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semiologia cardíaca Ciclo cardíaco Diástole (4 fases): Sístole (3 fases): inicia com o fechamento da valva mitral. 1- Relaxamento isovolumétrico (quando a valva aórtica já fechou, mas a valva mitral inda não abriu). 2 - Enchimento rápido (AE se enche de sangue, aumenta a pressão, leva à abertura da valva mitral, levando o sangue para o VE) 3 - Enchimento lento 4 - Contração atrial (30%) 1 - Contração isovolumétrica (valva mitral já fechou, mas a aórtica ainda não abriu). 2 - Ejeção rápida (do VE para aorta) 3 - Ejeção lenta Incisura dicrótica Reflete o fechamento da valva aórtica, ou seja, o fim da sístole e início da diástole. Nesse momento o sangue está saindo do VE, mas encontra a valva aórtica fechada, perdendo força de propulsão, voltando ao VE. Alterações de pulso Pulso fino/filiforme: Relacionada com estados de baixo débito cardíaco, como nos choques hipovolêmico, cardiogênico e obstrutivo ou a estenoses valvares severas, especialmente à estenose aórtica. Pulso em martelo d'água (Corrigan): Associado à pressão arterial divergente. Geralmente é de grande amplitude e com ascensão e queda rápidas. Característico da Insuficiência Aórtica Crônica. O que mais caracteriza o pulso é a subitaneidade de sua queda Pulso bisferiens ou bífido: Dois picos sistólicos. Este pulso ocorre em condições em que um grande volume sistólico é ejetado por um ventrículo com boa contratilidade. Causas: insuficiência aórtica crônica, cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva. Pulso dicrótico: Um pico sistólico e um pico menor na diástole. Este tipo de pulso em geral ocorre em estados de baixo débito cardíaco (choques hipovolêmicos, cardiogênico e obstrutivo), em indivíduos com a aorta de elasticidade preservada (jovens). Como o pulso é fraco, a característica dicrótica pode não ser percebida na palpação. Pulso parvus e tardus: Ascensão lenta, amplitude baixa e duração prolongada. Característico da estenose aórtica moderada a severa. Pulso alternans: Amplitude do pulso varia, alternando uma maior com uma menor amplitude. Este pulso ocorre na insuficiência cardíaca em fase avançada, é um mau prognóstico. ANA PAULA - MED UNIMES XXII Pulso jugular Pulso paradoxal: Queda exagerada (> 20 mmHg) na pulsação durante a inspiração. Esse pulso pode ocorrer no tamponamento cardíaco, porque, ao realizar a manobra de Rivero Caravalho (respiração forçada), chega mais sangue o lado direito do coração, abaulando o septo para o lado esquerdo, para tentar compensar. Com isso, terá uma obstrução à saída do sangue para a aorta, saindo menos sangue para a circulação sistêmica e causando essa queda de pressão. Onda A (onda P no ECG): Onda C (intervalo entre P e Q no ECG): Descenso X (QRS no ECG): Onda V (onda T no ECG): Descenso Y (entre T e uma nova P no ECG): Representa a contração atrial direita. Quando o átrio contrai para enviar o sangue ao ventrículo direito, as outras estruturas que estão acima do AD também sentem essa pressão e deslocam o volume de sangue para a jugular. Contração isovolumétrica da sístole. Ocorre quando a tricúspide já fechou, mas a pulmonar ainda não abriu. O ventrículo direito está cheio de sangue e com a pressão elevada, causa um abaulamento da tricúspide em direção ao AD, formando essa onda. Abertura da valva pulmonar, faz com que tenha saída do sangue do ventrículo direito pela contração ventricular. Fase em que a tricúspide está fechada, ocorre um novo enchimento do AD, aumentando a pressão. Abertura da tricúspide para a saíde do sangue e início de um novo ciclo. Alterações de pulso jugular Onda A gigante: Onda A ausente: Onda A em canhão: Onda V gigante e X colapsada: Colapso Y/ausência de onda Y: Contração atrial vigorosa por uma dificuldade de passagem do sangue do AD para o VD. Causas: estenose de tricúspide, hipertrofia de VD, hipertensão pulmonar. Ocorre na fibrilação atrial, porque não tem contração atrial. Ocorre por mau funcionamento do nó AV, em que o estímulo elétrico fica descontrolado. Quando o átrio contrai, a tricúspide ainda está fechada, e o sangue vai para a jugular, aumentando a onda A. É irregular, porque não ocorre durante todo o ciclo. Ocorre no bloqueio atrioventricular. Ocorre por dificuldade de fechamento da tricúspide, no momento em que o VD contrai o sangue, ao invés se seguir para a artéria pulmonar, volta para a jugular. Causa: insuficiência da tricúspide. Ocorre em doenças que restringem o relaxamento ventricular. Causa: tamponamento cardíaco. Exame do precordio Ictus do VE: A inspeção cuidadosa da região torácica anterior é realizada com o paciente em decúbito dorsal, com a cabeceira a 30º. Movimento fisiológico da ponta do coração empurrando a parede torácica para fora durante a sístole. Pode ser visível e/ou palpável em pacientes não obesos, não musculosos e sem alterações da caixa torácica. Localizado entre o 4-5º espaço intercostal na linha hemiclavicular esquerda. ANA PAULA - MED UNIMES XXII Desdobramento fisiológico de B2: Desdobramento fixo de B2 (ocorre na inspiração e na expiração): Desdobramento paradoxal de B2 (ocorre na expiração): Ocorre com a manobra de Rievero Carvalho (inspiração profunda), quando aumenta o retorno venoso para o lado direito do coração. Faz com que a valva pulmonar precise ficar mais tempo aberta para ejetar o sangue (atrasa P2). Causada por CIA. O shunt será da área de maior pressão para a de menor pressão, ou seja, do lado esquerdo para o lado direito. Com o tempo, o ventrículo direito vai se adaptando a esse regime de alta pressão, sofrendo hipertrofia. Quando isso acontece, o shunt inverte, passa a ser da direita para a esquerda. Essa situação causa a Síndrome de Eisenmenger. Ocorre por doenças do VE, como insuficiência de tricuspide, estenose de valva aórtica, BRE. Oocrre dificuldade da passagem no sangue. Por exemplo, na estenose de valva aórtica, como a passagem de sangue está menor, demorará mais para o sangue sair. A valva precisará ficar mais tempo aberta (atrasa A2) Quando realiza a manobra de Rivero Carvalho, o desdobramento desaparece, porque atrasa P2, igualando o tempo de fechamento. Ausculta Ictus do VD: Normalmente não é palpável, exceto em crianças e pacientes muito magros. Como o VD está atrás do esterno, quando ele aumenta de volume ou sofre hipertrofia, é possível senti-lo batendo contra o osso. Portanto, o ictus do VD pode ser proeminente em situações com aumento de volume ou de pressão no VD (hipertensão arterial pulmonar, insuficiência tricúspide, CIA). Bulhas B1 - primeira bulha: B2 - segunda bulha: B3 - terceira bulha (galope): B4 - quarta bulha: Ocorre pelos fechamentos da mitral (M1) e tricúspide (T1). Melhor audível no foco tricúspide e, em segundo lugar, no foco mitral. Ocorre pelos fechamentos das semilunares, aórtica (A2) e pulmonar (P2), marca o início da diástole. Melhor audível nos focos da base. É protodiastólica (ocorre após B2). Marcador de insuficiência diastólica, quando o VE está dilatado. Indica sobrecarga volumétrica ventricular. Causas: pode ser fisiológica em crianças, adolescentes, atlets. Patológica em sobrecarga de volume (insuficiência mitral crônica, insuficiência aórtica crônica, CIV), redução da complacência ventricular (cardiomiopatias dilatadas, restritivas e hipertrófica). Pré-sistólica (antes de B1). Ocorre em insuficiência diastólica, por cardiomiopatia hipertrófica. Desdobramentos Intensidade dos sopros Definição de sopro Sopros cardíacos são ruídos oginários de um turbilhamento do fluxo sanguíneo em alguma estrutura cardiovascular. Duração do sopro Proto - início Meso - meio Tele - fim Holo - todos os períodos Irradiação do sopro Mitral → axila esquerda Aórtico → fúrcula/carótida ANA PAULA - MED UNIMES XXII Causas: endocardite que leva a destruição mitral, necrose do músculo papilar, dilatação do VE. Classificação: holossistólico (entre B1 e B2) / de regurgitação. Timbre: regurgitativo (de chaleira). Manobra de Handgrip: paciente faz força, apertando as duasmãos, gera uma constrição periférica, dificultando a saída de sangue do VE. Com isso, o sangue tende a se direcionar para onde há maior facilidade, no caso, passará pela valva com insuficiência, intensificando o sopro. Pulso arterial: diminuído/filiforme (porque está saindo menos sangue para a aorta). O sopro é regurgitante, porque durante a sístole o ventrículo contrai e o sangue regurgita para o átrio esquerdo, porque a valva é insuficiente. Causas: febre reumática (estalido de abertura por fusão das comissuras). Quadro clínico: fibrilação atrial (a estenose mitral é a valvulopatia que mais cursa com FA, porque o sangue fica represado no AE). Classificação: ocorre durante a diástole (fase de enchimento ventricular) → mesodiastólico (entre B2 e B1). Em ruflar (bater de asas de borboleta), decrescente e decrescente. Cresce e decresce: a valva mitral se abre na diástole e o sopro inicia no enchimento rápido, por dificuldade de passagem do sangue. Com o passar do tempo, a quantidade de sangue diminui e, consequentemente, o sorpor será menor na fase de enchimento lento. Sistólico → entre B1 e B2 Diastólico → entre B2 e B1. Insuficiência mitral Estenose mitral Insuficiência aórtica Causas: endocardite infecciosa. Classificação: aspirativo, decrescente e protodiastólico (entre B2 e B1). A função da valva é impedir que o sangue retorne. Durante a sistóle, o coração contrai bombeando o sangue para a aorta, e durante a diástole, o coração relaxa e a coluna de sangue da aorta tende a retornar ao VE, mas a valva não permite. Contudo, na insuficiência aórtica, permite o retorno do sangue. Aspirativo → porque aspira o sangue da aorta de novo para o VE. Decrescente → porque vai diminuindo a quantidade de sangue. Click antes do sopro é patognomônico. Estenose aórtica Classificação: holossistólica, em diamante (cresce e decresce). Manobra de Valsalva: esvazia o VD, ou seja, aumenta o sopro na cardiomiopatia hipertrófica. Manobra do agachamento: acentua o retorno venoso, aumentando o volume de sangue no coração e empurrando o septo. Essa situação causa uma diminuição do sopro na cardiomiopatia hipertrófica e aumenta na estenose. Ocorre dificuldade para abrir a valva aórtica, o coração precisa contrair muito para ejetar o sangue. Cardiomiopatia hipertrófica x Estenose aórtica A obstrução na cardiomiopatia pode ser reduzida por meio de manobras, enquanto na estenose a obstrução é fixa. ANA PAULA - MED UNIMES XXII