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Crimes contra a saúde publica Crimes contra a saúde publica Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos: Pena - reclusão, de dez a quinze anos. § 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro. § 2º - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois anos, ou, se resulta morte, de dois a quatro anos. • Ação penal pública incondicionada • Diz respeito à saúde das pessoas, exposta aos efeitos devastadores da conduta criminosa. Sujeitos do crime Qualquer pessoa pode praticar o delito. O sujeito passivo será a coletividade, assim como aqueles que forem prejudicados pela disseminação. Conduta Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogénicos. Epidemia é o surto de uma doença transitória que ataca simultaneamente um número indeterminado de pessoas em certa localidade. Não podemos confundir a epidemia com a endemia, que é a moléstia infectuosas que ocorre habitualmente e com incidência significativa em determinadas populações, e com pandemia, que é a enfermidade amplamente disseminada, que atinge diversos países. Germes patogénicos são todos os elementos capazes de produzir moléstia infecciosa, pouco importando que já estejam biologicamente identificados. • Quanto a contaminação de germes pode ocorrer de diversas formas, como através de reservatórios de águas, locais de armazenamento de alimentos... • Somente a contaminação de humanos que configura o crime Voluntariedade É o dolo, no qual a gente está ciente de que pode causar uma epidemia. Consumação Por se tratar de crime de perigo comum, se consuma, com a ocorrência da epidemia, sendo assim com a contaminação de várias pessoas. Majorante de pena A pena será aumentada em dobro, se o agente com dolo, pratica o crime e resulta em morte culposa (epidemia com resultado de morte culposa). • Somente será crime hediondo, quando houver resultado morte. Tentativa É admitida, mas de difícil comprovação. Epidemia Art. 268 - Infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa: Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa. Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se o agente é funcionário da saúde pública ou exerce a profissão de médico, farmacêutico, dentista ou enfermeiro. • Ação penal pública incondicionada. Sujeitos do crime Qualquer pessoa pode praticar o delito O sujeito passivo será a coletividade e os possíveis lesados pela conduta. Conduta Infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa, o que pode se dar de maneira comissiva ou omissiva. Percebe-se que não configura o crime, a violação de qualquer dispositivo de regulamentação sanitária, mais único e tão somente aquele voltado ao impedimento de introdução ou propagação de doença contagiosa. Voluntariedade É o dolo, que consiste na vontade do agente de praticar o delito. Em relação à saúde pública, já se teve decisão de que, a carne obtida através do abate clandestino destinado ao consumo particular, de familiares em churrascos caseiros, não configura o crime do artigo 268 do código penal por ausência de dolo. Consumação Se dá com a violação da determinação, visto se tratar de um crime de perigo abstrato. Tentativa Por ter possibilidade de fracionamento do delito, é possível a tentativa. Majorante de pena Caso o agente seja funcionário da saúde pública ou exercer a profissão de médico, farmacêutico, dentista ou enfermeiro, terá sua pena aumentada de 1/3 segundo parágrafo único. O art. 268 é uma norma penal em Branco: Isso porque o dispositivo traz um, que é a parte que fala da determinação do Poder público. É necessário saber que determinação é essa, que visa impedir a propagação de doença contagiosa. A norma Penal em Branco pode ser homogênea ou Heterogênea. É homogênea quando o seu complemento vem de uma norma da mesma hierarquia. Será heterogênea se o complemento for feito por norma de patamar hierárquico diferente, que não passou pelo mesmo processo legislativo e mesma forma de elaboração. Infração de medida sanitária preventiva Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. • Ação penal pública incondicionada • Falta de notícia da doença órgão competente geram danos à incolumidade pública, pois não evita a sua propagação a população. • Crime omissivo próprio: feito por omissão do médico, diante a doença. • Não admite tentativa, pois se trata de crime omissivo próprio. Sujeitos do crime Visto ser um crime próprio, poderá ser somente praticado por médico. O Sujeito passivo será a coletividade. A portaria 204/16, editada pelo Ministério da saúde, dispõem que a notificação compulsória de doenças é obrigatória para médicos e outros profissionais de saúde ou responsáveis por serviços públicos e privados de saúde, mas o tipo penal é mais restrito no que diz respeito a isso. Conduta É quando o médico deixa de denunciar à autoridade pública, doença cuja notificação é compulsória, competente as autoridades sanitárias, através de norma administrativa complementar, elaborarem o rol dessas Moléstias. É obrigatório, também, a notificação das doenças profissionais e das produzidas por condições especiais de trabalho, comprovada ou suspeitas, disposto no artigo 169 da CLT. Não se exige que o médico tenha contato direto com o doente, bastando que tenha conhecimento da existência da doença. Voluntariedade É dolo, visto o agente ter consciência de que estar a praticar um delito. Consumação Se dá no momento em que o agente, ciente da existência da doença de notificação obrigatória, deixa de comunicá-la à autoridade sanitária. A portaria 204/ 16 estabelece os prazos de 24 horas e semanal, conforme a natureza da doença é o jeito da necessidade de adoção de medidas para conter a doença. OBSERVAÇÃO: O art. 269 é também uma norma penal em branco, pois ele fala “doença cuja notificação é compulsória”. É necessário saber quais as doenças de notificação são compulsórias. Omissão de notificação de doença Art. 270 - Envenenar água potável, de uso comum ou particular, ou substância alimentícia ou medicinal destinada a consumo: Pena - reclusão, de dez a quinze anos. § 1º - Está sujeito à mesma pena quem entrega a consumo ou tem em depósito, para o fim de ser distribuída, a água ou a substância envenenada. § 2º - Se o crime é culposo: • Ação penal pública incondicionada Não há incompatibilidade entre os artigos 270 e artigo 54 da lei número 9.605 de 1998, pois o primeiro pune a conduta de envenenar água potável já o segundo pune a poluição de qualquer natureza. Sendo assim o artigo 270 é uma norma especial que pune a conspurcação da água potável. Sujeitos do crime Qualquer pessoa pode praticar o delito, inclusive o proprietário da substância alimentícia ou medicinal. O sujeito passivo será a coletividade e aqueles que forem atingidos pelo eventual delito. Conduta Envenenar água potável, de uso comum ou particular, ou substância alimentícia ou medicinal destinada a consumo. • o crime pode ser praticado tanto por ação quanto por omissão. • indispensável que a substância envenenada seja acessível há um número indeterminado de pessoas. Voluntariedade É o dolo, em que o agente possui a consciência de que estar a praticar um crime. Consumação É feita no momento em que se verifica o envenenamento, presumindo-seassim o perigo. Tentativa É admissível Forma culposa Quando o agente por imprudência, negligência ou imperícia, permite que a substância destinada ao consumo seja contaminada. Envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal Art. 272 - Corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância ou produto alimentício destinado a consumo, tornando-o nociva à saúde ou reduzindo- lhe o valor nutritivo Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. § 1º-A - Incorre nas penas deste artigo quem fabrica, vende, expõe à venda, importa, tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo a substância alimentícia ou o produto falsificado, corrompido ou adulterado. § 1º - Está sujeito às mesmas penas quem pratica as ações previstas neste artigo em relação a bebidas, com ou sem teor alcoólico. § 2º - Se o crime é culposo • Ação penal pública incondicionada Sujeitos do crime Qualquer pessoa pode praticar o crime, e não necessariamente quem tem qualidade de fabricante comerciante do produto. O sujeito passivo será a coletividade e os possíveis atingidos pela conduta. Conduta Corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância ou produto alimentício destinado ao consumo. • Não se pune somente a conduta de quem torna a substância ou produto alimentício no nocivo à saúde, mas também daquele que diminuiu seu valor nutritivo. • O delito pode ser também feito pela forma omissiva, no qual a gente não se atenta as cautelas necessárias para impedir que o produto seja corrompido. • É indispensável que a substância seja destinada ao consumo e que não vise uma pessoa determinada. Voluntariedade É o dolo, em que o agente está ciente que irá cometer um crime. Consumação Ocorre com a prática de uma das condutas descritas acima, prescindido se dá efetiva colocação do produto à disposição coletiva. Tentativa É admissível Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de substância ou produtos alimentícios Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais § 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, expõe à venda, tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado. § 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere este artigo os medicamentos, as matérias-primas, os insumos farmacêuticos, os cosméticos, os saneantes e os de uso em diagnóstico. § 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previstas no § 1º em relação a produtos em qualquer das seguintes condições: I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária competente; II - em desacordo com a fórmula constante do registro previsto no inciso anterior III - sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua comercialização; IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade; V - de procedência ignorada; VI - adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária competente. • Ação penal pública incondicionada. Sujeitos do crime Qualquer pessoa pode praticar o crime, não sendo necessariamente o produtor ou comerciante do produto. O sujeito passivo será a coletividade e os atingidos pela conduta do agente. Conduta Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais, sendo assim, destinados ao tratamento ou a cura de doentes. Pratica o crime quem, modifica ou altera o produto que fabrica, empregados substâncias inadequadas ou que reduza o seu valor terapêutico. Inclui entre os produtos: Medicamentos, matéria prima, insumos farmacêuticos, Cosméticos, saneantes e os de uso em diagnóstico. Certa parte da doutrina crítica que alteração de um produto cosmético, destinada exclusivamente a embelezamento, possui caráter meramente purificador ou desinfetante, não podendo ser considerado tão grave a ponto de ser submetida há um instituto reservado a fatos envolvidos em especial seriedade. Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais Voluntariedade É o dolo, em que o agente tem ciência de que estar a cometer um crime. Consumação Se dá com a prática de qualquer das ações acima, independentemente de eventual disposição ao consumo, visto se tratar de um perigo abstrato. Tentativa É aceita, devido se tratar de um crime plurissubsistente. Forma equiparada O primeiro parágrafo, pune do mesmo modo que o Caput o agente que, importar, vender, expor a venda, ou possuir depósito para vender ou, de qualquer forma, distribuir ou entregar a consumo o produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado. Forma culposa A divergência na doutrina, sobre a questão de o comportamento de falsificar poder ou não ser praticado mediante imprudência, negligência ou imperícia. Princípio da insignificância Trata-se, na espécie, de crime em que o bem jurídico tutelado é a saúde pública. Irrelevante considerar o valor da venda do medicamento para desqualificar a conduta (STJ, RHC 17.942/SP). Princípio da proporcionalidade Quem introduz clandestinamente em solo nacional produto de origem estrangeira destinado a fins terapêuticos ou medicinais, sem registro, de procedência ignorada e adquirido de estabelecimento sem licença do órgão de vigilância sanitária competente, pratica o delito capitulado no art. 273, § 1º-B, incisos I, V e VI, do CP. Nos casos de fatos que, embora censuráveis, não assumam tamanha gravidade, deve-se recorrer, tanto quanto possível, ao emprego da analogia em favor do réu, recolhendo-se, no corpo do ordenamento jurídico, parâmetros razoáveis que autorizem a aplicação de uma pena justa, sob pena de ofensa ao princípio da proporcionalidade. Art. 274 - Empregar, no fabrico de produto destinado a consumo, revestimento, gaseificação artificial, matéria corante, substância aromática, anti-séptica, conservadora ou qualquer outra não expressamente permitida pela legislação sanitária: Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa • Ação penal pública incondicionada Sujeitos do crime Pode ser praticado por qualquer pessoa, embora o mais comum seja que seja efetuado pelo fabricante ou comerciante. O sujeito passivo será a coletividade e os possíveis prejudicados pela ação. Conduta Quem sem permissão expressa da legislação sanitária, emprega, na fabricação de produtos destinados ao consumo: • Revestimento: Processo destinado a encobrir o produto fabricado. • Gasificação artificial: Utilizada em substâncias de gênero alimentício medicinal, que visa dissolver gás necessário à fabricação do produto, como exemplo, o refrigerante. • Matéria corante: Utilizado para dar cor. • Substância aromática: Utilizada para melhorar o paladar ou dar aroma ao produto. • Substância antisséptica: Destinada a impedir a proliferação de matéria orgânica. • Conservadora: Feita para impedir a proliferação de germes. • Ou qualquer outro meio ➔ Trata-se de lei penal em branco, cujo conteúdo criminoso deve ser complementado pela legislação sanitária específica. Voluntariedade É o dolo, já que os gente possui a consciência de que está cometendo um delito. Consumação No momento em que o agente emprega a substância, independentemente da ocorrência de disposições do produto fabricado irregularmente, pois setrata de crime de perigo abstrato. Tentativa É possível, visto que o agente pode ser impedido de praticar a ação por terceiros. Emprego de processo proibido ou de substância não permitida Art. 275 - Inculcar, em invólucro ou recipiente de produtos alimentícios, terapêuticos ou medicinais, a existência de substância que não se encontra em seu conteúdo ou que nele existe em quantidade menor que a mencionada: Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa • Ação penal pública incondicionada sujeitos do crime Qualquer pessoa pode cometer o crime, entretanto, é mais comum que seja praticado pelos fabricantes ou comerciantes do produto. Conduta Quem gravar, em invólucro ou recipiente de produtos alimentícios, terapêuticos ou medicinais, a existência de substâncias irreal em seu conteúdo ou que nele existe em quantidade menor que a indicada. Invólucro: rótulos, bulas, pacotes... Recipiente: frascos, vidros, latas, potes,,, Voluntariedade É o dolo, em que o agente tenha consciência de que está a praticar um crime, não se exigindo dele, uma finalidade especial. Consumação Se consuma com a falsa indicação, sendo indispensável que o produto esteja à disposição do consumidor. Tentativa Por se tratar de um crime plurissubsistente, a tentativa é admitida. Invólucro ou recipiente com falsa indicação Art. 276 - Vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer forma, entregar a consumo produto nas condições dos arts. 274 e 275. Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa • Ação penal pública incondicionada. Sujeitos do crime Pode ser praticado por qualquer pessoa e não necessariamente só o comerciante. O sujeito passivo, será a coletividade. Conduta Vender, expor a venda, ter em deposito para vender ou, de qualquer forma, para consumo. • Produto fabricado com alguma substância não autorizada por lei (art.274). • Produto que contenha em invólucro ou recipiente, informações falsas acerca da substância em que a composto. Voluntariedade É o dolo, em que o agente tem consciência de que está a praticar um crime. A finalidade de agir só é exigida na hipótese de terem depósito, destinando-se o produto à venda. Não havendo perigo à saúde pública, o crime será o do artigo 2, inciso 3, da lei 1.521/51 (crimes contra a economia popular). Consumação Se consuma, no momento da prática de uma das condutas típicas do crime, sendo as 2 últimas modalidades, a configuração de um delito permanente. Tentativa Embora possível, é difícil a sua ocorrência, já que a mera posse do produto para vendê-lo, já se caracteriza o crime. Produto ou substância nas condições dos 2 antigos anteriores Art. 277 - Vender, expor à venda, ter em depósito ou ceder substância destinada à falsificação de produtos alimentícios, terapêuticos ou medicinais • Ação penal pública incondicionada Sujeitos do crime Qualquer pessoa pode praticar o delito, e não necessariamente só o comerciante e os produtores. O sujeito passivo será coletividade Conduta Vender, expor a venda, mantiver em depósito ou substância destinada a falsificação de produtos alimentícios, terapêuticos o medicinais. É punido somente a conduta em relação à substância, excluindo-se assim, quem possui maquinário ou outros aparatos para a realização da falsificação. Voluntariedade É o dolo, devido a consciência do agente de que está a praticar o crime. Consumação É consumado com a prática de uma das condutas típicas do delito. É dispensável a ocorrência de dano, entretanto, é necessário efetuar uma perícia. Tentativa Embora seja possível, é de difícil configuração, visto que o mero depósito já configura se o delito. Observações: Caso o consumidor sofra algum gravame em sua vida ou integridade física em razão da utilização do produto falsificado colocado no mercado, estar-se-á diante de uma das causas de aumento de pena previstas no art. 258 do CP. Em virtude da pena mínima cominada, será possível a suspensão condicional do processo, conforme art. 89 da lei 9.099/95. Substância destinada a falsificação Art. 278 - Fabricar, vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer forma, entregar a consumo coisa ou substância nociva à saúde, ainda que não destinada à alimentação ou a fim medicinal • Ação penal pública incondicionada Sujeitos do crime O crime pode ser praticado por qualquer pessoa. O sujeito passivo será a coletividade, e quem foi submetido ao risco do delito. Conduta Fabricar, vender, expor a venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer forma, entregar a consumo coisa ou substância nociva à saúde, ainda que não possua o fim alimentício ou medicinal. Substância nociva: Causa danos à saúde de quem a consome (diferentemente de impróprio para consumo). • Deve ser destinada ao consumo de um número indeterminado de pessoas. Voluntariedade É o dolo, em que o agente está ciente de que irá praticar um crime. Consumação É no momento em que o agente pratica qualquer das condutas típicas do delito, independentemente se ocorreu efetivo dano. Tentativa Embora seja possível, é de difícil configuração, já que a simples manutenção do depósito já configuraria o crime. Exemplo: Canetas que possuem produto tóxico ao organismo, não se enquadrariam nesse artigo, visto ela não possuir destinação própria para o consumo, ou medicinal... Parágrafo único Traz a prática criminosa intentada por imprudência, negligência ou imperícia, em que o agente não sabe da possibilidade da coisa ou da substância. Princípio da especialidade Estatuto da criança e do adolescente X Código penal O artigo 243 do ECA, pune quem vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, a criança ou adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujo componentes possam causar dependência física ou psíquica. Outras substâncias nocivas à saúde pública Art. 280 - Fornecer substância medicinal em desacordo com receita médica • Ação penal pública incondicionada Sujeitos do crime Qualquer pessoa pode praticar o crime, não sendo necessário, ser somente os farmacêuticos, mas todos aqueles que possam fornecer medicamentos em desacordo com a receita médica. O sujeito passivo será a coletividade e a pessoa que adquirir ou consumir o medicamento. Conduta Fornece substância medicinal, destinado ao tratamento a cura de pacientes, em desacordo com a receita prescrita pelo médico. Somente a receita médica vincula o fornecedor do medicamento, não constituindo crime, por exemplo, a receita fornecida por um dentista. • Não comete o crime o farmacêutico que substitui o medicamento receitado por substância idêntica, vendida como genérica, devido possuir as mesmas substâncias, afastando assim, a possibilidade de dano. • Em casos em que o médico faça uma receita errada, e acaba prescrevendo uma dose exagerada do medicamento, o farmacêutico ao contestar o erro, poderá corrigir a receita e entregar o paciente a dose adequada (somente em estado de urgência para o medicamento), ou, irá contatar o médico para alertar o equívoco, fazendo com que o paciente tenha uma nova receita com a dosagem certa. Voluntariedade É o dolo, em que o agente está conscientede que irá praticar um crime. • Quando o médico, culposamente prescreve em doses excessivas substância conceituada como droga, será ele punido, na forma do artigo 38 da lei n° 11.343/06. Consumação É realizada, com a entrega do medicamento, independentemente do uso pelo adquirente. Tentativa É possível. Medicamento em desacordo com a receita médica Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafo único - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa • Ação penal pública incondicionada. • Crime de perigo abstrato Sujeitos do crime Em relação ao exercício sem autorização legal. qualquer pessoa pode praticar delito como sujeito ativo, já na hipótese de exceder os limites da autorização legal da profissão, somente o médico, dentista ou farmacêutico podem praticar o crime. O sujeito passivo será a coletividade e eventuais de pessoas atendidas pelo agente. Conduta Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista o farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites. O STJ decidiu, que o exercício da acupuntura não caracteriza o crime do artigo 282, pois não há menção a esta atividade nas leis que complementam o artigo. Voluntariedade É o dolo, em que o agente está ciente de que irá praticar um crime. O clínico que realizar partos, pratica o crime? Somente se ele, se identificar como obstetra, mesmo sendo somente clínico, pois assim ele está omitindo a sua real especialização, por mais que ele seja capacitado de fazer um parto. Caso o médico, não omita a sua real especialização e a gestante, e mesmo assim ela aceita que ele realize o seu parto, ele não praticará o crime. Consumação É consumado, com a prática reiterada de atos inerentes à profissão sem que haja autorização legal ou mediante excesso. Tentativa É inadmissível, pois se trata de um crime habitual, em que o agente comete reiteradas vezes a ação típica, consumando-se assim o delito. Majorante de pena • Caso a conduta resulte em lucro, segundo parágrafo único, será aplicado uma pena de multa. • Em resultado do exercício legal, ocorrer em lesão corporal ou morte de alguém. Observações: Se alguém, em localidades isoladas onde não existem funcionários da saúde, mas que possui conhecimentos básicos das profissões, com a finalidade de auxiliar aquela comunidade, vier a exercê-las com regularidade, não se poderá imputar- lhe o delito, tendo em vista tratar-se de uma situação pertinente ao raciocínio do estado de necessidade. Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica Art. 283 - Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. • Tutela-se a incolumidade pública e a boa-fé daqueles que se submeterem algum tipo de tratamento. • Ação penal pública incondicionada. • O charlatanismo não se confunde com o exercício ilegal da medicina. • Estelionatário da medicina. Sujeitos do crime Qualquer pessoa pode praticar o delito, incluindo o médico que anuncia a cura por meio secreto ou infalível. O sujeito passivo será a coletividade, assim como os possíveis lesados pela conduta do agente. Conduta Quando o agente aproveita, a necessidade da vítima, para influenciar ou divulgar, cura por meio secreto ou infalível. • O anúncio pode ser feito de diversas formas. • A cura a que se refere a lei penal diz respeito a determinadas doenças para as quais não exista tratamento próprio. voluntariedade É o dolo, em que o agente sabe que a sua conduta caracterizará um crime. O sujeito ativo deve estar ciente de que o meio divulgado por ele é ineficaz, sendo assim, agirá conscientemente de má-fé, ao realizar a conduta. Consumação É realizada, quando o agente influencia ou divulga, cura por meio secreto ou infalível. • Não exigisse a habitualidade Majorante de pena Se a conduta, resultar em lesão corporal ou morte de alguém. Charlatanismo Art. 284 - Exercer o curandeirismo: I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância; II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio; III - fazendo diagnósticos: Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante remuneração, o agente fica também sujeito à multa. • Tutela-se a saúde coletiva. • Ação penal publica incondicionada. • Curandeiro acredita que, com suas fórmulas sobrenaturais, mágicas, conseguirá a cura daquele que foi à sua procura Sujeitos do crime Qualquer pessoa pode praticar o delito O sujeito passivo será a coletividade, assim como, as eventuais vítimas. Conduta É dividida em 3 ações típicas: 1. Prescrever, ministrar ou aplicar, habitualmente, qualquer substância (não se limita apenas aquelas com finalidade medicinal). 2. Usando gestos, palavras ou qualquer outro meio. 3. Realizando diagnósticos através de indivíduos não capacitados. • Se praticado em rituais religiosos, boa parte da doutrina entende que, não será criminoso, visto que, são atos baseados na fé das pessoas, • O curandeirismo pode ser praticado em concurso formal com outros crimes, como exemplo, o estelionato, estupro... Voluntariedade É o dolo, em que o agente está ciente de que irá praticar um crime. • Se a conduta resulta de lucro, será acumulada com pena proposta, uma pena de multa. Consumação Se dá com habitualidade das ações típicas, exigindo- se assim, uma prática reiterada de atos. • Não é necessário que tenha ocorrido um dano, visto se tratar de um crime de perigo abstrato. Tentativa Devido ser indispensável à prática reiterada dos atos, a tentativa é impossível. Denúncia inepta Se a inicial acusatória imputou à paciente a prática do delito de curandeirismo de forma genérica, deixando de detalhar qual a conduta por ela realizada que se adapta ao tipo penal atribuído, não explicitando quais os “trabalhos de curandeirismo” foram praticados pela ré, resta configurado o constrangimento ilegal. Curandeirismo
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