Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 PRESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO FÍSICO NA REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR 1 Sumário DOENÇAS CARDIOVASCULARES ................................................................ 4 FATORES DE RISCO PARA CARDIOPATIA CORONARIANA ...................... 5 OBESIDADE .................................................................................................... 6 HIPERTENSÃO ARTERIAL............................................................................. 7 DIABETES MELLITUS .................................................................................... 8 DISLIPIDEMIA ................................................................................................. 8 ATEROSCLEROSE ....................................................................................... 10 TABAGISMO ................................................................................................. 11 SEDENTARISMO .......................................................................................... 12 ESTRESSE ................................................................................................... 12 HISTÓRICO FAMILIAR ................................................................................. 13 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO ............................................................. 14 REABILITAÇÃO CARDÍACA APÓS INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO ... 15 REVASCULARIZAÇÃO E REABILITAÇÃO CARDÍACA ............................... 19 PROGRAMAS DE REABILITAÇÃO CARDÍACA ........................................... 20 INTERVENÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ................ 22 EXERCÍCIO FÍSICO PARA PACIENTES COM DOENÇAS CARDIOVASCULARES ........................................................................................... 25 2 EXERCÍCIO AERÓBIO E DE FORÇA ........................................................... 29 REFERENCIAS ............................................................................................. 30 3 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 4 DOENÇAS CARDIOVASCULARES As doenças cardiovasculares, segundo a Organização Mundial de Saúde, matam 17 milhões de pessoas por ano, sendo responsáveis por 30% do total de mortes no mundo. O sedentarismo e os maus hábitos alimentares são fatores que contribuem para estas estatísticas, pois, há décadas estudos tem demonstrado uma taxa reduzida de eventos coronarianos em pessoas fisicamente ativas (DUARTE, 2009). Além disso, o sedentarismo e os maus hábitos alimentares, geralmente vêm associados a outros fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como obesidade, diabetes, hipertensão arterial, hipercolesterolemia, entre outros. Segundo Nieman (1999), o colesterol alto, a hipertensão, o tabagismo, entre outros fatores podem lesar as paredes das artérias e assim provocar o início da aterosclerose. O processo aterosclerótico resulta em um estreitamento progressivo da luz do vaso sanguíneo pela formação de placas de gordura na parede da artéria. A aterosclerose nos seus estágios mais avançados pode obstruir o fluxo sanguíneo para os tecidos e órgãos, prejudicando suas funções ou levando o processo aos casos mais graves como ataque cardíaco e acidente vascular encefálico. Nesses casos mais graves é comum as pessoas serem submetidas a processos cirúrgicos, porém, após longo período de recuperação no leito hospitalar essas pessoas apresentam vários problemas físicos, como descondicionamento físico, atrofia e fraqueza muscular e menor capacidade aeróbica máxima decorrente da inatividade física antes dos ocorridos e de fatores de risco já comentados (GUIMARÃES et al., 2004). Para recuperar os pacientes do descondicionamento físico, foram desenvolvidos os programas de reabilitação cardíaca. E segundo a Diretriz de Reabilitação Cardíaca (2005), o propósito desses programas é trazer esses pacientes de volta às suas atividades diárias habituais, com ênfase na prática do exercício físico, acompanhada por ações educacionais voltadas para mudanças no estilo de vida. Na reabilitação cardíaca há uma abordagem multidisciplinar, envolvendo profissionais das mais diversas áreas da saúde, como médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos e na parte do exercício físico os educadores físicos, visando modificar aspectos relacionados aos fatores de risco para doenças cardiovasculares. 5 O programa de reabilitação cardíaca é dividido em quatro fases. A fase I é direcionada a pacientes hospitalizados, são combinados exercício de baixa intensidade, técnicas para o controle do estresse e programas de educação em relação aos fatores de risco. A fase II é realizada após a alta hospitalar ou após um acontecimento cardiovascular, podendo ser realizada no próprio ambiente hospitalar. A fase III tem duração prevista de 6 a 24 meses com o principal objetivo de melhorar a condição física e a promoção de um estilo de vida mais saudável. Por último é a fase de manutenção (fase IV) sem data de término, objetivando aumento da aptidão física (ARAKAKI; MAGALHAES, 1996; CARVALHO, 2006). Segundo a Diretriz da Reabilitação Cardíaca (2005), os pacientes que aderem a programas de reabilitação cardíaca apresentam inúmeras mudanças hemodinâmicas, metabólicas, miocárdicas, vasculares, alimentares e psicológicas que estão associadas ao melhor controle dos fatores de risco e à melhora da qualidade de vida. Apesar de estudos demonstrarem inúmeras melhoras fisiológicas, é importante avaliar se os próprios pacientes percebem os benefícios causados pelo programa de reabilitação cardíaca. FATORES DE RISCO PARA CARDIOPATIA CORONARIANA Várias características pessoais e fatores ambientais foram identificados no transcorrer dos últimos 30 anos que parecem tornar os indivíduos mais suscetíveis à DCC. Eis uma lista dos fatores de risco DCC implicados mais frequentemente: 1) idade e sexo; 2) lipídios sangüíneos elevados; 3) hipertensão; 4) tabagismo; 5) inatividade física; 6) obesidade; 6 7) diabetes mellitus; 8) dieta; 9) hereditariedade; 10) personalidade e padrões de 16 comportamento; 11) níveis altos de ácido úrico; 12) anormalidades na função pulmonar; 13) raça; 14) anormalidades eletrocardiográficas durante o repouso e o exercício e 14) tensão e estresse. (ISEU GUS, 2002) É difícil determinar quantitativamente a importância relativa de um único fator de risco das DCC, pois muitos desses fatores estão inter-relacionados. Por exemplo, as anormalidades nos lipídios sanguíneos, o diabetes, a hereditariedade e a obesidade com freqüência andam de mãos dadas. Abaixo é descrito detalhadamente a respeito de alguns fatoresresponsável pela doença coroniana. OBESIDADE A obesidade é um dos maiores fatores de risco para o Infarto Agudo do miocárdio e deve ser controlado com seriedade, pois o excesso de gordura na região abdominal está correlacionado com outras doenças como o diabetes mellitus, hipertensão, elevado nível de colesterol e triglicerídeos, doenças coronarianas e síndromes metabólicas. Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabolismo “A obesidade pode ser definida como o acúmulo de tecido gorduroso localizado ou generalizado, provocado por desiquilíbrio nutricional associado a distúrbios genéticos ou endócrino-metabólicos”. 7 Cerca de 250 milhões de pessoas no mundo apresentam sobrepeso ou obesidade, sendo que quase todos os países sofrem dessa epidemia, inclusive o Brasil. Dados do Vigitel 2013 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, realizada pelo Ministério da Saúde) apontou que 17,5% dos brasileiros estão obesos e 50,8% com sobrepeso. HIPERTENSÃO ARTERIAL Outro fator de risco para as doenças cardiovasculares é a elevação crônica da pressão arterial. A redução dos valores pressóricos, mesmo em sujeitos normotensos, é um importante fator para minimizar o risco de doença cardíaca (Vasan e Colaboradores citados por Polito e Colaboradores, 2003). Para Barros Neto e Colaboradores (1999), o exercício físico realizado regularmente provoca importantes adaptações autonômicas e hemodinâmicas que vão influenciar o sistema cardiovascular, com o objetivo de manter a homeostasia celular diante do incremento das demandas metabólicas. Há aumento no débito cardíaco, redistribuição no fluxo sanguíneo e elevação da perfusão circulatória para os músculos em atividade. A pressão arterial sistólica aumenta diretamente na proporção do aumento do débito cardíaco. A pressão arterial diastólica reflete a eficiência do mecanismo vasodilatador local dos músculos em atividade, que é tanto maior quanto maior for a densidade capilar local (Barros Neto e Colaboradores, 1999). Segundo Monteiro e Sobral Filho (2004), pode-se dizer que durante um período de exercício, o corpo humano sofre adaptações cardiovasculares e respiratórias a fim de atender às demandas aumentadas dos músculos ativos e, à medida que essas adaptações são repetidas, ocorrem modificações nesses músculos, permitindo que o organismo melhore o seu desempenho. Dessa forma, o exercício físico regular vem sendo considerado um importante coadjuvante na prevenção e no tratamento da hipertensão arterial, contribuindo para a melhoria de outros fatores de risco cardiovascular, como a dislipidemia, intolerância ao metabolismo da glicose e obesidade (Brum e Colaboradores, 2006). 8 DIABETES MELLITUS O diabetes é uma síndrome metabólica que vem atingindo milhares de homens e mulheres em todo mundo, suas causas são multifatoriais e é caracterizada por decorrente falta de insulina no sangue ou incapacidade da mesma exercer seus efeitos, provocando aumento no nível de glicose no sangue. Existem dois tipos de Diabetes, a do tipo 1 que geralmente aparece na infância onde o corpo produz pouca ou nenhuma insulina e sua principal causa é hereditária, 10% dos diabéticos têm a do tipo 1. Tipo 2 que ocorre em 90 ou 95% dos casos e é chamada de doença adquirida, pois sua causa é a má-alimentação e excesso de peso, ocorre na fase adulta. O corpo produz insulina após uma refeição com doces e carboidratos, que são degradados e transformados em glicose, porém esta insulina, por estar “defeituosa”, não consegue colocar toda glicose que está circulante no sangue para dentro das células. O sangue fica com excesso de glicose e com o tempo aparece o Diabetes. De fato o risco relativo de morte por eventos cardiovasculares, ajustados para a idade, em diabéticos é três vezes maior do que a população em geral (STAMLER et al., 1993, p. 434-44.). DISLIPIDEMIA O termo dislipidemia se refere simplesmente a concentrações plasmáticas anormais de lipídeos, e pode-se ter diversas formas, desde hipercolesterolemia até hipoalfalipoproteinemia. Este metabolismo anormal pode ser causado por fatores genéticos, dietéticos ou secundários à doença. Os estudos do perfil lipídico fornecem subsídios que fazem com que ocorram decréscimos nas taxas de mortalidade por doenças circulatórias e em especial aterosclerose. E esses estudos epidemiológicos devem ter uma atenção especial para a população jovem devido a evidências apontarem para a instalação precoce de 9 lesões ateroscleróticas, que podem instalar-se a partir da primeira década de vida.(SEKI, 2003). A avaliação do perfil lipídico, definido pelas III Diretrizes Brasileiras sobre as displipidemias, constitui sobre a avaliação do colesterol total(CT), triglicerídeos(TG), HDL-colesterol(HDL-c), e calculo do LDL-colesterol(LDL-c). (SOUZA, 2003) As classificações para as dislipidemias laboratoriais dependendo dos resultados dos parâmetros acima (CT), (TG), (HDL-c) e (LDL-c) são: hipercolesterolemia isolada, hipertrigliceridemia isolada, hiperlipidemia mista e HDL-colesterol baixo. (SOUZA, 2003). Em vários estudos têm se constatado que a redução do colesterol sérico, irá diminuir os riscos gerais de doenças cardiovasculares. A relação entre hipercolesterolemia e doenças coronárias tornou-se indiscutível nas evidências epidemiológicas e não epidemiológicas.(POZZAN, 2003) De acordo com Souza et al.(2003), as dislipidemias com as maiores médias encontradas foram a hipercolesterolemia e a LDL-c elevada, sendo que os homens apresentam valores maiores que as mulheres, apesar de que foi encontrado um numero mais elevado nas mulheres de LDL-c. Atualmente dispõe-se de benefícios clínicos, farmacológicos e dietéticos. Os dietéticos com uma ingestão um pouco menor de gorduras totais ou a substituição da gordura saturada por poliinsaturada, já farmacologicamente são usados as hipolipemiantes, as estatinas e que demonstram custo-efetividade aceitável para riscos absolutos iniciais.(POZZAN, 2003) Estudos comprovam de que a redução em 10% do colesterol sérico fez com que reduzissem em 10% os eventos coronários, com uma redução de 20% a prevalência de coronariopatias foi de 20%menor. (FARMER, 1996). ATEROSCLEROSE A patogenia mais encontrada nas doenças cardiovasculares é com certeza a aterosclerose coronária e podem acometer inclusive pacientes jovens. É um processo progressivo e geralmente se instaura na infância e vai produzir manifestações clinicas nos adultos. Holman e cols. estimaram, em 1958, que crianças com três anos de idade 10 ou mais já possuem estrias gordurosas na aorta, e que estas lesões vistas em crianças eram diretamente ligadas com as lesões em relevo observadas no futuro. Quanto maior os fatores de risco para a aterosclerose coronária, maior será sua incidência. E embora esses fatores de risco tenham sido estudados desde os primórdios, são poucos os estudo a avaliá-los na idade pediátrica. (GERBER, 1997). Atualmente sabe-se que a aterosclerose é uma doença multifatorial e que para produzir seqüelas clínicas, deve-se acontecer à proliferação extensa das células de músculo liso na íntima da artéria afetada. As lesões ateroscleróticas se formam na íntima da artéria, que é uma camada de tecido conjuntivo que contém ocasionalmente células musculares lisas solitárias. Geralmente as lesões acontecem devido ao espessamento assimétrico da íntima que invade continuamente a luz da artéria, resultando em um fluxo sanguíneo menor. Outra forma de espessamento da íntima é o processo onde o aumento da íntima pode estar associado à dilatação contínua da artéria com poucas chances de se formar seqüelas clinicas, devido ao seu espessamento ser bem mais simétrico e concêntrico. (ROSS, 1996). As lesões começam a evoluir,mais tarde para a placa fibrosa com acumulação de células de músculo liso, dos macrófagos e linfócitos e outras células. As células do músculo liso são derivadas originalmente da camada média e se prolifera na íntima da artéria para formar as lesões intermediárias e avançadas. Os macrófagos atuam como uma célula que digere detritos para remover substâncias estranhas, sendo responsável pela promoção e proliferação de tecido conectivo associado às respostas inflamatórias crônicas. Estas células são chamadas de células espumosas e são elas que vão obstruindo a corrente sanguínea.(FERREIRA, 1999). A trombose talvez seja uma das complicações mais persistentes e comuns da aterosclerose, com a formação de fendas e fissuras nas lesões mais avançadas podendo atuar como sede para adesão plaquetária e formação de trombos murais, que podem levar a angina instável ou até mesmo ao infarto do miocárdio, devido ao alto poder de oclusão. (ROSS, 1996). 11 TABAGISMO Segundo Rosemberg (2004, p.73) “A nicotina é a droga psicoativa que mais causa dependência”. Eleva o ritmo cardíaco e a pressão arterial diminuindo a espessura dos vasos sanguíneos. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) o tabagismo é a principal causa de morte evitável no mundo. A nicotina diminui a espessura dos vasos sanguíneos e o monóxido de carbono reduz a concentração de oxigênio no sangue. Assim, o fumante está mais sujeito a vários problemas relacionados à circulação, como aneurismas favorecendo os derrames e tromboses. De acordo com Rosemberg (2004, p. 74, 75): A estreita vinculação da nicotina com o infarto do miocárdio se expressa pelos estudos que compararam infartados que continuaram fumando com os que abandonaram o tabaco. Nos primeiros, a incidência de novo infarto foi em torno de 80% maior que nos segundos. Nos que deixam definitivamente de fumar, o risco de morrer por infarto cai 30% ao cabo de 1 ano, sendo metade aos 5 anos. Ao cabo de 10 anos, o risco de mortalidade por infarto se iguala com os que jamais fumaram. Conforme as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2009, p.e 232): O consumo de tabaco é o maior fator de risco cardiovascular isolado na população mundial e constitui um fator de risco independente para o infarto agudo do miocárdio. Consequentemente, seu abandono também tem o maior potencial de benefícios na prevenção da doença cardíaca. Por todas as fontes citadas podemos ter uma ideia de muitos malefícios que o uso do cigarro pode causar especialmente aqueles relacionados ao infarto agudo do miocárdio. SEDENTARISMO Com os avanços da tecnologia conseguiu-se melhorar muito o conforto da vida da população em geral, pode-se contar com serviços de trens, carros, motocicletas para deslocamento para o trabalho por exemplo. Em casa não é preciso levantar do sofá para trocar o canal da televisão, pode-se pedir refeições por telefone, sem a necessidade de deslocar-se até o supermercado para comprar e preparar as refeições. Todos esses confortos trazem uma enorme desvantagem que é a diminuição do gasto de energia no dia a dia e os indivíduos acabam tornando-se sedentários. O sedentarismo pode acarretar o aparecimento de várias outras doenças, como a hipertensão, obesidade, diabetes e níveis elevados de triglicerídeos, portanto é um importante fator de risco para doenças cardiovasculares. 12 O sedentarismo, reconhecido como importante fator de risco para doenças cardiovasculares é definido como a falta ou a grande diminuição de atividade física. O estilo de vida sedentário, assim como o tabagismo, a hipertensão arterial, a dislipidemia e a obesidade, são considerados os principais fatores de risco para a morte súbita, estando na maioria das vezes associado, direta ou indiretamente, às causas ou ao agravamento da grande maioria das doenças (CARVALHO et al., 1996 p. 79). ESTRESSE Conforme Lipp, (2000, p.12), “stress pode ser definido como um estado de tensão que causa uma ruptura no equilíbrio interno do organismo, ou seja, um estado de tensão patogênico do organismo”. Um indivíduo que se estressa constantemente e vive essa tensão diária libera descargas extras de adrenalina e cortisol pelo corpo. Quando esta adrenalina entra na corrente sanguínea os seus efeitos são taquicardia e aumento da pressão arterial. Se o mesmo for hipertenso, o coração irá trabalhar muito mais do que em condições normais, tendo afetada a sua própria circulação coronariana. Essas alterações hormonais desencadeiam os sintomas e doenças como úlceras, gastrites, insônia, irritabilidade e também está relacionada a outras doenças como a hipertensão , elevado nível de colesterol diabete mellitus Lipp (2000, p. 14) ainda descreve: “Não é o stress que causa essas doenças, mas ele propicia o desencadeamento daquelas para as quais a pessoa já tinha uma predisposição ou, ao reduzir a defesa imunológica, ele abre espaço para doenças oportunistas se manifestem”. HISTÓRICO FAMILIAR A história familiar positiva para coronariopatia, seja ela de origem genética ou ambiental deve ser considerado um fator de risco independente. A história familiar positiva inclui colesterol, lipoproteínas, pressão sanguínea, diabetes e obesidade. Cada vez mais temos indícios de que é maior a prevalência da doença coronária em pessoas que migraram de um ambiente em que se implantava um perfil de risco para a aterosclerose (MANSUR, 2002). A transmissão dos fatores de risco dos pais para os filhos foi principalmente ambiental ou relacionada ao estilo de vida do que ao componente genético segundo (MANSUR et al., 2002). 13 Crianças nascidas de famílias com alta prevalência de hiperlipidemia, HDL baixa, hipertensão, uma história familiar positiva de doença coronária ou história familiar positiva de coronariopatia prematura também estão em risco para desenvolvimento de coronariopatia. (FARMER, 1996). Estudos demonstraram que filhos ou irmãos de pacientes com doença arterial coronária apresentam uma correspondência fenotípica de um determinado fator de risco até uma maior mortalidade por doenças cardiovasculares. Uma análise familiar pode facilitar e quantificar o diagnostico de uma doença coronária seja ela de origem ambiental ou genética, e consequentemente seu controle no futuro. É difícil perceber as influencias sobre o risco coronário se são genéticas ou ambientais. (MANSUR, 2002). Todos os fatores acima causam ou contribuem para o acontecimento do infarto agudo do miocárdio, levando o paciente ao quadro grave em que se não for atendido rapidamente pode ir à morte. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO A maioria dos infartos do miocárdio são o resultado da doença coronária aterosclerose e geralmente com trombose coronária sobreposta, que vão ocasionando um estreitamento adicional e frequentemente oclusão total da artéria. As células miocárdicas desenvolvem lesão isquêmica quando ocorre um certo nível crítico de fluxo sanguíneo, e quando a isquemia grave é prolongada o infarto do miocárdio ocorre. (PASTERNAK, 1996) Quem determina o prognóstico é o tamanho do infarto e a sua extensão, para que intervenções fisiológicas e farmacológicas sejam instauradas para restaurar a perfusão do tecido isquêmico. O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é a principal causa isolada de óbito entre as doenças crônicas, sendo ela multifatorial causada por diversos fatores que agem simultaneamente acarretando a mesma. Conforme Mansur et al. (2006, p. 116) “ O Infarto agudo do miocárdio (IAM) é a necrose de uma amostra do músculo cardíaco causado pela interrupção de fluxo sanguíneo nas artérias coronárias que nutrem o coração. O diagnóstico precoce é fator fundamental para a redução da mortalidade e das possíveis sequelas para o paciente.” 14 Os sintomas de um Infarto Agudo do Miocárdio são de dor no meio do peito em aperto, que seirradia para os braços mais frequentemente do lado esquerdo do corpo que pode variar de fraca a muito forte, dor no pescoço e costas, ardor no peito, muitas vezes confundido com azia, desconforto estomacal, alterações na frequência cardíaca, fraqueza muscular generalizada, sudorese, náuseas, vômito, palidez, tontura e desmaio, ansiedade e agitação. Os fatores que aumentam o risco para o desenvolvimento dessa doença podem ser controlados como citado anteriormente. E também há fatores que não podem ser controlados como os de aspecto genético, se na família existem casos de infarto, angina ou com operação de coração abaixo de 60 anos há um risco maior de o indivíduo desenvolvê-lo. REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR A reabilitação cardiovascular é designada como o processo de restabelecer o indivíduo com problemas cardíacos ao seu nível máximo de atividades, compatível com a capacidade funcional do seu coração (FARDY ; YANOWITZ e WILSON, 2004). Conforme a OMS (1964) “a reabilitação cardíaca é um conjunto de atividades necessárias para assegurar aos pacientes cardiopatas uma condição física, mental e social, permitindo assim retomar suas atividades na comunidade e ter uma vida ativa e produtiva”. A prevenção secundária de uma lesão cardiovascular tem como objetivo principal a reabilitação do paciente após um evento, diminuindo os fatores de risco e estresse, melhorando sua capacidade cardiorrespiratória e ainda fortalecendo a musculatura, e dando maior resistência para a realização de tarefas diárias, prolongando sua vida com qualidade. Todo o programa de reabilitação cardíaca deve ser organizado e planejado de forma individualizada levando em conta suas características clínicas, fatores de risco, idade e capacidade funcional. “Os programas de exercícios podem ser contra indicados se alguma condição desfavorável como arritmias incontroláveis, tromboflebite, miocardite, entre outras forem constatadas” (MARQUES, 2004 p. 21). 15 Os programas de reabilitação cardíaca devem ser realizados por equipes multiprofissionais compostas por médicos cardiologistas que irão supervisionar os mesmos, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, profissionais de enfermagem, terapeuta ocupacional e profissional de educação física. A respeito da equipe multidisciplinar Godoy (1997, p.288) diz que a mesma deverá abordar todos os aspectos que envolvam a vida do cardiopata, isto é, psicológicos, físicos e sociais para que o indivíduo possa ter uma melhor resposta frente ao programa de recuperação. Sobre a reabilitação cardíaca Godoy (1997b, p.48), afirma que: O treinamento físico tem como efeito fundamental a propriedade de aumentar a absorção pulmonar de oxigênio, facilitando o seu aproveitamento tecidual. O condicionamento físico possibilita, de maneira gradual, para cada batimento do coração, no mesmo volume de sangue, a absorção de mais oxigênio. Essa proporção maior de oxigênio no sangue permite ao coração bater menos vezes por minuto, mantendo o mesmo nível de oxigenação sanguínea sistêmica. O programa de reabilitação cardíaca está organizado em quatro fases, a primeira fase inicia-se ainda no hospital na fase aguda do infarto objetivando reduzir os efeitos deletérios de prolongado repouso no leito, o controle das alterações psicológicas e a redução da permanência hospitalar (GODOY, 1997). “Sempre devem existir recursos para a correta determinação da frequência cardíaca e verificação de pressão arterial, além da possibilidade de eventual verificação da saturação de oxigênio, determinação da glicemia” (Revista Brasileira da Sociedade de Cardiologia. 2010). Na fase I exercícios simples e básicos são orientados por fisioterapeuta, com o objetivo de limitar os efeitos fisiológicos e psicológicos da doença cardíaca, controle dos sintomas da mesma, mostrando ao paciente como realizar as atividades como tomar banho, sentar numa cadeira ou até mesmo exercícios de mobilidade feitos na própria cama do quarto do hospital. É composta por atividades de baixa intensidade e devem ser observados sinais e sintomas como anginas, arritmias, sinais de baixo débito, tonturas, dispneia. Recomenda-se que o pulso não aumente mais do que 20bpm em relação ao repouso. (Arquivos Brasileiros de Cardiologia, volume 64,(n°3) 1995). 16 Para monitorar a atividade utiliza-se a Escala de Borg, para a classificação da percepção subjetiva da intensidade do esforço, onde o indivíduo utiliza a escala que pode iniciar com numeração de 1 a 10 representando respectivamente intensidade muito, muito fácil até exaustivo apontando sua própria percepção de esforço. Este recurso é muito importante em casos onde o indivíduo faz uso de fármacos Betabloqueadores, pois os mesmos alteram diretamente a frequência cardíaca diminuindo-a, para maior segurança para prescrição de treinamento deverá ser realizada anamnese bem como teste ergométrico ou ergoespirométrico para definir a intensidade do exercício, respeitando a individualidade do beneficiário. A fase II deverá também ser realizada em ambiente hospitalar e com supervisão médica e como ato contínuo da fase I, ocorre 24 horas após alta hospitalar e consiste em exercícios supervisionados e desenvolvidos de acordo com a capacidade do paciente, onde também se desenvolve a auto percepção a fim de que o mesmo consiga identificar a frequência cardíaca, o esforço e sintomas como arritmias. O programa de exercícios deve ser individualizado, em termos de intensidade, duração, frequência, modalidade de treinamento e progressão. Na fase III o objetivo é alcançar melhores níveis de função física, mental, emocional e social, com continuo acompanhamento de profissionais de educação física, fisioterapia e medicina, de forma integrada, incentivando o indivíduo a adotar a atividade física para o resto de sua vida, alimentação adequada, controle do estresse e interrupção do tabagismo. Conforme Gardenghi e Dias (2004 p. 388) “na terceira fase do processo de reabilitação, o exercício pode ser realizado fora do ambiente hospitalar, objetivando evitar a evolução da doença e também novos episódios de doença cardiovascular”. Para Godoy (1997 p. 276 – 277) “Em programas de atividade física, visando a saúde e a qualidade de vida, devem estar incluídas: resistência aeróbia, resistência muscular localizada (RML) e flexibilidade”. O tratamento é constituído de três etapas sendo elas o aquecimento com duração de 5 a 10 minutos, com exercícios de alongamento, dinâmicos aeróbios e de coordenação, associados a exercícios respiratórios, que tem como objetivo preparar 17 o corpo para a atividade física, aumentando o fluxo sanguíneo, o sistema cardiorrespiratório e a elevação da temperatura corporal. Parte principal ou de condicionamento que, de acordo com Marques (2004 p. 26), tem como objetivo exercitar o paciente a uma frequência cardíaca programada a fim de obter efeito de treinamento. “Os exercícios aeróbicos, rítmicos e dinâmicos são enfatizados e planejados de maneira a exercitar os grupos musculares das extremidades superiores e inferiores e compõem-se de caminhadas, exercícios de flexibilidade e exercícios de força”. De acordo com Godoy (1997, p. 277): A resistência aeróbia utiliza-se de exercícios dinâmicos, realizado sem condições de equilíbrio de oferta e demanda de oxigênio, intensidade moderada, tempo prolongado e envolvimento de grandes grupos musculares. Condições que são obtidas com exercícios cíclicos como andar, correr, pedalar, nadar, etc., que favorecem os ajustes metabólicos necessários para o desenvolvimento de adaptações fisiológicas relacionadas com a manutenção da saúde. Ainda segundo o mesmo autor, Para o treinamento de resistência muscular localizada (RML) o exercício deve ser preferencialmente, dinâmico com sobrecargas associados e aplicadas entre as séries e os númerosde repetições. Evitar exercícios com pesos com grande intensidade, pois os mesmos geram grande tensão muscular e podem produzir o aumento da pressão arterial diastólica e bloqueio respiratório. Este bloqueio respiratório eleva a pressão e pode desencadear uma reação negativa quanto ao exercício. Para Gardenghi, Dias, (2007, p. 391), O exercício físico em programas de reabilitação cardiovascular deve privilegiar o uso de grandes grupos musculares, escolhendo-se atividades que possam ser mantidas por período de tempo prolongado de forma rítmica. Nesse grupo de exercícios enquadram-se atividades como caminhadas, corrida, natação e ciclismo. Parte final ou desaquecimento que têm por objetivo prevenir o acúmulo de ácido lático nos músculos, auxiliar no retorno da pressão arterial aos níveis de repouso e no relaxamento das estruturas envolvidas na atividade anteriormente executada. 18 Godoy (1997, p. e277), coloca que: Nos programas de treinamento, tanto preventivo como de reabilitação, devem estar incluídos exercícios de flexibilidade e alongamento, pois eles facilitam as atividades cotidianas, particularmente em relação ao trabalho onde estão envolvidas as regiões lombares e parte posterior de coxa. Para Marques (2004 p. 27) “Os exercícios de relaxamento podem ser realizados no final do desaquecimento, e reduzir a frequência cardíaca, a pressão arterial e a incidência de arritmias cardíacas”. A Fase IV é considerada de manutenção ou preventiva onde o indivíduo tem o compromisso de continuar a realizar atividade física e demais cuidados com seu estilo de vida em rua rotina, o acompanhamento dos profissionais é menos rigorosa, porém sempre necessária, pois trará maior segurança e benefícios a ele. REVASCULARIZAÇÃO E REABILITAÇÃO CARDÍACA Segundo Duarte e Alfieri, citados por Lion e Colaboradores (1997), a reabilitação pode ser definida como a arte e a ciência de restituir ao indivíduo o nível de atividade física e mental compatíveis com a capacidade funcional de seu coração, sendo o treinamento físico parte integrante da reabilitação cardíaca. O envelhecimento de nossa sociedade traz consigo mudanças no perfil das doenças, assim como novos desafios quanto ao diagnóstico e tratamento. As enfermidades cardiovasculares passam a ter um papel ainda mais importante na morbimortalidade (Vivacqua e colaboradores, 1997). A reabilitação física, considerada uma terapêutica eficaz, tem seu papel definido na prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares (Bosco e Colaboradores, 2004). Bosco et al (2004), confirmam que o exercício físico tem efeito benéfico que parecem resultar de interações complexas de efeitos psicológicos e fisiológicos. Além disso, é adequado salientar a diminuição do estresse, a melhora da função cardiorrespiratória, a remoção de fatores como tabagismo e a redução alimentar. A mudança de hábitos alimentares e a prática de atividades física são modificações de estilo de vida que podem melhorar de forma significativa os fatores de risco das doenças cardiovasculares, sendo, além disso, intervenções de custo moderado, quando comparadas com os ascendentes orçamentos dos tratamentos medicamentosos e dependentes de alta tecnologia (Rique, Soares e Meirelles, 2002). 19 Quando o tratamento clínico é insuficiente para a melhora sintomática a revascularização do miocárdio deve ser considerada (Iglézias e Colaboradores, 1997). Para Abizaid e Siqueira (2005), os objetivos no tratamento de pacientes com doença coronariana em múltiplos vasos incluem alívio dos sintomas de isquemia, redução da taxa de eventos cardíacos e preservação e restauração da pressão ventricular esquerda, com consequente maior sobrevida à longo prazo. Iglézias e Colaboradores (1997) afirmam que a qualidade de vida dos pacientes idosos e vascularizados fica evidente não só pela redução dos sinais e sintomas de insuficiência cardíaca congestiva em mais de 90% dos pacientes, mas também pela redução das queixas de angina, isto que mais de 95% desses pacientes deixaram o hospital sem referência a dor pré-cordial. Partindo da premissa de que a população brasileira vem apresentando aumento progressivo da expectativa de vida, considerando que a morbi-mortalidade da revascularização em pacientes idosos é cada vez menor, podemos concluir que a operação representa boa alternativa terapêutica, sobretudo se indicada precocemente, ao portador de doença arterial coronária, mesmo idoso, pois propicia a melhora substancial de qualidade de vida e aumento da expectativa, em alguns grupos (Iglézias e Colaboradores, 1997). PROGRAMAS DE REABILITAÇÃO CARDÍACA Até o inicio do século passado os pacientes com doença cardiovascular eram tratados em repouso (HEBERDEN apud THOMPSON, 1988) e segundo Godoy (1997a) havia uma tendência dos médicos a desaconselhar os exercícios físicos para cardiopatas, inclusive durante a fase aguda da doença cardíaca. Esse repouso prolongado após o acometimento cardiovascular acarretava em uma grande perda funcional, apresentando fisicamente mal condicionados e não preparados para voltar as suas atividades de rotina familiar, social e profissional. Assim, os programas de Reabilitação Cardíaca foram desenvolvidos, segundo Diretrizes da Reabilitação Cardíaca, com o propósito de trazer os pacientes de volta as atividades da vida diária, com ênfase na prática do exercício físico e mudanças no estilo de vida prevenindo e/ou tratando para que não haja complicações futuras. Segundo a Organização Mundial da Saúde, reabilitação cardíaca é o somatório das atividades necessárias para garantir aos pacientes portadores de cardiopatia as melhores condições física, mental e social, de forma que eles consigam, pelo seu 20 próprio esforço, reconquistar uma posição normal na comunidade e levar uma vida ativa e produtiva (MORAES, 2005) Para Costa et al. (1997) e Ramos e Silva (1998), os objetivos de um programa de reabilitação cardíaca são: restabelecer as condições físicas, psíquicas e sociais, oportunizando ao paciente a retomada de sua condição clinica, fisiológica, psicológica, social e profissional em níveis normais (melhora da qualidade de vida), reeducação visando melhores hábitos de vida, diminuir a mortalidade e os fatores de risco. Os pacientes após infarto agudo do miocárdio; revascularizados, que realizaram angioplastia, com angina estável, com disfunção do ventrículo esquerdo, insuficiência cardíaca, pós transplante cardíaco e portadores de marca passo, são candidatos a participarem de programas de reabilitação cardíaca (COSTA et al.,1997). É importante num programa de reabilitação que se proporcione aos pacientes, informações e conhecimentos, para que esses possam, então assumir novos hábitos de vida, juntamente as atividades de condicionamento físico, com a finalidade de otimizar os benefícios proporcionados pelo mesmo. Medidas como controle de stress, abandono ao tabagismo, adoção de uma dieta equilibrada, pobre em sal e segundo Gross(1988), pobre em gordura saturada e colesterol, devem ser assumidas para não agravar a cardiopatia. Assim sendo, os pacientes se tornarão mais auto-suficientes, desta forma contribuirão para a melhoria da sua qualidade de vida. Atualmente, é entendida como o processo de desenvolvimento e manutenção de níveis desejáveis de atividade física, social e psicológica após o inicio da doença cardíaca (SQUIRES et al., 1990). A inclusão de pacientes em programas de reabilitação cardíaca após o evento coronariano parece contribuir para a diminuição dos níveis de ansiedade e depressão, geralmente causados pelo advento da doença. A reabilitação precoce após o infarto do miocárdio contribui para isso (MULCAHY, 1991). Wenger e Hellerstein (1992) relatam que, ao se preparar um programa de reabilitação cardíaca, deve-se considerar os sintomas, a terapêutica adotada,as 21 medidas preventivas, as condições emocionais e sociais, além de orientação educacional quanto á modificação de hábitos de vida, uma vez que os objetivos são a melhora da capacidade funcional e da qualidade de vida, as mudanças nos hábitos de vida, as modificações nos fatores de risco e a redução dos índices de mortalidade. A prevenção secundária é parte essencial do programa de reabilitação, incluindo correção de fatores de risco como hiperlipidemia, tabagismo, hipertensão, obesidade e sedentarismo (MULCAHY, 1991). Melhorar a qualidade de vida deve ser um dos principais objetivos da reabilitação cardíaca, compreendendo a atividade sexual, o retorno ao trabalho, as atividades recreativas, a ausência de dor e reduzindo também a dependência excessiva. A reabilitação cardíaca deve incluir um serviço caracterizado por programas de longa duração envolvendo avaliação médica, prescrição de exercício, modificação dos fatores de risco cardiovascular, educação e aconselhamento (ACMS, 1991 apud RAMOS, 2003), junto a uma equipe multidisciplinar de médicos, educadores físicos, nutricionistas que orientam os sujeitos na realização dos exercícios, na modificação dos fatores de risco e no estilo de vida (I Consenso Nacional de Reabilitação Cardíaca). INTERVENÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA O Profissional de Educação Física têm uma área de atuação relativamente nova, onde há alguns anos parecia-se inimaginável o mesmo trabalhando juntamente com profissionais da Medicina e Fisioterapia em ambiente hospitalar e clínicas de reabilitação, auxiliando em programas de reabilitação cardíaca. Essa exclusão dos profissionais de educação física em trabalhos dessa natureza não é justificável, afinal ele é especialista em exercícios físicos que comprovadamente através de todas as evidências das fontes citadas nesse estudo, acarretarão benefícios físicos, psicológicos e sociais a seus praticantes, não só como forma de tratamento, mas, também na prevenção dos fatores de risco que poderão acarretar novo evento cardíaco. 22 Através da legislação do Conselho Regional de Educação Física da 2ª região – Cref2/RS, capítulo II do Campo e da Atividade Profissional define que: Art. 7º O Profissional de Educação Física é especialista em atividades físicas, nas suas diversas manifestações - ginásticas, exercícios físicos, desportos, jogos, lutas, capoeira, artes marciais, danças, atividades rítmicas, expressivas e acrobáticas, musculação, lazer, recreação, reabilitação, ergonomia, relaxamento corporal, ioga, exercícios compensatórios à atividade laboral e do cotidiano e outras práticas corporais. Sendo da sua competência prestar serviços que favoreçam o desenvolvimento da educação e da saúde, contribuindo para a capacitação e/ou restabelecimento de níveis adequados de desempenho e condicionamento fisiocorporal dos seus beneficiários, visando à consecução do bem-estar e da qualidade de vida, da consciência, da expressão e estética do movimento, da prevenção de doenças, de acidentes, de problemas posturais, da compensação de distúrbios funcionais, contribuindo ainda, para consecução da autonomia, da autoestima, da cooperação, da solidariedade, da integração, da cidadania, das relações sociais e a preservação do meio ambiente, observados os preceitos de responsabilidade, segurança, qualidade técnica e ética no atendimento individual e coletivo. A legislação do Conselho Federal de Educação Física – CONFEF ampara a atuação do profissional de educação física em equipes multiprofissionais através da Lei Federal n° 9696/98 de 01 de setembro de 1998: 26 Art. 3º Compete ao Profissional de Educação Física coordenar, planejar, programar, supervisionar, dinamizar, dirigir, organizar, avaliar e executar trabalhos, programas, planos e projetos, bem como prestar serviços de auditoria, consultoria e assessoria, realizar treinamentos especializados, participar de equipes multidisciplinares e interdisciplinares e elaborar informes técnicos, científicos e pedagógicos, todos nas áreas de atividades físicas e do desporto. O profissional de Educação Física por ser especialista na área da saúde em avaliar, programar e orientar programas de exercícios físicos para todas as populações deverá estar presente desde a primeira fase de reabilitação, onde seu olhar técnico e objetivo somado aos conhecimentos de profissionais de outras áreas elevarão as potencialidades do programa. Poderá também ensinar ao indivíduo os 23 benefícios que a atividade física regular e a mudança no seu estilo de vida proporcionarão a ele. De acordo com Godoy (apud Cortez J.AA 1978 p. 231) “Cabe ao professor explicar ao paciente as diferenças entre atividade física e esporte. Estes esclarecimentos permitem-lhe justificar a escolha do tipo de exercício mais adequado, considerando-se tanto as suas preferências como as suas limitações”. O Profissional de Educação Física será o responsável por elaborar programas de exercício físico supervisionado de maneira estruturada, respeitando a individualidade do beneficiário para que o mesmo consiga melhorar seu condicionamento físico, aptidão física, habilidades motoras, que conquiste sua independência e adoção de um estilo de vida saudável e melhore por consequência sua qualidade de vida. É ele que define qual será a atividade física mais indicada para cada indivíduo, orientando-o quanto a forma de realizar o exercício e suas variáveis como a intensidade, sobrecarga, duração, frequência semanal e progressão do esforço. Também é de sua responsabilidade motivar o beneficiário trazendo atividades 27 recreativas que proporcionem a sensação de bem estar e socialização, contribuindo para a redução do estresse e das tensões referentes à insegurança que o evento cardíaco trouxe ao mesmo. Conforme Godoy (1997, p. 277): Embora o envolvimento médico situe-se aparentemente na fase de seleção do indivíduo, é importante sua participação, de maneira contínua, com o professor de educação física. De acordo com a complexidade do serviço durante todas as fases de RCV, a esses profissionais somam-se especialistas nas áreas fisioterapia, enfermagem, nutrição, fisiologia, psicologia e etc. Para a correta intervenção do Profissional de Educação Física é necessário que o mesmo tenha conhecimento a respeito da patologia e condições clínicas que se encontra o indivíduo, estas informações serão importantes para que o profissional possa programar uma rotina de treinamento onde os benefícios sejam maiores que os riscos, adaptando a Frequência Cardíaca de Treinamento (FCT) das atividades conforme os resultados de testes de consumo máximo de oxigênio (VO²Máx). 24 EXERCÍCIO FÍSICO PARA PACIENTES COM DOENÇAS CARDIOVASCULARES Aptidão física é um conjunto de características que as pessoas tem ou desenvolvem, e que estão relacionadas com a capacidade de realizar atividades físicas (CASPERSEN et al., 1985). Segundo o autor acima, atividade física é definida como qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que resulta em gasto energético maior do que os níveis de repouso. Para Bouchard e Shephard (1993) a atividade física é todo e qualquer movimento do corpo produzido pelos respectivos grupamentos musculares e que demanda um aumento do gasto energético de reserva. A atividade física pode ser utilizada tanto na prevenção do aparecimento das doenças cardiovasculares em indivíduos que têm um ou mais fatores de risco – prevenção primária (antes do evento coronariano) – como também na prevenção das manifestações clínicas dessas doenças em pacientes cardiopatas– prevenção secundária (após o evento coronariano) - (BENETTI, 1997). O exercício físico caracteriza-se por uma situação que retira o organismo de sua homeostase, pois implica no aumento instantâneo da uma demanda energéticada musculatura exercitada e consequentemente, do organismo como um todo,(BRUM, 2004). Várias adaptações fisiológicas são necessárias para suprir a nova demanda metabólica, dentre elas, a mais importante as adaptações cardiovasculares. Os pacientes inseridos em programas de exercícios físicos de uma reabilitação cardíaca não compõem um grupo homogêneo, mas sim devem ser tratados de forma individual. Deve-se investigar o estado clínico de cada indivíduo, incluindo extensão da doença coronária, disfunção ventricular esquerda, potencial para isquemia miocárdica, e a presença de arritmias cardíacas.,(VAN CAMP,1994). Matsudo et al. (2000) afirmam que os principais benefícios a saúde advinda da prática de atividade física referem-se aos aspectos antropométricos, neuromusculares, metabólicos e psicológicos. Os efeitos metabólicos apontados pelos autores são o aumento do volume sistólico; o aumento as potência aeróbia; o aumento da ventilação pulmonar; a melhora do perfil lipídico, a diminuição da pressão 25 arterial; a melhora da sensibilidade á insulina e a diminuição da freqüência cardíaca em repouso e no trabalho submáximo. Os exercícios têm efeitos benéficos que resultam em interações complexas de efeitos psicológicos e fisiológicos, diminuindo o estresse, a melhora da função cardiorrespiratória, diminuição do tabagismo e reeducação alimentar, e a introdução do indivíduo na vida social e no trabalho (BOSCO et al., 2004) Segundo Nahas (2010), exercício físico, é uma das formas de atividade física, planejada e repetitiva, que tem por objetivo a manutenção, desenvolvimento ou recuperação de um ou mais componentes da aptidão física. Os pacientes recém infartados inseridos em programas de reabilitação cardíaca terão como objetivo reduzir a lesão do tecido afetado, cicatrização da área necrosada, preservar a integridade de tecido miocárdico normal e evitar complicações fatais. Enfim baseia-se no tratamento da dor, bem como das possíveis complicações. Os exercícios de reabilitação devem começar precocemente logo após a um evento cardíaco estável, sendo contra indicado exercícios em infartos agudos instáveis, lembrando que a eleição desse momento é um critério que depende do estado clinico do paciente e da presença ou não de complicações. Devem ser feitas avaliações iniciais que devem incluir: consultas fisiátricas e cardiológicas, com realização de teste ergométrico. Recomenda-se a realização 21 de teste ergométrico máximo, sem medicação para servir de parâmetro basal no seguimento futuro do paciente e outro teste, com a medicação em uso, para a prescrição correta do exercício a ser realizado nas sessões de treinamento (MENEGHELO et al., 1993). A atividade física regular é o principio básico de um programa de reabilitação cardíaca, e que se o exercício físico for realizado com metodologia segura, é capaz de produzir alterações significativas (RAMOS, 1997 apud POZZAN et al.,1988). O exercício físico tem seu papel claramente definido na prevenção primária e secundária, não só das doenças cardiovasculares, como também de todas as doenças, ou seja, é mais amplo, é a realização plena da “promoção da saúde”, e hoje o exercício físico é abordado como “terapêutica cardiovascular”, ou seja, a prescrição 26 de exercícios físicos é uma terapêutica, o médico que não prescreve atividade física está deixando o seu paciente sem uma alternativa terapêutica muito importante (SOUZA et al., 2000). A utilização dos exercícios dinâmicos (isotônicos) para pacientes pós infarto e para os submetidos à cirurgia de revascularização miocárdio, após a alta hospitalar em nível ambulatorial ou comunitário, permite o aumento da aptidão cardiovascular que é primordial para o perfeito desempenho de suas atividades diárias (POZZAN et al.,1988). Diversas pesquisas têm sugerido que o exercício resistido, quando prescrito e supervisionado de forma apropriada, apresenta efeitos favoráveis em diferentes aspectos da saúde (força muscular, capacidade funcional, bem-estar psicossocial, além de impacto positivo sobre fatores de risco cardiovasculares) (UMPIERRE E STEIN, 2007). Para Arakaki e Magalhães (1996) os exercícios devem ser isotônicos, devendo- se evitar os isométricos. O regime de trabalho deve ser o aeróbico e a intensidade em torno de 70 da capacidade aeróbica máxima. Quanto a duração da sessão deve ter entre 30 a 60 minutos e compreender aquecimento, estímulo e desaquecimento. Segundo Hartley e Ribeiro (1982) o uso do treinamento físico no manejo de caronariopatas deve ser encarado como uma modalidade terapêutica e, como tal, deve ser prescrito individualmente, considerando aspectos clínicos, patológicos e psicossociais do paciente. Segundo Leite (1984), programas de exercícios aeróbicos associados a bons hábitos higiênico dietéticos, modificam beneficamente a qualidade de vida e os fatores de risco coronarianos. Segundo ele, em adultos “..os programas de condicionamento aeróbico oferecem benefícios fisiológicos, sociais e psicológicos.” Com relação aos efeitos antropométricos e neuromusculares ocorre a diminuição da gordura corporal, o incremento da força e da massa muscular, da densidade óssea e da flexibilidade. Sobre os ganhos psicológicos, há uma redução dos níveis de ansiedade e depressão, de agressividade, com nítidos incrementos na vontade e alegria de viver (ALFIERI, 1990) Além disso, Matsudo & Matsudo (2000) apud Assunção et al. (1998) afirmam que a atividade física atua na melhoria da auto- estima, do auto conceito, da imagem corporal, das funções cognitivas e de 27 socialização, na diminuição do estresse e da ansiedade e na diminuição do consumo de medicamentos. Guedes e Guedes apud Assunção et. al. (1998), por sua vez afirmam que a prática de exercícios físicos habituais, além de promover a saúde, influencia na reabilitação de determinadas patologias associadas ao aumento dos índices de morbidade e mortalidade. O treinamento físico tem como efeito fundamental a propriedade de aumentar a absorção pulmonar de oxigênio, facilitando o seu aproveitamento tecidual. O condicionamento físico possibilita, de maneira gradual, para cada batimento do coração, no mesmo volume de sangue, a absorção de mais oxigênio. Essa proporção maior de oxigênio no sangue permite ao coração bater menos vezes por minuto, mantendo o mesmo nível de oxigenação sanguínea sistêmica (GODOY, 1997). Alguns benefícios já foram comprovados tais como os obtidos através de condicionamento de pacientes sintomáticos portadores de cardiopatia coronariana, de forma abrangente são: redução da freqüência e da gravidade de reinfarto; benefícios psicológicos como autoconfiança e sensação de bem estar; aumento da capacidade funcional do sistema cardiovascular; aumento da tolerância de esforço; diminuição dos sintomas e da quantidade de medicamentos; retorno dos pacientes a uma vida social próxima aos níveis normais (LEITE, 1984). Em relação à freqüência semanal das sessões, Meneghelo et al. (1993) relatam que a maioria dos programas utiliza 3 vezes por semana, por outro lado Arakaki e Magalhães (1996) citam entre 3 e 4 vezes por semana como freqüência ideal. Ressalta-se a possibilidade desta freqüência ser de até 5 ou de apenas 2 vezes por semana, num programa deste tipo (RAMOS, 1996). EXERCÍCIO AERÓBIO E DE FORÇA Segundo Gil e Colaboradores (1995), o principal objetivo dos programas de reabilitação cardíaca é permitir aos cardiopatas retornar, o quanto antes, à vida produtiva e ativa, a despeito de possíveis limitações impostas pelo seu processo patológico, pelo maior período de tempo possível. 28 O exercício físico regular atua na prevenção e controle das doenças cardiovasculares, influenciando quase todos os seus fatores de risco, e, associada as modificações na alimentação, deveria ser meta prioritárianos programas de prevenção das doenças cardiovasculares (O’Keefe, Nelson e Harris citados por Rique, Soares e Meirelles, 2002). Conforme Irigoyen e Colaboradores (2003), o exercício físico também é capaz de promover a angiogênese, aumentando o fluxo sanguíneo para os músculos esqueléticos e para o músculo cardíaco. Segundo o American College of Sports Medicine citado por Rique, Soares e Meirelles (2002), programas que enfatizam atividade física de intensidade moderada com duração mais longa são recomendáveis para a maior parte dos alunos, já que a grande parte destes é sedentária e apresenta pelo menos um fator de risco para as doenças cardiovasculares. Afirma ainda que, o exercício mais prescrito visando reduzir os fatores de risco das doenças cardiovasculares seja o aeróbio, o exercício contra a resistência vem sendo cada vez mais indicado, sendo especialmente benéfico no controle ponderal de pessoas mais velhas, que comumente sofrem consequências devido à perda de massa magra. É praticamente consensual que um maior conhecimento sobre as respostas cardiovasculares ao treinamento de força em diferentes situações é relevante para a segurança do praticante, principalmente quando suas condições clínicas implicam maiores riscos (Monteiro e Colaboradores, 2008). 29 REFERENCIAS ABIZAID, A.A.C.; SIQUEIRA, D.A. Revascularização Miocárdica em Multiarteriais. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Rio de Janeiro. Vol. 68. Num. 3. 2005. p. 202- 205. ACSM. (2000). Manual do ACSM para teste de esforço e prescrição deexercício. (P. C. P.Estima, trad.). Rio de Janeiro: Revinter (trabalho original publicado em 2000). ALEGRETTE N.D., BASSAN A. Avaliação comparativa da qualidade de vida de pacientes submetidos a revascularização do miocárdio. Adamantina: Faculdades Adamantinenses Integradas; 2004. ARAKAKI, H. e MAHALHAES, H. M. Programas supervisionados em reabilitação cardiovascular – abordagem de prescrição de exercício. São Paulo: Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo; vol.6, n.1, p.23-30. 1996. BARROS NETO, T.L.; CÉSAR, M.C.; TEBEXRENi, A.S. Fisiologia do Exercício. In: O exercício. Preparação fisiológica, avaliação médica, aspectos especiais e preventivos. São Paulo. Atheneu. 1999. p. 03-13. BENETTI, M. Condicionamento físico aplicado a doenças cardiovasculares. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. 1997, vol.3, n.1, pp. 22-26. ISSN 15178692. BENETTI, M.; NAHAS, M. V.; REBELO, F. P. V.; LEMOS, L S., CARVALHO, T. Alterações na qualidade de vida em coronariopatas acometidos de infarto agudo do miocárdio, submetidos a diferentes tipos de tratamento. Revista de Atividade Física e Saúde, Florianópolis, v.6 n.3, p.27-33, 2001. BEZERRA, It. M. P.; SILVA, J. C.; GOMES, S. C. Mudanças nos aspectos sociais de hipertensos por meio da atividade física: desvelando a importância do profissional de educação física. Saude e Transformação Social, Issn 2178-7085, Florianópolis, v. 2, n. 1, p.56-64, 2011. . BOSCO, R.; DEMARCHI, A.; REBELO, F.P.V.; CARVALHO, T.. O efeito de um programa de exercício físico aeróbio combinado com exercícios de resistência muscular localizada na melhorada circulação sistêmica e local: um estudo de caso. 2004. BRUM, P.C.; RONDON, M.U.P.B.; SILVA, G.J.J.; KRIEGER, E.M. Hipertensão Arterial e Exercício Físico Aeróbio. In Negrão, C.E.; Barreto, A.C.P. Cardiologia do exercício: do atleta ao cardiopata. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo. Manole. 2006. p. 173- 184. 30 CAMPOS, F. V. S.; PORTO, L. G. Qualidade de vida e nível de atividade física de pacientes em fase ambulatorial da reabilitação cardíaca. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, Brasília, v. 14, n. 2, p.86-95, 16 jul. 2009. CARVALHO, T. Diretriz de Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica: Aspectos Práticos e Responsabilidades. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Sociedade Brasileira de Cardiologia. V.96 n.1, p.1-22. 2006. COSTA, A. M. Atividade Física e a relação com a qualidade de vida, ansiedade e depressão em pessoas com sequelas de acidente vascular cerebral isquêmico. Campinas, 2000. Tese (Doutorado em Educação Física) Universidade Estadual de Campinas. COSTA, C.A.C.; JUNIOR, P.Y.; SABBAG, L.M.S.; DOURADOS, M.P; et al. Alterações eletrocardiográficas e cardiovasculares em pacientes com infarto agudo do miocárdio pregresso submetidos a programa de reabilitação cardíaca supervisionada. Acta Fisiátrica, vol.4 n.2, p.82-89, 1997. DAL PUPO, J.; SCHUTZ, G. R.; SANTOS, S. G. Instrumentos de medida. In: SANTOS, S. G. Métodos e técnicas de pesquisa quantitativa aplicada à Educação Física. Florianópolis, Tribo da Ilha, 2011. DUARTE, C. Reabilitação Cardiovascular. Mestrado Integrado em Medicina, 2009. FALUDI, A.A.; MASTROCOLLA, M.; BERTOLAMI, C. Atuação do exercício físico sob os fatores de risco d=para doenças cardiovasculares. Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, São Paulo, v.6, n.1, p.1- 5. Jan./fev. 1996. FARINATTI, P. T. V. Envelhecimento: promoção da saúde e exercício. São Paulo: Manole, 2008. FARINATTI, P. T. V.; OLIVEIRA, R. B.; PINTO, V L M; MONTEIRO, W. D. et al. Programa domiciliar de exercícios: efeitos de curto prazo sobre a aptidão física e pressão arterial de indivíduos hipertensos. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 84, n. 6, p. 473-479, jun. 2005. GARDENGHI, G.; DIAS, F. D.. Reabilitação cardiovascular em pacientes cardiopatas. Integração, São Paulo, p.387-392, 2004. GIL, C.A.; BRITO, F.S.; CASTRO, I.; RIBEIRo, J.P.; MASTROCOLA, L.E.; GHORAYEB, N.; YASBEK, P.; VIVACQUA, R.; MENEGHELLO, R.; SILVEIRA, W. Reabilitação Após Infarto Agudo do Miocárdio. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Rio de Janeiro. Vol. 64. Num. 3. 1995. p. 289-296. GUEDES, D .P.; GUEDES, J. E. R. P. Crescimento e desempenho motor em escolares do município de Londrina, Paraná, Brasil. Cadernos de Saúde Publica. Rio de Janeiro, v.9, supl. 1, set.1993. 31 GODOY, M. et al. I Concenso Nacional de Reabilitação Cardiovascular (Fase Crônica). Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, v. 69, n. 4, p.267- 291, 1997. GROSS, J. L.. Hipercolesterolemia e aterosclerose: é possível prevenir a fatalidade. Revista HCPA, v.8, n.1, p. 5-8, 1988. GUIMARÃES, G. V. et al. Reabilitação física no transplante de coração. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, Niterói, p.408-411, 04 jul. 2004. HARTLEY, L. H. ; RIBEIRO, J. P. Adaptações cardiovasculares e metabólicas ao treinamento físico de coronariopatas. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v.3, n. 2, p.41-49, 1982. IGLÉZIAS, J.C.R.; OLIVEIRA JUNIOR, J.L.; FELS, K.W.; DALLAN, L.A.; STOLF, N.A.G.; OLIVEIRA, S.A.; VERGINELLI, G.; JATENE, A.D. Fatores Prognósticos na Revascularização do Miocárdio em Pacientes Idosos. Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular. São Paulo. Vol. 12. Num. 4. 1997. p. 325-334. KREMER, A. efeitos da assiduidade em um programa de prevenção reabilitação cardiorrespiratória. Monografia. Universidade Federal de Santa Catarina. 2008. LEITE, P. F. Sistema cardiovascular, treinamento físico e reabilitação cardíaca. Jornal Brasileiro de Medicina, v.46 n.5, p.98-117, 1984. LION, L.A.C.; CRUZ, P.M.; ALBANESI Filho, F.M. Avaliação de Programa de Reabilitação Cardíaca. Análise Após 10 Anos de Acompanhamento. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Rio de Janeiro. Vol. 68. Num. 1. 1997. p. 13-19. MENEGHELO, R. S., FERRAZ, A. S. & GHORAYEB, N. Reabilitação e atividade esportiva após infarto do miocárdio. Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, vol.3 n.2, p.86-91, 1993. MILANI, M.; KUZUKI T, R.; CRESCENCIO C, J.; et al. Efeito do treinamento físico aeróbico em coronariopatas submetidos a um programa de reabilitação cardiovascular. Medicina,Ribeirão Preto, p.403-411, 02 jul. 2007. MORAES, R. S.; NÓBREGA, A. C. L. Diretriz de reabilitação cardíaca. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 84, n. 5, p.431-440, maio 2005. MUELA, H. C.; BASSAN, R.; SERRA, S. M. Avaliação dos Benefícios Funcionais de um Programa de Reabilitação. Revista Brasileira de Cardiologia. V.24, n.24, p.241-250. Rio de Janeiro. julho/agosto 2011. MONTEIRO, W.D.; SOUZA, D.A.; RODRIGUES, M.N.; FARINATTI, P.T.V. Respostas Cardiovasculares Agudas ao Exercício de Força Realizado em Três 32 Diferentes Formas de Execução. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Niterói. Vol. 14. Num. 2. 2008. p. 94-98. MONTEIRO, M.F.; SOBRAL FILHO, D.C. Exercício Físico e o Controle da Pressão Arterial. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Niterói. Vol. 10. Num. 6. 2004. p. 513- 516. NAHAS, M. V. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 5. ed. Londrina: Midiograf, 2010. NIEMAN, D. C. N. Como se prevenir de doenças usando o exercício como seu medicamento. São Paulo: Manole; 1999. POLITO, M.D.; FARINATTI, P.T.V. Considerações Sobre a Medida da Pressão Arterial em Exercícios Contra-Resistência. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Niterói. Vol. 9. 2003. p. 25-33. POZZAN, R., CRUZ, P. D. M., CASTIER, M. B., BARBOSA, E. C., BARBOSA, J. S. O., ROCHA, P. J., ALBANESI FILHO, F. M., GINEFRA, P. & GOMES FILHO, J. B. M. (1988). Reabilitação cardíaca em coronariopatas. Avaliação após 3 e 6 meses de treinamento aeróbico em nível comunitário. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, vol.50 n.5, p.305-310. PRADO, M. A. S.; MAMEDE, M. V.; ALMEIDA, A. M.; CLAPIS, M. J. A prática da atividade física em mulheres submetidas à cirurgia por câncer de mama: percepção de barreiras e benefícios. Revista Latino-americana de Enfermagem, v.12, n.3, p.494 - 502, 2004 RAMOS, V. M. Motivação para atividade física em programas de reabilitação cardíaca. Monografia não publicada. Universidade Federal de Santa Catarina. 1996. RAMOS, J. H. Análise comparativa entre dois programas de prevenção e reabilitação cardiovascular. 1997. 65 f. Monografia (Licenciado) - Ufsc, Florianópolis, 1997. RAMOS, J.H. e SILVA, O.J. Analise comparativa entre dois programas de prevenção e reabilitação cardiovascular. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, vol.4, n.2, p.65-68. 1998. RAMOS, J. H. Determinantes de adesão, manutenção e desistência de um programa de prevenção e reabilitação cardíaca. 2000. 75 f. Monografia (Especialista) - Ufsc, Florianópolis, 2000. RAMOS, J. H. Estudo retrospectivo dos efeitos de um programa de reabilitação cardiovascular sobre componentes da aptidão física relacionada à saúde. 2003. 112 f. Dissertação (Mestrado) - Ufsc, Florianópolis, 2003. 33 RIQUE, A.B.R.; SOARES, E.A.; MEIRELLEs, C.M. Nutrição e Exercício na Prevenção e Controle das Doenças Cardiovasculares. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Niterói. Vol. 8. Num. 6. 2002. p. 244-254. SANTOS, L. A.; RANGEL, A. C. X.; COUTO, D. C.; et al. Qualidade de vida relacionada á saúde em paciente com infarto agudo do miocárdio submetido a programa de reabilitação cardíaca. Fase IV: Relato de caso. Xix Congresso Brasileiro de Fisioterapia, Florianópolis, p.1-7, 2011. SANTOS, S.C.; KNIJNIK, J.D.; Motivos de adesão a pratica de atividade física na vida adulta intermediária; Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte – v.5 n.1, p.23-34, 2006. SANTOS, S. F.; SALLES, A. D. Antropologia de uma academia de musculação: um olhar sobre o corpo e um espaço de representação social. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v. 23, n. 2, p. 87 - 102, 2009. SARNI, R.S; SOUZA, F.I.S.; SCHOEPS, D.O., et al. Relação da cintura abdominal com a condição nutricional, perfil lipídico e pressão arterial em pré- escolares de baixo estrato socioeconômico. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, v.87, n.2, p.153-8, ago. 2006. SILVA, O. J. A contribuição da reabilitação cardiovascular na evolução clínica, terapêutica e estilo de vida de portadores de doença arterial. 2006. 153 f. Tese (Doutorado) - Ufsc, Florianópolis, 2006. SILVA, Paulo Sérgio Barros da; FERREIRA, Carlos Ernesto Santos. Exercício físico e humor: uma revisão acerca do tema. Educação Física em Revista Issn: 1983- 6643, Brasília, v. 5, n. 3, p.1-8, out. 2011. SILVA, W. F.; ALMEIDA, A. R.; SANTOS, D. T.; SILVEIRA, M. B. Os benefícios da atividade física para a qualidade de vida dos idosos em um clube de terceira idade na cidade de Porteirinha, MG. Revista Digital, Buenos Aires, Ano 15, n. 149, Outubro, 2010. SOUZA, E. C. M. S. de et al. Reabilitação cardiovascular – custo benefício. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, Curitiba, v.6, n.4, p.145-154, jul. 2000. SURDI, A. C.; PADILHA, E.; ZAGO, E.; LOUZADA, L. G. A prática de atividades físicas em academia ao ar livre: a percepção dos seus praticantes. Revista Digital, Buenos Aires, Ano 16, n. 162, Novembro, 2011. UMPIERRE, D.; STEIN, R. Efeitos hemodinâmicos e vasculares do treinamento resistido: implicações na doença cardiovascular. Arquivo Brasileiro de Cardiologia. [online]. 2007, vol.89, n.4, pp. 256-262. VIVACQUA, R.; Serra, S.; MACACIEL, R.; MIRANDA, M.; BUENO, N.; CAMPOS, A. Teste Ergométrico em Idosos, Parâmetros Clínicos, Metabólicos, 34 Hemodinâmicos e Eletrocardiográficos. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Rio de Janeiro. Vol. 68. Num. 1. 1997. p. 9-12. WERNECK, F. Z.; NAVARRO, C. A. Nível de atividade física e estado de humor em adolescentes. Psicologia: teoria e pesquisa, v.27, n.2, p.189 – 193, abr/jun. 2011.
Compartilhar