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ENFERMAGEM-A-PACIENTES-OSTOMIZADOS

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ENFERMAGEM A PACIENTES 
OSTOMIZADOS 
 
 
 
 
 
 
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Faculdade de Minas 
 
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Sumário 
 
Introdução ........................................................................................................ 5 
História E Evolução No Surgimento Das Ostomias ......................................... 7 
O Que é Ostomia? ......................................................................................... 10 
Anatomia Dos Sistemas E Órgãos Passíveis De Ostomização ..................... 13 
Nutrição Enteral No Paciente Submetido A Ostomização ............................. 16 
Esofagostomia ............................................................................................... 20 
Gastrostomia ................................................................................................. 21 
Jejunostomia.................................................................................................. 27 
Ileostomia ...................................................................................................... 38 
Trocando Um Dispositivo (Colocação Da Bolsa) ........................................... 44 
Controlando As Necessidades Hídricas E Nutricionais ................................. 48 
Promovendo O Cuidado Domiciliar E Comunitário ........................................ 50 
Colostomia ..................................................................................................... 57 
Removendo E Aplicando O Dispositivo De Colostomia ................................. 64 
Apoiando Uma Imagem Corporal Positiva ..................................................... 73 
Desvio Urinário .............................................................................................. 76 
Encaminhando O Paciente Ao Tratamento Adequado .................................. 79 
Aliviar A Ansiedade ........................................................................................ 79 
Esclarecendo O Procedimento Cirúrgico E Seus Efeitos .............................. 81 
Mantendo A Integridade Da Pele Periostomal ............................................... 85 
Instruções Ao Paciente .................................................................................. 93 
Paciente x Modelos De Dispositivos .............................................................. 95 
Assistência Direcionada ao Ostomizado ....................................................... 99 
1 - Bolsas coletoras INTESTINAIS e URINÁRIAS. ............................ 102 
 
 
 
 
 
 
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2 - Bolsas coletoras DRENÁVEIS e NÃO DRENÁVEIS. ................... 103 
3 - Bolsas coletoras de UMA PEÇA e de DUAS PEÇAS. ................. 104 
Adaptação Estrutural ................................................................................... 113 
Estomias em Crianças ................................................................................. 116 
Ser ostomizado.... ........................................................................................ 127 
 ..................................................................................................................... 128 
REFERÊNCIAS ........................................................................................... 129 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FACUMINAS 
 
A história do Instituto FACUMINAS, inicia com a realização do sonho de um 
grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a FACUMINAS, como entidade 
oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A FACUMINAS tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos 
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, 
de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Introdução 
 
O estudo sobre pacientes estomizados confere relevância devido ao 
significativo aumento do número de casos, sendo maior a incidência destes em 
pacientes com diagnóstico de câncer colorretal e traumas, em diversas idades. O 
câncer de cólon e reto são as causas mais prevalentes dentre as diversas 
patologias que podem desencadear a necessidade da realização de uma estomia. 
De acordo com dados do Inca (2015), a estimados para o ano de 2016 no 
Brasil, 16.660 novos casos de câncer de cólon e reto em homens e 17.620 em 
mulheres. Essa estimativa de risco corresponde a 16,84 novos casos a cada 100 mil 
homens e 17,10 a cada 100 mil mulheres. O perfil sociodemográfico e 
epidemiológico do paciente estomizados apresenta um número de casos elevados 
no sexo feminino, com predomínio de adultos e idosos, tendo o câncer colorretal 
como principal causa na realização do estoma. 
O número de idosos é predominante entre os pacientes estomizados, sendo 
um marcador a idade superior a 60 anos para a identificação de grupos de risco. 
Diante disso, percebe-se a importância dos profissionais de saúde em 
qualificar a assistência prestada. Os profissionais enfermeiros possuem papel de 
extrema relevância nas ações de educação em saúde, proporcionando maior 
compreensão para a adaptação dos pacientes com estomia intestinal, auxiliando na 
compreensão do seu processo de adoecimento, bem como, a recuperação ou 
readaptação deste, contribuindo na sua autonomia em face ao auto cuidado. 
O estomizado defronta-se com a multiplicidade de alterações de ordem física, 
psicológica, espiritual, social e sexual, o que pode gerar limitações significativas em 
seu cotidiano. A saúde, em sua visão holística, enfoca a necessidade de atenção do 
paciente estomizado voltada não só para sua nova situação de saúde, mas também 
para a representação desse estoma para a sociedade, porque para o paciente é 
muito difícil encarar o preconceito vindo das pessoas que não possuem preparo 
 
 
 
 
 
 
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para conviver com o estomizado. As alterações da imagem corporal são 
determinantes na qualidade de vida do paciente nas diversas fases da sua 
reabilitação, a maioria dos estomizados sente-se mutilados após passarem pela 
cirurgia, e vivem em um período de luto com o próprio corpo. Vários fatores 
influenciam o autocuidado do paciente, bem como a adesão e motivação para o 
tratamento, conhecer esses fatores é fundamental para a compreensão dos 
desafios do processo de cuidar em estomaterapia. 
 
 
 
Figura: Paciente Ostomizado. Fonte: Expert Digital 
Uma ação humanizada acontece através do uso da razão e da emoção no 
cuidado, acolhendo com sinceridade e lealdade ao outro, ouvindo-o com 
sabedoria e paciência as palavras e os silêncios. Durante o contado direto, 
acontece o relacionamento e a troca de conhecimento, e, é neste momento de 
troca, que a Enfermagem passa a se reconhecer como ser humano, tornando as 
ações mais humanizadas. 
A humanização esta embutida na filosofia de Enfermagem e que o 
ambiente físico, os recursos materiais e tecnológicos não superam o significado 
do toque humano. Esse, no entanto, é que conduzirá o pensamento e as ações 
da Enfermagem, em especial do enfermeiro, habilitando-o acriticar e construir 
uma realidade mais humana. 
 
 
 
 
 
 
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O enfermeiro é muito importante no processo de assistência à saúde de 
modo a reconhecer os direitos do cliente e assisti-lo com dignidade. Entretanto, 
considerando seu interesse e preparo para lidar com pessoas ostomizadas, o 
profissional de Enfermagem deverá planejar ações à prática de uma assistência 
integral e individualizada, sem perder de vista a importância do acolhimento e o 
incentivo ao autocuidado com ou sem sua supervisão direta. 
História E Evolução No Surgimento Das Ostomias 
 
 300 a 305 a.C - A primeira ostomia descrita na história por Aurelianus 
Caelius, foi realizada por Praxágoras de Kos, por volta de 300 a 305 a.C. e ocorreu 
devido um trauma intestinal que interveio sobre o íleo, na qual o médico fez a 
incisão, possibilitando a evacuação do conteúdo intestinal realizando posteriormente 
seu fechamento . 
 1709- O cirurgião Lorenz Heisterem 1709, teria 
realizado enterostomia em soldados que apresentavam 
ferimentos intestinais, porém há contradições que não seriam 
estomias e sim uma fixação das lesões na parede abdominal. 
 Em 1710, Alex Littré é considerado o “pai da 
colostomia”, por ter idealizado o procedimento, ao realizar a 
necrópsia de um recém-nascido com malformação retal e 
descobriu que poderia exteriorizar as alças intestinais à 
parede abdominal. 
 1879- A primeira íleostomia de que se tem registro foi 
confeccionada em 1879, por este período, essas operações 
eram acompanhadas por altos índices de morbidade e 
mortalidade e dificilmente eram confeccionados devido sua difícil manipulação e 
pelos distúrbios nutricionais e metabólicos que ocorriam, o primeiro paciente a 
sobreviver após procedimento para íleostomia foi relatado por Maydl, da Áustria, em 
1883, operado por câncer de cólon. 
Figura: Lorenz Heisterem - 
Fonte: Winkipedia 
 
 
 
 
 
 
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 1930- Em 1930 o American Journal of Nursing destacou a importância da 
assistência de enfermagem aos pacientes estomizados. Diante disso pode-se dizer 
que o conhecimento do enfermeiro é fundamental, pois este tem a responsabilidade 
na assistência deste cliente desde o acompanhamento do cirurgião na demarcação 
do local em que será realizado o estoma, no pré e no pós-operatório, facilitando as 
ações de cuidado e atividades futuras de autocuidado do paciente . 
 Entretanto, em 1930, McBurney exteriorizou a ileostomia separadamente da 
ferida cirúrgica, e também neste período, ocorreu á primeira tentativa de confecção 
de uma bolsa coletora para ostomia intestinal, elaborada por Alfred A. Strauss, de 
Chicago, sendo o modelo melhorado por Koenig, ileostomizado e estudante de 
química. 
 1940- Em 1940, este equipamento de borracha aderente que cobria o 
ostoma e impedia vazamento ficou conhecido como Bolsa de Strauss Koenig 
Rutzen, com boa aceitação no mercado. 
 1950- O marco no desenvolvimento da área de ostomias em cirurgia 
acontece em 1950, por Turnbull, em Cheveland, e Brooke, em Londres, que 
estimulou a busca de novas técnicas cirúrgicas objetivando a continência para 
todos os tipos de ostomias. 
 1958- Com o intuito, de enfatizar o cuidado e o 
processo de convivência da melhor maneira possível com 
estoma, surgiu em 1958 a primeira “técnica em estomia” 
conhecida por Norma Thompson Gill que atuou na Cleveland 
Clinic Foundation, nos Estados Unidos da América a convite 
do médico Rupert Turnbull, coloproctologista. Norma foi uma 
Íleostomizada devido uma retocolite ulcerativa, já na fase de 
convalescença, ainda se mostrou interessada em ajudar 
outros ostomizados, porque além das próprias dificuldades 
convivera por dois anos com sua avó, colostomizada por 
câncer de reto. 
 1981- Em 1981 nasce oficialmente a chamada 
estomaterapia (enterostomaltherapy, onde entero=intestino e stomal=stoma), com 
Figura: Norma Thompson Gill 
Fonte: Amazon 
 
 
 
 
 
 
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Norma Gill sendo considerada a primeira estomaterapeuta e Turnbull como o “Pai 
da estomaterapia”. Norma Gil fomentou a criação de órgão representativo em nível 
internacional, que acabou efetivando em 1978, com a criação do World Councilof 
Enterostoma Therapists: Anassocianof Nurses (WCET), esta instituição possui como 
objetivos promover a identidade da estomaterapia no mundo e o intercâmbio entre 
os especialistas, internacionalmente, possibilitando o desenvolvimento técnico e 
científico na área, além da padronização de condutas, buscando, na melhoria da 
qualidade do desempenho do especialista, o aumento da qualidade assistencial não 
só ao ostomizado (segundo sua origem), mas também ao indivíduo portador ou com 
potencial para desenvolver feridas agudas e crônicas, além de incontinências fecal e 
urinária. 
 BRASIL - No Brasil, a história de luta dos estomizados iniciou-se 
oficialmente com a criação da primeira associação de ostomizados na cidade de 
Fortaleza/CE, em 1975, denominada Clube dos Colostomizados do Brasil, sob a 
iniciativa de um médico coloproctologista Pedro Henrique Saraiva Leão, e que 
permanece ativa até hoje. A partir de então, várias outras associações, grupos, 
clubes, núcleos ou centros foram constituídos e congregados pela Sociedade 
Brasileira de Ostomizados (SBO), fundada em 1986 . É uma associação civil, 
fundada em 16 de novembro de 1985, sem fins lucrativos de utilidade pública 
federal, estadual e municipal, voltada para defesa da cidadania da pessoa com 
estomia, desde bebês até idosos, possui como missão, reunir todas as associações, 
clubes, núcleos e sócios a nível nacional na defesa da cidadania das pessoas com 
estomia, incentivar a indústria nacional a fabricar equipamentos para ostomizados 
de boa qualidade e de baixo custo, representar os estomizados do Brasil a nível 
nacional e internacional, promover a assistência e defesa de todos os seus filiados, 
publicar boletim informativo, promover jornadas e congressos, fomentar a criação de 
associações nos estados, criar, orientar e treinar os “visitadores estomizados”, exigir 
do serviço público o fornecimento de bolsas coletoras gratuitas, promover a união 
de todos estomizados brasileiros e ser filiada à Associação Internacional de 
Ostomizados (IOA) (ABRASO, 2016). 
 
 
 
 
 
 
 
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O Que é Ostomia? 
 
Com o objetivo de justificar os termos utilizados na presente apostila, cabe 
destacar as alegações do professor Simônides Bacelar sobre o tema, em relação ao 
qual informa que os termos "ostoma" e "ostomia" não são encontrados nos 
dicionários atuais e que, nas normas de transmudação de termos gregos para o 
português, as formas derivadas de stóma – boca, quando iniciam palavra, é feitas 
com a vogal “e” inicial: estoma. 
Importante registrar que termos derivados de "ostomia" são encontrados na 
literatura, como ostomizado e ostomizar, porém são neologismos, embora 
historicamente adotados nas designações de serviços e entidades. 
 
Segundo a literatura estudada, as palavras ostomia, ostoma, estoma ou estomia são de origem 
grega, e conseqüentemente, uma pessoa ostomizada é aquela submetida a uma cirurgia que 
resultará na confecção de um ostoma, o qual consiste em uma abertura artificial na parede 
abdominal para exteriorização de um segmento do intestino que eliminará fezes coletadas em 
dispositivo aderido ao abdômen. 
LEMBRE-SE 
 
 
 
 
 
 
 
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Considerando então a orientação do Ministério da Saúde que nomeou o 
Programa com o termo Ostomizado e o uso corrente na língua falada no Brasil, o 
presente texto adota, preferencialmente os termos “ostoma” e “ostomia”, porém 
entendendo também correto o uso de “estoma” e “estomia”. 
A palavra Ostoma refere-se a uma abertura confeccionadana parede 
abdominal por meio de cirurgia onde é feita uma comunicação entre órgãos ou 
vísceras para o meio externo. Toda cirurgia que leva à confecção de um estoma 
visa restituir ou garantir ao paciente melhor qualidade de vida. As ostomias 
intestinais podem ser temporárias ou definitivas, isso dependerá da doença ou fator 
que levou a realização do procedimento cirúrgico. As ostomias temporárias 
objetivam a proteção de uma anastomose e podem ser revertidas após algum 
tempo. As definitivas, indicadas geralmente em casos de neoplasias malignas, são 
realizadas na impossibilidade de restabelecimento do trânsito intestinal. 
Sendo assim, pode-se afirmar que a técnica de ostomia consiste na abertura 
de um órgão oco, por meio de ato cirúrgico, formando uma boca, que passa a ter 
contato com o meio externo abdome para eliminações de secreções dejetos, fezes 
e/ou urina . 
 
 
 
 
 
 
 
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Cabe informar que a classificação das estomias deriva de sua função e do 
local onde foi realizada, iniciado pelo nome do local e seguido de "ostomia". 
Exemplos: Traqueia – Traqueostomia; 
 
 
Cavidade Pleural – Pleurostomia; 
 Esôfago–Esofagostomia; 
Estômago – Gastrostomia; 
Duodeno – Duodenostomia; 
Vesícula Biliar – Colecistostomia; 
Jejuno – Jejunostomia; 
Íleo – Ileostomia; 
Ceco – Cecostomia; 
Parede Cólica – Colostomia; 
 Cólon Transverso – 
Transversostomia; 
Sigmóide – Sigmoidostomia; 
Rim – Nefrostomia; 
Ureter – Ureterostomia; 
Bexiga – Cistostomia; 
Cavidade Peritoneal – 
Peritoniostomia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Anatomia Dos Sistemas E Órgãos Passíveis De 
Ostomização 
 
Faremos uma breve revisão anatomo-fisiológica dos sistemas que compõem 
os órgãos passíveis de Ostomização. 
 SISTEMA DIGESTÓRIO 
 
O Sistema Digestório é também conhecido como Sistema 
Digestivo ou Aparelho Digestivo. Ele é formado por um conjunto de órgãos que 
atuam no corpo humano. 
A ação desses órgãos está relacionada ao processo de transformação do 
alimento, que tem o objetivo de ajudar na absorção dos nutrientes. 
Tudo isso acontece por meio de processos mecânicos e químicos. 
 
 
 
 
 
 
 
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Veja no quadro abaixo os órgãos que compõem cada parte do Sistema 
Digestório. 
Partes Descrição 
Tubo digestório alto Boca, faringe e esôfago. 
Tubo digestório médio Estômago e intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo). 
Tubo digestório baixo 
Intestino grosso (ceco, cólon ascendente, transverso, 
descendente, a curva sigmoide e o reto). 
Órgãos anexos 
Glândulas salivares, dentes, língua, pâncreas, fígado e 
vesícula biliar. 
 
 SISTEMA URINÁRIO 
O Sistema Urinário ou Aparelho Urinário é responsável pela produção e 
eliminação da urina, possui a função de filtrar as "impurezas" do sangue que circula 
no organismo. 
O Sistema Urinário é composto por dois rins e pelas vias urinárias, formada 
por dois ureteres, a bexiga urinária e a uretra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Anatomia Masculina mostrando os órgãos do sistema 
urinário e reprodutivo. Fonte: todamateria.com.br 
 SISTEMA URINÁRIO MASCULINO 
O sistema urinário masculino 
difere do feminino na medida em que 
a uretra, canal que conduz a urina da 
bexiga para o exterior, também é 
utilizado para liberação do esperma 
no ato da ejaculação. Dividida em três 
partes: prostática, cavernosa e 
membranosa, a uretra masculina mede 
aproximadamente 20 cm e estende-se 
do orifício uretral interno na bexiga 
urinária até o orifício uretral externa na 
extremidade do pênis. 
 
 
 SISTEMA URINÁRIO FEMININO 
O canal da uretra no sistema 
urinário feminino, que estende-se da 
bexiga ao orifício externo no vestíbulo, 
é bem menor que o masculino, 
medindo aproximadamente 5 cm. 
Essa característica da anatomia 
feminina, canal da uretra curto, facilita 
a ocorrência de infecções urinárias 
nas mulheres. 
 
 Figura: Anatomia feminina mostrando órgãos do sistema 
urinário e reprodutivo. Fonte: todamateria.com.br 
 
 
 
 
 
 
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Nutrição Enteral No Paciente Submetido A Ostomização 
 
É evidente que para todo ser humano, independentemente de sua cultura e 
época vivida, o alimento é um fator essencial e indispensável à manutenção e à 
ordem da saúde. Sua importância está associada à sua capacidade de fornecer ao 
corpo humano os nutrientes necessários ao seu sustento. Para o equilíbrio harmônico 
desta tarefa é fundamental a sua ingestão 
em quantidade e qualidade adequadas, de 
modo que funções específicas como a 
plástica, a reguladora e a energética sejam 
satisfeitas, mantendo assim a integridade 
estrutural e funcional do organismo. No 
entanto, esta integridade pode ser alterada 
em casos de falta de um ou mais nutrientes, 
ocasionando deficiência no estado nutricional e necessidade de suplementação o 
qual denominamos de regime dietoterápico. 
 
A ANVISA define nutrição enteral na Portaria n° 337: 
 
 Alimentação para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma 
isolada ou combinada, de composição química definida ou estimada, especialmente 
elaborada para uso por sonda ou via oral, industrializados ou não, utilizado exclusiva 
ou parcialmente para substituir ou complementar a alimentação oral em pacientes 
desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar, 
domiciliar ou ambulatorial, visando a síntese ou manutenção de tecidos, órgãos ou 
sistemas. 
 Ao ser submetido à sondagem nasoentérica, ou de imediato à gastrostomia, a 
dieta enteral poderá suprir as necessidades nutricionais do paciente direcionadamente. 
Kudsk (1992) classifica as dietas enterais em: 
 
 
 
 
 
 
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 - Dietas Poliméricas: nutrientes íntegros, com ou sem lactose; baixa 
osmolaridade; menor custo; hiperproteicas; hipercalóricas suplementadas com fibra; 
entre outros. 
- Dietas Oligoméricas: hidrólise enzimática das proteínas; suplementação de 
aminoácidos cristalinos; osmolaridade mais alta; digestão facilitada; absorção intestinal 
alta 
- Dietas Monoméricas ou Elementares: nutrientes na forma mais simples; 
isenção de resíduos; hiperosmolares; alto custo. 
- Dietas Especiais: formulações específicas para atender as necessidades 
nutricionais diferenciadas de acordo com a doença de base. 
-Módulos: predominância de um dois nutrientes. 
Nos últimos anos, os contínuos avanços tecnológicos nos conhecimentos da 
fisiopatologia gastrointestinal permitiram estender os benefícios da alimentação enteral 
a pacientes criticamente enfermos, com graves distúrbios do aparelho digestivo. 
A nutrição enteral é vantajosa em relação à nutrição parenteral (nutrição 
ofertada de forma invasiva, por meio do acesso venoso, diretamente na corrente 
sanguínea), segundo Krause (2002): 
 
-Mantém o fluxo sanguíneo mesentérico. 
-A flora intestinal mais equilibrada. 
-Ajuda na preservação da estrutura e função dos intestinos, do fígado e da imunidade. 
-Permite utilização mais eficiente dos nutrientes. 
-Oferece menor risco de infecção e de complicações metabólicas. 
-Tem menor custo. 
 
 
 
 
 
 
 
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Entre as indicações de nutrição enteral (NE) podemos citar: 
 
-Disfagia grave por obstrução ou disfunção da orofaringe ou do esôfago, como 
megaesôfago chagásico, neoplasias de orofaringe e esofágicas. 
-Coma ou estado confusional, por trauma crânio-encefálico, acidente vascular 
cerebral, doença de Alzheimer, entre outros. 
-Anorexia persistente, por neoplasias, doenças infecciosas crônicas, depressão, entre 
outros. 
- Náuseas ou vômitos em pacientes com gastroparesia ou obstrução do estômago ou 
do intestino delgado proximal. 
- Fístulas do intestino delgadodistal ou do cólon. 
- Má-absorção secundária à diminuição da capacidade absortiva, como no caso de 
síndrome do intestino curto. 
- Broncoaspiração recorrente em pacientes com deglutição incoordenada. 
- Aumentos dos requerimentos nutricionais, por exemplo, em pacientes com grandes 
queimaduras. 
- Doenças ou desordens que requerem administração de dietas específicas: 
quilotórax e pancreatite aguda, insuficiência hepática, insuficiência renal, doença de 
Crohn em atividade e outras. 
Uma indicação geral para a NE é a manutenção da integridade da mucosa do 
TGI e a prevenção de sua hipotrofia, particularmente em pacientes pós-cirúrgicos ou 
pós-trauma, ou naqueles com jejum prolongado associado com doenças crônicas. A 
hipotrofia da mucosa intestinal pode ocorrer rapidamente após o estresse orgânico 
grave. A presença de nutrientes no TGI pode servir como fator trófico tanto no caso 
da síndrome do intestino curto quanto na presença de trauma grave. Assim, a 
alimentação enteral precoce no curso do trauma ou doença grave pode ser sugerida 
não somente para promover nutrição, mas também para manter o trofismo da mucosa 
gastrointestinal e prevenir a translocação bacteriana e sepse. Esses são importantes 
 
 
 
 
 
 
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componentes protetores da barreira intestinal contra bactérias, endotoxinas e outras 
macromoléculas antigênicas. As fórmulas enterais, geralmente são classificadas 
baseadas na sua composição proteica ou em todos os macronutrientes. 
 Krause (2002) afirma que é necessário determinar o tempo de nutrição 
enteral para escolher a via de acesso. 
-Via nasogástrica: inserida no nariz até o estômago. 
-Nasoduodenal: para pacientes com alto risco de aspiração, refluxo, retardo 
no esvaziamento gástrico, náuseas e vômitos. 
-Gastrostomia/ Jejunostomia: as sondas são colocadas sem procedimento 
cirúrgico no estômago ou jejuno e trazidas para fora por meio da parede abdominal 
para permitir a via de acesso para a alimentação, tudo isso por via endoscópica. 
-Enterostomia por cirurgia: para pacientes que requerem algum suporte 
nutricional e foram submetidos a algum procedimento cirúrgico. 
 
 O uso da sonda de alimentação de apenas um lúmen para administrar a 
medicação pode causar problemas. Podem ocorrer incompatibilidades físicas, 
farmacêuticas e farmacocinéticas entre medicação e nutrição enteral. 
O uso do mesmo tubo para administração da droga e da alimentação é pouco 
recomendável em função das interações que aí podem ocorrer. Algumas drogas são 
conhecidamente incompatíveis com as formulações enterais, contudo as informações 
nessa área são relativamente escassas. 
As neuropatias agudas levam a um estado de hipercatabólico, com elevadas 
perdas nitrogenadas. O balanço nitrogenado negativo pode ser revertido em regimes 
mais agressivos do que os habitualmente utilizados. Porém, em crianças com 
neuropatias agudas, a nutrição enteral iniciada precocemente foi bem tolerada, 
demonstrando ser um método seguro e efetivo para a administração de nutrientes. 
A alimentação enteral é a modalidade preferida de suporte a pacientes graves 
que tenham função digestiva aceitável, porém privados da alimentação por via oral; 
 
 
 
 
 
 
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mas as vantagens da oferta contínua em contraste com a intermitente são rodeadas 
de controvérsias. 
Os pacientes com doença cerebrovascular complicados por disfagia e 
portadores de sondas nasoenterais promovem acúmulo de secreções na faringe e 
aumento do pH intragástrico com consequente colonização bacteriana. Esta situação 
aumenta o risco de aspiração e pneumonia. O seu uso deve ser restrito e bem 
indicado. 
A alimentação enteral tem avançado, nos últimos anos, como forma de terapia 
nutricional na medida em que evoluem as tecnologias (equipamentos) e o maior 
conhecimento sobre os nutrientes. O conceito de que o alimento constitui importante 
estímulo para manter a função e a estrutura intestinal da mucosa, liberando 
secreções pancreáticas, biliares e fatores hormonais - além da possibilidade de 
melhor oferta de nutrientes, menor custo e menor risco de infecções e lesões 
hepáticas - fazem com que a via digestiva seja cada vez mais utilizada . 
 
 
 
 
 
 
Esofagostomia 
 
Também utilizada como técnica de 
abertura de um orifício no esôfago para 
retirar secreções ou para administrar 
Figura: Fonte: https://www.superclubefit.com.br 
Figura: Esofagostomia percutânea - Fonte: YouTube 
 
 
 
 
 
 
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alimentos ou medicamentos por meio de uma sonda. É habitualmente feita na região 
cervical ( Pescoço). 
Gastrostomia 
 
A gastrostomia consiste em uma abertura que comunica o estômago com o 
meio externo, chamado de estoma ou ostomia. Ela pode se confeccionada por 
endoscopia ou cirurgia e pode ser temporária ou definitiva. 
 O material dos cateteres de gastrostomia pode ser de silicone ou de poliuretano. 
Algumas vezes utiliza-se o cateter Foley, de látex, a titulo de manutenção provisória 
do acesso à GT, já que pode causar reações alérgicas cutâneas além de ser 
degradado com mais facilidade devido à ação do ácido gástrico. 
Um terceiro tipo de cateteres de GTT, denominados também de cateteres de 
baixo perfil, são dispositivos que ficam rentes à pele e que são utilizados em 
substituição aos cateteres longos. É importante avaliar a elegibilidade do paciente 
para este dispositivo e, especificamente, a espessura da parede abdominal para 
seleção do kit mais adequado. 
Para que o cuidado dos pacientes pelos familiares e acompanhantes obtenha 
sucesso, é fundamental que as orientações sejam devidamente realizadas a fim de 
lhes garantir o conhecimento básico e segurança para tal. É um direito dos pacientes 
e familiares de receber o devido treinamento teórico e prático e um dever dos 
profissionais de saúde de realizá-los de forma eficaz. O profissional de enfermagem é 
elemento fundamental para a orientação teórica e prática de pacientes e familiares 
sobre os cuidados com os cateteres de gastrostomia e a administração de 
medicamentos e da dieta. 
Quando a alimentação pela boca é impossível ou insuficiente, as necessidades 
nutricionais podem ser satisfeitas através da nutrição enteral. Neste caso, um tubo 
fino, macio e flexível, chamado nutrição enteral, nasoenteral ou nasogástrica, 
pode ser passado, pelo nariz (figura 1), até o estômago (figura 2) ou até o intestino 
delgado (figura 3). É definida como qualquer tipo de terapêutica nutricional que utiliza 
 
 
 
 
 
 
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o trato gastrintestinal como via de entrada dos nutrientes, artificialmente através de 
sondas, cujas extremidades se localizam no estômago, duodeno ou jejuno. 
Para evitar a saída da sonda, a mesma deve ser fixada à pele com uma fita 
adesiva hipoalergênica ou esparadrapo, para evitar que seja retirada acidentalmente 
ou que se desloque para fora do estômago ou intestino (figura 1). 
 A sonda enteral, nasoenteral ou nasogástrica é passada por um médico, 
com um guia metálico flexível. Este guia deverá ser guardado para ser utilizado 
novamente, caso seja necessário repassar a sonda. O procedimento é simples, 
indolor, podendo causar uma discreta náusea ou um desconforto na garganta ou 
nariz. O tempo de utilização da mesma sonda é indeterminado, ficando a troca a 
critério do médico. Até, se for o caso, a realização da gastrostomia. 
NUTRIÇÃO ENTERAL, NASOENTERAL OU NASOGÁSTRICA. 
 
FIGURA 1 
FIXAÇÃO DA SONDA 
ENTERAL 
FIGURA 2 
SONDA ATÉ O 
ESTOMAGO 
FIGURA 3 
SONDA ATÉ O INTESTINO 
 
GASTROSTOMIA POR VIA ENDOSCÓPIA 
 
 GASTROSTOMIA ENDOSCÓPICA PERCUTÂNEA - 
(Tubo PEG). 
 
http://www.westmariana.com/fotopeggastrostomia.jpg
http://www.westmariana.com/fotogastrostomia1.jpg
http://www.westmariana.com/fotogastrostomia2.jpg
http://www.westmariana.com/fotogastrostomia3.jpgP
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 O Tubo PEG é uma técnica inicial (antes da gastrostomia) e/ou provisória 
que consiste na colocação de um tubo na cavidade gástrica, funcionando como nova 
forma de aporte nutricional em pacientes que têm problemas em alimentar-se 
oralmente. 
 A Gastrostomia Endoscópica Percutânea é indicada para pacientes que, 
por diversas razões, não têm capacidade de se alimentar oralmente, devido a 
distúrbios de deglutição necessitando, desta forma, de um suporte nutricional por 
longo período, por apresentarem em situação de risco nutricional. Geralmente é 
realizado em pacientes com doenças degenerativas progressivas, sequelas de 
acidente vascular cerebral (derrame), doença de Alzheimer, mal de Parkinson, 
síndrome de West, demência senil, atrasos psicomotores severos, tumores da cabeça 
e pescoço, tumores no esôfago ou estômago, entre outras indicações. 
 As principais complicações associadas à PEG são a inflamação e infecção 
do orifício (desde a pele até à cavidade gástrica para passagem do botton), por 
vazamento de suco gástrico, que pode ser tratada com antibiótico e/ou intensificação 
dos cuidados de higiene. Cuidados a ter após colocação da PEG: 
 A área ao redor da PEG pode ser limpa com água e sabão. 
 Uma compressa limpa e seca pode ser aplicada até que o orifício cicatrize. 
 Pode fazer uma marca na parte exterior da PEG, para vigiar corretamente a 
posição da mesma. 
 Uma cinta abdominal pode ser aplicada para impedir o deslocamento acidental 
da PEG. 
 A rotação diária da PEG é recomendada, deve notificar o médico se esta se 
tornar difícil de rodar. 
 Todos os medicamentos e as alimentações devem ser na forma líquida 
com uma seringa de 60 cc. 
 
 
 
 
 
 
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 O paciente e a família devem receber instruções específicas sobre a 
rotina de alimentação recomendada. 
 Após cada administração de medicamentos e alimentação, inserir de 60 
a 120cc de água na PEG para limpeza. 
 As Complicações advindas do uso prolongado da nutrição enteral, 
nasoenteral ou nasogástrica - 1 poderiam ser evitadas com a execução 
da gastrostomia endoscópica percutânea. A maioria destes pacientes teria que 
conviver com uma sonda posicionada através do nariz até o intestino para se 
alimentarem das dietas especiais, estando sujeitas às suas complicações e 
necessidades frequentes de troca das mesmas. 
 Através da PEG podemos posicionar um botton especial através da parede 
abdominal diretamente no estômago, que chamamos de gastrostomia - provisória, 
facilitando os cuidados com a mesma, ampliando o leque de opções alimentares 
para a família, reduzindo as complicações pulmonares e devolvendo a autoestima 
dos pacientes, já que o botton fica por baixo das roupas, facilitando o convívio 
social. 
 A gastrostomia endoscópica percutânea PEG é uma técnica segura, com 
baixa incidência de complicações. Pode ser realizada em ambulatório, no leito do 
paciente ou em centro de terapia intensiva e a sua indicação deverá ser a mais 
precoce possível. 
 
 
 GASTROSTOMIA ATRAVÉS DE BOTTON/KIT/SONDA. 
 
 Quando é necessária a alimentação por um 
longo prazo recomenda-se a troca da Gastrostomia 
Endoscópica Percutânea PEG - 2 por 
um Botton/kit/sonda. Isso após a cicatrização 
completa do orifício, por volta de três a seis semanas. 
http://www.westmariana.com/fotobottongastrostomia.jpg
 
 
 
 
 
 
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A substituição da PEG pelo Botton/kit de gastrostomia destina-se a proporcionar 
uma melhor estética, principalmente conforto e rente a barriga do paciente. 
 Substituir o Botton/kit/sonda quando perceber que balão estourou ou entupiu 
de uma maneira que não consiga desobstruir para a passagem de líquidos. São raras 
as complicações, podem ocorrer, inicialmente, irritações do tecido ou potenciais 
infecções. Os cuidados a ter com este dispositivo são equivalentes aos cuidados a ter 
com a PEG. 
 O acompanhamento após a colocação do Botton/kit/sonda, se possível, 
deverá ser assistido por uma equipe multidisciplinar composta de: fonoaudióloga, 
nutricionista, fisioterapeuta e profissional treinado para verificar periodicamente 
o Botton/kit/sonda. 
 O cuidado é de suma importância para evitar infecções, normalmente 
causados pela falta de higienização. São necessários cuidados especiais em volta 
do Botton/kit/sonda, pois a pele pode ficar irritada e lesionada pela ação do atrito, e 
do mínimo vazamento do suco gástrico ao redor do Botton/kit/sonda e, 
eventualmente, à umidade. Se não for tratada a pele torna-se, frágil, com hiperemias 
(avermelhamento), com feridas, dolorida e poderá ocasionar granuloma e carcinomas 
(câncer de pele). 
 É recomendável girar o Botton/kit/sonda 360 graus uma vez ao dia para 
evitar aderência à pele, não é recomendável que fique girando o tempo todo, porque 
o atrito também pode lesionar. Após três dias da cirurgia de gastrostomia é 
necessário que seja feita a limpeza no local uma vez por dia, ver abaixo. 
 Não há necessidade de verificar com frequência o nível de água destilada do 
balão do botton. 
 Não há necessidade de trocar o botton a cada três, quatro, seis meses ou um 
ano. 
 o Botton deve ser cuidada como se fosse a própria boca do paciente. 
 Todo o procedimento deverá ser de forma cuidadosa. 
 
 
 
 
 
 
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 Em primeiro lugar lavar bem as mãos antes de manipular com o botton. 
 Lavar a área em volta do botton usando sabão neutro, água corrente e depois 
secar com gazes esterilizadas. 
 Lavar o extensor após as refeições e medicações com detergente neutro em 
água corrente (ver foto da vareta logo abaixo). 
 COMO É REALIZADA A GASTROSTOMIA 
 Gastrostomia Convencional: exige anestesia geral, grande incisão abdominal 
e internação hospitalar prolongada. 
 Gastrostomia Endoscópica: o procedimento é realizado na sala de 
endoscopia apenas com anestesia local, sem dor para o paciente e com uma 
mínima incisão no abdômen para passagem do botton. 
 TIPOS DE BOTTON 
 Nasoenteral: botton introduzido por uma das narinas e posicionada no 
estomago ou intestino. 
 Gastrostomia: botton posicionado no estomago. 
 Jejunostomia: botton posicionado no jejuno. 
 
 UTENSÍLIOS UTILIZADOS NA ADMINISTRAÇÃO DA DIETA 
 Botton: tubo flexível de poliuretano ou silicone, que permite o alimento chegar 
ao estomago ou ao intestino. 
 Frasco plástico: recipiente plástico, graduado, com capacidade para 300 ml 
ou 500 ml, para acondicionamento da dieta. 
 Equipo: tubo de pvc, com câmara de gotejamento e roldana para o controle do 
gotejamento, que transporta a dieta do frasco para o botton do paciente. 
 
 
 
 
 
 
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 Triturar bem os comprimidos, cápsulas e drágeas, diluindo os medicamentos 
com pouca quantidade de água, antes de colocar no extensor. 
 Manter o local ao redor do botton sempre seco e protegido. 
 Com isto, as complicações potenciais são evitadas e aumenta-se a vida útil 
do botton. 
 ALIMENTAÇÃO PELO BOTTON DE GASTROSTOMIA: NASOENTERAL - PEG - 
BOTTON/KITT. 
 A gastrostomia permite o uso de dieta artesanal pelo cateter, ou seja, o 
alimento pode ser batido no liquidificador e coado em peneira fina. O Local de preparo 
deve estar bem limpo. Lavar as mãos com água e sabão e após, separar todos os 
ingredientes a serem utilizados. Lavar com água e sabão todos os utensílios a serem 
utilizados no preparo da dieta. Medir corretamente os alimentos antes de prepará-los 
de acordo com a prescrição do NUTRICIONISTA. E após passar apenas água no 
extensor. Atenção: Resseca e estraga o extensor se passar água fervente e/ou água 
sanitária. 
As gastrostomias e as jejunostomias são realizadas com a finalidade de 
administrar alimentos (pastosos e/ou líquidos). 
A estomia alimentar, dependendoda localização, pode ser classificada em: 
Gastrostomia Procedimento cirúrgico que estabelece o acesso à luz do 
estômago através da parede abdominal. 
Jejunostomia Procedimento cirúrgico que estabelece o acesso à luz do jejuno 
proximal através da parede abdominal. 
Jejunostomia 
 
 
 
 
 
 
 
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Cirurgia que consiste na colocação de uma sonda comunicando a luz jejunal ao 
meio externo com o objetivo de alimentar o paciente por essa via. 
 
Atendendo às necessidades do 
paciente existe como alternativa a 
jejunostomia. Via de acesso à nutrição 
enteral em situações de impedimento da 
utilização das porções altas do tubo 
digestivo, como nos processos estenosantes 
do esôfago e do estômago, interrupção 
alimentar temporária do esôfago após 
operações extensas sobre os mesmos, 
descompressão luminal, após a correção cirúrgica de traumatismos que envolvem o 
confluente biliopancreático-duodenal, recuperação de fístulas de portadores de 
deiscências em anastomoses gastrintestinais. Tumores gástricos inextirpáveis, 
carcinoma de esôfago, proteção de suturas gastrintestinais, pancreatite aguda necro-
hemorrágica. 
A opção pela jejunostomia para a nutrição enteral depende da doença e do 
planejamento operatório. Em pacientes com estenose inflamatória ou neoplásica do 
esôfago pode-se optar pela jejunostomia em função da possibilidade de utilização do 
estômago como substituto esofagiano. 
 
 JEJUNOTERAPIA- Técnica Operatória 
 
Pode ser a de Witzel, que é mais freqüente, ou a de Stamm. Diferem 
basicamente pela tunelização do cateter na primeira. 
Técnica de Witzel – O acesso é por incisão supra-umbilical paramediana 
pararretal interna (Lennander), de cerca de 10 cm, à esquerda. Após a abertura de 
todos os planos da cavidade abdominal, identifica-se e expõe-se a alça jejunal, 
 
 
 
 
 
 
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situada a 20-25 cm do ângulo duodeno-jejunal (Treitz), com mobilidade adequada 
para se justapor, sem tensão, ao local selecionado para a fixação da jejunostomia à 
parede abdominal. Aplicam-se dois pontos de reparo na alça jejunal e uma sutura em 
bolsa (Figura 1). 
Figura 1 
 
 
 
 
 
 
 
Faz-se uma pequena incisão no centro desta, na borda antimesenterial, o 
suficiente apenas para a passagem de um cateter (sonda de Levine, Silastic ou Foley 
nº 10 ou 12). Introduz-se de cerca de 20 cm da sonda multiperfurada, no sentido do 
peristaltismo (Figura 2). Após o fechamento da sutura em bolsa, aplicam-se pontos 
seromusculares, de cada lado da sonda, numa extensão aproximada de 6 a 8 cm, 
com fio monofilamentar de náilon 4.0, em agulha atraumática, para sepultamento da 
sonda, constituindo-se um túnel seromuscular (Figura 3). 
 
Figura 2 
 
 
 
 
 
 
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Figura 3 
 
A exteriorização é feita através da contra-abertura da pele de 1 cm, no 
quadrante superior e esquerdo do abdome. Perfura-se a parede com pinça 
hemostática reta, exteriorizando a sonda com a mesma pinça. Realizam-se 4 pontos 
cardeais com o fio monofilamentar de náilon 4.0, fixando a seromuscular do jejuno, 
linearmente ao peritônio parietal, evitando a angulação ou torção do intestino. A 
sonda é fixada à pele com um ponto, seguido de curativo. 
Figura 4 
 
 
 
 
 
 
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Na confecção de jejunostomia com o objetivo de descompressão 
biliopancreático- duodenal, a sonda é introduzida no sentido cranial (antiperistáltico), 
com progressão suficiente para alcançar a região desejada, sendo as outras etapas 
da técnica semelhantes às descritas anteriormente. 
 
Complicações 
Decorrem mais freqüentemente da retirada inadvertida da sonda. Manobras 
intempestivas para a sua reintrodução podem levar à perfuração da alça intestinal. 
Estas complicações podem ser evitadas fixando-se adequadamente a sonda à pele. A 
suboclusão e oclusão resultam do uso incorreto da sonda ou do seu excessivo 
sepultamento. 
Outras complicações: 
 Deiscência; fístula; estenose e hemorragia; 
 Diarréia; 
 Dumping (síndrome do esvaziamento gástrico rápido); 
 Dor abdominal. 
O suporte nutricional adequado pela jejunostomia demanda uma estrutura para 
o manuseio das dietas, uma vez que esta via de alimentação apresenta 
particularidades em função da exclusão dos mecanismos da digestão existentes na 
 
 
 
 
 
 
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via orogástrica e duodenal. Os alimentos deverão ser a base de soja e deve-se ficar 
atento às perdas de ácidos e bases 
 
 Acompanhamento pós Gastrostomia/Jejunostomia 
 
Por uma equipe multidisciplinar acompanhada 
de fonoaudióloga, nutricionista, fisioterapeuta, 
enfermeiro, médico e toda equipe profissional 
treinada para verificar periodicamente o boton. 
O Cuidado é de suma importância para evitar 
infecções, tais como: granuloma e queimaduras 
provocadas pelo suco gástrico, normalmente causado 
pela falta de higienização ou vazamento no local do 
boton. 
O foco do histórico pré-operatório consiste em determinar a capacidade do 
paciente para compreender e lidar com a experiência cirúrgica iminente. A 
enfermagem avalia a capacidade do paciente para se ajustar a uma alteração na 
imagem corporal e para participar no autocuidado, juntamente com o estado 
psicológico do paciente e da sua família. 
A finalidade do procedimento operatório deverá ser explicada, de modo que o 
paciente venha a ter melhor compreensão da evolução pós-operatória esperada. O 
paciente precisa saber que o resultado dessa cirurgia é desviar da boca e do esôfago, 
de modo que as alimentações líquidas possam ser administradas diretamente dentro 
do estômago por meio de uma sonda de borracha ou plástico ou de uma prótese. 
Quando a prótese precisa ser permanente, o paciente deve estar ciente disso. Do 
ponto de vista psicológico, com frequência, é bastante difícil o paciente aceitar esse 
fato. Se o procedimento está sendo realizado para aliviar o desconforto, vômitos 
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/enfermagem/acompanhamento-pos-gastrostomia-jejunostomia/34271
 
 
 
 
 
 
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prolongados, debilitação ou incapacidade de se alimentar, o paciente pode achá-lo 
mais aceitável. 
A enfermagem avalia a condição da pele do paciente e determina se um 
retardo na cura pode ser previsto devido a um distúrbio sistêmico, por exemplo, 
diabetes mellitos ou câncer. 
No período pós-operatório, as necessidades hídricas e nutricionais do paciente 
são avaliadas para assegurar a ingestão apropriada de alimentos e líquidos. A 
enfermagem inspeciona a sonda quanto à manutenção apropriada e a incisão quanto 
a possíveis sinais de infecção. Ao mesmo tempo, deverá ser avaliada a resposta do 
paciente à alteração da imagem corporal e sua compreensão sobre os métodos de 
alimentação. 
Podem ser apresentados como problemas e possíveis complicações a infecção 
da ferida, celulite, abscesso de parede abdominal, sangramento gastrintestinal e 
remoção prematura da sonda. 
Deverá ser planejada e proposta como meta ao paciente a obtenção de um 
nível ótimo de nutrição, prevenção de infecção, manutenção da integridade da pele, 
estimulação do enfrentamento, ajustes às alterações na imagem corporal, aquisição 
do conhecimento e da competência no autocuidado e prevenção das complicações. 
 
 Condutas a serem seguidas para otimizar a assistência prestada 
 
A partir das necessidades previstas é 
possível estabelecer as condutas a serem 
seguidas na conduta para otimizar e qualificar a 
assistência prestada: 
Satisfazer as necessidades 
nutricionais: deve-se iniciar o processo de adaptação 
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/enfermagem/condutas-a-serem-seguidas-para-otimizar-a-assistencia-prestada/34283
 
 
 
 
 
 
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Faculdade de Minasalimentar, inicialmente com líquidos em pequenas porções com aumento de volume 
gradual. Os alimentos batidos no liquidificador são adicionados, gradativamente, aos 
líquidos leves até que seja alcançada uma dieta plena. Suplementos em pó são 
facilmente liquefeitos e estão disponíveis no comércio. O paciente que recebe 
alimentações liquefeitas por sonda tipicamente não são forçados a abster-se dos 
padrões nutricionais usuais, os quais podem vir a ser psicologicamente mais aceitos. 
Além disso, a função intestinal quase normal é promovida porque a fibra e o resíduo 
são semelhantes aos resíduos de uma dieta normal. A ingestão de leite deve ser 
evitada nos pacientes com deficiência de lactase. 
Fornecendo o cuidado da sonda e evitando infecções: um pequeno 
curativo poderá ser aplicado sob a saída da sonda, e a sonda de esofagostomia/ 
gastrostomia/ jejunostomia pode ser mantida na posição por uma fina faixa de fita 
adesiva hipoalergênica. Primeiramente, colocada ao redor da sonda e, em seguida, 
presa firmemente no abdome. O curativo protege a pele ao redor da incisão contra o 
extravasamento de ácido gástrico e derramamento das alimentações. A enfermagem 
deverá estar atenta ao posicionamento da sonda, avaliando resíduos e roda a sonda 
ou disco de estabilização uma vez ao dia, de modo a evitar a ruptura da pele. 
Algumas sondas de gastrostomia apresentam balões que são insuflados com água 
para fixar a sonda nas paredes do estômago. A adequação da insuflação do balão é 
verificada semanalmente ao desinsulflar o balão com o uso de uma seringa com 
extremidade de Luer. 
Fornecendo o cuidado cutâneo: a pele periostomizada requer cuidado 
especial porque ela pode ficar irritada pela ação enzimática dos sucos gástricos (com 
exceção da esofagostomia) que extravasam ao redor da sonda. Quando não tratada, 
a pele fica macerada, avermelhada, escoriada e dolorida. A enfermagem lava a área 
ao redor da sonda com água e sabão diariamente, removendo qualquer incrustação 
com soro fisiológico, enxágua bem a área e seca-a com pequenos golpes. Quando o 
estoma cura a drenagem cessa, já descartando a necessidade da realização do 
curativo. Uma gastrostomia/ jejunostomia definitiva poderá requerer um curativo 
especial para atingir a estabilização para proteger a pele ao redor da sonda das 
 
 
 
 
 
 
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secreções gástricas e para ajudar a fixar a sonda na posição adequada. A pele local 
de saída é diariamente avaliada quanto a sinais de ruptura, irritação, escoriação e 
presença de drenagem ou extravasamento gástrico. O paciente e seus familiares 
deverão ser encorajados a participar dessa inspeção e das atividades de higiene. 
Estimulando a imagem corporal: o paciente ostomizado experimentou uma 
agressão importante para a imagem corporal. A alimentação, uma função fisiológica e 
social, não pode ser tomada mais como 
certa. O paciente também está ciente de que 
a esofagostomia/ gastrostomia/ jejunostomia 
como uma intervenção terapêutica é 
realizada apenas na presença de uma 
doença importante, crônica ou, talvez, 
terminal. O debate tranquilo das finalidades e 
rotinas da alimentação por qualquer uma das 
ostomias supracitadas pode ajudar a impedir 
que o paciente se sinta assoberbado. Conversar com uma pessoa que se submeteu a 
uma gastrostomia, por exemplo, também pode ajudar o paciente a aceitar as 
alterações esperadas. Ajustar-se a uma alteração na imagem corporal leva tempo e 
requer o apoio e a aceitação da família. É necessário avaliar o sistema de apoio 
familiar existente. Um membro da família pode surgir como a principal pessoa de 
apoio. 
Monitorando e tratando as complicações potenciais: durante a evolução 
pós-operatória, a enfermagem monitora o paciente quanto às complicações 
potenciais. As mais comuns são a infecção da ferida e outros problemas com esta, 
inclusive celulite no local da ferida e abscessos na parede abdominal. Como muitos 
pacientes que recebem alimentação por sonda estão debilitados e apresenta estado 
nutricional comprometido, quaisquer sinais de infecção são prontamente reportados 
para o médico, de modo que possa ser instituída a antibioticoterapia apropriada. O 
possível sangramento originário do local de inserção no estômago também pode 
acontecer. 
Figura: Adequação da placa ao ostoma, 
bp2.blogger.com 
 
 
 
 
 
 
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A enfermagem deverá manter monitoramento rigoroso de sinais vitais do 
paciente e observar toda drenagem a partir do local operatório; vômitos e fezes; e 
quanto à evidência de sangramento. Quaisquer sinais de sangramento deverão ser 
reportados de imediato ao médico. A remoção prematura da sonda quer seja feita de 
forma inadvertida pelo paciente quer pelo cuidador gera outra complicação. Quando a 
sonda é removida prematuramente a pele é limpa e aplica-se um curativo estéril; a 
enfermagem notifica imediatamente o médico. O trato se fecha dentro de 4 e 6 horas 
quando a sonda é substituída de imediato. 
Ensinando o autocuidado aos pacientes: o paciente que deve receber 
alimentações por sonda de esofagostomia/ gastrostomia/ jejunostomia no ambiente 
domiciliar deve ser capaz e responsável por este procedimento, ou ter um cuidador 
que esteja apto a fazê-lo. Também devem existir recursos físicos, financeiros e 
sociais para manter os cuidados. A enfermagem deverá avaliar o nível de 
conhecimento do paciente, o interesse no aprendizado sobre a alimentação por sonda 
e a capacidade para compreender e aplicar as informações detalhadas sobre como 
preparar a fórmula alimentar e controlar a alimentação por sonda. Os materiais 
deverão ser apresentados ao paciente e ao seu cuidador, as instruções deverão ser 
passadas também por escrito. Para facilitar o autocuidado, o corpo de enfermagem 
deverá encorajar o paciente durante a apresentação das orientações, solicitando que 
ele participe ainda durante a internação hospitalar; fundamentando uma rotina 
alimentar mais próxima possível do normal. 
As orientações mostram, inicialmente, ao paciente como realizar a verificação 
do conteúdo gástrico no caso da gastrostomia/ jejunostomia, residual antes da 
alimentação. Assim, o paciente aprende como verificar e manter a permeabilidade da 
sonda ao administrar água em temperatura ambiente antes e depois da alimentação. 
Isso estabelecerá a permeabilidade antes da alimentação e, em seguida, limpará a 
sonda das partículas alimentares, as quais poderiam decompor-se caso fosse 
permitido que permanecessem na sonda. Todas as alimentações são administradas 
em temperatura ambiente ou temperatura próxima a corporal. 
 
 
 
 
 
 
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Figura : Gemma Zanini – Adaptação da bolsa de colostomia, arquivo pessoal 2009. 
Paciente e cuidador devem estar cientes da importância de manter a cabeceira 
elevada por um mínimo de 1 hora depois do término da alimentação facilitando a 
digestão e reduzindo riscos de aspiração. Qualquer percepção de obstrução exige 
que a alimentação seja interrompida e o médico deverá ser notificado. 
O paciente e cuidador serão instruídos a lavar a sonda com pelo menos 30ml 
de água depois da alimentação ou administração de medicamentos, otimizando a 
sonda mantendo sempre bom aspecto e permeabilidade. Estão disponíveis no 
mercado adaptadores que podem ser fixados na extremidade da sonda para criar um 
local em “Y” que facilita a administração da lavagem; o local é limpo com água morna 
e sabão e enxaguado depois de cada uso. 
Deve-se orientar, também, o paciente e cuidador a verificarem se a sonda está 
marcada no nível cutâneo que proporcione uma linha de base para a posterior 
comparação. Eles são aconselhados a monitorar o comprimento da sonda e a 
notificar ao médico ou enfermeiro (a) sobre os cuidados domiciliares caso o segmento 
da sonda fora do corpo fique mais curto ou mais longo. 
Caso o pacientedeva usar bomba de infusão para alimentação programada 
contínua ou intermitente em casa, será essencial a instrução no uso do tipo particular 
 
 
 
 
 
 
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de bomba. Muitas bombas de alimentação possuem alarmes acoplados que sinalizam 
quando a bolsa está vazia. Paciente e cuidador precisam estar cientes dos alarmes e 
de como solucionar os problemas com a bomba. 
Cuidado continuado: a referência para uma agência de cuidados domiciliares 
é importante para garantir a supervisão e suportes iniciais para o paciente e os 
cuidados. A enfermagem de cuidados domiciliares avalia o estado e o progresso do 
paciente e as técnicas que são empregadas na administração da alimentação por 
sonda. A instrução e supervisão adicionais no ambiente domiciliar podem ser 
necessárias para ajudar o paciente e o cuidador a se adaptarem a um ambiente físico 
e equipamentos que são bastante diferentes dos utilizados em ambiente hospitalar. 
Deve ser revisto sempre com paciente e cuidador as informações sobre possíveis 
complicações a reportar (ex: síndrome do esvaziamento rápido, náuseas e vômitos, 
infecção cutânea periestoma). 
A equipe de enfermagem responsável por cuidados domiciliares ajuda a 
ambientação da nova situação para família e paciente, no intuito de estabelecer uma 
rotina o mais próxima possível do normal. Alguns pacientes irão querer experimentar 
uma sensação de alimentação normal e podem ser aconselhados a tentar cheirar, 
saborear e mastigar pequenas quantidades de alimentos antes de receber sua 
alimentação por sonda. Esse exercício estimula o fluxo salivar e de secreções 
gástricas, podendo ter alguma sensação de refeição normal. 
O alimento mastigado pode ser então depositado pelo paciente em um funil ou 
seringa acoplado ao tubo de gastrostomia para administração dentro do estômago. O 
paciente (ou o cuidador) é encorajado a manter um diário para registrar os horários e 
quantidades das alimentações e qualquer intercorrência ou sintoma ocorrente. A 
equipe médica, enfermagem e nutricionistas devem rever o diário a cada visita 
domiciliar. 
 
Ileostomia 
 
 
 
 
 
 
 
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 O que é uma ileostomia? 
 
Numa ileostomia, o orifício (estoma) situa-se ao 
nível do intestino delgado (ileon), sendo suprimido o 
intestino grosso na sua totalidade. 
Pela ileostomia saem fezes muito líquidas, 
agressivas para a pele. Estas passariam ao intestino 
grosso, onde seria absorvida a água e as fezes ficariam 
mais grossas. Como, não tem o cólon, ou não está funcionante, o próprio intestino 
delgado vai, com o passar do tempo, assumir em parte essa função. 
Assim, as fezes da ileostomia, que inicialmente são muito líquidas passam 
mais tarde a ser menos líquidas ou mesmo moles. Os gases e os cheiros como 
resultado do processo digestivo, são reduzidos. 
É frequentemente nos casos intratáveis de colite ulcerosa, na doença de 
Crohn (enterite regional) e no carcinoma de cólon. Pelo fato de ileostomia drenar 
constantemente conteúdo líquido intestinal, a absorção de gordura e de vitamina 
B pode se apresentar reduzida. Perdas de sódio e potássio são aumentadas. 
 
 
 Posicionamento da Ileostomia 
 
Em grande parte dos pacientes que necessitam submeter-se ao procedimento, 
a ileostomia é designada com a intenção de reduzir e controlar os sintomas e tratar ou 
até mesmo evitar complicações. 
A este paciente, deverão ser proporcionadas as reposições intensivas de 
líquidos, sangue e proteínas. Sabe-se que o procedimento pré-operatório pode vir 
acompanhado de antibiótico e profilaxia. Nos pacientes que estão sob corticoide 
http://4.bp.blogspot.com/_l1bzrlDdvY0/R9VS-QsHFoI/AAAAAAAAAFU/XGFDirRLc44/s1600-h/images[16].jpg
http://pt.wikipedia.org/wiki/Colite_ulcerosa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%83%C2%A7a_de_Crohn
http://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%83%C2%A7a_de_Crohn
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Enterite&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Carcinoma_de_c%C3%B3lon&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Intestino
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gordura
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vitamina_B
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vitamina_B
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%83%C2%B3dio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pot%C3%83%C2%A1ssio
 
 
 
 
 
 
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terapia deverão ser mantidos os tratamentos na intenção de suprir qualquer falência 
de suprarrenais induzidas por esteroides. Em geral, o paciente receberá uma dieta 
pobre em resíduos, apresentadas em pequenas e frequentes porções. As demais 
medidas pré-operatórias são as mesmas adotadas em procedimentos de cirurgias 
abdominais. O abdome deverá receber a marcação para a colocação correta do 
estoma pelo cirurgião; deve-se garantir que o estoma seja convenientemente 
posicionado, normalmente em quadrante inferior direito, aproximadamente 5 cm 
abaixo da cintura; afastada de cicatrizes prévias, proeminências ósseas, dobras 
cutâneas ou fístulas. 
É fundamentalmente importante que o paciente tenha compreensão completa 
da cirurgia que será realizada e o que esperar depois da intervenção. As informações 
sobre uma ileostomia são apresentadas ao paciente por meio de materiais escritos, 
modelos e discussões. O serviço hospitalar que assiste a pacientes ostomizados 
poderá contar com uma equipe inter e multidisciplinar apta a atuar na conscientização 
dos pacientes submetidos a esse tipo de procedimento. 
Trabalhar com materiais ilustrativos, bonecos anatômicos, mostrando o 
posicionamento das possíveis ostomias e familiarizando o paciente a sua imagem 
pós-procedimento cirúrgico. O ensino pré-operatório deverá incluir o controle da 
drenagem a partir do estoma, da natureza da drenagem e da intubação nasogástrica, 
de líquidos parenterais e, possivelmente, de tampão perianal. 
É necessário o cuidado geral da ferida da cirurgia abdominal. A equipe de 
enfermagem deve estar atenta ao estoma quanto à forma e coloração; ele deverá ser 
róseo a vermelho vivo e brilhoso. 
 
 
 
 
 
 
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Para a ileostomia, utiliza-se a drenagem em bolsas plásticas que atuam como 
contenção da drenagem. São equipadas com fita adesiva que é responsável pela 
aderência na pele circunvizinha ao estoma. Geralmente, são passíveis de aumento do 
orifício onde se acomoda o estoma. 
A drenagem fecal deverá ser rigorosamente monitorizada nas primeiras 72 
horas após a cirurgia. A drenagem é um líquido contínuo a partir do intestino delgado; 
devemos lembrar que o estoma não possui esfíncter controlador. O conteúdo é 
drenado para a bolsa que deverá ser esvaziada com periodicidade, monitorizando, 
assim, o volume desprendido do organismo do paciente. A bolsa somada à placa, 
previamente colocada adequadamente, não apresenta riscos à pele do paciente, pois 
previne o contato das eliminações com a superfície cutânea. 
Se não houver contraindicações por outros motivos patológicos ou funcionais, 
deve-se estimular a deambulação precoce, sempre supervisionada pela equipe de 
enfermagem. A estimulação motora, consequência da deambulação, favorece o 
retorno rápido a atividades rotineiras, promove a melhor adequação do paciente a 
nova realidade fortalecendo laços de confiabilidade entre doente ostomizado, 
familiares e equipe suporte. 
Fator imprescindível a pós-operados é o monitoramento da ingesta hídrica, 
pois como há grande escape hídrico, recomenda-se o registro fiel das ”entradas” e 
“saídas” a fim de calibrar as necessidades hídricas do paciente. Pode ocorrer perda 
hídrica de 1000 a 2000ml/dia, além de perdas em diurese, sudorese, respiração e 
outras fontes. Por meio desses mecanismos de demanda, sódio e potássio são 
 
 
 
 
 
 
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depletados. Os valores bioquímicos podem ser monitorados laboratorialmente e 
repostos porsoroterapia composta. 
Em pacientes submetidos ao processo de ileostomia deve-se atentar para 
queixas álgicas, confortando as necessidades e, sempre que viável, administrar 
medicação prescrita. 
Ao término da primeira semana é provável a remoção do tampão retal. Tal 
medida poderá ocasionar algia, portanto, se prescrito, deve-se administrar analgésico 
mais as medidas de conforto e encorajamento. É possível também, que seja 
solicitada irrigação após a retirada do tampão. Na presença de sangramentos é 
importante comunicar imediatamente ao médico cirurgião responsável. 
É necessário ofertar ao paciente, nesse momento, todo conforto e 
acompanhamento para que ocorra a melhor adaptação possível. Os pacientes, de 
forma geral, ficam bastante deprimidos, e a nova fase como ostomizado é encarada 
como uma mutilação; isso se deve à retirada de uma parte de seu corpo. Para que 
seja compreendido todo o processo, é comum que o paciente passe por vários 
períodos de aceitação: choque, descrença, negação, rejeição, raiva e restituição. 
O apoio da enfermagem é bastante importante, e a compreensão da 
perspectiva emocional do paciente em cada caso deve determinar a abordagem. Os 
pacientes devem saber que existe alguém que os compreendem e se preocupa com 
eles. Sua doença prolongada pode torná-los irritadiços, ansiosos e deprimidos. A 
conduta adotada pela equipe é muito importante para facilitar o cuidado comumente 
complexo com o paciente. 
Contrariamente, um procedimento para a realização de uma ileostomia pode 
produzir alterações positivas significativas em um paciente que sofreu de uma doença 
inflamatória durante vários anos. Depois que o desconforto contínuo da doença 
diminui é que os pacientes aprenderam a cuidar da ileostomia, assim, desenvolvem 
uma perspectiva positiva. Até que haja progressão a esta fase, uma conduta empática 
e tolerante pela equipe é fator desencadeante da adesão de pacientes e familiares a 
nova realidade. 
 
 
 
 
 
 
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Nessa fase de adaptação, torna-se valiosa a participação de outros 
ostomizados. Pessoas comuns que por incidências patológicas tiveram de ser 
submetidas ao processo de ostomização. Tiveram os mesmos problemas vivenciados 
e após a superação dos processos de adaptação, dedicam seu tempo a ajudarem 
aqueles que ainda não superaram a fase inicial. Esse apoio acontece por meio de 
associações. Elas estão espalhadas por toda comunidade e dedicam sua atuação a 
esses pacientes. 
 
 Controlando os cuidados com pele e estoma 
 
O paciente com uma ileostomia tradicional não 
pode estabelecer hábitos intestinais regulares porque o 
conteúdo do íleo é líquido e secretado continuamente. 
O paciente deve usar uma bolsa em todos os 
momentos. O tamanho do estoma e o tamanho da 
bolsa variam a princípio; o estoma deve ser novamente 
verificado três semanas depois da cirurgia, quando 
então diminui o edema. O tamanho final e o tipo de 
dispositivo são selecionados três meses, depois que o 
peso do paciente se estabilizou e que o estoma 
enrugou até um formato estável. 
A localização e o comprimento do estoma são significativos para o controle da 
ileostomia pelo paciente. O cirurgião posiciona o estoma o mais próximo possível da 
linha média e em uma localização onde mesmo um paciente obeso com abdome 
protuso possa cuidar dele com facilidade. Em geral, o estoma da ileostomia tem 
aproximadamente 2,5cm de comprimento, o que torna conveniente para a fixação de 
um dispositivo. 
A escoriação da pele ao redor do estoma pode ser um problema persistente. A 
integridade cutânea periostomal pode ser comprometida por diversos fatores, como 
 
 
 
 
 
 
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uma reação alérgica ao dispositivo de ostomia, barreira cutânea ou pasta; irritação 
química pelo efluente; lesão mecânica causada pela remoção do dispositivo; e 
possível infecção. Quando a irritação e o crescimento de leveduras têm lugar, a 
nistatina em pó é polvilhada suavemente sobre a pele periostomal. 
 
Trocando Um Dispositivo (Colocação Da Bolsa) 
 
Deve ser estabelecido um esquema regular para trocar a bolsa, antes que 
ocorra o extravasamento, para aqueles com uma ileostomia tradicional. O paciente 
pode ser ensinado a trocar a bolsa. 
O intervalo de tempo durante o qual uma pessoa pode manter o dispositivo 
vedado na superfície corporal depende da localização do estoma e da estrutura 
corporal. Comumente, o tempo de uso é de cinco a sete dias. O dispositivo é 
esvaziado a cada 4 ou 6 horas ou, simultaneamente, ao esvaziamento da bexiga. 
Uma válvula de esvaziamento no fundo do dispositivo é fechada com um grampo 
especial feito para essa finalidade. 
Muitas bolsas podem ser encontradas no mercado, de vários modelos, 
tamanhos e com funções especiais. Existem as descartáveis a prova de odor. 
Alimentos como espinafre e salsa agem como desodorizantes no trato intestinal; os 
alimentos que provocam os odores incluem repolho, cebolas e peixes. Os 
comprimidos de bicarbonato de bismuto, que podem ser prescritos e ingeridos por via 
oral, três ou quatro vezes ao dia, são eficazes na redução de odor. Um espessante 
fecal pode ser prescrito e administrado para o melhor controle do odor fecal. 
 
 
 
 
 
 
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Autocuidado 
Figura: Remover a placa e promover a limpeza do local da ostomia e pele pereostoma, secar 
suavemente. Fonte: arquivo pessoal 2009. 
Figura:Medir o ostoma Fonte: arquivo pessoal 2009. 
 
 
 
 
 
 
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Ileostomia com continente 
 
Ileostomia com continente é uma criação cirúrgica de uma bolsa de intestino 
delgado que pode servir como um receptáculo interno para secreção fecal; uma 
válvula em mamilo é construída na saída. No período pós-operatório, um cateter se 
estende desde o estoma e é preso a um sistema de aspiração de drenagem 
fechado. Para garantir a permeabilidade do cateter, geralmente a cada 3 horas, 10 a 
20ml de soro fisiológico são instilados delicadamente dentro da bolsa; o fluxo de 
retorno não é aspirado, mas permite que drene por gravidade. 
Depois de aproximadamente duas semanas, quando o processo de cura 
progrediu até o ponto em que o cateter é removido do estoma, o paciente é 
ensinado a drenar a bolsa. O equipamento necessário inclui um cateter, lenços, 
lubrificante hidrossolúvel, compressas de gaze, uma seringa, solução irrigante e um 
recipiente para drenagem. 
 
 Devem ser seguidos os procedimentos: 
 
- Inicialmente, deve-se lubrificar a sonda e inseri-la delicadamente 5 cm; 
nesse ponto, é possível alguma resistência devido a válvula ou mamilo. 
- Se houver muita resistência, encha uma seringa com 20ml de água e injete-
a pelo cateter, exercendo ao mesmo tempo alguma pressão sobre o cateter. 
- Coloque a outra extremidade do cateter em um recipiente, cuba rim; por 
exemplo, para drenagem segurando-a abaixo do nível do estoma. 
Posteriormente, esse processo pode ser realizado no vaso sanitário com 
drenagem liberada direto dentro dele. 
Depois da drenagem o cateter é removido e a área ao redor do estoma é 
delicadamente lavada com água morna. Seque com pequenos golpes e aplique um 
curativo absorvente sobre o estoma, com esparadrapo antialérgico. 
 
 
 
 
 
 
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Em caso de descarga fecal espessa, pode-se injetar água através do cateter 
para amolecê-la e afrouxá-la. A consistência do efluente é afetada pela ingesta 
alimentar. A princípio, a drenagem é de apenas 60 a 80 ml, mas, à medida que o 
tempo passa, a quantidade aumenta de maneira significativa. A bolsa de Kock 
interna se alonga, acomodando mais adiante 500 a 1000ml. O paciente aprende a 
sensação de pressão na bolsa como um calibrador para determinar com que 
frequência a bolsa deve ser drenada. 
 Figura. Modelar o tamanho a placa. Fonte: arquivo pessoal2009. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura: Recortar a placa na media exata do ostoma 
Fonte: arquivo pessoal 2009 
 
 
 
 
 
 
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Controlando As Necessidades Hídricas E Nutricionais 
 
Uma dieta pobre em resíduos é seguida durante as primeiras seis a oito 
semanas. São fornecidos vegetais e frutas peneiradas. Esses alimentos são fontes 
importantes das vitaminas A e C. 
Mais adiante, existem poucas restrições de dieta, exceto para evitar 
alimentos que sejam ricos em fibras ou sementes de difícil digestão, como: aipo, 
trigo, milho, sementes de cariz, papoula e coco. 
Os alimentos são reintroduzidos um por vez. Deve-se avaliar a tolerância do 
paciente a esses alimentos e o lembrar de mastiga-los por completo. 
 Os líquidos podem ser um 
problema durante o verão quando o 
liquido perdido pela sudorese aumenta a 
perda hídrica através da ileostomia. Os 
líquidos são valiosos na manutenção do 
equilíbrio eletrolítico. 
Quando a secreção fecal está muito aquosa, são restringidos os alimentos 
fibrosos. Quando o efluente está excessivamente seco, a ingesta de sal está 
Figura: retirar o papel siliconado e aplicar a placa sobre o 
ostoma Fonte: arquivo pessoal 2009. 
 
Figura: Acoplar a bolsa na placa, fazendo 
massagem suavemente 
 
 
 
 
 
 
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aumentada. A ingesta acrescida de agua ou liquido não aumenta o efluente porque 
o excesso de agua é excretado na urina. 
 Evitando complicações 
 
Monitorar complicações é uma atividade contínua para o paciente com 
ileostomia. As complicações menores ocorrem em cerca de 40% dos pacientes 
portadores de ileostomia; menos de 20% exigem res cirúrgicas (Kirsner & Shorter, 
2000). 
As complicações comuns incluem a irritação cutânea, diarreia, estenose do 
estoma, cálculos urinários e colelitíase. A irritação da pele periostomal, a 
complicação mais comum da ileostomia, resulta do extravasamento do efluente. 
Uma bolsa que não se adapta bem é, com frequência, a causa. A equipe de 
enfermagem, no processo de educação e adaptação deverá ajustar adequadamente 
a bolsa e aplicar as barreiras cutâneas. A diarreia manifestada pelo efluente muito 
irritante que enche rapidamente à desidratação e perdas eletrolíticas. A água, sódio 
e potássio suplementares são administrados para evitar a hipovolemia e 
hipocalemia. Os agentes antidiarreicos são administrados. 
A estenose é causada pelo tecido cicatricial circular que se forma no local do 
estoma. O tecido cicatricial deve ser cirurgicamente liberado, os cálculos urinários 
ocorrem em cerca de 10% dos pacientes com ileostomia por causa da desidratação 
causada pela ingesta hídrica diminuída. A dor abdominal inferior intensa que se 
irradia para as pernas, hematúria e sinais de desidratação indicam que a urina deve 
ser peneirada. A ingesta hídrica é encorajada. Por vezes, pequenos cálculos são 
eliminados durante a micção; de outra forma, o tratamento é necessário para 
esmagar ou remover os cálculos. 
A colelitíase é três vezes mais comum em pacientes com uma ileostomia que 
na população geral, por causa das alterações na absorção de ácidos biliares que 
ocorrem no período pós-operatório. O espasmo da vesícula biliar provoca dor 
abdominal direita superior intensa, a qual pode irradiar-se para as costas e ombro 
direito. 
 
 
 
 
 
 
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Promovendo O Cuidado Domiciliar E Comunitário 
 
O cuidado humano consiste em uma forma de viver, de ser, de se expressar. 
A reabilitação do ostomizado requer uma abordagem interdisciplinar que propicie a 
ele e sua família segurança, aceitação, oportunidade para esclarecimentos e 
tomada de decisões. 
Consequente a reabilitação estará na melhoria da qualidade de vida, onde se 
terá organizado metas, repriorizado a vida e revistos valores, como forma de 
integração de vivência da ostomia na vida do indivíduo e familiares. 
 
Figura: Paciente ostomizado recebe apoio de familiar. Fonte: novaiguacu.rj.gov.br 
A reabilitação é meta principal da equipe que assiste ao ostomizado, seu 
alcance significa inseri-lo novamente na sociedade, identificando e ultrapassando 
os obstáculos que impedem sua adaptação. Reações de ansiedade, agressividade, 
regressão, depressão, melancolia são percebidas em diferentes graus e o 
indivíduo fixa a idéia de que nunca mais terá uma vida normal mesmo sabendo que 
a ostomia aliviará sua enfermidade. 
Os profissionais de Saúde precisam estar preparados para o atendimento da 
pessoa ostomizada e a família. Dentro da equipe multiprofissional o enfermeiro 
desempenha papel fundamental no cuidado deste cliente, pois ele está presente em 
todos os serviços de saúde desde unidades básicas até os de maior complexidade. 
 
 
 
 
 
 
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Assim, acreditamos no “cuidado”... de forma humanística, priorizando a ação de 
cuidar voltada para a pessoa, o meio ambiente e não somente centrada em 
procedimentos, patologias ou problemas. Inter-relacionar a Enfermagem com a ação 
do cuidar, o cuidado e a tecnologia, para o ostomizado, engloba a percepção do 
ser humano, como pessoa com seus valores, crenças e experiências. 
O enfermeiro no processo reabilitatório é classificado como educador, 
conselheiro e coordenador da assistência. Como educador o enfermeiro age 
principalmente no pós-operatório ensinando ao cliente como modificar suas ações 
e readaptar-se à nova condição através de materiais didáticos ou informalmente 
durante a assistência. 
No papel de conselheiro o enfermeiro dá ao cliente suporte emocional, 
tentando, apoiando em seu conhecimento, motivá-lo e amenizar os problemas que 
estão impedindo a reabilitação, esse contato com o profissional proporciona 
confiança no cliente facilitando a verbalização de suas dificuldades. Na coordenação 
do cuidado, como o próprio nome sugere, ele planeja a assistência, organiza e 
utiliza da melhor forma possível, os recursos disponíveis com flexibilidade e 
continuidade. Possuindo estes três papéis o enfermeiro está também capacitado a 
atuar junto à família do ostomizado que tem grande influência na reabilitação do 
mesmo e tanto quanto ele necessita da assistência de Enfermagem. Uma equipe de 
Enfermagem que passa pela educação continuada terá melhores condições de 
atender seus clientes . 
A Enfermagem muito tem se desenvolvido no processo de cuidar, 
acreditando que é a arte e a ciência de cuidar, ou seja, “é gente que cuida de 
gente”. Na verdade, cuidar é muito mais que um ato, é uma atitude de ocupação, 
preocupação, de responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro, exigindo 
compromisso dos profissionais enfermeiros para com o semelhante. 
Apesar dos trabalhos desenvolvidos e da globalização, a ostomia ainda é 
pouco conhecida pela sociedade, entretanto só associamos ostomia a enfermidade, 
quando deparamos com ela em nossa família ou passamos a ser um ostomizado. O 
desconhecimento promove reações de espanto, piedade, repulsa e não aceitação 
 
 
 
 
 
 
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da condição. O apoio familiar é primordial na recuperação e aceitação da condição 
de vida em que este indivíduo estará inserido. 
A família é o primeiro grupo social que o cliente tem acesso, e este 
relacionamento deve reforçar a importância do ostomizados nas atividades 
desenvolvidas, não poupá-lo de exercê-las, levando o mesmo a se sentir 
dependente ou deficiente, proporcionando-lhe autoconfiança e o bom desempenho 
do seu papel. 
Os ostomizados, desde a publicação da Lei 5296 de 02 de dezembro 
de 2004, são considerados pessoas com deficiência. Nessa Lei, eles estão 
enquadrados na categoria “deficiência física”, conforme previsto em seu Artigo 5º, 
parágrafo 1º, letra a. Isso significa que todas as entidades

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