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\� (' e (\ Maria Cleide de Mendonça TAXONOMIA E DISTRIBUIÇÃO DO GÊNERO f SOTOMIELLA BAGNALL, 1939 (COLLEMBOLA, lSOTOMIDAE) NA FLORESTA DA TIJUCA, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL Tese apresentada à Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Zoologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Doutor em Ciências Biológicas - Zoologia. Rio de Janeiro 2002 r. li MARIA CLEIDE DE MENDONÇA Taxonomia e Distribuição do Gênero lsotomiella Bagnall, 1939 (Collembola, Isotomidae) na Floresta da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ, Brasil Banca Examinadora: Rio de Janeiro, JG de 4e-u� de 2002. 111 Trabalho realizado no Laboratório de Apterigotologia do Departamento de Entomologia Museu Nacional/UFRJ. Orientadpr: Prof._ Dr Jorge Luiz Nessimian Instituição: Departamento de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro FIGURA DA CAPA Isotomiella sp.nov. BD. Ilustração: Maria Cleide de Mendonça. Arte Final: Paulo Roberto Nascimento (Museu Nacional) IV V FICHA CATALOGRÁFICA MENDONÇA, Maria Cleide de Taxonomia e Distribuição do Gênero Isotomiella Bagnall, 1939 (Collembola, Isotomidae) na Floresta da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Rio de Janeiro. UFRJ, Museu Nacional, 2002. xx+ 149p. Tese: Doutorado em Ciências Biológicas (Zoologia) 1. Collembola 2.Isotomidae 3. Isotomiella 5. Distribuição espaço-temporal 4.Taxonomia I. Universidade Federal do Rio de Janeiro - Museu Nacional II. Teses Para )Intônio Carlos 9,1.aga[/i,ães 9,1.acedo, por tuáo Para meus pais (in memoriam) .... Fiá vezes que penso ouvir suas vozes, tafvez na do vento ... <Dante <Tei:{_eira Para meus innã,os, pefo grande incentiw VI VII "Jfá qua(quer coisa áe impressionante no silêncio que áomina essas grarufes f{orestas áurante o âia; a nota ocasiona{ áe um pássaro no aEto áe uma árvore, ou ta{vez o vo{tejar áe uma 6or6ofeta áesgarrada, voanáo onáe um raio áe so[ conseguiu penetrar na a6ertura áa follia9em, são os únicos aspectos e sons que inâuam a presença áa vúfa anima[ .. poáe-se faciímente imaginar que se está no pais áas faáas. " Cliarfes James Po�<.Bun6ury, 1833 VIII AGRADECIMENTOS Ao Prof .. Roger Pierre Hypolite Arlé, in memoriam, que, através da sua orientação inicial e dos seus ensinamentos, deu o starl para a concretização de um sonho. Ao Prof. Dr. Jorge Luiz Nessimian, um orientador tocado pelos astros, pela generosidade com que aceitou a orientação deste trabalho, pela paciência e pelo auxilio inestimável. À colega, bióloga Liliane Henriques Fernandes, pela convivência fraterna e prazerosa ao longo· destes anos e pelo seu apoio irrestrito e incondicional, em todas as etapas deste t:t:abalho, que ficarão para sempre na minha memória. Às Profru! Wilma Teixeira Ormond, Leda Dau e Maria Célia Bezerra Pinheiro, pela ami?.ade e carinho com que me receberam, e acolheram a presença do laboratório de Apterygota no setor de Biologia Floral, desde que aqui cheguei. À colega, Prof<! Dra Márcia Souto Couri do Departamento de Entomologia do Museu Nacional/UFRJ, sempre extremamente atenciosa, pelo esclarecimento de dúvidas e valiosas sugestões ao manuscrito. Às colegas, Profª Heloisa Alves de Lima Carvalho e bióloga . Maria Célia Rodrigues, pela ajuda inestimável nas fotografias aqui apresentadas e pelos deslocamentos ao campo, mas principàlmente, pela amizade e experiências compartilhadas. Agradeço ainda à colega Heloisa pela criteriosa leitura do manuscrito e valiosas sugestões.· Ao colega Paulo Teixeira de Souza, técnico do Laboratório de Biologia Floral do Departamento de Botânica, pelo dedicado e indispensável auxilio nos trabalhos de campo. À colega, Dra Valéria Cid Maia do Departamento de Entomologia do Museu Nacional/UFRJ, pelo incentivo às minhas primeiras divagações sobre a realização deste trabalho. IX Ao Dr. Jean-Marc Thibaud, Muséum National a·Histoire Naturelle- Paris, pela atenção e interesse demonstrados durante a realização desta tese. À Dra Benedita Aglai Oliveira da Silva, do Departamento de Ecologia, Instituto de Biologia-UFRJ, pelo grande incentivo, e valiosas . sugestões para a análise de solos. Aos meus colegas Professores do Departamento de Entomologia do Museu Nacional, Alcimar do Lago Carvalho, Cátia Antunes de Mello Patiu, Denise Medeiros Pamplona, Gabriel Luis Figueira Mejdalani, Janira Martins Costa, Luiz Soledade Otero, Márcia Souto Couri, Miguel Angel Monné Barrios e Sonia Lopes Fraga, pelo empréstimo do microscópio com câmara clara que possibilitou a realização dos desenhos aqui apresentados, e pelo apoio e colaboração dispensados. Ao Sr. Carlos Alberto Leal de Oliveira, técnico herboriza.dor da FEEMA (Fundação Estadual de Engenharia e Meio Ambiente), pelo inestimável apoio na identificação das espécies vegetais da Floresta da Tijuca. Ao Prof. Dr. Adriano Brilhante Kury do Departamento de Invertebrados do Museu Nacional/UFRJ, agradeço a gentileza por ter sido inicialmente meu orientador. A Paulo Roberto Nascimento, desenhista do Departamento de Vertebrados do Museu Nacional/UFRJ, pela gentileza na finalização da capa. Ao Prof. Luís Fernando Marques Doivillé do Instituto de Biologia da UERJ/FFP, pela gentileza no empréstimo de bibliografias. À colega Dra Elisiana Oliveira, pesquisadora do INPA, pelas palavras de incentivo e pela colaboração no envio de bibliografias. Aos estagiários do Setor de Apteiygotologia, biólogo Sandro Patrício de Azevedo e Jacqueline Dias Correa de Souza, aluna de Biologia da UERJ/FFP, pela ajuda nas atividades laboratoriais e carinho dispensado. X Aos membros da Banca de Qualificação, Profas Dras Benedita Aglai Oliveira da Silva, Denise Medeiros Pamplona, Márcia Souto Couri, pelas críticas e sugestões, que contribuíram para o aperfeiçoamento deste trabalho. Ao Prof. Dr. Victor de Carvalho Klein· do Departamento de Geologia e Paleontologia do Museu Nacional/UFRJ pelo empréstimo do altímetro. À administração do Parque Nacional da Tijuca, na pessoa do Dr. Pedro da Cunha e Menezes, Diretor da Gestão compartilhada IBAMA-Prefeitura, pela gentileza com que me recebeu, possibilitando a realização deste trabalho em áreas do Parque. À EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Solos, na pessoa do Dr. Marcelo Francisco Costa Saldanha, pelas análises química e granulométrica dos substratos amostrados. À Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro/FAPERJ pelo apoio financeiro na aquisição de microscópio óptico (Proc. E-26/ 170.217 /97). À Fundação Universitária José Bonifácio/FUJE pelo apoio financeiro na aquisição de câmara clara (Proc. 8837-4). Ao Instituto Nacional de Meteorologia pelo fornecimento de dados de temperatura e pluviosidade na estação Alto da Boa Vista. À Biblioteca do Museu Nacional e seus funcionários que gentilmente me a�aram na consulta e aquisição de diversas obras. À Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Zoologia); pelo apoio oferecido na utilização de equipamentos e na aquisição de material de consumo. A todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para a elaboração deste trabalho, quero que tenham certeza da minha gratidão. XI RESUMO "Taxonomia e Distribuição do Gênero Isotomiella Bagnall, 1939 (Collembola, · lsotomidae) na Floresta da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ, · Brasil" A fauna de lsotomiella Bagnall, 1939 foi estudada do ponto de vista taxonômico e ecológico em quatro áreas da Floresta da Tijuca no período de agosto/ 1999 a julho/2000. Foram realizadas 24 coletas mensais de litter e de solo, totaJirmdo cerca de 18.000 colêmbolos, dos quais, 3.552 pertencem ao gênero Isotomiella. Estudos morfológicos permitiram a descrição de 25 espécies, sendo 15 novas. A distribuição de 6 táxons foi ampliada. Obteve-se ainda um quadro representativo dasespécies mais abundantes, freqüentes e características de cada substrato. A maior diversidade e equitabilidade de espécies ocorreram na estação Barracão, e a maior riqueza, na estação Bom Retiro. A análise de correspondência e a de regressão múltipla mostraram que os fatores mais importantes na distribuição espaço-temporal foram a umidade e a temperatura do substrato e a temperatura mínima mensal. Palavras-chave: Collembola, Isotomidae, lsotomiella, Taxonomia, Distribuição espaço-temporal, Floresta da Tijuca. ', XII ABSTRACT "Taxonomy and distribution of the genus Isotomiella Bagnall, 1939 (Collembola, Isotomidae) of the Floresta da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ, Brasil" The taxonomy and ecology of the fauna of Isotomiella Bagnall, 1939 was.studied in four areas at Floresta da Tijuca, from August/ 1999 to July /2000. Twenty-four monthly collections were made in litter and soil, totaling about 18.000 springtails, from which 3.552 belong to the genus Isotomiella. Morphological studies enabled the description of 25 species, 15 of them new to science. Toe distribution of 6 taxa was enlarged. A representative picture of the most abundant, frequent and characteristic species of each substratum was also obtained. Toe largest diversity and equitability of species happened at "Barracão" station and, the largest richness, at "Bom Retiro" station. Both the correspondence analysis and the multiple regression showed that the most important elements in the spatial arid temporal distribution were the humidity and the temperature of the substratum and the monthly minimum temperature. Key-words: Collembola, Isotomidae, Isotomiella, Taxonomy, spatial and temporal distribution, Floresta da Tijuca XIII SUMÁRIO 1- INTRODUÇÃO ____________________________________________________________________________________________________________ O 1 2- HISTÓRICO---------------------------------------------------------------------------------------------------------------04 3- MATERIAL E MtTODOS _________________________________________________________________________________________ 06 3. 1- Área de Estudos ____________________________________________________________________________________ 06 3.2- Estações de Coletas _____________________________________________________________________________ 08 3.3- Procedimento no Campo------------------------------------------------------------------- 16 3. 4- Procedimento no Laboratório ___________________________________________________________ 16 3.5- Tratamento Estatistico _______________________________________________________________________ 18 4- REsULTADOS 20 4. 1- Caracterização do gênero Isotomiella ____________________________________________ 20 4.2- Morfologia externa de Isotomiella __________________________________________________ 2 1 4.3- Composição Faunística _______________________________________________________________________ 24 4.4- Caracterização das espécies de Isotomiella _______________________________ 25 Isotomiella barrai Deharveng & Oliveira, 1990 __________________ 2 5 Isotomiella bidentata Delamare-Deboutteville, 1950 ________ 28 Isotomiella nummulifer Deharveng & Oliveira, 1990 _______ 33 Isotomiella quadri.seta Deharveng & Oliveira, 1990 _________ 38 Isotomiella symetri.mucronata Najt & Thibaud, 1987 _______ 41 Isotomiella sp.nov. AA ____________________________________________________________________ 46 Isotomiella sp.nov. BD ___________________________________________________________________ SO Isotomiella sp.nov. CA ____________________________________________________________________ 53 Isotomiella sp.nov. DE ___________________________________________________________________ 58 Isotomiella sp.nov. DS ____________________________________________________________________ 62 Isotomiella sp.nov. DT ____________________________________________________________________ 65 XIV Jsotomiella sp.nov. EL .................................................................... 69 Jsotomiella sp.nov. FA .................................................................. ..73 Jsotomiella sp.nov. FE .................................................................... 76 Jsotomiella sp.nov. GR ................................................................... 80 Jsotomiella sp.nov. MC ........................................................ : .......... 85 Isotomiella sp.nov. MI .................................................................... 89 Isotomiella sp.nov. NE .................................................................... 94 Isotomiella sp.nov. PR .................................................................... 98 Isotomiella sp.nov. TO ................................................................... 102 4.5- Distribuição espaço-temporal das espécies ............................ 107 4.6- Condições ambientais ......................................................................... 117 4. 7- Relações das espécies de Isotomiella com os fatores ambientais ................................................................................. 121 5- DISCUSSÃO 125 5.1- Gênero Isotomiella Bagnall, 1939 na Floresta da Tijuca ...... 125 5.2- Estrutura da comunidade ................................................................ 127 5.3- Considerações Finais .......................................................................... 132 6- CONCLUSÕES ........................................................................................................... 134 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÃFICAS ······························································· ................ 136 APDDICES 145 ·", r-., Fig. 1 2 3 4 5 ÍNDICE DE FIGURAS Pág. Mapa da Floresta da Tijuca com localização dos pontos de coleta. Retirado de um mapa da cidade do Rio de Janeiro- IPLANRIO- Instituto de Planejamento Municipal ............................................................. .11 Aspecto da área de coleta na Estação Barracão ............................................. 12 Aspecto da área de coleta na Estação Floresta .............................................. 13 Aspecto da área de coleta na Estação Bom Retiro ........................................ 14 Aspecto da área de coleta na Estação Açude Solidão ................................... 15 Isotomiella barrai Deharveng & Oliveira, 1990 6 Habitus e quetotaxia dorso-lateral ................................................................. 26 7 Face dorso-lateral externa do antenômero IV 26 8 Órgão sensorial do antenômero IlI ................................................................. 26 9 Pata metatorácica e unha ................................................................................ 26 10 Vista lateral da furca 26 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 Isotomiella bidentata Delamare- Deboutteville, 1950 Habitus 29 sensilas laterais do tergito torácico II ............................................................. 29 área sensilar lateral do tergito torácico IlI e abdominal I ............................ 29 área sensilar do tergito abdominal II ............................................................. 29 área dorso-distal do tergito abdominal IV ..................................................... 29 face dorso-lateral externa dos antenômeros III e IV .................................... 30 face ventral do antenômero I .......................................................................... 30 tibiotarso e unha metatorácico ....................................................................... 30 tubo ventral ....................................................................................................... 30 face dorsal do manúbrio .................................................................................. 30 face ventral da furca ........................................................................................ 30 partedistal da dens e face lateral do mucro ................................................. 30 Isotomiella nummulifer Deharveng & Oliveira, 1990 23 quetotaxia dorsal .............................................................................................. 34 24 sensilas laterais dos tergitos torácicos II e III e abdominal I ...................... 34 25 área dorso-lateral dos tergitos abdominais III-VI .......................................... 34 26 face dorso-lateral externa dos antenômeros III e IV ..................................... 35 27 região dorso-lateral do antenômero IV ........................................................... 35 28 tubo ventral ........................................................................................................ 35 29-31 tenáculos de três indivíduos 35 32 face dorsal do manúbrio ................ '. .................................................................. 35 Isotomiella quadriseta Deharveng & Oliveira, 1990 33 face dorso-lateral externa ·aos anteriômeros III e IV ..................................... 39 34 quetotaxia cefálica e cerdas !abrais antero-externas .................................... 39 35 lobo externo da maxila ...................................................................................... 39 36 sensilas laterais dos tergitos torácicos e abdominais ................................... 39 37 vista lateral dos tergitos abdominais V-VI ...................................................... 39 38 tibiotarso da pata metatorácica ....................................................................... 39 39 tenáculo .............................................................................................................. 39 40 face ventral da furca ......................................................................................... 39 Isotomiella symetri.mucronata Najt & Thibaud, 1987 41 quetotaxia dorsal ............................................................................................... 42 42 sensilas laterais dos tergitos torácicos e abdominais ................................... 42 43 área sensilar lateral do tergito torácico II ....................................................... 42 44 área sensilar lateral do tergito torácico III ...................................................... 42 XV 45 face dorsal dos tergitos abdominais V-VI 42 46 face dorso-lateral externa dos antenômeros III e IV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . : · · : :: : : 43 47 tubo ventral em face anterior .. . . . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . . . . . . . ....... .... . . . ... . . . . . . . 43 48 furca em face ventral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 . 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 Isotomiella sp.nov. AA Habitus ................... .......... .... . ..................... ................................... ..................... 48 área sensilar lateral dos tergitos torácicos II e III ........... ... ... . . . . ........ . . ........... 48 sensilas posteriores e sensilas dorso-laterais dos tergitos abdominais V-VI em face lateral 48 face dorso-lateral externa dos antenômeros III e N ........ . . ......... . ................. 49 face dorso-lateral do antenômero I ·-································-· · ······ ········· ············ · 49 lobo externo da maxila ............. . . . ........ . . . .. . . . .... ..... . . . ... . ................ .... . . ................ 49 quetotaxia do fêmur e trocanter metatorácicos ............ ................................. 49 tibiotarso e unha da pata metatorácica ······- - ·······-····-················-···················· 49 face lateral lateral da parte médio-distal da dens e mucro ... ........ . . . . .......... 49 face externa da parte médio-distal da dens e mucro .................................... 49 Isotomiella sp.nov. BD Habitus ················· · · ·······················-········· ················-···········-······························ 52 face dorso-lateral interna dos antenômeros III e N ·······-··························-··· 52 fêmur e tibiotarso da pata metatorácica ........................................................ 52 tubo ventral em vista lateral ·-·········-···················· ·--·····-····················-·············· 52 furca em vista lateral 52 Isotomiella sp.nov. CA quetotaxia dorsal ·········--·····-··························-····················--···············-············· 55 cerdas labrais em vista lateral ·················· ·-··· · ····· ··········· · ········ · · · ···· ················· 55 cerda labral antero-extema em vista lateral . .......................... . ...................... 55 lobo externo da maxila ........................... . .. ....................................... . . . . . . ........... 55 sensilas laterais dos tergitos torácicos e abdominais ····--····························· 55 região dorso-lateral dos tergitos abdominais V-VI ........................................ 55 face dorso-lateral da antena direita ........................................... ..................... 56 pata metatorácica ··································· ······················-···············-···· ·-·············· 56 parte distal do tibiotarso e unha mesotorácica ............ .... . ............................ 56 parte distal do tibiotarso e unha metatorácica .............................................. 56 tubo ventral em vista lateral .................................................... . . . ... . . . . . ............. 56 tenáculo ············-········································································-··········-···--········ 56 subcoxa furcal anterior e posterior ·············-·····-··-····-·····--····-························· 56 face ventral da furca .............................. ............................................................ 56 face lateral da região ventro-distal do manúbrio .......................................... 56 face dor� do manúbrio ....................................... ..... .. ..................................... 56 abertura genital da fêmea ................................ .-............... .................... : ........... 56 Isotomiella sp.nov. DE quetotaxia dorsal . . ........................................................... : ................................. 59 face dorso-lateral da antena direita ............. ............................ ....................... 59 sensilas laterais dos tergitos toráciocs II e III e abdominais I e II ............... 59 face dorsal dos tergitos abdominais V-VI .... . ... . . . . . . . · · ·· · · · · · · - · · · · · · · · · · · · · ................ 59 tibiotarso e unha metatorácica ........................................ ... ............................. 60 região distal do tibiotarso e unha de outro exemplar . . ..... . . .. . . . . ....... . . . .......... 60 tubo ventral ................................................................................. . . ..................... 60 tenáculo ................ ....................... . ......... . ................................... . . . . .............. . ...... 60 subcoxa furcal anterior e posterior .......... .. .. . . . . .. . . ... . . . . .. . . .. . . . . .. . .. . . . . . . . . . . .... . . . . . . . 60 face ventral da furca ....... .......... . .... .. ... . ...... .. .. . . .......... ....................................... 60 face lateral da dens e mucro 60 XVI ,--._, 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 1 10 1 1 1 1 12 113 1 14 115 1 16 1 17 1 18 1 19 Isotomiella sp.nov. DS Habitus ... . .. . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 face dorso-lateral externa dos antenômeros IlI e IV 63 detalhe do organito e cerda protetora da região distal do antenômero IV · 63 lobo externo da maxila · 63 ãrea sensilar do tergito t��ãcico II ................ . . .... . . ... . . . .... .... . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . : : : 63 ãrea sensilar do tergito torãcico III .. . . . ............ .... . . . .. ....... . ................... ....... . .. . . . 63 tibiotarso e unha metatorácico ........... ..... . . . .. . ... . . . . . .. . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . .. . . . . 63 face lateral da furca .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . .. . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . 63 Isotomiella sp.nov. DT quetotaxia dorsal . . ..... ......... . . . . . . . . . ... . . . . . .................. . . . . . . .......... . . .. ............ . . . . . . . ..... 66 sensilas laterais dos tergitos torácicos e abdominais ...... . . ... . . . . . . . . . .. . . . ... . . .. . . . 66 tenáculo 66 face lateral da furca .... ..... . ........... ........ ...................... ........... . . . . . . . . ........ .. ... . . ...... 66 parte distal lateral da dens e mucro ..... . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 Jsotomiella sp.nov. EL quetotaxia cefálica ................... . . ........................................................................ 70 quetotaxia dorsal dos tergitos torácicos e abdominais ............ ... . .. . . . . . .......... 70 face dorso-lateral externa dos antenômeros m e IV ......................... ............ 70 sensilas laterais e dorsais dos tergitos torácicos e abdominais ................... 7 1 tubo ventral ............... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .......................... . . . ......... ..... . . . . . . 7 1 face ventral da furca .......................................................................................... 7 1 face dorsal do manúbrio ................................................................................... 71 face lateral da região médio-distal da dens e mucro .................................... 7 1 lsotomiella sp.nov. FA face dorso-lateral externa dos antenômeros m e IV ............................... ...... 74 lobo externo da maxila .... . . . . ............ ..... ..... . . .............. . .......... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . 7 4 sensila dorso-lateral do tergito abdominal VI ................................................ 7 4 pata protorácica .............. ................................................................................... 7 4 tibiotarso e unha metatorácica ........... . . ............. . ........ . . . . . . . . . . ..... ...................... 7 4 tenáculo .................................... . . .. . . . . . . . . . ....... ..................... ...... ........................... 7 4 face ventral da furca 7 4 lsotorrúella sp.nov. F'E 120 quetotaxia dorsal .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. .. . . ................................................................ 77 121 sensilas laterais dos tergi.tos torácicos e abdominais ................................... 77 122 face dorso-lateral externa dos antenômeros III e IV ............................... .... . . 78 123 pata metatorácica ·································· ···································a··· ··················· ·· 78 124- 125parte distal do tibiotarso e unha metatorácica de dois indivíduos ..... . . . . . 78 126 tubo ventral ........................................................................................................ 78 127 tenáculo .......... ........................ ........ . . . .................................... ............................. 78 128 face dorsal do manúbrio e subcoxa furcal anterior e posterior ................... 78 129 face ventral da furca ................................................................. . . . .......... .... ....... 78 130 abertura genital da fêmea .... . . . . . . ... . . . . . . . . .......................................................... . 78 Isotorrúella sp.nov. GR 131 quetotaxia dorsal .... .. . . . . . . . . . . .. . .. . . . . ..... . . . .. . ................................ ..... ............... ....... 8 1 132 ãrea sensilar do tergito torácico II ........... . . . .. ...... ................ . . . . . . . . ... . . . .. . . . . . . . . . .. . . 81 133 ãrea sensilar do tergito torácico III ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . ............. . . . . . . . . .. . . . .. . . . . . . . . . 81 134 ãrea sensilar do tergito abdominal III . . ........ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. .......... ..... . ... .. 81 135 face dorso-lateral do antenômero IV ...... .. ... . . . ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ........ . . . . . . . . . . . . . 81 136 face dorso-lateral externa do antenômero III .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . .. . . . . . . . . . 82 137 pata metatorácica . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . .. .. . . . . . . . .. . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82 138 tubo ventral ... . . . . . . .. ............... . . . . . . . . .. . . . ... . ..................... . . ..... . . . . . . . . . . . . . . . . ..... ............ 82 139 tenáculo .................... . ...... . . ......... .. .... ..... . . ... . . . . . . . . . . . . . . . . .. .......... . . .. . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82 XVII 140 141 142 143 144 145 146 147 148 149 150 151 152 153 154 155 156 157 158 159 160 161 162 163 164 165 166 167 168 169 170 171 172 173 174 175 176 177 178 179 180 181 182 183 184 185 186 187 face ventral da furca face dorsal do manúbri� · · · · · · · face lateral da região médi·��c.ti�t�i"°d�·a�;;�··�·���;�··::::::: : . :::::: :::::::: : : : :::::::::: Isotomiella sp.nov. MC 82 82 82 quetotaxia dorsal 86 área sensilar do t��gito torácico II ................................... .... ..... ...... ....... ... : : ::::: 86 área sensilar do tergito torácico III 86 quetotaxia lateral dos tergitos abdo�ais IV a VI .. ..... ................ ................ 86 face dorso-lateral externa dos antenômeros II-IV ......... ................ ................ 87 pata metatorácica 87 face ventro-lateral da furca ..... .............................. ......... . . ..................... ... :::::::: 87 Isotomiella sp.nov. MI quetotaxia dorsal . . . ............................................................................................ 9 1 área sensilar do tergito torácico I I .......... . . . . . . . . ................ ...... . . . . . . . . . . . . . . . . . ...... .... 9 1 área sensilar do tergito torácico III ............ ......... ............ ................................. 9 1 área dorso-distal do tergito abdominal V-VI ................................ . . ................ 9 1 sensilas laterais dos tergitos torácicos e abdominais ................................... 9 1 quetotaxia labral .......................................................... ...................................... 9 1 face lateral do antenômero I ............................................................................. 9 1 face ventro-lateral do atitenômero I ..... ........................................................... 9 1 face dorso-lateral externa dos antenômerosIII e IV 92 fêmur tibiotarso e unha da pata metatorácica ·····-··········· · ······ · ····················· 92 tubo ventral ·······································--·-··-····--······-············································· 92 face ventral da furca . . ........................................................................................ 92 face dorsal do manúbrio ................................................................................... 92 face lateral da parte distal da dens e mucro . ................................................. 92 abertura genital do macho ................................................................... ............ 92 Isotomiella sp.nov. NE quetotaxia dorso-lateral ....... ....................................................... .......... . . .......... 96 área sensilar do tergito torácico II ................................................................... 96 área sensilar do tergito torácico III .................................................................. 96 região lateral dos tergitos abdominais IV a VI .................... .... . ...................... 96 face dorso-lateral externa dos antenômeros III e IV 96 pata metatorácica .... . ........................... ................... . . . ........................................ 97 tubo ventral ........................................................................................................ 97 subcoxa furcal anterior .... ..................... .... ............................. ........................... 97 face ventral da furca ........ ........................................................................ .......... 97 face dorsal do manúbrio e da dens ..... ........................... . ......................... . . ..... 97 face lateral da parte distal da dens e. mucro .................................................. 97 Isotomiella sp.nov. PR quetotaxia dorsal ......................................... ......... ....................... ...................... 100 sensilas laterais dos tergitos torácicos e abdominais . . . .......................... . ..... 100 face lateral dos tergitos abdominais V-VI ..... . .......... ....................................... 101 face dorso-lateral externa dos antenômeros II-IV . ....................... ...... ........... 101 pata metatorácica ................. . . . . . . . ........ . . . .... .. . . . . . .. . . ............................ ...... .......... 101 parte distal do tibiotarso e unha metatorácica . ....................... .......... ............ 10 1 tubo ventral .... ....... .................... ........................................ . . ............................... 1 O 1 tenáculo ............................................... . . . . . . . . . ..... ................................. ........... .... . 10 1 face dorsal da furca ................................................ ........... ................. . . . . . .......... 1 O 1 abertura genital da fêmea .. . . . . . . . . . ......... . ......... ......... . ...... . . .. . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . 101 Isotomiella sp.nov. TO quetotaxia dorsal ....... ............ .......... .................................................................. 104 sensilas laterais dos tergitos torácicos e abdominais ................................... 104 XVIII 188 189 190 191 192 193 194 195 196 197 198 199 200 · 201 202 face dorso-lateral externa dos antenômeros II-IV 105 face ventral do antenômero I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105 pata metatorácica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105 tubo ventral 105 tenáculo ...... · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · ·· · · · · · · · · · · · · · · · · : : : 105 subcoxa furcal anterior e posterior . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . ..... 105 face ventral da nuca 1 05 face dorsal do manúbrio e da dens 105 face lateral da parte médio-distal da dens e mucro . . . . . . ... . . ... . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 05 Percentagem de contribuição das espécies de Isotomiella em litter e solo para as áreas de amostragem .. . ... . . . ... . . . .. . . . .. . . . ...................... . 1 13 Precipitação média mensal (PMM) e Temperatura média mensal (TMM) na estação meteorolôgica Alto da Boa Vista durante o período de coleta . .. . ..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. .. . .. . . . . . . . . . 1 18 Temperatura (ºC) e Umidade (%) do litter nas 4 estações de coleta ........... . 1 18 Temperatura (ºC) e Umidade (%) do solo nas 4 estações de coleta ............. 1 19 Diagrama de ordenação das amostras a partir da análise de correspondência. Eixos 1 e 2 .............. . ......... . . ..... . . . . . . . . . . . . . . . . . ... . .... . ... . . . .... . . ..... . 123 Diagrama de ordenação dos táxons a partir da análise de correspondência. Eixos 1 e 2 ............................................................................ 124 XIX Tab. ÍNDICE DE TABELAS Abundância total das espécies de Isotomiella em litter e solo, diversidade de Shannon Weaver, Equitabilidade de Pág. Pielou e Riqueza de Margalef nas áreas de estudo .... . .. . . . . . . . . . . . . . . . . ... . . . .. . . .... . . . 1 08 II Lista das espécies fundamentais, acessórias e acidentais no litter das 4 áreas de amostragem da Floresta da Tijuca . ..... . . .... . . . .. . . . . . . . . . 1 1 5 III Lista das espécies fundamentais, acessórias e acidentais no solo das 4 áreas de amostragem da Floresta da Tijuca .. . . . . . . . .. . . . . ... . . .... . . . 1 16 IV Variáveis ambientais durante o período de agosto de 1999 a julho de 2000 na Floresta da Tijuca, RJ .. . ..... . . . . . . . ... . .... ....... ...... .. . . .. . . .. . . . . . . . .1 17 V Caracterização química e granulométrica das 4 estações em janeiro (verão) e julho (inverno) de 2000 .... : ............................................. 120 VI Resultados obtidos da Regressão Múltipla aplicada entre as espécies de Jsotomiella e os fatores ambientais nas 4 estações de coletas, com valores de p<0,05 .................................................... 12 1 ÍNDICE DE APÊNDICES Apend. 1 Número de indivíduos coletados, Umidade (%) e Temperatura de litter e solo (Cº) na área de estudo I- BARRACÃO (420 m de Pág. altitude) no período de Agosto de 1999 a Julho de 2000 . . ... ...... . ...... . . . . ...... . 146 2 Número de indivíduos coletados, Umidade (%) e Temperatura de litter e solo (Cº) na área de estudo II- FLORESTA (540 m de altitude) no período de Agosto de 1999 a Julho de 2000 ..... . ...................... . 14 7 3 Número de indivíduos coletados, Umidade (%) e Temperatura de litter e solo (Cº) na área de estudo III- BOM RETIRO (630 m de altitude) no período de Agosto de 1999 a Julho de 2000 . .. . . . . . . . . .... . . . . . . . . . . . . . . 148 4 Número de indivíduos coletados, Umidade (%) e Temperatura de litter e solo (Cº) na área de estudo IV- AÇUDE SOLIDÃO (370 m de altitude) no período de Agosto de 1999 a Julho de 2000 ... . . . .... . .. . . ...... . . . 149 XX 1- INTRODUÇÃO No presente estudo são tratados aspectos . taxonômicos e ecológicos de vinte e cinco espécies do gênero Isotomiella Bagnall, 1939 (Collembola: Isotomidae: Anurophorinae) procedentes dos substratos litter . e solo da Floresta da Tijuca. Este gênero está constituído atualmente por 34 espéciesnominais, com ocorrência em países da Europa, África, Oceania, América do Norte, América do Sul e no Havaí (JANSSENS, 2002). No Brasil são conhecidas 14 espécies, das quais, 12 são descritas da Amazônia (DEHARVENG & OLIVEIRA, 1990; OLIVEIRA & DEHARVENG, 1990) e 2 assinaladas para a região sudeste (ARLÉ, 1939; MENDONÇA, 1981 ; 1YSCHLER & MENDONÇA, 1988). A maioria dos estudos sobre as espécies de Isotomiella refere-se a aspectos morfológicos e taxonômicos, excetuando a espécie L minor Schaeffer, 1896, de distribuição cosmopolita, que tem sido excessivamente abordada, juntamente com inúmeros outros táxons em estudos de âmbito ecológico. Embora esse gênero se destaque entre os Anurophorinae sensu DEHARVENG & OLIVEIRA ( 1990) , por constituir um grupo numericamente dominante em solos florestais (DEHARVENG, 1989; BEDOS & DEHARVENG, 1994) a literatura não contempla informações relacionadas à sua distribuição e abundância nesses ecossistemas. Estudos faunísticos em florestas incrementaram-se a partir da elucidação dos diferentes .. processos que ocorrem no solo, e, conseqüentemente, do conhecimento da fauna que o habita. Com o desenvolvimento da microbiologia, por volta de 1950, surgiram os primeiros estudos sobre os organismos envolvidos nos processos de gênese e de humificação até chegar à classificação adotada por Babel, 197 1 apud:. GARAY & SILVA, 1995. A primeira camada do solo, conhecida genericamente como litter é caracterizada atualmente como holorgânica, abrangendo os horizontes L (folhiço fresco), F (restos foliares) e H (70% de matéria orgânica fina) . Esses horizontes abrigam numerosa fauna edáfica 2 que costuma ser dividida com relação ao tamanho de seus organismos em micro, meso e macrofauna. Na mesofauna, que inclui indivíduos de 0,2mm a 0,4mm (COINEAU, 1974), destacam-se os colêmbolos como um dos grupos mais r�presentativos, �to em número de indivíduos como de _espécies (POOLE, 1959; REDDY, 1981; _PRABHOO, 1981; PALACIOS- VARGAS, 1985). Com o advento dos estudos taxonômicos dessa fauna ampliaram-se informações sobre atividades e padrões de distribuição, que culminaram na confirmação da sua excelência enquanto indicador ecológico e possibilitaram a sua utilização na determinação do grau de alteração dos ambientes naturais, efeitos de desmatamentos, de atividades agricolas, bem como manejo e conservação de solos florestais (CRITCHLEY et ai.. , 1979; ANDRÉ & LEBRUN, 1982; AOKI & HARADA, 1982; ANDRÉ, 1983; PONGE, 1983; BETSCH et al. , 1980, 1983). Estudos faunísticos realizados em Parques Nacionais e Reservas têm evidenciado a importância dos colêmbolos em diferentes ecossistemas (DELAMARE DEBOUTTEVILLE, 1950; STACH, 1959; CASSAGNAU, 1961; SELGA, 1962; PALÁCIOS-VARGAS, 1985; DEHARVENG & BEDOS, 1993; FALCA, 1993; GREENSLADE & RODGERS, 1998). No Brasil, estudos sobre colêmbolos Entomobryomorpha do Parque Nacional da Tijuca (MENDONÇA, 1981) e colêmbolos como indicadores ecológicos em ambientes florestais na Amazônia (OLIVEIRA, 1983), representam os primeiros ensaios nesse sentido. Embora nos últimos anos venham sendo acumuladas importantes contribuições, o conhecimento taxonômico da fauna brasileira de colêmbolos, ainda é fragmentário, dificultando estudos de âmbito ecológico posto que, muitas espécies são novas para a ciência. Face ao pouco conhecimento no Brasil de trabalhos sobre dados quantitativos relacionados à populações naturais de colêmbolos e considerando que Jsotomiella é um dos grupos mais representativos em número de indivíduos, resolveu-se eleger áreas da Floresta da Tijuca, Rio de Janeiro, para o desenvolvimento desta tese com o objetivo de fornecer subsídios para estudos adicionais sobre a ecologia e distribuição do gênero. 3 Especificamente, este trabalho se propõe a: • Contribuir para o conhecimento da fauna brasileira do gênero Isotomiella Bagnall, 1939 • Determinar e quantificar as espécies habitantes de litter e de solo em quatro pontos na Floresta da Tijuca, Rio de Janeiro • Determinar as espécies indicadoras desses substratos • Analisar a abundância absoluta das espécies e correlacionar com fatores abióticos • Determinar a constância das espécies nos substratos • Analisar a influência de alguns parâmetros edáficos importantes para a comunidade • Verificar a ocorrência de organização espacial das espécies em cada estação estudada • Verificar a variação sazonal durante um ciclo anual • Registrar novas ocorrências para o Brasil • Ampliar a Coleção de Collembola do Museu Nacional ., 4 2- HISTÓRICO BAGNALL ( 1939) descreveu o gênero Isotomiella para incluir a espécie Isotoma minor Schae:ffer, 1896, encontrada na Alemanha. GISIN ( 1942) descreveu Isotomiella paraminor com base no número e distribuição de cerdas ventrais no manúbrio em exemplares da Suíça. DELAMARE-DEBOUTIEVILLE ( 1950) ao realizar um estudo sobre a fauna de microartrópodes da Costa do Marfim na África, descreveu as espécies I. bidentata e I. africana. Nesta última descreveu as subespécies L africana minor e L africana paraminor. GAMA ( 1959) no seu levantamento de colêmbolos da Ilha da Madeira em Portugal descreveu L minor var. madeirensis. WINTER (1967) ao estudar a fauna colembológica do Peru sinonimizou L minor var. madeirensis com I. paraminor Gisin, 1942. BARRA ( 1968) estudando os colêmbolos do Gabão (África) descreveu L delamarei, sinonimizou I. africana e L africana minor com a espécie L minor. Neste trabalho, o autor sinonimizou também a subespécie L africana paraminor com L paraminor e redescreveu J. bidentata. RUSEK (198 1) ao estudar os colêmbolos do Iraque descreveu entre inúmeros outt:os táxons a espécie I. graci.limucronata e considerou-a próxima de J. minor. NAJT & THIBAUD (1987) ao pesquisarem a faµna colembológica procedente do Equador, descreveram J. symetrimucronata, considerada pelos autores próxima de J. minor e I. paraminor. DEHARVENG ( 1989) descreveu duas novas espécies cavemícolas, Lbari.uieraí e I. unguículata, ocorrentes em grutas de rouie a 240 m de altitude em Saint-Jean de Laur na França e estabeleceu comparações com a espécie J. minor. DEHARVENG & OLIVEIRA ( 1990) ao estudarem a estrutura e dinâmica das populações edáficas de colêmbolos da Amazônia t' 5 descreveram seis novas espécies do grupo delamarei: I. dupliseta, I. digitata, I. nummulifer, I. spinifer, I. quadriseta e I. barrai. Ainda neste trabalho, os autores discutiram os principais caracteres taxonômicos do gênero e propuseram vários novos, especialmente no que se refere à quetotaxia sensilar. OLIVEIRA & DEHARVENG ( 1990) no decurso de suas pesquisas sobre populações edáficas de Collembola da Amazônia descreveram seis espécies novas pertencentes ao grupo minor. I. prussianae, I. similis, I. amazonica, L granulata, L sensillata e I arlei. Ainda neste trabalho, foram discutidos e propostos novos caracteres taxonômicos para o gênero. CHRISTIANSEN & BELLINGER ( 1992) no manual de insetos das Ilhas Havaianas (Parte Collembola) descreveram a nova espécie J. aluiu e redescreveram J. minor (Schaeffer, 1896). DEHARVENG & FJELLBERG ( 1993) estudando pela primeira vez colêmbolos das Ilhas Seychelles descreveram J. spinosa e registraram a ocorrência de I. pru.ssianae e J. nummulifer, acrescentando novos caracteres. BEDOS & DEHARVENG (1994) estudando os colêmbolos da Tailândia descreveram cinco novas espécies: L brevi.dens, L eda.fica, I. hi:rsuta, I. intthanonensis e J. leksawasdii; registraram a ocorrência de J. symetrimucronata Najt & Thibaud, 1987 e J. nummulifer Deharveng & Oliveira, 1990 para a região e atribuíram o registro anterior de I. minor · (Schae:ffer, 1896) como um provável engano. DEHARVENG & SUHARDJONO ( 1994) ao estudarem a fauna colembológica da Sumatra (Indonésia) descreveram as novas espécies: J. annae, I. barisan, I. deforestai, I. dubia, I. thiollayi, I. cribatae J. michonae e discutiram suas afinidades. Ainda neste trabalho, os autores apresentaram uma chave para identificação e estabeleceram a sinonímia entre as espécies J. pru.ssianae e J. symetrimucronata. BARRA (1997) descreveu dentre outros táxons J. sodwana com base em exemplares coletados em areias litorâneas do Parque Nacional de Sodwana Bay na Província de Natal, República Sul Africana. ,.. 6 3- MATERIAL E MÉTODOS 3. 1- ÁREA DE EsTUDOS O Parque Nacional da Tijuca é formado pelas florestas Tijuca, Paineiras, Andaraí-Grajaú, Santa Inês (Ciganos) , Carioca e Gávea, e abrange uma área de 32Km.2, situada entre as coordenadas 22°55'S e 23°S e 43°12W e 43°19W (MANES, 1994) . Localiza-se no Maciço da Tijuca, em região de relevo acidentado, cujo ponto culminante é o Pico da Tijuca com 102 1m de altitude. Em tomo deste ponto há uma área de altitude média superior a 500m, cheia de vales cobertos de matas, por onde descem de um lado, os rios Jacaré, Joana e Maracanã de encontro à baía da Guanabara e, por outro lado, os rios Panela, Anil, Retiro e Cachoeira, que se lançam na lagoa de Jacarepaguá e da Tijuca. O maciço da Tijuca é composto basicamente por gnaisses pré cambrianos, aflorando em certos trechos o embasamento granítico, que constitui o núcleo dos maciços cariocas. Em alguns pontos as elevações são formadas de granito de grão fino, que se decompõe em blocos de formas distintas dos matacões de gnaisse, devendo-se em parte à erosão e à esfoliação o modelado desse maciço (F�ÓES-ABREU, 1957) . O solo é representado pelo manto de intemperismo que cobre as rochas eruptivas e metamórficas da parte acidentada. Segundo MONIZ ( 1975) e SILVA-FILHO (1985) , nessa região há predominância de grandes extensões de solos do tipo latossolo vermelho-amarelo, latossolo fase rara e cambissol. Nesses solos argilo-arenosos das áreas florestadas, a matéria orgânica encontra-se na camada superior, em contato com o manto de folhas caídas formando o horizonte A, espesso e rico em matéria orgânica. O clima do Parque Nacional da Tijuca é do tipo tropical úmido, nos primeiros 500m de altidude, conforme identificado por Kõppen. Esse clima típico de florestas tropicais é caracterizado por chuvas superiores a 7 2000 mm/ ano. Em altitudes superiores a 500 m o clima muda para tropical úmido de altitude (MATIOS et al. , 1976). A vegetação do Parque Nacional da Tijuca é do tipo floresta perenifólia, higrófila costeira, típica de mata Atlãntica do litoral brasileiro. O biorna Mata Atlãntica, segundo AB�SABER ( 1977) ocupava uma faixa continua e estreita estendida por toda a costa, desde Pernambuco até o Rio Grande do Sul, adentrando dezenas de quilômetros na região sudeste. Em virtude da sua localização geográfica a região costeira foi a primeira a ser explorada· pelos colonizadores através de processos destrutivos como a exploração madeireira, desmatamentos, queimadas, atividades agrárias, mineração e especulação imobiliária, levando à devastação de aproximadamente 92% da área originalmente ocupada pela mata Atlãntica (FONSECA, 1985; LINO, 1992; COIMBRA FILHO & CÂMARA, 1996). Atualmente a vegetação do Parque é uma combinação de reflorestamento, processos de regeneração natural e vegetação primitiva em adiantado estágio de evolução sucessória (PÁDUA & COIMBRA, 1979). De seus altos índices pluviométricos aliados a influências topográficas, edáficas e climáticas, resulta uma vegetação densa e exuberante, com três níveis de estratificação: arbóreo, arbustivo e herbáceo. O estrato arbóreo é constituído por árvores de troncos retos com ramificações no topo, que unidas umas às outras formam um dossel continuo. Das numerosas famílias aí existentes destaca-se Leguminosae, uma das mais representativas em número de espécies, seguindo-se Sapotaceae, Vochysiaceae, Bombacaceae, Euphorbiaceae, Lauraceae, Moraceae, Melastomataceae, também com número elevado de representantes. Algumas dessas árvores que atingem 20 a 30 metros de altura abrigam intricadas associações de comunidades epifiticas de bromeliáceas, orquidáceas, aráceas, pteridófitas e outras. As familias Bromeliaceae e Cactaceae, além de serem bem representadas são as mais características das matas sul-americanas. O estrato arbustivo apresenta uma vegetação peculiar, protegida pela densa ramagem das árvores mais altas, num ambiente mais ou menos uniforme quanto à luz, temperatura e umidade. Suas álvores estão 8 bem representadas pela quaresmeira Tibouchina granulosa, o palmito Euterpe edulis, palmeiras Geonoma spp. e a brejaú ba Austrocarium aculeatissum com fortes espinhos. As samambaias estão representadas pelos . . gêneros Alsophila, Hemitelia, Cyathea e Dicksonia da familia Cyatheaceae. Outras familias com numerosos representantes são: Rubiaceae, Myrtaceae, Melastomataceae e Lauraceae. O estrato herbáceo é representado por um grupo de plantas de colorido conspícuo, não ultrapassando 2 metros. Destacam-se as bananeirinhas do mato Heliconia spp., os caetés vermelhos Stronanthe sp., as marantas Calathea spp. e os pecovás Renealmia sp. Ainda neste estrato encontram-se revestindo pedras e grotas, os musgos e as hepáticas, e, sobre os barrancos úmidos, as samambaias, avencas, begônias e filodendros. As trapoerabas (Commelinaceae), as Neomarica sp. (Iridaceae) e muitos outros representantes das familias Rubiaceae, Axilidaceae e Acanthaceae espalham-se rente ao solo. Salientam-se ainda as espécies dos gêneros Peperomia e Pi.per da família Piperaceae. Dentre as plantas trepadeiras (cipós ou lianas), também consideradas características das florestas tropicais, destacam-se as famílias Bignoniaceae, Malpighiaceae, Convolvulaceae e Compositae. 3.2- EsTAÇÕES DE COLETAS As coletas foram realizadas na Floresta da Tijuca (Fig. 1), ao .. longo de um de um gradiente altitudinal, em 4 localidades identificadas como: Estação Barracão (1), Estação Floresta (11) , Estação Bom Retiro (III) e Estação Açude Solidão (IV). Estas estações distaram, respectivamente, 2, lKm, 3,65Km, 4, 15Km e 3,63Km do Portão da Floresta da Tijuca (VIEIRA, 200 1). O primeiro ponto de coleta- Estação Barracão- situou-se a 420m de altitude, na localidade conhecida como Recanto dos Pintores, de onde parte uma trilha paralela ao Rio das Almas (Fig. 2). A composição vegetal 9 desta área, bastante diversificada e com três níveis de estratificação, forma um anteparo à passagem da luz. No estrato arbóreo, cujas árvores atingem cerca de 30 metros, de altura destacam-se as espécies Vochysia laurifolia (Vochysiaceae), . Hieronyma auchomeoides (Euphorbiaceae), Eugenia brasiliensis, Plinia sp. (Myrtaceae), Ocotea sp. (Lauraceae), Euterpe edulis (Palmae), Lamanonia temata (Cunoniaceae), Cabralea canjerana (Meliaceae) e Guapira sp. (Nyctaginaceae). O subbosque é representado pelas espécies Clusia fluminensis (Guttiferae), Miconia sp. (Melastomataceae), Monstera sp. (Araceae), Chrysophyllum sp. (Sapotaceae), Gomidesia spectabilis (Myrtaceae), Psychotria leiocarpa (Rubiaceae), Guarea sp. (Meliaceae). No estrato herbáceo encontram-se principalmente Dorstenia sp. (Moraceae), Piper sp. (Piperaceae), Besleria melancholica (Gesneriaceae) e Anthurium sp. (Araceae). O segundo ponto- Estação Floresta (11)- estabeleceu-se a 540m de altitude, a partir de uma trilha iniciada próxima ao restaurante de mesmo nome (Fig. 3). Esta área, que no passado foi uma das mais devastadas por atividades agrícolas, mostra atualmente predominância de plantas nativas, embora a presença em grande número de Autocarpus sp. üaqueira) denote uma fisionomia de caráter antrópico. Nesta estação foram realizadas coletas ao longo de uma trilha marginal a uma encosta em acentuado declive e com bastante exposição ao sol. A composição vegetal desta área é muito diversificada, com predominância do estrato arbóreo, representado essencialmente pelas espécies Roupala sp (Proteaceae),Joannesia princeps (Euphorbiaceae), Plinia sp. (Myrtaceae), Erythroxylum sp. (Erythroxylaceae), Tabebuia umbellate (Bignoniaceae), Centrolobium tomentosum (Leguminosae), Nectandra sp. (Lauraceae), Clethra sp. (Clethraceae), Gasearia sp. (Flacourtiaceae) e Cariniana legalis (Lecythidaceae). No estrato arbustivo destacam-se as espécies Euterpe edulis (Palmae), Psychotria leiocarpa (Rubiaceae), Siparuna sp. (Monimiaceae), Pi.per mollicomum (Piperaceae), Tibouchi.na sp. (Melastomataceae) e Solanum sp. (Solanaceae). O estrato herbáceo é basicamente representado pelas plântulas dos outros estratos. 1 0 A terceira estação- Bom Retiro (III)- localizou-se a 630m de altitude, partindo de uma trilha iniciada no Largo do Bom Retiro em direção ao Pico da Tijuca (Fig. 4). No local onde se realizaram as coletas, a vegetaç�o é ainda bastante representativa ocupando encostas e declives, nos quais destacam-se as espécies arbóreas Alchomia iricurana (Euphorbiaceae), Neetandra sp. (Lauraceae), Pterocarpus rohrii (Leguminosae) e Cabralea canjerana (Meliaceae). No sub-bosque observam-se as espécies Psychotria leiocarpa, Bathysa sp. (Rubiaceae), Pi.per sp. (Piperaceae), Olyra sp. (Gramineae), Bauhi.nia sp. (Leguminosae) e Myrceugenia myrcioides (Myrtaceae) e no estrato herbáceo predominam representantes das famílias Malvaceae e Polygonaceae. A quarta estação- Açude Solidão (IV)- estabeleceu-se a 370 m de altitude, a partir de uma trilha principal, próxima ao Rio Solidão (Fig. 5). No local onde foram realizadas as coletas, destacam-se afloramentos de rochas graníticas em meio a encostas e declives, com cobertura vegetal bastante diversificada. No estrato arbóreo predominam Erythroxylum pulchrum (Erythroxylaceae), Guapira sp. (Nyctaginaceae), Hieronyma alchomeoides (Euphorbiaceae), Gomidesia speetabilis (Myrtaceae), Ficus sp. (Moraceae) e no estrato arbustivo observam-se Dombeya sp. (Sterculiaceae), Pi.per sp. (Piperaceae), Psychotria nuda e Coffea arabica (Rubiaceae). O estrato herbáceo é caracterizado pela predominância de plantas exóticas como lírio do brejo, dracena, carrapicho e maria-sem vergonha. PONTOS DE COLETA BARRACÃO li FLORESTA I l i BOM RETIRO IV AÇUDE SOLIDÃO ... ... 1 1 ÁREA DESMATADA FLORESTA / MATA PARQUE / PRAÇA / LAZER TERRENO ROCHOSO ... .,. 21· 22• .,. Fig. 1- Mapa da Floresta da Tijuca com localização dos pontos de coleta. Retirado de um mapa da cidade do Rio de Janeiro- IPLANRIO- Instituto de Planejamento Municipal . 1 2 Fig. 2- Aspecto da ârea de coleta n a Estação Barracão. 1 3 Fig. 3- Aspecto da área de coleta n a Estação Floresta. 1 4 Fia;. 4- Aspecto da área de coleta na Estação Bom Retiro. 1 5 Fig. 5- Aspecto da área de coleta na Estação Açude Solidão. - 1 6 3.3- PROCEDIMENTO 1'10 CAMPO Como ponto inicial para a elaboração deste trabalho, foram realizadas excursões à Floresta da Tijuca, para verificação da fauna ali ocorrente e determinação dos pontos de coleta. Constatada a abundância da fauna de Isotomiella Bagnall, 1939 foram escolhidas 4 estações em pontos altitudinais diferentes. No período de agosto/ 1999 a julho/2000, foram realizadas excursões mensais à Floresta da Tijuca, sempre na segunda quinzena do mês e no horário compreendido entre 9:00 h e 12:00 h. Em cada estação de coleta foram utilizadas trilhas pré-existentes, como ponto de direcionamento, a partir das quais realizaram-se nas suas cercanias, coletas ao acaso. Em cada estação foi aferida a altitude com o altímetro e tomadas três amostras de 2 estratos (litter e solo) em pontos com intervalos nunca inferiores a 2 m. A extração de cada amostra constituiu-se na retirada de 5 cm da primeira camada, e em seguida 5 cm da segunda camada através de uma sonda cilíndrica medindo 10 cm de diâmetro. Para cada amostra efetuada foram tomadas medidas de temperatura através de termômetro de mercúrio durante 3 minutos. Os estratos amostrados, em número de 24, foram acondicionados em sacos plásticos, vedados e etiquetados com a numeração progressiva da coleção da autora. 3.4- PROCEDIMElfTO 1'10 LABORATÓRIO No laboratório, as amostras foram pesadas e colocadas individualmente em funis de Berlese-Tullgren (TULLGREN, 19 17), com malha de 2 mm de abertura. A extração da fauna efetuou-se sob o calor produzido por lâmpadas de lSW colocadas acima dos funis durante 8 dias. Após este período, as amostras foram retiradas dos funis extratores, colocadas em sacos plásticos e novamente pesadas para determinação do 1 7 seu teor hídrico através da fórmula preconizada por ALLEN & GRINSHAW (1974) : U= PU-PS XlOO PU O resultado do cálculo, representando a umidade contida em cada estrato, foi anexado à ficha amostral para correlação da fauna com os fatores ambientais. Os colêmbolos capturados em frascos coletores, contendo álcool 96°GL, foram submetidos à fixação através de álcool fervente para quebra da tensão superficial e desagregação de material seroso de revestimento que alguns apresentam. A triagem, para separação dos colêmbolos da fauna acompanhante e dos detritos, e a contagem foram efetuadas sob microscópio estereoscópico. Para o estudo da morfologia externa de Isotomiella, os espécimens foram todos montados entre lâmina e lamínula, utilizando-se o liquido consetvador de ARLÉ & MENDONÇA ( 1982). As preparações permanentes, incluindo cerca de 30 exemplares por lâmina, foram vedadas através de cimento de Rondeau de Noyer ( 19 18) apud:. LANGERON (1949) e etiquetadas de acordo com o número de entrada na Coleção de Collembola do Museu Nacional. As ilustrações foram realizadas com auxílio de câmara clara acoplada a microscópio óptico Zeiss. Na caracterização, realizada com base em indivíduos adultos, evitando-se tanto quanto possível as formas jovens, levou-se em consideração o tamanho, habitu.s e cerca de 40 caracteres distribuídos na região cefálica, nos tergitos torácicos e abdominais, e nos apêndices (patas, tubo ventral, tenáculo, subcoxas furcal, manúbrio, dens e mucro). Para as estruturas estudadas, seguiu-se a terminologia utilizada por DEHARVENG & OLIVEIRA ( 1990). A identificação das espécies, com base em consulta bibliográfica, contou com trabalhos de descrições e revisões taxonômicas. As referências principais incluíram STACH (1947) ; BARRA ( 1968) ; e os trabalhos 1 8 realizados por DEHARVENG & OLIVEIRA ( 1 990) ; OLIVEIRA & DEHARVENG (1990) ; BEDOS & DEHARVENG (1994) e DEHARVENG & SUHARDJONO (1994), fundamentais para o estudo do gênero. Após a caracterização, as espécies foram discriminadas na lista de material examinado de acordo com suas áreas de ocorrência, e foram tecidas considerações sobre suas afinidades, variações morfológicas e geográficas para cada uma delas. A lista de composição das espécies foi elaborada em ordem alfabética a partir das espécies já conhecidas, seguidas das novas encontradas na Floresta da Tijuca. As siglas utilizadas na identificação das espécies novas referem-se às abreviaturas dos nomes que as mesmas terão ao serem descritas. No item referente à lista de material examinado, as abreviaturas am., ex. e exs. referem-se, respectivamente, às palavras amostra, exemplar e exemplares. A análise química e granulométrica dos estratos amostrados em Janeiro e Julho de 2000 foi efetuada pelo Laboratório de Análise de Solo da EMBRAPA. O índice pluviométrico e as temperaturas máximas e mínimas foram obtidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia através da Estação 83007 (Alto da Boa Vista). 3.5- TRAT�!ITO EsTATfSTICO A partir dos valores de freqüência obtidos para cada estação de coleta foram realizadas análises estatísticas visando comparar similaridades entre as áreas de coleta, relação das espécies com os fatores ambientais e variações espaço-temporais. Para avaliar e comparar diferenças na composição da comunidade em cada estação de coleta foram utilizados os índices de Diversidadede Shannon-Weaver, Riqueza de Margalef e Equitabilidade de Pielou (LUDWIG & REYNOLDS, 1988). 1 9 A estrutura da comunidade foi determinada através da análise de freqüência relativa, da abundância total, do coeficiente de freqüência. O coeficiente de freqüência foi obtido através da fórmula: Cf= amostras com X x 100 total de amostras Utilizou-se também o teste de espécies indicadoras (DUFRÊNE & LEGENDRE, 1997) para verificar as espécies características de litter e de solo. Os resultados foram submetidos ao teste de Monte Carlo com 1000 permutações, a fim de verificar sua significância, sendo aceitos os valores de p<0,05. As associações entre as espécies e os fatores ambientais foram verificadas através da análise de regressão múltipla, e como método de ordenação para verificar a variação da comunidade no período de estudo foi utilizada a análise de correspondência (LUDWIG & REYNOLDS, 1988). As espécies com menos de 10 indivíduos não foram incluídas nesta análise devido à baixa contribuição absoluta, o que interferiria na interpretação dos dados. Os programas estatísticos NTSYS2 (ROHLF, 1992) e STATISTICA for Windows (STATSOFT, 1997) foram usados para realização das análises. 20 4- RESULTADOS 4. 1- CARACTERIZAÇÃO DO GÊNERO ISOTOMIELLA BAGNALL, 1939 Corpo pequeno com habitus alongado e subcilindrico. Tegumento fino formado por grãos primários. Crateras geralmente presentes, com dimensão variada. Canais epicuticulares desde a cabeça até o segmento abdominal II. Sem pigmento, olhos e órgão pós-antenal. Tergito abdominal V e VI fusionados, com · 1 + 1 sensila espessa dorso-lateral. Tricobótrias ausentes. Revestimento de cerdas lisas e afiladas, de tamanho variável, e de cerdas ciliadas, bastante diversificadas quanto ao tamanho e ciliação. Macroquetas distribuídas do tergito torácico II ao tergito abdominal IV em número de 1 , 1 /3,3,3,4 por meio-tergito. Quetotaxia sensilar do tipo reduzido, diversificada quanto ao tamanho e estrutura. Antenômero IV com organito subapical e cerda protetora; 6 cerdas sensilares espessas e subcilindricas na região subdistal dorso-lateral. Órgão sensorial do antenômero III típico. Antenômero II com 1 cerda sensilar lateral externa e microquetas basais. Antenômero I com sensilas ventrais desiguais geralmente presentes. Peças bucais, mastigadoras, típicas da família. Quetotaxia labral com 4 / 554 cerdas e 4 espínulas cuivas anteriores. Unha ligeiramente cutva, sem dente. Apêndice empodial geralmente lanceolado, sem dentes. Colóforo c_om quetotaxia fixa nas espécies. Tenáculo com 3 a 4 dentes e corpo com ou sem cerdas. Furca presente, geralmente desenvolvida. Manúbrio com cerdas ventrais em número variável ou ausente. Dens geralmente longa e crenulada. Mucro presente com número variável de dentes. 2 1 4.2- MORFOLOGIA EXTERNA DE lSOTOMIELLA Os colêmbolos do gênero Isotomiella são pequenos e delicados, medindo cerca de 0,4mm a 1,2mm. São desprovidos de pigmento, olhos e órgão pós-antenal. Apresentam habitus subcilindrico e fino, típico das formas hemiedáficas e euedáficas, como em Isotomiella sp.nov. MC e Isotomiella sp.nov. TO (Figs. 143 e 186). Alguns são cilíndricos e espessos como I. qu.adri.seta Deharveng & Oliveira e Isotomiella sp.nov. CA (Fig. 64) ou tubuliformes conforme as espécies J. barrai Deharveng & Oliveira e Isotomiella sp.nov. PR (Figs. 6 e 176). O tegumento fino, com granulação primária, inclui crateras com diâmetro variado, geralmente dispostas em maior intensidade na parte posterior dos tergitos abdominais; grânulos secundários sobre as antenas, e pseudoporos ao longo da região axial dos tergitos. As crateras podem estar muito próximas entre si, com diâmetro equivalente ao embasamento de uma mesoqueta (Fig. 69), ou afastadas umas das outras, com cerca de 5µ.m de diâmetro, equivalente à inserção de 2 ou 3 macroquetas (Fig. 25). Os canais epicuticulares ocorrem desde a cabeça até o tergito abdominal II, em algumas espécies do grupo "minor'. Embora considerado como um dos aspectos mais originais de Isotomiella, não foi visualizado em nenhuma das espécies deste grupo aqui estudadas. Reves�ento de cerdas simples, afiladas, e de cerdas ciliadas, diversificadas quanto ao tamanho e à ciliação. As macroquetas, em geral maiores e bastante ciliadas, podem ser pequenas e lisas, quase indistintas das outras cerdas (Fig. 6 e 176). Em Isotomiella sp.nov. DE e Isotomiella sp.nov. FE são levemente ciliadas (Fig. 8 1 e 120). As macroquetas apresentam-se distribuídas do tergito torácico II ao tergito abdominal IV, em número de 1, 1/3,3,3,4 por meio-tergito. As cerdas cefálicas, em geral subiguais e lisas, apresentam-se maiores na parte anterior e posterior. Isotomiella sp.nov. CA mostrou algumas cerdas posteriores levemente ciliadas. As cerdas ímpares a0, m0 e pO, localizadas na região axial do tergito abdominal V-VI, apresentam variação quanto ao tamanho e ciliação (Figs. 15 e 153). r 22 Revestimento sensilar variável quanto ao número, tamanho e forma. As sensilas são cerdas espessas, com superficie lisa, desprovida de ornamentação, localizada principalmente nas antenas e regiões lateral, dorso-lateral e ventral dos tergitos. Em função de suas posições nos tergitos são designadas como sensilas laterais (sl), posteriores (sp), anteriores (sa), ventrais (sv) e sensila dorso-lateral do tergito abdominal V VI (spl). Esta última, hipertrofiada e subcilindrica, apresenta-se diversificada quanto ao tamanho e espessura, nas diferentes espécies (Figs. 42, 1 15 e 187). As antenas, geralmente maiores que a diagonal cefálica, são divididas em 4 artículos. O último artículo ou antenômero IV, apresenta 1 organito subcilindrico, na região subapical dorso-lateral, protegido por 1 cerda curva (Fig. 46). Este organito pode ser tubuliforme, semi-ovóide ou lanceolado (Fig. 94), e a cerda protetora (so) pode exibir tamanho e curvatura variáveis. Ainda neste antenômero, na região subdistal dorso lateral, encontra-se um grupo de 6 cerdas espessas e subcilindricas, características do gênero; estas cerdas sensilares designadas como S 1 a S6 (Fig. 26) podem ser finas e longas (Figs. 93, 158 e 169), ovóides (Fig. 7), grandes e espessas (Fig. 135) ou muito pequenas e finas (Fig. 179). Além destas, ocorrem ainda sensilas suplementares, subcilindricas e finas, em número variável nas diferentes espécies. No antenômero III na região dorso-lateral externa, encontra-se o órgão sensorial, tipicamente composto por 2 microsensilas (S2 e S3), subcilindricas ou ovóides (Fig. 8), protegidas lateralmente pelas sensilas S 1 e S4, com o dobro do tamanho das sensilas internas; mais abaixo e lateralmente ocorre a sensila S5, em geral menor e mais curva (Fig. 107). Antenômero II com microquetas basais e 1 sensila lateral externa cujo tamanho e espessura variam nas espécies. Antenômero I composto por cerdas lisas, ou lisas e ciliadas, microquetas basais e sensilas desiguais na face ventral; nas espécies do grupo "delicat<i' não foram visualizadas estas sensilas. Peças bucais mastigadoras, típicas da família. Labro com 4 espínulas distais curvas, e cerdas em número de 4/554; estas cerdas são normalmente afiladas e levemente curvas, mas em algumas espécies as ventro-laterais são muito espessas e esclerosadas, conforme apresentadas 23 por Isotomiella quadriseta e Jsotomiella sp.nov. CA (Figs. 34, 65 e 66) . O lobo externo da maxila ostenta 2 a 4 pêlos sublobais, lisos, de dificil visualização. As patas são constituídas por 6 segmentos: 2 subcoxais, trocanter, fêmur, tibiotarso e pré-tarso ou empódio. Neste último inserem se a unha e o apêndice empodial. Os articulas da pata são revestidos em geral de cerdas lisas e afüadas. A subcoxa I das patas I, II e III é provida de cerdas lisas e ciliadas, cujo número destas últimas é taxonomicamente importante. O fêmur, revestido por cerdas lisas, pode apresentar 1 ou várias cerdas ciliadas,assim como o ergot femural que pode ser liso (Fig. 159) ou ciliado. O tibiotarso metatorácico, geralmente de aspecto normal, apresenta-se em algumas espécies muito dilatado, diferindo das outras patas que se mantêm com aspecto normal, conforme ocorre nas espécies do grupo "digitatd' (Figs. 61 e 117). Sobre o tibiotarso algumas cerdas apresentam-se profundamente modificadas, com aspecto digitiforme (Figs. 61 e 117). No tibiotarso protorácico o número de cerdas dispostas no diâmetro proximal é considerado um caráter taxonômico importante, embora não o tenhamos utilizado como caráter discriminante no presente estudo. A unha, inserida no pré-tarso, é em geral desenvolvida, com forma ligeiramente curva, desprovida de dentes. Em algumas espécies a unha é fina e alongada (Figs. 123, 124 e 125). O apêndice empodial, também inserido no pré-tarso, é normalmente desenvolvido e lanceolado (Fig. 148) ou curto com ápice truncado, como na espécie Isotomiella sp.nov. PR (Fig. 181). Os tergitos abdominais I-IV são individualizados e subiguais, ao passo que o V e VI são fusionados, formando um segmento único. O tubo ventral, inserido na parte ventral do primeiro segmento abdominal, é munido de cerdas na sua parte anterior, posterior e distal, cujo número é considerado estável dentro de uma espécie. O tenáculo ou retináculo, situado na face ventral do terceiro segmento abdominal, constitui-se de um corpo com 1 a 3 cerdas, e dois ramos munidos de 3-4 dentes com função de sustentação da furca quando em repouso. Em algumas espécies ocorre a ausência de cerdas no corpo tenacular (Fig. 88). A quetotaxia da subcoxa furcal anterior (scxa) e da subcoxa furcal posterior (scxp), embora 24 variável, pode ser considerada um bom critério taxonómico (Figs. 76 e 193). A furca, constituída de manúbrio, dens e mucro, situa-se na face ventral do quarto segmento abdominal. Normalmente desenvolvida, pode apresentar todos os estágios de regressão, com exceção de seu desaparecimento total; o estágio mais reduzido ocorre nas espécies J. barrai Deharveng & Oliveira, 1990 e Isotomiella sp.nov. PR. Estes estágios de redução furcal incluem o retináculo e subcoxa furcal. O manúbrio, em forma trapezoidal, possui cerdas dorsais e ventrais, fixas em diferentes espécies. A quetotaxia ventral do manúbrio é considerada fundamental para a taxonomia do grupo; nesta região as cerdas apresentam-se numerosas (cerca de 18), em número reduzido (2+2, 1 + 1 ), ou mesmo ausentes (Figs. 90,99 e 103). A dens geralmente alongada e crenulada também apresenta cerdas ventrais e dorsais, características para cada espécie. O mucro é constituído por dentes que variam quanto ao número, tamanho e disposição. No mucro tridentado, os dentes anteapicais podem ser simétricos(Fig. 142) ou assimétricos (Fig. 163), e no mucro bidentado, o dente anteapical pode estar situado no mesmo eixo (Fig. 22) ou lateralmente ao dente apical (Fig. 104). O mucro unidentado é desenvolvido e falciforme (Fig. 1 19) ou reduzido a um espinho curvo (Figs. 10 e 184). 4.3-_ CollPO�IÇÃO FAUlfÍSTICA De um total de 288 amostras coletadas foram obtidos 3552 exemplares de Isotomiella Bagnall, 1939, distribuídos em 25 espécies listadas a seguir: Isotomiella barrai Deharveng & Oliveira, 1990 Isotomiella bidentata Delamare-Deboutteville, 1950 Isotomiella digitata Deharveng & Oliveira, 1990 Jsotomiella nummulifer Deharveng & Oliveira, 1990 Isotomiella quadriseta Dehatveng & Oliveira, 1990 Isotomiella symetrimucronata Najt & Thibaud, 1987 Isotomiella sp.nov. AA Isotomiella sp.nov. BD Jsotomiella sp.nov. CA Isotomiella sp.nov. DE Isotomiella sp.nov. DS Jsotomiella sp.nov. DT Jsotomiella sp.nov. EL Isotomiella sp.nov. FA Isotomiella sp.nov. FE Isotomiella sp.nov. GR Isotomiella sp.nov. MC Isotomiella sp.nov. MI Isotomiella sp.nov. NE Isotomiella sp.nov. PR Isotomiella sp.nov. TO Isotomiella sp. CO Isotomiella sp. SG Isotomiella sp. SH Isotomiella sp. SS 25 As espécies I. digitata, Isotomiella sp. CO, Isotomiella sp. SG, Isotomiella sp. SH e Isotomiella sp. SS não foram caracterizadas morfologicamente devido ao estado precário de seus exemplares. 4.4- CARACTERIZAÇÃO DAS ESPÉCIES DE ISOTOMIELLA Isotomiella barrai Dehatveng & Oliveira, 1990 (Figs. 6-10) Comprimento do corpo: 0,45-0,48 mm. Habitus subcilindrico e alongado. Tegumento muito fino desprovido de crateras. Pseudoporos não 26 Figa. 6-10. Jsotomiella barrai Deharveng & Oliveira, 1990. 6- Habitus e quetotaxia dorso lateral; 7- face dorso-lateral externa do antenõmero IV; 8- órgão sensorial do antenõmero III; 9- pata metatorácica e unha; 10- vista lateral da furca. 27 observados. Cerdas cefálicas lisas e subiguais. Antenômero N com 1 organito subapical, ovóide, protegido por 1 cerda curva; 6 sensilas ovóides e globulosas dorso-laterais externas (5 µm) ; 3 sensilas suplementares, 1 dorso-medial , longa e espessa próxima a S6, 1 dorso-lateral externa, espessa e curta, abaixo da cerda protetora (Fig. 7). Órgão sensorial do antenômero III formado por 2 microssensilas ovóides, protegidos por 2 sensilas subcilindricas (Fig. 8). Antenômero I apresentando 1 microqueta basal. Cerdas labrais um pouco mais espessas que o normal. Lobo externo da maxila com 3 pêlos sublobais. Quetotaxia geral do corpo reduzida formada por cerdas lisas, finas e subiguais (Fig. 6). Tergito torácico II com 6+6 cerdas axiais; 3+3 sensilas laterais desiguais, medindo a partir da interna 18 µm, 6 µm e 7 µm. Tergito torácico III com 5+5 cerdas axiais e 2+2 sensilas laterais medindo 18 e 20 µm. Tergito abdominal I e II com 3+3 cerdas axiais e sem sensila lateral. Tergito abdominal III com 3+3 cerdas axiais; 1 + 1 sensila lateral espessa e afilada no ápice (7 µm); 1 + 1 sensila ventral longa e subcilindrica ( 15 µm). Tergito abdominal IV com 3+3 cerdas axiais, 1+ 1 sensila ventral (12 µm). Tergito abdominal V-VI com as cerdas ímpares ao e p0 subiguais e m0 um pouco mais longa; 1 + 1 sensila (spl) muito longa e subcilindrica (27-30 µm) ; 1 + 1 sensila ventral (sv) medindo cerca de 15 µm. Patas revestidas de cerdas simples; ergot normal, semelhante as cerdas proximais. Unha normalmente desenvolvida, sem dente (9 µm) ; apêndice empodial desenvolvido, lanceolado (Fig. 9). Tubo ventral com 2+2 cerdas posteriores, 1 + 1 cerda anterior e 4+4 cerdas distais. Tenáculo com 3+3 dentes e 1 cerda. Subcoxa furcal anterior com 2 cerdas e subcoxa furcal posterior com 4-5 cerdas. Manúbrio com 1 + 1 cerda ventro-distal e 8+8 dorsais. Dens menor que o comprimento da unha (8 µm) , com 2 cerdas ventrais e 1 dorsal. Mucro reduzido a um espinho curvo medindo cerca de 2 µm (Fig. 10). Material examinado: BRASIL, Rio de Janeiro, Floresta da Tijuca, Barracão- am.857, 1 ex. , 23.IX. 1999; am.978, 2 exs. , 23.II.2000. Bom Retiro- am.946, 1 ex. , 2 1.XII. 1999. Considerações: Isotomiella barrai Deharveng & Oliveira, 1990, 28 descrita da Amazônia, é uma espécie peculiar, facilmente separada das demais, pela presença ímpar de uma furca muito pequena, com mucro ínfimo em forma de um espinho curvo. Os espécimens de J. barrai., procedentes da Floresta da Tijuca, correspondem em sua totalidade com a descrição e ilustrações dos autores, sendo a única diferença obseivada referente ao tamanho do corpo, uma vez que os exemplares da Floresta da Tijuca apresentaram comprimento maior que os exemplares amazônicos. Isotomiella bidentata Delamare Deboutteville, 1950 (Figs. 1 1-22) Comprimento do corpo: 0,43-0,60 mm. Habitus subcilíndrico (Fig. 1 1) . Tegumento granuloso. Crateras grandes, medindo cerca de 2 vezes o embasamento de uma microqueta, distribuídas intensamente sobre os tergitos abdominais V-VI (Fig. 1 1) . Pseudoporos visíveis. Comprimento da diagonal cefálica: antena= O, 1 1 mm: O, 12 mm. Cerdas cefálicas lisas e subiguais, excetuando as anteriores e as posteriores um pouco mais longas. Antenômero IV com
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