos é bas tante variável nas diferentes espécies de Bul imul idae, citadas na 1 iteratu ra. BARROS ARAUJO ( 1 972) registrou 5 em Ano�toma oc;todentatu.m Fischer v�n Waldheim, 1807; JURBERG et all (1979) registraram 6 em ThawnMtw.i acfúilu (Pfeiffer, 1 852); JURBERG ( 1 978) 7 em ThawnMtw.i tau.na.,ú.,li (Férussac, 1822); LANZIERI & REZENDE (1965 e 1 97 1) registraram 4 a 6 em BuU.rrrui.ul.i coJuunbaen6,U Pilsbry, 1 897 e 3 a 5 em P�otoglyptw., Mnaldoi Lanzieri e Re zende, 1 97 1 ; REZENDE ( 1 975) registrou 1 a 4 em V�ymaew., papy.Jta.cew.i (Mawe, 1 823) e REZENDE, LANZIERI & INADA ( 1 972) registraram 3 a 4 em P�otoglyptw.i lopui (Rezende, Lanzieri & lnada, 1 972). Segundo SOLEM ( 1955) a variação parece ser individual em V�ymaew.i. Em cortes histológicos os folículos lembram tubos seminíf� ros de testículo de mamíferos, contendo em seu interior, células de 1 inha- 7 7 7 11 gem seminal. BARTH & JANSEN ( 1 959) chamaram atenção para a homologia existente entre espermatozóides e óvulo em relação ã célula nutridora, nos estudos sobre a gametogênese de Planorbídeos. Em exemplares jovens de ThawnM:tul.i encontramos nas paredes dos folículos, principalmente a interna, todos os estágios de evolução das células germinativas e no interior, massas pequenas de espermatozóides, na maioria dirigidas para o polo basal. Nos folículos do ovoteste de exemplares de T ha.umM:tul.i adultos, observamos óvulos de forma semi-esférica, enquanto aderidos ã pa rede fol icular, rodeados de células nutridoras do óvulo, como observaram BARTH & JANSEN ( 1 959). Com o desenvolvimento, a célula feminina despren de-se pelo polo basal; torna-se esférica e caminha para a base do folículo em direção aos dutos. Em todos os cortes histológicos, do ovoteste, so uma vez foi possível observar o óvulo próximo ao canal hermafrodita. Em A.túon atVt (Gmel in, 1 79 1 ), o grau de pigmentação do ov5!._ teste está correlacionado com o desenvolvimento da glândula, sendo o pig mento 1 i pofusc i na. (LUS IS, 1962). Exemplares adultos de Tha.umM�l.L6, apos dois anos de cati veiro, nao desovaram mais e não apresentaram óvulos nos folículos dos ovo testes examinados. PELLUET & LANE ( 1 96 1 ) justificaram a diferenciação de game tas produzidos pelo mesmo Órgão em Atu.,on -0uból.L6Cl.L6 (Draparnaud, 1 805) e A. ate/!., pela dependência de neurosecreção. Mais tarde, SMITH ( 1 966) con cluiu também em A. atVt, que a modificação na proporção do óvulo e esperm� tozóides era motivada pela variação de alta temperatura e baixa Umidade. Estas afirmações podem explicar a presença dos dois tipos de gametas no mesmo follculo e a dificuldade, para a observação de óvulos. Nos exemplares de Tha.umM:tul.i que estudamos, não encontra- 7 12 mos variação, no numero de grupo fol iculares do ovoteste, dentro das espe cies, mas entre elas e no volume ocupado na glindula digestiva. T. (T.) · t.au.na,i,6,Ü possui 7 grupos e dimensões intermediárias entre as demais, T. (T.) magni6ic..u.6 com 5 tendo o ovoteste de maior volume e T. (T.) aelúí!.le.6 com 6 sendo a menor glindula (QUADRO 1 ) . CANAL HERMAFRODITA Tubo longo, Único que apresenta grandes contrastes quanto ã constituição, forma e cor. Enovelado, em sua maior parte, tem percurso - ligeiramente sinuoso, próximo ao canal coletor do ovoteste e em sua porçao basal. Há o predomínio de extensa área, rica em pigmentação que lhe confe re coloração castanha escura (KÜPPERS, 1979: N99, A20, M50) ou mesmo negra (KÜPPERS, 1979: N99, AOO, MOO) sobre a cor esbranquiçada das extremidades (Figs. 2-3) . Histologicamente, a seçao transversal, da região fortemente enovelada, mostra-nos várias luzes, circular e pre, nos animais adultos, por massas compactas des, dispostos em turbilhão ou irregularmente. elíptica, preenchidas sem acidófilas de espermatozói- Epitél io cúbico ciliado com células de citoplasma homogêneo e acidófilo reveste internamente a luz do órgão. Em determinadas áreas, este epitélio se estratifica, os cílios desap�recem, as células aumentam de tamanho apresentando citoplasma vacuo lar, provido de material granular verde escuro e. núileo volumoso, quase sempre elíptico, de distribuição irregular. A membrana basal se espessa pela união de fibras elásticas, e acha-se circundada por feixes de fibras colágenas, dispostos longitudinalmente, sep�rados pelo mesmo tipo de fi bras, com disposição circular. Tênue limina conjuntiva envolve esta regi ã6, deixando perceber em um dos lados uma prega delgada que macroscopica mente é visível como um delgado fio, e que em estudos histológicos aprese� ta-se como uma camada de fibras conjuntivas (Figs. 23 e 24) . Considerações: LANZIERI ( 1966), ao estudar os aspectos mor fo-estruturais do sistema genital de Subu.Li.na octana. (Bruguiere, 1792) di� cordou de RIGBY ( 1 965), por este autor, ter comparado funcionalmente a vesí cula seminal de Suec.inea. pu.,tJc,,,ú., (Orbigny, 1846) a de mamíferos, justifica� do ser este órgão, estritamente glandular nestes animais. Em 1969, LANZIE RI por considerar impróprio o termo "vesícula seminal" substituiu-o por 7 13 "cana 1 hermafrod i ta11 em VJz.!fYnae.i.v., papyll.ac.e.U6. DUNCAN (1958) em Phy-0a óontina-lw (Gmel in, 1791) , descre veu-o como um duto de pequeno calibre nas extremidades, com a porção medi� na dilatada,contendo, inúmeras evaginações laterais, provocadas por secre ção glandular que denominou "vesículas seminais". Observamos no canal hermafrodita das espécies de Tha.wnMtu.6 estudadas, uma delgada camada de tecido conjuntivo que envolve o orgao e que se espessa em um dos polos, provavelmente, com a final idade de reforçar e manter unidas as inúmerasdobras que compõem este canal. Observações histológicas realizadas em exemplares adultos e jovens, durante diversas fases do ano, demonstram a presença de massas compactas de espermatozóides, preenchendo toda a luz tubular, nos exempla res maduros. Estas observações concordam com as de DUNCAN (1958) e LINO (1973) para Phy-0a óonüna.Li..6 e He.Li.x poma.üa Linnaeus, 1758. O primeiro autor analisando cortes seriados do canal hermafrodita, observou que o ov� lo caminhava no interior da massa de espermatozóides, provavelmente com m� vimento amebóide já que é distituído de cílios. Nos trabalhos de DUNCAN ( 1958) e de RIGBY ( 1965) em Basommatophora e Stylommatophora respectivamente, encontramos .explicações e justificativas para a diversidade celular encontrada no canal hermafrodi ta .?e Tha.wnMtu.6. DUNCAN assinalou que em P. óontina-lw as protuberâncias da parede do duto são originadas por agregação de células glandulares e RIGBY em S. pCLVú.6, justificou o aspecto diferente das células epiteliais do revestimento interno, como sendo fases de secreção. Análises macro e microscópicas do canal hermafrodita, das espécies estudadas, indicaram variação nas dimensões e semelhanças na cons tituição desta estrutura. T. magnióic.u.6 possui o canal hermafrodita mais longo, largo e espesso e T. ac.lullu o menor (QUADRO 1 ) . COMPLEXO DE FERTILIZAÇÃO De forma cilíndrica alongada, e extremidade 1 ivre é uma·re gião bastante diversificada pela presença de vários canais e inúmeros túbu 7 7 14 los. Estende-se entre as porçoes mediana do canal hermafrodita e proximal do ovispermoduto estando comprimido, contra a glândula de albume, com a qual mantém Íntima relação no ponto, em que se aprofunda no tecido glandu lar, para receber o canal coletor da glândula. Compõe-se sucessivamente de: porção apical do canal hermafrodita, receptáculo seminal, saco de fertil i zação e canal coletor da glândula de albume, sendo envolvido por tecido co� juntivo, formando macroscopicamente um só conjunto (Figs. 2, 3 e 25). Porção Apical do Canal Hermafrodita: Por ser um tubo es branquiçado (KÜPPERS, . 1979: NlO, AJO, MOO), não pigmentado, de pequeno ca libre e percurso ligeiramente s1nuoso contrasta com a sua porção anterior. Em seu trajeto, vai até as primeiras grandes dobras do ovispermoduto e re torna, acompanhando o terço distal da glândula de albume indo abrir-�e, ju� to ao saco de fertilização e túbulos do receptáculo seminal (Figs. 2, 3 e 26). - Em seçao transversal, histologicamente, apresenta-se como estrutura tubular de luz irregular, em virtude do eriçamento da mucosa, que está revestida por epitélio cilíndrico, ciliado com células de cito plasma acidÕfil� claro, núcleos volumosos, basófilos, elípticos e densamen te cromáticos e cílios longos. No interior das projeções papilares, além do tecido conjuntivo frouxo, observamos fibras musculares 1 isas que as su� tentam. Segue-se, uma camada muscular 1 isa circular com lacunas hemocél i cas, de permeio. Receptáculo Seminal: Ocupa a face interna e a maior par!e do tubo cilíndrico e esbranquiçado (KÜPPERS, 1979: Nl0, Al0, MOO) que cor re, paralelo à face côncava da glândula de albume. Análises histológicas, em série, em seções transversal e longitudinal, demonstram a existência de vár-ios túbulos, que terminam em níveis diferentes nas suas duas extremidades e em fundo cego (Figs. _27-30). na apical Em seção transversal, na região mediana, observamos·a luz com aparentemente 8 túbulos, revestida de epitélio cúbico ciliado, de cito plasma acidófilo, núcleos basais volumosos, densamente cromáticos e de cí- 1 ios bastante longos. Envolvendo os túbulos, há uma camada de tecido con- juntivo que tem origem na periferia, tornando-se mais espessa, na região 15 que separa esta estrutura, do saco de fertilização. Na luz dos túbulos en contramos pequenos feixes de espermatozóides, orientados sempre em direção ã extremidade apical e muitas vezes com a cabeça mergulhada no epitélio. Saco de Fertilização: Estrutura digitiforme, de luz ampla, paralela ao receptáculo seminal, em sua base, e localizada entre este e o ponto de confluência da porção apical do canal hermafrodita. Estudos histológicos, de seções longitudinais, permitem acompanhar o trajeto do saco de fertil izaçãq, ao lado dos túbulos de maior calibre que compõem o receptáculo seminal. Observa-se, também o grande n_Q_ mero de lacunas no tecido que separa as duas formações, a presença de célu las glandulares, as lâminas, conjuntiva e muscular circular que as envol vem e, a dual idade do epitélio de revestimento interno que do lado vizinho à porção proximal do canal hermafrodita é cúbico simples, de cílios pequ! nos e do outro cilíndrico simples de cílios maiores (Figs. 28 e 30). Em seção transversal, em diferentes níveis, a luz se apre senta quase elíptica, ampla, diminuindo seu diâmetro somente na extremida de 1 ivre em alguns exemplares e com massa de espermatozóides. Como o nome atesta, o saco de fertilização é considerado local onde se processa a fu são dos. gametas. Canal coletor da Glândula de Albume: Origina-se a partir da confluência das grandes vias excretoras desta glândula, indo desaguar no tubo resultante da fusão do receptáculo seminal com o saco de fertiliza ção, próximo ao ovispermod�to� Este canal, distingue-se dos outros que compõem o complexo de fertilização por apresentar, cílios curtos e densos. Na sua luz, observa-se produto das células glandulares, da glândula de al bume (Fig. 28). Considerações: Há uma grande variação na disposição e nume ro de estruturas que compõem o complexo de fertilização nos diferentes gê neros da subclasse PULMONATA. Esta diversidade levou BAKER ( 1 945) apud PAN ( 1 958) a designar por "carrefour" em Hw.x poma;t:,úr, a dilatação local.!_ zada no final da glândula de albume, no ponto de união do canal hermafrodi ta com os tratos genitais masculino e feminino. SOLEM ( 1 955) descrevendo a genitál ia de V�ymaeuJ.i afirmou J 1 1 6 que o 1 1carrefour1 1 recebe dutos da glândula de albume e do canal hermafrodi ta. PAN ( 1 958) assinalou que não há distinção entre as estrut� ras do 1 1carrefour1 1 e do duto da glândula de albume, embora o primeiro pos sa ser apresentado como porção dilatada deste duto em AMVUJ.lonb-<.,6 glab.tz.a..tui> (Say, 18 1 8) [ = BiomphalaJÚa glabtutta.] • VAN MOL ( 197 1 ) ao estudar a anatomia de Bul imul inae, des creveu e figurou o 1 1carrefour1 1 dividindo-o em 1 1 talon 1 1 e glândula de albu- me. LEME ( 1973) ao comparar anatomicamente os Strophocheiloi dea indicou e figurou o que denominou saco glandular anexo, localizado na face central da glândula de albume cuj o duto, vai ter distalmente no 1 1talon 1 1 • Foram vários os termos utilizados para designar a estrutu ra formada pelo receptáculo seminal e saco de fertilização. Pela localiza ção e função desempenhada ' 'Órgão ejaculador" acessório do canal deferente, por GRATIOLET ( 1850) em Hilix. ; pela semelhança com pequena haste 1 1talon ou diverticulum1 1 , por SAINT-SIMON ( 1853) e por MOQUIN-TANDON ( 1855) em HeLi.x.. Mais tarde, Ós termos 1 1talon 1 1 e 1 1ceco 1 1 foram usados principalmente na a·na tomia de Bul imul idae ; BARROS ARAUJO ( 1972 e 1973), BREURE ( 1978 e 1979), LANZIERI ( 1 969), LANZIERI & ALMEIDA ( 1964), LANZIER I & REZENDE ( 1965), RE ZENDE ( 1 975), REZENDE & LANZIERI ( 1963 e 1 964) ; REZENDE, LANZIERI & INADA ( 1 972) e VAN MOL ( 1971). Para VAN MOL ( 1 97 1), os elementos constituintes do 1 1talon 1 1 , por variarem em numero e proporções, podem contribuir para fornecer crité - rios que determinariam afinidades entr� os níveis taxonômicos mais altos. Ao corpo cilíndrico localizado na face côncava da glândula· de albume e composto de dois segmentos distintos, receptáculo seminal e sa co de fertilização, REZENDE ( 1 975) denominou "Complexodo Receptáculo" em Vnymaell6 papynaeell6. Desde cedo, o complexo de fertilização foi considerado se- 7 7 7 1 7 de da fertilização (ME I SENHE I MER, 1907), apud DUNCAN ( 1 975), afirmando o ú..!_ timo autor que se esta nao se processa exatamente no saco de fertilização, deverá ocorrer em sua vizinhança. das de Nossas FRETTER observações, deste ( 1 962) , R I GBY ( 1 965) complexo, aproximam-se e VAN MOL ( 197 1 ), os espermatozóides orientados no mesmo sentido e encontrados no receptácu lo seminal dos Bul imul inae seriam exógenos, pertencentes a cutro indiví - duo, transferidos pela cópula . Assim a função desta estrutura seria de l o cal de estocagem e espera da 1 iberação de óvulos que viriam para o saco de fertilização. Diversidade e pequenas dimensões deste complexo nao nos permitiram realizar uma análise comparativa satisfatória entre as espécies de ThaumM.t.u./2 estudadas. GLANDULA DE ALBUME Lobulada e acinosa, localizada na quarta volta do corpo do animal, abriga em sua face côncava, da porção mediana ã superfície 1 igada ao Ovispermoduto, o "Complexo de Ferti 1 ização 1 1 • No animal adulto, ocupa grande área da massa corporal sendo translúcida, gelatinosa, amarelada (KÜPPERS, 1 979: NOO, ASO, MOO), e praticamente 1 ivre, no jovem e p�quena, ·fortemente sulcada, amarela (KÜPPERS, 1979: NlO, A30, MOO) ou castanha (KÜPPERS, 1979: N30, A40, M20), estando aderida aos Órgãos vizinhos (Figs. 1 -3) . Por destruição de determinadas áreas · glandulares, podemos evidenciar o canal coletor, orientado para o conduto que é o prolongamento do receptác_u 1 o semi na 1 e saco de fert i 1 i zação . Histologicamente, em seçao transversal, apresenta caracte rísticas das glândulas tubulares, com células poligonais e amplas, de cit� plasma claro vacuolar, sendo que algumas mostram também massas densas, ho mogêneas e acidófilas, de natureza proteica. Os núcleos são volumosos, cón� pícuos e - predominantemente basais. Estas células repousam sobre uma mem - brana basal bastante delgada, provida de núcleos em bastão. A lobulação é evidenciada, por septos conjuntivos que separando algumas dezenas de ác i - 7 7 l 1 8 nos, têm origem na fina cápsu l a de tecido conjuntivo que envo l ve a g l ându� l a. Os ácinos, apresentam l uz pequena, central e circu l ar envo l vida por cé l ulas comprimidas, de 1 imites pouco visíveis (Figs. 25, 3 1 e 32) . Longitudinal mente, em certas areas da glândula, observamos túbu l os de paredes simp l es e epitê l io de cé l u l as cúbicas com luz estreita que se di l ata em vários pontos, formando pequenas bo l sas preenchidas por material secretório, acidófil o e homogêneo em forma de massas circu l ares e de diâmetro variados. As grandes vias excretoras são revestidas de mucosa marcan temente pregueada sendo seus e l ementos epite l iais, constituídos de cé l u l as cubóides, de citop l asma c l aro, providas de núi l eos basais, medianamente cromáticos que se dispõe ora 1 inearmente, ora em ag l omerados desordenados. Estas vias confluem p�raum único duto. coletor da glându l a (Fig. 28) . Considerações: Esta g l ândula apresenta variações ao l ongo do seu desenvolvimento, época do ano e atividade reprodutiva do mo l usco, quanto ao tamanho, consistência e cor. SM ITH ( 1966) ana l isando a maturaçao desta estrutura em Alúon a.:te.Jl. descreveu e figurou três estágios: tubu l ar simples, tubu l ar com posto e maduro. No Ú l timo estágio as cé l u l as apresentam-se rep l etas de grânu l os po l igonais de secreção. · Em nossas observações, foi possível iden tificar os estágios tubu l ar composto e maduro. Para DUNCAN (1975 ) l ogo após a fertil ização, o ovo e envo l vida pe l a secreção nutritiva da g l ându l a de a l bume. Aná l ises macro e microanatômicas, não evidenciaram varia ções estruturais na g l ându l a de albume, das espécies de Thaumcv.,,tw., estuda das. OVISPERMODUTO Conduto longo e pregueado irregu l armente que se estende da porção basa l da g l ându l a de a l bume, até a vagina (Figs. 1 -3). Variações macro e microanatômicas e histo l ógicas permitem 7 1 9 identificar as quatro estruturas que o compõe : útero, próstata, oviduto e espermateca. I Otero: conduto de cor esbranquiçado (KÜPPERS, 1979 : NlO, A20, M I O) e fracamente pregueado nas extremidades no animal adulto, se apresenta com intensa pigmentação castanha (KÜPPERS, 1 979 : NSO, A60, MSO) com pregas acentuadas, estendendo-se do complexo de fertilização ao ovidu to (Fig s. l -3) . Em seção transversal os cortes histológicos apresentam, nos diferentes níveis anal isados,luz elíptica e eriçada por projeções e revesti_ da por epitélio cilíndrico simples, ciliado, com células de citoplasma ba sófilo claro, núcleos elípticos, dispostos em paliçada e pobremente cromát.!._ cos. Estas células s�o baixas e o comprimento dos cTl ios não ultrapassa a metade de sua altura. Na região mais dilatada, próximo à glândula de alb� me, abaixo do epitélio, predominam células volumosas, de disposiç-ão irreg� lar, citoplasma basófilo claro, granuloso, e estriado longitudinalmente. Seguem-se células de citoplasma claro para cinza-rosado com granulações azuis, que reagiram positivamente ao PAS. e, núcleos densamente cromáticos e quase sempre centrais, formando a glândula de Muco (Fig. 3 1 ). O epité - 1 io que recobre esta árJa glandular, é exatamente provido de células cal i ciformes. Nos outros n 1veis observados, em seção transversal, as células continuam volumosas mas de citoplasma nitidamente acidófilo e finamente granular. Em maior aum�nto, é visível , o delgado prolongamento que parti� do das células abrem-se na luz do órgão. Entre as células observamos teci do conjuntivo de permeio, representado por fibras colágenas, células e la- cunas, do envoltório externo. A camad� muscular que se segue e espessa, intercalada por feixes formando uma túnica circular interna e outra longi tudinal externa. O canal que acompanha as primeiras dobras uterinas, obser-- vado em seçao longitudinal, possui trajeto largo e sinuoso, com revestimen to cúbico simples podendo apresentar massas extremamente densas de esperm� tozóides, dispostos em turbilhão. Esta estrutura apresenta a seguir uma - - extensa prega formada pela parede uterina que divide a luz do orgao, impe� feitamente, em duas regiões, cavidade uterina e canal espermático, tendo a próstata acoplada a um dos lados. O canal é revestido por epitélio cilín- drico simpl es, em certos trechos, apresentando áreas com células cúbicas 7 7 20 contendo cílios longos. Em sua porção proximal, há um agrupamento de célu las glandu l ares, sub-epiteliais ou intercalando-se com o epitélio que se destaca por sua intensa basofil ia, citoplasma contendo granulações intensa mente azuis, PAS +, e núcleos volumosos e densamente cromáticos, consti tuindo uma pequena área granular, denominada "glândula vestibular" (Fig. 3 2 ) . Próstata: massa lobulada, de cor branco leitosa (KÜPPERS, 1 979: N20, A I O, MOO), justaposta ao longo do útero que avançando de manei ra irregular sobre suas dobras, afila-se na extremidade basal. Õrgão gla� dular, tubuloso, tem suas unidades separadas por tabiques conj untivos que partindo do envoltório externo, se ramificam para o interior com o aspecto ao longo de seu percurso (Figs. 33 e 34). mesmo Histologicamente em seção transversal, mostra-nos aglomer� dos bem definidos, de células glandulares em forma de pirâmides truncadas. No centro de cada adenômero, a luz circular é 1 imitada por pequenas célu las alongadas com núcleos el ípticos, fortemente cromáticos constituindo um envoltório que parece fazer parte da parede um túbulo (Fig. 35). O cito plasma da volumosa célula glandular, que forma a massa da maior parte de toda a próstata, se apresenta eosinófilo, com aspecto granuloso. Observa doem maior aumento, permite distinguir, formações circulares homogêneas, em torno dos grânulos, que por serem fortemente eosinófilos contrastam com o citoplasma amorfo claro, aprisionado em seu interior (Fig. 36). O nu cleo e volumoso, esférico, basal e rico em cromatina. A secreção da glân- dula e lançada diretamen�e no canal espermático pelos das células. túbulos que parte Após . as estruturas descritas seguem-se fibras do tecido conjuntivo, lacunas hemocél icas e duas camadas musculares, circular e lon gitudinal. Oviduto: tubo simples e longo que se estende ao Útero a va gina, dilatado na conexão com o canal da espermateca (Figs. 1 -3). Histologicamente, em seção transversal, apresenta luz elí.e_ tica eriçada por pregas que são revestidas de epitélio cilíndrico simples cil i ado, com células de citoplasma acidófilo claro e núcleos em bastão, ba 7 2 1 sais, dispostos em paliçada e fortemente cromáticos . Delgada camada de te ciclo conjuntivo e fibras musculares acompanham o revestimento interno . Se gue-se uma espessa camada sub-epitelial de células glandulares que através de dutos, lançam seu produto na luz do Órgão possuindo citoplasma acidófi lo e granuloso e núcleo central. Toda esta estrutura glandular é envolvi da, por duas túnicas de fibras musculares 1 isas com disposição circular e longitudinal respectivamente. Em seção longitudinal observamos, na passagem do Útero pa ra o oviduto, a substituição das células localizadas aba lxo do epitélio de revestimento interno por um córion de tecido conjuntivo frouxo e fibras musculares I isas . A luz do Órgão mantém, formato elíptico e menor diâme tro em relação ao do útero. Espermateca: estrutura ovalada ou esférica, volumosa, es branquiçada (KÜPPERS, 1979: NlO, AlO, MlO), localizada próximo a uma das faces do rim, e com sua base encostada ao intestino, glândula digestiva e aorta, estando aderida a estes Órgãos, por uma delgada camada de tecido conjuntivo e fibras musculares . No animal adulto, seu conteúdo é consti tuído de uma massa de cor castanha-escura (KÜPPERS, 1979: N8O, A99, M6O)ou vermelha (KÜPPERS, 1979: A5O, M9O, COO) que contrasta com a coloração ama relada (KÜPPERS, 1979: NOO, A5O, MOO), encontrada no animal jovem. Nas es pécies de Tha.umM:tu6 estudadas, a espermateca une-se ao oviduto por um tu bo longo, de calibre variado, apresentando na região mediana uma constric ção, seguindo depois afilado até a espermateca . Aderido ao ovispermodutó por delgada lâmina de tecido conjuntivo, contorna-o em seu trajeto final, antes de se abrir n·a éspermateca (Figs . 1-3) . Histologicamente, em seçao transversal, a espermateca apr� senta-se circular ou elíptica, com luz ámpla, devido a pequenas ondulações da mucosa que é revestida de epitélio cilíndrico simples ciliado, com cél� las altas de citoplasma vesiculoso, acidófilo e núcleos elípticos, basófi- los e dispostos em paliçada. A membrana basal e bem evidente, espessada por fibras conjuntivas que a acompanham . Abaixo desta lâmina, aparece tec_!_ do conjuntivo frouxo, lacunar, entremeado de feixes de fibras muscul.ares 1 isas com disposição circular . Na lüz da espermateca, observamos niassas CO,!!! pactas de espermatozóides em turbilhão e espermatozóides isolados, substâ� eia basófila, PAS +, material de aspecto necrótico e delgadas formações la 7 7 7 22 minares, eosinÓfilas, constituídas de material amorfo. Seccionado em diferentes níveis, o canal apresenta luz cir cular, eriçada por papilas e criptas , revestidas por epitélio cilíndrico simples ciliado, com células altas de 1 imites pouco precisos, citoplasma eosinófilo, pouco denso, vesiculoso , núcleos elípticos, basais e fortemen te cromáticos. A porção apical das células apresenta cílios longos e pla nura estriada. Observamos também, massas alongadas fortemente basófilas, PAS +, secretadas por células glandulares, sub-epiteliais. Córion consti tuído de fibras conjuntivas colágenas , células mucíparas, lacunas e fibras musculares que sobem pelo interior das papilas. A túnica muscular que a princípio, apresenta-se entremeada por fibras do tecido conjuntivo · têm seus feixes espessados mais próximos, com disposição circular. Segue-se outra, constituída de feixes de fibras com disposição longitudinal e um delgado envoltório conjuntivo. Em alguns exemplares de ThaumMtU6 observamos, em seçao longitudinal, espermatóforos na luz do canal com massa de espermatozóide e material laminar fortemente acidófilo mais concentrado no polo basal que , em certa porção, torna-se mais delgado envolvendo ou separando massas de espermatozóides em diversos sentidos. Considerações: Terminologia e função do ovispermoduto va riam muito segundo os · diversos autores. Pelas observações microscópicas, na luz do ovispermoduto , em diferentes épocas do ano, de exemplares adultos e jovens, constatamos haver massa de espermatozóides dirigidas para os diferentes polos deste Ó.!:_ gão, de acordo com o exemplar e época, fato este que pode ser considerado como indicador da presença de espermatozóides exógenos, do parceiro, e en dógenos do próprio indivídao, segundo VAN MOL ( 1 97 1 ). Ovos examinados, durante dois anos, de animais em cativeiro nem sempre se apresentaram fecundados. Por ser via condutora de gametas e ovos, porção secretora de envoltórios do ovo e de líquido prostático e pelo predomínio da massa uterina, · optamos pelo termo 1 1ovispermoduto 1 1 para denominar este orgao. 7 7 7 7 l 23 Segundo SCOTT ( 1 939) o termo 1 1espermo-oviduto 1 1 que util i zou para descrever anatomicamente este orgao em StJtophoeheÁ.1.Uf.i lo�enü.z.la.n.M (Doering, 1876) foi criado por BECK ( 1912) ao descrevê-lo em "Bll.Li.n1U6 .óp. " . SCOTT (op cit. ) identificou no "Útero ou espermo-oviduto11 , uma ampla cavidade pregueada, duto feminino, e uma goteira [ = canal] que seria o sulco espermático ou prostático por acompanhar a glândula com esse nome. Para SOLEM ( 1955) o espermoviduto é constituído por útero, massa esbranquiçada e retorcida e próstata, massa amarelada de tecido gla.!:!_ du 1 ar. LANZIERI & REZENDE ( 1 965) descreveram detalhadamente o ovispermoduto de BÚLimM eofl.Úmbaen6,ú., Pilsbry, 1 897, indicando variações na estrutura microscópica do útero, representadas por diferenças na dispo sição e tamanho de cílios, do epitélio de revest i mento da luz tubular e, basofilia das células glandulares que se dispõem ao longo do ovispermodu - to. Cortes histológicos demonstraram haver no Útero e na pros tata predomínio de células glandulares em sua constituição que os tornam sujeitos ã variações funcionais, responsáveis pelas alterações observadas em suas paredes, durante os períodos reprodutivos, representados por tume fação e variação na cor. Macroscopicamente, o ovispermoduto, na vizinhança da glân dula de albume a comprime, dando a i�pressão de que penetra. através de suas paredes para receber 6 canal resultante da junção de todas - as estrut� ras que compoem o complexo de fertilização. O exame histológico, entreta.!:!_ to, nos mostra que os envoltórios conjuntivos, dessas duas estruturas, não sao interrompidos demonstrando haver somente, uma estreita relação de vizi nhança. SMITH ( 1 966) descreveu os estágios de maturação do sistema reprodutor de A. atvr. e afirmou serem os dutos, masculino e feminino, sép� rados por uma prega longitudiral e unidos por células epiteliais. Na descrição microscópica do útero de Su.eunea meJÚ<Üonal,ú., 7 --, 24 Orbigny, 1 846, é registrado por LANZ I ERI ( 1965) a presença de "pequena re gião em forma de goteira que não é dotada de células glandulares como a que existe na parede uterina restante". Nos estudos histológicos e histoquímicos da próstata de Vlttjma.e.w., pa.py1ta.c.e.w., (Mawe, 1823), LANZIERI ( 1969) é o primeiro a afirmar a separação dos trajetos para o qvoe espermatozóides, no ovispermoduto des te Bulimulidae. Para LEME ( 1973) a separação dos dutos femininos e mascul i nos, nos Stylommatophora se dá mais abaixo do que nos Basommatophora onde a fenda [ = canal espermático ] surge na vizinhança da glândula de albume. No estudo anatômico sobre Sul imul idae, VAN MOL ( 1971 ) de monstrou existir três áreas glandulares no ovispermoduto: glândulas do mu co, vestibular e prostática. Em Thauma..6.t.UJ.i .6 p. e Bu.Lúnw., .6 emicin.c..t.UJ.i Pilsbry, 1897, a glândula do muco assume grande importância, apresentando se sob dois aspectos diferentes, na mesma célula : citoplasma preenchido de secreçao com finas granulações fortemente azuis e citoplasma cinza-rosado. Reduzida a algumas células sub-epiteliais com citoplasma fortemente basóf_!_ lo, a glândula vestibular, acha-se confinada, nos exemplares das duas espé cies citadas, ao canal espermático, próximo ã junção dos ácinos pros'táti cos. Na glândula prostática as células que constituem os ácinos possuem citoplasma espumoso, de cor cinza-claro com trama cinza-rosado e núcleo ba sal. (VAN MOL, 1 97 1 ). Conhecida também por "receptáculo seminal" por HOLM, (1946) ou "bursa copulatrix" como usada por LEME ( 1974) na descrição origi na 1 de Gon.yo.6.t.om_w., in..6u..la/Ú.6 consideramos a esperma teca um anexo do ov is - permoduto, relacionada intimamente com o trato genital feminino, por estar unida diretamente ao oviduto. SCOTT ( 1 939), citou diferentes termos pelo qual este anexo era conhecido e assinalou que preferiu utilizar o termo 1 1espermateca1 1 para o mais característico dos anexos sexuais, já que nao existia homologia nem analogia, que justificassem o emprego de termos anatômicos pertencen tes a vertebrados. Por terem sido encontrados espermatóforos na espermat� ca de outras espécies SCOTT (op cit. ) concluiu que este diverfícúlo · é uti lizado para receber os produtos sexuais do outro indivíduo, em fecundação 25 çruz_ada. Podendo variar na forma, a espermateca apresenta constitui ção histológica seme l hante entre os Basommatophora e Sty l ommatophora. Se ções anatômicas e histo l ógicas realizadas por HOLM (1946) em L. -6.:ta.gna.Lú.i apne.J.iha (Say, 1818) e por OUNCAN ( 1958) em P. óon.tina.Lú.i para os Basomotó foros e por JURBERG et a l l ( 1979) em T. ach,ille.J.i, por JURBERG ( 1978) em T . .ta.un.a,u.,..U., por LANZIER I & REZENOE ( 1965) em B . conumbaeM,Í,.6 , por REZENOE (1975) em V. papynaceU6 e por SOLEM ( 1955) em VnymaeU6 entre os Esti l omató foros, não apresentaram variações. LEME ( 1974) justificou a substituição do termo espermateca por 11bursa copu l atrix11 e canal da 11bursa copulatrix1 1 em G. iM ulaJU-6 LEME, · 1974, por aceitar as justificativas de LINO ( 1973) em H. poma..ü.a. REZENOE ( 1975) assinalou a presença de es�ermatóforos no canal da espermateca de V. papy�aceU6, descrevendo-o histologicamente, fi- gurando-o e chamando atenção para a seme l hança com a figura por SOLEM (1955) em V. hulcoho-6 (Pfeiffer, 184 1). LANZIERI apresentada & REZENOE ( 197 1) pesquisaram polissacarídeos no espermatóforo de V. papynaceU6 des creveram esta formação como um 11cartucho11 que encerra espermatozóides e substância amorfa eosinófi l a. Observamos em ThaumM�U6 , espermatóforos com as mesmas características assina l adas para as duas espécies citadas de V�ymaeU6 . Na l uz da espermateca de muitos pu l monados e encontrada uma substância pigmentar verme l ha de função desconhecida, segundo OUNCAN (.1975) e que observamos, também em ThaumM�. SMITH (1955) e LINO ( 1973), sugeriram, por estudos histoquímicos do conteúdo e epitél io interno da es permateca, de H. pom� que esta substância pigmentar, possui função de digestão para o excesso de espermatozóides. Pe l a macroanatomia e microanatomia dos componentes do ovis permoduto, das espécies de ThaumM�U6 estudadas, só observamos diferenças na forma da espermateca, de exempl ares adultos, sendo que em T. (T. ) .ta.una,Í,.6,Ü, apresenta-se ova l ada, em T. ( T. ) magni6iCU6 ovalada mais a l onga da, com uma constricção no polo basa l e em T. ( T. ) ach,ille.J.i esférica . No ponto de inserção com o cana l da espermateca este sofre uma di l atação brus ca em T. (T.) ach,illu que contrasta com a dilatação l enta, nas duas .7 26 outras espécies de Tha.umMtul.i estudadas (Figs. 7-9, QUADRO 1 ). CANAL DEFERENTE Tem origem, na união de duas pequenas pregas do canal es permático, na porção distal do ovispermoduto, logo abaixo da próstata (Fig. 37). A princípio, seu trajeto e interno, aflorando logo após, para correr aderido à parede do oviduto, até a junção deste com o complexo peniano. Nesta região, sobe ao longo da bainha muscular do pênis, dobra-se sob sua parte 1 ivre, descendo paralelo até sua base para subir, novamente, ao lon go �o falo, oposto a sua entrada. Penetra na porção 1 imite do ep f falo com o flagelo, onde após curto trajeto vai abrir-se na luz do primeiro. Em to do o seu percurso este canal está aderido às estruturas anexas por delgada lâmina conjuntiva (Figs. 1 -3). Em T. (T. ) ta.unwü este cana 1 apos dobrar-se sobre a ba i nha muscular do falo, forma uma alça ampla, na região basal do falo, de continuação reta (Fig. 4). Em T. (T . ) ac.rúll.eó, o cana 1 deferente apos dobrar-se sob a bainha muscular quase em sua base, ·forma uma alça estreita, contornando o falo, de continuação espiral (Fig. 5). Em T. (T. ) magnióic.Uó o trajeto forma também uma simples alça diferindo por ser mais estreita, de continuação reta (Fig. 6 ) . Cortes histológicos seriados, em seção transversal, demon� tram ao nível do oviduto, que a luz do canal deferente é circular, eriçada por expansão papiliforme e _revestida por espitélio cilíndrico simples, c..!_ 1 iado, com células de citoplasma acidófilo claro e núcleos elípticos, for tement� cromáticos e basal s, e c fl ios longos. Delgada camada de tecido conjuntivo, precede as duas túnicas de fibras musculares 1 isas, com dispo sição circular e longitudinal, sistema de lacunas e envoltório conj untivo externo. Ao nível do complexo peniano, a luz torna-se elíptica, mais am pla, revestida por epitélio con-st'i.:tuldu de células menores, sendo que em a_!_ gumas porções, apresenta-se cúbico, com cílios longos pequenos, citoplasma basófilo claro, núcleos circulares, cromáticos basais e dispostos em pal i- çada. Pelos cortes em série, observa-se a penetração do canal deferente 7 7 2 7 no ep i falo , sua aprox i mação e desembocadura na luz des se orgao . Cons i derações: O termo canal deferente é apl i cado na anat� m i a dos pulmonados para des i gnar a estrutura tubular i solada que conduz so mente espermatozó i des do canal espermát i co ao ep i falo . SOLEM ( 1955) ut i l i zou-o no mesmo sent i do em Vnymaew., ao af i rmar que era um longo tubo un i ndo o sulco sem i nal ao ep i falo . REZENDE (1975) além de descrevê-lo anatôm i ca e h i stolog i c� mente em V. papylW..eelU> ass i nalou que seu menor compr i mento em relação ao Órgão copulador mascul i no tem por função forçar a flexão na altura do falo prox i mal e ep í falo . A função do canal deferente ser i a de condutor dos esperma- tozó i des para o pên i s, sendo este fato conf i rmado pela d i reção da dos cíl i os . (BAYNE, 1967 apud . DUNCAN, 1975) . bat i da J URBERG et a i 1 ( 1979) e J URBERG ( 1978) em T . (T. ) aeh.,é,Uv., e T. (T. ) ta.una.Ã.,,6,Ü, dão como or i gem do canal deferente o f i m da próstata, que segue depo i s i nternamente por um trecho curto, tornando-se externo, ao nível do ov i duto, onde segue paralelamente . Macro e m i croscop i camente é o trajeto do canal deferente, ao nível da ba i nha muscular, que apresenta d i ferenças ma i s marcantes: em T. (T. ) .t.a.u.na.Ã.,,6,Ü, nesta reg i ão forma uma ampla alça, em T. (T. ) magrú6�C111.i a dobra formada ébem ma i s estre i ta e em T. (T.) aefú.Lte.1:, forma uma alça· correndo pela parede i nterna da ba i nha muscular, contornando depo i s o pe n i s em esp i ral (F i gs . 4-6, QUADRO 1 ) . No ponto c i tado o canal defe�ente está ader i do i s da ba i nha muscular e do pên i s por delgada lâm i na conjunt i va o que seu deslocamento . COMPLEXO PEN IANO paredes i mpede Predom i nantemente muscular, tubular e de cor esbranqu i çada (KÜPPERS, 1979: NlO, AlO, MOO) f i xado em sua porção ap i cal ao a s soalho da 7 7 7 28 câmara pal ial, pelo músculo retrator do pênis, estendendo-se até a vagina (Figs. 1 -3). Observado externamente é um tubo que varia de diâmetro mas a dissecção e os estudos em série, de seções transversais e longitudinais, demonstram diversidade em determinadas áreas no que se refere a existência e número de pregas longitudinais e estruturas glandulares. Fibras musculares e sistema de lacunas, presentes em todo o complexo peniano, desempenham importante papel na contração e evag i nação do pênis, durante a cópula. Este sistema lacunar se caracteriza, por apr.!:_ sentar malha fina, constituida por c�lulas e fibr�s do tec l do conjuntivo que delimitam espaços ovais ou irregulares contendo, muitas vezes, uma subst ância que se cora de rosa claro pela Eosina. Está constitu ido de: músculo retrator do falo, flagelo, epifalo, falo e bainha muscular do falo. Nas espécies de Tha.wna6tU6 estudadas, o complexo peniano apresentou variações no comprimento e espessura sendo o de T. (T. ) magnióiCl.Ló o mais desenvolvido e o de T. (T. ) aeh,illv., o menos desenvolvi do. No que se refere a microanatomia e histologia as variações apresenta das estão 1 igadas a variação funcional. Músculo Retrator do Falo Lâmina homogênea, delgada e esbranquiçada (KÜPPERS, 1979, NlO, A40, MOO), fixado por uma das extremidades ao assoalho da câmara pa lia i onde se intrega ao retrator do pé, _um dos três ramos do músculo colu melar. Por sua extremidade oposta se ·insere ao flagelo, quase lateralmen te ao seu ápice (Figs. 1 -3). Cortes histológicos em seçao longitudinal, demonstram que no ponto de união com o flagelo os feixes do músculo retrator se separam envolvendo-o lateralmente, com maior ·espessura do lado esquerdo (Fig. 38 ) . Em seção transversal, apresenta-se como uma massa muscular compacta de fi bras longitudinais, reunidas em feixes por tênue lâmina conjuntiva. O en voltório externo é muito delgado, constitu ido por tecido conjuntivo de ce- 7 29 l ulas com limites pouco precisos e núcleos grandes e alongados. Longitudi_ nalmente, seus feixes muscu l ares ao encontrar o flagelo próximo ao passam a acompanhar este Órgão unilateralmente (Fig. 38) . Flagelo ápice Orgão tubular curto em relação ao complexo peniano, digiti_ forme e de extremidade cega em sua porção apical onde se prende ao músculo retrator do pênis, e de calibre aumentado, em seu 1 imite oposto, que é sem pre o ponto de encontro com epifalo e o canal deferente (Figs. 1-38 e 38 ) . A luz do flagelo. aumenta de diâmetro lentamente para a região basal, possu indo as paredes internas, 4 i 6 pregas longitudinais que variam na altura e disposição. Em seção transversal, os cortes histológicos apresentam luz c i rcular ou elíptica, eriçada por papilas e depressões que estao reves tidas por epitélio cilíndrico, simples, com células de citoplasma acidófi lo, mais denso na periferia, com núcleos elípticos, fortemente cromáticos e med i anos. Há nesta região e sob o epitélio, grande quantidade de célu las volumosas, de citoplasma vacuolar, basófilo, de reação PAS +, abrindo se individualmente na luz do orgao. Observamos também, em uma pequena á rea situada no ápice de uma grande prega, cuja extremidade apresenta-se encurvada, bem evidente, um tufo de cíl ias longos e eretos, voltados para o centro da luz do Órgão (Fig. 39). Tecido conjuntivo frouxo vascular e fibras musculares lisas sustentam o epitélio, ascendendo no interior das papilas. Segue-se a mucosa, espessa camada muscular com predomínio de fi bras de orientação circular, entremeadas de fibras, com disposições longi- tudinal e transversal e, lacunas esparsas. A túnica muscular externa · , e const i tuída por fibras dispostas longitudinalmente, apresentando lacunas esparsas no lado oposto a inserção do músculo retrator do pênis. Epifalo De comprimento igual ao flagelo, diferindo deste por seu diâmetro e estruturas internas apresenta-se bem delimitado, pela invagina ção do canal deferente no complexo peniano e em sua porção apical , e, pela proeminente dilatação da região inicial do falo, em sua porção basal. I nternamente apresenta 8 pregas longitudinais bem mais es- 3 0 pessas do que as do flagelo, que. na região próximo a desembocadura do ca nal deferente, tornam-se mais curtas e convergentes (Figs. 40 e 4 1 ). Histologicamente, em seção transversal, ao longo do epifa lo observamos, luz deslocada para um dos polos e eriçada por fortes elev� ções, que muitas vezes, na região distal chegam a obliterá-la. Na porção apical o epitélio de revestimento é cilíndrico simples, ciliado, de célu las de contornos não muito visíveis, de citoplasma acidófilo, núcleos elí.e, tices, basais e fortemente cromáticos. Tecido conj untivo frouxo, vascu lar, constituído por várias lacunas e fibras musculares lisas, com orienta ção circular e longitudinal formam uma trama ocupando grande área da se ção, indo de um polo ao outro. Acompanhando a cavidade principal do epif� lo separada deste, em certas áreas, pelo sistema lacunar e fibras muscula res, há uma glândula acinosa, próximo ao canal deferente. Em seção longi tudinal observamos numerosos tGbulos cilíndricos e ramificados que o cons tituem, com células ciliadas de citoplasma espumoso e núcleos basais, elí_e, ticos e fortemente cromáticos, contendo alguns material acidófilo em sua luz. O canal deferente que penetra no epifalo, em sua região apical, desemboc3 na luz do Órgão, através de uma goteira sinuosa, apos um curto trajeto descendente. O revestimento epitelial da porção distal do epifalo dife re da anterior, pela altura das células e por apresentar no citoplasma su pranuclear, granulações acidófilas. Todo o Órgão é envolvido por uma espessa camada muscu l ar dupla de espessura aproximadamente igual. Na interna, apesar de fibras de disposição variável, predominam fibras circulares e na externa, fibras de disposição helicoidal e longitudinal. Fa l o Tubular e dilatado em sua porçao apical onde se une ao ep.!_ fa l o, apresenta menor diâmetro quando penetra na bainha muscular. Por diafanização e dissecção longitudinal o falo é compos to internamente por pregas longitudinais, espessas, podendo em exemplares n 3 1 adultos apresentar granulações brancas e, uma massa compacta responsável pela d i latação da porção ap i cal. arredondada, H i stolog i camente, em seçoes transversal e long i tud i nalmen te, este Órgão apresenta var i ações ao longo de seu traj eto que perm i te ana 1 i sá -lo em t r.ês reg i ões : Porção prox i mal : onde predom i na uma forte reg i ão glandular e pregas long i tud i na i s de trajeto s i nuoso e de ram i f i cações curtas e oblí qüas que dev i do à prox i m i dade encostam umas as outras, d i f i culta.ndo a i de� t i f i cação e contagem. Em seção transversa l , mostram um revest i mento ep i t� l i al c i líndr i co com células volumosas, de c i toplasma granuloso e núcleos elípt i cos, cromát i cos e basa i s contendo mater i al secretór i o, ac i dóf i lo, PAS +. Pequenas células aparecem na v i z i nhança da luz tubular, com nu cleos c i rculares · e basa is, em i t i ndo prolongamentos entre as células secre toras e or i entados, para a per i fer i a e v i síve i s em ma i or aumento. Porção d i stal : cuja seçao long i tud i nal apresenta a cav i da decentral do órgão revest i da por ep i tél i o c i líndr i co com células de c i to plasma acentuadamente claro, núcleos fortemente cromá t i cos, assum i ndo ta i s células, pos i ção cordonal. Este ep i tél i o mostra-se revest i do por um mate r i al l am i nar ac i dóf i lo, d i sposto em delgadas camadas superpostas, onde se pode observar restos de núcleos e lâm i na que se desprende, i nd i cando trans formação córnea. Glândulas tubulares vão term i nar na luz, sendo formadas por elementos tubo ep i tel i a i s alongados, revest i dos por ep i tél i o c i l indr i - co, com células de núcleos elípt i cos e basa i s, contendo na luz, marcadamente ac i dófi lo. mater i al Porção basàl (reg i ão envolv i da pela ba i nha muscular) : cuj a seçao transversal apresenta a luz do Órgão er i çada por elevações e dep��s sões, revest i da por ep i tél i o c i líndr i co c i l i ado, com células de c i toplasma claro, vacuolado núcleos elípt i cos e med i anos. Contrastando com toda a área c i l i ar densa e de pequena altura, repete-se aqu i o que observamos no flagelo de d i versos exemplares, um tufo de cíl i os longos, eretos, - · sobre uma pap i la que se destaca das dema i s por ser ma i or e central. Nesta reg i ão aparecem também células mucosas subep i tel i a i s contendo no seu i nter i or mater i al basóf i lo. Todo o falo se mostra envolv i do por parede muscular, ma i s 32 espessa na região distal, mostrando em seu interior estruturas lacunares, de aspecto areolar. Os feixes musculares lisos longitudinais predominam sobre as fibras com orientação circular, que se entrecruzam. O córion da mucosa apresenta tecido conjuntivo frouxo, vacuolar, representado por fi broblastos delgados e fibras colágenas acompanhando as fibras musculares 1 isas que penetram nas pregas, atingindo à região apical. A seguir há o predomínio de feixes de fibras musculares 1 isas com orientação circular p� ra o interior e lonfitudinal para o exterior (Fig. 41). Bainha Muscular do Falo E uma grande dobras da tGnica muscular do falo, que o en vo l ve , em sua porção basal, abrigando também a alça formada pelo canal de ferente (Figs. 1 -6). Em seção transversal, histologicamente, apresenta diversos feixes de fibras musculares circulares formando esta espessa tGnica que e revestida, ixterna e internamente, por envoltórios conjuntivos. Em sua porção distal observamos estruturas nervosas que são responsáveis pela inervação da bainha e delgadas lâminas conjuntivas, responsáveis pela aderência do canal deferente. Considerações : Pelas variações morfológicas que pode apre sentar, entre as diferentes espécies, fornecendo importantes caracteres p� ra a taxonomia, o complexo peniano tem sido descrito em muitos trabalhos. Termo criado por BAKER ( 1945) para designar na família Pla norbidae, a região constituída pelo pênis, bainha muscular, prepGcio e mus culos que o acompanham é aplicado também ao Órgão copulador dos Bul imuli dae. Constituído por tecido muscular, glândulas e rico sistema de lacunas faz lembrar, o corpo cavernoso encontnado no �ênis de ma�Ífero� Sua principal função parece ser de transferir o esperma para a via genital feminina do parceiro, com auxílio dos cílios, presentes na luz do orgao. Contrações rít�icas, espontâneas, originada� por fibras musculares, persi� tindo durante várias horas, comprovaram em L. ��agn� o papel desempenh� do por este órgão. (DUNCAN, 1964). As regiões glandulares, são responsa- 7 veis pela formação do espermatóforo , nas espécies que eliminam o dentro deste envólucro (SCOTT , 1 939 e FRANC , 1 968). 3 3 esperma Relativamente simples por não haver apêndices em Bul ; mul i nae a terminologia utilizada , para as diferentes regiões do complexo peni� no , não apresenta divergências na literatura sendo sua constituição deter minada pela organização histológica. Para BREURE ( 1 979) o comprimento e a espessura da"genitã - lia1 1l imitam a variação da morfologia externa em Bulimul inae , sendo que , a presença e a variação no tamanho da bainha muscular , luz simples , constric ta ou com tubos paralelos ou circulares para o lumen , bolsas e glândulas na região mediana e tipos diferentes de células secretoras no tecido sub epitelial do falo são responsáveis pela variação adicional , segundo este au tor. Nas descrições anatômicas do músculo retrator em Bul imul i dae , BARROS-ARAUJO ( 1965) , BARROS-ARAUJO , REZENDE & FRAGA RODRIGUES ( 1960), BREURE (1979) , COELHO & BARROS-ARAUJO ( 1975) , LANZIERI & REZENDE (1965) , REZENDE (1975) e REZENDE , LANZIERI & INADA ( 1972)� a inserção é sub-termi nal variando em LANZIERI & REZENDE (197 1 ) , JURBERG et all (1979) e JURBERG ( 1 978) quando é descrita como terminal. VAN MOL ( 1971) considerou o flagelo em Tha.umM:tu6 � p0 muito curto , sem diferenças marcantes , estando caracterizado por uma camada de células glandulares sub-epiteliais volumosas , com citoplasma preenchido por secreçao de aspecto espumoso e fracamente basófilo� Ao descrever , h 'istologicamente em seçao transversal , o fl� gelo de V�ymae.uó c.a.nilic.ula:tu.6 (Pfeiffer , 1845) , BREURE & ESKENS ( 1 977) , o.!: servaram a existência de uma prega longitudi�al encurvada encontrada tam bém , segundo os autores , em outras espécies de Bul imul idae. O tecido sub epitelial dessa prega , provavelmente, seria responsável pela formação da parte inicial do espermatóforo. Para REZENDE , LANZIERI & INADÀ ( 1 972) , no flagelo de P�o.:toglyptu.-6 lopv.ii destacam�se histologicamente , raras células volumosas localizadas na parede muscular e semelhantes às da parede da porção basal 7 da espermateca, tendo a luz flagelar forma semelhante a observada nos es permatóforos seccionados transversalmente dentro do canal da espermateca. Externamente, nas espécies de ThaumM tu,t, estudadas, o l imJ.. te entre o flagelo e epifalo é o ponto em que o canal deferente penetra no complexo peniano (Figs. 1 - 3 ) . Cortes histológicos, seriados, em seção transversal, indicam o caminho descendente do canal deferente dentro do epifalo e sua aproximação gradativa até desembocar em sua luz. SCOTT ( 1 939) descrevendo o epifalo de Sbtophoc.hWJ.L6 lonen:tlz,la,nu,6 descreveu o relevo interno, indicando a presença de massas glandulares nas paredes, posterior e laterais, responsáveis pela formação da cápsula espermatofôrica e pregas simétricas que terminam na parte ante rior em forma de 1 1V1 1 • Ao descrever a 1 1genitál ia"de Vnymaeu,t, anatomicamente SOLEM ( 1955) observou a existência de pontes longitudinais. Para VAN MOL (1971) no epifalo de ThaumM tw.i -0 p. aparece uma região fortemente glandular representada por uma glândula acinosa que o autor figurou e denominou de 1 1epifal iana 1 1 que está associada ao canal de ferente e é constituída por numerosos túbulos cilíndricos e ramificados que vão abrir-se na base do epifalo. Suas células possuem citoplasma rico em gotas de secreção e os núcleos são basais. Sendo o falo o maior componente do complexo peniano, por contração, pode reduzir-se, em comprimento e consequentemente, aumentar em diâmetro, logo que a dissecção tem início, se não for fixado correta e ra pidamente. Essa contração, caso não seja evitada, provoca deslocamento de estruturas internas podendo levar a uma falsa imagem de sua constituição. Cortes histológicos do falo retraído não permitiram confirmar as observa çoes, sobre a glândula 1 1epifal iana 11 citada por VAN MOL ( 1971) em ThaumM tw.i .6p. JURBERG ( 1978) ao descrever esta região anatomicamente, em T. (T.) :tau.na,ú.,li afirmou que sua forma e aproximadamente cônica e que seu diâmetro ·na região que o une ao epifalo e mais dilatada, devido ao encutva mento de sua porção interna que por diafanização, apresenta uma area museu lar e outra glandular. Em T. (T.) ac.rúLe.u a forma do falo e aproximada-