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1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 2 SISTEMA NERVOSO ................................................................................. 4 2.1 Sistema nervoso central ....................................................................... 4 2.2 Sistema Nervoso Periférico .................................................................. 8 3 COLUNA VERTEBRAL ............................................................................. 10 3.1 Curvaturas da Coluna Vertebral ......................................................... 12 4 DISTÚRBIOS NEUROLÓGICOS .............................................................. 13 4.1 Acidente Vascular Encefálico- AVE .................................................... 13 4.2 Distúrbios do Sono ............................................................................. 14 4.3 Demências ......................................................................................... 14 4.4 Cefaleia .............................................................................................. 15 4.5 Doença de Parkinson ......................................................................... 15 4.6 Doença de Alzheimer ......................................................................... 16 4.7 Esclerose múltipla .............................................................................. 16 5 DOENÇAS DA COLUNA VERTEBRAL .................................................... 17 5.1 Lombalgia ........................................................................................... 17 5.2 Escoliose ............................................................................................ 18 5.3 Osteoartrose da coluna ...................................................................... 19 5.4 Cifose de Scheuermann ..................................................................... 20 5.5 Espondilolistese ................................................................................. 21 5.6 Espondilólise ...................................................................................... 23 5.7 Fratura Vertebral Osteoporótica ......................................................... 24 5.8 Hérnia discal ....................................................................................... 25 6 O USO DO PILATES PARA GRUPOS ESPECIAIS ESPECIFICOS ........ 26 6.1 Período gestacional ............................................................................ 27 2 6.2 Pacientes com incontinência urinária e fecal ...................................... 28 6.3 Envelhecimento .................................................................................. 29 7 PILATES NA REABILITAÇÃO .................................................................. 30 8 PILATES NAS DOENÇAS NEUROLÓGICAS .......................................... 32 9 PILATES E COLUNA VERTEBRAL .......................................................... 33 9.1 Benefícios ........................................................................................... 34 9.2 Espondilolistese ................................................................................. 34 9.3 Hérnia de disco .................................................................................. 35 9.4 Hipercifose Scheuermann .................................................................. 37 9.5 Escoliose ............................................................................................ 37 9.6 Lombalgia ........................................................................................... 38 9.7 Osteoartrose da coluna ...................................................................... 39 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 40 3 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 4 2 SISTEMA NERVOSO O sistema nervoso controla uma série de funções orgânicas como movimentação, função glandular, pensamento, fonação, órgãos do sentido, entre outros. O sistema nervoso é dividido em sistema nervoso central (SNC) e sistema nervoso periférico (SNP): Fonte: anatomiaemfoco.com.br Sistema Nervoso Central: formada pelo encéfalo e medula espinhal (estruturas localizadas no esqueleto axial, dentro do crânio e do canal medular). Esta porção é especializada na recepção e interpretação de estímulos, de comando e desencadeadora de respostas. Sistema Nervoso Periférico: constituída pelas vias que conduzem os estímulos ao SNC (Sistema Nervoso Central) ou que levam até os órgãos efetuadores (músculos ou glândulas) as ordens emanadas da porção central. Esta porção está distribuída pelo corpo na forma de nervos cranianos e espinhais, gânglios e terminações ou receptores nervosos (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 2013). 2.1 Sistema nervoso central O Sistema Nervoso Central é formado pelo encéfalo e medula espinhal. Podemos dizer que ele se localiza dentro do esqueleto axial, mesmo que alguns 5 nervos penetrem no crânio ou na coluna vertebral. O encéfalo é resguardado pelo crânio e a medula espinhal pela coluna vertebral (JÚNIOR, 2020). Encéfalo: Tronco Encefálico: O tronco encefálico faz parte do encéfalo e é formado pelo bulbo (medula oblonga), ponte e mesencéfalo. Esse segmento do SNC está ligado ao cerebelo através dos pedúnculos cerebelares superior, médio e inferior. As principais funções do tronco encefálico são formar dez núcleos dos nervos cranianos (exceto olfatório e óptico); controle de atividades viscerais, glandulares e comportamentais; controle das atividades musculares da cabeça e pescoço e se ligar ao cerebelo; Bulbo: Essa região do tronco cerebral se limita superiormente com a ponte e caudalmente com a medula espinhal e possui duas faces que são anteriores (ou ventral) e posterior ou dorsal. O bulbo possui aproximadamente as seguintes medidas: 3 cm de comprimento, 1,5 cm de espessura e 2 cm de largura. As funções do bulbo são o controle da respiração e frequência cardíaca, passagem de tratos ascendentes e descendentes, controle do vômito, tosse e espirro; Ponte: A ponte é a região intermediária entre o mesencéfalo e o bulbo, a qual fica anterior ao cerebelo. Apresenta um comprimento de 2,5 cm, uma face anterior que é convexa e uma face dorsal côncava, na qual se encontra uma parte do quarto ventrículo. A principal função da ponte é transmitir impulsos nervosos vindos da medula e do bulbo para o córtex cerebral; Mesencéfalo: Constitui-se na parte superior do tronco cerebral, que faz fronteira com as estruturas do diencéfalo que margeiam o terceiro ventrículo. O mesencéfalo mede 2 cm e é atravessado pelo aqueduto cerebral (aqueduto do mesencéfalo), canal que liga o terceiro ventrículo ao quarto ventrículo, onde flui o líquido cerebrospinal (liquor).As funções do mesencéfalo são sediar os núcleos rubros e a substância negra e ser o centro de reflexos visuais e auditivos (colículos) (JÚNIOR, 2020, p.116). Cerebelo: É um órgão que faz parte do encéfalo e seu significado é “pequeno cérebro”. O cerebelo fica alojado na fossa cerebelar do osso occipital, e situa-se posterior ao bulbo e a ponte, constituindo parte do teto do quarto ventrículo. Essa 6 região é separada dos hemisférios pela tenda do cerebelo, que é uma prega de dura- máter. Apresenta um formato oval com uma constrição central, denominada vérmis. O cerebelo possui dois hemisférios que são direito e esquerdo e se conecta ao tronco encefálico através de três projeções que são os pedúnculos cerebelares superiores, médios e inferiores. Os pedúnculos cerebelares superiores se ligam ao mesencéfalo, os pedúnculos cerebelares médios se conectam a ponte e os pedúnculos cerebelares inferiores estão ligados ao bulbo. Sua superfície externa tem aspecto estriado, é formada por vários sulcos, denominados folhas do cerebelo. Entre os sulcos existem alguns mais pronunciados que são chamados fissuras, as quais se formam os lobos. As funções do cerebelo estão relacionadas ao equilíbrio corporal, a coordenação de movimentos precisos e inibição de músculos agonistas com estímulo aos músculos antagonistas, com isso limitando a amplitude dos movimentos articulares (JÚNIOR, 2020, p. 111). Medula Espinhal Fonte: auladeanatomia.com Encontra-se no canal vertebral e funciona como centro nervoso de atos invo- luntários e, também, como veículo condutor de impulsos nervosos para o encéfalo e vice-versa (ANDRADE FILHO, 2015). Possui dois sistemas de neurônios. Sistema ascendente: transporta sinais sensoriais do corpo e das extremidades do corpo (receptores sensitivos) até a medula e de lá para o tálamo, 7 depois para a região cortical que corresponde à região específica do corpo situada no córtex sensitivo; Sistema descendente: envia ordens elaboradas nos centros corticais específicos e controla funções motoras dos músculos, regula funções como pressão e temperatura e transporta sinais originados nos centros corticais até seu destino, em sua maioria músculos estriados esqueléticos (ANDRADE FILHO, 2015). Vale ressaltar que quase todos os impulsos tanto sensitivos como motores, res- pondem do lado oposto (contralateral) de onde partiu o impulso. Temos como exem- plo, se eu quiser movimentar meu braço direito é o hemisfério cerebral esquerdo ou região cortical motora (região motora do braço) que envia a ordem, da mesma maneira se eu furar o dedo direito é o hemisfério esquerdo ou a região cortical do dedo re- presentada no córtex sensitivo esquerdo que tornará esta dor consciente. Todas estas regiões corticais estão situadas na região mais superficial do córtex cerebral situado no telencéfalo que se divide em hemisfério direito e esquerdo (ANDRADE FILHO, 2015). Meninges Os órgãos do Sistema Nervoso Central são protegidos por estruturas es- queléticas (caixa craniana, protegendo o encéfalo; e coluna vertebral, protegendo a medula, também denominada raque) e por membranas denominadas meninges, situadas sob a proteção esquelética: dura-máter (a externa), aracnoide (a do meio) e pia-máter (a interna). Entre as meninges aracnoide e pia-máter há um espaço preen- chido por um líquido denominado líquido cefalorraquidiano ou liquor. Dura-máter: (mais externa e forma um saco fechado). Aracnoide: (média) em forma de teia de aranha. Pia-máter: (mais interna e delicada responsável pela forma do SNC), a pia- máter se adere ao tecido nervoso acompanhando seus giros e sucos. Subaracnóideo: contém o líquido cefalorraquidiano (liquor), sendo o mais importante, pois são neste espaço que são realizadas punções para exame do liquor e injeção de anestésicos (anestesia peridural ou raque) (ANDRADE FILHO, 2015, p. 285 e 286). 8 2.2 Sistema Nervoso Periférico Os nervos podem ser subdividimos em motores, sensoriais e mistos, ou seja, que desempenham as duas funções (IRIGOYEN et al, 2005). Os nervos sensitivos são aqueles capazes de perceber o ambiente e enviar informações para o encéfalo, onde são processadas e interpretadas; Os nervos motores são responsáveis por emitir uma reação em função dessa percepção de ambiente, sendo enviada uma nova informação de volta para os músculos ou órgãos; Os nervos mistos, portanto, fazem as duas funções (MOORE, 2018, apud DE SOUZA, 2021). Os nervos cranianos são numerados em algarismos romanos de I a XII, são identificados por suas funções no organismo e podem ser mapeados quando a sua localização no encéfalo e origem com base nos estudos de MOORE (2018) e DANGELO (2007). Fonte: todoestudo.com.br I- Nervo olfatório (NC I) O primeiro par de nervos cranianos é o nervo olfatório, sendo responsável pelo sentido da olfação. Um nervo exclusivamente sensitivo. Sua origem se dá na região olfatória das fossas nasais; II- Nervo óptico (NC II) O segundo par craniano é o nervo óptico, responsável pelo sentido da visão. Um nervo exclusivamente sensitivo. Sua origem se dá na retina, nos fotorreceptores, e as fibras formadas seguem em direção ao disco óptico; 9 III- Nervo oculomotor (NC III) O terceiro par craniano é o nervo oculomotor, a sua principal função é a movimentação do bulbo do olho e inerva o esfíncter da pupila e o músculo ciliar. Sua função é desempenhada juntamente com os nervos troclear (NC IV) e o nervo abducente (NC VI); IV- Nervo troclear (NC IV) O quarto par craniano, o nervo troclear, como mencionado anteriormente, também é responsável pela movimentação do bulbo do olho, atuando sobre o músculo oblíquo superior do olho; V- Nervo trigêmeo (NC V) O quinto par craniano, o nervo trigêmeo, é um nervo misto, ou seja, possui tanto função sensitiva, quanto motora. Entre suas principais funções estão a sensibilidade geral da face, de parte da língua e da meninge dura- máter e, ainda, possui sua função motora, sendo muito importante para a inervação de músculos responsáveis pela mastigação. Este nervo se ramifica em nervo oftálmico, nervo maxilar e nervo mandibular; VI- Nervo abducente (NC VI) O sexto par craniano, o nervo abducente, movimenta o bulbo do olho, juntamente com o nervo oculomotor (NC III) e nervo troclear (NC IV), através da inervação do músculo reto lateral; VII- Nervo facial (NC VII) O sétimo par craniano, o nervo facial, é um nervo misto, portanto possui funções sensitivas, sensoriais e motora. A sua função sensitiva se dá pela inervação das glândulas salivares. Sua função sensorial corresponde a inervação de 2/3 anteriores da língua, perfazendo o sentido da gustação. Sua função motora é realizada pela inervação dos músculos da mímica facial; VIII- Nervo Vestibulococlear (NC VIII) O oitavo par craniano, o nervo vestibulococlear, é nervo sensitivo. A porção vestibular é a responsável pelo equilíbrio e a porção coclear está relacionada à audição; IX- Nervo glossofaríngeo (NC IX) O nono par craniano, o nervo glossofaríngeo, é um nervo misto. Promove a inervação sensitiva especial e geral do terço posterior da língua. Também inerva a faringe e suas estruturas; X- Nervo vago (NC X) O décimo par craniano, o nervo vago, é um nervo misto. Realiza a inervação das vísceras, realiza a inervação parassimpática aos órgãos, além de inervar partes da laringe e da faringe; XI- Nervo acessório (NC XII) O décimo primeiro par craniano, o nervo acessório, um nervo misto. Sua principal função é motora, sendo responsável pela 10 inervação de alguns músculos. Além da função motora, possui ação sensitiva especial por auxiliar o vago na inervação de algumas vísceras; XII- Nervo hipoglosso (NC XII) O décimo segundo par craniano e o último par, o nervo hipoglosso, um nervo motor. Sua função se relaciona principalmenteà movimentação da língua, por isso seu nome (DE SOUZA, 2021). 3 COLUNA VERTEBRAL A coluna vertebral é considerada um pilar ósseo e está localizada no eixo me- diano do corpo, articulando-se com o crânio, as costelas e as raízes dos membros superiores e inferiores. Dentre suas funções, citam-se: suportar o peso do tronco e o distribuir para os membros inferiores; proteger a medula espinhal, gânglios e nervos espinais, vasos sanguíneos, conferindo mobilidade para o tronco (ANDRADE FILHO, 2015, p. 68). Fonte: patologia da coluna.com.br De acordo com NETTER (2011), a coluna vertebral, também chamada de espinha dorsal, estende-se do crânio até a pelve. Ela é responsável por dois quintos do peso corporal total e é composta por tecido conjuntivo e por uma série de ossos, chamados vértebras, as quais estão sobrepostas em forma de uma coluna, daí o termo coluna vertebral. A coluna vertebral é constituída por 24 vértebras + sacro + cóccix e constitui, junto com a cabeça, esterno e costelas, o esqueleto axial. 11 As vértebras ou espôndilos são peças ósseas irregulares que unidas formam a coluna vertebral. Em anatomia convencionou-se que a referência das vértebras é feita por abreviação, por exemplo, colocar a região da coluna (C para cervical, T para torácica, L para lombar, S para sacral e Co para coccígea) e o número da vértebra em algarismos romanos. As vértebras são em número de 33 e estão distribuídas nas regiões da coluna (ANDRADE FILHO, 2015). ● Região cervical: é formada por sete vértebras cervicais e é a parte de maior mobilidade da coluna vertebral. A coluna cervical estende-se da vértebra CI até CVII. Nesta região as vértebras possuem o menor corpo vertebral, com exceção da primeira e sétima vértebras. As vértebras atípicas da região cervical são CI e CII, enquanto as vértebras típicas são CIII, CIV, CV, CVI e CVII; ● Região torácica: é formada por doze vértebras. Cada vértebra se articula com um par de costelas. Estende da vértebra TI até TXII. No início da coluna torácica as vértebras apresentam um corpo em forma de coração e na parte distal, assemelham-se às lombares por ser uma região de transição; ● Região lombar: é formada por cinco vértebras e é nesta região que se con- centra todo o peso do tronco, por isso as vértebras são mais robustas e maiores. Estende de LI até LV; ● Região sacral: é composta por cinco vértebras fundidas (sinostose), fenô- meno que ocorre na idade adulta, constituindo assim um único osso mediano, denominado de sacro. Estende da vértebra SI até SV. O sacro articula-se superiormente com a quinta vértebra lombar, lateralmente com os ossos do quadril e inferiormente com o cóccix; ● Região coccígea: é formada por quatro vértebras, que também se fundem com a idade formando o cóccix, um osso pequeno e triangular. Estende de CoI até CoIV (ANDRADE FILHO, 2015). 12 3.1 Curvaturas da Coluna Vertebral Fonte: Gray´s Anatomia clínica para estudantes Postura pode ser definida como a posição que o corpo adota no espaço, bem como a relação direta das partes do corpo com a linha do centro de gravidade. A boa postura é caracterizada, principalmente, pelo alinhamento correto da coluna vertebral (GUADAGNIN, 2012). A coluna vertebral em ângulo anterior ou posterior deve ser linear, sem desvios ou curvaturas, no entanto, analisada em vista lateral deve apresentar curvaturas fi- siológicas. Estas curvaturas servem para aumentar a resistência da coluna, melhorar a distribuição de carga e evitar compressões. Reconhecemos a curvatura cervical e sacral como primárias e com o tempo, ou seja, a postura bípede desenvolve as cur- vaturas secundárias (cervical e lombar). São no total quatro as curvaturas fisiológicas da coluna vertebral, estão assim apresentadas: ● Lordoses: são as curvaturas que apresentam concavidade posterior, como nas encontradas nas regiões cervical e lombar. ● Cifoses: são as curvaturas que apresentam concavidade anterior, como nas encontradas nas regiões torácica e sacrococcígea (ANDRADE FILHO, 2015). 13 4 DISTÚRBIOS NEUROLÓGICOS Segundo WHO (2007), citado por SIMÃO (2017), as doenças neurológicas ou distúrbios neurológicos (DNs) são aquelas condições que afetam o sistema nervoso central ou periférico, causando incapacidade de longo prazo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2030 as DNs corresponderão a 6,77% da carga global de doenças, sendo as neuropsiquiátricas responsáveis por 2,43% e as cerebrovasculares e infecções neurológicas por 4,34%. Ainda segundo a OMS, a queda da taxa de mortalidade e o aumento da expectativa de vida contribuem para o aumento da incidência das DNs. Fonte: interfisio.com.br O indivíduo com comprometimento neurológico tem sua funcionalidade afetada, o que resulta em deficiências, limita as atividades e restringe a participação social. Além disso, esses indivíduos enfrentam redução em sua qualidade de vida e são mais susceptíveis a sintomas depressivos, o que pode dificultar sua capacidade de realizar programas diários de reabilitação, como a fisioterapia. Para que o processo de reabilitação seja eficaz é necessário considerar fatores como escolha e prazer do indivíduo, afim de determinar o grau de envolvimento do paciente em programas de reabilitação (NIEDERMEIER, 2017, SIMÃO, 2017). 4.1 Acidente Vascular Encefálico- AVE O acidente vascular encefálico (AVE) é uma síndrome neurológica que leva a uma anormalidade súbita do funcionamento do cérebro devido a um bloqueio da passagem do sangue para o encéfalo ou de uma hemorragia cerebral. Esta patologia 14 é causada por uma lesão decorrente a um mecanismo vascular e não traumático, logo se pode encontrar AVE’s secundários a uma embolia arterial e processos de trombose arterial ou venosa, o que poderá causar isquemia ou hemorragia cerebral (FRANÇA, 2004, apud DE BARCELOS, 2016). 4.2 Distúrbios do Sono O sono é um componente essencial do bem-estar físico e emocional. A falta ou interrupção do sono devido à insônia é um problema altamente prevalente. A ansiedade juntamente com o estresse, a depressão e a insônia, têm como características condições psiquiátricas generalizadas e altamente comórbidas no mundo, que são definidas como uma experiência emocional negativa na qual estão associadas às mudanças bioquímicas, cognitivas, comportamentais e psicológicas (BAKSHAEI, 2017, apud RODRIGUES, 2021). Segundo NEUBAUER (2013), citado por RODRIGUES (2021), a dificuldade em adormecer e manter o sono são problemas altamente prevalentes em pacientes com distúrbios neurológicos. Vários fatores geralmente contribuem para a insônia. Os distúrbios de sono ocorrem com uma frequência cada vez maior e trazem consigo consequências que requerem maior atenção. A qualidade do sono, em geral, afeta diretamente as funções tanto do cérebro quanto do organismo. De acordo com TURCO et.al (2011), citado por ARAUJO (2016), os conhecimentos sobre o sono e a descoberta de seus principais distúrbios foram desenvolvidos principalmente a partir de 1950 por Aserinsky e Kleitman que diferenciaram os movimentos oculares em lentos e rápidos. De acordo com REIMÃO e LEMMI (1986), citado por ARAUJO (2016), a apneia do sono tipo obstrutiva (ASO) e narcolepsia são considerados os principais distúrbios de sono. 4.3 Demências Atualmente, segundo PARMERA (2015), define-se demência como condição na qual ocorre decréscimo cognitivo comparado a um nível prévio do indivíduo, com comprometimento de suas funções sociais e funcionais. 15 Há várias propostas para a definição a ser adotada de demência, entre elas a do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM IV) (APA, 1994), na qual o comprometimento de memória é exigido necessariamente na apresentação, ademais deverá haver declínio em relação a um padrão prévio cognitivoe não poderá haver delirium concomitante durante a avaliação. Outras, como a do Grupo de Trabalho do National Institute on Aging (NIA) e Alzheimer’s Association (AA) propõem novos critérios que não exigem comprometimento de memória inicialmente, possibilitando sua aplicação para várias etiologias de demência. Esses últimos são, portanto, os critérios recomendados para a aplicação no Brasil pela Academia Brasileira de Neurologia (FROTA, 2011, apud PARMERA, 2015). 4.4 Cefaleia As cefaleias podem ser classificadas em dois tipos distintos: as cefaleias primárias e as secundárias. As cefaleias primárias podem ser conceituadas como crônicas de apresentação episódica ou contínua, de etiologia ainda desconhecida, mas de natureza disfuncional, não estrutural (KIRST, 2018). Já as secundárias são provocadas por doenças demonstráveis por exames clínicos ou laboratoriais, normalmente de caráter estrutural. Este artigo tem como objetivo uma breve discussão sobre as diferenças entre os principais tipos de cefaleias primárias a fim de direcionar o tratamento para atingir o melhor desfecho possível (KIRST, 2018). 4.5 Doença de Parkinson A Doença de Parkinson (DP) é uma doença neurodegenerativa, crônica e progressiva que afeta principalmente o sistema nervoso central (SNC), causando uma diminuição progressiva na produção de dopamina na substância negra. A DP ocorre pela morte de neurônios dopaminérgicos, sendo a dopamina um neurotransmissor que complementa a realização dos movimentos (LI, 2017, apud FIALHO, 2019). De acordo com FIALHO (2019), 16 [...] a dopamina é um neurotransmissor que atua principalmente no controle das funções motoras, cognitivas, sensações de prazer e motivação. É armazenada em vesículas dos neurônios da substância negra, a qual apresenta forte conexão com o corpo estriado através das vias nigro-estriatal e estriato-nigral. Na DP, ocorre uma depleção de dopamina do corpo estriado levando a morte celular que ocasiona na diminuição da concentração de transportadores de dopamina, o que justifica a disfunção das funções motoras no córtex e regiões do tronco cerebral dos acometidos. A morte dos neurônios dopaminérgicos é a principal relação ao desenvolvimento dos sintomas relatados pelos pacientes com DP, como discinesia, rigidez, bradicinesia, hipotensão ortostática e manifestações psiquiátricas. É uma doença que acomete predominantemente a população idosa com prevalência maior nos homens (1729 por 100.000, > 65 anos) do que nas mulheres (1644 por 100.000), e entre pessoas com mais de 80 anos de idade. Além disso, algumas patologias secundárias, que geralmente acompanham o perfil clínico do paciente, agravam ainda mais a doença, como a demência, com mais de 25% dos casos, e/ou depressão, com mais de 30% dos casos (CACABELOS, 2017, apud FIALHO, 219). 4.6 Doença de Alzheimer A doença de Alzheimer (DA) consiste em uma doença neurodegenerativa progressiva, irreversível e de aparecimento insidioso. Segundo BARROSO (2020), ela deve ser investigada na presença de sintomas cognitivo-comportamentais que interfiram nas atividades diárias, com declínio progressivo, não explicado por delirium ou outras desordens psiquiátricas, bem como presença de deterioração cognitiva relacionada à aquisição de novas informações, à realização de tarefas complexas, sintomas visuoespaciais, de linguagem, comportamento e personalidade. Dados obtidos na OMS (2019), citados por MORENO (2019), confirmam que a DA é um transtorno neurodegenerativo progressivo e fatal que se manifesta pela deterioração cognitiva e da memória, comprometimento progressivo das atividades de vida diária e uma variedade de sintomas neuropsiquiátricos e de alterações comportamentais. 4.7 Esclerose múltipla SANTOS (2007), citado por RABELO (2019), cita que: 17 [...] a esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune, inflamatória, neurológica e crônica que provoca lesões cerebrais e medulares. É caracterizada pela imprevisibilidade de seu curso, devido episódios repetidos de disfunção neurológica com remissão variável. De acordo com GUERREIRO (2019), a causa ainda é desconhecida. A hipótese patogênica mais aceitável é que a EM seja uma associação complexa entre uma predisposição genética com fatores ambientais desconhecidos que origina uma resposta autoimune ao próprio sistema nervoso, resultando na destruição dos oligodendrócitos, que são células responsáveis pela formação e manutenção das bainhas de mielina, que estão presentes nos axônios dos neurônios do SNC e por este motivo, ocorre a desmielinização, ou seja, uma deterioração da mielina. Essa resposta ocasiona em diminuição na condução dos impulsos nervosos e condiciona o aparecimento dos sintomas. Com a desmielinização, os pontos de inflamação causados pela resposta autoimune evoluem para uma esclerose, que é uma cicatriz causada pela perda dos oligodendrócitos e bainhas de mielina, não apresentando a mesma função do tecido original, com isso, há a perda da função tecidual em diversas regiões do tecido nervoso (ABEM, 2016, apud RABELO, 2019). 5 DOENÇAS DA COLUNA VERTEBRAL As doenças crônicas que afetam a condição musculoesquelética representam um dos principais problemas para a saúde da população brasileira, principalmente na fase produtiva da vida. Entre essas doenças, destacam- se os problemas crônicos de coluna, como as dores lombares, e os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT). DE OLIVEIRA (2015) relata que os problemas de coluna, também denominados de “dores nas costas”, englobam as cervicalgias, dores torácicas, ciáticas, transtornos dos discos intervertebrais, espondiloses, radiculopatias, e as dores lombares. 5.1 Lombalgia O termo “lombalgia” se refere à dor no segmento lombar da coluna vertebral. Quanto à duração dos sintomas, pode ser classificada como: aguda, se apresentar 18 duração de até 1 mês; subaguda, se apresentar duração até três meses; e crônica, caso se prolongue por mais de três meses desde o episódio inicial (PIRES, 2006, apud SANTOS, 2019). De acordo com HESTBAEK (2003), citado por SANTOS (2019), a dor lombar inespecífica é geralmente definida como uma sensação álgica, tensão muscular ou rigidez localizada abaixo da margem costal e acima das pregas glúteas inferiores, com ou sem dor nas pernas (ciático). Para a maioria dos pacientes nos cuidados primários, a fonte dos sintomas não pode ser especificada, por isso recebe o rótulo de inespecífica, configurando-se como uma condição de saúde comum que afeta a maioria dos adultos ao longo da vida. As exceções são aquelas com dor nas costas associada à radiculopatia ou estenose espinhal e a pacientes raros cuja lombalgia pode ser atribuída a uma doença ou condição como fratura, tumor ou infeção (HENSCHKE et al., 2009). Segundo HYUSMANS et al. (2018) o quadro álgico da lombalgia está muitas vezes associado à piora da capacidade funcional, sintomas depressivos, catastrofização, exagero no auto percepção da doença, cinesiofobia e é afetada por uma série de fatores genéticos, físicos, psicológicos, ambientais, culturais e sociais. 5.2 Escoliose O termo escoliose significa curvatura lateral da coluna, também definida como uma deformidade tridimensional que ocasiona alterações definitivas de ossos e tecidos moles, desencadeando transtornos estéticos e complicações futuras graves (MORETTI, 2020). Fonte: prosense.com.br 19 DE SÁ (2020) confirma o termo citado por MORETTI (2020) acima, afirmando que a escoliose é uma deformidade da coluna vertebral bastante complexa, caracterizada por um desvio tridimensional o qual promove uma torção generalizada, podendo gerar um desvio lateral no plano frontal, rotação vertebral no plano axial e ocorrência de lordose ou cifose no plano sagital. Escoliose idiopática A escoliose idiopáticaé o tipo mais comum e importante de escoliose estrutural, tem início na infância ou adolescência e tende a progredir até cessar o crescimento do esqueleto (MORETTI, 2020). Fonte: pedipedia.com.br Sua etiologia é 85% das vezes idiopática, pois muitos fatores causais ainda permanecem desconhecidos e seu tratamento, essencialmente, consiste do reconhecimento precoce, correção das posturas existentes e prevenção à evolução da mesma. Sua prevalência é de a cada 10 indivíduos com escoliose de nove são do sexo feminino e um do sexo masculino (SEGURA, 2011, apud DE SÁ 2020). 5.3 Osteoartrose da coluna A osteoartrose segundo PAEZANI (2014) citado por DE BARROS (2020), é um processo degenerativo de desgaste da cartilagem, que afeta, sobretudo as articulações que suportam peso ou as que realizam movimentos em excesso no corpo, como as vértebras lombares. A presença da degeneração entre as vértebras a caracteriza como uma doença crônica. 20 Devido sua cronicidade, a osteoartrite de coluna vertebral impulsiona os mecanismos inflamatórios neurogênicos, mediando a manifestação clínica de síndrome da dor miofascial (DUARTE et al., 2019). Além disso, a osteoartrite de coluna vertebral está associada à gravidade da calcificação aórtica abdominal, ao menor tempo em atividade física, a anormalidades metabólicas e à mortalidade por doenças cardiovasculares (ESTUBLIER, 2014, apud DE BARROS, 2020). A lesão se inicia após a perda significativa de líquido no interior do disco intervertebral, onde haverá diminuição deste espaço ocupado pelo disco, acarretando o contato direto entre as facetas das vértebras, contribuindo para uma esclerose na cortical óssea, ocorrendo uma neoformação óssea, ou seja, um crescimento ósseo nas margens das articulações sob a forma de osteófitos, popularmente conhecido como bico de papagaio (VIALLE, 2010, apud PAEZANI, 2014). Popularmente conhecida como “bico de papagaio” a osteofitose é uma anomalia óssea evidenciada pelo desenvolvimento irregular de tecido ósseo em torno de uma articulação das vértebras, sendo uma das doenças que mais atinge a população humana, responsável por dores fortes na coluna vertebral, sensação de formigamento e diminuição da força muscular, estando também associada diretamente a postura corporal e falta de exercícios (RIZZI et al., 2015, apud CONCEIÇÃO, 2020). 5.4 Cifose de Scheuermann Das deformidades que podem se desenvolver durante a infância e adolescência, a cifose Scheuermann ou doença de Scheuermann é uma deformidade relativamente comum, que surge predominantemente na puberdade e que apresenta uma prevalência de 0,4 a 8,3% da população geral, dependendo do diagnóstico que é baseado em critérios radiográficos ou clínicos Segundo DEFINO e HERRERO (2010), citados por CONCEIÇÃO (2020), a maioria dos pacientes com cifose de Scheuermann são tratadas convencionalmente, no entanto pacientes que apresentam com a cifose com grau maior que 80 é mais indicado que faça uma osteotomia, que é uma cirurgia que corrige um mau alinhamento de um segmento. Esta alteração foi primeiramente descrita por Scheuermann em 1921, que relatou acunhamento e achatamento das vértebras devido à necrose avascular da apófise anular do corpo vertebral, que culminava com quadro clínico de rigidez 21 articular e uma cifose mais acentuada quando comparada com o dorso curvo postural. Segundo BURANELLO (2011), a cifose de Scheuermann continua sendo muitas vezes incorretamente diagnosticada, ou até mesmo negligenciada, ou como dorso curvo postural ou como má postura, porém ela pode ser uma alteração estrutural grave da coluna vertebral, podendo provocar desde má aparência corporal até complicações cardiorrespiratórias. 5.5 Espondilolistese A espondilolistese é uma doença que pode ser desencadeada por fatores genéticos, fratura de vértebras, traumas e processos degenerativos (TEBET, 2014, apud ALVARENGA, 2020). Fonte: universosenior.com Segundo RODRIGUES et al. (2006), citado por CARVALHO, (2020), o escorregamento ocorre devido à presença de instabilidade no segmento acometido, geralmente como consequência da doença discal degenerativa, ocasionando sobrecarga nas facetas articulares, evoluindo com deformidade das articulações e deslizamento vertebral. Na espondilolistese ocorre alterações de funções e estruturas, o que gera um quadro álgico ao paciente. E isso pode vir a interferir nas atividades do dia a dia, devido a perda da amplitude de movimento, flexibilidade e fraqueza muscular. Assim, poderá haver dor durante movimentos da coluna, principalmente lombar, e também ao levantar para ficar de pé. Pode ocorrer também, uma alteração nos dermátomos devido a uma compressão de raízes nervosas e da cauda equina, o que poderá causar sintomas radiculares, além de dormência para os membros superiores e inferiores. 22 Em casos mais evoluídos, pode ocorrer restrições em atividades básicas como andar e subir e descer escadas (NASCIMENTO, 2016). De acordo com JASSI et al., 2010, citado por ALVARENGA (2020), a espondilolistese possui 5 classificações sendo elas: Displástica, Ístmica, Degenerativa, Traumática e Patológica. CLASSIFICAÇÃO DA ESPONDILOLISTESE I- DISPLÁTICA (CONGÊNITA) Anormalidade na formação do arco neural no nível L5-S1, que permite um deslizamento de L5 sobre S1. Os sintomas podem desenvolver após 8 anos de idade. II- ÍSTMICA (ESPONDILOLÍTICA) A mais comum, causada pela falência por fadiga dos pares articulares devido a estresse repetitivo em extensão/ torção. Sua incidência é maior no nível L5-S1 de adolescentes e adultos jovens. Uma cifose toracolombar é uma das causas predisponentes. III- DEGENERATIVA Degeneração do disco e/ou instabilidade intersegmentar. Uma hipomobilidade em L5-S1 pode causar hipermobilidade em L4-L5, tornando possíveis alterações degenerativas como deslizamento anterior. Ocorre mais frequentemente em mulheres acima dos 40 anos. IV- TRAUMÁTICA São as fraturas agudas dos pares articulares e curam-se bem com imobilização. V- PATOLÓGICA Metástases e doença reumática são suas causas mais comuns. Outras patologias como tuberculose, doença se Paget e sífilis podem enfraquecer o tecido da vértebra e torna-la mais susceptível a danos. Assim como acontece na traumática, esses casos frequentemente acometem todo o segmento vertebral, não sendo um problema particular dos pares articulares. Fonte: JASSI et al. (2010) 23 5.6 Espondilólise Fonte: cirurgiadacoluna.com.br Segundo LEONE et al. (2011), citado por LEWIS (2019), a espondilólise é um defeito ósseo da coluna vertebral, mais especificamente, uma fratura por estresse que ocorre nos pares interarticular, podendo ser unilateral ou bilateral. A fratura envolve a separação da vertebra em dois segmentos, sendo o anterior composto pelo corpo vertebral, processos transversos e processos articulares superiores e o posterior pelos processos articulares inferiores, lâminas e processo espinhoso. A patogênese da espondilólise permanece controversa. Vários estudos se referem a predisposição genética hereditária e forte associação à espina bífida oculta. Porém, o mecanismo mais provável para a espondilólise é, no entanto, multifatorial com a fratura por estresse a ocorrer devido a microtrauma repetitivo em condições anatômicas com predisposição congênita, ou devido à displasia dos pares interarticulares (MOÇO, 2020). GOETZ (2020) afirma que a junção lombossacral é a área com maior predisposição para desenvolver uma espondilólise. Este fato é devido à sua anatomia e biomecânica única. A face anterior dos processos interarticulares inferiores de L5 bloqueiam as facetas sacrais posteriores, impedindo o deslizamento anterior do corpo vertebral de L5 sobre o sacro. 24 5.7 Fratura Vertebral OsteoporóticaA osteoporose é uma doença osteometabólica do tecido ósseo, caracterizada por perda gradual da massa óssea, que enfraquece os ossos por deterioração da microarquitetura tecidual óssea, tornando-os mais frágeis e mais suscetíveis a fraturas (HEBERT, 2017, apud NISHIMORI, 2019). A fratura é a consequência clínica da osteoporose. Em mais de 85% dos casos, a mesma ocorre devido a quedas. Os locais de maior ocorrência são vértebras, punhos e região proximal do fêmur. Em alguns casos as fraturas vertebrais podem ocorrer sem sintomas, porém, à medida que aumentam em número e intensidade, podem estar associadas a grau significativo de morbidade. No entanto, apenas 25% a 30% dos pacientes com esse tipo de fratura são diagnosticados clinicamente (são sintomáticos) (PEREIRA, 2002, apud NISHIMORI, 2019). De acordo com estudos de STOLNICKI (2016), citado por NISHIMORI (2019), [...] um paciente com uma fratura vertebral tem quase cinco vezes mais risco de uma futura lesão semelhante e o dobro do risco para fratura do quadril e outras fraturas não vertebrais. Pacientes que sofreram fratura do punho têm quase duas vezes o risco relativo de uma futura fratura do quadril. Segundo PEREIRA (2020), [...] as fraturas vertebrais são as manifestações clínicas mais comuns da osteoporose e estão associadas a elevada morbimortalidade. Vários fatores, incluindo história pessoal ou familiar de fraturas, densidade mineral óssea e idade aumentam o risco de fraturas. No entanto, o mecanismo molecular subjacente pelo qual esses fatores levam ao aumento do risco não é totalmente compreendido. 25 5.8 Hérnia discal Fonte: revistareacao.com.br Segundo GUIDA (2020), o disco intervertebral é uma estrutura única, com capacidade de absorver choques e resistir à deformação induzida pela carga. É composto por uma estrutura externa rígida, designada anel fibroso, e uma estrutura interna gelatinosa, chamada núcleo pulposo. A hérnia de disco é proveniente de alterações anormais da estrutura do disco intervertebral, em que há um comprometimento das raízes nervosas devido a um extravasamento do núcleo pulposo localizado dentro do anel fibroso, as raízes nervosas podem ficar comprometidas por um mecanismo de ação direto ou indireto, quando for mediante compressão ou irritação nervos gerará sintomas, como a dor irradiada, parestesia, formigamento, dentre outros (SUSSELA, 2017, apud GUIDA, 2020) Na caracterização de hérnia discal, pode-se levar em conta tanto o núcleo pulposo como o anel fibroso para deslizar, causando um comprometimento e pequena hérnia local, sendo considerado um grau leve de comprometimento, porem caso os dois venham deslizam juntos e comprometendo uma área de maior proporção, já se determina um grau elevado, devendo ser investigado através de exames clínicos e exames complementares como os de imagem, para uma possível intervenção cirúrgica (SILVA, 2006, apud PAEZANI, 2014). 26 TIPOS DE HÉRNIAS ABAULAMENTO DISCAL esta é a primeira etapa onde se inicia a patologia, a patologia é quando o disco invertebral começa a apresentar algumas fissuras em suas fibras, alterando a forma do disco PROTRUSAS O disco se alarga, mas contém o líquido gelatinoso no seu centro. A base do disco se avoluma e fica mais larga que o diâmetro de origem. As paredes do disco poderão tocar em regiões e áreas de grande sensibilidade nervosa, gerando dores e incapacidades EXTRUSAS É uma condição ortopédica muito frequente que afeta os discos intervertebrais da coluna que funcionam como verdadeiros amortecedores. A patologia se dá quando há o rompimento desse anel fibroso e o conteúdo gelatinoso interno ou núcleo pulposo sai por meio de uma fissura na membrana, havendo perda de contato dos fragmentos extravasados com o seu meio interno. SEQUESTRADAS A hérnia de disco sequestrada é aquela que rompe a parede do disco e o líquido gelatinoso migra para dentro do canal medular, para cima ou para baixo. Além da pressão na raiz nervosa, provoca inflamação e compressão contínua. É o tipo de hérnia que provoca a chamada dor química, pois esse núcleo pulposo, quando fora do seu ambiente natural, tem propriedades químicas ácidas e provoca dores insuportáveis. O paciente se apresenta com postura antálgica, inclinando o tronco para o lado que lhe dê conforto. Neste caso, a melhora só será possível com medicamentos, repouso ou até mesmo cirurgia. Fonte: VIALLE, 2010 6 O USO DO PILATES PARA GRUPOS ESPECIAIS ESPECIFICOS MENDES (2015), citado por DE CARVALHO (2021), relata que a falta de uso da musculatura é considerada o grande motivo da perda da flexibilidade em idosos, causando a diminuição da amplitude das articulações, devido ao enrijecimento dos ligamentos, tendões e músculos. No entanto, esse acontecimento não se restringe somente aos idosos, se aplica também às demais faixas etárias, pois o desuso de qualquer musculatura acarreta perdas de capacidades funcionais. Dessa forma, segundo UENO et al. (2000), citado por DE CARVALHO (2021), a prática de exercícios físicos proporciona ganhos de flexibilidade, suavizando as 27 perdas decorrentes da idade e proporcionando melhora na realização de atividades do dia a dia. 6.1 Período gestacional Fonte: cordvida.com.br A mulher no período gestacional passa a conviver com diferentes alterações no corpo, as quais são necessárias para o desenvolvimento do feto. Sua posição anteriorizada dentro da cavidade abdominal, além do aumento do peso e tamanho das mamas, são fatores que contribuem para o deslocamento do centro de gravidade da mulher para cima e para frente, podendo acentuar a lordose lombar e promover uma anteversão pélvica. Assim, essas mudanças ocasionam limitações e dores. Entre as dores mais comuns, são referidas as lombalgias. SILVA e CARVALHO (2011) citado por GARDENGHI (2019), reforçam que as mulheres em período gestacional apresentam um risco aumentado de queixas musculoesqueléticas, principalmente lombalgia, o que ocorre em função de uma série de mudanças hormonais e biomecânicas, que são características dessa fase. Os mesmos autores acrescentam que a lombalgia gestacional é um problema de saúde que limita a gestante, principalmente por interferir em suas atividades de vida diária e na qualidade de vida da mulher neste período específico. Ao praticar o Pilates, a gestante passa a reorganizar o seu centro de força, como as partes que envolvem o abdome, quadril e coluna lombar, sendo que a prática variada, com poucas repetições, concentração, precisão de movimentos e fluidez, favorece a melhora da postura e reduz as compensações comuns desse período, 28 prevenindo e/ou amenizando as dores na coluna vertebral. Além disso, o método alonga e relaxa os músculos, fortalece a musculatura perineal, possibilitando um melhor preparo para o parto e pós-parto, estimula a circulação, desenvolve a consciência corporal, melhora a respiração, aumenta a percepção de bem-estar, e melhora a autoestima (GARDENGHI, 2019). 6.2 Pacientes com incontinência urinária e fecal Os músculos do assoalho pélvico têm importantes funções, contraem-se para manter a continência urinaria e fecal e relaxam-se permitindo o esvaziamento intestinal e vesical, evitam o deslocamento dos órgãos pélvicos e participam da responsividade sexual feminina normal, sendo extremamente distendidos para permitir o parto. Mas, devem-se contrair novamente durante o pós-parto para permitir a continuidade das suas diversas funções (BEREK, 2005). A incontinência urinária, a incontinência fecal, o prolapso de órgãos pélvicos, e as disfunções sexuais são problemas que acometem um grande número de pessoas em todo o mundo. Durante muito tempo a abordagem cirúrgica representou a solução clássica para alguns destes desconfortos, porém, diante de recidivas, e agravamentodo prognóstico a fisioterapia uroginecológica conquistou seu espaço e atualmente representa a primeira opção de tratamento para muitos pacientes e profissionais da área, visto que em busca de restabelecer as funções naturais do assoalho pélvico as formas de tratamento fisioterápico raramente causam efeitos colaterais (RAMOS, 2006). Uma das opções de tratamento é o treinamento funcional do assoalho pélvico, que consiste em contrações específicas dos músculos que o compõem e tem como benefícios a melhora da percepção e consciência corporal da região pélvica, o aumento da sua vascularização, tonicidade e força muscular. Com estes exercícios perineais podem-se prevenir e tratar diversos problemas que surgem com o enfraquecimento dos músculos pubococccígeos (BIANCO, 2004). Benefícios: O método é uma eficiente ferramenta para o fortalecimento da musculatura extensora de tronco. Atenua os desequilíbrios entre a função dos músculos envolvidos na flexão e extensão de tronco, diminuindo o risco de 29 desenvolver distúrbios da coluna lombar (KOLYNIAK, 2004, apud ANDREAZZA, 2017). Outro benefício do método Pilates em aparelhos citado por BERTOLLA (2007), é de que com um programa de um mês com três aulas semanais o método promove incremento na flexibilidade com efeitos crônicos, ou seja, após um período sem praticar os exercícios os benefícios atingidos permanecem. Isto foi comprovado em pesquisa realizada com atletas que praticavam futsal, população que apresenta tendência a desenvolver encurtamentos da musculatura posterior da coxa. 6.3 Envelhecimento FERREIRA (2012), citado por LEÃO (2019) diz que: [...] o envelhecimento pode ser entendido como um processo dinâmico e progressivo, marcado por alterações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas. Essas modificações determinam a progressiva perda da capacidade de adaptação ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos, podendo levar o indivíduo à morte. A capacidade funcional pode ser definida como a manutenção da capacidade de realizar Atividades Básicas da Vida Diária (ABVD) e Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVD). Essas atividades são fatores importantes na gestão e nos cuidados com a própria saúde. Segundo CARVALHO FILHO (2006), citado por FERREIRA (2012), como uma de suas consequências, o envelhecimento traz a diminuição gradual da capacidade funcional, a qual é progressiva e aumenta com a idade. Assim, as maiores adversidades de saúde associadas ao envelhecimento são a incapacidade funcional e a dependência, que acarretam restrição/perda de habilidades ou dificuldade/incapacidade de executar funções e atividades relacionadas à vida diária. Tais dificuldades são ocasionadas pelas limitações físicas e cognitivas, de forma que as condições de saúde da população idosa podem ser determinadas por inúmeros indicadores específicos, entre eles a presença de déficits físicos e cognitivos. 30 Fonte: revistapilates.com.br Segundo VEIGA (2019), o envelhecimento pode ser compreendido como diminuição da reserva funcional dos indivíduos, um processo natural, dinâmico e progressivo, caracterizado por diversas manifestações nos campos biológicos, psíquico e social que não estando associado a doença, não trazem problema algum Estudos realizados pelo mesmo autor, apontam os benefícios da inclusão de atividades físicas de resistência muscular e aeróbicas na rotina dos idosos, como forma de minimizar complicações do processo de envelhecimento, como perda de funcionalidade, flexibilidade e consequentemente de equilíbrio. Dentre as diversas possibilidades de atividade física para idosos, o método Pilates se tornou uma modalidade procurada, testada e aprovada como benéfica para estes fins, à medida que as pessoas ficam mais vulneráveis, objetivando a melhora da qualidade de vida. De acordo com CAMARÃO (2004), citado por VEIGA (2019), o método de Pilates contribui diretamente na manutenção corporal, nas capacidades físicas, aperfeiçoamento de habilidades, possibilita trabalhar o corpo de forma global, corrige a postura, realinha a musculatura e desenvolve a estabilidade corporal, força e equilíbrio. Age no quadro álgico dos pacientes, com impacto positivo na saúde física, mental e na longevidade do idoso. 7 PILATES NA REABILITAÇÃO Segundo NOBRE (2020), o Pilates tem como objetivos: 31 Automatizar procedimentos de recrutamento muscular; Realizar o ajuste da postura e Ampliar o condicionamento muscular No Pilates recomenda-se a utilização de seis princípios, conforme relata SHEDDEN (2006), citado por DA SILVA (2018): Concentração; Controle; Precisão; Fluidez do movimento; Respiração e Utilização do centro de força. Segundo o princípio da concentração, durante todo o exercício, a atenção é voltada para cada parte do corpo, afim de que o movimento seja realizado com a maior eficiência possível. Assim, a mente é estimulada pela variedade de exercícios que trabalham a coordenação motora e a memória pelo princípio da concentração. O controle na execução dos movimentos alcança a harmonia e aprimora a coordenação motora e, por meio da precisão dos movimentos objetiva-se obter a qualidade destes e o realinhamento postural do corpo (SILVEIRA, 2016, apud NOBRE 2020). Os mesmos autores citados acima, relatam que o centro de força é constituído pelos músculos profundos e superficiais do abdômen, principalmente o transverso, assoalho pélvico, multífidos, diafragma e músculos da região lombar. Este centro de força funciona como suporte, responsável pela sustentação da coluna e órgãos internos, bem como estabilização do tronco, manutenção da postura correta. Joseph Pilates enfatizava a respiração como o fator primordial, sendo que a inspiração ocorre como preparação para o movimento e a expiração enquanto o executa. A maior oxigenação cerebral é capaz de reduzir dores de cabeça e os níveis de estresse. As cefaleias do tipo tensional (provocadas por estresse e tensão) são as que apresentam maior melhoria com esses exercícios. Em casos de estresse, o ideal são atividades que mudem o foco do pensamento e promovam relaxamento (ZEN, 2015, apud NOBRE, 2020). 32 8 PILATES NAS DOENÇAS NEUROLÓGICAS Segundo dados colhidos por MEDICINENET (2016), citado por BUENO (2019), os benefícios do método Pilates são importantes na medida que conservam a atividade muscular e a flexibilidade tornando os parkinsonianos capazes de realizar atividades funcionais com mais facilidade e por mais tempo possível; além de sua ação sobre a motricidade, existem também os fatores cognitivos e psicológico, incentivando posturas e atitudes positivas perante a vida. Dentro das possibilidades de exercício físico uma opção de treinamento para os pacientes com Parkinson e de Alzheimer é o método de exercício Pilates, uma atividade física de fácil adaptação em diferentes condições física e condições de saúde, além de ser recomendado para várias populações diferentes, segundo citação de MOLLINEDO-CARDALDA et al. (2018), apud DE FARIA, (2019). O método pilates é adaptável a diferentes populações e trabalha de maneira focada na melhora do equilíbrio, força, postura, respiração, controle muscular e flexibilidade. Devido a sua aplicação de maneira específica, pode melhorar os sintomas cardinais da doença de Parkinson e de Alzheimer, de modo a refinar a qualidade do movimento, reduzir problemas secundários, ampliar a independência e segurança dos indivíduos (MOLLINEDO-CARDALDA et al., 2018, apud DE FARIA, 2019). SUAREZ-IGLESIAS et al. (2019), citado por DE FARIA (2019), em uma revisão sistemática sobre o efeito do pilates no indivíduo com Parkinson indica que o pilates leva a aumentos na força dos membros inferiores e na autonomia funcional que podem traduzirem melhorias em sua mobilidade funcional, permitindo que eles enfrentem atividades diárias com maior segurança e eficiência. Segundo CORDEIRO (2020), retardar os impactos causados pela esclerose múltipla é um dos principais pontos discutidos e pesquisados atualmente. Dentre o tratamento não farmacológico, está a prática de atividade física (aeróbica, anaeróbica ou de cognição) visando instaurar as capacidades funcionais do indivíduo e, consequentemente a melhora da sua qualidade de vida. Nesse sentido, o método Pilates obtém espaço com princípios que envolvem concentração, equilíbrio, ativação de músculos profundos, musculatura estabilizadora de tronco, centro de força melhoria da capacidade respiratória. 33 Estudos mostram que o Pilates pode ser uma ferramenta eficaz para o fisioterapeuta na reabilitação, apresentando benefícios variados e poucas contraindicações. Mostrando, assim que o Pilates pode ser utilizado pelo fisioterapeuta na reabilitação de diferentes populações e disfunções, sempre seguindo os princípios do método e respeitando as condições individuais. Contudo ainda se faz necessário maior número de pesquisas com amostras maiores e abordando mais variáveis (KUBSIK-GIDLESWSKA, 2017, apud CORDEIRO, 2020). Apesar de que os benefícios do exercício físico para a esclerose múltipla sejam bem descritos na literatura, em sua maior parte trata-se de estudos focados em exercícios aeróbicos, de fortalecimento ou ainda combinados. Contudo a maior parte dos indícios disponíveis têm registrado os efeitos positivos do uso do método na reabilitação de pacientes com esclerose múltipla (BULGUROGLUA, 2017, apud CORDEIRO, 2020). 9 PILATES E COLUNA VERTEBRAL O Método Pilates vem sendo utilizado no tratamento de disfunções na coluna vertebral, trazendo entre outros benefícios a melhora das funções e do quadro álgico do paciente. Por meio de exercícios que podem ser realizados no solo, com auxílio de acessórios como bola, halteres e caneleiras, é possível proporcionar aumento da força dos músculos estabilizadores da coluna, melhora da flexibilidade e maior resistência muscular do corpo como um todo; estes são fatores importantes a serem recuperados em pacientes com patologias na coluna (OLIVEIRA, 2013, apud ALVARENGA, 2020). Segundo COIMBRA e COIMBRA (2019), o alongamento de um grupo muscular ou de cadeia muscular pode melhorar a postura e reestabelecer o movimento fisiológico do segmento corporal correspondente. Além de promover um aumento da flexibilidade, na qual é essencial para manter a autonomia funcional e garantir uma melhor qualidade de vida ao paciente. Já SILVA (2014), relata que os exercícios de estabilização de tronco são realizados com precisão, movimentos lentos e fluidos garantindo uma isometria muscular e baixa intensidade. Possibilita diminuição do quadro álgico e garantindo a ativação do multífido lombar e transverso do abdome. ALVARENGA (2020) em seus estudos relata que: 34 [...] a musculatura abdominal apresenta grande importância na estabilização lombopélvica. A fraqueza desta musculatura permitirá uma ativação maior do músculo psoas, que com o tempo poderá levar a uma hiperlordose devido a movimentação excessiva de ante versão pélvica, assim ocasionando alterações incluindo a espondilolistese. Segundo DA FONSECA et.al.(2019), citado por ALVARENGA (2020), os músculos abdominais possuem um trabalho importante na estabilização lombar, proporcionando assim uma melhor na postura. Uma vez que os mesmos apresentam uma fraqueza, podem permitir uma maior mobilidade articular, levando assim a um aumento da lordose lombar. 9.1 Benefícios Entre os benefícios NOBRE (2020) cita: Aumento da densidade óssea; Melhoria da flexibilidade nas articulações e postura; Aumento da capacidade respiratória e cardiovascular, proporcionando satisfação total aos praticantes que desejam obter melhoria da qualidade de vida; Alongamento e/ou relaxamento de músculos encurtados ou tensionados demasiadamente; Fortalecimento ou aumento do tônus dos músculos estirados ou enfraquecidos; Diminui os desequilíbrios musculares. 9.2 Espondilolistese No tratamento da espondilolistese, os exercícios de ponte e elevação pélvica são preceptores de maior ativação próximo às vertebras, especificamente a L5, atingindo os músculos do abdômen e os paravertebrais, transferindo altos níveis de contração e trazendo consigo uma relação entre o sistema nervoso central e o periférico, controlando os músculos. Sendo assim, exercícios que promovem a contração independente dos músculos profundos do tronco, cocontracão do 35 transverso do abdômen e multífido, têm efeitos benéficos na redução da dor e incapacidade em pacientes com lombalgia crônica (CHO; KIM; KIM, 2014). Segundo ANILE (2016), citado por ALVARENGA (2020), no Pilates, a maioria dos exercícios são realizados deitados, havendo assim redução dos impactos nas articulações de sustentação do corpo. Esta diminuição da carga é também manifestada na coluna vertebral, particularmente na região lombossacra, permitindo uma recuperação das estruturas musculares, articulares e ligamentares que estejam lesadas. 9.3 Hérnia de disco O Pilates é um importante aliado no tratamento dos sintomas da hérnia de disco lombar. O método se mostra bastante eficaz no auxílio a reabilitação, principalmente a curto prazo, proporcionando melhora dos sintomas e evitando a reincidência da doença. O paciente com hérnia de disco lombar pode ser reabilitado com o Pilates, a literatura aponta como benefícios do método a melhora do condicionamento físico, da circulação, da postura, diminuição da dor, da força muscular, da flexibilidade, da consciência corporal e da coordenação motora. Esses benefícios ajudariam a prevenir lesões e proporcionar alívio das dores crônicas (SILVA, 2009, apud DE CARVALHO, 2017). Segundo DE CARVALHO (2017), o pilates pode ser realizado em qualquer fase da patologia aguda, subaguda ou crônica cada fase com determinado tipo de trabalho: Fase aguda: pode ser associado com técnicas, como a reeducação postural global; Fase subaguda: os exercícios devem ser feitos com apoio de preferência na posição dorsal para evitar o esforço inadequado da musculatura; Fase crônica: os exercícios devem focar as compensações existentes, encurtamentos musculares, postura e equilíbrio. Contra-indicações: Os exercícios de flexão são contra-indicados nas hérnias discais agudas e nas protrusões discais difusas acentuadas, com dor grave. Já os exercícios de extensão estão indicados nas protrusões difusas e focais do disco, fora do período agudo doloroso. Indicações: As possíveis indicações do método Pilates têm sido motivo de estudo devido o número de incidência e o grande ônus que impõem aos serviços de saúde. Sobre o tratamento da dor lombar, concluiu-se que os exercícios são o 36 tratamento mais eficaz para esta disfunção tanto a longo como em curto prazo, principalmente os exercícios que seguem os princípios do método como a contração dos músculos abdominais e dos multífidos associados à respiração, pois a utilização desses princípios, proporcionam ao indivíduo estabilização da coluna lombar e consequentemente a diminuição da dor (DE CARVALHO, 2017). Objetivo: O objetivo do pilates na reabilitação da hérnia de disco é o equilíbrio funcional de toda musculatura envolvida na coluna, fazendo o alongamento da musculatura tônica e contraindo a dinâmica para melhorar as possíveis compensações, realiza a decoaptação das articulações para descompressão das raízes nervosas. TREINO/ PROGRAMA: O programa deve incluir exercícios de flexibilidade e alongamento, com aumento gradual em sua execução. É um método de treinamento contra resistência que trabalha com exercícios musculares de baixo impacto, envolve exercícios integrados econtrolados, em que o corpo e a mente se influenciam mutuamente, sendo esta a característica que estabelece a diferença entre outras formas de exercício físico. O método pode ser utilizado por indivíduos que procuram melhorar sua qualidade de vida, mais também por indivíduos que apresentam alguma patologia neurológica, lesões ortopédicas, dores crônicas (RODRIGUES, 2006 por DE CARVALHO, 2017). O treino geralmente é iniciado na posição deitada, mas deverá progredir para as posições, sentada, em pé e em quatro apoios. O profissional de fisioterapia é o responsável em ensinar ao paciente a localização dos músculos. A contração dos músculos deve ser mantida a ao mesmo tempo em que são realizados movimentos dos membros com o tronco apoiado; ou seja, a musculatura global passa a ser solicitada associada a local. Nesta fase inicia-se o treino de atividades do dia a dia, como sentar e levantar corretamente, mantendo uma boa postura (RODRIGUES, 2006 por DE CARVALHO, 2017). Nos últimos estágios, GALLAGHER (2000), citado por DE CARVALHO (2017), enfatiza que o trabalho de fortalecimento dos músculos estabilizadores da pélvis (glúteos) deve ser contínuo, pois o alinhamento desta região influencia na distribuição de cargas na coluna lombar. Além disso, é feita a reeducação de atividades da vida diária do indivíduo. É fundamental que a escolha dos exercícios seja criteriosa para cada paciente. Para isso, o profissional que vai receber o paciente com quadro álgico 37 no estúdio de Pilates deve ter conhecimento para determinar quais exercícios são mais indicados a partir de uma avaliação, evitando o risco de novas lesões ou a piora do quadro. 9.4 Hipercifose Scheuermann Segundo CONTIN (2016), o tratamento da hipercifose de Scheuermann é realizado de forma conservadora, desde que o ângulo de Cobb seja inferior a 75º e não haja evolução muito rápida do quadro degenerativo das vértebras em deformidade. O tratamento conservador consiste na reeducação postural e reforço muscular, incluindo exercícios de core-training para fortalecimento da musculatura posterior do corpo, além de exercícios que estimulem a flexibilidade, ainda assim, em alguns casos pode ser indicado o uso de órteses. O método Pilates consiste em uma forma de condicionamento do corpo, que engloba exercícios com ênfase no power house, responsável pela estabilização estática e dinâmica do corpo. Esse método tem sido aplicado para diferentes finalidades, tais como condicionamento físico, treinamento de atletas e reabilitação. No que diz respeito à reabilitação, ainda são incipientes os estudos que mostrem evidências científicas dos benefícios relatados empiricamente pelos praticantes, principalmente aos relacionados com a postura corporal (BLUM, 2002, apud CONTIN, 2016). 9.5 Escoliose A técnica de Pilates, se divide em: exercícios no solo (com e sem material: bola, overball, rolo, magic circle, entre outros) que se caracterizam por serem de caráter educativo, ou seja, enfatizam o aprendizado da respiração e centro de força, além de auxiliar ou dificultar o movimento, aumentando a instabilidade da coluna vertebral, exigindo mais dos músculos estabilizadores; exercícios com aparelhos: que envolvem uma larga possibilidade de movimentos, todos eles realizados de forma rítmica, controlada, associada à respiração e correção postural (MCMILLAN et al, 1998; p. 101-7, apud VASCONCELOS, 2019). Nas correções de desvios laterais de coluna, bem como nos exercícios de extensão de coluna, os graus de escoliose e tipo, devem ser avaliados. Os exercícios 38 do método Pilates são, em sua maioria, executados na posição deitada, havendo diminuição dos impactos nas articulações de sustentação do corpo na posição ortostática e, principalmente, na coluna vertebral. O Pilates é uma ferramenta capaz de modificar e trazer efeitos positivos aos desvios posturais, assim, considera-se como uma prática capaz de melhorar a postura e promover bem-estar e autoestima, além de possuir excelente aceitação entre as crianças e adolescentes, segundo SANTOS (2021). VASCONCELOS (2019) em seus estudos diz que o objetivo do tratamento com o Método Pilates na escoliose, será evitar que essa deformidade continue. Os exercícios específicos realizados para tratar escoliose incluem uma série de movimentos físicos para a escoliose, executados com o objetivo terapêutico de reduzir a deformidade, alterando os tecidos moles da coluna vertebral. A respiração também é responsável por relaxar o corpo e ativar o Power House ajudando na estabilização da coluna, oxigenando os músculos e contribuindo para a postura correta. Contudo, é indicada a continuidade da intervenção, a fim de obter melhores ganhos posturais. Outros objetivos citados por VASCONCELOS (2019) são: O treinamento da estabilização central ou do core, que representa a base do método, consiste no recrutamento dos músculos multífidos e transverso do abdômen em atividades funcionais, pois a contração desses músculos aumenta a rigidez do tronco e a pressão intra-abdominal, com carga mínima para a coluna lombar. O grau de fortalecimento proporcionado pelo Pilates contribui para um melhor alinhamento postural, devido a uma melhor relação entre músculos agonistas e antagonistas, relacionados ao equilíbrio postural e articular, otimizando os quadros de escoliose. 9.6 Lombalgia O Pilates, segundo DA SILVA (2018), reduz os níveis do quadro álgico do paciente e, consequentemente, os prejuízos causados pela dor nas atividades de vida diária e de vida prática. O trabalho resistido e alongamento dinâmico, associados com a respiração, realizados durante a execução dos exercícios promovem um fortalecimento uniforme dos músculos do centro de força (musculatura abdominal), proporcionando maior estabilidade ao segmento lombar, podendo assim ser eficaz na eliminação do quadro álgico, o que justifica sua prescrição. LIM (2011), citado por DA SILVA (2018), relata que os exercícios propostos pelo método Pilates são comumente utilizados na prática clínica dos profissionais 39 fisioterapeutas e com resultados satisfatórios, contudo, há pouca evidência na literatura científica sobre a sua efetividade em pacientes com lombalgia crônica. 9.7 Osteoartrose da coluna Os exercícios físicos atualmente vêm sendo utilizados tanto no tratamento quanto na prevenção de diversas patologias crônico-degenerativas entre elas a osteoartrose. Apesar do método Pilates também preconizar o fortalecimento de outras regiões do corpo, como a musculatura de membros superiores e inferiores, pouco se sabe sobre como o mesmo atua na força muscular destes grupos (OSTERNO, 2018). A Técnica do Pilates quando aplicado a pessoas que possuem osteoartrose, tem se demonstrado eficaz. Umas das vantagens está no fortalecimento muscular que o mesmo proporciona, inclusive promovendo o bem-estar, correção postural e percepção de movimentos, não apresentando contraindicações aparentes aos pacientes e podendo ser praticada em diversos ambientes (OLIVEIRA, 2012, apud OSTERNO, 2018). 40 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABEM - Associação Brasileira de Esclerose Múltipla". O que é Esclerose Múltipla? 2016. ALVARENGA, L.P., FERREIRA, P.F., SILVA S.B., Terapias manuais e pilates nas disfunções da coluna vertebral, 2020. ANDRADE FILHO, E.P., PEREIRA, F.C.F., Anatomia geral. 1ª Edição, editora Sobral, 2015 ANDREAZZA, E.I., SERRA, E., A influência do método pilates no fortalecimento do assoalho pélvico. 2017. APA- AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION., Diagnostic and statistical manual of mental disorders. 4ª th ed. Washington, DC: APA; 1994. ARAUJO, J.P. de; MELO, H.C.S., Distúrbios do sono e transtornos de aprendizagem. 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