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Crimes contra a administração pública

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Crimes contra a 
administração 
pública 
 
 
 
 
 
➔ Trata-se dos crimes funcionais, praticados por 
determinados grupos de pessoas – funcionários 
públicos – no exercício de sua função, associado 
ou não com a pessoa alheia aos quadros 
administrativos, impregnando o correto 
funcionamento dos órgãos do Estado. 
 
➔ Afetam, a probidade administrativa, promovendo 
o desvirtuamento da administração pública nas 
suas várias camadas, ferindo, dentre outros, os 
princípios norteadores da legalidade, 
impessoalidade, moralidade e eficiência. 
 
➔ O agente, representante de um poder estatal, tem 
por função principal cumprir regularmente os 
deveres, confiados pelo povo. 
 
➔ No geral o princípio da insignificância é 
inadmissível, não obstante algumas decisões 
isoladas admitindo a insignificância. 
 
 
Crimes funcionais. 
Os delitos funcionais são divididos em 2 espécies: 
 
➔ Os crimes funcionais próprios, faltando a 
qualidade de funcionário público autor, o fato 
passa a ser tratado como indiferente penal, não 
se substituindo a nenhum outro tipo incriminador. 
 
➔ Já nos crimes funcionais impróprios 
desaparecendo a qualidade de servidor do 
agente, desaparece também o crime funcional, 
operando-se, porém, a desclassificação da 
conduta para outro delito, de natureza diversa (ex: 
peculato furto). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conceito de funcionário público para 
efeitos penais 
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os 
efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou 
sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função 
pública. 
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce 
cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e 
quem trabalha para empresa prestadora de serviço 
contratada ou conveniada para a execução de 
atividade típica da Administração Pública. 
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando 
os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem 
ocupantes de cargos em comissão ou de função de 
direção ou assessoramento de órgão da 
administração direta, sociedade de economia mista, 
empresa pública ou fundação instituída pelo poder 
público. 
a) Os funcionários públicos, titulares de cargo 
público efetivo, regidos por normas do direito 
administrativo. 
 
b) Os empregados públicos, jungindo ao regime da 
CLT. 
 
c) Os servidores ocupantes de cargo em comissão, 
providos sem concurso e regidos também pelo 
direito administrativo. 
 
d) Os servidores temporários, contratados sem 
concurso, por tempo determinado, para atender a 
necessidade temporária. 
 
Não apenas o servidor legalmente investido em cargo 
público, mas também o que exerce emprego público, 
ou, de qualquer modo, uma função pública, ainda que 
de forma transitória. 
• Ex: o jurado, os mesários eleitorais... 
 
 
➔ Os titulares de cartórios de notas e de registros 
só considerados servidores públicos para fins 
penais. o mesmo não ocorre com os funcionários 
dos respectivos cartórios que são contratados 
livremente e não ocupam cargo público. 
 
➔ Já que o Estado vem terceirizando seus serviços, 
entendeu o legislador ser necessário ampliar o 
conceito de funcionário público por equiparação, 
incluindo, por meio da lei 9.983/2000, aqueles 
que trabalham nas empresas prestadoras de 
serviço contratadas ou conveniadas. 
 
• Tal equiparação não abrange, os 
funcionários atuantes em empresas 
contratadas para prestar serviços atípicos 
para a administração pública, como exemplo, 
uma empresa contratada para funcionar num 
cerimonial de recepção a um chefe de 
governo estrangeiro. 
 
➔ O estagiário que exerce uma atividade em 
empresa pública pode ser equiparado a 
funcionário público para fins penais. 
 
➔ É possível que aquele que não detenha a 
qualidade de funcionário público, responda por 
crime funcional, como co-autor ou partícipe, em 
face do disposto no art. 30 do CP. Exige-se que 
esse terceiro saiba da qualidade de funcionário 
público do outro. Nessas hipóteses o 
funcionário público é denominado intraneus e o 
não funcionário público é denominado extraneus. 
 
 
Os prefeitos, governadores e presidente da 
República, quando autores dos crimes funcionais, 
estão inevitavelmente compreendidos da majorante? 
 
O STJ por maioria entendeu que sim. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Peculato próprio = primeira parte do caput. 
 
Peculato desvio = segunda parte do caput. 
 
Peculato furto = Parágrafo primeiro 
 
Peculato culposo = parágrafo segundo 
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de 
dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público 
ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, 
ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: 
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário 
público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor 
ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja 
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se 
de facilidade que lhe proporciona a qualidade de 
funcionário. 
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o 
crime de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do 
dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a 
punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a 
pena imposta. 
 
➔ O peculato não é crime contra a ordem tributária . 
 
➔ Entendimento do STF: "No peculato, a lesão 
patrimonial se configura ainda quando a coisa 
apropriada, ou desviada, pertença ao patrimônio 
particular. É o que diz o art. 312, caput, do CP, 
quando se refere ao "valor ou qualquer outro bem 
móvel, público ou particular...". 
 
 
 
 
 
 
SUJEITO DO CRIME 
➔ O delito somente pode ser praticado por 
funcionário público, no amplo conceito previsto 
no art. 327 do CP. 
 
➔ O sujeito passivo é o Estado lesado no seu 
patrimônio, material e moralmente. Se o bem 
apropriado for de propriedade de particular, 
também este será vítima do crime. 
 
• Diante do conceito abrangente da expressão, 
além da União, Estados e Municípios, podem 
ser vítimas as autarquias e as entidades 
paraestatais diante da equiparação 
prevista pelo art. 327 do CP. 
 
➔ Mesmo o servidor aposentado, se conserva 
consigo a Posse de bem ilegalmente apropriado 
durante o exercício e em razão do cargo antes 
ocupado, responderá pelo crime de peculato. 
 
➔ Caso funcionário público ocupe cargo em 
comissão ou de função de direção ou 
assessoramento de órgão da administração direta, 
sociedade de economia mista, empresa pública 
ou fundação instituída pelo poder público, apenas 
sofrerá um aumento de 1/3. 
 
➔ O crime admite o concurso de pessoas estranhas 
aos quadros da administração. 
 
➔ Embora os diretores de associações de 
identidade sindicais não sejam considerados 
funcionários públicos, o fato por eles praticado 
fica igualado ao peculato. 
 
 
➔ De acordo com a jurisprudência do STF, o STJ 
decidiu que os conselhos de fiscalização 
profissionais exercem função típica do Estado, 
sendo assim possível o cometimento do crime de 
peculato envolvendo os representantes de tal 
entidade. 
 
➔ Considera-se também que o servidor público que 
recebe seus vencimentos, mas não presta o 
serviço não comete o crime de peculato, que 
pressupõe apropriação, desvio ou subtração. 
 
CONDUTA 
O caput do artigo 312, pune o peculato próprio, cuja 
conduta consiste na apropriação ou desvio de 
dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público 
ou particular, de que tem a posse em razão do cargo. 
Ações nucleares: 
 
Apropriar-se: É inverter o título da posse ou da 
detenção, inicialmente lícita;Desviar: É empregar o objeto material enfim 
diverso de sua destinação específica. 
 
Subtrair (peculato impróprio): É retirar o bem ou 
concorrer para a sua retirada. 
 
CONDUTA PECULATO APROPRIAÇÃO 
➔ Na primeira parte do caput (apropriação), o agente 
apodera-se de dinheiro, valor ou qualquer outro 
bem móvel que tem sob a sua posse legítima, 
passando, arbitrariamente, a comportar-se como 
se fosse o dono. 
 
➔ A posse ou detenção tem que ser lícita, pois se a 
entrega do bem decorre de fraude, há estelionato; 
se a posse decorreu de violência ou grave 
ameaça, haverá roubo ou extorsão. 
 
➔ Corresponde há um tipo especial de apropriação 
indébita, qualificada pelo fato de ser o agente 
funcionário público, no exercício da sua função, 
prejudicando não só a moral, mas o patrimônio da 
administração. 
 
 
CONDUTA PECULATO DESVIO 
Já na segunda parte do caput (desvio), o funcionário 
dá destinação diversa à coisa, em benefício próprio 
ou de outrem, podendo o proveito ser material ou 
moral, auferindo vontade outra que não 
necessariamente a de natureza econômica. 
➔ Necessário que o funcionário tenha a posse lícita 
do bem. 
 
➔ O desvio deve ser em proveito próprio ou de 
terceiros porque, se for em proveito da própria 
administração, haverá o crime do art. 315 do CP 
(emprego irregular de verbas ou rendas públicas) 
 
➔ Não se pode desconsiderar que o funcionário 
público, estará igualmente praticando uma 
apropriação, mas de modo especial, o que torna 
dispensável a divisão de condutas estampadas no 
tipo em apreço. 
 
➔ O STJ firmou a tese de que reiterados desvios 
oriundos da mesma causa, como, por exemplo, 
de um contrato administrativo a partir do qual 
diversas somas foram desviadas, não podem ser 
considerados como crime único com sucessivos 
exaurimentos. Identificadas as circunstâncias do 
artigo 71 do código penal, a crime continuado. 
 
➔ Também foi decidido que comete o crime o 
administrador público que ordena o desconto de 
parcelas de empréstimos consignados dos 
salários de servidores públicos e não as passa a 
instituição financeira que concedeu o crédito. 
 
➔ A reparação do dano anterior ao recebimento da 
denúncia é causa de diminuição da pena, nos 
termos do art. 16 do CP. Se posterior ao 
recebimento, atenuante genérica (art. 65, III, d), cf. 
entendimento doutrinário e jurisprudencial. 
Há crime de peculato quando agente público com 
poder de nomeação recebe parte do salário dos 
funcionários nomeados? 
As “rachadinhas”, ocorre quando o legítimo detentor 
do poder discricionário de nomear escolhe 
determinada pessoa para uma função vinculada ao 
exercício de um cargo de confiança e recebe uma 
fração dos vencimentos, como se cuidasse de um 
preço ou de um encargo, para manter vigentes os 
efeitos diretos e reflexos do ato de nomeação. 
1° corrente: Reconhece a prática de peculato desvio 
nestes casos. Mas, de acordo com o STJ, tratando-se 
de verbas públicas, o peculato desvio se caracteriza 
pelo emprego com finalidade diversa daquela 
imposta por lei, não pelo simples emprego irregular. 
2° corrente: Sustenta haver o crime de concussão, 
previsto no artigo 316 do código penal, pois a efetiva 
exigência de parcela do salário dos funcionários 
nomeados para que eles se mantenham na função. 
3° corrente: Argumenta que o fato se ajusta ao crime 
de corrupção passiva, previsto no artigo 317 do código 
penal, pois o agente não exige, mas solicita, no 
exercício da função, parcela do salário de seus 
colaboradores, que normalmente já são nomeados 
sobre o compromisso do repasse. 
 
VOLUNTARIEDADE 
É o dolo, expressado pela vontade consciente do 
agente em transformar a posse da coisa em domínio 
ou desviá-la em proveito próprio ou de terceiros. 
➔ O peculato desvio contêm o elemento subjetivo 
específico, em que o funcionário público deve 
praticar a conduta em proveito próprio ou alheio. 
 
CONSUMAÇÃO 
➔ O crime se consuma na primeira modalidade 
(apropriação), no momento em que o funcionário 
se apropria do dinheiro, valor ou bem móvel de 
que tem posse em razão do cargo. 
➔ Já no caso de desvio, o crime irá se consumar 
quando o funcionário altera o destino normal da 
coisa, empregando-a enfim outros que não o 
próprio. 
 
➔ Pouco importa se a vantagem visada é 
conseguida ou não. 
 
TENTATIVA 
Podendo a conduta a ser fracionada, tratando-se 
assim de crime plurissubsistente, a tentativa é 
perfeitamente possível. 
 
➔ Descrito no segundo parágrafo do artigo 312 do 
código penal. 
 
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário 
público, embora não tendo a posse do dinheiro, 
valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja 
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-
se de facilidade que lhe proporciona a qualidade 
de funcionário. 
 
➔ Caracteriza-se não pela apropriação ou desvio, 
mas pela subtração de coisas sob guarda ou 
custódia da administração. 
 
➔ Neste caso o servidor público típico ou atípico, 
não tem a posse, mas, valendo-se da facilidade 
que a condição de funcionário lhe concede, 
subtrair coisa do ente público ou de particular 
sob custódia da administração. 
 
➔ É necessário que o agente para a subtração 
possua alguma facilidade proporcionada pelo seu 
cargo, pois sem esse requisito, haverá apenas 
furto. 
 
Helena Silva
errado
➔ O funcionário atua com animus furandi, que 
consiste na vontade consciente de subtrair, ou 
concorrer para que seja subtraída, para si ou para 
outrem, coisa pública ou privada sob guarda da 
administração, valendo-se de facilidade 
proporcionada pelo seu cargo. 
 
➔ Deve estar presente a intenção de não devolver, a 
coisa ao real proprietário. 
 
 
CONSUMAÇÃO 
É ocorrida com a efetiva subtração da coisa, 
dispensando a posse mansa e pacífica do bem. 
 
TENTATIVA 
Sempre que, fracionado o Iter criminis, não lograr o 
agente substituir a posse do ofendido por 
circunstâncias alheias à sua vontade. 
 
 
 
Está previsto no segundo parágrafo do artigo 312, e 
ocorre quando o funcionário, através de manifesta 
negligência, imperícia ou imprudência, infringe o 
dever de cuidado objetivo, criando condições 
favoráveis à prática do peculato doloso, em qualquer 
de suas modalidades. 
➔ É requisito desse crime que terceiro pratique um 
crime doloso aproveitando-se da 
facilidade provocada culposamente pelo 
funcionário público. 
 
➔ Observe-se que não, se trata de concurso de 
pessoas entre o autor do peculato culposo e o 
terceiro que comete o crime doloso, pois não 
existe participação culposa em crime doloso e 
vice-versa. 
CONSUMAÇÃO 
Consuma-se no momento em que se aperfeiçoa a 
condição dolosa do terceiro (consuma o crime de 
terceiro), havendo necessidade da existência de nexo 
causal entre os delitos, de maneira que o primeiro 
tenha possibilitado a prática do segundo. 
➔ Se o terceiro tentar praticar crime doloso, 
aproveitando-se da colaboração culposa de um 
funcionário público, responderá por tentativa 
desse crime doloso, já o funcionário não 
responderá por nenhum delito, pois 
inexistiu qualquer prejuízo ao erário. 
 
TENTATIVA 
Por se tratar de modalidade culposa, a tentativa fica 
inviável. 
 
Peculato mediante erro de outrem = artigo 313 
Peculato eletrônico = artigo 313 A e B 
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer 
utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro 
de outrem: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, 
a inserção de dados falsos, alterar ou excluir 
indevidamente dados corretos nos sistemas 
informatizados ou bancos de dados da Administração 
Pública com o fim de obter vantagem indevida para si 
ou para outrem ou para causardano: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e 
multa. 
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema 
de informações ou programa de informática sem 
autorização ou solicitação de autoridade 
competente: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e 
multa. 
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um 
terço até a metade se da modificação ou alteração 
resulta dano para a Administração Pública ou para o 
administrado. 
 
 
➔ Se assemelha a figura de apropriação de coisa 
havida por erro. 
 
SUJEITOS DO CRIME 
➔ O sujeito ativo é o funcionário público lato sensu. 
 
➔ O sujeito passivo é o Estado, mais 
especificamente a administração pública. 
Havendo particular lesado pela conduta típica do 
funcionário, concorrerá como vítima secundária. 
 
➔ Caso funcionário público ocupe cargo em 
comissão ou de função de direção ou 
assessoramento de órgão da admissão direta, 
sociedade de economia mista, empresa pública 
ou fundação instituída pelo poder público, apenas 
sofrerá aumento de 1/3. 
 
➔ Nada impede o concurso de particular, desde 
que saiba, por ocasião dos fatos, da condição de 
funcionário público do autor (art.30 do CP). 
 
CONDUTA 
➔ Inverte o agente, no exercício do seu cargo, a 
posse de valores recebidos por erro de terceiro. O 
bem apoderado, não está naturalmente na posse 
do agente, derivando de erro alheio. 
➔ O erro do ofendido deve ser espontâneo, pois, se 
provocado pelo funcionário, poderá configurar o 
crime de estelionato. 
VOLUNTARIEDADE 
➔ É o dolo, em que o agente tem a vontade 
consciente de apropriar-se de dinheiro que 
recebeu por erro de outrem, ciente do engano 
cometido. 
 
➔ Não é necessária a existência do dolo no 
momento do recebimento da coisa, mas deve 
existir no instante em que o funcionário dela se 
apropria. 
CONSUMAÇÃO 
A consumação se dá no momento, quando agente, 
percebendo o erro de terceiro, não o desfaz, 
apropriando-se da coisa recebida, e agindo assim 
como se dono fosse. 
TENTATIVA 
Para a doutrina a tentativa é possível. 
AÇÃO PENAL 
A ação será pública incondicionada. 
 
INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM 
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES 
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, 
a inserção de dados falsos, alterar ou excluir 
indevidamente dados corretos nos sistemas 
informatizados ou bancos de dados da Administração 
Pública com o fim de obter vantagem indevida para si 
ou para outrem ou para causar dano: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
➔ Advindo da lei 9.983 / 2000. 
 
➔ Tutela-se aqui administração pública no que 
concerne a guarda de dados, que somente devem 
ser modificados para o atendimento do interesse 
público, nos limites estabelecidos. 
 
SUJEITOS DO CRIME 
➔ O sujeito ativo é somente o funcionário público 
autorizado, sendo assim, aquele que estiver 
lotado na repartição encarregada de cuidar dos 
sistemas informáticos ou banco de dados da 
administração pública. 
 
➔ A conduta típica ofende diretamente os interesses 
da administração pública, e, indiretamente, 
também o do administrado eventualmente 
prejudicado com a falsidade ou suprimento de 
dados. 
 
➔ Caso funcionário público ocupe cargo em 
comissão ou de função de direção ou 
assessoramento de órgão da admissão direta, 
sociedade de economia mista, empresa pública 
ou fundação instituída pelo poder público, apenas 
sofrerá aumento de 1/3. 
 
CONDUTA 
➔ Na primeira parte do tipo em estudo, pune-se a 
conduta de inserir ou facilitar, mediante ação ou 
omissão, a inserção de dados falsos. 
 
➔ já na segunda parte, é incriminada alteração ou 
exclusão, indevida, de dados corretos, ou seja, a 
diz configuração dos arquivos, de modo a alterar 
os registros originais. 
➔ Deve o agente agir prevalecendo-se do acesso 
privilegiado inerente ao seu cargo. 
 
VOLUNTARIEDADE 
É o dolo, em que o agente busca obter vantagem 
indevida para si ou para outrem ou de causar dano, 
de acordo com as condutas típicas do artigo. 
➔ Se a conduta, não tiver essa finalidade, não se 
enquadrará deste artigo. 
 
CONSUMAÇÃO 
Consuma-se com a prática de qualquer uma das 
condutas, independentemente da obtenção da 
indevida vantagem ou dano causado pelo agente. 
 
TENTATIVA 
É admitida, devido o possível fracionamento do 
delito. 
 
AÇÃO PENAL 
A ação será pública incondicionada. 
 
MODIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO NÃO 
AUTORIZADA DE SISTEMA DE 
INFORMAÇÃO. 
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema 
de informações ou programa de informática sem 
autorização ou solicitação de autoridade 
competente: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e 
multa 
➔ Tutela-se o próprio sistema de informação ou 
programa de informática. 
 
SUJEITOS DO CRIME 
➔ O sujeito ativo é o funcionário público, típico ou 
por equiparação, independente do cargo que 
ocupa. 
 
➔ O sujeito passivo é o Estado, mais 
especificamente a administração pública. ou o 
eventualmente prejudicado com a conduta do 
agente é igualmente vítima do delito. 
 
➔ Caso funcionário público ocupe cargo em 
comissão ou de função de direção ou 
assessoramento de órgão da admissão direta, 
sociedade de economia mista, empresa pública 
ou fundação instituída pelo poder público, apenas 
sofrerá aumento de 1/3. 
 
➔ É possível a participação do particular, desde 
que saiba, por ocasião do fato, da condição 
especial ostentada pelo funcionário autor. 
 
CONDUTA 
Dividido em 2 tipos de conduta, a primeira ocorre com 
a modificação do próprio sistema, dando-lhe nova 
forma; a segunda, ocorre com a alteração, 
conturbando a sua forma original. 
➔ Neste o funcionário público altera a própria 
programação a fim de modificar o meio e o modo 
de geração e criação de arquivos e dados. 
 
VOLUNTARIEDADE 
É o dolo, em que o agente está ciente de que irá 
praticar uma conduta criminosa. 
➔ É irrelevante a obtenção de eventual resultado. 
➔ Não existe forma culposa. 
 
CONSUMAÇÃO 
Ocorre com a modificação ou alteração do sistema 
ou programa de informática, objetos materiais do tipo 
penal em estudo. 
➔ A eventual existência de dano, ao invés de mero 
exaurimento, serve como causa de aumento de 
pena, conforme dispôs no parágrafo único deste 
artigo. 
 
TENTATIVA 
É teoricamente possível. 
 
AÇÃO PENAL 
A ação será pulica incondicionada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
 
 
 
 
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer 
documento, de que tem a guarda em razão do cargo; 
sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não 
constitui crime mais grave. 
➔ Tutela-se o regular andamento das atividades 
administrativas, buscando-se inibir atos de 
funcionários que violam a confiança neles 
depositadas. 
 
SUJEITOS DO CRIME 
➔ Apesar da maioria da doutrina alegar que o sujeito 
ativo é o funcionário público em sentido amplo, 
Nelson Hungria restringe, alegando que o sujeito 
ativo há de ser apenas o agente incumbido, 
ratione officii da guarda do livro ou documento. 
 
➔ O sujeito passivo é o Estado e, eventualmente, o 
particular proprietário do documento confiado à 
administração pública. 
 
➔ Sendo o sujeito ativo servidor em exercício junto à 
partição fiscal ou tributária, o extravio de livro 
oficial, processo fiscal ou qualquer documento 
por ele causado configura crime especial, previsto 
no artigo terceiro, inciso primeiro da lei 8.137/90. 
 
➔ Caso funcionário público ocupe cargo em 
comissão ou de função de direção ou 
assessoramento de órgão da admissão direta, 
sociedade de economia mista, empresa pública 
ou fundação instituída pelo poder público, apenas 
sofrerá aumento de 1/3. 
 
 
 
 
 
CONDUTA 
A lei pune 3 condutas, são elas: 
1) Extraviar (fazerdesaparecer). 
2) Sonegar (deixar de informar). 
3) Inutilizar (fazer inútil). 
 
➔ Tais condutas devem recair sobre o livro oficial ou 
qualquer documento guardado pelo funcionário 
em razão da sua função. 
 
➔ É indiferente que a destruição de um documento 
seja total ou parcial, desde que desapareça parte 
essencial, comprometendo ao todo. 
VOLUNTARIEDADE 
➔ É o dolo, em que o agente está ciente de que a 
sua conduta é criminosa. 
 
➔ Eventual conduta culposa, caracterizado pela 
falta de zelo com documento ou livros públicos, 
poderá caracterizar apenas falta funcional. 
CONSUMAÇÃO 
Consuma-se no momento quando ao efetivo extravio, 
sonegação ou inutilização de livro oficial ou qualquer 
outro documento. 
TENTATIVA 
É admitida, porém limitada às hipóteses do extravio e 
inutilização. 
AÇÃO PENAL 
A ação será pública incondicionada 
 
 
 
 
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação 
diversa da estabelecida em lei: 
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. 
➔ Busca proteger as verbas públicas de uma 
administração irregular e despótica. 
 
SUJEITOS DO CRIME 
O sujeito ativo não é qualquer funcionário público, 
mas apenas aquele que tem o poder de 
administração de verbas ou rendas públicas, como 
exemplo, o Presidente da República e seus Ministros, 
Governadores, Secretários... 
➔ Admite-se, no entanto, a cooperação de 
particulares. 
 
➔ Caso funcionário público ocupe cargo em 
comissão ou de função de direção ou 
assessoramento de órgão da admissão direta, 
sociedade de economia mista, empresa pública 
ou fundação instituída pelo poder público, apenas 
sofrerá aumento de 1/3. 
 
CONDUTA 
Pune-se, o emprego irregular de fundos públicos, 
contrariando a destinação prévia em lei. 
 
VOLUNTARIEDADE 
➔ É o dolo, em que o agente está ciente de que irar 
praticar um crime. 
 
 
 
 
 
 
 
 
➔ Não se pune criminalmente a modalidade 
culposa. 
 
• Não se descarta, ainda, a dirimente da 
inexigibilidade de conduta diversa, como no 
exemplo, do comandante que desvia dinheiro 
para abastecer viatura de policiamento 
preventivo, com o objetivo de não deixar a 
população local desprotegida. 
 
CONSUMAÇÃO 
Ocorre com a efetiva aplicação irregular das 
verbas ou renda sem finalidade outra que não 
específica em lei. 
 
TENTATIVA 
A simples destinação, sem posterior aplicação, 
constitui tentativa, gerando perigo para a 
regularidade administrativa. 
 
AÇÃO PENAL 
A ação será pública incondicionada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de 
assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa 
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição 
social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando 
devido, emprega na cobrança meio vexatório ou 
gravoso, que a lei não autoriza: 
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. 
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou 
de outrem, o que recebeu indevidamente para 
recolher aos cofres públicos: 
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
 
OBJETO JURÍDICO 
Visa proteger o normal desenvolvimento dos 
encargos funcionais, por parte da 
administração pública, e a conservação e tutela do 
decoro desta. De forma secundária, protege-se 
também o patrimônio do particular contra a forma 
especial de extorsão cometida pelo funcionário, que 
se vale, para a prática do delito, de função que 
desempenha, empregando-a como meio de coação 
para a obtenção de seus fins. 
 
 
 
CONDUTA 
➔ A conduta típica está centrada no exigir vantagem 
indevida. 
 
➔ Se a vantagem for devida, haverá crime de abuso 
de autoridade do art. 4º, h, da Lei n. 4.898/65. 
 
➔ Exigir significa ordenar, reclamar imperiosamente, 
impor como obrigação (RT558/343). 
 
 
 
 
 
➔ A exigência pode ser direta, isto é, o sujeito 
expressamente a fórmula ao sujeito passivo, ou, 
ainda, indireta, quando o autor do fato se vale de 
interposta pessoa para chegar ao conhecimento 
da vítima a sua pretensão, ou formula a exigência 
de maneira velada, capciosa ou maliciosa. 
 
➔ A lei buscou incriminar qualquer tipo de 
vantagem, podendo ser de cunho patrimonial, 
sentimental, sexual... 
 
➔ A concussão, na realidade, é uma forma especial 
de extorsão praticada por funcionário público, 
com abuso de autoridade. Não se confunde com 
concussão porque não envolve a exigencia de 
vantagem ilicita. 
 
➔ Decidiu o STF, considerar se funcionário público, 
para fins penais, o médico particular em 
atendimento pelo sistema único de saúde (SUS). 
 
• De quem é a competência para julgar o 
crime de concussão cometido pelo médico 
servidor do SUS? 
Para Douglas Fischer, considerando que a 
reunião integra o SUS, há interesse jurídico de 
sua parte, o que sempre atrai a competência 
da justiça federal, entretanto, a quem entenda 
ser de competência da justiça estadual. 
 
 
SUJEITOS DO CRIME 
➔ Em face da concussão ser delito próprio, só pode 
ser o cometido o crime por funcionário público. 
 
➔ O sujeito passivo é Estado (administração 
pública), titular da regularidade dos atos 
administrativos, e, concomitantemente, aquele 
que vem a ser lesado pela exigência. 
 
➔ Mesmo que o agente ainda não tenha assumido a 
função em que já passou no concurso, mas ainda 
não tomou posse ou esteja fora da função (horário 
de descanso férias, Licença). 
 
➔ Contudo, na hipótese em que o sujeito se faz 
passar por policial e exige dinheiro para não 
prender alguém, não há concussão, pois o 
agente não é funcionário público, há, na 
realidade, o crime de extorsão. 
 
➔ Pode o particular ser co-autor ou partícipe, 
comunicando-se a ele a circunstância elementar 
de ser o agente funcionário público. 
 
➔ Caso funcionário público ocupe cargo em 
comissão ou de função de direção ou 
assessoramento de órgão da admissão direta, 
sociedade de economia mista, empresa pública 
ou fundação instituída pelo poder público, apenas 
sofrerá aumento de 1/3. 
 
. 
VOLUNTARIEDADE 
➔ O dolo, que consiste na vontade livre e consciente 
de exigir a vantagem indevida prevalecendo-se 
da função. 
 
➔ Indiscutível, também, para a existência do delito, 
que a vantagem seja "para si ou para outrem". Se 
a vantagem for para a administração, não há o 
delito de concussão, entretanto, a correntes com 
pensamentos inversos. 
 
➔ Inexiste a modalidade culposa. 
 
 
CONSUMAÇÃO 
➔ Consuma-se o crime, que é de natureza formal, 
com a simples exigência da vantagem indevida. 
 
➔ Não se exige, para a consumação do delito, 
a consecução do fim visado pelo agente, qual 
seja, a obtenção da indevida vantagem. 
 
➔ Assim, não desnatura o crime a devolução 
posterior da vantagem (mero arrependimento 
posterior, art. 16 do CP) ou a ausência de prejuízo. 
 
 
CONCUSSÃO EXAURIDA 
➔ A concussão é delito formal ou de consumação 
antecipada. 
 
➔ Se conseguida a vantagem aumejada, fala-se em 
concussão exaurida, circunstância que não altera 
o título do delito nem a pena abstraia. Influi, 
contudo, na pena concreta. 
 
Obs.: A vítima que entrega o dinheiro exigido não 
comete o delito de corrupção ativa, pois o faz por ter 
sido constrangida. A corrupção ativa pressupõe a 
iniciativa do particular, não se punindo a mera 
entrega. 
 
TENTATIVA 
➔ É possível, se houver possibilidade de cindir 
o iter criminis (fracionar). 
 
Exemplo: O caso da carta compulsória interceptada 
antes de chegar ao conhecimento do lesado. 
 
 
AÇÃO PENAL 
A ação serápublica incondicionada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vem descrito nos §§ 1º e 2º do art. 316. 
➔ Trata-se de subtipo do crime de concussão. 
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição 
social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando 
devido, emprega na cobrança meio vexatório ou 
gravoso, que a lei não autoriza: 
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. 
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou 
de outrem, o que recebeu indevidamente para 
recolher aos cofres públicos: 
 
➔ § lº - A figura descrita no § l.° diferencia-se da 
figura fundamental pela característica de que o 
sujeito ativo não visa o proveito próprio ou alheio, 
mas exige o tributo e o encaminha aos cofres 
públicos, ou, então, no desempenho de sua 
função, excede-se nos meios de sua execução. 
 
➔ A fixação da pena mínima acima de dois anos pela 
Lei n. 8.137/90 (somente alterou a pena do § l.°) 
tomou esse crime inafiançável e, portanto, não 
se exige procedimento preliminar do art. 514 do 
CPP, que só se aplica aos crimes afiançáveis 
 
➔ § 2º - Pune-se a conduta do funcionário que, após 
praticar a lª modalidade do delito de excesso de 
exação (exigir imposto, taxa ou emolumento que 
sabe indevido), em vez de recolher o tributo aos 
cofres públicos, o desvia em proveito próprio ou 
de outrem. 
 
CONDUTA 
➔ Pune se o funcionário que se exceder na 
cobrança de tributo ou contribuição social, tive 
por que cobra, o que não é devido, ou, mesmo 
que devido, utiliza se de meio vergonhoso ou que 
traz ao contribuinte maiores ônus. 
 
 
 
 
 
➔ Excesso no modo de exação: há uma exigência de 
tributo ou emolumento que não é devido, tendo o 
sujeito ativo consciência da ilegitimidade. 
 
➔ No primeiro parágrafo, o tributo, depois de 
exigido, é encaminhado aos cofres públicos. 
 
➔ O Estado, mesmo enriquecido com o crime, 
repudia com veemência, as arbitrariedades do seu 
servidor. 
 
 
SUJEITOS DO CRIME 
➔ Trata-se de crime próprio, que só pode ser 
cometido por funcionário público, 
 
➔ O sujeito passivo principal é o Estado, em 
segundo lugar, o particular que foi vítima da 
conduta (como também outro funcionário). 
 
➔ Admitindo-se, entretanto, a participação de 
particular. 
➔ Não é necessário que o autor do delito tenha a 
missão funcional de arrecadação de impostos, 
taxas e emolumentos. 
➔ Caso funcionário público ocupe cargo em 
comissão ou de função de direção ou 
assessoramento de órgão da admissão direta, 
sociedade de economia mista, empresa pública 
ou fundação instituída pelo poder público, apenas 
sofrerá aumento de 1/3. 
 
VOLUNTARIEDADE 
➔ É o dolo, que consiste na vontade livre e 
consciente de exigir tributo ou contribuição social 
que sabe (dolo direto) ou deveria saber (dolo 
eventual) indevido. 
➔ Considerável parcela da doutrina ensina que o 
delito, em sua primeira parte, pune também a 
modalidade culposa, conforme se extrai da 
expressão “deveria saber”. 
 
➔ Se há dúvida ou erro sobre a ilegitimidade, não há 
crime por ausência de tipicidade. Logo, o agente 
deverá ter ciência plena de que se trata de 
imposto, taxa ou emolumento não devido. 
 
 
CONSUMAÇÃO 
➔ Na primeira modalidade típica, o delito consuma-
se no momento em que a vítima toma 
conhecimento da exigência. 
 
➔ Na segunda, o crime atinge a consumação com o 
emprego do meio vexatório ou gravoso. 
 
➔ Independe, do efetivo recebimento de qualquer 
valor do tributo ou contribuição social. 
 
➔ A conduta consiste em exigir, sem dependência 
do recebimento. 
 
TENTATIVA 
➔ É admissível, como no crime de concussão, 
desde que a conduta seja plurissubsistente. 
 
 
AÇÃO PENAL 
A ação será pública incondicionada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, 
direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou 
antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem 
indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em 
conseqüência da vantagem ou promessa, o 
funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato 
de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. 
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou 
retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, 
cedendo a pedido ou influência de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
 
➔ A corrupção passiva pode ser considerada 
uma forma de “comércio” de atos de ofício 
que devem ser realizados pelo funcionário. 
 
 
CONDUTA 
➔ Condutas típicas: 
 
• Solicitar, explícita ou implicitamente, 
vontade indevida: O próprio funcionário 
público quem toma a iniciativa. 
 
• Receber referida vantagem: Supõem uma 
dação voluntária, a iniciativa é do corruptor, 
podendo este transferir a vantagem até de 
modo simbólico. 
 
• Aceitar promessa de tal vantagem, anuindo 
com futuro recebimento: A particular que faz 
a proposta e consequentemente tendo 
corrupção por parte do corruptor. 
 
 
 
 
 
 
 
➔ É indiferente que a oferta ou a promessa seja 
feita ao funcionário público diretamente pelo 
corruptor ou por interposta pessoa. 
 
➔ Nada impede que a aceitação também ocorra 
através de terceira pessoa, co-autor, que, em 
nome do funcionário, comunica ao extraneus a 
sua concordância com a vantagem prometida. 
 
➔ É indispensável para a caracterização do ilícito em 
estudo que a prática do ato tenha relação com a 
função do sujeito ativo (ratione oficiï). 
 
➔ Há crime, assim, se a vantagem solicitada é 
recebida, ou se a promessa é aceita para a prática 
de ato regular e legal, pois visa-se resguardar a 
probidade administrativa. 
 
➔ O objeto do ilícito é a vantagem indevida. Ocorre 
uma espécie de troca entre a vantagem indevida 
visada pelo agente e a ação ou omissão funcional 
que beneficiara o terceiro. 
 
➔ Se diferencia da chamada “carteirada”, que é 
uma espécie de abuso de autoridade tipificado no 
artigo 33 parágrafo único, da lei 13.869/19. 
 
➔ Existe corrupção ainda que a vantagem seja 
entregue ou prometida não diretamente ao 
funcionário, mas algum familiar seu. 
 
➔ Classifique-se como imprópria a corrupção que 
visa a prática de ato legítimo, e, como própria, a 
que tiver por finalidade a realização de ato injusto. 
 
➔ Se a vantagem ou recompensa é dada ou 
prometida em vista de uma ação, positiva 
negativa, futura, a corrupção denomina-se 
antecedente; se é dada ou prometida por uma 
ação, positiva ou negativa, já realizada, chama-se 
subsequente. 
 
SUJEITOS DO CRIME 
➔ Crime próprio, só pode ser cometido por 
funcionário público sem distinção, ainda que 
afastado de seu exercício, assim como, aquele 
que ainda não assumiu o seu posto. 
 
➔ O sujeito passivo é o Estado, titular do bem 
jurídico penalmente tutelado, bem como a pessoa 
constrangida, quando este não pratica o crime 
de corrupção ativa. 
 
➔ Admite-se, entretanto a participação do 
particular, mediante induzimento, instigação 
ou auxílio secundário. 
 
➔ Caso funcionário público ocupe cargo em 
comissão ou de função de direção ou 
assessoramento de órgão da admissão direta, 
sociedade de economia mista, empresa pública 
ou fundação instituída pelo poder público, apenas 
sofrerá aumento de 1/3. 
 
Obs: O fiscal que exige ou solicita vantagem para não 
cobrar imposto prática delito específico, previsto no 
art. 3, II, da Lei n. 8.137/90. cuja pena é mais alta (03 a 
08 anos de reclusão). 
 
VOLUNTARIEDADE 
➔ É o dolo, ou seja, a vontade de praticar uma das 
modalidades da conduta típica, tendo o 
agente consciência da sua ilicitude. 
 
➔ Há ainda o elemento subjetivo específico extraído 
da expressão ”para si ou para outrem”, que deve 
permeara conduta típica. 
 
➔ Não se exige que o sujeito ativo tenha 
a intenção de realizar ou deixar de realizar o ato 
de ofício que deu ensejo à corrupção. 
 
➔ Não se pune a forma culposa. 
 
 
Consumação 
➔ Crime formal, atinge a consumação no instante 
em que a solicitação chega ao conhecimento do 
terceiro, ou em que o funcionário recebe a 
vantagem ou aceita a promessa de sua entrega. 
 
➔ O delito independe de qualquer resultado ou 
conduta posterior. 
• Assim, se o funcionário corrompido 
promete, em face da vantagem recebida, a 
realização de um ato funcional, o delito está 
consumado com o recebimento, 
independentemente do cumprimento da 
promessa. Se, contudo, realiza o prometido, 
incide a causa de aumento de pena prevista 
no § 1° do art. 317, o que, em princípio seria 
mero exaurimento, funciona como aumento 
de pena por expressa previsão legal. Nas 
modalidades receber e aceitar, há a prática, 
por outra pessoa, do crime de corrupção 
ativa (CP, art. 333). 
 
 
TENTATIVA 
➔ Admitisse a tentativa apenas na modalidade 
solicitar, quando formulada por meio escrito. 
 
➔ Não há que se falar em corrupção passiva 
quando a solicitação feita pela gente mostra se 
impossível de ser atendida pelo constrangido 
(art.17, CP). 
 
 
 
Diferença entre concussão e corrupção passiva 
➔ Na concussão o funcionário público constrange, 
exige a vantagem indevida e a vítima, em razão 
de uma ameaça, temendo alguma represália, 
cede a exigência. 
 
➔ Na corrupção passiva, em sua primeira figura, há 
um mero pedido, uma mera solicitação e 
a vítima visa, na realidade, obter, benefícios em 
troca da vantagem prestada, por essa razão a 
pena da concussão é mais elevada. 
 
 
MAJORANTE 
➔ De acordo com o primeiro parágrafo, punisse 
mais severamente o corrupto que retarda ou 
deixa de praticar ato de ofício ou o pratica com 
infração do dever funcional. Aqui, o agente 
cumpre o prometido, realizando a pretensão do 
corruptor. 
 
➔ Se a violação praticada pelo agente público 
constitui um novo crime, haverá concurso formal 
ou material a depender do caso, entre a 
corrupção passiva e a infração dela resultante. 
 
 
FORMA PRIVILEGIADA 
➔ No segundo parágrafo, o agente, sem visar 
satisfazer interesse próprio, sede pedido, pressão 
a influência de outrem. 
 
➔ O crime, nesta figura, é material. 
 
 
Se não cede a pedido ou influência de terceiro, mas 
por mera indulgência: crime do art. 320 do CP. 
 
 
 
AÇÃO PENAL 
A ação será pública incondicionada. 
 
 
 
 
 
 
 
Outras classificações atribuídas pela doutrina 
ao crime de corrupção. 
 
1. Negra, cinza ou branca. 
 
➔ É negra quando tanto a elite quanto o restante da 
sociedade percebem o ato de corrupção como 
inadmissível 
 
➔ É cinza quando há discordância entre cada um 
dos lados 
 
➔ É branca quando nenhuma dos lados considera o 
ato reprovável. 
 
 
2. Grande ou pequena 
 
➔ É grande quanto envolve alto volume de 
recursos. 
 
➔ É pequena quando envolve valores de baixos, 
recebidos por funcionários em grau hierárquico 
inferior. 
 
 
3. Política ou administrativa 
 
➔ É política quando cometida por agentes políticos, 
dotados de maior Liberdade de atuação do que 
funcionários públicos comum, que podem 
cometer a corrupção administrativa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a 
prática de contrabando ou descaminho (art. 334): 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. 
 
 
CONCEITO 
 
➔ Contrabando 
É o fato de importar ou exportar mercadorias que são 
totais ou parcialmente proibidas de entrar ou sair de 
nosso país. 
 
➔ Descaminho 
A importação e a exportação da mercadoria são 
permitidas, consistindo o delito na fraude tendente a 
evitar o pagamento do tributo devido. 
 
 
CONDUTA 
Comete o crime o funcionário que, no exercício 
funcional, facilita a prática do contrabando ou 
descaminho. Tanto aquele que indica ao autor do 
contrabando ou descaminho as vias mais seguras 
para a entrada ou saída da mercadoria, como 
quem, propositadamente, não efetua regularmente as 
diligências de fiscalização junto à aduana. 
 
 
SUJEITOS DO CRIME 
➔ É o funcionário público com dever funcional de 
repressão ao contrabando ou descaminho. 
 
➔ O sujeito passivo será o Estado, titular da 
regularidade da administração no que se refere à 
importação e exportação e aos tributos devidos 
nessas atividades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
➔ Se o funcionário público, sem infringir dever 
funcional, concorre para o contrabando, 
responde, como partícipe, pelo delito do art. 334 
do CP. 
 
➔ Caso funcionário público ocupe cargo em 
comissão ou de função de direção ou 
assessoramento de órgão da admissão direta, 
sociedade de economia mista, empresa pública 
ou fundação instituída pelo poder público, apenas 
sofrerá aumento de 1/3. 
 
➔ Pode ocorrer, porém, que o funcionário, sem 
violação do dever funcional inerente ao 
contrabando ou descaminho, venha a concorrer 
na facilitação realizada pelo funcionário público 
violador de seus deveres junto à atividade 
aduaneira. Neste caso, será partícipe da presente 
figura do art. 318. 
 
 
VOLUNTARIEDADE 
➔ É o dolo, que consiste na vontade de facilitar o 
contrabando ou descaminho, e a consciência de 
estar violando o dever funcional. 
 
➔ Se inexiste a consciência de o funcionário estar 
infringindo um dever funcional específico, não há 
que se falar no crime do art. 318, passando a 
responder como partícipe de contrabando 
ou descaminho (arts. 334 e 334-A). 
 
 
CONSUMAÇÃO 
➔ Ocorre com a realização da conduta, comissiva 
ou omissiva, de facilitação. 
 
➔ Crime formal independe a consumação da prática 
de efetiva de contrabando ou descaminho. 
 
TENTATIVA 
➔ É admissível quando a facilitação é realizada 
mediante conduta comissiva; tratando-se, 
entretanto, de facilitação mediante omissão, a 
tentativa é inadmissível. 
 
 
MAJORANTE 
Se o sujeito ativo exerce cargo em comissão ou 
função de direção ou assessoramento em 
determinadas entidades ligadas à atividade 
alfandegária do Estado, aplica-se a causa de 
aumento de pena prevista no art. 327, § 2°. do CP. 
 
 
COMPETÊNCIA 
É da Justiça Federal, ainda que o funcionário seja 
estadual, conforme entendimento jurisprudencial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, 
indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra 
disposição expressa de lei, para satisfazer interesse 
ou sentimento pessoal: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou 
agente público, de cumprir seu dever de vedar ao 
preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou 
similar, que permita a comunicação com outros 
presos ou com o ambiente externo 
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. 
 
 
CONCEITO 
Consiste na infidelidade ao dever de ofício, em que o 
agente não cumpre as obrigações inerentes à sua 
função, ou a prática contra disposição legal, 
para satisfazer a interesse ou sentimento pessoal. 
 
 
CONDUTA 
➔ São três as condutas: 
1. Retardar: é atrasar, delongar, adiar, 
indevidamente ato de ofício 
 
2. Deixar de praticar: constitui-se na omissão 
do agente, que não tem intenção de praticar 
o ato devido. 
 
3. Praticar: é a conduta comissiva em que o 
agente executa o ato de forma ilegal. 
 
➔ Prevê a lei expressamente, nas duas primeiras 
hipóteses, que a omissão seja indevida (ilegal, 
injusta ou injustificada), inscrevendo, assim, no 
tipo, um elemento normativo, concernente à 
antijuricidade. 
 
 
 
 
 
 
➔ Tratando-se de conduta comissiva,exige-se que 
seja esta ilegal, contra disposição expressa de lei 
(trata-se de uma norma penal em branco). 
 
➔ Não pode haver prevaricação se o ato praticado, 
omitido ou retardado, refoge ao âmbito da 
competência funcional do servidor, já que o delito 
se caracteriza pela infidelidade do dever funcional 
e pela parcialidade no seu desempenho. 
 
SUJEITOS DO CRIME 
➔ Crime próprio, só pode ser cometido por 
funcionário público (ex.: jurado). 
 
➔ Não se exclui, porém, a participação de terceiro 
não qualificado. 
 
➔ Sujeito Passivo é o Estado, eventualmente, pode 
também ser o sujeito passivo o particular que 
vem a sofrer dano ou perigo de dano em face da 
realização, omissão ou retardamento da prática 
do ato de ofício. 
 
 
VOLUNTARIEDADE 
➔ É o dolo, vontade de retardar, omitir ou praticar 
ilegalmente o ato de ofício. 
 
➔ Exige-se, porém, o elemento subjetivo do tipo que 
é o intuito de satisfazer interesse ou 
sentimento pessoal indispensável à 
caracterização do ilícito. 
 
• O interesse pode ser patrimonial (desde que 
não haja recebimento de vantagem indevida, 
pois seria corrupção passiva) ou moral. 
 
• Se houver interesse material, seria o crime de 
corrupção passiva. 
 
➔ O erro de interpretação exclui o crime, quando a 
lei não é clara. 
 
➔ A negligência, preguiça ou desleixo excluem o 
dolo. No entanto, se fica caracterizado que o 
agente, por preguiça, regularmente não praticava 
ato de ofício, há crime. 
 
 
CONSUMAÇÃO 
➔ Consuma-se o crime com o retardamento, 
omissão ou prática do ato, independentemente 
de estar sujeito a confirmação ou recurso. 
 
TENTATIVA 
➔ Tratando-se das formas passivas, não há que se 
falar em tentativa; ou existiu o retardamento ou 
omissão e o crime está consumado, ou o agente 
pratica o ato na ocasião devida, inexistindo 
conduta executiva. 
 
➔ Na forma, comissiva, porém é possível o início da 
execução, obstada a consumação por 
circunstâncias alheias à vontade do agente. 
 
 
Distinção entre o delito de prevaricação e 
corrupção passiva 
 
➔ Na corrupção passiva, o funcionário público 
negocia seus atos, visando a uma vantagem 
indevida. 
 
➔ Na prevaricação isso não ocorre. Aqui, o 
funcionário público viola sua função para atender 
a objetivos pessoais. 
 
 
AÇÃO PENAL 
A ação será publica incondicionada 
 
 
 
Distinção entre o delito de prevaricação e 
corrupção passiva privilegiada 
➔ Na corrupção passiva privilegiada, o agente 
atende a pedido ou influência de outrem. 
 
➔ Na prevaricação não há este pedido ou influência. 
O agente visa a satisfazer interesse ou 
sentimento pessoal. 
 
 
 
CAUSA DE AUMENTO 
➔ Está no art. 337, § 2°. 
§ 2 o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou 
aplicar somente a de multa se o agente for primário e 
de bons antecedentes, desde que: 
I - (VETADO) 
II - o valor das contribuições devidas, inclusive 
acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido 
pela previdência social, administrativamente, como 
sendo o mínimo para o ajuizamento de suas 
execuções fiscais. 
 
 
PREVARICAÇÃO IMPROPRIA 
➔ Prevista no artigo 319-A. 
 
CONSIDERAÇÕES 
Protege-se a administração pública contra 
comportamentos de funcionários que, ignorando o 
seu dever funcional, colocam em risco a segurança 
interna e externa dos presídios, não vedando o acesso 
dos presos a aparelhos de comunicação. 
➔ Chama a atenção a pequeneza, a brandura da 
pena, desproporcional considerando a gravidade 
da conduta. 
 
SUJEITOS DO CRIME 
➔ O seu jeito ativo não poderá ser qualquer 
funcionário público, somente aquele que, no 
exercício das suas funções, tem o dever de evitar 
o acesso do preso aos aparelhos de comunicação 
proibidos. 
 
➔ Sujeito passivo será o Estado e a sociedade 
 
 
➔ O preso que for surpreendido com o aparelho, em 
princípio, prática falta grave, sujeito a sanção 
disciplinar. 
 
CONDUTA 
➔ Consiste em deixar o agente de cumprir seu dever 
funcional de vedar ao preso o acesso a aparelho 
que possibilite a comunicação com outros presos 
ou com o ambiente externo. 
 
➔ Qualquer outra pessoa, sem o dever funcional, 
que ingressar, promover, auxiliar ou facilitar a 
entrada de aparelho telefônico de comunicação 
móvel, de rádio similar, sem autorização legal, em 
estabelecimento prisional, cometerá o crime do 
artigo 349-A. 
Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar 
ou facilitar a entrada de aparelho telefônico de 
comunicação móvel, de rádio ou similar, sem 
autorização legal, em estabelecimento prisional. 
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. 
 
VOLUNTARIEDADE 
É o dolo, consistente na vontade de não ver dar, 
quanto obrigado, o acesso do preço ao aparelho de 
comunicação. 
 
➔ Não se pune a forma culposa. 
 
CONSUMAÇÃO 
➔ Consuma-se o crime com a omissão do dever, 
sendo dispensável o efetivo acesso do preso ao 
aparelho de comunicação. 
 
TENTATIVA 
➔ Tratando-se de crime omissivo puro, a tentativa 
não é admitida . 
 
AÇÃO PENAL 
A ação será pública incondicionada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de 
responsabilizar subordinado que cometeu infração no 
exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, 
não levar o fato ao conhecimento da autoridade 
competente: 
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. 
 
SUJEITO DO CRIME 
➔ O sujeito ativo do delito é o funcionário público 
hierarquicamente superior ao servidor infrator. 
 
➔ Sujeito passivo é o Estado, mais especificamente 
a administração pública, afetada com a conduta 
imoral do seu funcionário. 
 
 
➔ Caso funcionário público ocupe cargo em 
comissão ou de função de direção ou 
assessoramento de órgão da admissão direta, 
sociedade de economia mista, empresa pública 
ou fundação instituída pelo poder público, apenas 
sofrerá aumento de 1/3. 
 
CONDUTA 
➔ Pune-se o fato de tolerar o funcionário público a 
prática, por parte de seu subordinado, de 
infração administrativa ou penal, no exercício do 
cargo, deixando de responsabilizá-lo ou, fazendo 
lhe tal atribuição, não comunicando a violação da 
autoridade competente para aplicar a sanção. 
 
➔ As irregularidades praticadas pelo subordinado 
extra officio (fora do cargo) e toleradas pelo seu 
superior hierárquico, não configura o crime em 
estudo. 
 
 
 
 
➔ Se o superior hierárquico se omite por sentimento 
outro que não indulgência, espíritos tolerância ou 
concordância, o crime poderá ser outro, como 
exemplo, prevaricação ou corrupção passiva. 
 
VOLUNTARIEDADE 
➔ É o dolo, entendido como a vontade consciente 
do superior de não responsabilizar o seu 
funcionário subordinado, movido pelo sentimento 
de indulgência. 
 
➔ Exige-se que o agente tenha conhecimento não 
apenas da inflação ocorrida, mas também da sua 
autoria. 
 
CONSUMAÇÃO 
➔ Se consuma o crime com qualquer uma das 
omissões criminosas, ou seja, quando o 
funcionário superior, depois de tomar 
conhecimento da infração, suplanta prazo 
legalmente previsto para a tomada de 
providências contra o subordinado infrator. 
 
TENTATIVA 
➔ Impossível a tentativa, por se tratar de crime 
omissivo próprio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse 
privado perante a administração pública, valendo-se 
da qualidade de funcionário: 
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. 
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da 
multa. 
 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
➔ É crime formal. 
 
➔ Consiste em patrocinar no sentido de pleitear. 
 
➔ A ratio da lei, o que a lei queria evitar é que haja o 
corporativismo entre os funcionários públicos. 
• Exemplo: MP vai a um determinadojuiz 
pedindo para julgar mais rápido o processo 
de uma prima. 
• Para efeito de confronto, há previsão legal no 
art. 3o, II da lei 8137 e no art. 91 da lei 
8666/93. 
 
➔ A lei qualifica a conduta se o interesse é ilegítimo. 
 
 
 
SUJEITOS DO CRIME 
➔ O sujeito ativo do delito é o funcionário público. 
 
➔ O sujeito passivo do crime é a administração 
pública, diretamente interessada em coibir o 
patrocínio de interesses privados junto aos seus 
órgãos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
➔ Possível se mostra a participação do particular, 
desde que conhecedor das qualidades do autor 
assessorado (art.30, CP). 
 
➔ Tratando-se de crime contra a ordem tributária, 
aplica se o artigo 3°, III, da Lei 8.137/90, que pune 
aquele que “patrocinar, direta ou indiretamente, 
interesse privado perante a administração 
Fazendária, valendo-se da qualidade de 
funcionário público”. 
 
➔ Caso funcionário público ocupe cargo em 
comissão ou de função de direção ou 
assessoramento de órgão da admissão direta, 
sociedade de economia mista, empresa pública 
ou fundação instituída pelo poder público, apenas 
sofrerá aumento de 1/3. 
 
 
CONDUTA 
➔ Consiste em patrocinar o agente, direta ou 
indiretamente, ainda que não no exercício do 
cargo, mas valendo-se da sua qualidade de 
funcionário, interesse privado perante a 
administração pública. 
 
➔ Patrocinar, é defender, pleitear junto à 
companheiros ou superiores hierárquicos ou 
interesse particular. 
• É necessário e indispensável que pratique a 
ação aproveitando-se das facilidades que a 
sua qualidade de funcionário lhe proporciona. 
 
➔ A expressão patrocínio, buscou o legislador limitar 
a incriminação às hipóteses em que o agente 
defende interesse alheio, não existindo a inflação 
quando o funcionário pleiteia interesse próprio. 
 
 
➔ Se o interesse visado for ilegítimo, incidirá 
agravante do parágrafo único. 
 
 
VOLUNTARIEDADE 
➔ A conduta é punida a título de dolo, caracterizado 
pela vontade consciente do funcionário em 
patrocinar interesse privado alheio perante a 
administração pública. 
 
➔ Não se pune a modalidade culposa 
 
 
CONSUMAÇÃO 
➔ Consuma-se o crime com a prática de ato 
revelador do patrocínio, independentemente da 
obtenção de qualquer vantagem. 
 
 
TENTATIVA 
➔ A maioria da doutrina entende ser possível a 
tentativa, assim como no caso da carta 
interceptada antes de chegar ao seu destino. 
 
 
AÇÃO PENAL 
A ação será pública incondicionada. 
.

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