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PDF Livreto Cefaleia concepcoes caracteristicas e abordagens na Atencao Primaria a Saude

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Cefaleia: concepções, características 
e abordagens na Atenção Primária à 
Saúde 
Coordenação do Projeto 
Ana Emilia Figueiredo de Oliveira
Coordenação Geral da DTED/UNA-
SUS/UFMA 
Ana Emilia Figueiredo de Oliveira 
Gestão de Projetos da UNA-SUS/
UFMA 
Deysianne Costa das Chagas 
Coordenação de Produção 
Pedagógica da UNA-SUS/UFMA 
Paola Trindade Garcia
Coordenação de Ofertas 
Educacionais da UNA-SUS/UFMA
Elza Bernardes Monier 
Coordenação de Tecnologia da 
Informação da UNASUS/UFMA 
Mário Antonio Meireles Teixeira 
Coordenação de Comunicação e 
Design Gráfico 
Bruno Serviliano Santos Farias 
Professor-autor 
Caio Visalli Lucena da Cunha 
Validadora Pedagógica 
Cadidja Dayane Sousa do Carmo 
Revisora Textual 
Talita Guimarães Santos Sousa 
Designer Instrucional
Emanuelle Christina Pereira 
Nascimento 
Créditos
Validação Técnica
Secretaria de Gestão do Trabalho e 
Educação na Saúde (SGTES)
Departamento de Gestão da 
Educação na Saúde (DEGES)
Coordenação-Geral de Ações 
Educacionais (CGAED/DEGES/
SGTES/MS)
Carolina Vaccari Simaan
Emanuelle Carvalho Brasil de 
Albuquerque
Janainna Nogueira da Silva
Rosany Ferreira Rios Fonseca
Departamento da Saúde da Família 
(DESF/SAPS/MS)
Validadoras técnicas
Amanda Firme Carletto
Beatriz Zocal da Silva
Michelle Leite da Silva
 
Coordenação-Geral de Atenção 
Especializada (CGAE)
Jaqueline Silva Misael
Coordenação Geral de Saúde do 
Trabalhador (CGSAT)
Flávia Nogueira e Ferreira de Sousa - 
Coordenadora-Geral
Ana Cristina Martins de Melo - 
Coordenadora-Substituta
Nathalie Alves Agripino
Departamento de Saúde Coletiva da 
Universidade de Brasília - UnB
Cláudia Brandão 
Designer Gráfico 
Caio Marques Gomes
CUNHA, Caio Visalli. Cefaleia: concepções, características e abordagens na 
Atenção Primária à Saúde. In: UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS. UNIVERSIDADE 
FEDERAL DO MARANHÃO. Cuidado nas queixas comuns no atendimento à 
demanda espontânea na Atenção Primária à Saúde. Cuidado em situações 
frequentes de dor. São Luís: UNA-SUS; UFMA, 2022.
© 2022. Ministério da Saúde. Sistema Universidade Aberta do SUS. Fundação Oswaldo Cruz & Universidade 
Federal do Maranhão. É permitida a reprodução, disseminação e utilização desta obra, em parte ou em 
sua totalidade, nos termos da licença para usuário final do Acervo de Recursos Educacionais em Saúde 
(ARES). Deve ser citada a fonte e é vedada sua utilização comercial, sem a autorização expressa dos 
seus autores, conf. Lei de Direitos Autorais - LDA (Lei n.º 9.610, de 19 de fevereiro de 1998).
COMO CITAR ESTE MATERIAL
Sumário
Apresentação............................................................................................. 5
1.CEFALEIA................................................................................................ 6
2.CEFALEIA TENSIONAL............................................................................. 7
3.ENXAQUECA........................................................................................... 8
3.1 Acupuntura .......................................................................................... 9
3.2 Auriculoterapia .................................................................................... 9
3.3 Massoterapia ......................................................................................10
3.4 Yoga e Tai Chi .....................................................................................10
3.5 Suplementação, fitoterapia e alterações dietéticas ............................. 11
3.6 Biofeedback, meditação e treinamento comportamental .....................11
Considerações finais................................................................................ 15
Referências.............................................................................................. 16
A cefaleia é uma das principais queixas álgicas que ocorrem na Atenção 
Primária à Saúde, sendo uma das causas que mais levam as pessoas a 
buscarem atendimento médico. Ela geralmente se apresenta como uma dor 
na região cefálica e pode estar ligada tanto a problemas emocionais como 
o estresse e a fadiga, quanto a doenças graves, que necessitam de um
diagnóstico precoce e tratamento devido.
As cefaleias podem trazer inúmeros prejuízos ao indivíduo, podendo 
influenciar na sua capacidade de realizar suas atividades de vida diárias, 
diminuindo a sua qualidade de vida e reduzindo sua produtividade laboral.
Você saberia definir qual tipo de cefaleia um paciente tem? Ou as 
características da dor que ele apresenta? Conhece os tipos de tratamento e 
como funciona o fluxo de atendimento para esses casos?
Através deste recurso, você poderá entender as características da 
cefaleia, seus tipos, os principais tratamentos e o fluxo de atendimento para 
essas situações na Atenção Primária à Saúde.
Bons estudos!
Apresentação
Olá, aluna(o)!
Ao final deste recurso, você será capaz de compreender a abordagem 
dos casos agudos de cefaleia no contexto da Atenção Primária à Saúde.
OBJETIVO
É fundamental questionar sistematicamente sobre sinais de alerta em 
todas as consultas de pacientes com cefaleia, pois, apesar de raro, 
poderemos identificar um maior risco para casos graves quando é 
relatada como “cefaleia nunca sentida na vida” ou “a pior dor sentida 
até então”. Outros sinais de alarme descritos são: início após os 50 
anos de idade, mudança de padrão da cefaleia habitualmente sentida ou 
presença de alterações neurológicas. 
IMPORTANTE
Na primária não identificamos alterações anatomopatológicas 
como causa do quadro.
Nos casos secundários é possível identificá-las. 
6
1. CEFALEIA
A cefaleia é definida como qualquer dor localizada no polo cefálico, 
podendo ter origem tanto de estruturas faciais como cranianas. Um estudo 
de análise de demanda em Atenção Primária, realizado no Brasil, chegou 
à conclusão de que essa é a terceira causa mais frequente de busca por 
atendimentos, sendo a primeira demanda clínica da lista, atrás apenas de 
demandas administrativas1. Outros estudos encontraram um resultado 
semelhante, porém um pouco menos frequente, colocando a busca por 
atendimento devido a essas dores, entre as dez causas de demanda por 
atendimento2.
Podemos classificar as cefaleias em: 
Existem mais de 156 tipos de cefaleias, de acordo com a Classificação 
Internacional das Cefaleias da Sociedade Internacional de Cefaleia (ICHD-3)3. 
Porém, neste curso iremos focar naquelas que são as principais causas de 
atendimento na Atenção Primária à Saúde (APS). Apesar do relato frequente 
nas consultas, a cefaleia decorrente de distúrbios de refração possui baixa 
prevalência.
Primárias
Secundárias
Dentre as cefaleias primárias, a tensional é a mais comum. No estudo 
de demanda realizado por Gusso2, a enxaqueca foi a causa mais comum. 
Porém, o autor ponderou que a incongruência desse dado com a literatura 
científica poderia se dar devido a dois fatores: viés de seleção de população 
e pelo fato de que a enxaqueca, pela sua maior intensidade, costumar levar 
mais as pessoas a atendimento clínico4. 
De fisiopatologia ainda incerta, acredita-se estar relacionada coma 
contratura de grupos musculares da região do polo cefálico até a região nucal. 
Geralmente é caracterizada como:
Um procedimento simples como a capacidade de encostar o queixo 
contra o peito ou o exame físico com as manobras de irritação meníngea são 
suficientes para diferenciar as doenças. Cabe ressaltar que os quadros de 
meningite são bem mais agudos, com dor mais intensa, podendo apresentar 
febre ou sintomas sistêmicos associados.
O tratamento geralmente feito deve enfocar técnicas de relaxamento, 
biofeedback e reconhecimento de possíveis gatilhos. Explicar do que se 
trata, ouvir a pessoa, seus receios em relação ao quadro também são muito 
importantes na perspectiva de prevenção de novos episódios. Analgésicos 
simples podem ser associados para alívio do sintoma.
2. CEFALEIA TENSIONAL
Dor em aperto ou pressão bilateral, comumente descrita como 
"em faixa", podendoirradiar para região nucal.
Não é comum sintomas como fotofobia, fonofobia.
Dor com intensidade leve a moderada e que não piora com 
atividade física, durando minutos, horas ou até dias seguidos.
Não provoca alterações no exame físico, exceto por dor em 
palpação local incluindo região de nuca. 
A localização da dor nessa região nos obriga a descartar o sinal 
de alerta "rigidez nucal", o que falaria a favor do diagnóstico 
diferencial de meningite4.
7
Enxaqueca é uma causa importante de dor de cabeça e provoca um 
comprometimento, em geral, maior que o da cefaleia tensional. É cerca 
de duas a três vezes mais comum em mulheres5. Sua causa ainda não é 
totalmente esclarecida, mas a hipótese mais aceita atualmente defende que 
o cérebro das pessoas que sofrem dessa doença é hiperexcitável a certos
estímulos que provocam uma inflamação neuronal. Algumas pessoas
conseguem perceber facilmente essa correlação; os fatores desencadeantes
mais frequentes são consumo de álcool, certos tipos de chocolate, queijos,
alimentos condimentados, ciclo menstrual etc.
Algumas características definem as enxaquecas, tais como:
Por vezes, a dor é precedida por um fenômeno neurológico chamado 
aura, geralmente caracterizada por alterações visuais como escotomas (como 
“flashes visuais”), alterações sensitivas e, mais raramente, alterações motoras. 
Além da aura em si, outras pessoas podem relatar sintomas premonitórios 
diversos. Observe que apesar de mais frequente, a caracterização da cefaleia 
tensional se dá muito por destacar o diagnóstico de enxaqueca.
Em geral, o diagnóstico é puramente clínico e já é possível definir, 
ainda na anamnese, que estamos diante de alguém com um quadro de 
enxaqueca. Mesmo assim, alertamos para o risco de sobrediagnóstico 
de cefaleia tipo enxaqueca caso conduzamos a anamnese com 
perguntas fechadas como: "Você tem foto e fonofobia?", "Sente náusea?". 
3. ENXAQUECA
O quadro álgico dura, em geral, de 4h a 72h.
 Acompanhada de náuseas e até vômitos.
A dor enxaquecosa costuma ser provocada ou piorada por atividade 
física rotineira.
A dor é mais caracterizada como latejante ou pulsátil, unilateral, de 
moderada a forte intensidade (EAV de 6-10).
Além de fotofobia (piora da dor com estímulos luminosos) e 
fonofobia (piora da dor com estímulos sonoros). 
É comum o relato de comportamento evitativo, em que a pessoa 
vítima da dor se retira para um ambiente escuro e silencioso 
buscando, com isso, alívio para o sintoma. 
A dor costuma aumentar até um pico, após o qual começa a reduzir 
mantendo a presença de sintomas residuais como fadiga, fraqueza 
e dificuldade de concentração. 
8
3.1 Acupuntura
Por se tratar de um quadro recorrente, é preciso que os profissionais 
estejam atentos e trabalhem na perspectiva da educação em saúde, 
prevenção de recorrência e até da autogestão dos medicamentos prescritos. 
Esclarecer a causa fisiopatológica da dor e a não necessidade de exames 
complementares para casos leves e sem sinais de alarme é fundamental. 
O trabalho em conjunto da equipe de saúde e da pessoa que sofre com 
enxaqueca pode ajudar na identificação dos gatilhos e na adaptação de rotina 
para evitar tais estímulos. Nessa perspectiva, a construção de um diário de 
dor poderá ser muito útil.
Práticas integrativas como acupuntura e reflexologia podem ajudar 
no controle da dor já com boa documentação científica de eficácia6. Abaixo 
algumas práticas integrativas e complementares no cuidado da pessoa com 
cefaleia7:
Técnica da Medicina Tradicional Chinesa que envolve a inserção de 
agulhas finas em pontos específicos do corpo (acupontos). O mecanismo 
exato de ação ainda não é totalmente compreendido, mas envolve o estímulo 
das fibras delta e a ação do centro de dor no Sistema Nervoso Central. 
Estudos bioquímicos evidenciaram que a acupuntura aumenta a 
atividade opioide interna, elevando a serotonina, a dopamina, as neurotrofinas 
e o óxido nítrico. Pode ser utilizada com mecanismo elétrico associado ou não. 
Além de ação na dor em si, estudos têm sugerido redução na frequência dos 
ataques álgicos agudos com ação comparável a algumas drogas profiláticas, 
porém, ainda é preciso estudar e comparar melhor tais tratamentos.
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A anamnese será mais específica se o relato da caracterização da dor e 
sintomas associados vier da fala espontânea do paciente ou de perguntas 
abertas como: "Você tem sintomas associados? Quais seriam?".
O exame físico é fundamental para quadros iniciais ou quando há 
alguma alteração no padrão da dor. Para casos de dor recorrente em mesmo 
padrão e pacientes sem alterações de sinais vitais, pode-se dispensar a 
pormenorização do exame neurológico.
9
3.2 Auriculoterapia
Também uma técnica da Medicina Tradicional Chinesa, a auriculoterapia 
utiliza a orelha como um microssistema biológico que reproduz estruturas 
corporais diversas localmente. Aplicam-se agulhas ou, mais comumente, 
sementes para fazer pressão sobre pontos específicos.
10
Tem a vantagem de ser uma técnica menos invasiva que a acupuntura e 
de fácil aplicação, podendo ser realizada por diversos profissionais treinados. 
Estudos demonstram alívio da dor cerca de 10 minutos após a aplicação. 
Parece haver benefício no tratamento de manutenção com esse método. 
3.3 Massoterapia
 Técnica de terapia manual realizada por massoterapeutas, 
fisioterapeutas, quiropratas ou osteopatas. Estudos demonstraram uma 
melhora média de 27% a 28% na frequência de cefaleia, após manipulação 
espinhal a um curto prazo após as sessões. Além disso, parece haver 
benefício em até seis semanas de tratamento. Estudos mais prolongados 
não demonstraram benefícios no alívio de dor ou frequência de crise, exceto 
nos casos de tensão muscular crônica perceptível. Efeitos colaterais da 
manipulação manual são possíveis e até comuns. Porém, costumam ser 
benignos e autolimitados como tontura, dor cervical, enrijecimento ou 
desconforto local.
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3.4 Yoga e Tai Chi
Apesar de serem técnicas diferentes, foram colocadas aqui de acordo 
com a literatura científica pesquisada como técnicas de terapia “mente-
corpo”. 
O Yoga é uma filosofia da cultura indiana, enquanto o Tai Chi provém 
da cultura chinesa. Ambos são técnicas milenares. Estudos clínicos sugerem 
redução em frequência de dor, intensidade das crises e duração.
3.5 Suplementação, fitoterapia e alterações 
dietéticas
3.6 Biofeedback, meditação e treinamento 
comportamental
Diversas substâncias têm sido utilizadas ao longo dos anos para alívio 
de cefaleia como riboflavina, coenzima Q10, magnésio e ômega 3. Estudos 
utilizando riboflavina, coenzima Q10 e magnésio em comparação com 
placebo não encontraram melhora na cefaleia, exceto na sua intensidade e 
no impacto de dor. Entretanto, é preciso ficar atento aos efeitos colaterais 
que foram percebidos no grupo intervenção. Outro estudo comparou 
suplementação com ácido fólico e vitaminas B6 e B12 diariamente por seis 
meses em comparação com o tratamento tradicional alopático. Não foram 
encontradas melhora na frequência de dor, severidade ou impacto da dor. 
Um estudo comparou o uso de óleo essencial de lavanda como 
aromaterapia com placebo e percebeu melhora no padrão de dor 30 minutos e 
2 horas após o tratamento, o efeito parece ser menor do que o de medicações 
já tradicionalmente utilizadas de forma corriqueira. Estudos com ômega 3 e 6 
não mostraram diferenças estatísticas no controle da dor após quatro meses 
de uso. No campo dieta, parece que a estratégia mais estudada é com dieta 
cetogênica, com baixo teor de carboidratos. Estudos demonstraram redução 
na frequência dos ataques de dor após seis meses, porém parece haver piora 
na frequência das crises álgicas após a parada da dieta.
 Uma revisão sistemática avaliou 94 estudos com mais de 3.500 
pacientes, nos quais foi observada uma redução média em duração, 
intensidade e frequência de crises de cefaleia. Com relaçãoàs práticas 
meditativas, temos atualmente mais estudos falando dos benefícios do 
mindfulness. Além disso, estudiosos têm tentado investigar o efeito de 
práticas de técnicas comportamentais para alívio de estresse como gatilho 
para cefaleia. 11
Fonte: Pixabay. Pex
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Fonte: Tara Winstead, P
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ls. Fonte: Dada Tenis. Pe
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Com relação ao tratamento farmacológico, podemos dividir a abordagem 
em: manejo da crise álgica aguda e tratamento profilático para evitar novas 
crises ou reduzir sua frequência. 
As principais medicações disponíveis pela RENAME (Relação Nacional 
de Medicamentos)9 para tratamento profilático enxaquecoso são os beta-
bloqueadores e os antidepressivos tricíclicos. Abaixo, uma tabela com as 
principais medicações utilizadas na profilaxia da enxaqueca:
Pode-se optar por 
analgésicos simples, 
como dipirona e 
paracetamol, ou 
anti-inflamatórios 
não esteroidais, 
como diclofenaco ou 
ibuprofeno8. Caso o 
paciente apresente 
náuseas ou vômitos, 
podem-se associar 
medicações como 
metoclopramida ou 
domperidona. 
Crises de dor menos 
intensa
Crises de dor moderada Tratamento profilático
Associados aos 
chamados triptanos ou 
ergotamínicos. Esse 
grupo de medicações 
tem melhor efeito 
quando utilizado 
de forma precoce 
dentro do quadro de 
enxaqueca.
Quando ocorrem três 
ou mais crises por 
mês com necessidade 
de tratamento 
medicamentoso, 
incapacidade e 
comprometimento 
funcional importante 
devido a dor, mesmo 
que em baixa 
frequência e falência 
dos tratamentos de 
resgate. Para alguns 
subtipos específicos de 
enxaqueca, também se 
advoga o tratamento 
profilático logo no início 
do quadro. 
12
EC: hipotensão, 
bradicardia, 
disfunção erétil, 
insônia.
CI: BAV e 
asma ou DPOC 
descompensados.
EC: constipação, 
boca seca, 
sonolência.
Também pode 
dar sonolência. 
Cápsulas 
costumam ter 
menos efeitos 
gastrintestinais 
(náuseas e dor 
local).
Inicial de 40mg/
dia até 240mg/dia 
divididos em 2 a 3 
tomadas por dia.
Inicial de 25mg/
dia até 150mg/
dia em 1 a 2 
tomadas.
100 a 200mg/
dia em 1 a 2 
tomadas.
10 a 75mg por 
noite. 
500 a 1500mg/
dia em 2 a 3 
tomadas.
12,5 a 75mg por 
noite.
Atenolol
Metoprolol
Nortriptilina
Ácido Valproico 
Amitriptilina
Comprimidos de 
50mg e 100mg.
Comprimidos de 
25mg, 50mg e 
100mg.
Cápsulas com 
10mg, 25mg, 
50mg e 75mg
Comprimido 
250mg e 
500mg;
Cápsula 250mg;
Solução oral ou 
xarope 50mg/ml.
Comprimido com 
25mg ou 75mg.
Comprimidos de 
10mg e 40mg.
Propranolol
Droga Apresentação Dose Observações
13
Quando ocorrem quadros de cefaleia, em muitos casos há uma busca 
por atendimento na APS, que possui um fluxo de atendimento importante 
para o funcionamento e até para saber diferenciar os tipos de atendimento e 
gravidade deste tipo de situação. Abaixo, um quadro deste fluxo:
SIM
SIM
SIM
NÃO
NÃO
NÃO
Apresenta comprometimento de vias
aéreas, dispneia grave, ausência de
murmúrio vesicular, sibilos, sinais
de choque (taquicardia, palidez,
hipotensäão, diminuição de perfusão
periférica), angioedema ou alteração
do nível de consciência?
Atendimento médico imediato,
a fim de estabilizar o quadro
Manter vias aéreas, 
oxigenoterapia, epinefrina, 
acesso venoso periférico e 
posição de Trendelenburg (se 
sinais de choque). Acionar 
serviço móvel de urgência.
Atendimento prioritário
Paciente deve ser avaliado pela 
equipe de enfermagem (seguir 
protocolos) e atendido no 
mesmo turno o mais
breve possivel pelo médico.
Atendimento no dia
Paciente deve ser avaliado pela
equipe de enfermagem (seguir
protocolos), seguido de 
orientação e, se necessário, 
atendimento médico.
Intervenção programada não é urgente: 
avaliação inicial da enfermagem e orientaçoes (de acordo com 
protocolos). Observar a necessidade de agendamento de consulta 
médica para avaliação do quadro. Atentar para situações de 
vulnerabilidade para não perder a oportunidade de intervenção. Orientar 
retorno em caso de agravamento dos sintomas.
Ateração do nivel de consciência?
Ver escala de Glasgow. Dor muito
forte/moderada? Febre alta? 
Alteração da visão? Aterações de 
pele? Sinal de meningismo? Sinal 
neurológico focal?
Alterada?
Dor leve? História de febre?
História de cefaleia, porém sem 
sinais ou sintomas no momento?
SIM
Fonte: Adaptado de BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. 
Departamento de Atenção Básica. Caderno de Atenção Básica n. 28, Volume I. 
Acolhimento à Demanda Espontânea. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2013. 
14
Paciente com queixa de cefaleia
A cefaleia é umas das principais queixas álgicas da APS, sendo uma das 
principais causas de procura por serviço médico. Trata-se de uma dor localizada 
no polo cefálico, cuja origem pode ser tanto de estruturas faciais como cranianas, 
e ter etiologia emocional ou física.
Durante a avaliação, é fundamental que o profissional da saúde consiga 
avaliar todos os sinais e sintomas relevantes para determinar a melhor conduta 
diante de um quadro de cefaleia. A identificação das causas de origem, o 
reconhecimento das suas características, a identificação dos tipos de dor e 
tratamento adequado para cada uma são conhecimentos necessários para 
determinar o fluxo de atendimento na Atenção Primária à Saúde. 
A partir do estudo deste recurso, você terá compreendido sobre esse tema, 
sabendo reconhecer os casos de cefaleias e suas características e aplicar todos 
os conhecimentos aqui adquiridos na sua prática profissional.
 Até a próxima!
Considerações finais
1.LANDSBERG, G. A. P e cols. Análise de demanda em Medicina de Família no
Brasil utilizando a Classificação Internacional de Atenção Primária. Ciência &
Saúde Coletiva, 2012.
2.GUSSO, G. D. F. Diagnóstico de demanda em Florianópolis utilizando a
Classificação Internacional da Atenção Primária: 2ª edição (CIAP-2). 2009.
Tese (Doutorado em Ciências). Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.
3.KOWACS, F.; MACEDO, D. D. P.; SILVA-NÉTO, R. P. Classificação Internacional
das Cefaleias: tradução da Sociedade Brasileira de Cefaleia com autorização
da Sociedade Internacional de Cefaleia. São Paulo: OmniFarma, 2019.
4.BIVANCO-LIMA, D.; SANTOS, I. S.; MORAES, M. S. B. F.; BONSEÑOR, I. M.
Cefaleia e enxaqueca. In: GUSSO, G.; LOPES, J. M. C.; DIAS, L. C. Tratado
de Medicina de Família e Comunidade. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed. 2019.
p.1916-1926.
5.ALI, A. S. Migraine in adults. In: DynaMed [database online]. EBSCO
Information Services. Disponível em: https://www.dynamed.com/condition/
migraine-in-adults.
6.KROOP, P.; MEYER, B.; MEYER, W. et al. An update on behavioral treatments
in migraine - current knowledge and future options. Expert Rev Neurother,
2017; 17(11):1059-68.
7.MILLSTINE, D.; CHEN, C. Y.; BAUER, B. Complementary and integrative
medicine in the management of headache. BMJ, 2017; 357:j1805.
8.BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e
Insumos Estratégicos em Saúde. Departamento de Assistência Farmacêutica
e Insumos Estratégicos. Relação Nacional de Medicamentos Essenciais:
RENAME 2020. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2020.
9.BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento
de Atenção Básica. Caderno de Atenção Básica n. 28, Volume I. Acolhimento
à Demanda Espontânea. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2013.
Referências
DISQUE136SA0DE

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