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Penal geral I · Objeto de estudo: Conduta humana; · Finalidade: · Proteção dos bens jurídicos; · Garantir a vigência e eficácia da norma; Princípios penais · Princípio da personalidade · Art. 5º, CF, XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; · Princípio da individualização da pena · Não há um padrão estabelecido sobre pena, por isso na tipificação vem de X a Y, ex: de 6 a 10 anos; · Princípio da humanidade · Lei penal não pode ferir a dignidade humana; · Art. 5º XLVII e XLIX; · RDD, regime disciplinar diferenciado (direito penal do inimigo, é questionado se fere esse princípio); · Princípio da proporcionalidade · O tempo de pena é proporcional a gravidade do delito; · Principio da vedação da dupla punção pelo mesmo fato · Non bis in idem: não repetição; · Não se pode aumentar a pena e usar o agravante pelo mesmo motivo; · Princípio da culpabilidade · Dolo: com vontade do resultado; · Culpa: sem vontade do resultado; · Princípio da intervenção mínima · Última ratio: última opção; · Não se deve usar o direito penal a não ser que seja a ultima opção, pois ele sempre mexe negativamente com a vida da pessoa envolvida; · Princípio da fragmentariedade · Nem todas as lesões a bens jurídicos devem ser resolvidas pelo direito penal, existem outras formas de resolver o conflito que não seja por ele; · Princípio da insignificância/bagatela · Crime que não chega a ofender o bem jurídico realmente, sendo assim insignificante e sem pena; · Tipicidade formal: letra da lei; · Tipicidade material: Ofensa ao bem jurídico (não há se for insignificante); · Atipicidade material: quando não há ofensa ao bem jurídico; · Princípio da adequação social · Mesmo que seja tipificado é aceito pela sociedade, sendo assim não é necessário a intervenção penal; · Princípio in dubio pro réu · Em caso de duvida a favor do réu, feito para evitar erros judiciais; · Não se aplica: na Denúncia, Pronúncia e Revisão criminal; · Princípio da vedação da proteção deficiente · O estado deve dar a assistência a vítima e a sociedade garantida; · Princípio da reserva legal · Art. 1º CP não a crime sem lei anterior que o defina; · Art. 5º XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; · Princípio da anterioridade · Art. 5º, XXXIX, CF não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; · Art. 1º CP não a crime sem lei anterior que o defina; Lei penal Classificação: · Incriminadora: incrimina a conduta · Preceito primário: define a conduta, verbo do crime ex: matar alguém, roubar; · Preceito secundário: define a pena, reclusão PPl, quanto tempo, valor da multa; · Não incriminadora · Permissiva: permite a conduta (legítima defesa, aborto legal); · Exculpantes: lei desculpa a conduta (perdão judicial por matar a mãe; · Explicativas: explica algum conceito (o que é casa para a violação de domicilio); · Diretivas: menciona um princípio, te da direção (1ºCP, 5ºCP); · De extensão ou integrativas: une uma incriminadora com uma não incriminadora Lei penal em branco · Complementação do preceito primário: quando se tem só o mínimo legal · Classificação: · Homogenia: mesma fonte legislativa (lei federal ordinária); · Heterogenia: fonte legislativa diferente (lei federal ordinária – portaria da ANVISA); · É a mais comum Analogia · In bonam parte: não pode prejudicar o réu; · Vem preencher as lacunas; · Mecanismo de integração; Interpretação analógica · Clausula exemplificativa seguida de clausula genérica, ex: surpresa traição, emboscada e outro; · Dentro da própria norma; Lei penal no tempo Atividade e extra atividade da lei · Retroatividade da lei benéfica · Art. 5º, XL, CF a lei penal não retroage salvo para beneficiar o réu; · Abolitio criminis: crime abolido exclui pena e responsabilidade penal, ex: sedução; · Novatio legis in mellius: nova lei para melhorar, a lei que ajuda o réu diminuindo a pena por exemplo pode retroagir; · Ultra atividade da lei penal · Lei já revogada usada como se houvesse vigência; · Lei temporária (auto revoga) · Leis excepcionais (auto revoga); Tempo do crime Teorias: · Da Atividade: data da conduta é a data do crime · É o utilizado; · Não importa a hora somente a data; · Do Resultado: data da consequência · Mista ou Ubiquidade: data tanto da conduta quanto da consequência; · Crime permanente: Conduta se prolonga no tempo, ex: sequestro · A data da conduta é a ultima data em que ela ainda ocorreu, independente de quando começa; · Crime habitual: crime que faz parte da rotina, ex: exercício ilegal de medicina · A ultima data da conduta é a data do crime; · Crime continuado: 2 ou mais crimes seguidos sendo do mesmo tipo, ex: furto + furto · Ultima data da conduta é a data do crime; Lei penal no espaço Territorialidade: · Art. 5º, caput, CP Territorialidade temperada, lei penal pode ser aplicada fora do Brasil; · Território: País, zona contigua, zona econômica exclusiva, mar territorial e área aérea correspondente; · Embarcações e aeronaves estrangeiras: · Pública ou particular e se está serviço do governo, se não estiver a serviço do governo é lei penal BR · Princípio da passagem inocente: se a viagem é de passagem pelo território brasileiro, não tem brasileiros e não ofende bem jurídico brasileiro, não há interesse em julgar. Lugar do crime Teorias: · Da atividade: local da conduta; · Do resultado: local do resultado; · Da ubiquidade ou mista: Local da conduta e da consequência; · É a utilizada pela lei penal brasileira; · Se a conduta acontecer em cidades diferentes se considera as duas, sendo plurilocal; Extraterritorialidade Princípios aplicáveis: quando lei penal brasileira é aplicada fora do território brasileiro; · Nacionalidade ou personalidade · Ativa: autor do crime é brasileiro; · Passiva: vítima é brasileira; · Defesa ou proteção: Bem jurídico; · Justiça cosmopolita: crime que interessa + de um país; · Representação/pavilhão/ bandeira: analisa qual país representa a aeronave ou embarcação; Hipóteses: art. 7º CP · Extraterritorialidade incondicionada: quando é obrigatório que haja processo no Brasil; Art. 7º, I, CP · Contra a vida e liberdade do presidente (princípio da defesa); · Contra patrimônio ou fé pública da União, Estado ... (princípio da defesa); · Administração pública por quem está a seu serviço (princípio da defesa); · Genocídio Br ou estrangeiro domiciliado no Brasil (princípio da justiça universal); Aplicação do § 1º, art. 7º, CP · Pode-se existir mais de um processo em relação ao fato/crime ocorrido. · Extraterritorialidade condicionada: com condições a seguir para que haja extraterritorialidade da lei; Art. 7º, II e §3º, CP · que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (princípio da justiça universal); · praticados por brasileiro; (nacionalidade ativa); · praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. (bandeira, representação); · Vítima brasileira §3º, hipótese mais rara; · As condições§§ 2º e 3º, art. 7º CP: · § 2º tem que estar no Brasil; · Tem que ser crime no Brasil; · Não pode ter outro processo; · Extradição; · § 3º não foi pedida ou foi negada a extradição; houve requisição do Ministro da Justiça. · Atenuação ou detração de pena: art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. · Detração: de mesma espécie subtrai a pena já cumprida; PPL-PPL · Atenuação: espécies diferentes ameniza a pena a ser cumprida, não necessariamente com tempo. PPL-$ · Eficácia de sentença estrangeira: · Art. 9º, CP Precisa ser homologada (confirmação) para ter validade jurídica no Brasil, STJ é quem tem a competência, é um procedimento demorado. Conflito aparente de normas Critériosde solução: · Especialidade: Lei especial prevalece sobre lei genérica; · Entre leis: ex. dano e lei ambiental, prevalece ambiental mesmo sendo um dano ao meio ambiente; · Entre crimes: 121 CP homicídio e 123 CP infanticídio, prevalece infanticídio mesmo que seja um homicídio por matar alguém; · Entre tipo fundamental e tipo derivado: 121, caput, CP matar alguém, 121 §2º qualificadora, prevalece o derivado; · Subsidiariedade: Algo secundário · Norma primária: + importante +ampla +grave · Norma subsidiária: - grave -amplitude -grave · Espécies: devem sempre ser mais grave · Expressa: a lei determina que é subsidiária; EX: Art.132 CP ´´se o fato não constitui crime mais grave. `` é subsidiaria ao art. 129 CP e art. 121CP; · Tácita: não menciona, mas é interpretada; Ex: 148 sequestro 159 sequestro(subsidiário) + extorsão (primário); · Consunção/absorção: Consome a outra norma, ou seja, crime fim absorve o crime meio; Hipóteses: Podem ser condutas e tipos diferentes, se analisa o fato concreto, preparação; · Crime progressivo: Há uma única vontade (dolo), o sujeito sabe o objetivo final e pratica vários crimes até atingir o objetivo; Ex: quer matar alguém 121, mas causa diversas lesões corporais antes, o 121 consomem as lesões corporais. · Progressão criminosa: Pluralidade de vontades, ou seja, o sujeito não sabia/planejava o crime final pois durante o crime o dolo (vontade) se altera. · Antefato impunível: não pune fato anterior, pois esse é preparação para o crime; Ex: art. 297 é preparação para art.171, sendo assim absorve o anterior. · Pós-fato impunível: fato anterior absorve os demais; Ex: art.121 homicídio + esquartejar (é absolvido pelo 121). · Crime complexo: fusão de 2 ou mais crimes, é pluriofencivo; Ex. art. 157 subtrair + violência + grave ameaça, o crime absorve todos esses não sendo punidos de forma isolada. Teoria do crime · Diferença entre crime e contravenção penal: · Crime: + grave, está no código penal e leis especificas, pode ter pena de PPL até 30 anos, PRD e multa; · Contravenção penal: - grave, somente está no decreto lei 3688/41, pode ter pena de PPL até 5 anos, PRD e multa; · Conceito: · Teoria bipartida: para ser crime precisa ter fato típico que seja ilícito; · Teoria tripartida: para ser crime precisa ter fato típico que seja ilícito e culpável; · O sujeito precisa ser capaz de ser responsabilizado pelo ato; · É a doutrina majoritária e a seguida pelo CP; · Objeto do crime · Objeto jurídico: Ofensa ou perigo de ofensa ao bem jurídico; · Genérico: é aquele que serve para mais de um crime; · Específico: serve apenas ao caso concreto; · Ex. 121 CP, homicídio objeto jurídico genérico: pessoa, específico: vida · Ex. 148 CP, sequestro objeto jurídico genérico: pessoa, específico: liberdade; · Objeto material: Pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta; · Ex. 121 CP, quem foi morto; · Ex.155 CP, o que foi furtado; · É diferente de instrumento do crime e corpo de delito; · Sujeito do crime · Sujeito ativo: realiza o crime direita ou indiretamente; · Autor: realiza a conduta típica da atividade; · Participe: participa da conduta ajudando; · Ex. 121 autor mata a facadas e participe segura a vítima; · Pessoa jurídica(ente) também pode responder por crime, sendo eles crime ambiental, crimes contra economia popular (consumidor) e crimes contra ordem econômica e sistema financeiro (sonegação de impostos, lavagem de dinheiro); · Sujeito passivo: vítima ou ofendido; · Qualquer pessoa pode vir a ser; Fato típico · É o enquadramento da conduta no termo da lei; · Elementos: · Objetivos: se referem ao crime, 1 conduta, 2 resultado, 3 nexo causal, 4 tipicidade; · Subjetivos: se referem ao sujeito do crime, dolo ou culpa; 1. Conduta: principal, verbo núcleo do tipo · Características: · É humana: somente pessoas podem cometer crimes; · Voluntaria: sempre é ato de vontade do sujeito, não é coagido; · Exteriorizada: projetada para o exterior, pensar no crime não é crime; · Ausência de conduta: é fato atípico e não existe crime; · Movimentos reflexivos: involuntários, ex. transmissão de doenças sem saber; · Estado de inconsciência: involuntário, ex. sonambulismo. OBS embriaguez voluntaria não se enquadra; · Coação física irresistível: involuntário, forçada fisicamente, ex. arma apontada para cabeça; · Caso fortuito/ força maior: não foi praticado por você, ex. enchente levou um carro pro seu quintal; · Formas de conduta: · Ação: fazer algo que não deveria. · Omissão: não fazer algo que deveria. · Classificação dos crimes quanto a conduta: a) Crimes comissivos: é uma ação e a lei define conduta comissiva; ex. 121, 151 furto, 148 sequestro. b) Crimes omissivos: b.1) Omissivos próprios: Lei define a conduta omissiva; ex.135 omissão de socorro (deixar de ...). b.2) Omissivos impróprios (comissivos por omissão): lei define a conduta comissiva · Prática omissivos impróprios aqueles que possuem dever jurídico de agir · São eles segundo art. 13, §2º, CP · Dever legal: decorre da lei; ex. mãe não alimenta o filho e esse vem a falecer, homicídio por omissão. · Dever de garantia: decorre de acordo/ contrato; ex. babá não alimenta a criança que está cuidando e essa vem a falecer, homicídio por omissão 121. · Dever de ingerência: pessoa cria situação de perigo a outra; ex. levar alguém para nadar em local fundo sabendo que ela não nada bem e deixar sem o devido suporte, homicídio por omissão. 2. Resultado · Teorias: a) Jurídica ou normativa: Resultado é somente aquele previsto em lei. b) Naturalística: resultado é toda e qualquer modificação causada pela conduta; ex. violação de domicílio (paz e tranquilidade como violação). É a adotada · Classificação dos crimes quanto ao resultado a) Crimes materiais: ´´crime perfeito``, lei descreve conduta e resultado, consumação ocorre junto com o resultado; ex. 121, 135 furto. b) Crimes formais: lei descreve a conduta e resultado, mas a consumação ocorre com a conduta e não com o resultado; ex. 317 corrupção passiva, não há resultado, mas a conduta, o resultado seria o exaurimento após a consumação. · É conhecido como tipo incongruente, pois a consumação é antes do resultado/antecipado. c) Crimes de mera conduta: Lei descreve somente a conduta, consumação ocorre com a conduta; ex 150 violação de domicílio, 233 ato obsceno. 3. Resultado · Relação de causalidade: causa provoca o efeito. · Teoria da equivalência das condições: toda causa é ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido naquele momento ou daquela forma art. 13. Caput, CP. · Procedimento hipotético de eliminação: elimina toda ação e omissão que não interessa ao crime, filtra o que é relevante. · Classificação das causas: a) Causa dependente: causado pela conduta, o resultado só existe, pois, a conduta ocorreu; ex, tiro – morte, existe nexo causal sujeito é responsabilizado pelo crime; b) Causa independente: não tem origem na conduta do individuo b.1) absolutamente independente: não precisa da conduta para que aquilo ocorra, não existe nexo causal, o sujeito não é responsabilizado pelo ocorrido: · Preexistente: antes, não responde pelo resultado, mas pelo ato praticado; ex. · Concomitante: mesmo tempo, não responde pelo resultado, mas pelo ato praticado; ex leão e tiro. · Superveniente: depois, ex. veneno e tiro b.1) Relativamente independente: há relação entre a conduta e a causa · Preexistente: antes, há nexo causal e sujeito responde pelo resultado, art. 13, caput, ex. hemofílico + tiro = morte hemofílica pelo ferimento. · Concomitante: durante, há nexo causal e sujeito responde pelo resultado, art. 13, caput.; ex. infarto por susto de uma ´´brincadeira``. · Superveniente: depois, não há nexo causal, sujeito não responde pelo resultado somente pelos atos praticados; ex. atropelamento + fio de alta tensão= morte. 4. Tipicidade · Formal: previsão legal (aquilo que a lei traz). · Material: ofensa ao bem jurídico. · Adequação típica: enquadramento da conduta que produz resultado causado pela conduta a descrição legal que prevê a ofensa ao bem jurídico.· Elementos subjetivos (aqueles que se referem ao comportamento do sujeito no momento da conduta): · Dolo: todo crime é doloso, podendo ter algumas exceções culposas; · Vontade e consciência: conhecimento da ilicitude, ato voluntário do sujeito. · Teorias adotadas: a) Da vontade: sujeito quer praticar a conduta e produzir o resultado; ex. atropelar o inimigo. b) Do assentimento: sujeito assume o risco de produzir o resultado; ex. dirigir acima do limite de velocidade com alguém atravessando a faixa. · Espécies: a) Dolo direto: quer somente aquele resultando planejado. b) Dolo indireto: · Dolo alternativo: quer um ou outro resultado; ex. · Dolo eventual: assume o risco de qualquer resultado, não se importa com a ocorrência do resultado; ex. · Conceito de crime doloso: art. 18, I, CP quer ou assume o risco de produzir resultado. · Culpa: · Juízo de valor: comparação entre as atividades cotidianas. · Dever de cuidado: toda pessoa possui dever de cuidado ao bem jurídico alheio, logo, violar o dever de cuidado é culpa, sendo uma falta de atenção a sua responsabilidade. · Crime culposo: não é definido na legislação, é aquele em que o sujeito pratica uma conduta voluntaria que viola o dever de cuidado e produz um resultado indesejado. O resultado é involuntário. · Elementos do crime culposo: a) Conduta voluntaria: ato de vontade do sujeito ao violar o dever de cuidado. b) Violação do dever de cuidado. · Modalidade da culpa: · Imprudência: sujeito faz/ ação errada · Negligência: sujeito não faz/ omissão de dever · Imperícia: culpa profissional que pode ser tanto imprudência quanto negligência; ex. engenheiro faz cálculo errado: imprudência. médico deixou de fazer procedimento necessário: negligência. c) Resultado involuntário: O sujeito não quer o resultado, é o que diferencia doloso (quando sujeito quer ou assume o risco do resultado) de culposo (não aceita o resultado). · Interpretação do crime culposo: A formação integral do crime culposo quer dizer que só será crime se houver resultado involuntário, sem resultado não há crime. d) Nexo causal: deve haver relação entre a conduta voluntaria e o resultado indesejado. e) Previsibilidade objetiva do resultado (culpa): prevê que a conduta pode gerar o resultado indesejado, todas as pessoas possuem no dia a dia dever de cuidado a previsibilidade objetiva é o que evita que o violemos. f) Ausência de previsão: ocorre no momento do crime culposo, ou seja, é o momento em que se viola o dever de cuidado não prevendo a possibilidade do resultado. g) Tipicidade: é necessária, art. 18, parágrafo único, CP, o crime culposo é exceção e não se permite para todos os crimes. · Espécies de culpa: a) Culpa inconsciente: possui 7 elementos e falta no momento do crime a consciência da previsão do resultado. b) c) Culpa consciente: possui 6 elementos, existe a previsão do resultado, mas é involuntário; · O autor não aceita o resultado. Ex. motorista acha que vai conseguir desviar do pedestre. Dolo eventual: · O autor não se importa com o resultado. Ex. Se atropelar o pedestre foge e não se importa com a vítima. · Crime preterdoloso · Crime qualificado pelo resultado que é agravador · A pena muda pelo resultado agravador. Ex. 129, caput: lesão corporal 3m a 1 ano já 129, § 3º lesão corporal + morte 4 a 12 (lesão dolosa, morte culposa). Ex. 129 §2º, V 2 a 8 anos aborto (lesão culposa aborto doloso). · Para ser um preterdoloso deve haver um fato antecedente doloso e um consequente culposo. Da tipicidade Erro de tipo: elementos que compõe o tipo penal; · Formas: · Erro de tipo essencial: elementos são fundamentais; · Art. 20, ´´caput``, CP · Retira a possibilidade de verificar que o agente está praticando um ilícito, sempre exclui o dolo. · Espécies: · Escusável: é desculpa, inevitável, exclui dolo e culpa. · Inescusável: indesculpável, evitável, exclui dolo mas responde culposamente se tiver previsão legal. · Erro de tipo acidental: elementos são acidentais, secundários, irrelevantes; · Espécies: · Acidental sobre o objeto: não exclui dolo, é quando acha que é outro objeto, ex. achou roubar um relógio de ouro mas era de lata. · Acidental sobre a pessoa: art. 20, §3º, CP responde como se tivesse atingido a pessoa pretendida. Não exclui dolo. Ex. achou atirar no ladrão mas era o irmão, responde como se tivesse acertado o ladrão. · Acidental na execução: · Erro na execução: art. 73, CP, errou na hora de cometer o crime, ex. mirou tiro no homem e acertou na namorada; · Resultado diverso do pretendido: 74, CP errou o crime pretendido, ex. acertar pedra no vidro mas acerta pessoa. Discriminantes putativas: Excludente de ilicitude, passa a ser uma conduta permitida; · Erro sobre a ilicitude do fato: art. 20, §1º, CP, acredita ser permitido aquilo que é proibido, é influenciado por fatores externos; · Erro escusável: inevitável, isento de pena; · Erro inexcusável: evitável, responde por crime culposo ou culpa impropria; Erro determinado por terceiro: 3º provocador influencia o outro a errar; ex. falar que a arma não está municionada mas esta; · Art. 20, § 2º, CP: o 3º responde dolosamente. · Escusável: pessoa boba, é isento de pena, muito raro; · Inescusável: imprudente, responde com culpa; · Teoria da cegueira deliberada: se escolher não ver responde dolosamente. Consumação · Crime consumado art. 14, I, CP: é aquele que preenche todos os elementos do tipo penal · Tipo formal é exceção, tentativa é não consumação. · Classificação do crime quanto ao resultado: · ´´inter criminis``: caminho do crime: 1. Cogitação: não é punido; 2. Preparação: pode haver crimes autônomos na preparação que são punidos, ex. maquinário para imprimir dinheiro; 3. Execução: é punido, leva a consumação ou a tentativa, ex. imprimir o dinheiro; 4. Consumação: atingir o objetivo do crime, ex. distribuir o dinheiro; OBS: o resultado é o exaurimento; Tentativa: não ocorre consumação, não existe crime de tentativa mas existem crimes que podem ficar na forma de tentativa art. 14, II, CP. · Art. 14, II, CP: é norma não incriminadora de extensão, para colocar tentativa se escreve o crime e o art. Citado. Ex. 121 c/c 14, II: tentativa de homicídio, 157 c/c 14, II: tentativa de roubo. · Formas: · Perfeita: acabada todos os atos executórios. Ex. vítima é socorrida após todos os tiros e sobrevivem; · Imperfeita: Inacabada, somente o início da execução. Ex. atira uma vez e alguém tira a arma; · Punibilidade: art. 14, § único, CP: diminuição de pena por não haver consumação de 1/3 a 2/3 da pena total. Desistência voluntária ou arrependimento eficaz: exclui a tipicidade, responde apenas pelos atos praticados, ex. desiste de matar e atirou na perna: lesão corporal. · Desistência voluntária: por vontade própria para os atos executórios art. 15, 1ª parte, CP. · Arrependimento eficaz: conclui a execução mas evita a consumação, art. 15, 2 º parte, CP. Arrependimento posterior: a consumação acontece art. 16, CP; · Comportamento pós-delitivo que gera benefício. Ex. furto e devolver a moto. · Só é permitido em crimes sem violência ou grave ameaça; · Deve haver reparação do dano ou restituição da coisa; de forma integral e pessoal; · Pode ser feito até o momento da denúncia ou da queixa e somente até esse momento; · Diminuição de pena de 1/3 a 2/3 *crime impossível Da ilicitude Ilícito: proibido, antijurídico · Causas excludentes de ilicitude: são descriminantes, permitem a conduta; · Legal: 1. Estado de necessidade: escolha direito próprio ou alheio · Arts. 23, I e 24; · 2 ou mais bem jurídicos em perigo atuam ou iminente; · Comportamento inevitável e com razoabilidade se não for razoável diminuição de 1/3 a 2/3 de pena; · Quem provocou a situação não pode alegar estado de necessidade; 2. Estrito cumprimento do dever legal: · Art. 23, III, CP; · Agentes e funcionários públicos com dever legal de agir; · Particular com função pública temporária ´´munus píblico`` ex. mesário, jurados; 3. Exercício regular do direito: qualquer pessoa pode exercer desde que sem abuso; · Art. 23, III, CP; · Deve haver consentimentodo ofendido, · Não precisa de consentimento em competições esportivas, ex. lutas. Ou em intervenções médicas, ex. cirurgia não é lesão corporal. 4. Legitima defesa: art. 23, II, CP e art. 25, CP a) Agressão injusta: ação humana direta ou indiretamente (animal obedecendo); b) Atual ou iminente; c) De direito próprio ou alheio: é valido em defesa de outrem; d) Meios necessários: o que estiver disponível no momento; e) Moderação: os excessos são punidos; · Agentes de segurança pública PR, PM, PP, PF, PRF: art. 25 § único, CP. Vitima refém. · Causa supralegal: · Consentimento do ofendido, teorias: · Ausência de interesse: do estado para exercer o jus puniende; · Renúncia á proteção do Direito: vítima renuncia o D. a proteção; · Ponderação de valores: usa tanto a falta de interesse quanto a renúncia da vítima. É a adotada · Delitos: que não tenham violência ou grave ameaça. a) Bens patrimoniais: rasgar mochila por brincadeira; b) Integridade física: tatuagem, cortar cabelo, não é lesão corporal; c) Honra: calunia, difamação, injuria mas com consentimento; d) Liberdade individual: masoquismo; · Requisitos: · Ser expresso; · Livre: sem coação; · Moral · Antes da consumação; · Ofendido com capacidade civil plena; Da culpabilidade Censurabilidade: conduta censurada, juízo de reprovação; Elementos: 1. Imputabilidade: capacidade de entendimento; · Critérios: imputável e inimputável (sem culpabilidade): a) Doença mental: · excludente de culpabilidade, art. 26, ´´caput``, CP gera medida de segurança art.96/97, CP; · art. 26, § único, CP, semi imputável/fronteiriço, responde pelo crime com diminuição de pena de 1/3 a 2/3; b) Imaturidade natural: menores de 18, art. 27, CP/ 228, CF, sumula 74 STJ qualquer prova hábil que prove menoridade. c) Emoção ou paixão: crimes passionais, art. 28, I, CP, imputável, não exclui a culpabilidade; d) Embriaguez: · Não acidental: teoria da ´´actio libera in causa`` sujeito e livre para escolher e por isso é imputável, art. 28, II, CP; · Voluntária: a pessoa quis beber; · Culposa: imprudente ou negligente para se embriagar; · Acidental: · Caso fortuito: ser drogado; · Força maior: fumaça de maconha; · Completa: art. 28, II, §1º, CP inimputável; · Incompleta: art. 28, II, §2º, imputável, culpável; · Patológica: doença análoga a doença mental, art. 26 CP, inimputável; 2. Potencial consciência da ilicitude · Aspectos externos: local, cultura, religião, sociedade influencia · Erro de proibição: falsa interpretação, o engano é sobre a proibição do ato mas ele sabe da lei. · Erro: art. 21, CP · Escusável: inevitável, não havia como saber, exclui o potencial conhecimento da ilicitude, não tem crime; · Inescusável: evitável, havia como saber, responde com diminuição de pena de 1/6 a 1/3; 3. Exigibilidade de conduta adversa · Condições normais: vida normal, + 18, sem doença mental, embriagado tomado por emoção; · Excludentes: art. 22, CP anormalidade; a) Coação moral irresistível: inexigibilidade de conduta adversa, não é crime; · Coação física irresistível: é excludente de tipicidade; b) Obediência hierárquica a ordem não manifestamente ilegal: aparente ser legal mas não é, quem deu a ordem é responsabilizado. · Ordem legal: estrito cumprimento do dever legal; · Ordem manifestamente ilegal: responde pelo crime com atenuante, pois ordem ilegal não se cumpre.
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