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ADAPTAÇÕES-FISIOLÓGICAS-E-BIOMECÂNICAS-LESÕES-E-REABILITAÇÃO

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2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 4 
2 ADAPTAÇÕES FISIOLÓGICAS NA MUSCULAÇÃO.............................. 5 
2.1 Adaptações neurais ................................................................................ 6 
2.2 Adaptações contráteis............................................................................ 7 
2.3 Tipos de fibras ......................................................................................... 7 
2.4 Adaptações endócrinas ......................................................................... 8 
2.5 Adaptações bioenergéticas .................................................................10 
2.6 Adaptações da composição corporal ................................................11 
3 TIPOS DE ADAPTAÇÕES FISIOLÓGICAS ............................................12 
3.1 Adaptações Metabólicas......................................................................12 
3.2 Adaptações Cardiorrespiratórias........................................................12 
3.3 Adaptações Músculo-ósteo-articulares .............................................13 
3.4 Efeitos Psicológicos e Sociais ............................................................13 
4 ALTERAÇÕES NO SISTEMA ANAERÓBIO ...........................................14 
5 ADAPTAÇÕES NEURO-MUSCULARES RELACIONADAS AO 
TREINAMENTO RESISTIDO...........................................................................................14 
6 FISIOLOGIA DA CONTRAÇÃO MUSCULAR .........................................16 
7 LESÕES MUSCULARES ...........................................................................20 
7.1 Estiramentos ..........................................................................................21 
7.2 Distensões .............................................................................................23 
7.3 Cãibras ...................................................................................................24 
7.4 Contraturas ............................................................................................25 
7.5 Contusão ................................................................................................26 
 
3 
 
8 LESÕES ÓSSEAS .......................................................................................27 
8.1 Fatores de risco e locais afetados .....................................................28 
9 Classificação .................................................................................................29 
9.1 Quanto ao traço da fratura ..................................................................29 
9.2 Quanto à exposição da fratura ...........................................................29 
9.3 Quanto à presença de lesões associadas........................................30 
9.4 Quanto ao tipo de força causador do trauma...................................30 
10 SINAIS E SINTOMAS..............................................................................30 
11 PRIMEIROS SOCORROS EM CASOS DE FRATURAS ..................31 
12 PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO ........................................................31 
13 LESÕES ARTICULARES .......................................................................32 
14 LUXAÇÕES ...............................................................................................32 
15 ENTORSES...............................................................................................34 
16 AÇÕES ADOTADAS EM CASOS DE LESÕES EM TECIDOS 
MUSCULARES...................................................................................................................36 
17 PROCEDIMENTOS ADOTADOS EM LESÕES DE ÓRGÃOS 
INTERNOS 37 
17.1 Sinais de hemorragia interna ..............................................................37 
18 Quadros hemorrágicos e órgãos afetados ...........................................38 
18.1 Procedimentos adotados .....................................................................40 
19 BIBLIOGRAFIA .........................................................................................42 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as 
perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão 
respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2 ADAPTAÇÕES FISIOLÓGICAS NA MUSCULAÇÃO 
A musculação é uma atividade física amplamente praticada em todo o 
mundo, apresentando objetivos bem definidos como aumento da massa magra, 
otimização da força muscular e melhora da qualidade de vida, além de ser 
importante elemento na preparação de quase todos os atletas de alta performance. 
Sustentada nos princípios do treinamento de força muscular, a musculação ou 
treinamento com pesos é um dos mecanismos mais eficientes na indução de 
respostas fisiológicas ao exercício. (Chedid. 2019.). 
O objetivo deste estudo foi levantar as principais respostas fisiológicas ao 
treinamento de força. A abordagem dos estudos consultados permite afirmar que a 
grande contradição de resultados observados está relacionada entre outras causas, 
à alta capacidade adaptativa da célula muscular, às características das populações 
estudadas e às diversas variáveis de controle do treinamento aplicado. No entanto, 
o trabalho de musculação constitui-se numa modalidade rica e segura, capaz de 
induzir respostas crônicas e agudas, fisiologicamente amplas e distintas, atendendo 
a diversos objetivos e populações. (Chedid. 2019.). 
Yan (2000) define adaptação como uma mudança na estrutura, função ou 
forma que melhora as condições de sobrevivência para um animal em um dado 
ambiente. O músculo estriado esquelético é um tecido dinâmico com grande 
capacidade de adaptação produzida por alterações de demanda funcional. 
Conforme Alberts et al (1997), o músculo esquelético é uma célula gigante 
formada pela fusão de células isoladas que mantém seus núcleos logo abaixo da 
membrana plasmática. O citoplasma é composto fundamentalmente por miofibrilas, 
que são os elementos contráteis da célula. Isto tudo caracteriza o músculo 
esquelético como uma célula altamente especializada e compartimentalizada. 
O exercício físico é um potente indutor de adaptações nas estruturas 
neuromusculares. Estas mudanças estão relacionadas sobretudo ao tipo e exercício 
desenvolvido, porém o exercício característico de força muscular é o melhor 
estímulo para induzir mudanças nas estruturas musculares (Wilmore e Costill, 2001; 
Garret Jr e Kirkendall, 2000). 
 
6 
 
O Colégio Americano de Medicina do Esporte ressalta que a força muscular 
é um componente fundamental da saúde, aptidão física e melhora da qualidade de 
vida (Kraemer et al, 2002). 
Entre as respostas ao treinamento de força muscular está a hipertrofia 
muscular, que consiste num acúmulo proteico, produto de uma maior síntese de 
proteínas e uma diminuiçãode sua degradação (Booth e Thomason, 1991). 
Conforme Phillips et al (1997) a síntese proteica no músculo esquelético é 
aumentada após treinamento intenso com pesos, sendo que alcança seu pique em 
torno de 24 horas pós-treino e permanece elevada até 36-48 horas pós-exercício 
(MacDougall et al, 1995). 
2.1 Adaptações neurais 
Os ganhos de força podem ser produtos de dois tipos de fatores: as 
adaptações neurais e as adaptações miofibrilares (hipertrofia muscular). Diversos 
autores observaram que os ganhos ocorridos nas primeiras semanas são resultado, 
sobretudo, de adaptações nos mecanismos relacionados ao sistema nervoso, 
enquanto que melhoras posteriores estariam ligadas ao aumento dos componentes 
contráteis do músculo esquelético. O período em que esta resposta se dá parece 
estar relacionado à periodização do treinamento e a individualidade de cada sujeito, 
no entanto parece situar-se entre a sexta e a oitava semana de treinamento 
(Moritani e de Vries, 1979; Staron et al, 1994; 1991). 
Perspectivas mais recentes sugerem que a resposta hipertrófica das 
miofibrilas musculares pode ser limitada, supondo um período em torno de 12 
meses. Ganhos posteriores seriam atribuídos sobretudo a uma segunda fase de 
adaptação neural. (Deschenes e Kraemer, 2002). 
Alguns estudos têm demonstrado outros processos adaptativos que 
poderiam contribuir para o aumento da força muscular em resposta ao treinamento, 
como a inibição de antagonistas (Hakkinen et al, 1998), expansão de área da junção 
neuromuscular (Deschenes, 2000) e melhor sincronia nas unidades motoras 
(Milner-Brown et al, 1975). 
 
7 
 
A importância das adaptações neuromotoras ao trabalho de força pode ser 
verificada principalmente em experimentos envolvendo o treinamento de apenas um 
segmento corporal. Nesse caso, os segmentos contralaterais não submetidos ao 
treinamento de força apresentam também aumento nos graus de força muscular 
(Shaver, 1970; Sale, 1988). 
2.2 Adaptações contráteis 
A hipertrofia muscular não é possível sem o acréscimo de proteína contrátil, 
de forma que a ingesta alimentar se torna de fundamental importância para garantir 
um balanço nitrogenado positivo. Williams (2002) sugere para um sujeito jovem uma 
necessidade adicional de 3500 calorias para a síntese de 450 gramas de tecido 
muscular. Diversos autores citam a hiperplasia como outra possível adaptação ao 
treinamento resistido, mas esta adaptação teria pequena participação no 
crescimento muscular, algo em torno de 5% (MacDougal apud Deschenes e 
Kraemer, 2002). Mais recentemente McGall e colaboradores (1999) demonstraram 
que a hipertrofia muscular em humanos acontece na ausência de hiperplasia. 
Um importante mecanismo associado às respostas ao treinamento de força 
é a ativação de células quiescentes localizadas entre o sarcolema das miofibrilas e 
sua matriz extracelular, conhecidas como células satélites. Sabe-se que a matriz 
extracelular é uma região abundante em fator de crescimento insulina-like I (IGF-I) 
(Sara e Hall, 1990). Mediante o stress induzido pelo exercício ou uma situação de 
lesão, a ação local dos fatores de crescimento específico levaria ao surgimento de 
novos núcleos, que, somado a síntese adicional de proteínas levaria a um aumento 
da massa muscular (Alberts et al, 1997; Deschenes e Kraemer, 2002). 
2.3 Tipos de fibras 
É de consenso o impacto do trabalho de força sobre as fibras do tipo II, que 
mediante trabalho prolongado apresentam um aumento percentual sobre as fibras 
do tipo I (Kraemer et al, 1995; Volek et al, 1999). A maior concentração de fibras do 
 
8 
 
tipo II é verificada pela expressão de miosinas de cadeia pesada do tipo IIx (MHC-
II) (Alberts et al, 1997). Aagaard e Andersen (1998) verificaram que a concentração 
percentual de MHC-II no quadríceps femoral está relacionada positivamente com a 
força concêntrica máxima desenvolvida em movimentos rápidos e moderados. 
Entretanto Staron et al (1991) sugerem que tal mudança se dá após longo período 
de treinamento. 
Conforme Fleck e Kraemer (1999), embora não haja conversão para o tipo I, 
estas fibras também respondem ao treinamento resistido, todavia não com a mesma 
intensidade que fibras do tipo II. Staron et al (2000) observaram que em homens a 
concentração de fibras do tipo II responsivas ao treinamento tende a ser 
significativamente maior do que em mulheres. 
2.4 Adaptações endócrinas 
Diversos estudos têm enfocado as respostas agudas e/ou crônicas dos 
diferentes hormônios ao treinamento resistido. Muitos desses trabalhos são 
contraditórios, o que sugere atenção à individualidade biológica, ao treinamento 
aplicado e as metodologias empregadas. A testosterona é o principal hormônio 
masculino relacionado ao crescimento muscular. Alguns estudos demonstraram um 
significativo aumento dos níveis séricos em resposta ao treinamento de força 
(McCall et al, 1999; Deschenes et al, 1998; Kraemer et al, 1998), enquanto que 
outros não observaram aumentos significativos nos níveis de testosterona (Kraemer 
et al, 1995; Hakkinen et al, 1988; Alen et al, 1988). 
Valores basais de testosterona em homens apresentam-se muito maiores do 
que os níveis observados em mulheres; nestas, as taxas de hormônio do 
crescimento (GH) se apresentam relativamente mais elevadas, bem como 
apresentam respostas mais intensas ao exercício (Marx, 2001; Kraemer et al, 1990; 
Gotshalk et al, 1997). Estes achados apontam para o GH como o principal hormônio 
indutor do anabolismo muscular em resposta ao treinamento de força em mulheres. 
A longo prazo não são observados incrementos nos níveis de GH durante o 
 
9 
 
repouso, tendo sido identificadas inclusive breves reduções nos níveis séricos (Marx 
et al 2001). 
Estudos conduzidos por Kraemer et al (1990), Gotshalk et al (1997) e 
Kraemer et al (2001) têm levantado informações que permitem afirmar que o GH 
surge como o hormônio mais responsivo às variáveis do treinamento como 
intensidade, intervalos de repouso (intervalos curtos apresentam maior impacto 
sobre as taxas) e regime de contração (contrações excêntricas e mais longas 
causam elevações mais significativas nos níveis séricos). A mesma responsividade 
não é apresentada por outros hormônios, como a testosterona e o cortisol. 
Na perspectiva dos agentes biológicos como função anabólica, o IGF-I ou 
fator de crescimento para insulina assume um papel de destaque no 
desenvolvimento muscular induzido pelo treinamento de força. Esse elemento 
biológico apresenta ação sobre a desaceleração da proteólise, necessária ao 
anabolismo (Sara e Hall, 1990; Daughaday e Rotwein, 1989). 
Garret Jr e Kirkendall (2000) mencionam os IGF-I como envolvidos no 
aumento do consumo de aminoácidos e na síntese de glicose, além de estimularem 
a mitose celular. Yan et al (1993) e DeVol et al (1990) observaram que o treinamento 
de força intenso pode induzir elevação nos níveis de IGF-I, inclusive com a 
verificação de que o mencionado fator de crescimento pode ser sintetizado e 
secretado pelo próprio músculo esquelético. Em sentido contrário, Nindl et al (2001) 
e Kraemer et al (1995) não observaram a mesma resposta de aumento do IGF-I. 
Respostas crônicas nos níveis circulatórios de IGF-I também são conflitantes, 
enquanto McGall et al (1999) Kraemer et al (1998) e Hakkinen et al (2001) não 
observaram alterações nos níveis basais, Marx et al (2001) e Borst et al (2001) 
encontraram elevações significativas após 12 e 13 semanas de treinamento 
resistido. 
O catabolismo muscular é mediado sobretudo pelo cortisol, hormônio 
glucocorticóide que tanto apresenta efeito na estimulação da degradação proteica 
como na inibição da síntese de proteína muscular (Florini, 1987; Alberts et al, 1997). 
A ação do cortisol se dá tanto sobre as fibras lentas como sobre as rápidas, porém 
nestas últimas o impacto é mais pronunciado (Kelly e McGrath, 1986), sendo 
 
10 
 
potencializadoatenuação verificada sobre agentes anabólicos como a testosterona, 
o GH e a insulina (Bricout et al, 1999; Dianan et al, 1994; Loehrke et al, 1996 apud 
Deschenes e Kraemer, 2002). 
Os aumentos nos níveis de cortisol são observados sobretudos em situações 
de stress (Alberts et al, 1997; Garret Jr e Kirkendall, 2000). Desta forma, o exercício 
resistido intenso apresenta-se como um potente agente estressante e pós-
treinamento verificam-se grandes elevações nos níveis de cortisol circulante (Marx 
et al, 2001; Kraemer et al, 1998). As respostas crônicas podem apontar para níveis 
atenuados nas condições de repouso (Kraemer et al, 1998; Alen et al, 1988 apud 
Deschenes e Kraemer, 2002). Esta resposta é compatível com o desenvolvimento 
de hipertrofia induzida pelo exercício. 
2.5 Adaptações bioenergéticas 
Estudos de Volek et al (1999) e Tesch (1992), direcionados à análise das vias 
energéticas têm demonstrado um perfil inalterado do fosfágeno muscular e das 
enzimas relacionadas à geração de energia anaeróbia alática (creatinaquinase e 
mioquinase). Conteúdos musculares de glicogênio e de enzimas relacionadas à 
glicólise parecem também não se elevar significativamente em função do 
treinamento de força específico (Houston et al, 1983, Tesch et al, 1990 apud 
Deschenes e Kraemer, 2002). 
Em relação ao metabolismo de gorduras, Staron et al (1984) e Chilibeck et al 
(1999) observaram diminuição nas reservas musculares após o treinamento com 
pesos. Comprovando as adaptações específicas ao exercício físico, a concentração 
de algumas enzimas envolvidas no processo de geração de energia aeróbia tem 
apresentado diminuição após o trabalho de musculação, como no caso da citrato 
sintase e da sucinato desidrogenase (MacDougall et al. 1979; Staron et al, 1984; 
Green et al, 1999; Chilibeck et al, 1999). 
Organela celular responsável pela geração de energia, a mitocôndria 
apresenta redução na sua densidade, principalmente em função da hipertrofia 
celular (MacDougall et al, 1979 e Chilibeck et al, 1999). Tesch et al (1992) sugerem 
 
11 
 
ainda diminuições no conteúdo de mioglobina em resposta ao treinamento com 
pesos. 
2.6 Adaptações da composição corporal 
De forma geral os maiores consensos relacionados às adaptações ao 
treinamento com pesos são encontrados entre os indicadores de composição 
corporal. Observam-se respostas significativas em ambos sexos e faixas etárias, 
tanto em atletas como em não-atletas. Diversos pesquisadores observaram 
aumento da massa corporal magra, bem como diminuição nos conteúdos de 
gordura subcutânea após o trabalho com pesos (Staron et al, 1991; MacDougall et 
al, 1977; Kraemer et al, 2000; Hunter et al, 2000; Fleck e Kraemer, 1999). 
Com relação às características do trabalho de musculação, além da sua alta 
especificidade verifica-se a grande vantagem do controle de diversas variáveis do 
treinamento, como intensidade e volume. A carga, o número de repetições o 
intervalo de repouso, entre outras acabam por tornar a periodização do exercício 
uma arte capaz de induzir diversas respostas e adaptações do músculo esquelético. 
Hortobagyi et al (1993 apud Mujika e Padilla, 2001) verificaram que o 
condicionamento de força muscular induzida pelo treinamento excêntrico 
apresentou perdas mais acentuadas do que os progressos obtidos a partir do 
exercício concêntrico. Isto pode indicar a importância assumida pelo regime de 
contração excêntrica nos programas de treinamento de característica 
neuromuscular, e que se apresenta no treinamento muscular como um dos seus 
principais componentes. Do ponto de vista metabólico verifica-se, segundo Badillo 
e Ayestaran (2001) e Bacurau et al (2001), predomínio das vias energéticas 
anaeróbias, porém com gasto energético significativo e que em função da ação dos 
hormônios anabólicos como o GH e a testosterona favorecem a utilização não só 
da glicose como substrato energético, mas também da gordura. Com relação ao 
impacto sobre as características teciduais do músculo esquelético, observa-se 
como principal resposta à prática da musculação o processo de hipertrofia, tendo 
como principal alvo as fibras do tipo II ou rápidas. 
 
12 
 
3 TIPOS DE ADAPTAÇÕES FISIOLÓGICAS 
3.1 Adaptações Metabólicas 
 Aumento da capacidade do sistema oxidativo das células musculares, 
especialmente das de contração lenta. 
 Redução da produção de lactato durante a realização de esforços 
físicos a uma dada intensidade. 
 Potencialização da utilização dos ácidos graxos livres (AGL) como 
substrato energético na realização dos esforços físicos a uma 
determinada intensidade, permitindo poupar o glicogênio muscular. 
 Aumento da atividade metabólica geral, tanto durante a realização dos 
esforços físicos quanto em condições de repouso. 
 Aumento da sensibilidade à insulina a aceleração do metabolismo das 
lipoproteínas no plasma, reduzindo os níveis de triglicerídeos e, em 
menor grau, do colesterol ligado às lipoproteínas de baixa e de muito 
baixa densidade. 
 Eliminação do excesso de reserva adiposa, além do favorecimento de 
distribuição de gordura corporal que venha a favorecer a um padrão 
mais saudável. 
3.2 Adaptações Cardiorrespiratórias 
 Melhora o rendimento do coração ao produzir as necessidades 
energéticas do miocárdio mediante a redução da frequência cardíaca 
e da pressão sanguínea. 
 Incrementa o débito cardíaco à custa de maior volume sistólico e de 
diminuição da frequência cardíaca. 
 Aumenta a diferença arteriovenosa de oxigênio, como resultado da 
distribuição mais eficiente do fluxo sanguíneo para os tecidos ativos e 
da maior capacidade desses tecidos em extrair e utilizar o oxigênio. 
 
13 
 
 Eleva a taxa total de hemoglobina e beneficia a dinâmica circulatória, 
o que facilita a capacidade de fornecimento de oxigênio aos tecidos. 
 Favorece o retorno venoso e evita o represamento do sangue nas 
extremidades do corpo. 
 Aumenta a ventilação pulmonar mediante ganho no volume-minuto e 
na redução da frequência respiratória. 
3.3 Adaptações Músculo-ósteo-articulares 
 Aumenta o número e a densidade dos capilares sanguíneos dos 
músculos esqueléticos, oferecendo ainda maior incremento em seus 
diâmetros durante a realização dos esforços físicos. 
 Eleva o conteúdo de mioglobina dos músculos esqueléticos e aumenta 
a quantidade de oxigênio dentro da célula, o que facilita a difusão do 
oxigênio para as mitocôndrias. 
 Melhora a estrutura e as funções dos ligamentos, dos tendões e das 
articulações. 
3.4 Efeitos Psicológicos e Sociais 
 Melhora a capacidade de trabalho. 
 Melhora a imagem de si próprio. 
 Redução da ansiedade e depressão. 
 Melhora sensação de bem-estar. 
 Melhora apetite e o ritmo de sono. 
(BLAIR et ali, 1994; BOUCHARD et ali, 1994; YAZBEK & 
BATTISTELLA, 1994; citado por GUEDES, 1995). 
 
14 
 
4 ALTERAÇÕES NO SISTEMA ANAERÓBIO 
 Aumentos nos níveis dos substratos anaeróbios em repouso. 
 Aumentos na quantidade e na atividade das enzimas-chave que 
controlam a fase anaeróbia do fracionamento da glicose. 
 Aumentos na capacidade para suportar os níveis de ácido láctico 
sanguíneo durante o exercício máximo (explosivo) após treinamento 
anaeróbio. 
 Devido aos maiores níveis de glicogênio e das enzimas glicoliticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 ADAPTAÇÕES NEURO-MUSCULARES RELACIONADAS AO 
TREINAMENTO RESISTIDO 
As adaptações neurofisiológicas, morfológicas e metabólicas que ocorrem de 
forma imediata e em longo prazo no músculo esquelético, se concretizam como uma 
 
15 
 
das principais respostas orgânicas promovidas pelo exercício ou treinamento. As 
respostas adaptativas neurofisiológicas caracterizam-se, principalmente, pelo 
aprimoramento da relação entre os estímulos provenientes no sistema nervoso 
central e o recrutamento de unidades funcionais de movimento, as unidades 
motoras (MCARDLE et al., 2003, p.405).O aumento de força é a principal resposta adaptativa neurofisiológica 
relacionada ao treinamento com peso, isso se dá pela maior coordenação intra e 
intermuscular. Totalmente contrária às respostas morfológicas e metabólicas, que 
são modificações estruturais e bioquímicas. Ao se compreender que o músculo 
responde aos estímulos do treinamento físico tanto no âmbito metabólico e 
morfológico como no neurofisiológico, torna-se relevante ressaltar que as 
adaptações, se estabelecem de maneira intimamente relacionada a dois fatores que 
são: o tipo de exercício executado e as características pessoais do indivíduo que o 
realiza. Esses fatores se inserem nos princípios do condicionamento físico que são 
comumente utilizados para o aprimoramento do desempenho muscular. MCARDLE 
et al. (2003, p.472) afirmam que os princípios podem ser categorizados em: princípio 
da individualidade biológica (ou diferenças individuais), sobrecarga, continuidade 
(ou reversibilidade) e da especificidade. 
Quanto ao princípio da adaptação, destaca-se que em algumas situações 
este não é considerado como princípio por se caracterizar, segundo alguns autores 
(ZATSIORKY, 1999; WEINECK, 1999), como uma lei que rege o treinamento físico. 
Dessa forma, e possível afirmar que, destacar estes princípios e propor o 
conhecimento dos mesmos, torna-se pertinente, pois a posterior compreensão 
acerca “do que são” e “como ocorrem” as respostas adaptativas neuromusculares, 
exige o entendimento prévio dos fatores que intervêm no surgimento e nas 
consequentes características dessas respostas. 
Uma adaptação neural importante é o da diminuição da co-contração 
muscular, para indivíduos destreinados com peso, ao fazer o exercício o organismo 
não consegue “isolar” uma musculatura apenas, fazendo a musculatura antagonista 
se contrair juntamente com o músculo agonista, com a adaptação neural o corpo 
passa a fazer a contração sem que haja também a contração do músculo 
 
16 
 
antagonista. Contudo, vale ressaltar que as adaptações promovidas por qualquer 
tipo de treinamento estão estreitamente relacionadas ao modelo de treinamento 
específico realizado. 
6 FISIOLOGIA DA CONTRAÇÃO MUSCULAR 
Cada fibra é rodeada por uma membrana homogênea, o sarcolema, que 
contém fibras colágenas em suas camadas externas, conectadas aos elementos do 
tecido conectivo intramuscular. A camada interna do sarcolema é a própria 
membrana celular, através da qual são retiradas cargas e produtos desperdiçados 
e ao longo da qual ocorrem a produção e a condução de excitação elétrica para a 
fibra muscular. Invaginações do sarcolema, chamadas túbulos T, permitem a 
transmissão do potencial de ação para o interior da fibra muscular através da 
liberação de íons cálcio por meio do retículo sarcoplasmático (MAUGHAN et. al, 
2000; POWERS & HOWLEY, 2000). 
 
 
As fibras musculares esqueléticas são inervadas por fibras mielínicas 
grossas, a terminação nervosa forma uma junção, chamada de placa motora ou 
junção neuromuscular, onde é liberado o neurotransmissor que inicia a produção de 
força, a acetilcolina. A partir disso, o potencial de ação na fibra muscular se propaga 
 
17 
 
nas duas direções, dirigindo-se para as suas extremidades (WILMORE & COSTILL, 
2001; MAUGHAN et. al, 2000). 
O mecanismo de desenvolvimento de força ou a contração muscular 
propriamente dita ocorre quando os sarcômeros se contraem e, consequentemente, 
a fibra muscular também se contrai, onde a Zona H desaparece e a distância entre 
as sucessivas Linhas Z é reduzida. Os filamentos não se alteram em comprimento, 
apenas ocorre o deslizamento dos filamentos de actina sobre os filamentos de 
miosina, quando as cabeças de miosina formam pontes cruzadas junto aos espaços 
ativos nas subunidades de actina dos filamentos finos. Cada ponte une e desune 
diversas vezes durante a contração, em uma ação rápida, arrastando os filamentos 
finos para dentro do sarcômero (GENTIL, 2006; WEINECK, 2003; WILMORE & 
COSTILL, 2001). 
Sabe-se que a intensidade na síntese das proteínas contráteis musculares é 
muito maior durante o desenvolvimento da hipertrofia do que a intensidade de sua 
degradação, levando progressivamente a um número maior de filamentos tanto de 
actina como de miosina nas miofibrilas. Além do espessamento das miofibrilas da 
célula, novos sarcômeros são formados pela síntese proteica acelerada e, 
correspondentes reduções no fracionamento protéico. Aumentos significativos são 
observados também nas reservas locais de ATP, fosfocreatina e glicogênio. Além 
disso, o tecido conjuntivo que envolve as fibras musculares sofre aumento em 
resposta ao treinamento, o que de forma discreta, também colabora com a 
hipertrofia (BOMPA, 1998; GENTIL, 2006; MAUGHAN, 2000; McARDLE, 2003). 
Sem dúvida o dano muscular é um fator muito importante para o processo de 
hipertrofia. Entretanto, ao contrário do que se acreditava há poucos anos, vários 
outros fatores também possuem papel determinante no aumento da secção 
transversa das fibras musculares. Acredita-se, portanto, que a hipertrofia seja 
resultado da soma de vários fatores e diversos mecanismos que a estimulam de 
forma direta e indireta. 
O treino de musculação, quando adequadamente prescrito, pode promover 
o desenvolvimento de vários destes estímulos. Didaticamente, eles foram divididos 
em Mecanismos Físicos Intrínsecos (Síntese de DNA, Microlesões, 
 
18 
 
Mecanotransdução, Células Satélites e Alterações na Osmolaridade) e em Fatores 
Hormonais e Enzimáticos (Hormônio do Crescimento – Gh, IGF-I, Testosterona, 
Insulina e Miostatina) (BOSCO et al., 2000). 
Além destes mecanismos, hormônios e enzimas, alguns fatores inerentes ao 
treinamento de musculação já são reconhecidamente como intervenientes no 
resultado do treinamento. Para a hipertrofia, as repetições excêntricas, a hipóxia e 
o óxido nítrico interferem diretamente nos resultados obtidos. 
Geração e Ganho de Força A força é uma qualidade física cuja manifestação 
depende de fatores tanto estruturais quanto neurais, hormonais ou até mesmo 
psicológicos (BADILLO & AYESTARN, 2004). 
Do ponto de vista estrutural, a força é determinada por muitos fatores como 
o número de pontes cruzadas de miosina que interagem com os filamentos de 
actina, número de sarcômeros, comprimento e os tipos de fibras musculares, do 
posicionamento das fibras do grupo muscular e das áreas e seção transversa do 
músculo (HAMIL & KNUTIZEN, 1999). 
Em resposta ao treinamento de musculação, o ganho de força se dá através 
de dois fatores: 
(1) adaptações neurais; 
(2) aumento da área de secção transversa do músculo (hipertrofia). 
 
O aumento da força em resposta às adaptações neurais é consequência de 
adaptações como: 
(a) recrutamento de unidades motoras adicionais que atuam em sincronia, 
(b) o tamanho das unidades motoras recrutadas, 
(c) redução da inibição neurológica por meio dos órgãos tendinosos de 
Golgi (inibição autogênica), 
(d) co-ativação dos músculos agonistas e antagonistas, onde os agonistas 
são motores primários enquanto os antagonistas atuam para impedir o movimento 
dos agonistas, 
(e) a codificação da frequência, ou seja, a frequência de disparos ou taxa 
de descarga que as unidades motoras recebem 
 
19 
 
(BADILLO & AYESTARN, 2004; WEINECK, 2003; FLECK & KRAEMER, 2006). 
 
Do ponto de vista estrutural, as fibras hipertrofiadas, disponibilizam mais 
pontes cruzadas para a produção de força em uma contração máxima, aumentando 
assim, a capacidade de gerar força quando comparadas a fibras normais. Além 
disso, embora a hiperplasia humana não seja um fenômeno constatado, parece não 
ser uma adaptação improvável em humanos, pois existem alguns estudos que 
fornecem dados sugerindo a ocorrência do aumento no número de fibras 
musculares em seres humanos, o que também colaboraria com o aumento da 
produção de força (ANTONIO & GONYEA, 1993).Na musculação, tanto os ganhos neurais quanto os hipertróficos fazem parte 
dos benefícios do treinamento, o que a torna um excelente exercício para o ganho 
de força e para o aumento da massa muscular. Métodos de Treinamento 
Atualmente - os métodos ou sistemas de treinamento são utilizados por 
profissionais, praticantes de musculação e atletas com o objetivo de intensificar o 
treinamento e, consequentemente, melhorar os resultados. Além disso, estes 
métodos tentam suprir necessidades específicas como o aumento da força, 
 
20 
 
promover alterações na composição corporal, adaptar a disponibilidade de tempo e 
de equipamento, assim como reabilitar indivíduos lesionados (FLECK & KRAEMER, 
2006). 
Em geral, os métodos de treinamento de força manipulam as variáveis de 
treinamento de diferentes maneiras, fornecendo estímulos mecânicos e metabólicos 
em diferentes magnitudes (GENTIL, 2006). 
7 LESÕES MUSCULARES 
O tecido muscular é composto por diversas proteínas contráteis, sendo as 
principais e mais conhecidas a actina e a miosina, também conhecidas como 
miofilamentos. As células musculares (ou fibras musculares) são cobertas por uma 
camada de tecido conjuntivo chamado endomísio, que recobre as fibras musculares 
por toda sua extensão, sendo que a extensão de uma fibra muscular pode chegar 
até 50 cm. Ao conjunto de fibras musculares se dá o nome de fascículos, sendo 
caracterizado, então, como o conjunto de fibras musculares envoltos por outra 
membrana conjuntiva, o perimísio, que também se estende ao longo de todo o 
tecido muscular. Já o conjunto de fascículos dá origem ao ventre muscular, a parte 
carnosa e vermelha do músculo, sendo que essa parte também é recoberta por 
tecido conjuntivo, chamado epimísio. O prolongamento dos tecidos conjuntivos 
epimísio, perimísio e endomísio dará origem aos tendões e aponeuroses, que 
fixarão os músculos aos ossos. (Barbieri. João. 2019). 
Todas as regiões do músculo são passíveis de sofrer lesões, sejam os 
ventres musculares ou tendões. As lesões podem ser causadas por forças externas, 
como pancadas, ou até mesmo por forças geradas pelos próprios músculos, como 
os estiramentos e as distensões. Embora essas palavras sejam muitas vezes 
utilizadas como sinônimas, elas podem ser divididas com relação ao local onde a 
lesão se estabeleceu, considerando estiramento a lesão causada pelo alongamento 
excessivo do músculo, no ventre muscular, e distensão a lesão causada pelo 
estiramento excessivo na região tentídea-muscular. Neste capítulo, serão descritas 
 
21 
 
as lesões musculares mais comuns que podem ser encontradas no seu dia a dia de 
prática profissional: 
 
 Estiramentos; 
 Distensões; 
 Cãibras; 
 Contraturas; 
 Contusões. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7.1 Estiramentos 
As lesões por estiramento são lesões que afetam diretamente o ventre 
muscular, sendo caracterizado como o rompimento de uma porção de fibras 
musculares por força excessiva de alongamento, podendo causar extravasamento 
de proteínas que estão dentro das fibras musculares, como mioglobina e creatina. 
Essas lesões são dolorosas e geram inflamação e dor. Os estiramentos são 
classificados com relação ao grau de comprometimento do músculo, sendo 
classificados em três graus. (Barbieri. João. 2019). 
 
22 
 
1º grau — Lesões por estiramentos que causam pequenas deformações 
nas fibras. Sendo lesões de menor importância, não causam extravasamento de 
sangue, portanto, não deixam hematoma. Geram dor sem edema. 
2º grau — Lesões em que fibras musculares são rompidas, havendo 
extravasamento do conteúdo do interior das células. Podem deixar hematomas, têm 
tempo de recuperação mais demorado e podem ser necessárias sessões de 
fisioterapia para acelerar a recuperação e manter a função do músculo. São 
dolorosas e acompanhadas de inflamação, dor e perda de desempenho. 
3º grau — Lesões que acometem completamente as fibras musculares, 
rompendo totalmente o músculo. O extravasamento de conteúdo de dentro das 
células é grande, causando grande inflamação e deixando grandes hematomas. 
Exigem intervenções médicas, tanto para o diagnóstico como para o tratamento 
(cirúrgico). São lesões em que a recuperação é lenta e exigem trabalho intenso na 
reabilitação com a fisioterapia. 
 
Tratamento 
 
O tratamento para estiramentos é paliativo. Sua ação será no sentido de 
diminuir a dor e a inflamação, para isso você poderá utilizar compressas de gelo por 
até 15 minutos. Evite o uso de terapia com compressas quentes nas situações 
agudas, pois pode agravar a inflamação, o que pode piorar o quadro da lesão. Você 
deverá elevar o membro afetado, para facilitar o retorno venoso e diminuir a 
inflamação. Algumas situações de estiramentos mais graves exigirão imobilização 
e transporte para centro médico. Nessas situações você deverá avaliar a 
funcionalidade do membro, observando se o músculo foi comprometido. A região 
deve ser imobilizada, evitando que a movimentação comprometa ainda mais a 
lesão. Em casos de lesão grau 3, é necessária a intervenção cirúrgica para que 
ocorra a “reconexão” muscular. (Barbieri. João. 2019). 
 
23 
 
7.2 Distensões 
As distensões são lesões que acometem a junção músculo-tendínea. 
Também são causadas por estiramento excessivo e, da mesma foram que os 
estiramentos, são classificadas com relação ao grau de comprometimento da área. 
1º grau — Essa lesão atinge pequenas fibras do tecido conjuntivo que 
compõem o tendão; são lesões dolorosas, sem edema e sem hematoma. 
2º grau — Essas lesões rompem algumas fibras do tecido conjuntivo que 
compõem o tendão; esse rompimento parcial do tendão causa grande dor 
acompanhada de edema e, muitas vezes, hematoma. 
3º grau — São lesões que rompem completamente as fibras do tecido 
conjuntivo do tendão; são lesões incapacitantes, uma vez que comprometem a 
movimentação; geram grande edema e hematoma. Nessas lesões, existe a 
necessidade de acompanhamento médico, sendo a operação muitas vezes 
necessária. A fisioterapia garantirá melhor recuperação e manutenção da 
funcionalidade do membro. 
 
Tratamento 
 
Os primeiros tratamentos são paliativos, tendo como objetivo a diminuição da 
dor e da inflamação. Para tal, o uso de crioterapia é recomendado, colocando o gelo 
sobre o local afetado. O membro pode ser levantado para diminuir o processo 
inflamatório. Em casos de lesões maiores, haverá a necessidade de imobilização 
do membro, para que o transporte não agrave a situação da lesão. Você deverá 
estar munido de material para primeiros socorros, como talas flexíveis, bandagens 
para fixação e gelo para crioterapia. (Barbieri. João. 2019). 
As lesões por estiramento são muito comuns em práticas esportivas, 
especialmente em movimentos bruscos e em alta intensidade, que podem gerar 
forças de estiramento maiores do que os músculos podem suportar, principalmente 
em praticantes sem condicionamento físico e não aquecidos. Uma ótima estratégia 
para evitar esse tipo de lesão são treinos proprioceptivos e de fortalecimento, mas 
 
24 
 
principalmente o treino de alongamento, tanto para a musculatura agonista, pois é 
utilizada na modalidade, como na antagonista, pois, durante a realização do 
movimento articular, é esse músculo que está sendo alongado. (Barbieri. João. 
2019). 
7.3 Cãibras 
As cãibras são contrações involuntárias da musculatura esqueléticas que 
podem ser extremamente dolorosas, porém, não constituem situações 
emergenciais, embora sejam incapacitantes. Situações que envolvem cãibras e 
podem se converter em situações emergenciais são as situações que envolvem o 
meio líquido, pois elas comprometem a movimentação adequada e podem fazer 
com que o indivíduo se afogue. (Barbieri. João. 2019). 
As cãibras são um extensivo objeto de estudo, uma vez que é difícil 
reproduzi-las em laboratório para estudos, mas é certo que se trata de uma 
disfunção neuromuscular,ou seja, que envolve disfunções no sistema nervoso e na 
mecânica de contração dos músculos. Atribui-se a esse fenômeno o desequilíbrio 
eletrolítico causado pela prática exaustiva de exercício e a grande perda de líquidos. 
As regiões acometidas são diversas, porém, a musculatura dos membros inferiores 
costuma ser a mais acometida. (Barbieri. João. 2019). 
 
Tratamento 
 
 O tratamento para cãibras consiste em alongar mecanicamente a 
musculatura acometida, assim, fará com que a contratura deixe de ocorrer. Alongue 
a musculatura acometida e a mantenha alongada por 1 a 2 minutos. (Barbieri. João. 
2019). 
As cãibras certamente serão uma das lesões mais comuns e frequentes que 
você poderá observar durante sua prática profissional. Elas são, em geral, benignas 
e exigirão de você somente a ação de alongar a musculatura afetada. Utilizando o 
exemplo do treinador do time de basquete, você pode observar que o desgaste 
 
25 
 
físico dos seus atletas vai aumentar a probabilidade do surgimento de cãibras. Os 
locais mais afetados serão as coxas e a panturrilha. Quando um jogador apresentar 
esses espasmos característicos, simplesmente execute um alongamento da 
musculatura fazendo um movimento contrário ao da ação do músculo, muitas das 
vezes o jogador poderá voltar a jogar, mas em casos de recorrências, deverá ser 
substituído. (Barbieri. João. 2019). 
7.4 Contraturas 
As contraturas podem ser consideradas contrações contínuas e sustentadas 
de certa porção da musculatura. Cria nódulos que são sensíveis à palpação, 
também conhecidos como pontos gatilhos. A contratura pode acometer diversos 
músculos do corpo, sendo muito frequente na musculatura do pescoço e ombros e 
na coxa, em especial nos isquiotibiais para esportistas de corrida. (Barbieri. João. 
2019). 
As contraturas podem gerar dor e sensação de cansaço, tudo isso em razão 
de sua característica de contração sustentada, o que faz com que sejam produzidos 
muitos metabólitos em uma região pontual, que não são prontamente removidos. A 
própria contração da musculatura pode comprimir terminações nervosas próximas, 
o que será interpretado pelo cérebro como sinal de dor. As contraturas podem surgir 
depois da prática de atividades intensas, excesso de estresse ou noites 
maldormidas (em razão da adoção de posturas não confortáveis), assim como na 
postura adotada no dia a dia. (Barbieri. João. 2019). 
 
Tratamento 
 
O tratamento para contraturas consiste em diminuir a dor e a inflamação 
local. Agudamente, podem ser usadas compressas de gelo para a diminuição do 
processo inflamatório e da dor. Para dores crônicas, podem ser usadas compressas 
quentes para aumentar o fluxo sanguíneo até o local. Os nódulos de contratura 
podem ser soltos com pressão manual, uma técnica que exige experiência e 
 
26 
 
costuma ser dolorosa para o indivíduo que a recebe. Alongamentos para a 
musculatura acometida também são eficientes. Aconselhamentos sobre a melhora 
da técnica de determinado gesto esportivo, ou da postura adequada ao se sentar 
ou dormir, também podem ajudar a melhorar a mobilidade e a dor da região afetada. 
(Barbieri. João. 2019). 
É importante ter em mente que o diagnóstico preciso do motivo que levou a 
contratura ajudará no tratamento efetivo dessa patologia muscular. Então, por 
exemplo, se seu atleta de corrida de fundo apresentar queixas de dores nos 
músculos posteriores da coxa, de maneira crônica, você pode analisar a 
musculatura e averiguar se há a presença de nódulos. Você pode recomentar a 
utilização de compressas quentes e realizar alongamentos, porém, se a dor for 
persistente, o aluno deverá ser encaminhado para o médio, pois pode se tratar de 
uma lesão mais séria e talvez o aluno deve ser redirecionado para a fisioterapia. 
(Barbieri. João. 2019). 
7.5 Contusão 
As contusões são lesões causadas por traumas diretos. A contusão trata-se, 
portanto, de uma lesão traumática aguda aos tecidos moles, em que não há cortes. 
Nesse tipo de lesão muscular, pode existir a presença de edema e hematoma. As 
lesões costumam ser doloridas, atingido em especial a musculatura da coxa, em 
jogadores de futebol, mas podem acontecer a qualquer um. (Barbieri. João. 2019). 
A magnitude da pancada vai determinar o grau de gravidade da lesão e o 
tempo de recuperação, sendo que na maioria das vezes é uma lesão que não 
necessita cuidados médicos adicionais. O tratamento das contusões, assim como 
as contraturas, se divide em agudo e crônico. O agudo é realizado com medidas 
que visam a impedir a progressão da inflamação e diminuir a dor. Para tal, pomadas 
analgésicas e, especialmente, compressas de gelos são indicadas para o uso. 
(Barbieri. João. 2019). 
 
 
 
27 
 
Tratamento 
 
O tratamento crônico consiste em reabilitar a musculatura e diminuir a 
inflamação. Para isso, compressas diárias de gelo, de duas a três vezes, são 
indicadas, com duração de até 15 minutos. Recomenda-se, também, o alongamento 
da musculatura, quando descartado o diagnóstico de rompimento muscular, de 30 
segundos a 1 minuto, sempre com cuidado. (Barbieri. João. 2019). 
Um exemplo muito comum de lesão por contusão são as modalidades de 
lutas que incluem chutes. Um chute que atinge a coxa pode infligir uma contusão. 
Nesse caso, a aplicação de gelo local ou spray de gelo pode reduzir a dor causada, 
em muitos casos o atleta pode inclusive voltar à luta. (Barbieri. João. 2019). 
As lesões que acometem o aparelho locomotor não se restringem somente 
às lesões do tecido muscular, elas se estendem para lesões que acometem os 
ossos e as articulações. A principal causa de lesões que acometem o aparelho 
locomotor são as situações que envolvem a aplicação de força, de maneira a 
superar as resistências desses tecidos. A seguir, aprenderemos mais sobre as 
lesões do tecido muscular. (Barbieri. João. 2019). 
8 LESÕES ÓSSEAS 
Os ossos são as estruturas que compõem nosso sistema esquelético. São 
revestidos por uma camada de tecido conjuntivo chamada periósteo. Essa camada 
é altamente inervada e irrigada, sendo que lesões que a danificam causam muita 
dor, como as fraturas ósseas. (Barbieri. João. 2019). 
As fraturas podem se dar por traumas direitos ou indiretos que acometem 
nosso corpo. Uma fratura ocorre sempre que a capacidade de resistência do osso 
é superada pela energia imposta. A fratura pode provocar uma rachadura ou quebra 
na continuidade do osso, sendo classificada dependendo do traço da fratura, da 
exposição da fratura e da presença de outras lesões. A cicatrização óssea leva a 
uma consolidação do osso, apresentando uma solidificação óssea. (Barbieri. João. 
2019). 
 
28 
 
8.1 Fatores de risco e locais afetados 
Embora os impactos sejam os fatores de riscos mais óbvios para os casos 
de fraturas ósseas, eles não podem ser considerados os únicos. O tecido ósseo é 
constantemente remodelado, podendo aumentar seu conteúdo mineral, deixando o 
osso mais denso, logo, menos propenso a fraturas, ou pode ser remodelado de 
maneira a deixar o osso menos denso, mais quebradiço, o que aumentará a 
probabilidade de lesões nesse tecido. Diversos fatores podem estar associados ao 
remodelamento desses ossos, como a prática de exercício físico, que o remodela 
positivamente, ou o próprio envelhecimento, que remodela os ossos negativamente, 
podendo culminar em uma situação patológica chamada osteoporose, em que a 
densidade dos ossos se encontra criticamente baixa, e fraturas espontâneas podem 
ocorrer, ou seja, fraturas na ausência de impactos. (Barbieri. João. 2019). 
Alguns grupos específicos apresentam maiores propensões a fraturas, como 
mulheres após menopausa, em razão de mudanças hormonais, e idosos no geral, 
em razão do aumento do número de quedas. É importante lembrar que, embora a 
fratura possa ser causada por diversos tipos de impactos, 40% das fraturas 
acontecem em ambiente doméstico. (Barbieri. João. 2019).Atletas também são grupos mais propensos a descontinuidades ósseas, 
porém, sua maior incidência não recai pelos traumas em razão de choques 
abruptos, mas, sim, a conhecida fratura por estresse. A fratura por estresse é 
especialmente desenvolvida pelo acúmulo de microfraturas nas trabéculas ósseas, 
que são ocasionadas pela sobrecarga contínua e constante àquela estrutura. 
(Barbieri. João. 2019). 
Em especial os atletas corredores, militares e dançarinos estão mais 
propensos a fraturas por estresse. Atletas de corrida apresentam esse tipo de 
fratura dividido entre os ossos longos dos membros inferiores, como tíbia, fíbula e 
fêmur, além de afligir também os ossos do pé e do sacro. Modalidades que utilizam 
mais os membros superiores, como ginástica, esportes com raquete e handebol, 
apresentam mais fraturas por estresse na ulna, em específico em sua região mais 
próxima, assim como na porção distal do úmero. Bailarinas, saltadores e jogadores 
 
29 
 
de boliche apresentam mais fraturas por estresse ao longo da coluna lombar e da 
pelve. (Barbieri. João. 2019). 
9 CLASSIFICAÇÃO 
9.1 Quanto ao traço da fratura 
Incompleta ou completa — Nas fraturas incompletas, a continuidade óssea 
não é alterada, mas apresenta uma rachadura que é visível no exame de raios X. 
Essa rachadura pode se apresentar de forma oblíqua, espiral ou transversa. Já as 
fraturas completas apresentam especificamente uma perda da continuidade óssea, 
gerando substâncias residuais (pedaços de ossos) que podem provocar danos 
internos nos tecidos adjacentes. Esse tipo de lesão requer bastante cuidado na hora 
de mobilização, pois uma mobilização malfeita pode afetar os tecidos vizinhos por 
causa dos estilhaços ósseos que se encontram depositados no local da lesão. 
(Barbieri. João. 2019). 
9.2 Quanto à exposição da fratura 
Aberta ou fechada — A característica principal das fraturas abertas é o 
contato direito que tem a fratura com o meio externo. Nessas situações, o osso é 
exteriorizado. A pele, nesses casos, será sempre rompida. É importante controlar 
as possíveis hemorragias, como também verificar a afeção dos tecidos vizinhos 
como músculos e artérias. É uma lesão de grande importância, podendo haver 
infeções, já que uma contaminação é possível pela exposição do meio interno. As 
fraturas fechadas não apresentam exposição do osso ao meio externo, não havendo 
riscos de infeções e não havendo hemorragias na pele, já que a pele se encontra 
ilesa. Esse tipo de fratura pode apresentar deformações facilmente visíveis. 
(Barbieri. João. 2019). 
 
30 
 
9.3 Quanto à presença de lesões associadas 
Complicadas ou simples — As fraturas complicadas caracterizam-se 
principalmente pela afeção dos outros tecidos vizinhos, podendo causar lesão em 
vasos sanguíneos, lesões musculares, lesões nervosas, bem como lesões 
sistêmicas (traumas abdominal, torácico e craniano). Esse tipo de fratura pode 
apresentar hemorragia, perda da sensibilidade do membro e deformação. Já as 
fraturas simples apresentam uma única lesão sem evidência de lesões associadas. 
(Barbieri. João. 2019). 
9.4 Quanto ao tipo de força causador do trauma 
Força direita, indireta e de torção — A força direita gera uma fratura 
decorrente de um trauma, como golpe direito que leva imediatamente a uma fratura 
especificamente no lugar do impacto. A força indireta leva a uma fratura num ponto 
distante do local impactado. Já a força de torção gera uma fratura quando uma parte 
do corpo permanece imóvel e a outra gira sobre esta. (Barbieri. João. 2019). 
10 SINAIS E SINTOMAS 
As fraturas são lesões que raramente levam a óbito, embora sejam lesões 
mais dramáticas, por causa das características que são expostas a simples vista. É 
um tipo de lesão em que é necessário o controle da dor e a imobilização do local 
afetado para que não haja progressão da lesão. (Barbieri. João. 2019). 
Alguns sintomas apresentados por pessoas com fraturas são: deformidade, 
dor, aumento da temperatura, crepitação, inchaço, descoloração ou vermelhidão, 
ferimentos e possível perda da sensibilidade. (Barbieri. João. 2019). 
É importante verificar a deformidade verificando-se o membro não afetado, 
que poderá apresentar uma diferença no tamanho, no comprimento, na forma e na 
posição. Os casos de fraturas são acompanhados do aumento de agentes pró-
inflamatórios no organismo para tentar reparar o local afetado, gerando 
 
31 
 
vermelhidão, inchaço e dor, que é especialmente causada pela afetação das 
estruturas adjacentes, seja pela fratura ou pela inflamação. As afeções nos tecidos 
moles podem levar ao comprometimento dos nervos, o que pode resultar em perda 
da sensibilidade. (Barbieri. João. 2019). 
11 PRIMEIROS SOCORROS EM CASOS DE FRATURAS 
As cenas de fraturas costumam ser impactantes e requerem especial 
atenção médica. Nas situações de fraturas abertas, você deve ter especial atenção 
e não recolocar o osso “no lugar”, pois essa manobra pode aumentar a lesão e gerar 
mais dor e aumentar as chances de infecções. O que se deve fazer é imobilizar o 
membro, conter o sangramento com material estéril e transportar a vítimas para um 
hospital. O membro deverá ser fixado utilizando talas rijas ou flexíveis, amarradas 
com ataduras ou outros pedações de panos, sempre imobilizando a articulação 
imediatamente acima da lesão e abaixo dela. (Barbieri. João. 2019). 
Já nas fraturas fechadas, que são mais comuns, não há rompimento da pele 
e, em geral, são de menor emergência que as fraturas abertas. No entanto, os 
danos aos ossos podem ser grandes e apresentar hemorragias internas, por 
rompimento de vasos sanguíneos. Também são situações que exigirão a devida 
imobilização antes do transporte do paciente. (Barbieri. João. 2019). 
12 PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO 
O osso é um tecido vivo que tem a capacidade de se remodelar e regenerar. 
Sua regeneração é um processo complexo e envolve diversas etapas e diferentes 
agentes. O processo de regeneração vai depender da magnitude da lesão que 
acometeu o tecido ósseo, sendo que sua recuperação pode demorar semanas ou 
meses. (Barbieri. João. 2019). 
A primeira fase da cicatrização óssea envolve a formação de um hematoma, 
que é ocasionado pelo extravasamento do sangue dos vasos rompidos na fratura. 
 
32 
 
Essa fase é caracterizada por forte dor e edema. Após algumas semanas, o coágulo 
formado nas extremidades ósseas, se estas foram devidamente reposicionadas, 
será substituído por tecido cartilaginoso e fibrocartilaginoso, também conhecido 
como calo mole. Esse tecido servirá para dar estabilidade à estrutura ao longo do 
processo de cicatrização. O calo mole será substituído gradativamente por matriz 
óssea, formando o calo duro, que costuma ser uma supercompensação na 
formação óssea, sendo facilmente observável em radiografias. Por fim, o calo duro 
sofrerá remodelação e o osso apresentará novamente sua linearidade. (Barbieri. 
João. 2019). 
13 LESÕES ARTICULARES 
As articulações são formadas pelas extremidades de dois ou mais ossos. São 
unidas por ligamentos e cápsulas que garantem a estabilidade da articulação. As 
articulações que permitem amplo movimento são chamadas de articulações 
sinoviais. Essas articulações são envoltas por uma camada de tecido conjuntivo, 
chamada cápsula sinovial, que produz um líquido lubrificante (líquido sinovial) que 
permite o deslizamento das duas extremidades ósseas sem que haja atrito. Cada 
articulação do corpo apresenta um grau de mobilidade específica, definida como a 
amplitude máxima. Quando os movimentos sobre passam esses limites, lesões nos 
tecidos podem surgir, como rupturas nos ligamentos. (Barbieri. João. 2019). 
14 LUXAÇÕES 
Alguns traumas indiretos, geralmente produzidos por quedas com apoio nas 
extremidades, fazem com que a força seja transferida diretamente para as 
articulações, fazendo com que as superfícies articulares saiam de sua posição 
normal, perdendocongruência articular e função articular (movimento), isto é, uma 
“desconexão” articular. As luxações acontecem com maior prevalência nas 
 
33 
 
articulações de maior mobilidade, como articulação do ombro, articulação do quadril 
e articulação dos dedos da mão. (Barbieri. João. 2019). 
As luxações podem ser classificadas em dois tipos, como completas e 
incompletas. As luxações completas são aquelas em que os ossos, após sofrerem 
o trauma, permanecem completamente desunidos. Já as luxações incompletas, 
também chamadas de subluxações, são aquelas em que o trauma causa reduzida 
separação entre os ossos que compõem a articulação. (Barbieri. João. 2019). 
As luxações são caracterizadas por dor intensa de deformidade articular, ou 
seja, a articulação apresenta-se anormal a sua estrutura habitual, inclusive sob 
palpação. Muitas vezes o deslocamento ósseo articular pode impossibilitar a 
movimentação do membro afetado, assim como ele pode se apresentar mais curto 
ou mais longo, se comparado com o membro não afetado. (Barbieri. João. 2019). 
 
Tratamento 
 
Na presença de luxações é importante imobilizar a articulação na posição da 
lesão, pois manobras inadequadas podem pôr em perigo as estruturas vizinhas. 
Além de tudo, deixe a vítima com o máximo conforto. As manipulações das 
luxações, nome dado ao processo de recolocamento em sua posição normal, são 
executadas exclusivamente por médicos. É importante que as articulações luxadas 
sejam colocadas no lugar o mais rápido possível, por profissional qualificado, pois 
o suprimento sanguíneo pode ser comprometido em razão da deformação. Muitas 
vezes o reencaixe da articulação é um processo que exige força e é muito doloroso, 
sendo executado em sala de cirurgia sob efeito de analgésicos ou anestesias, por 
esse motivo é importante não dar comida a uma pessoa que apresenta um membro 
luxado, pois pode ser necessário administrar nela uma anestesia local para a 
redução da luxação. (Barbieri. João. 2019). 
Dependendo do grau de comprometimento dos tecidos vizinhos, como 
ligamentos, cápsulas articulares e tensões, a intervenção cirúrgica pode ser 
necessária. (Barbieri. João. 2019). 
 
34 
 
As luxações acontecem principalmente sob trauma, mas podem acometer 
também articulações desgastadas pelo excesso de movimento, por exemplo o 
ombro de nadadores, portanto, você deverá prestar bastante atenção nas condições 
e na carga que são aplicadas em seus atletas e alunos, para que não haja uma 
sobrecarga lesiva sobre suas articulações. Tenha em mente que uma articulação 
uma vez luxada tem maior probabilidade de voltar a se luxar, diante de casos de 
alunos com esse histórico, a prescrição de exercício deverá privilegiar o 
fortalecimento das estruturas que podem ajudar a manter a articulação no lugar, 
como é o caso dos músculos que mantêm o manguito rotador, que podem ser 
fortalecidos para diminuir as chances de reincidências de luxações no ombro. 
(Barbieri. João. 2019). 
15 ENTORSES 
Entorse é a perda momentânea da congruência ou continuidade articular. É 
caracterizada como um movimento violento, em que há o estiramento ou ruptura de 
ligamentos da articulação afetada. As entorses de tornozelo e joelho são as mais 
comuns, principalmente em participantes de modalidades esportivas coletivas como 
futebol, basquete e vôlei, os quais são esportes de grandes impactos articulares, 
principalmente na articulação do joelho. O joelho pode apresentar diferentes tipos 
de entorses dependendo da amplitude do movimento realizado, podendo afetar 
tanto o ligamento colateral e o ligamento cruzado anterior ou posterior quanto 
também os meniscos. Esse tipo de lesão ligamentar pode afetar movimentos como 
flexão, extensão, rotação interna e rotação externa do joelho. As rotações de joelho 
em ângulos que excedem seu limite fisiológico prejudicam principalmente os 
meniscos, tanto medial como lateral. Porém, movimentos de flexão e extensão em 
amplitudes acima do limite comprometem principalmente os ligamentos cruzado 
anterior e cruzado posterior. As entorses de joelho acontecem principalmente por 
traumas direitos ou indireto, sendo os traumas diretos causados por impactos, como 
uma queda. Já os traumas indiretos podem ser causados por movimentos bruscos, 
como giros e saltos. (Barbieri. João. 2019). 
 
35 
 
A entorse pode ser classificada em três níveis, dependendo da magnitude da 
lesão envolvida. 
Grau 1 — Estiramento ligamentar; menos de 10% das fibras ligamentares 
são danificadas; sua cicatrização é rápida e natural. 
Grau 2 — Lesões ligamentares parciais; aumenta o número de rupturas nas 
fibras dos ligamentos; no entanto, não chega a ser uma ruptura total. 
Grau 3 — Lesões ligamentares totais; apresenta-se uma ruptura total das 
fibras dos ligamentos; este quadro geralmente é indicado para cirurgia. 
Os principais sintomas de uma entorse são caracterizados por dor aguda, 
inchaço, vermelhidão, aumento da temperatura, incapacidade para realizar os 
movimentos na amplitude completa da articulação e incapacidade de apoiar-se 
sobre o membro afetado. 
 
Tratamento 
 
O objetivo do tratamento em lesões por entorse é reduzir a dor e a 
inflamação. Para tal, a aplicação de gelo e a elevação do membro podem ajudar a 
combater a inflamação aguda. A aplicação do gelo imediatamente após a lesão vai 
gerar uma vasoconstrição que diminuirá os níveis de fluxo sanguíneo e dor no local. 
Os casos sérios de entorse exigirão a imobilização do paciente e, posteriormente, 
o transporte para unidade hospitalar. (Barbieri. João. 2019). 
Após a identificação do grau de comprometimento da entorse, é 
recomendado principalmente o repouso do membro afetado. No caso de entorse no 
membro inferior, é importante não apoiar-se sobre o membro, pois isso gerará dor 
e poderá aumentar a inflamação local. (Barbieri. João. 2019). 
O gelo é um dos melhores tratamentos para a entorse. Deve-se aplicar o gelo 
por, no máximo, 15 minutos por dois ou três dias contínuos após o acidente, até 
diminuir a inflamação. Após a diminuição do inchaço, pode ser iniciada a fase de 
calor, em que serão aplicadas bolsas quentes (não suficientemente quente a ponto 
de lesionar a pele) para aumentar o fluxo sanguíneo na região afetada. Juntamente 
com a fase de calor, pequenos movimentos envolvendo a área afetada poderão ser 
 
36 
 
iniciados, pois é importante a movimentação para não se perder os ângulos normais 
de movimento. (Barbieri. João. 2019). 
Nesses casos, você, como profissional de educação física, será uma peça-
chave na recuperação desse tipo de lesão, pois programas de fortalecimento 
muscular são uma excelente opção para uma boa recuperação, como o trabalho de 
força para os músculos extensores e flexores do joelho, podendo ser realizado em 
sala de musculação, assim como o trabalho de propriocepção e alongamento dos 
adutores, se esta for a indicação do departamento médico. (Barbieri. João. 2019). 
16 AÇÕES ADOTADAS EM CASOS DE LESÕES EM TECIDOS MUSCULARES 
O tecido muscular é um dos mais acometidos, principalmente em populações 
de esportistas, devido à demanda vigorosa de contrações musculares e realização 
de força em larga escala. O músculo é basicamente formado por filamentos de 
proteínas contráteis (como a actina e a miosina), bem como as elásticas (como a 
titina), produzindo força pelo sistema de pontes cruzadas e pela energia oriunda de 
moléculas de ATP. Essa força realizada pelo músculo é transmitida ao tendão e, 
posteriormente, ao osso, gerando movimento em uma determinada articulação. 
(Barbieri. João. 2019). 
Os músculos podem realizar contração de diferentes maneiras, conforme 
descrito. 
 Isométricas — em que o músculo produz força sem aparente 
mudança em seu comprimento. 
 Concêntricas — em que o músculo produz força enquanto diminui 
seu comprimento. 
 Excêntricas — em que o músculo produz força enquanto aumenta o 
seu comprimento.Além disso, é possível realizar as contrações de forma mais lenta ou mais 
rápida, empregando maior ou menor potência ao gesto. (Barbieri. João. 2019). 
 
37 
 
Todas as regiões do músculo ou da junção musculo-tendínea são passíveis 
de sofrerem lesões. Normalmente, gestos mais potentes, contrações excêntricas, 
músculos encurtados, histórico prévio de lesões, músculos biarticulares e falta de 
aquecimento são fatores que podem influenciar na ocorrência de alguma lesão, 
sendo que os isquiotibiais se destacam como o grupo mais lesionado (RAMOS et 
al., 2017). 
17 PROCEDIMENTOS ADOTADOS EM LESÕES DE ÓRGÃOS INTERNOS 
Em um episódio de acidente ou trauma, podemos constatar basicamente dois 
tipos de lesões: externas (visíveis e aparentes) e internas (ocultas e não aparentes). 
As lesões externas são facilmente identificáveis, pois seus sinais estão visíveis e 
manifestam o desarranjo da condição natural de algum tecido. Já as lesões internas 
são de detecção mais complexa e respeitam uma série de critérios, os quais devem 
ser de conhecimento do socorrista, para que ele consiga reconhecê-los e adotar os 
devidos procedimentos. (Azevedo. Rodrigo.2019). 
Quando internas, as lesões podem envolver o prejuízo em diferentes tecidos, 
como músculos, ligamentos, tendões, ossos, articulações e órgãos internos. 
Quando órgãos internos, como intestino, estômago ou fígado, são acometidos, há 
uma resposta de hemorragia interna. Esse episódio consiste no extravasamento do 
sangue em uma cavidade pré-formada do organismo, como cavidade craniana, 
câmara dos olhos, pleura ou pericárdio. Em perdas de volumes sanguíneos 
superiores 50% do volume total, ocorre choque irreversível, parada 
cardiorrespiratória e morte (BRASIL, 2003). Dessa forma, devemos estar atentos 
aos sinais desse tipo de quadro para que seja possível tomar as medidas corretas 
para prestar socorro. 
17.1 Sinais de hemorragia interna 
As lesões em órgãos internos são comuns em casos de impacto violento 
(como nos atropelamentos), quedas de nível alto, esmagamento por objetos 
 
38 
 
pesados e contusão causada por objetos rígidos. Os locais que normalmente são 
acometidos por lesões internas são o tórax e o abdome, onde estão os órgãos vitais 
do nosso corpo. Lesões no fígado, baço e intestinos geram grandes hemorragias, o 
que é um quadro de grande risco para o paciente, já que demonstra o prejuízo à 
condição de órgãos vitais e a perda importante de sangue. Dessa maneira, 
hemorragias internas estão estreitamente ligadas às lesões internas, sendo que os 
principais sinais que denotam esse tipo de quadro são os seguintes (HAUBERT, 
2018): 
 Palidez intensa. 
 Pulso rápido e fraco. 
 Queda da pressão arterial. 
 Sudorese aumentada. 
 Sede excessiva. 
 Dispneia e respiração acelerada. 
 Vômito com sangue. 
 Agitação. 
 Confusão mental. 
 Apreensão. 
 Abdome rígido. 
 Pele fria e calafrios. 
 Mucosa descorada. 
 Náuseas. 
 Desmaio. 
 Estado de choque. 
18 QUADROS HEMORRÁGICOS E ÓRGÃOS AFETADOS 
Além de observar características específicas que denotam o quadro de 
hemorragia interna, devemos ficar atentos a alguns sinais que podem nos ajudar a 
detectar o tipo de hemorragia e o consequente órgão afetado pelo trauma. Vamos 
 
39 
 
analisar, a seguir, os principais quadros hemorrágicos, seus conceitos e suas 
características. (Azevedo. Rodrigo.2019). 
Hemoptise: quadro referente ao sangramento através das vias respiratórios, 
oriundo dos pulmões, que pode ser abundante ou não, podendo extravasar pelo 
nariz ou pela boca, precedido de tosse. Além de ser causado por um trauma 
vigoroso, pode ser oriundo de casos clínicos, como tuberculose e embolia. 
(Azevedo. Rodrigo.2019). 
Hematêmese: quadro que consiste em vômito com sangue oriundo do 
sistema gastroesofágico, normalmente do estômago e esôfago. A coloração do 
sangue é viva ou escurecida, quando o ele é proveniente do estômago e misturado 
com o suco gástrico. Além de traumas, é causada por cirrose e úlcera estomacal. 
(Azevedo. Rodrigo.2019). 
Melena: quadro em que ocorre sangramento pelo reto, com hemorragia 
proveniente do sistema digestivo alto, em que a coloração do sangue tem aspecto 
de óleo (escuro, brilhante e com odor de fezes). Outras causas, além de traumas, 
são as úlceras duodenais. (Azevedo. Rodrigo.2019). 
Enterorragia: quadro semelhante à melena, em que também ocorre 
sangramento pelo reto, contudo é oriundo de uma hemorragia do sistema digestivo 
baixo. Dessa forma, o aspecto do sangue é vivo (coloração vermelha, já que o 
sangramento é próximo ao ânus). Além de traumas, pode ser causada por tumores 
e hemorroidas. (Azevedo. Rodrigo.2019). 
Metrorragia: quadro em que ocorre sangramento anormal pelo canal 
vaginal, com coloração avermelhada. Traumas (impacto na região ou abuso sexual) 
na região uterina podem levar ao quadro, além de distúrbios menstruais, abortos e 
tumores. (Azevedo. Rodrigo.2019). 
Hematúria: quadro em que ocorre sangramento com a urina, em decorrência 
do acometimento de estruturas do sistema urinário, como rins ou bexiga. Além de 
episódios traumáticos, cálculos renais, nefropatias e tumores também podem gerar 
a hemorragia. (Azevedo. Rodrigo.2019). 
 
40 
 
18.1 Procedimentos adotados 
Na ocorrência de hemorragias internas, complicações mais significativas em 
episódios traumáticos, sendo que em grande escala, a chance de óbito é alta. A 
hemorragia gera um quadro de choque hemorrágico, também chamado de choque 
hipovolêmico, que é a segunda causa de morte em consequência de lesões 
oriundas de acidentes (EL SAYAD, 2014). 
A gravidade de um quadro de hemorragia, seja ela interna ou externa, 
depende basicamente do volume de sangue perdido, da velocidade da perda e da 
condição de saúde da vítima. Quanto maior ou mais rápida for a perda de sangue, 
ou quanto mais debilitado for o estado de saúde da vítima que sofreu o quadro de 
hemorragia, mais severo será o estado do paciente, e consequentemente, maior a 
chance de morte. (Azevedo. Rodrigo.2019). 
Independentemente da gravidade do quadro, existem medidas que garantem 
a preservação do estado de saúde da vítima. Os primeiros socorros, nesses casos, 
buscam cessar ou diminuir o sangramento, mantendo o funcionamento adequado 
do sistema circulatório e hemodinâmico. Nos casos de hemorragia externa, 
procedimentos como pressão local, uso de torniquetes e elevação do membro 
afetado (caso não exista dor ou possibilidade de agravar lesões na área) são 
comumente utilizados e auxiliam no controle do quadro hemorrágico (BRASIL, 
2003). 
Em contrapartida, casos de hemorragia interna requerem a implantação de 
procedimentos diferentes. Uma das primeiras medidas é contatar serviço de 
emergência profissional — afinal, esses casos são mais complexos e exigem a 
realização de procedimentos especializados (HAUBERT, 2018). Em um segundo 
momento, é fundamental tranquilizar a vítima para evitar que os estados de 
agitação, medo e apreensão reflitam em um aumento nos batimentos cardíacos e 
consequente aumento do trabalho do sistema circulatório, o que contribui para o 
aumento da perda de sangue. 
De acordo com a região afetada, o corpo da vítima deve ser posicionado de 
diferentes formas. Em casos de acometimento da região superior do corpo (cabeça 
 
41 
 
e cervical), o indivíduo deve permanecer sentado ou deitado com a cabeça acima 
do nível do corpo. Enquanto em casos de acometimento das demais regiões (tórax, 
abdome, membros superiores e inferiores), ele deve permanecer deitado com a 
cabeça abaixo do nível do corpo, o que auxilia o retorno venoso e previne o choque 
hipovolêmico (BRASIL, 2003). 
Outras medidas devem ser tomadas em casos de suspeita ou constatação 
de sangramentos internos são as seguintes (HAUBERT, 2018). 
 Minimizar a fala da vítima e mantê-la em repouso, para evitar 
aumento no fluxo sanguíneo por conta do aumento na frequênciacardíaca. 
 Manter a vítima coberta e sem contato com piso frio ou úmido, já que, 
em casos de hemorragia, ocorre queda grande da temperatura 
corporal. 
 Evitar a ingestão de líquidos ou alimentos, já que algum órgão 
provavelmente tenha sido afetado pelo trauma, e a vítima não 
conseguirá realizar a digestão de forma habitual. 
 Por fim, aplicar gelo ou compressas úmidas nos locais que tenham 
sido afetados pelo trauma e possivelmente estejam com 
sangramento, com intuito de gerar vasoconstrição, diminuindo a 
perda de sangue, e analgesia no local lesionado. 
 
Além de lesões em órgãos internos, existem outros tipos de lesões internas 
que atingem outras estruturas e tecidos, como é o caso de lesões ósseas e 
articulares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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