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Patologia S. Linfo hemático 1 Patologia S. Linfo hemático Linfoma de Hodgkin O que é: Neoplasia maligna derivada de células B maduras; representa 10% dos linfomas Idade: em geral, perto dos 30 anos Mais susceptível em: Imunocomprometidos Manifestação clínica mais comum: Linfonodomegalia cervical Outros sintomas: (inespecíficos) febre, sudorese noturna, perda ponderal) podem ser observados na doença avançada Sobrevida: em 5 anos geralmente maior que 70% Etiopatogênese: EBV tem sido implicado; Células neoplásicas (de Reed-Sternberg) teriam origem a partir de linfócitos infectados mutantes; Citocinas produzidas pelas células de Reed-Sternberg atraem leucócitos, cuja atuação é subvertida em favor da proliferação neoplásica Cadeias linfonodais mais acometidas: em geral isoladamente, acomete cadeias linfonodais axiais: cervicais (75% dos casos), mediastinais, para-aórticas ou axilares Disseminação: costuma respeitar a organização anatômica das cadeias linfonodais (de uma cadeia para a subsequente); há comprometimento esplênico em 20% dos casos; doença extra-linfonodal primária é rara Diagnóstico: Células de Reed-Sternberg são essenciais; na microscopia essas células tem aspecto de olhos de coruja Subtipo histopatológico mais comum: esclerosante nodular Linfoma Difuso de Grandes Células B: O que é: neoplasia maligna derivada de células B maduras; Linfoma “não Hodgkin” mais comum Idade: mais frequente em torno dos 60 anos Mais susceptível em: Imunocomprometidos Manifestações: variam conforme o sítio tumoral Comportamento: agressivo (sobrevida variável; pode haver cura em até 50% dos casos) Etiopatogênese: permanece em investigação (EBV?); mutações do gene BCL6 (controle da diferenciação celular e apoptose) têm sido implicadas na patogênese Disseminação: pode ser linfonodal (mais comum) ou extra-linfonodal; pode haver comprometimento de cadeias linfonodais em topografias diversas (não respeita a organização anatômica) Sítios extra-linfonodais mais comuns: tubo digestório, tonsilas e baço (seguidos pelo fígado, rins, tireoide, glândulas salivares e ossos) Microscopia: proliferação de células linfoides volumosas (até 5x o tamanho de um linfócito), com imunofenótipo compatível com a linhagem B Linfoma de Burkitt: Patologia S. Linfo hemático 2 O que é: neoplasia maligna derivada de céulas B maduras Idade: maioria crianças e jovens Crescimento: rápido e comportamento agressivo, mas potencialmente curável Etiopatogênese: associada a translocações do gene MYC (cromossomo 8 – 14) e, provavelmente, à infecção pelo EBV (mecanismos a esclarecer) Disseminação: geralmente sítios extra-linfonodais, principalmente ossos da face e vísceras abdominais Leucemia Linfocítica (crônica)/Linfoma Linfocítico de Pequenas Células: O que é: neoplasia maligna de células maduras da linhagem B; Leucemia mais comum do adulto Envolvimento prioritário da medula: leucemia Envolvimento de tecidos linfáticos extra-medulares: linfoma Idade: maioria em torno dos 60 anos Etiopatogênese: em investigação (mutações de genes implicados na proliferação de linfócitos B foram identificados) Microscopia: proliferação de células linfocitoides com imunofenótipo compatível com a linhagem B Manifestações: em geral assintomática ao diagnóstico (investigação motivada por leucocitose); pode evoluir com sintomas inespecíficos (fadiga, anorexia, perda ponderal), linfonodomegalias e hepatoesplenomegalia Prognóstico: variável; sobrevida em média ultrapassa 5 anos Leucemia Linfoblástica (aguda)/Linfoma Linfoblástico: O que é: neoplasia maligna de células imaturas da linhagem linfoide (linfoblastos), em geral (85% dos casos) pré-linfócitos B; Câncer mais comum da infância Em geral antes dos 5 anos, como leucemia B; na adolescência (menos frequente), como linfoma T do timo (picos fisiológicos) Envolvimento prioritário da medula: leucemia (maioria) Envolvimento de tecidos linfáticos extra-medulares: linfoma Etiopatogênese: Diversas alterações gênicas que comprometem o desenvolvimento normal da linhagem linfoide já foram identificadas; alterações cromossômicas (como hiperploidia) são características, mas seu significado é incerto Sintomas: relacionam-se à falência de hematopoese normal: fadiga (anemia), hemorragias (trombocitopenia) (petéquias, gengivorragia, hematúria), febre (neutropenia e infecções); pode haver dor óssea (infiltração periosteal), linfonodomegalias, esplenomegalia, hepatomegalia Curso clínico: agudo (dias a poucas semanas) Prognóstico: bom prognóstico na infância (> 2 anos), mas desfavorável no adulto Microscopia: proliferação de células imaturas com imunofenótipo compatível com a linhagem linfoide (CD45+, TdT+); Distinção entre linhagens B e T por imunomarcadores (CD2, CD5, CD10, CD19) Diagnóstico: corroborado por dados clínicos, cito e histopatológicos, imunofenotipagem, cariotipagem e análise molecular Patologia S. Linfo hemático 3 Mieloma Múltiplo: O que é: neoplasia maligna de células plasmocitoides (linhagem B); 15% das neoplasias hematopoéticas; Neoplasia osteolítica, que progride da cavidade medular aos tecidos periosteais Idade: maioria após os 60 anos Comprometimento: tipicamente compromete múltiplos sítios ósseos Sítios mais comuns: vértebras, costelas, crânio, pelve, fêmur, clavícula e escápula Sinal laboratorial característico: elevadas concentrações séricas de imunoglobulina monoclonal Favorece infecções por: queda na produção de imunoglobulinas normais Prognóstico: reservado (sobrevida menor que 5 anos) Sinais e sintomas: destruição óssea promove dor (e hipercalcemia) e pode causar fraturas patológicas Leucemia Mieloide Aguda: O que é: neoplasia maligna de células imaturas da linhagem mieloide (mieloblastos) Subtipos: Múltiplos, conforme a sublinhagem comprometida e defeitos genéticos subjacentes Idade: maioria após os 60 anos Sintomas: relacionam-se à falência da hematopoese normal: fadiga (anemia), hemorragias (trombocitopenia), febre (neutropenia e infecções) Curso clínico: agudo (semanas) Diagnóstico: corroborado por dados clínicos, cito e histopatológicos, imunofenotipagem, cariotipagem e análise molecular Evolução: 60% dos casos tratados evoluem com remissão, porém recorrências são frequentes Patogênese: mutações envolvendo genes que regulam a diferenciação da linhagem mielocítica Microscopia: proliferação de mieloblastos (< 20% da celularidade medular) Imunofenótipo: compatível com células da linhagem mieloide (CD45+, TdT-) Leucemia Mieloide Crônica: O que é: neoplasia maligna de células imaturas da medula, em geral com expressão mieloide (80% dos casos) Idade: maioria após os 40 anos Etiopatogênese: Associada (90% dos casos) à presença do gene BCR-ABL, no cromossomo “Filadélfia”, produto de uma translocação entre os cromossomos 9 e 22 Fase crônica: marcada por hipercelularidade medular, mas sem aumento de células imaturas (blastos) Fase blástica: (em média após os 3 anos) marcada por um aumento de células imaturas na medula (assemelhando-se à leucemia aguda) Manifestações: em geral assintomático ao diagnóstico (investigação motivada por leucocitose) Evolução: lenta (anos), com manifestações inespecíficas (fadiga, anorexia, perda ponderal); esplenomegalia é comum; Pacientes jovens tendem a responder bem ao transplante, ao menos na fase Patologia S. Linfo hemático 4 crônica Nathália Farias
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