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Maria Cleide de Mendonça 
TAXONOMIA E DISTRIBUIÇÃO DO GÊNERO f SOTOMIELLA BAGNALL, 
1939 (COLLEMBOLA, lSOTOMIDAE) NA FLORESTA DA TIJUCA, RIO DE 
JANEIRO, RJ, BRASIL 
Tese apresentada à Coordenação do Programa de Pós-Graduação em 
Zoologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como 
parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de 
Doutor em Ciências Biológicas - Zoologia. 
Rio de Janeiro 
2002 
r. 
li 
MARIA CLEIDE DE MENDONÇA 
Taxonomia e Distribuição do Gênero lsotomiella 
Bagnall, 1939 (Collembola, Isotomidae) na Floresta da Tijuca, 
Rio de Janeiro, RJ, Brasil 
Banca Examinadora: 
Rio de Janeiro, JG de 4e-u� de 2002. 
111 
Trabalho realizado no Laboratório de Apterigotologia do Departamento 
de Entomologia Museu Nacional/UFRJ. 
Orientadpr: Prof._ Dr Jorge Luiz Nessimian 
Instituição: Departamento de Zoologia, Instituto de Biologia, 
Universidade Federal do Rio de Janeiro 
FIGURA DA CAPA 
Isotomiella sp.nov. BD. Ilustração: Maria Cleide de Mendonça. 
Arte Final: Paulo Roberto Nascimento (Museu Nacional) 
IV 
V 
FICHA CATALOGRÁFICA 
MENDONÇA, Maria Cleide de 
Taxonomia e Distribuição do Gênero Isotomiella Bagnall, 1939 
(Collembola, Isotomidae) na Floresta da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ, 
Brasil. 
Rio de Janeiro. UFRJ, Museu Nacional, 2002. 
xx+ 149p. 
Tese: Doutorado em Ciências Biológicas (Zoologia) 
1. Collembola 2.Isotomidae 3. Isotomiella 
5. Distribuição espaço-temporal 
4.Taxonomia 
I. Universidade Federal do Rio de Janeiro - Museu Nacional 
II. Teses 
Para )Intônio Carlos 9,1.aga[/i,ães 9,1.acedo, por tuáo 
Para meus pais (in memoriam) 
.... Fiá vezes que penso ouvir suas vozes, tafvez na do vento ... 
<Dante <Tei:{_eira 
Para meus innã,os, pefo grande incentiw 
VI 
VII 
"Jfá qua(quer coisa áe impressionante no silêncio que áomina essas grarufes 
f{orestas áurante o âia; a nota ocasiona{ áe um pássaro no aEto áe uma 
árvore, ou ta{vez o vo{tejar áe uma 6or6ofeta áesgarrada, voanáo onáe um 
raio áe so[ conseguiu penetrar na a6ertura áa follia9em, são os únicos 
aspectos e sons que inâuam a presença áa vúfa anima[ .. poáe-se faciímente 
imaginar que se está no pais áas faáas. " 
Cliarfes James Po�<.Bun6ury, 1833 
VIII 
AGRADECIMENTOS 
Ao Prof .. Roger Pierre Hypolite Arlé, in memoriam, que, através 
da sua orientação inicial e dos seus ensinamentos, deu o starl para a 
concretização de um sonho. 
Ao Prof. Dr. Jorge Luiz Nessimian, um orientador tocado pelos 
astros, pela generosidade com que aceitou a orientação deste trabalho, 
pela paciência e pelo auxilio inestimável. 
À colega, bióloga Liliane Henriques Fernandes, pela 
convivência fraterna e prazerosa ao longo· destes anos e pelo seu apoio 
irrestrito e incondicional, em todas as etapas deste t:t:abalho, que ficarão 
para sempre na minha memória. 
Às Profru! Wilma Teixeira Ormond, Leda Dau e Maria Célia 
Bezerra Pinheiro, pela ami?.ade e carinho com que me receberam, e 
acolheram a presença do laboratório de Apterygota no setor de Biologia 
Floral, desde que aqui cheguei. 
À colega, Prof<! Dra Márcia Souto Couri do Departamento de 
Entomologia do Museu Nacional/UFRJ, sempre extremamente 
atenciosa, pelo esclarecimento de dúvidas e valiosas sugestões ao 
manuscrito. 
Às colegas, Profª Heloisa Alves de Lima Carvalho e bióloga 
. Maria Célia Rodrigues, pela ajuda inestimável nas fotografias aqui 
apresentadas e pelos deslocamentos ao campo, mas principàlmente, 
pela amizade e experiências compartilhadas. Agradeço ainda à colega 
Heloisa pela criteriosa leitura do manuscrito e valiosas sugestões.· 
Ao colega Paulo Teixeira de Souza, técnico do Laboratório de 
Biologia Floral do Departamento de Botânica, pelo dedicado e 
indispensável auxilio nos trabalhos de campo. 
À colega, Dra Valéria Cid Maia do Departamento de 
Entomologia do Museu Nacional/UFRJ, pelo incentivo às minhas 
primeiras divagações sobre a realização deste trabalho. 
IX 
Ao Dr. Jean-Marc Thibaud, Muséum National a·Histoire 
Naturelle- Paris, pela atenção e interesse demonstrados durante a 
realização desta tese. 
À Dra Benedita Aglai Oliveira da Silva, do Departamento de 
Ecologia, Instituto de Biologia-UFRJ, pelo grande incentivo, e valiosas 
. sugestões para a análise de solos. 
Aos meus colegas Professores do Departamento de 
Entomologia do Museu Nacional, Alcimar do Lago Carvalho, Cátia 
Antunes de Mello Patiu, Denise Medeiros Pamplona, Gabriel Luis 
Figueira Mejdalani, Janira Martins Costa, Luiz Soledade Otero, Márcia 
Souto Couri, Miguel Angel Monné Barrios e Sonia Lopes Fraga, pelo 
empréstimo do microscópio com câmara clara que possibilitou a 
realização dos desenhos aqui apresentados, e pelo apoio e colaboração 
dispensados. 
Ao Sr. Carlos Alberto Leal de Oliveira, técnico herboriza.dor da 
FEEMA (Fundação Estadual de Engenharia e Meio Ambiente), pelo 
inestimável apoio na identificação das espécies vegetais da Floresta da 
Tijuca. 
Ao Prof. Dr. Adriano Brilhante Kury do Departamento de 
Invertebrados do Museu Nacional/UFRJ, agradeço a gentileza por ter 
sido inicialmente meu orientador. 
A Paulo Roberto Nascimento, desenhista do Departamento de 
Vertebrados do Museu Nacional/UFRJ, pela gentileza na finalização da 
capa. 
Ao Prof. Luís Fernando Marques Doivillé do Instituto de 
Biologia da UERJ/FFP, pela gentileza no empréstimo de bibliografias. 
À colega Dra Elisiana Oliveira, pesquisadora do INPA, pelas 
palavras de incentivo e pela colaboração no envio de bibliografias. 
Aos estagiários do Setor de Apteiygotologia, biólogo Sandro 
Patrício de Azevedo e Jacqueline Dias Correa de Souza, aluna de 
Biologia da UERJ/FFP, pela ajuda nas atividades laboratoriais e 
carinho dispensado. 
X 
Aos membros da Banca de Qualificação, Profas Dras Benedita 
Aglai Oliveira da Silva, Denise Medeiros Pamplona, Márcia Souto Couri, 
pelas críticas e sugestões, que contribuíram para o aperfeiçoamento 
deste trabalho. 
Ao Prof. Dr. Victor de Carvalho Klein· do Departamento de 
Geologia e Paleontologia do Museu Nacional/UFRJ pelo empréstimo do 
altímetro. 
À administração do Parque Nacional da Tijuca, na pessoa do 
Dr. Pedro da Cunha e Menezes, Diretor da Gestão compartilhada 
IBAMA-Prefeitura, pela gentileza com que me recebeu, possibilitando a 
realização deste trabalho em áreas do Parque. 
À EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) 
Solos, na pessoa do Dr. Marcelo Francisco Costa Saldanha, pelas 
análises química e granulométrica dos substratos amostrados. 
À Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do 
Estado do Rio de Janeiro/FAPERJ pelo apoio financeiro na aquisição de 
microscópio óptico (Proc. E-26/ 170.217 /97). 
À Fundação Universitária José Bonifácio/FUJE pelo apoio 
financeiro na aquisição de câmara clara (Proc. 8837-4). 
Ao Instituto Nacional de Meteorologia pelo fornecimento de 
dados de temperatura e pluviosidade na estação Alto da Boa Vista. 
À Biblioteca do Museu Nacional e seus funcionários que 
gentilmente me a�aram na consulta e aquisição de diversas obras. 
À Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Ciências 
Biológicas (Zoologia); pelo apoio oferecido na utilização de equipamentos 
e na aquisição de material de consumo. 
A todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram 
para a elaboração deste trabalho, quero que tenham certeza da minha 
gratidão. 
XI 
RESUMO 
"Taxonomia e Distribuição do Gênero Isotomiella Bagnall, 1939 
(Collembola, · lsotomidae) na Floresta da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ, 
· Brasil" 
A fauna de lsotomiella Bagnall, 1939 foi estudada do ponto de 
vista taxonômico e ecológico em quatro áreas da Floresta da Tijuca no 
período de agosto/ 1999 a julho/2000. Foram realizadas 24 coletas 
mensais de litter e de solo, totaJirmdo cerca de 18.000 colêmbolos, dos 
quais, 3.552 pertencem ao gênero Isotomiella. Estudos morfológicos 
permitiram a descrição de 25 espécies, sendo 15 novas. A distribuição 
de 6 táxons foi ampliada. Obteve-se ainda um quadro representativo 
dasespécies mais abundantes, freqüentes e características de cada 
substrato. A maior diversidade e equitabilidade de espécies ocorreram 
na estação Barracão, e a maior riqueza, na estação Bom Retiro. A 
análise de correspondência e a de regressão múltipla mostraram que os 
fatores mais importantes na distribuição espaço-temporal foram a 
umidade e a temperatura do substrato e a temperatura mínima mensal. 
Palavras-chave: Collembola, Isotomidae, lsotomiella, Taxonomia, 
Distribuição espaço-temporal, Floresta da Tijuca. 
', 
XII 
ABSTRACT 
"Taxonomy and distribution of the genus Isotomiella Bagnall, 
1939 (Collembola, Isotomidae) of the Floresta da Tijuca, Rio de Janeiro, 
RJ, Brasil" 
The taxonomy and ecology of the fauna of Isotomiella Bagnall, 
1939 was.studied in four areas at Floresta da Tijuca, from August/ 1999 
to July /2000. Twenty-four monthly collections were made in litter and 
soil, totaling about 18.000 springtails, from which 3.552 belong to the 
genus Isotomiella. Morphological studies enabled the description of 25 
species, 15 of them new to science. Toe distribution of 6 taxa was 
enlarged. A representative picture of the most abundant, frequent and 
characteristic species of each substratum was also obtained. Toe 
largest diversity and equitability of species happened at "Barracão" 
station and, the largest richness, at "Bom Retiro" station. Both the 
correspondence analysis and the multiple regression showed that the 
most important elements in the spatial arid temporal distribution were 
the humidity and the temperature of the substratum and the monthly 
minimum temperature. 
Key-words: Collembola, Isotomidae, Isotomiella, Taxonomy, spatial and 
temporal distribution, Floresta da Tijuca 
XIII 
SUMÁRIO 
1- INTRODUÇÃO ____________________________________________________________________________________________________________ O 1 
2- HISTÓRICO---------------------------------------------------------------------------------------------------------------04 
3- MATERIAL E MtTODOS _________________________________________________________________________________________ 06 
3. 1- Área de Estudos ____________________________________________________________________________________ 06 
3.2- Estações de Coletas _____________________________________________________________________________ 08 
3.3- Procedimento no Campo------------------------------------------------------------------- 16 
3. 4- Procedimento no Laboratório ___________________________________________________________ 16 
3.5- Tratamento Estatistico _______________________________________________________________________ 18 
4- REsULTADOS 20 
4. 1- Caracterização do gênero Isotomiella ____________________________________________ 20 
4.2- Morfologia externa de Isotomiella __________________________________________________ 2 1 
4.3- Composição Faunística _______________________________________________________________________ 24 
4.4- Caracterização das espécies de Isotomiella _______________________________ 25 
Isotomiella barrai Deharveng & Oliveira, 1990 __________________ 2 5 
Isotomiella bidentata Delamare-Deboutteville, 1950 ________ 28 
Isotomiella nummulifer Deharveng & Oliveira, 1990 _______ 33 
Isotomiella quadri.seta Deharveng & Oliveira, 1990 _________ 38 
Isotomiella symetri.mucronata Najt & Thibaud, 1987 _______ 41 
Isotomiella sp.nov. AA ____________________________________________________________________ 46 
Isotomiella sp.nov. BD ___________________________________________________________________ SO 
Isotomiella sp.nov. CA ____________________________________________________________________ 53 
Isotomiella sp.nov. DE ___________________________________________________________________ 58 
Isotomiella sp.nov. DS ____________________________________________________________________ 62 
Isotomiella sp.nov. DT ____________________________________________________________________ 65 
XIV 
Jsotomiella sp.nov. EL .................................................................... 69 
Jsotomiella sp.nov. FA .................................................................. ..73 
Jsotomiella sp.nov. FE .................................................................... 76 
Jsotomiella sp.nov. GR ................................................................... 80 
Jsotomiella sp.nov. MC ........................................................ : .......... 85 
Isotomiella sp.nov. MI .................................................................... 89 
Isotomiella sp.nov. NE .................................................................... 94 
Isotomiella sp.nov. PR .................................................................... 98 
Isotomiella sp.nov. TO ................................................................... 102 
4.5- Distribuição espaço-temporal das espécies ............................ 107 
4.6- Condições ambientais ......................................................................... 117 
4. 7- Relações das espécies de Isotomiella com os 
fatores ambientais ................................................................................. 121 
5- DISCUSSÃO 125 
5.1- Gênero Isotomiella Bagnall, 1939 na Floresta da Tijuca ...... 125 
5.2- Estrutura da comunidade ................................................................ 127 
5.3- Considerações Finais .......................................................................... 132 
6- CONCLUSÕES ........................................................................................................... 134 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÃFICAS ······························································· ................ 136 
APDDICES 145 
·", 
r-., 
Fig. 
1 
2 
3 
4 
5 
ÍNDICE DE FIGURAS 
Pág. 
Mapa da Floresta da Tijuca com localização dos pontos de coleta. 
Retirado de um mapa da cidade do Rio de Janeiro- IPLANRIO-
Instituto de Planejamento Municipal ............................................................. .11 
Aspecto da área de coleta na Estação Barracão ............................................. 12 
Aspecto da área de coleta na Estação Floresta .............................................. 13 
Aspecto da área de coleta na Estação Bom Retiro ........................................ 14 
Aspecto da área de coleta na Estação Açude Solidão ................................... 15 
Isotomiella barrai Deharveng & Oliveira, 1990 
6 Habitus e quetotaxia dorso-lateral ................................................................. 26 
7 Face dorso-lateral externa do antenômero IV 26 
8 Órgão sensorial do antenômero IlI ................................................................. 26 
9 Pata metatorácica e unha ................................................................................ 26 
10 Vista lateral da furca 26 
11 
12 
13 
14 
15 
16 
17 
18 
19 
20 
21 
22 
Isotomiella bidentata Delamare- Deboutteville, 1950 
Habitus 29 
sensilas laterais do tergito torácico II ............................................................. 29 
área sensilar lateral do tergito torácico IlI e abdominal I ............................ 29 
área sensilar do tergito abdominal II ............................................................. 29 
área dorso-distal do tergito abdominal IV ..................................................... 29 
face dorso-lateral externa dos antenômeros III e IV .................................... 30 
face ventral do antenômero I .......................................................................... 30 
tibiotarso e unha metatorácico ....................................................................... 30 
tubo ventral ....................................................................................................... 30 
face dorsal do manúbrio .................................................................................. 30 
face ventral da furca ........................................................................................ 30 
partedistal da dens e face lateral do mucro ................................................. 30 
Isotomiella nummulifer Deharveng & Oliveira, 1990 
23 quetotaxia dorsal .............................................................................................. 34 
24 sensilas laterais dos tergitos torácicos II e III e abdominal I ...................... 34 
25 área dorso-lateral dos tergitos abdominais III-VI .......................................... 34 
26 face dorso-lateral externa dos antenômeros III e IV ..................................... 35 
27 região dorso-lateral do antenômero IV ........................................................... 35 
28 tubo ventral ........................................................................................................ 35 
29-31 tenáculos de três indivíduos 35 
32 face dorsal do manúbrio ................ '. .................................................................. 35 
Isotomiella quadriseta Deharveng & Oliveira, 1990 
33 face dorso-lateral externa ·aos anteriômeros III e IV ..................................... 39 
34 quetotaxia cefálica e cerdas !abrais antero-externas .................................... 39 
35 lobo externo da maxila ...................................................................................... 39 
36 sensilas laterais dos tergitos torácicos e abdominais ................................... 39 
37 vista lateral dos tergitos abdominais V-VI ...................................................... 39 
38 tibiotarso da pata metatorácica ....................................................................... 39 
39 tenáculo .............................................................................................................. 39 
40 face ventral da furca ......................................................................................... 39 
Isotomiella symetri.mucronata Najt & Thibaud, 1987 
41 quetotaxia dorsal ............................................................................................... 42 
42 sensilas laterais dos tergitos torácicos e abdominais ................................... 42 
43 área sensilar lateral do tergito torácico II ....................................................... 42 
44 área sensilar lateral do tergito torácico III ...................................................... 42 
XV 
45 face dorsal dos tergitos abdominais V-VI 42 
46 face dorso-lateral externa dos antenômeros III e IV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . : · · : :: : : 43 
47 tubo ventral em face anterior .. . . . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . . . . . . . ....... .... . . . ... . . . . . . . 43 
48 furca em face ventral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 
49 
50 
51 
52 
53 
54 
55 
56 
57 
58 
59 
60 
61 . 
62 
63 
64 
65 
66 
67 
68 
69 
70 
71 
72 
73 
74 
75 
76 
77 
78 
79 
80 
81 
82 
83 
84 
85 
86 
87 
88 
89 
90 
91 
Isotomiella sp.nov. AA 
Habitus ................... .......... .... . ..................... ................................... ..................... 48 
área sensilar lateral dos tergitos torácicos II e III ........... ... ... . . . . ........ . . ........... 48 
sensilas posteriores e sensilas dorso-laterais dos tergitos 
abdominais V-VI em face lateral 48 
face dorso-lateral externa dos antenômeros III e N ........ . . ......... . ................. 49 
face dorso-lateral do antenômero I ·-································-· · ······ ········· ············ · 49 
lobo externo da maxila ............. . . . ........ . . . .. . . . .... ..... . . . ... . ................ .... . . ................ 49 
quetotaxia do fêmur e trocanter metatorácicos ............ ................................. 49 
tibiotarso e unha da pata metatorácica ······- - ·······-····-················-···················· 49 
face lateral lateral da parte médio-distal da dens e mucro ... ........ . . . . .......... 49 
face externa da parte médio-distal da dens e mucro .................................... 49 
Isotomiella sp.nov. BD 
Habitus ················· · · ·······················-········· ················-···········-······························ 52 
face dorso-lateral interna dos antenômeros III e N ·······-··························-··· 52 
fêmur e tibiotarso da pata metatorácica ........................................................ 52 
tubo ventral em vista lateral ·-·········-···················· ·--·····-····················-·············· 52 
furca em vista lateral 52 
Isotomiella sp.nov. CA 
quetotaxia dorsal ·········--·····-··························-····················--···············-············· 55 
cerdas labrais em vista lateral ·················· ·-··· · ····· ··········· · ········ · · · ···· ················· 55 
cerda labral antero-extema em vista lateral . .......................... . ...................... 55 
lobo externo da maxila ........................... . .. ....................................... . . . . . . ........... 55 
sensilas laterais dos tergitos torácicos e abdominais ····--····························· 55 
região dorso-lateral dos tergitos abdominais V-VI ........................................ 55 
face dorso-lateral da antena direita ........................................... ..................... 56 
pata metatorácica ··································· ······················-···············-···· ·-·············· 56 
parte distal do tibiotarso e unha mesotorácica ............ .... . ............................ 56 
parte distal do tibiotarso e unha metatorácica .............................................. 56 
tubo ventral em vista lateral .................................................... . . . ... . . . . . ............. 56 
tenáculo ············-········································································-··········-···--········ 56 
subcoxa furcal anterior e posterior ·············-·····-··-····-·····--····-························· 56 
face ventral da furca .............................. ............................................................ 56 
face lateral da região ventro-distal do manúbrio .......................................... 56 
face dor� do manúbrio ....................................... ..... .. ..................................... 56 
abertura genital da fêmea ................................ .-............... .................... : ........... 56 
Isotomiella sp.nov. DE 
quetotaxia dorsal . . ........................................................... : ................................. 59 
face dorso-lateral da antena direita ............. ............................ ....................... 59 
sensilas laterais dos tergitos toráciocs II e III e abdominais I e II ............... 59 
face dorsal dos tergitos abdominais V-VI .... . ... . . . . . . . · · ·· · · · · · · - · · · · · · · · · · · · · ................ 59 
tibiotarso e unha metatorácica ........................................ ... ............................. 60 
região distal do tibiotarso e unha de outro exemplar . . ..... . . .. . . . . ....... . . . .......... 60 
tubo ventral ................................................................................. . . ..................... 60 
tenáculo ................ ....................... . ......... . ................................... . . . . .............. . ...... 60 
subcoxa furcal anterior e posterior .......... .. .. . . . . .. . . ... . . . . .. . . .. . . . . .. . .. . . . . . . . . . . .... . . . . . . . 60 
face ventral da furca ....... .......... . .... .. ... . ...... .. .. . . .......... ....................................... 60 
face lateral da dens e mucro 60 
XVI 
,--._, 
92 
93 
94 
95 
96 
97 
98 
99 
100 
101 
102 
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1 1 1 
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1 14 
115 
1 16 
1 17 
1 18 
1 19 
Isotomiella sp.nov. DS 
Habitus ... . .. . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 
face dorso-lateral externa dos antenômeros IlI e IV 63 
detalhe do organito e cerda protetora da região distal do antenômero IV
· 
63 
lobo externo da maxila · 63 
ãrea sensilar do tergito t��ãcico II ................ . . .... . . ... . . . .... .... . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . : : : 63 
ãrea sensilar do tergito torãcico III .. . . . ............ .... . . . .. ....... . ................... ....... . .. . . . 63 
tibiotarso e unha metatorácico ........... ..... . . . .. . ... . . . . . .. . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . .. . . . . 63 
face lateral da furca .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . .. . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . 63 
Isotomiella sp.nov. DT 
quetotaxia dorsal . . ..... ......... . . . . . . . . . ... . . . . . .................. . . . . . . .......... . . .. ............ . . . . . . . ..... 66 
sensilas laterais dos tergitos torácicos e abdominais ...... . . ... . . . . . . . . . .. . . . ... . . .. . . . 66 
tenáculo 66 
face lateral da furca .... ..... . ........... ........ ...................... ........... . . . . . . . . ........ .. ... . . ...... 66 
parte distal lateral da dens e mucro ..... . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 
Jsotomiella sp.nov. EL 
quetotaxia cefálica ................... . . ........................................................................ 70 
quetotaxia dorsal dos tergitos torácicos e abdominais ............ ... . .. . . . . . .......... 70 
face dorso-lateral externa dos antenômeros m e IV ......................... ............ 70 
sensilas laterais e dorsais dos tergitos torácicos e abdominais ................... 7 1 
tubo ventral ............... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .......................... . . . ......... ..... . . . . . . 7 1 
face ventral da furca .......................................................................................... 7 1 
face dorsal do manúbrio ................................................................................... 71 
face lateral da região médio-distal da dens e mucro .................................... 7 1 
lsotomiella sp.nov. FA 
face dorso-lateral externa dos antenômeros m e IV ............................... ...... 74 
lobo externo da maxila .... . . . . ............ ..... ..... . . .............. . .......... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . 7 4 
sensila dorso-lateral do tergito abdominal VI ................................................ 7 4 
pata protorácica .............. ................................................................................... 7 4 
tibiotarso e unha metatorácica ........... . . ............. . ........ . . . . . . . . . . ..... ...................... 7 4 
tenáculo .................................... . . .. . . . . . . . . . ....... ..................... ...... ........................... 7 4 
face ventral da furca 7 4 
lsotorrúella sp.nov. F'E 
120 quetotaxia dorsal .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. .. . . ................................................................ 77 
121 sensilas laterais dos tergi.tos torácicos e abdominais ................................... 77 
122 face dorso-lateral externa dos antenômeros III e IV ............................... .... . . 78 
123 pata metatorácica ·································· ···································a··· ··················· ·· 78 
124- 125parte distal do tibiotarso e unha metatorácica de dois indivíduos ..... . . . . . 78 
126 tubo ventral ........................................................................................................ 78 
127 tenáculo .......... ........................ ........ . . . .................................... ............................. 78 
128 face dorsal do manúbrio e subcoxa furcal anterior e posterior ................... 78 
129 face ventral da furca ................................................................. . . . .......... .... ....... 78 
130 abertura genital da fêmea .... . . . . . . ... . . . . . . . . .......................................................... . 78 
Isotorrúella sp.nov. GR 
131 quetotaxia dorsal .... .. . . . . . . . . . . .. . .. . . . . ..... . . . .. . ................................ ..... ............... ....... 8 1 
132 ãrea sensilar do tergito torácico II ........... . . . .. ...... ................ . . . . . . . . ... . . . .. . . . . . . . . . .. . . 81 
133 ãrea sensilar do tergito torácico III ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . ............. . . . . . . . . .. . . . .. . . . . . . . . . 81 
134 ãrea sensilar do tergito abdominal III . . ........ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. .......... ..... . ... .. 81 
135 face dorso-lateral do antenômero IV ...... .. ... . . . ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ........ . . . . . . . . . . . . . 81 
136 face dorso-lateral externa do antenômero III .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . .. . . . . . . . . . 82 
137 pata metatorácica . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . .. .. . . . . . . . .. . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82 
138 tubo ventral ... . . . . . . .. ............... . . . . . . . . .. . . . ... . ..................... . . ..... . . . . . . . . . . . . . . . . ..... ............ 82 
139 tenáculo .................... . ...... . . ......... .. .... ..... . . ... . . . . . . . . . . . . . . . . .. .......... . . .. . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82 
XVII 
140 
141 
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182 
183 
184 
185 
186 
187 
face ventral da furca 
face dorsal do manúbri� · · · · · · · 
face lateral da região médi·��c.ti�t�i"°d�·a�;;�··�·���;�··::::::: : . :::::: :::::::: : : : :::::::::: 
Isotomiella sp.nov. MC 
82 
82 
82 
quetotaxia dorsal 86 
área sensilar do t��gito torácico II ................................... .... ..... ...... ....... ... : : ::::: 86 
área sensilar do tergito torácico III 86 
quetotaxia lateral dos tergitos abdo�ais IV a VI .. ..... ................ ................ 86 
face dorso-lateral externa dos antenômeros II-IV ......... ................ ................ 87 
pata metatorácica 87 
face ventro-lateral da furca ..... .............................. ......... . . ..................... ... :::::::: 87 
Isotomiella sp.nov. MI 
quetotaxia dorsal . . . ............................................................................................ 9 1 
área sensilar do tergito torácico I I .......... . . . . . . . . ................ ...... . . . . . . . . . . . . . . . . . ...... .... 9 1 
área sensilar do tergito torácico III ............ ......... ............ ................................. 9 1 
área dorso-distal do tergito abdominal V-VI ................................ . . ................ 9 1 
sensilas laterais dos tergitos torácicos e abdominais ................................... 9 1 
quetotaxia labral .......................................................... ...................................... 9 1 
face lateral do antenômero I ............................................................................. 9 1 
face ventro-lateral do atitenômero I ..... ........................................................... 9 1 
face dorso-lateral externa dos antenômerosIII e IV 92 
fêmur tibiotarso e unha da pata metatorácica ·····-···········
·
······
·
····················· 92 
tubo ventral ·······································--·-··-····--······-············································· 92 
face ventral da furca . . ........................................................................................ 92 
face dorsal do manúbrio ................................................................................... 92 
face lateral da parte distal da dens e mucro . ................................................. 92 
abertura genital do macho ................................................................... ............ 92 
Isotomiella sp.nov. NE 
quetotaxia dorso-lateral ....... ....................................................... .......... . . .......... 96 
área sensilar do tergito torácico II ................................................................... 96 
área sensilar do tergito torácico III .................................................................. 96 
região lateral dos tergitos abdominais IV a VI .................... .... . ...................... 96 
face dorso-lateral externa dos antenômeros III e IV 96 
pata metatorácica .... . ........................... ................... . . . ........................................ 97 
tubo ventral ........................................................................................................ 97 
subcoxa furcal anterior .... ..................... .... ............................. ........................... 97 
face ventral da furca ........ ........................................................................ .......... 97 
face dorsal do manúbrio e da dens ..... ........................... . ......................... . . ..... 97 
face lateral da parte distal da dens e. mucro .................................................. 97 
Isotomiella sp.nov. PR 
quetotaxia dorsal ......................................... ......... ....................... ...................... 100 
sensilas laterais dos tergitos torácicos e abdominais . . . .......................... . ..... 100 
face lateral dos tergitos abdominais V-VI ..... . .......... ....................................... 101 
face dorso-lateral externa dos antenômeros II-IV . ....................... ...... ........... 101 
pata metatorácica ................. . . . . . . . ........ . . . .... .. . . . . . .. . . ............................ ...... .......... 101 
parte distal do tibiotarso e unha metatorácica . ....................... .......... ............ 10 1 
tubo ventral .... ....... .................... ........................................ . . ............................... 1 O 1 
tenáculo ............................................... . . . . . . . . . ..... ................................. ........... .... . 10 1 
face dorsal da furca ................................................ ........... ................. . . . . . .......... 1 O 1 
abertura genital da fêmea .. . . . . . . . . . ......... . ......... ......... . ...... . . .. . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . 101 
Isotomiella sp.nov. TO 
quetotaxia dorsal ....... ............ .......... .................................................................. 104 
sensilas laterais dos tergitos torácicos e abdominais ................................... 104 
XVIII 
188 
189 
190 
191 
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193 
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195 
196 
197 
198 
199 
200 
· 201 
202 
face dorso-lateral externa dos antenômeros II-IV 105 
face ventral do antenômero I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105 
pata metatorácica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105 
tubo ventral 105 
tenáculo ...... 
· · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · ·· · · · · · · · · · · · · · · · ·
: : : 105 
subcoxa furcal anterior e posterior . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . ..... 105 
face ventral da nuca 1 05 
face dorsal do manúbrio e da dens 105 
face lateral da parte médio-distal da dens e mucro . . . . . . ... . . ... . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 05 
Percentagem de contribuição das espécies de Isotomiella 
em litter e solo para as áreas de amostragem .. . ... . . . ... . . . .. . . . .. . . . ...................... . 1 13 
Precipitação média mensal (PMM) e Temperatura média 
mensal (TMM) na estação meteorolôgica Alto da Boa Vista 
durante o período de coleta . .. . ..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. .. . .. . . . . . . . . . 1 18 
Temperatura (ºC) e Umidade (%) do litter nas 4 estações de coleta ........... . 1 18 
Temperatura (ºC) e Umidade (%) do solo nas 4 estações de coleta ............. 1 19 
Diagrama de ordenação das amostras a partir da análise de 
correspondência. Eixos 1 e 2 .............. . ......... . . ..... . . . . . . . . . . . . . . . . . ... . .... . ... . . . .... . . ..... . 123 
Diagrama de ordenação dos táxons a partir da análise de 
correspondência. Eixos 1 e 2 ............................................................................ 124 
XIX 
Tab. 
ÍNDICE DE TABELAS 
Abundância total das espécies de Isotomiella em litter e 
solo, diversidade de Shannon Weaver, Equitabilidade de 
Pág. 
Pielou e Riqueza de Margalef nas áreas de estudo .... . .. . . . . . . . . . . . . . . . . ... . . . .. . . .... . . . 1 08 
II Lista das espécies fundamentais, acessórias e acidentais 
no litter das 4 áreas de amostragem da Floresta da Tijuca . ..... . . .... . . . .. . . . . . . . . . 1 1 5 
III Lista das espécies fundamentais, acessórias e acidentais 
no solo das 4 áreas de amostragem da Floresta da Tijuca .. . . . . . . . .. . . . . ... . . .... . . . 1 16 
IV Variáveis ambientais durante o período de agosto de 1999 
a julho de 2000 na Floresta da Tijuca, RJ .. . ..... . . . . . . . ... . .... ....... ...... .. . . .. . . .. . . . . . . . .1 17 
V Caracterização química e granulométrica das 4 estações 
em janeiro (verão) e julho (inverno) de 2000 .... : ............................................. 120 
VI Resultados obtidos da Regressão Múltipla aplicada entre 
as espécies de Jsotomiella e os fatores ambientais nas 4 
estações de coletas, com valores de p<0,05 .................................................... 12 1 
ÍNDICE DE APÊNDICES 
Apend. 
1 Número de indivíduos coletados, Umidade (%) e Temperatura 
de litter e solo (Cº) na área de estudo I- BARRACÃO (420 m de 
Pág. 
altitude) no período de Agosto de 1999 a Julho de 2000 . . ... ...... . ...... . . . . ...... . 146 
2 Número de indivíduos coletados, Umidade (%) e Temperatura 
de litter e solo (Cº) na área de estudo II- FLORESTA (540 m de 
altitude) no período de Agosto de 1999 a Julho de 2000 ..... . ...................... . 14 7 
3 Número de indivíduos coletados, Umidade (%) e Temperatura 
de litter e solo (Cº) na área de estudo III- BOM RETIRO (630 m de 
altitude) no período de Agosto de 1999 a Julho de 2000 . .. . . . . . . . . .... . . . . . . . . . . . . . . 148 
4 Número de indivíduos coletados, Umidade (%) e Temperatura 
de litter e solo (Cº) na área de estudo IV- AÇUDE SOLIDÃO (370 m 
de altitude) no período de Agosto de 1999 a Julho de 2000 ... . . . .... . .. . . ...... . . . 149 
XX 
1- INTRODUÇÃO 
No presente estudo são tratados aspectos . taxonômicos e 
ecológicos de vinte e cinco espécies do gênero Isotomiella Bagnall, 1939 
(Collembola: Isotomidae: Anurophorinae) procedentes dos substratos litter 
. e solo da Floresta da Tijuca. Este gênero está constituído atualmente por 
34 espéciesnominais, com ocorrência em países da Europa, África, 
Oceania, América do Norte, América do Sul e no Havaí (JANSSENS, 2002). 
No Brasil são conhecidas 14 espécies, das quais, 12 são descritas da 
Amazônia (DEHARVENG & OLIVEIRA, 1990; OLIVEIRA & DEHARVENG, 
1990) e 2 assinaladas para a região sudeste (ARLÉ, 1939; MENDONÇA, 
1981 ; 1YSCHLER & MENDONÇA, 1988). A maioria dos estudos sobre as 
espécies de Isotomiella refere-se a aspectos morfológicos e taxonômicos, 
excetuando a espécie L minor Schaeffer, 1896, de distribuição 
cosmopolita, que tem sido excessivamente abordada, juntamente com 
inúmeros outros táxons em estudos de âmbito ecológico. Embora esse 
gênero se destaque entre os Anurophorinae sensu DEHARVENG & 
OLIVEIRA ( 1990) , por constituir um grupo numericamente dominante em 
solos florestais (DEHARVENG, 1989; BEDOS & DEHARVENG, 1994) a 
literatura não contempla informações relacionadas à sua distribuição e 
abundância nesses ecossistemas. 
Estudos faunísticos em florestas incrementaram-se a partir da 
elucidação dos diferentes .. processos que ocorrem no solo, e, 
conseqüentemente, do conhecimento da fauna que o habita. Com o 
desenvolvimento da microbiologia, por volta de 1950, surgiram os 
primeiros estudos sobre os organismos envolvidos nos processos de 
gênese e de humificação até chegar à classificação adotada por Babel, 
197 1 apud:. GARAY & SILVA, 1995. A primeira camada do solo, conhecida 
genericamente como litter é caracterizada atualmente como holorgânica, 
abrangendo os horizontes L (folhiço fresco), F (restos foliares) e H (70% de 
matéria orgânica fina) . Esses horizontes abrigam numerosa fauna edáfica 
2 
que costuma ser dividida com relação ao tamanho de seus organismos em 
micro, meso e macrofauna. Na mesofauna, que inclui indivíduos de 
0,2mm a 0,4mm (COINEAU, 1974), destacam-se os colêmbolos como um 
dos grupos mais r�presentativos, �to em número de indivíduos como de 
_espécies (POOLE, 1959; REDDY, 1981; _PRABHOO, 1981; PALACIOS-
VARGAS, 1985). Com o advento dos estudos taxonômicos dessa fauna 
ampliaram-se informações sobre atividades e padrões de distribuição, que 
culminaram na confirmação da sua excelência enquanto indicador 
ecológico e possibilitaram a sua utilização na determinação do grau de 
alteração dos ambientes naturais, efeitos de desmatamentos, de atividades 
agricolas, bem como manejo e conservação de solos florestais (CRITCHLEY 
et ai.. , 1979; ANDRÉ & LEBRUN, 1982; AOKI & HARADA, 1982; ANDRÉ, 
1983; PONGE, 1983; BETSCH et al. , 1980, 1983). 
Estudos faunísticos realizados em Parques Nacionais e Reservas 
têm evidenciado a importância dos colêmbolos em diferentes ecossistemas 
(DELAMARE DEBOUTTEVILLE, 1950; STACH, 1959; CASSAGNAU, 1961; 
SELGA, 1962; PALÁCIOS-VARGAS, 1985; DEHARVENG & BEDOS, 1993; 
FALCA, 1993; GREENSLADE & RODGERS, 1998). No Brasil, estudos 
sobre colêmbolos Entomobryomorpha do Parque Nacional da Tijuca 
(MENDONÇA, 1981) e colêmbolos como indicadores ecológicos em 
ambientes florestais na Amazônia (OLIVEIRA, 1983), representam os 
primeiros ensaios nesse sentido. 
Embora nos últimos anos venham sendo acumuladas 
importantes contribuições, o conhecimento taxonômico da fauna 
brasileira de colêmbolos, ainda é fragmentário, dificultando estudos de 
âmbito ecológico posto que, muitas espécies são novas para a ciência. 
Face ao pouco conhecimento no Brasil de trabalhos sobre dados 
quantitativos relacionados à populações naturais de colêmbolos e 
considerando que Jsotomiella é um dos grupos mais representativos em 
número de indivíduos, resolveu-se eleger áreas da Floresta da Tijuca, Rio 
de Janeiro, para o desenvolvimento desta tese com o objetivo de fornecer 
subsídios para estudos adicionais sobre a ecologia e distribuição do 
gênero. 
3 
Especificamente, este trabalho se propõe a: 
• Contribuir para o conhecimento da fauna brasileira do gênero 
Isotomiella Bagnall, 1939 
• Determinar e quantificar as espécies habitantes de litter e de solo 
em quatro pontos na Floresta da Tijuca, Rio de Janeiro 
• Determinar as espécies indicadoras desses substratos 
• Analisar a abundância absoluta das espécies e correlacionar com 
fatores abióticos 
• Determinar a constância das espécies nos substratos 
• Analisar a influência de alguns parâmetros edáficos importantes 
para a comunidade 
• Verificar a ocorrência de organização espacial das espécies em cada 
estação estudada 
• Verificar a variação sazonal durante um ciclo anual 
• Registrar novas ocorrências para o Brasil 
• Ampliar a Coleção de Collembola do Museu Nacional 
., 
4 
2- HISTÓRICO 
BAGNALL ( 1939) descreveu o gênero Isotomiella para incluir a 
espécie Isotoma minor Schae:ffer, 1896, encontrada na Alemanha. 
GISIN ( 1942) descreveu Isotomiella paraminor com base no 
número e distribuição de cerdas ventrais no manúbrio em exemplares da 
Suíça. 
DELAMARE-DEBOUTIEVILLE ( 1950) ao realizar um estudo 
sobre a fauna de microartrópodes da Costa do Marfim na África, 
descreveu as espécies I. bidentata e I. africana. Nesta última descreveu as 
subespécies L africana minor e L africana paraminor. 
GAMA ( 1959) no seu levantamento de colêmbolos da Ilha da 
Madeira em Portugal descreveu L minor var. madeirensis. 
WINTER (1967) ao estudar a fauna colembológica do Peru 
sinonimizou L minor var. madeirensis com I. paraminor Gisin, 1942. 
BARRA ( 1968) estudando os colêmbolos do Gabão (África) 
descreveu L delamarei, sinonimizou I. africana e L africana minor com a 
espécie L minor. Neste trabalho, o autor sinonimizou também a subespécie 
L africana paraminor com L paraminor e redescreveu J. bidentata. 
RUSEK (198 1) ao estudar os colêmbolos do Iraque descreveu 
entre inúmeros outt:os táxons a espécie I. graci.limucronata e considerou-a 
próxima de J. minor. 
NAJT & THIBAUD (1987) ao pesquisarem a faµna colembológica 
procedente do Equador, descreveram J. symetrimucronata, considerada 
pelos autores próxima de J. minor e I. paraminor. 
DEHARVENG ( 1989) descreveu duas novas espécies 
cavemícolas, Lbari.uieraí e I. unguículata, ocorrentes em grutas de rouie a 
240 m de altitude em Saint-Jean de Laur na França e estabeleceu 
comparações com a espécie J. minor. 
DEHARVENG & OLIVEIRA ( 1990) ao estudarem a estrutura e 
dinâmica das populações edáficas de colêmbolos da Amazônia 
t' 
5 
descreveram seis novas espécies do grupo delamarei: I. dupliseta, I. 
digitata, I. nummulifer, I. spinifer, I. quadriseta e I. barrai. Ainda neste 
trabalho, os autores discutiram os principais caracteres taxonômicos do 
gênero e propuseram vários novos, especialmente no que se refere à 
quetotaxia sensilar. 
OLIVEIRA & DEHARVENG ( 1990) no decurso de suas pesquisas 
sobre populações edáficas de Collembola da Amazônia descreveram seis 
espécies novas pertencentes ao grupo minor. I. prussianae, I. similis, I. 
amazonica, L granulata, L sensillata e I arlei. Ainda neste trabalho, foram 
discutidos e propostos novos caracteres taxonômicos para o gênero. 
CHRISTIANSEN & BELLINGER ( 1992) no manual de insetos das 
Ilhas Havaianas (Parte Collembola) descreveram a nova espécie J. aluiu e 
redescreveram J. minor (Schaeffer, 1896). 
DEHARVENG & FJELLBERG ( 1993) estudando pela primeira vez 
colêmbolos das Ilhas Seychelles descreveram J. spinosa e registraram a 
ocorrência de I. pru.ssianae e J. nummulifer, acrescentando novos 
caracteres. 
BEDOS & DEHARVENG (1994) estudando os colêmbolos da 
Tailândia descreveram cinco novas espécies: L brevi.dens, L eda.fica, I. 
hi:rsuta, I. intthanonensis e J. leksawasdii; registraram a ocorrência de J. 
symetrimucronata Najt & Thibaud, 1987 e J. nummulifer Deharveng & 
Oliveira, 1990 para a região e atribuíram o registro anterior de I. minor 
· (Schae:ffer, 1896) como um provável engano. 
DEHARVENG & SUHARDJONO ( 1994) ao estudarem a fauna 
colembológica da Sumatra (Indonésia) descreveram as novas espécies: J. 
annae, I. barisan, I. deforestai, I. dubia, I. thiollayi, I. cribatae J. michonae 
e discutiram suas afinidades. Ainda neste trabalho, os autores 
apresentaram uma chave para identificação e estabeleceram a sinonímia 
entre as espécies J. pru.ssianae e J. symetrimucronata. 
BARRA (1997) descreveu dentre outros táxons J. sodwana com 
base em exemplares coletados em areias litorâneas do Parque Nacional de 
Sodwana Bay na Província de Natal, República Sul Africana. 
,.. 
6 
3- MATERIAL E MÉTODOS 
3. 1- ÁREA DE EsTUDOS 
O Parque Nacional da Tijuca é formado pelas florestas Tijuca, 
Paineiras, Andaraí-Grajaú, Santa Inês (Ciganos) , Carioca e Gávea, e 
abrange uma área de 32Km.2, situada entre as coordenadas 22°55'S e 23°S 
e 43°12W e 43°19W (MANES, 1994) . 
Localiza-se no Maciço da Tijuca, em região de relevo acidentado, 
cujo ponto culminante é o Pico da Tijuca com 102 1m de altitude. Em 
tomo deste ponto há uma área de altitude média superior a 500m, cheia 
de vales cobertos de matas, por onde descem de um lado, os rios Jacaré, 
Joana e Maracanã de encontro à baía da Guanabara e, por outro lado, os 
rios Panela, Anil, Retiro e Cachoeira, que se lançam na lagoa de 
Jacarepaguá e da Tijuca. 
O maciço da Tijuca é composto basicamente por gnaisses pré­
cambrianos, aflorando em certos trechos o embasamento granítico, que 
constitui o núcleo dos maciços cariocas. Em alguns pontos as elevações 
são formadas de granito de grão fino, que se decompõe em blocos de 
formas distintas dos matacões de gnaisse, devendo-se em parte à erosão e 
à esfoliação o modelado desse maciço (F�ÓES-ABREU, 1957) . 
O solo é representado pelo manto de intemperismo que cobre as 
rochas eruptivas e metamórficas da parte acidentada. Segundo MONIZ 
( 1975) e SILVA-FILHO (1985) , nessa região há predominância de grandes 
extensões de solos do tipo latossolo vermelho-amarelo, latossolo fase rara 
e cambissol. Nesses solos argilo-arenosos das áreas florestadas, a matéria 
orgânica encontra-se na camada superior, em contato com o manto de 
folhas caídas formando o horizonte A, espesso e rico em matéria orgânica. 
O clima do Parque Nacional da Tijuca é do tipo tropical úmido, 
nos primeiros 500m de altidude, conforme identificado por Kõppen. Esse 
clima típico de florestas tropicais é caracterizado por chuvas superiores a 
7 
2000 mm/ ano. Em altitudes superiores a 500 m o clima muda para 
tropical úmido de altitude (MATIOS et al. , 1976). 
A vegetação do Parque Nacional da Tijuca é do tipo floresta 
perenifólia, higrófila costeira, típica de mata Atlãntica do litoral brasileiro. 
O biorna Mata Atlãntica, segundo AB�SABER ( 1977) ocupava 
uma faixa continua e estreita estendida por toda a costa, desde 
Pernambuco até o Rio Grande do Sul, adentrando dezenas de quilômetros 
na região sudeste. Em virtude da sua localização geográfica a região 
costeira foi a primeira a ser explorada· pelos colonizadores através de 
processos destrutivos como a exploração madeireira, desmatamentos, 
queimadas, atividades agrárias, mineração e especulação imobiliária, 
levando à devastação de aproximadamente 92% da área originalmente 
ocupada pela mata Atlãntica (FONSECA, 1985; LINO, 1992; COIMBRA 
FILHO & CÂMARA, 1996). 
Atualmente a vegetação do Parque é uma combinação de 
reflorestamento, processos de regeneração natural e vegetação primitiva 
em adiantado estágio de evolução sucessória (PÁDUA & COIMBRA, 1979). 
De seus altos índices pluviométricos aliados a influências topográficas, 
edáficas e climáticas, resulta uma vegetação densa e exuberante, com três 
níveis de estratificação: arbóreo, arbustivo e herbáceo. 
O estrato arbóreo é constituído por árvores de troncos retos com 
ramificações no topo, que unidas umas às outras formam um dossel 
continuo. Das numerosas famílias aí existentes destaca-se Leguminosae, 
uma das mais representativas em número de espécies, seguindo-se 
Sapotaceae, Vochysiaceae, Bombacaceae, Euphorbiaceae, Lauraceae, 
Moraceae, Melastomataceae, também com número elevado de 
representantes. Algumas dessas árvores que atingem 20 a 30 metros de 
altura abrigam intricadas associações de comunidades epifiticas de 
bromeliáceas, orquidáceas, aráceas, pteridófitas e outras. As familias 
Bromeliaceae e Cactaceae, além de serem bem representadas são as mais 
características das matas sul-americanas. 
O estrato arbustivo apresenta uma vegetação peculiar, protegida 
pela densa ramagem das árvores mais altas, num ambiente mais ou 
menos uniforme quanto à luz, temperatura e umidade. Suas álvores estão 
8 
bem representadas pela quaresmeira Tibouchina granulosa, o palmito 
Euterpe edulis, palmeiras Geonoma spp. e a brejaú ba Austrocarium 
aculeatissum com fortes espinhos. As samambaias estão representadas 
pelos . . gêneros Alsophila, Hemitelia, Cyathea e Dicksonia da familia 
Cyatheaceae. Outras familias com numerosos representantes são: 
Rubiaceae, Myrtaceae, Melastomataceae e Lauraceae. 
O estrato herbáceo é representado por um grupo de plantas de 
colorido conspícuo, não ultrapassando 2 metros. Destacam-se as 
bananeirinhas do mato Heliconia spp., os caetés vermelhos Stronanthe sp., 
as marantas Calathea spp. e os pecovás Renealmia sp. Ainda neste estrato 
encontram-se revestindo pedras e grotas, os musgos e as hepáticas, e, 
sobre os barrancos úmidos, as samambaias, avencas, begônias e 
filodendros. As trapoerabas (Commelinaceae), as Neomarica sp. (Iridaceae) 
e muitos outros representantes das familias Rubiaceae, Axilidaceae e 
Acanthaceae espalham-se rente ao solo. Salientam-se ainda as espécies 
dos gêneros Peperomia e Pi.per da família Piperaceae. Dentre as plantas 
trepadeiras (cipós ou lianas), também consideradas características das 
florestas tropicais, destacam-se as famílias Bignoniaceae, Malpighiaceae, 
Convolvulaceae e Compositae. 
3.2- EsTAÇÕES DE COLETAS 
As coletas foram realizadas na Floresta da Tijuca (Fig. 1), ao 
.. 
longo de um de um gradiente altitudinal, em 4 localidades identificadas 
como: Estação Barracão (1), Estação Floresta (11) , Estação Bom Retiro (III) e 
Estação Açude Solidão (IV). Estas estações distaram, respectivamente, 
2, lKm, 3,65Km, 4, 15Km e 3,63Km do Portão da Floresta da Tijuca 
(VIEIRA, 200 1). 
O primeiro ponto de coleta- Estação Barracão- situou-se a 420m 
de altitude, na localidade conhecida como Recanto dos Pintores, de onde 
parte uma trilha paralela ao Rio das Almas (Fig. 2). A composição vegetal 
9 
desta área, bastante diversificada e com três níveis de estratificação, 
forma um anteparo à passagem da luz. No estrato arbóreo, cujas árvores 
atingem cerca de 30 metros, de altura destacam-se as espécies Vochysia 
laurifolia (Vochysiaceae), . Hieronyma auchomeoides (Euphorbiaceae), 
Eugenia brasiliensis, Plinia sp. (Myrtaceae), Ocotea sp. (Lauraceae), 
Euterpe edulis (Palmae), Lamanonia temata (Cunoniaceae), Cabralea 
canjerana (Meliaceae) e Guapira sp. (Nyctaginaceae). O subbosque é 
representado pelas espécies Clusia fluminensis (Guttiferae), Miconia sp. 
(Melastomataceae), Monstera sp. (Araceae), Chrysophyllum sp. 
(Sapotaceae), Gomidesia spectabilis (Myrtaceae), Psychotria leiocarpa 
(Rubiaceae), Guarea sp. (Meliaceae). No estrato herbáceo encontram-se 
principalmente Dorstenia sp. (Moraceae), Piper sp. (Piperaceae), Besleria 
melancholica (Gesneriaceae) e Anthurium sp. (Araceae). 
O segundo ponto- Estação Floresta (11)- estabeleceu-se a 540m de 
altitude, a partir de uma trilha iniciada próxima ao restaurante de mesmo 
nome (Fig. 3). Esta área, que no passado foi uma das mais devastadas por 
atividades agrícolas, mostra atualmente predominância de plantas 
nativas, embora a presença em grande número de Autocarpus sp. 
üaqueira) denote uma fisionomia de caráter antrópico. Nesta estação 
foram realizadas coletas ao longo de uma trilha marginal a uma encosta 
em acentuado declive e com bastante exposição ao sol. A composição 
vegetal desta área é muito diversificada, com predominância do estrato 
arbóreo, representado essencialmente pelas espécies Roupala sp 
(Proteaceae),Joannesia princeps (Euphorbiaceae), Plinia sp. (Myrtaceae), 
Erythroxylum sp. (Erythroxylaceae), Tabebuia umbellate (Bignoniaceae), 
Centrolobium tomentosum (Leguminosae), Nectandra sp. (Lauraceae), 
Clethra sp. (Clethraceae), Gasearia sp. (Flacourtiaceae) e Cariniana legalis 
(Lecythidaceae). No estrato arbustivo destacam-se as espécies Euterpe 
edulis (Palmae), Psychotria leiocarpa (Rubiaceae), Siparuna sp. 
(Monimiaceae), Pi.per mollicomum (Piperaceae), Tibouchi.na sp. 
(Melastomataceae) e Solanum sp. (Solanaceae). O estrato herbáceo é 
basicamente representado pelas plântulas dos outros estratos. 
1 0 
A terceira estação- Bom Retiro (III)- localizou-se a 630m de 
altitude, partindo de uma trilha iniciada no Largo do Bom Retiro em 
direção ao Pico da Tijuca (Fig. 4). No local onde se realizaram as coletas, a 
vegetaç�o é ainda bastante representativa ocupando encostas e declives, 
nos quais destacam-se as espécies arbóreas Alchomia iricurana 
(Euphorbiaceae), Neetandra sp. (Lauraceae), Pterocarpus rohrii 
(Leguminosae) e Cabralea canjerana (Meliaceae). No sub-bosque 
observam-se as espécies Psychotria leiocarpa, Bathysa sp. (Rubiaceae), 
Pi.per sp. (Piperaceae), Olyra sp. (Gramineae), Bauhi.nia sp. (Leguminosae) 
e Myrceugenia myrcioides (Myrtaceae) e no estrato herbáceo predominam 
representantes das famílias Malvaceae e Polygonaceae. 
A quarta estação- Açude Solidão (IV)- estabeleceu-se a 370 m de 
altitude, a partir de uma trilha principal, próxima ao Rio Solidão (Fig. 5). 
No local onde foram realizadas as coletas, destacam-se afloramentos de 
rochas graníticas em meio a encostas e declives, com cobertura vegetal 
bastante diversificada. No estrato arbóreo predominam Erythroxylum 
pulchrum (Erythroxylaceae), Guapira sp. (Nyctaginaceae), Hieronyma 
alchomeoides (Euphorbiaceae), Gomidesia speetabilis (Myrtaceae), Ficus 
sp. (Moraceae) e no estrato arbustivo observam-se Dombeya sp. 
(Sterculiaceae), Pi.per sp. (Piperaceae), Psychotria nuda e Coffea arabica 
(Rubiaceae). O estrato herbáceo é caracterizado pela predominância de 
plantas exóticas como lírio do brejo, dracena, carrapicho e maria-sem­
vergonha. 
PONTOS DE COLETA 
BARRACÃO 
li FLORESTA 
I l i BOM RETIRO 
IV AÇUDE SOLIDÃO 
... ... 
1 1 
ÁREA DESMATADA 
FLORESTA / MATA 
PARQUE / PRAÇA / LAZER 
TERRENO ROCHOSO 
... .,. 
21· 
22• 
.,. 
Fig. 1- Mapa da Floresta da Tijuca com localização dos pontos de coleta. Retirado de um 
mapa da cidade do Rio de Janeiro- IPLANRIO- Instituto de Planejamento Municipal . 
1 2 
Fig. 2- Aspecto da ârea de coleta n a Estação Barracão. 
1 3 
Fig. 3- Aspecto da área de coleta n a Estação Floresta. 
1 4 
Fia;. 4- Aspecto da área de coleta na Estação Bom Retiro. 
1 5 
Fig. 5- Aspecto da área de coleta na Estação Açude Solidão. 
-
1 6 
3.3- PROCEDIMENTO 1'10 CAMPO 
Como ponto inicial para a elaboração deste trabalho, foram 
realizadas excursões à Floresta da Tijuca, para verificação da fauna ali 
ocorrente e determinação dos pontos de coleta. Constatada a abundância 
da fauna de Isotomiella Bagnall, 1939 foram escolhidas 4 estações em 
pontos altitudinais diferentes. 
No período de agosto/ 1999 a julho/2000, foram realizadas 
excursões mensais à Floresta da Tijuca, sempre na segunda quinzena do 
mês e no horário compreendido entre 9:00 h e 12:00 h. Em cada estação 
de coleta foram utilizadas trilhas pré-existentes, como ponto de 
direcionamento, a partir das quais realizaram-se nas suas cercanias, 
coletas ao acaso. 
Em cada estação foi aferida a altitude com o altímetro e tomadas 
três amostras de 2 estratos (litter e solo) em pontos com intervalos nunca 
inferiores a 2 m. A extração de cada amostra constituiu-se na retirada de 
5 cm da primeira camada, e em seguida 5 cm da segunda camada através 
de uma sonda cilíndrica medindo 10 cm de diâmetro. Para cada amostra 
efetuada foram tomadas medidas de temperatura através de termômetro 
de mercúrio durante 3 minutos. Os estratos amostrados, em número de 
24, foram acondicionados em sacos plásticos, vedados e etiquetados com 
a numeração progressiva da coleção da autora. 
3.4- PROCEDIMElfTO 1'10 LABORATÓRIO 
No laboratório, as amostras foram pesadas e colocadas 
individualmente em funis de Berlese-Tullgren (TULLGREN, 19 17), com 
malha de 2 mm de abertura. A extração da fauna efetuou-se sob o calor 
produzido por lâmpadas de lSW colocadas acima dos funis durante 8 
dias. Após este período, as amostras foram retiradas dos funis extratores, 
colocadas em sacos plásticos e novamente pesadas para determinação do 
1 7 
seu teor hídrico através da fórmula preconizada por ALLEN & GRINSHAW 
(1974) : 
U= PU-PS XlOO 
PU 
O resultado do cálculo, representando a umidade contida em 
cada estrato, foi anexado à ficha amostral para correlação da fauna com 
os fatores ambientais. 
Os colêmbolos capturados em frascos coletores, contendo álcool 
96°GL, foram submetidos à fixação através de álcool fervente para quebra 
da tensão superficial e desagregação de material seroso de revestimento 
que alguns apresentam. 
A triagem, para separação dos colêmbolos da fauna 
acompanhante e dos detritos, e a contagem foram efetuadas sob 
microscópio estereoscópico. Para o estudo da morfologia externa de 
Isotomiella, os espécimens foram todos montados entre lâmina e lamínula, 
utilizando-se o liquido consetvador de ARLÉ & MENDONÇA ( 1982). As 
preparações permanentes, incluindo cerca de 30 exemplares por lâmina, 
foram vedadas através de cimento de Rondeau de Noyer ( 19 18) apud:. 
LANGERON (1949) e etiquetadas de acordo com o número de entrada na 
Coleção de Collembola do Museu Nacional. 
As ilustrações foram realizadas com auxílio de câmara clara 
acoplada a microscópio óptico Zeiss. Na caracterização, realizada com 
base em indivíduos adultos, evitando-se tanto quanto possível as formas 
jovens, levou-se em consideração o tamanho, habitu.s e cerca de 40 
caracteres distribuídos na região cefálica, nos tergitos torácicos e 
abdominais, e nos apêndices (patas, tubo ventral, tenáculo, subcoxas 
furcal, manúbrio, dens e mucro). Para as estruturas estudadas, seguiu-se 
a terminologia utilizada por DEHARVENG & OLIVEIRA ( 1990). 
A identificação das espécies, com base em consulta bibliográfica, 
contou com trabalhos de descrições e revisões taxonômicas. As referências 
principais incluíram STACH (1947) ; BARRA ( 1968) ; e os trabalhos 
1 8 
realizados por DEHARVENG & OLIVEIRA ( 1 990) ; OLIVEIRA & 
DEHARVENG (1990) ; BEDOS & DEHARVENG (1994) e DEHARVENG & 
SUHARDJONO (1994), fundamentais para o estudo do gênero. 
Após a caracterização, as espécies foram discriminadas na lista 
de material examinado de acordo com suas áreas de ocorrência, e foram 
tecidas considerações sobre suas afinidades, variações morfológicas e 
geográficas para cada uma delas. 
A lista de composição das espécies foi elaborada em ordem 
alfabética a partir das espécies já conhecidas, seguidas das novas 
encontradas na Floresta da Tijuca. As siglas utilizadas na identificação 
das espécies novas referem-se às abreviaturas dos nomes que as mesmas 
terão ao serem descritas. No item referente à lista de material examinado, 
as abreviaturas am., ex. e exs. referem-se, respectivamente, às palavras 
amostra, exemplar e exemplares. 
A análise química e granulométrica dos estratos amostrados em 
Janeiro e Julho de 2000 foi efetuada pelo Laboratório de Análise de Solo 
da EMBRAPA. O índice pluviométrico e as temperaturas máximas e 
mínimas foram obtidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia através da 
Estação 83007 (Alto da Boa Vista). 
3.5- TRAT�!ITO EsTATfSTICO 
A partir dos valores de freqüência obtidos para cada estação de 
coleta foram realizadas análises estatísticas visando comparar 
similaridades entre as áreas de coleta, relação das espécies com os fatores 
ambientais e variações espaço-temporais. 
Para avaliar e comparar diferenças na composição da 
comunidade em cada estação de coleta foram utilizados os índices de 
Diversidadede Shannon-Weaver, Riqueza de Margalef e Equitabilidade de 
Pielou (LUDWIG & REYNOLDS, 1988). 
1 9 
A estrutura da comunidade foi determinada através da análise de 
freqüência relativa, da abundância total, do coeficiente de freqüência. O 
coeficiente de freqüência foi obtido através da fórmula: 
Cf= amostras com X x 100 
total de amostras 
Utilizou-se também o teste de espécies indicadoras (DUFRÊNE & 
LEGENDRE, 1997) para verificar as espécies características de litter e de 
solo. Os resultados foram submetidos ao teste de Monte Carlo com 1000 
permutações, a fim de verificar sua significância, sendo aceitos os valores 
de p<0,05. 
As associações entre as espécies e os fatores ambientais foram 
verificadas através da análise de regressão múltipla, e como método de 
ordenação para verificar a variação da comunidade no período de estudo 
foi utilizada a análise de correspondência (LUDWIG & REYNOLDS, 1988). 
As espécies com menos de 10 indivíduos não foram incluídas nesta 
análise devido à baixa contribuição absoluta, o que interferiria na 
interpretação dos dados. 
Os programas estatísticos NTSYS2 (ROHLF, 1992) e STATISTICA 
for Windows (STATSOFT, 1997) foram usados para realização das 
análises. 
20 
4- RESULTADOS 
4. 1- CARACTERIZAÇÃO DO GÊNERO ISOTOMIELLA BAGNALL, 1939 
Corpo pequeno com habitus alongado e subcilindrico. Tegumento 
fino formado por grãos primários. Crateras geralmente presentes, com 
dimensão variada. Canais epicuticulares desde a cabeça até o segmento 
abdominal II. Sem pigmento, olhos e órgão pós-antenal. Tergito abdominal 
V e VI fusionados, com · 1 + 1 sensila espessa dorso-lateral. Tricobótrias 
ausentes. Revestimento de cerdas lisas e afiladas, de tamanho variável, e 
de cerdas ciliadas, bastante diversificadas quanto ao tamanho e ciliação. 
Macroquetas distribuídas do tergito torácico II ao tergito abdominal IV em 
número de 1 , 1 /3,3,3,4 por meio-tergito. Quetotaxia sensilar do tipo 
reduzido, diversificada quanto ao tamanho e estrutura. Antenômero IV 
com organito subapical e cerda protetora; 6 cerdas sensilares espessas e 
subcilindricas na região subdistal dorso-lateral. Órgão sensorial do 
antenômero III típico. Antenômero II com 1 cerda sensilar lateral externa e 
microquetas basais. Antenômero I com sensilas ventrais desiguais 
geralmente presentes. Peças bucais, mastigadoras, típicas da família. 
Quetotaxia labral com 4 / 554 cerdas e 4 espínulas cuivas anteriores. 
Unha ligeiramente cutva, sem dente. Apêndice empodial geralmente 
lanceolado, sem dentes. Colóforo c_om quetotaxia fixa nas espécies. 
Tenáculo com 3 a 4 dentes e corpo com ou sem cerdas. Furca presente, 
geralmente desenvolvida. Manúbrio com cerdas ventrais em número 
variável ou ausente. Dens geralmente longa e crenulada. Mucro presente 
com número variável de dentes. 
2 1 
4.2- MORFOLOGIA EXTERNA DE lSOTOMIELLA 
Os colêmbolos do gênero Isotomiella são pequenos e delicados, 
medindo cerca de 0,4mm a 1,2mm. São desprovidos de pigmento, olhos e 
órgão pós-antenal. Apresentam habitus subcilindrico e fino, típico das 
formas hemiedáficas e euedáficas, como em Isotomiella sp.nov. MC e 
Isotomiella sp.nov. TO (Figs. 143 e 186). Alguns são cilíndricos e espessos 
como I. qu.adri.seta Deharveng & Oliveira e Isotomiella sp.nov. CA (Fig. 64) 
ou tubuliformes conforme as espécies J. barrai Deharveng & Oliveira e 
Isotomiella sp.nov. PR (Figs. 6 e 176). 
O tegumento fino, com granulação primária, inclui crateras com 
diâmetro variado, geralmente dispostas em maior intensidade na parte 
posterior dos tergitos abdominais; grânulos secundários sobre as antenas, 
e pseudoporos ao longo da região axial dos tergitos. As crateras podem 
estar muito próximas entre si, com diâmetro equivalente ao embasamento 
de uma mesoqueta (Fig. 69), ou afastadas umas das outras, com cerca de 
5µ.m de diâmetro, equivalente à inserção de 2 ou 3 macroquetas (Fig. 25). 
Os canais epicuticulares ocorrem desde a cabeça até o tergito abdominal 
II, em algumas espécies do grupo "minor'. Embora considerado como um 
dos aspectos mais originais de Isotomiella, não foi visualizado em 
nenhuma das espécies deste grupo aqui estudadas. 
Reves�ento de cerdas simples, afiladas, e de cerdas ciliadas, 
diversificadas quanto ao tamanho e à ciliação. As macroquetas, em geral 
maiores e bastante ciliadas, podem ser pequenas e lisas, quase indistintas 
das outras cerdas (Fig. 6 e 176). Em Isotomiella sp.nov. DE e Isotomiella 
sp.nov. FE são levemente ciliadas (Fig. 8 1 e 120). As macroquetas 
apresentam-se distribuídas do tergito torácico II ao tergito abdominal IV, 
em número de 1, 1/3,3,3,4 por meio-tergito. As cerdas cefálicas, em geral 
subiguais e lisas, apresentam-se maiores na parte anterior e posterior. 
Isotomiella sp.nov. CA mostrou algumas cerdas posteriores levemente 
ciliadas. As cerdas ímpares a0, m0 e pO, localizadas na região axial do 
tergito abdominal V-VI, apresentam variação quanto ao tamanho e ciliação 
(Figs. 15 e 153). 
r 
22 
Revestimento sensilar variável quanto ao número, tamanho e 
forma. As sensilas são cerdas espessas, com superficie lisa, desprovida de 
ornamentação, localizada principalmente nas antenas e regiões lateral, 
dorso-lateral e ventral dos tergitos. Em função de suas posições nos 
tergitos são designadas como sensilas laterais (sl), posteriores (sp), 
anteriores (sa), ventrais (sv) e sensila dorso-lateral do tergito abdominal V­
VI (spl). Esta última, hipertrofiada e subcilindrica, apresenta-se 
diversificada quanto ao tamanho e espessura, nas diferentes espécies 
(Figs. 42, 1 15 e 187). 
As antenas, geralmente maiores que a diagonal cefálica, são 
divididas em 4 artículos. O último artículo ou antenômero IV, apresenta 1 
organito subcilindrico, na região subapical dorso-lateral, protegido por 1 
cerda curva (Fig. 46). Este organito pode ser tubuliforme, semi-ovóide ou 
lanceolado (Fig. 94), e a cerda protetora (so) pode exibir tamanho e 
curvatura variáveis. Ainda neste antenômero, na região subdistal dorso­
lateral, encontra-se um grupo de 6 cerdas espessas e subcilindricas, 
características do gênero; estas cerdas sensilares designadas como S 1 a 
S6 (Fig. 26) podem ser finas e longas (Figs. 93, 158 e 169), ovóides (Fig. 7), 
grandes e espessas (Fig. 135) ou muito pequenas e finas (Fig. 179). Além 
destas, ocorrem ainda sensilas suplementares, subcilindricas e finas, em 
número variável nas diferentes espécies. No antenômero III na região 
dorso-lateral externa, encontra-se o órgão sensorial, tipicamente composto 
por 2 microsensilas (S2 e S3), subcilindricas ou ovóides (Fig. 8), protegidas 
lateralmente pelas sensilas S 1 e S4, com o dobro do tamanho das sensilas 
internas; mais abaixo e lateralmente ocorre a sensila S5, em geral menor e 
mais curva (Fig. 107). Antenômero II com microquetas basais e 1 sensila 
lateral externa cujo tamanho e espessura variam nas espécies. 
Antenômero I composto por cerdas lisas, ou lisas e ciliadas, microquetas 
basais e sensilas desiguais na face ventral; nas espécies do grupo 
"delicat<i' não foram visualizadas estas sensilas. 
Peças bucais mastigadoras, típicas da família. Labro com 4 
espínulas distais curvas, e cerdas em número de 4/554; estas cerdas são 
normalmente afiladas e levemente curvas, mas em algumas espécies as 
ventro-laterais são muito espessas e esclerosadas, conforme apresentadas 
23 
por Isotomiella quadriseta e Jsotomiella sp.nov. CA (Figs. 34, 65 e 66) . O 
lobo externo da maxila ostenta 2 a 4 pêlos sublobais, lisos, de dificil 
visualização. 
As patas são constituídas por 6 segmentos: 2 subcoxais, 
trocanter, fêmur, tibiotarso e pré-tarso ou empódio. Neste último inserem­
se a unha e o apêndice empodial. Os articulas da pata são revestidos em 
geral de cerdas lisas e afüadas. A subcoxa I das patas I, II e III é provida 
de cerdas lisas e ciliadas, cujo número destas últimas é taxonomicamente 
importante. O fêmur, revestido por cerdas lisas, pode apresentar 1 ou 
várias cerdas ciliadas,assim como o ergot femural que pode ser liso (Fig. 
159) ou ciliado. O tibiotarso metatorácico, geralmente de aspecto normal, 
apresenta-se em algumas espécies muito dilatado, diferindo das outras 
patas que se mantêm com aspecto normal, conforme ocorre nas espécies 
do grupo "digitatd' (Figs. 61 e 117). Sobre o tibiotarso algumas cerdas 
apresentam-se profundamente modificadas, com aspecto digitiforme (Figs. 
61 e 117). No tibiotarso protorácico o número de cerdas dispostas no 
diâmetro proximal é considerado um caráter taxonômico importante, 
embora não o tenhamos utilizado como caráter discriminante no presente 
estudo. A unha, inserida no pré-tarso, é em geral desenvolvida, com forma 
ligeiramente curva, desprovida de dentes. Em algumas espécies a unha é 
fina e alongada (Figs. 123, 124 e 125). O apêndice empodial, também 
inserido no pré-tarso, é normalmente desenvolvido e lanceolado (Fig. 148) 
ou curto com ápice truncado, como na espécie Isotomiella sp.nov. PR (Fig. 
181). 
Os tergitos abdominais I-IV são individualizados e subiguais, ao 
passo que o V e VI são fusionados, formando um segmento único. O tubo 
ventral, inserido na parte ventral do primeiro segmento abdominal, é 
munido de cerdas na sua parte anterior, posterior e distal, cujo número é 
considerado estável dentro de uma espécie. O tenáculo ou retináculo, 
situado na face ventral do terceiro segmento abdominal, constitui-se de 
um corpo com 1 a 3 cerdas, e dois ramos munidos de 3-4 dentes com 
função de sustentação da furca quando em repouso. Em algumas espécies 
ocorre a ausência de cerdas no corpo tenacular (Fig. 88). A quetotaxia da 
subcoxa furcal anterior (scxa) e da subcoxa furcal posterior (scxp), embora 
24 
variável, pode ser considerada um bom critério taxonómico (Figs. 76 e 
193). 
A furca, constituída de manúbrio, dens e mucro, situa-se na face 
ventral do quarto segmento abdominal. Normalmente desenvolvida, pode 
apresentar todos os estágios de regressão, com exceção de seu 
desaparecimento total; o estágio mais reduzido ocorre nas espécies J. 
barrai Deharveng & Oliveira, 1990 e Isotomiella sp.nov. PR. Estes estágios 
de redução furcal incluem o retináculo e subcoxa furcal. O manúbrio, em 
forma trapezoidal, possui cerdas dorsais e ventrais, fixas em diferentes 
espécies. A quetotaxia ventral do manúbrio é considerada fundamental 
para a taxonomia do grupo; nesta região as cerdas apresentam-se 
numerosas (cerca de 18), em número reduzido (2+2, 1 + 1 ), ou mesmo 
ausentes (Figs. 90,99 e 103). A dens geralmente alongada e crenulada 
também apresenta cerdas ventrais e dorsais, características para cada 
espécie. O mucro é constituído por dentes que variam quanto ao número, 
tamanho e disposição. No mucro tridentado, os dentes anteapicais podem 
ser simétricos(Fig. 142) ou assimétricos (Fig. 163), e no mucro bidentado, 
o dente anteapical pode estar situado no mesmo eixo (Fig. 22) ou 
lateralmente ao dente apical (Fig. 104). O mucro unidentado é 
desenvolvido e falciforme (Fig. 1 19) ou reduzido a um espinho curvo (Figs. 
10 e 184). 
4.3-_ CollPO�IÇÃO FAUlfÍSTICA 
De um total de 288 amostras coletadas foram obtidos 3552 
exemplares de Isotomiella Bagnall, 1939, distribuídos em 25 espécies 
listadas a seguir: 
Isotomiella barrai Deharveng & Oliveira, 1990 
Isotomiella bidentata Delamare-Deboutteville, 1950 
Isotomiella digitata Deharveng & Oliveira, 1990 
Jsotomiella nummulifer Deharveng & Oliveira, 1990 
Isotomiella quadriseta Dehatveng & Oliveira, 1990 
Isotomiella symetrimucronata Najt & Thibaud, 1987 
Isotomiella sp.nov. AA 
Isotomiella sp.nov. BD 
Jsotomiella sp.nov. CA 
Isotomiella sp.nov. DE 
Isotomiella sp.nov. DS 
Jsotomiella sp.nov. DT 
Jsotomiella sp.nov. EL 
Isotomiella sp.nov. FA 
Isotomiella sp.nov. FE 
Isotomiella sp.nov. GR 
Isotomiella sp.nov. MC 
Isotomiella sp.nov. MI 
Isotomiella sp.nov. NE 
Isotomiella sp.nov. PR 
Isotomiella sp.nov. TO 
Isotomiella sp. CO 
Isotomiella sp. SG 
Isotomiella sp. SH 
Isotomiella sp. SS 
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As espécies I. digitata, Isotomiella sp. CO, Isotomiella sp. SG, 
Isotomiella sp. SH e Isotomiella sp. SS não foram caracterizadas 
morfologicamente devido ao estado precário de seus exemplares. 
4.4- CARACTERIZAÇÃO DAS ESPÉCIES DE ISOTOMIELLA 
Isotomiella barrai Dehatveng & Oliveira, 1990 
(Figs. 6-10) 
Comprimento do corpo: 0,45-0,48 mm. Habitus subcilindrico e 
alongado. Tegumento muito fino desprovido de crateras. Pseudoporos não 
26 
Figa. 6-10. Jsotomiella barrai Deharveng & Oliveira, 1990. 6- Habitus e quetotaxia dorso­
lateral; 7- face dorso-lateral externa do antenõmero IV; 8- órgão sensorial do antenõmero 
III; 9- pata metatorácica e unha; 10- vista lateral da furca. 
27 
observados. Cerdas cefálicas lisas e subiguais. Antenômero N com 1 
organito subapical, ovóide, protegido por 1 cerda curva; 6 sensilas ovóides 
e globulosas dorso-laterais externas (5 µm) ; 3 sensilas suplementares, 1 
dorso-medial , longa e espessa próxima a S6, 1 dorso-lateral externa, 
espessa e curta, abaixo da cerda protetora (Fig. 7). Órgão sensorial do 
antenômero III formado por 2 microssensilas ovóides, protegidos por 2 
sensilas subcilindricas (Fig. 8). Antenômero I apresentando 1 microqueta 
basal. Cerdas labrais um pouco mais espessas que o normal. Lobo externo 
da maxila com 3 pêlos sublobais. Quetotaxia geral do corpo reduzida 
formada por cerdas lisas, finas e subiguais (Fig. 6). Tergito torácico II com 
6+6 cerdas axiais; 3+3 sensilas laterais desiguais, medindo a partir da 
interna 18 µm, 6 µm e 7 µm. Tergito torácico III com 5+5 cerdas axiais e 
2+2 sensilas laterais medindo 18 e 20 µm. Tergito abdominal I e II com 
3+3 cerdas axiais e sem sensila lateral. Tergito abdominal III com 3+3 
cerdas axiais; 1 + 1 sensila lateral espessa e afilada no ápice (7 µm); 1 + 1 
sensila ventral longa e subcilindrica ( 15 µm). Tergito abdominal IV com 
3+3 cerdas axiais, 1+ 1 sensila ventral (12 µm). Tergito abdominal V-VI 
com as cerdas ímpares ao e p0 subiguais e m0 um pouco mais longa; 1 + 1 
sensila (spl) muito longa e subcilindrica (27-30 µm) ; 1 + 1 sensila ventral 
(sv) medindo cerca de 15 µm. Patas revestidas de cerdas simples; ergot 
normal, semelhante as cerdas proximais. Unha normalmente 
desenvolvida, sem dente (9 µm) ; apêndice empodial desenvolvido, 
lanceolado (Fig. 9). Tubo ventral com 2+2 cerdas posteriores, 1 + 1 cerda 
anterior e 4+4 cerdas distais. Tenáculo com 3+3 dentes e 1 cerda. 
Subcoxa furcal anterior com 2 cerdas e subcoxa furcal posterior com 4-5 
cerdas. Manúbrio com 1 + 1 cerda ventro-distal e 8+8 dorsais. Dens menor 
que o comprimento da unha (8 µm) , com 2 cerdas ventrais e 1 dorsal. 
Mucro reduzido a um espinho curvo medindo cerca de 2 µm (Fig. 10). 
Material examinado: BRASIL, Rio de Janeiro, Floresta da Tijuca, 
Barracão- am.857, 1 ex. , 23.IX. 1999; am.978, 2 exs. , 23.II.2000. Bom 
Retiro- am.946, 1 ex. , 2 1.XII. 1999. 
Considerações: Isotomiella barrai Deharveng & Oliveira, 1990, 
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descrita da Amazônia, é uma espécie peculiar, facilmente separada das 
demais, pela presença ímpar de uma furca muito pequena, com mucro 
ínfimo em forma de um espinho curvo. Os espécimens de J. barrai., 
procedentes da Floresta da Tijuca, correspondem em sua totalidade com a 
descrição e ilustrações dos autores, sendo a única diferença obseivada 
referente ao tamanho do corpo, uma vez que os exemplares da Floresta da 
Tijuca apresentaram comprimento maior que os exemplares amazônicos. 
Isotomiella bidentata Delamare Deboutteville, 1950 
(Figs. 1 1-22) 
Comprimento do corpo: 0,43-0,60 mm. Habitus subcilíndrico 
(Fig. 1 1) . Tegumento granuloso. Crateras grandes, medindo cerca de 2 
vezes o embasamento de uma microqueta, distribuídas intensamente 
sobre os tergitos abdominais V-VI (Fig. 1 1) . Pseudoporos visíveis. 
Comprimento da diagonal cefálica: antena= O, 1 1 mm: O, 12 mm. Cerdas 
cefálicas lisas e subiguais, excetuando as anteriores e as posteriores um 
pouco mais longas. Antenômero IV com

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