Buscar

GUIA TÉCNICO SECTOR DA PEDRA NATURAL Lisboa

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 71 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 71 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 71 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

Lisboa 
Setembro 
2001
GUIA TÉCNICO 
SECTOR DA PEDRA NATURAL 
 
FICHA TÉCNICA 
 
 
 
Coordenação 
 
Eng.º José Miguel Figueiredo 
Tel: 21 7165141 (Ext. 2356) 
Fax: 21 7166568 
E-mail: jose.figueiredo@mail.ineti.pt 
 
 
Equipa técnica 
 
Eng.º Francisco Rodrigues 
Tel: 21 7165141 (Ext. 2380) 
Fax: 21 7166568 
E-mail: francisco.rodrigues@mail.ineti.pt 
 
Engª Anabela Correia 
Tel: 21 7165141 (Ext. 2327) 
Fax: 21 7166568 
E-mail: anabela.correia@mail.ineti.pt 
 
Doutora Maria Teresa Chambino 
Tel: 21 7165141 (Ext. 2327) 
Fax: 21 7166568 
E-mail: teresa.chambino@mail.ineti.pt 
 
 
 
 
INETI – Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial 
DMTP – Departamento de Materiais e Tecnologias de Produção 
Azinhaga dos Lameiros 
1649-038 Lisboa 
 
 
I 
 
ÍNDICE 
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................................1 
2. OBJECTIVOS ..........................................................................................................................................2 
3. CARACTERIZAÇÃO DO SECTOR .......................................................................................................3 
3.1. INDICADORES DA INDÚSTRIA.............................................................................................................. 3 
3.1.1. Material processado .................................................................................................................. 4 
3.1.1.1. Subsector das rochas ornamentais ........................................................................................................5 
3.1.1.2. Subsector das rochas industriais ...........................................................................................................8 
3.1.2. Empresas do sector e sua distribuição geográfica .................................................................. 12 
3.1.3. Pessoal ao Serviço ................................................................................................................... 15 
3.1.4. Indicadores económicos........................................................................................................... 17 
3.1.4.1. Subsector das rochas ornamentais ......................................................................................................18 
3.1.4.2. Subsector das rochas industriais .........................................................................................................21 
3.2. CARACTERIZAÇÃO DOS PROCESSOS PRODUTIVOS ............................................................................ 23 
3.2.1. Subsector das rochas ornamentais .......................................................................................... 23 
3.2.1.1. Extracção............................................................................................................................................23 
3.2.1.2. Transformação....................................................................................................................................26 
3.2.2. Subsector das rochas industriais ............................................................................................. 28 
3.2.2.1. Extracção............................................................................................................................................28 
3.2.2.2. Transformação....................................................................................................................................29 
3.2.3. Diagramas esquemáticos de Processo..................................................................................... 30 
3.3. RESÍDUOS INDUSTRIAIS ................................................................................................................... 33 
3.3.1. Introdução................................................................................................................................ 33 
3.3.2. Caracterização dos resíduos.................................................................................................... 33 
3.3.2.1. Extracção............................................................................................................................................34 
3.3.2.2. Transformação....................................................................................................................................36 
3.3.2.3. Outros resíduos...................................................................................................................................38 
3.3.3. Análise global das quantidades anuais de resíduos produzidos por subsector ....................... 39 
3.3.4. Correlação dos resíduos com as operações produtivas por subsector.................................... 41 
4. ANÁLISE DO POTENCIAL DE PREVENÇÃO DO SECTOR POR OPERAÇÃO ............................42 
4.1. TECNOLOGIAS E MEDIDAS DE PREVENÇÃO APLICÁVEIS AO SECTOR DA PEDRA NATURAL ................. 43 
4.1.1. Medidas de prevenção aplicáveis à extracção......................................................................... 43 
4.1.2. Medidas de prevenção aplicáveis à transformação................................................................. 46 
4.1.3. Medidas de prevenção de carácter geral................................................................................. 48 
4.2. TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO......................................................................................................... 50 
4.2.1. Extracção................................................................................................................................. 50 
4.2.2. Transformação......................................................................................................................... 51 
5. TECNOLOGIAS / MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE POTENCIAL APLICAÇÃO E 
ESTUDO DE CASOS REAIS ....................................................................................................................52 
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................................58 
ANEXO 1 - Estimativas de resíduos gerados no sector da pedra natural, em função da matéria 
prima processada. .......................................................................................................................................60 
ANEXO 2 – Entidades e empresas que contribuíram para a elaboração deste guia ...................................62 
LISTA GERAL DE ENTIDADES, INSTITUIÇÕES E ASSOCIAÇÕES NACIONAIS E 
SECTORIAIS .............................................................................................................................................65 
NOTA SOBRE LEGISLAÇÃO .................................................................................................................66 
 
 
II 
ÍNDICE DE FIGURAS 
 
Figura 1 - Distribuição das CAE por subsector _____________________________________________4 
Figura 2 - Distribuição dos materiais extraídos por subsector__________________________________5 
Figura 3 - Principais centros de produção e quantidades (t) produzidas de "mármores e outras 
rochas carbonatadas", "granito e outras rochas similares" e "ardósias e xistos 
ardosíferos" ________________________________________________________________6 
Figura 4 - Distribuição percentual da produção de rochas do tipo "mármore e outras rochas 
carbonatadas"_______________________________________________________________7 
Figura 5 - Distribuição percentual da produção de rochas do tipo "granito e outras rochas 
similares" __________________________________________________________________8 
Figura 6 - Distribuição percentual da produção de rochas do tipo "ardósias e xistos ardosíferos" _____8 
Figura 7 - Principais centros de produção de "calcário, gesso e cré" e "caulino e outras argilas"______9 
Figura 8 - Principais centros de produçãode "saibro, areia e pedra britada" ____________________10 
Figura 9 - Distribuição percentual da produção de rochas do tipo "Calcário, gesso e cré "__________11 
Figura 10 - Distribuição percentual da produção de rochas do tipo "Saibro, areia e pedra 
britada"___________________________________________________________________11 
Figura 11 - Distribuição percentual da produção de rochas do tipo "Caulino e outras argilas"_______11 
Figura 12 - Empresas da CAE 14 (grupos 141, 142 e 145) e CAE 26 (grupo 267) em percentagem ____13 
Figura 13 - Distribuição por distrito das empresas existentes em Portugal continental _____________13 
Figura 14 - Empresas existentes na região autónoma da Madeira ______________________________13 
Figura 15 - Empresas existentes na região autónoma dos Açores ______________________________14 
Figura 16 - Trabalhadores da CAE 14 (grupos 141, 142 e 145) e CAE 26 (grupo 267) em 
percentagem _______________________________________________________________15 
Figura 17 - Volume de produção, importação e exportação de pedra natural em 1998______________17 
Figura 18 - Produção de pedra natural (a) valores em toneladas, (b) valores em contos ____________17 
Figura 19 - Importação de pedra natural (a) valores em toneladas, (b) valores em contos ___________18 
Figura 20 - Exportação de pedra natural (a) valores em toneladas, (b) valores em contos ___________18 
Figura 21 - Evolução da produção, importação e exportação de rochas ornamentais de 1988 a 
1998 _____________________________________________________________________19 
Figura 22 - Produção de rocha ornamental (a) valores em toneladas, (b) valores em contos _________19 
Figura 23 - Importação de rocha ornamental (a) valores em toneladas, (b) valores em contos _______19 
Figura 24 - Exportação de rocha ornamental (a) valores em toneladas, (b) valores em contos _______20 
Figura 25 - Volume de importação / exportação por tipo de rocha ornamental e por produto ________21 
Figura 26 - Evolução da produção, importação e exportação de rochas industriais de 1996 a 
1998 _____________________________________________________________________21 
Figura 27 - Produção de rocha industrial (a) valores em toneladas, (b) valores em contos __________22 
Figura 28 - Importação de rocha industrial (a) valores em toneladas, (b) valores em contos _________22 
Figura 29 - Exportação de rocha industrial (a) valores em toneladas, (b) valores em contos _________22 
Figura 30 - Técnicas de desmonte_______________________________________________________24 
Figura 31 - Fases de exploração das pedreiras ____________________________________________25 
Figura 32 - Diagrama de processo do subsector das rochas ornamentais ________________________31 
Figura 33 - Diagrama de processo do subsector das rochas industriais _________________________32 
Figura 34 - Distribuição percentual dos resíduos sólidos por subsector _________________________39 
Figura 35 - Distribuição percentual dos resíduos pastosos (lamas) por subsector _________________39 
Figura 36 - Volume médio de subprodutos por tipo e uso da pedra extraída ______________________44 
Figura 37 - Sistemas de tratamento de lamas e aproveitamento de água _________________________51 
 
III 
 
 
 
ÍNDICE DE QUADROS 
 
Quadro 1: Quantidades de material processado no sector _____________________________________5 
Quadro 2: Tipos de rocha ornamental ____________________________________________________5 
Quadro 3: Quantidades de rocha ornamental processada no sector (1998)________________________7 
Quadro 4: Tipos de rocha industrial ______________________________________________________8 
Quadro 5: Quantidades de rocha industrial processada no sector (1998) ________________________11 
Quadro 6: Número de empresas por distrito _______________________________________________14 
Quadro 7: Número de empresas e trabalhadores por distrito__________________________________15 
Quadro 8: Número de empresas por intervalos de volume de vendas____________________________18 
Quadro 9: Estimativas de resíduos sólidos e pastosos gerados anualmente no sector da pedra 
natural. ___________________________________________________________________39 
Quadro 10: Resíduos gerados no sector da Pedra Natural____________________________________41 
 
INETI 
PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 1 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
O presente GUIA para o SECTOR DA PEDRA NATURAL é um guia tecnológico, com incidência 
ambiental, e que faz parte integrante do PNAPRI (Plano Nacional de Prevenção de Resíduos 
Industriais), da responsabilidade do Ministério do Ambiente. Por sua vez, o PNAPRI insere-se na 
Linha Mestra - Gestão Sustentável do PESGRI (Plano Estratégico dos Resíduos Industriais), da 
responsabilidade dos Ministérios da Economia e do Ambiente. Assim, o Guia insere-se nos 
objectivos prioritários para a política do ambiente, constantes do Plano Nacional do 
Desenvolvimento Económico e Social 2000-2006. O Guia está, portanto, em consonância com a 
Directiva Comunitária IPPC-96/61, cujo objectivo fundamental é a prevenção e o controlo 
integrados da poluição. 
 
Visa informar os industriais, assim como os restantes intervenientes económicos 
correlacionados, acerca das possibilidades oferecidas por medidas e/ou pela tecnologia na 
redução da quantidade e perigosidade de resíduos sólidos/efluentes líquidos resultantes da 
actividade do sector sem afectar a rentabilidade das empresa. 
 
Com efeito, menos resíduo representa quase sempre menor consumo de matérias primas, 
menor consumo energético, mais espaço disponível, menores custos de mão de obra em 
manipulações e movimentações e menores custos com soluções de fim de linha (Aterro). 
Refira-se que, de acordo com o enquadramento do presente Guia, os efluentes líquidos estão 
contemplados, pois as lamas decorrentes do seu tratamento irão constituir um resíduo que 
poderá ser objecto de prevenção a montante, no processo produtivo. 
 
Este Guia foi concebido com as seguintes características: 
- como elemento de divulgação das tecnologias e/ou medidas de prevenção de resíduos, já 
comprovadas, nacional ou internacionalmente, quer do ponto de vista técnico quer do ponto 
de vista económico; 
- ser totalmente isento e independente em relação a marcas ou fornecedores por forma a não 
condicionar ou enviezar a escolha, ficando esta à exclusiva responsabilidade do industrial; 
- por forma a contribuir de forma efectiva para a criação de uma nova cultura junto dos 
industriais do sector relativamente às questões de ecoeficiência, motivando-os para a 
indispensável e urgente mudança de atitude, exigida a curto/médio prazo pela legislação 
ambiental; 
- ser de leitura e consulta simples. 
 
O presente Guia não visa a redução de resíduos a qualquer custo, mas sim, contribuir para que 
as empresas, atempadamente, se equipem e restruturem por forma a cumprirem as futuras 
especificações ambientais que, tudo indica, serão cada vez mais exigentes, no sentido de 
permitir o almejado desenvolvimento sustentável. 
 
 
INETI 
PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 2 
 
2. OBJECTIVOS 
 
 
O principal objectivo do presente Guia do sector da Pedra Natural é o de constituir uma base de 
dados de natureza tecnológica incorporando as medidas e tecnologias actualmente conhecidas 
e testadas que, comprovadamente, geram menos resíduos que as tecnologias clássicas em 
condições equivalentes de capacidade de produção. 
 
O sector da Pedra natural (extracção e transformação de pedra) não dá origem a resíduos 
perigosos, no entanto o tipo de processamento conduz à produção de quantidades bastante 
elevadas de resíduos, em particular sólidos na extracção e lamas na transformação, que vão 
promover a ocorrência de impactes paisagísticos consideráveis e constituem um grande 
incómodo e encargo para as empresas. 
 
Este sector, com elevada importância a nível nacional, materializada na sua componente 
exportadora, temimpactes sociais positivos e importantes sobre as populações locais e 
actividades económicas a montante e jusante. Tratando-se de um sector tradicional, até à 
pouco tempo, os processos de extracção e transformação eram feitos com critérios meramente 
económicos, sem se terem em linha de conta possíveis custos ambientais. Estes procedimentos, 
tiveram como consequência situações actualmente irreversíveis, mesmo em termos de gestão 
racional de recursos. Avaliam-se em 12 615 977 t/ano os resíduos de pedra e em 
1 042 284 t/ano de lamas. Acrescem 9 095 t/ano de outros resíduos (papel, cartão, plástico, 
madeira, sucatas, acumuladores, pneus, panos e calços de polimento) e ainda, 683 m3/ano de 
óleos de motores (transmissão e lubrificação) e solventes. 
 
A extracção de pedra natural, tem uma legislação ambiental própria, no que diz respeito a 
escombreiras, impacte visual da exploração e cumprimento dos planos de recuperação 
paisagística. A legislação de licenciamento industrial para esta actividade, possui regras 
definidas e exigentes de acordo com a preservação dos valores humanos e económicos. Em 
1999 surgiu outro diploma, este extensivo à transformação, que estabelece regras relativas à 
construção, exploração e encerramento de aterros para resíduos resultantes das actividades 
deste sector. 
 
O presente Guia identifica as operações unitárias e os resíduos respectivos e sugere as 
tecnologias ou medidas de prevenção, sempre que existam ou sejam conhecidas. Quando 
disponíveis, são apresentados os dados económicos relativos a casos de sucesso de aplicação 
real. 
 
INETI 
PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 3 
 
 
3. CARACTERIZAÇÃO DO SECTOR 
 
O Sector da Pedra Natural compreende a extracção e transformação da pedra para fins 
ornamentais ou industriais, dividindo-se por dois subsectores, o subsector das rochas 
ornamentais e o subsector das rochas industriais. 
 
O subsector das rochas ornamentais inclui as empresas que se dedicam à extracção e/ou 
transformação de rochas calcárias, granitos e outras rochas siliciosas, e xistos, para fins 
decorativos. Neste subsector as empresas transformadoras convertem os blocos extraídos das 
pedreiras, em artigos destinados a pavimentos, revestimentos, aplicações domésticas, à arte 
funerária, escultura, cubos, paralelepípedos e guias de passeios. 
 
O subsector das rochas industriais engloba também empresas extractivas e transformadoras, 
principalmente de calcários e granitos, cuja produção se destina essencialmente ao sector da 
construção (inertes ou granulados e britas), e também aos sectores químico, sidero-metalúrgico 
e agro-alimentar. 
 
 
3.1. INDICADORES DA INDÚSTRIA 
 
As empresas do sector da Pedra Natural, segundo a Classificação de Actividades Económicas 
(CAE - Rev.2), estão inseridas fundamentalmente na CAE 14 (grupos 141, 142 e 145) – Outras 
Industrias Extractivas e na CAE 26 (grupo 267) – Fabricação de outros produtos minerais não 
metálicos. 
 
Este sector é composto por três tipos de empresas. Empresas que se dedicam unicamente à 
extracção de pedra e neste caso encontramos especialmente empresas do subsector das rochas 
ornamentais. Empresas que se dedicam exclusivamente à transformação da pedra e também 
neste caso a maioria das empresas pertencem ao subsector das rochas ornamentais. Empresas 
que se dedicam à extracção e transformação de pedra, que são principalmente as empresas do 
sector das rochas industriais havendo ainda algumas empresas de rochas ornamentais com esta 
tipologia. 
 
Nesse sentido o universo das empresas deste sector abrangido por este estudo pode 
esquematizar-se de acordo com a Figura 1. 
 
 
INETI 
PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 4 
 
CAE 14111 - Extracção de mármore e rochas
similares
CAE 14112 - Extracção de granito e rochas
afins
CAE 14121 - Extracção de cálcário e cré
CAE 14130 - Extracção de ardósia
CAE 1450 (1, 2, 3 e 4) - Outras industrias
extractivas, n. e.
CAE 26701 - Fabricação de artigos de
mármore e rochas similares
CAE 26702 - Fabricação de artigos de ardósia
CAE 26703 - Fabricação de artigos de granito
e de rochas n. e.
CAE 14210 - Extracção de saibro, areia e
pedra britada
SECTOR DA PEDRA NATURAL
Subsector das Rochas
Industriais
Subsector das Rochas
Ornamentais
 
Figura 1 - Distribuição das CAE por subsector 
 
3.1.1. Material processado 
 
Neste sector e de acordo com dados do Instituto Geológico e Mineiro (IGM) e do Instituto 
Nacional de Estatística (INE), foram processadas no ano de 1998 cerca de 94 milhões de 
toneladas de pedra, relativos a extracção e importação. Do total de rocha extraída 
(92 543 549 t), apenas 2% dizem respeito ao subsector das rochas ornamentais sendo o 
subsector das rochas industriais responsável por 98% do material extraído no sector (Figura 2). 
 
A importação e exportação tem neste sector um peso muito reduzido representando cerca de 
2% e 1%, respectivamente, do total de material processado no sector. No que respeita a cada 
subsector, a expressão da importação e da exportação tem valores bastante diferentes. 
 
 
 
INETI 
PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 5 
 
Atendendo ao tipo de mercado de rocha industrial, a rocha extraída e transformada destina-se 
quase exclusivamente ao mercado nacional, representando as exportações apenas 0,2% do 
material extraído nas pedreiras e as importações apenas 1% do material processado no 
subsector. Já no subsector das rochas ornamentais a exportação tem um peso considerável, 
sendo exportado 58% do material extraído, as importações representam apenas 6% do total de 
rocha processada neste subsector. As quantidades de material processado no sector estão 
referidas no Quadro 1. 
 
Quadro 1: Quantidades de material processado no sector 
 
QUANTIDADE (t/ano) 
 
Produção/ Extracção Importação Exportação 
Subsector das rochas ornamentais 1 923 677 112 824 1 122 230 
Subsector das rochas industriais 90 619 872 1 259 149 188 422 
Total 92 543 549 1 371 973 1 266 652 
 
2%
98%
Subsector das rochas
ornamentais
Subsector das rochas
industriais
 
Figura 2 - Distribuição dos materiais extraídos por subsector 
 
A grande diversidade de substâncias exploradas no nosso País, reflecte a variedade de 
formações geológicas existentes, apesar do valor de produção destas rochas se encontrar 
fortemente concentrado num pequeno número de substâncias (granito, calcário e mármore). 
 
 
3.1.1.1. Subsector das rochas ornamentais 
 
O subsector das rochas ornamentais compreende extracção e transformação de três grandes 
grupos de pedra natural, "mármore e outras rochas carbonatadas", "granito e rochas similares" 
e ainda "ardósias e xistos ardosíferos". (ver Quadro 2). 
 
Quadro 2: Tipos de rocha ornamental 
Calcário cristalino (mármore) 
Calcário microcristalino 
Calcário sedimentar 
Mármore e outras rochas carbonatadas 
"Brecha calcária" 
Granito 
Sienito Nefelinico 
Pórfiro ácido 
Granito e outras rochas similares 
Serpentinito 
Ardósia 
Ardósias e xistos ardosíferos 
Xisto 
 
INETI 
PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 6 
 
O calcário cristalino, mármore, é a pedra natural mais explorada e também a mais solicitada, 
estando a sua extracção localizada, principalmente, no triângulo Borba - Estremoz – Vila Viçosa. 
Viana do Alentejo, Trigaches e Ficalho, são também locais onde, apesar de em pequenas 
quantidades, se extrai mármore. 
 
O calcário subdivide-se em dois grandes tipos, calcário sedimentar e calcário microcristalino, 
havendo ainda a considerar a brecha calcária. O calcário sedimentar é extraído principalmente 
nos distritos de Santarém e Leiria (Maciço Calcário Estremenho) aparecendo também no 
Algarve alguns tipos de calcário sedimentar. O calcário microcristalino existe na região de 
Lisboa, Sintra, mas as reservas de pedra já são reduzidas. As Brechas encontram-se sobretudo 
nos distritosde Faro e Setúbal. 
 
A extracção de granito ornamental situa-se principalmente no norte e centro do país mas 
aparece também no distrito de Portalegre. A extracção de rochas similares tais como 
Serpentinito, pórfiro ácido e outros é reduzida, e as suas reservas também são pequenas. 
 
A extracção de ardósia faz-se essencialmente no distrito do Porto e Aveiro havendo ainda a 
considerar a extracção de xistos ardosíferos em especial no distrito da Guarda. 
 
Os centros de produção, quantidades produzidas em 1998 e principais designações dos 
produtos para os três grandes grupos de rochas ornamentais estão representados na Figura 3. 
 
V. do Castelo
Braga V. Real Bragança
Porto
Aveiro
Viseu
Coimbra
Santarém
253 388
Guarda
Castelo
Branco
Leiria
379 853
Portalegre
Lisboa
24 333
Setúbal
Évora
Faro
Beja
7 512
640 378
17 184
2 037
Calcário cristalino (mármore)
Calcário sedimentar
Calcário microcristalino e sedimentar
Calcário sedimentar e brecha calcária
V. do Castelo
77 486
Braga
8 500
V. Real
Bragança
Porto
Aveiro
8 765 Viseu
161 142
Coimbra
Santarém
Guarda
Castelo
Branco
Leiria
Portalegre
81 084Lisboa
Setúbal
616
Évora
Faro
Beja
2 012
25 310
21 365
76 816
89 743
Granito
Pórfiro Ácido
Granito, Gabro e Diorito
Sienito Nefelinico
Serpentinito e granito 
V. do Castelo
Braga V. Real Bragança
Porto
16 238
Aveiro
3 970 Viseu
Coimbra
Santarém
Guarda
Castelo
Branco
Leiria
Portalegre
Lisboa
Setúbal
Évora
Faro
Beja
425
520
25 000
Xisto
Ardósia
 
Figura 3 - Principais centros de produção e quantidades (t) produzidas de "mármores e outras 
rochas carbonatadas", "granito e outras rochas similares" e "ardósias e xistos ardosíferos" 
INETI 
PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 7 
 
Do total de 1 923 677 toneladas de rocha extraída no subsector, 69% dizem respeito a rocha 
tipo "mármore e outras rochas carbonatadas", 29% a rocha tipo "granito e outras rochas 
similares" e apenas 2% a rochas tipo "ardósias e xistos ardosíferos". A importação é bastante 
reduzida tendo maior significado na rocha do tipo granito. Neste subsector exporta-se 
principalmente pedra para calcetamento (567 671t), obra acabada de mármore e de outras 
rochas carbonatadas (181 936t) e blocos de granito e outras rochas similares (137 120t). De 
referir, que não sendo a produção de pedra para calcetamento uma utilização preferencial para 
as rochas ornamentais, é responsável por uma industria tradicional bastante desenvolvida. 
 
A quantidade de pedra natural extraída, importada e exportada, em 1998, neste subsector 
segundo dados do IGM e do INE, está esquematizada no Quadro 3. 
 
Quadro 3: Quantidades de rocha ornamental processada no sector (1998) 
 
QUANTIDADE (t/ano) 
TIPO DE ROCHA FORMA DE APRESENTAÇÃO 
Produção/Extracção Importação Exportação 
em bloco 1 191 521 872 47 817 
Serrados - 2 339 57 911 
Mármore e outras 
rochas carbonatadas 
em obra 133 1641 7 199 181 936 
em bloco 452 348 49 567 137 120 
Serrados - 27 489 84 439 
Granito e outras rochas 
similares 
em obra 100 4911 24 964 34 913 
em bloco 21 153 
Serrados - 
35 8 154 Ardósias e xistos 
ardosíferos 
em obra 25 0001 54 2 269 
Pedra para 
calcetamento calçada - 305 567 671 
Total 1 923 677 112 824 1 122 230 
 
Relativamente aos tipos de rochas mais exploradas, surge o mármore e o calcário sedimentar, 
no grupo das rochas do tipo "mármore e outras rochas carbonatadas", o granito no grupo das 
rochas do tipo "granito e outras rochas similares" e a ardósia no grupo das rochas do tipo 
"ardósias e xistos ardosíferos". O mármore, o calcário sedimentar e o granito são as rochas com 
maior representatividade neste subsector. Ver Figuras 4 a 6. 
 
43%
55%
1%1%
Brecha calcária
Calcário microcristalino
Calcário sedimentar
Mármore 
 
Figura 4 - Distribuição percentual da produção de rochas do tipo "mármore e outras rochas 
carbonatadas" 
 
1 produção de rocha para calcetamento e esteios no caso do xisto 
INETI 
PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 8 
 
95,1%
0,1%
0,1%
4,7%
Granito
Pórfiro ácido
Serpentinito
Sienito nefelinico
 
Figura 5 - Distribuição percentual da produção de rochas do tipo "granito e outras rochas 
similares" 
 
96%
4%
Ardósia
Xisto
 
Figura 6 - Distribuição percentual da produção de rochas do tipo "ardósias e xistos ardosíferos" 
 
 
3.1.1.2. Subsector das rochas industriais 
 
Em Portugal exploram-se diversos tipos de rocha industrial que se podem agrupar em três 
grandes grupos, "calcário, gesso e cré", "saibro, areia e pedra britada" e "caulino e outras 
argilas".(Quadro 4) No subsector das rochas industriais estão ainda incluídas todas as rochas 
ornamentais que não sendo adequadas à utilização ornamental, podem ter usos alternativos, 
sendo a utilização mais comum como britas para a construção de estradas ou na industria de 
construção civil. 
 
Quadro 4: Tipos de rocha industrial 
 
Calcário margoso 
Marga para cimento 
Calcário para britas 
Dolomito e calcário dolomitico 
Calcário, gesso e cré 
Gesso 
Saibro e Seixo 
Areia comum 
Areia especial 
Granito 
Pórfiro 
Sienito Nifelinico 
Basalto 
Calcite 
Gabro, Gabro-Diorito e Diorito 
Ofito 
Quartzito 
Saibro, areia e pedra 
britada 
Xisto e Grauvaque 
Caulino 
Argila comum Caulino e outras argilas 
Argila especial 
 
A produção de brita calcária é a actividade mais importante deste subsector, estando localizada 
principalmente nos distritos de Coimbra, Leiria, Santarém, Setúbal e Faro. 
 
INETI 
PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 9 
 
O calcário para cimento e a marga são também extraídos em grandes quantidades sendo 
fornecidos por grandes pedreiras localizadas nos distritos de Coimbra, Leiria, Santarém, Lisboa, 
Setúbal e Faro. 
 
A extracção de calcário para outros fins, como para as industrias siderúrgica, cerâmica, vidro e 
papel, realiza-se em mais pequenas quantidades. O calcário dolomitico é extraído 
principalmente no distrito de Setúbal e no maciço calcário estremenho. O calcário para a 
industria do papel, onde tem vindo a substituir o lugar do caulino devido à sua brancura, baixa 
abrasividade, baixo custo e abundantes reservas, extrai-se principalmente no Maciço Calcário 
Estremenho. 
 
Relativamente ao gesso, Portugal é auto suficiente em gesso preto utilizado na industria do 
cimento, sendo os distritos de maior produção Leiria, Setúbal e Faro. 
 
A argila e o caulino são recursos que existem em grande abundância em Portugal, sendo 
especialmente indicados para utilizações na industria cerâmica. A produção de caulino está 
localizada nos distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Coimbra e Santarém e a de 
argila nos distritos de Vila Real, Bragança, Aveiro, Coimbra, Leiria, Santarém, Lisboa e Faro. A 
argila especial, assim chamada devido ás suas propriedades mineralógicas, químicas e 
tecnológicas, é também utilizada na industria cerâmica mas a sua exploração está localizada 
numa área restrita, a zona costeira central de Portugal, em especial em Águeda, Anadia, 
Redinha, Pombal e Barracão. 
 
Os centros de produção e principais designações de rocha extraída para os grupos "calcário, 
gesso e cré" e "caulino e outras argilas" estão representados na Figura 7. 
 
V. do Castelo
Braga V. Real Bragança
Porto
Aveiro
Viseu
Coimbra
Santarém
Guarda
Castelo
Branco
Leiria
Portalegre
Lisboa
 
Setúbal
Évora
Faro
Beja
 
 Calcário
 Calcário e calcário para cimento
 Calcário, calcário p/ cimento e gesso
 Calcário, calcário p/ cimento e outros
 Calcário, calcário p/ cimento, gesso e outros
 
V. do Castelo
Braga V. Real Bragança
Porto
Aveiro
Viseu
Coimbra
Santarém
Guarda
Castelo
Branco
Leiria
Portalegre
Lisboa
 
Setúbal
Évora
Faro
Beja
 
Argilas
Caulino
Argilas e Caulino
 
Figura 7 - Principais centros de produção de "calcário, gesso e cré" e "caulino e outrasargilas" 
INETI 
PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 10 
 
A produção de brita de granito, actividade de grande importância neste subsector, está 
principalmente localizada na região norte de Portugal em especial nos distritos de Viana do 
Castelo, Vila Real, Braga, Porto, Viseu e Guarda. Havendo também centros de produção em, 
Aveiro, Castelo Branco e Évora. 
 
As areias têm diversas utilizações sendo consumidas nas industrias cerâmica, vidro, cristal e 
fundições. As suas reservas são grandes, estando as mais importantes localizadas nos distritos 
de Coimbra, Leiria, Santarém e Setúbal. 
 
Os centros de produção e principais designações de rocha extraída para o grupo de "saibro, 
areia e pedra britada" estão representados na Figura 8. 
V. do Castelo
Braga V. Real Bragança
Porto
Aveiro
Viseu
Coimbra
Santarém
Guarda
Castelo
Branco
Leiria
Portalegre
Lisboa
 
Setúbal
Évora
Faro
Beja
 
 Saibro
 Areia
 Saibro e areia
 Saibro, areia e seix
 
V. do Castelo
Braga V. Real Bragança
Porto
Aveiro
Viseu
Coimbra
Santarém
Guarda
Castelo
Branco
Leiria
Portalegre
Lisboa
 
Setúbal
Évora
Faro
Beja
 
Granito
 Outras rochas industriais
 Granito e outras rochas industriais
 
Figura 8 - Principais centros de produção de "saibro, areia e pedra britada" 
 
Das 90 619 872 toneladas de rocha industrial extraída em 1998, 56% foram de rocha tipo 
"calcário, gesso e cré", 40% de rocha tipo "saibro, areia e pedra britada" e 4% de rocha tipo 
"caulino e outras argilas". A importação e exportação é pouco significativa neste subsector. 
(ver Quadro 5) 
 
Relativamente aos tipos de rochas mais exploradas, surge o calcário para britas e o calcário 
margoso e marga para cimento, no grupo das rochas do tipo "calcário, gesso e cré", o granito 
no grupo das rochas tipo "saibro, areia e pedra britada" e as argilas no grupo das rochas do 
tipo "caulino e outras argilas". O calcário e o granito para britas são as rochas com maior 
representatividade neste subsector. Ver Figuras 9 a 11. 
 
 
 
INETI 
PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 11 
 
Quadro 5: Quantidades de rocha industrial processada no sector (1998) 
 
QUANTIDADE (t/ano) 
TIPO DE ROCHA 
Produção/Extracção Importação Exportação 
Calcário, gesso e cré 50 692 313 306 780 12 984 
Saibro, areia e pedra britada 36 348 756 797 956 165 336 
Caulino e outras argilas 3 578 803 154 413 10 102 
Total 90 619 872 1 259 149 188 422 
 
21%
78%
1%
Calcário margoso e marga para cimento
Calcário para britas
Gesso
 
Figura 9 - Distribuição percentual da produção de rochas do tipo "Calcário, gesso e cré " 
 
3%
18%
12%
67%
Granito
Saibro e Seixo
Areias
Outras rochas industriais
 
Figura 10 - Distribuição percentual da produção de rochas do tipo "Saibro, areia e pedra 
britada" 
 
 
98%
2%
Argila 
Caulino
( d i )
 
Figura 11 - Distribuição percentual da produção de rochas do tipo "Caulino e outras argilas" 
 
INETI 
PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 12 
 
3.1.2. Empresas do sector e sua distribuição geográfica 
 
A distribuição geográfica das empresas deste sector está fortemente condicionada aos locais de 
extracção de pedra natural. Se bem que a existência de uma jazida de mineral num 
determinado local, pressupusesse a existência da sua exploração isso nem sempre acontece 
pois a viabilidade das explorações não depende apenas de factores geológicos. O facto de as 
jazidas se encontrarem cobertas por uma camada demasiado espessa de minerais de valor 
económico baixo ou nulo, ou de os potenciais clientes estarem demasiado longe, pode constituir 
impedimento à exploração num determinado local. Na prática, a convergência de todos os 
parâmetros raramente ocorre, dando origem, de facto, a um número limitado de locais 
possíveis de extracção. 
 
No subsector das rochas ornamentais a extracção e a transformação ocorrem normalmente em 
empresas distintas pelo que: as empresas extractivas estão localizadas em zonas de jazidas e 
as empresas transformadoras logicamente na envolvente das jazidas, mas principalmente no 
distrito de Lisboa em especial na zona de Pêro Pinheiro. Pêro Pinheiro é uma localidade onde se 
explorou calcário em grandes quantidades até algum tempo, mas cujos recursos se encontram 
actualmente quase esgotados, e onde se desenvolveu toda uma industria transformadora 
direccionada agora, não para a pedra natural extraída na zona, mas para todo o tipo de pedra 
extraída em Portugal ou importada, calcários, mármores e granitos. A região de Borba, 
Estremoz e Vila Viçosa, hoje principal pólo da industria extractiva já apresenta também uma 
forte componente transformadora, assim como a região de Porto de Mós, de formação mais 
recente, devido à forte exploração comercial de calcários sedimentares. 
 
No subsector das rochas industriais as empresas extractivas procedem também à 
transformação da pedra, pelo que a sua localização corresponde a locais onde a exploração de 
pedreiras é economicamente viável. 
 
De acordo com dados fornecidos pelo MTS a CAE 14 (grupos 141, 142 e 145) e a CAE 27 
(grupo 267) compreendiam em 1998 um total de 2 164 empresas. Já de acordo com dados do 
INE , existiam em Portugal um total de 4 475 empresas para as mesmas CAE e grupos, das 
quais 1 997 são sociedades e 2 478 são empresários em nome individual. 
 
Considerando que de acordo com a legislação, todas as empresas em funcionamento têm que 
entregar, nos centros de emprego os mapas de pagamentos de salários, resolveu-se considerar 
o universo de 2 164 empresas fornecido pelo MTS como o universo de empresas do sector, pois 
que estará garantida a laboração efectiva das empresas contabilizadas. 
 
Destas 2 164 empresas, 888 inserem-se na CAE 14 - Outras Industrias Extractivas (583 no 
grupo 141, 273 no grupo 142 e 29 no grupo 145) e 1 276 na CAE 26 (grupo 267) - Fabricação 
de outros produtos minerais não metálicos, conforme se ilustra na Figura 12. 
 
 
 
INETI 
PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 13 
 
CAE-267
59%
CAE-145
1%
CAE-142
13%
CAE-141
27%
 
Figura 12 - Empresas da CAE 14 (grupos 141, 142 e 145) e CAE 26 (grupo 267) em 
percentagem 
 
 
O distrito de Lisboa detém o maior número de empresas (463, 21% do total de empresas do 
sector) seguido do distrito do Porto (281, 13% do total de empresas do sector). De salientar 
que 69% das empresas do sector estão localizadas nos distritos de Lisboa, Porto, Leiria, 
Santarém, Braga, Évora e Aveiro .(Figura 13 e Quadro 6) 
 
Quanto às regiões Autónomas, é na Madeira que se concentra o maior número de empresas 
(24), enquanto que na região dos Açores existem registos de apenas 12 empresas. (Figuras 14 
e 15). 
V. do Castelo
96
Braga
142
V. Real
Bragança
Porto
281
Aveiro
116 Viseu
93
Coimbra
81
Santarém
150
Guarda
Castelo
Branco
Leiria
213
Portalegre
13Lisboa
463
Setúbal
69
Évora
Faro
Beja
18
27
44
128
54
73
67
 
Nº de empresas
- 0 a 10
- 11 a 100
- 101 a 200
- 201 a 400
- > 400
 
 
Figura 13 - Distribuição por distrito das empresas existentes em Portugal continental 
 
Madeira
24
Porto Santo
 
Nº de empresas
- 0 a 10
- 11 a 100
- 101 a 200
- 201 a 400
- > 400 
 
Figura 14 - Empresas existentes na região autónoma da Madeira 
INETI 
PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 14 
 
Corvo
Flores
Graciosa
Pico
Faial TerceiraS, Jorge
S, Miguel
3
S, Maria
1 3
5
 
Nº de empresas
- 0 a 10
- 11 a 100
- 101 a 200
- 201 a 400
- > 400
 
Figura 15 - Empresas existentes na região autónoma dos Açores 
 
 
As empresas da CAE 14 (888) encontram-se distribuídas um pouco por todo o país sendo os 
distritos do Porto e Leiria os que possuem maior numero de empresas (26% do total da CAE 
14), com 128 e 100 empresas respectivamente. As empresas da CAE 26 (grupo 267) estão 
também bastante distribuídaspor todo o país, sendo o distrito de Lisboa o que detém maior 
numero de empresas (382), cerca de 30% do total de empresas desta CAE. (Ver Quadro 6) 
 
Quadro 6: Número de empresas por distrito 
(Fonte: Ministério do Trabalho e da Solidariedade; 1998) 
N.º empresas por CAE DISTRITOS N.º de 
empresas CAE 141 CAE 142 CAE 145 CAE 267 
Aveiro 116 21 31 1 63 
Beja 18 3 0 0 15 
Braga 142 54 11 4 73 
Bragança 27 4 9 1 13 
Castelo Branco 44 5 7 0 32 
Coimbra 81 10 18 1 52 
Évora 128 49 7 2 70 
Faro 54 9 11 0 34 
Guarda 73 26 12 0 35 
Leiria 213 65 34 1 113 
Lisboa 463 57 21 3 382 
Portalegre 13 5 1 1 6 
Porto 281 110 14 4 153 
Santarém 150 47 21 5 77 
Setúbal 69 14 10 0 45 
V. do Castelo 96 47 17 1 31 
V. Real 67 29 13 1 24 
Viseu 93 26 11 4 52 
I. Madeira 24 1 19 0 4 
I. S. Miguel 5 0 5 0 0 
I. Terceira 3 0 1 0 2 
I. S. Jorge 1 1 0 0 0 
I. Pico 3 0 3 0 0 
TOTAL 2164 583 276 29 1276 
PERCENTAGEM 27% 13% 1% 59% 
 
INETI 
PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 15 
 
3.1.3. Pessoal ao Serviço 
 
De acordo com os dados do MTS as 2 164 empresas deste sector empregam 22 967 
trabalhadores, distribuídos percentualmente por CAE da forma ilustrada na Figura 16. A CAE 14 
emprega 11 889 trabalhadores e a CAE 26 (grupo 267) 11 038 trabalhadores. (Quadro 7) 
 
Segundo dados do INE, as 1997 sociedades do sector empregam 22 937 trabalhadores um 
valor não muito diferente do apontado pelo MTS. Ainda de acordo com esta fonte, mais de 
metade das empresas (76,2%) empregam menos de 20 trabalhadores e apenas 1% empregam 
entre 100 e 499 trabalhadores. Verifica-se ainda que as empresas, na sua grande maioria, são 
micro empresas (com até 9 trabalhadores), representando cerca de 56,4% do total do sector. 
CAE-141
35%
CAE-142
15%
CAE-145
2%
CAE-267
48%
 
Figura 16 - Trabalhadores da CAE 14 (grupos 141, 142 e 145) e CAE 26 (grupo 267) em 
percentagem 
 
 
Quadro 7: Número de empresas e trabalhadores por distrito 
(Fonte: Ministério do Trabalho e da Solidariedade; 1998) 
N.º trabalhadores por CAE DISTRITOS N.º de 
empresas 
N.º de 
trabalhadores CAE 141 CAE 142 CAE 145 CAE 267 
Aveiro 116 1063 196 304 32 531 
Beja 18 166 109 0 0 57 
Braga 142 1634 637 176 45 776 
Bragança 27 321 95 100 12 114 
Castelo Branco 44 317 22 62 0 233 
Coimbra 81 937 199 203 14 521 
Évora 128 2791 1677 30 11 1073 
Faro 54 562 190 80 0 292 
Guarda 73 426 140 43 0 243 
Leiria 213 2360 700 588 11 1061 
Lisboa 463 3588 519 365 6 2698 
Portalegre 13 355 236 5 19 95 
Porto 281 2988 1519 363 98 1008 
Santarém 150 1402 479 233 27 663 
Setúbal 69 706 273 151 0 282 
V. do Castelo 96 891 326 108 3 454 
V. Real 67 784 365 115 28 276 
Viseu 93 1114 392 81 44 597 
I. Madeira 24 213 20 159 0 34 
I. S. Miguel 5 263 0 263 0 0 
I. Terceira 3 43 0 13 0 30 
I. S. Jorge 1 3 3 0 0 0 
I. Pico 3 10 0 10 0 0 
TOTAL 2164 22937 8097 3452 350 11038 
PERCENTAGEM 35% 15% 2% 48% 
 
 
 
INETI 
PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 16 
 
Os distritos de Lisboa, Porto, Évora e Leiria possuem 51% dos trabalhadores do sector. Dos 
11 289 trabalhadores afectos à CAE 14 cerca de 44% (4 997), trabalham nos distritos do Porto, 
Évora e Leiria. Quanto à CAE 26 (grupo 267), com 11 038 trabalhadores, é no distrito de Lisboa 
que se encontra o maior numero de trabalhadores, 2698, cerca de 24% do total. (Quadro 7) 
 
 
INETI 
3.1.4. Indicadores económicos 
 
A produção de rochas ornamentais e industriais, à semelhança de outros recursos geológicos, é 
fortemente condicionada pelas tendências do mercado, verificando-se uma certa inconstância 
na procura e consequentemente na sua extracção. 
 
Em 1998, o sector da pedra natural produziu /extraiu cerca de 93 milhões de toneladas de 
pedra (dados fornecidos pelo IGM) o equivalente a aproximadamente 100 milhões de contos. 
Realizou cerca 14 milhões de contos de importações e exportações da ordem dos 38 milhões de 
contos (dados fornecidos pelo INE). A rocha ornamental dado o seu maior valor acrescentado, 
contribui de uma forma muito considerável para o volume de negócios realizado. Se em termos 
de quantidade explorada a rocha industrial surge com maior evidencia em termos de valor do 
material é a rocha ornamental que surge em maior destaque. (Figura 17) 
 
40000
50000
60000
70000
80000
90000
100000
 n
eg
óc
io
s 
(1
03
 to
n)
Subsector das rochas
ornamentais
Subsector das rochas
industriais
30000
40000
50000
60000
70000
de
 n
eg
óc
io
s 
(1
0
3 
co
nt
os
)
Subsector das rochas
ornamentais
Subsector das rochas
industriais
PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 17 
 
0
10000
20000
30000
Vo
lu
m
e 
de
Produção/
Extracção
Importação Exportação
0
10000
20000
Vo
lu
m
e 
Produção/
Extracção
Importação Exportação
 
 
Figura 17 - Volume de produção, importação e exportação de pedra natural em 1998 
 
Relativamente a comércio externo, a balança pende claramente para as exportações onde 
surge em maior relevo a rocha ornamental. Na importação, são as rochas industriais que têm 
um maior peso, sendo o caulino e outras argilas quem mais contribui para este valor. 
 
O subsector da rocha industrial foi responsável por 98% do material extraído, 92% do material 
importado e por 14% do material exportado, mas por apenas 68% do valor da produção, 57% 
do valor das importações e 2% do valor das exportações. (Figuras 18 a 20) 
 
No subsector da rocha ornamental extraiu-se em 1998 pedra natural no valor de 39 milhões de 
contos, importaram-se cerca de 6 milhões de contos de pedra natural e exportaram-se 37 
milhões de contos. 
 
2%
98%
Subsector das rochas
ornamentais
Subsector das rochas
industriais
39%
61%
 
 
Figura 18 - Produção de pedra natural (a) valores em toneladas, (b) valores em contos 
(a) (b) 
INETI 
8%
92%
Subsector das rochas
ornamentais
Subsector das rochas
industriais
43%
57%
 
 
Figura 19 - Importação de pedra natural (a) valores em toneladas, (b) valores em contos 
 
86%
14% Subsector das rochas
ornamentais
Subsector das rochas
industriais 98%
2%
 
Figura 20 - Exportação de pedra natural (a) valores em toneladas, (b) valores em contos 
 
No Quadro 8 apresenta-se a distribuição percentual das empresas por escalão de volume de 
vendas. Verifica-se que a maioria das empresas deste sector 49,4%, gera um volume de 
vendas bastante baixo, inferior a 30 000 contos o que indicia a predominância de micro 
(a) (b) 
(a) (b) 
PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 18 
 
empresas no sector. 
 
Quadro 8: Número de empresas por intervalos de volume de vendas 
(Fonte: Ministério do Trabalho e da Solidariedade; 1998) 
EMPRESAS POR INTERVALO INTERVALOS DE VOLUME DE 
VENDAS (MILHARES DE CONTOS) NÚMERO % 
< 10 378 19,2 
10 a 29 593 30,2 
30 a 49 285 14,5 
50 a 99 291 14,8 
100 a 199 189 9,6 
200 a 499 155 7,9 
500 a 999 45 2,3 
1000 a 4999 27 1,4 
5000 a 9999 1 0,1 
10000 a 24999 0 0,0 
25000 a 49999 0 0,0 
50000 a 99999 0 0,0 
> 100000 0 0,0 
TOTAL 1964 
IGNORADOS 2001 
 
 
3.1.4.1. Subsector das rochas ornamentais 
 
A análise dos valores de produção e de comércio externo de rochas ornamentais deverá ter em 
consideração que os dados de produção correspondem unicamente a blocos, enquanto que, na 
importação e exportação, estes valores dizem respeito a blocos, produtos serrados e em obra. 
 
1 As empresas ignoradas correspondem àquelas que não conseguiram fornecer, em tempo útil, a informação relativa ao seu volume de 
vendas 
INETI 
PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 19 
 
A rocha ornamental tem vindo a apresentar um desenvolvimento crescente que se tem 
acentuado nos últimos anos. A produção tem crescido em resposta a uma maior procura do 
mercado assim como se tem intensificado o comércio externo em especial as exportações. 
(Figura 21) 
 
Em 1998, os mármores e outras rochas carbonatadas, foram o tipo de rocha mais explorada 
representando cerca de71% do valor da produção. (Figura 22) 
 
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
V
ol
u
m
e 
de
 N
eg
óc
io
s 
(1
0
 3
 t
on
)
1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Produção
Exportação
Importação
0
5
10
15
20
25
30
35
40
V
ol
u
m
e 
de
 N
eg
óc
io
s 
(1
06
 c
on
to
s)
1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Produção
Exportação
Importação
 
Figura 21 - Evolução da produção, importação e exportação de rochas ornamentais de 
 1988 a 1998 
(Fonte - IGM e INE) 
 
(a)
69%
29%
2%
(b)
71%
26%
3% Mármore e Outras Rochas
Carbonatadas
Granito e Outras Rochas
Similares
Ardósias e Xistos
Ardosíferos 
Figura 22 - Produção de rocha ornamental (a) valores em toneladas, (b) valores em contos 
(Fonte IGM - 1998) 
 
No que diz respeito à importação de rochas ornamentais, verifica-se que os granitos e outras 
rochas similares se destacam das restantes, uma vez que a importação de mármores e outras 
rochas carbonatadas tem pouca expressão, conforme se ilustra na figura 23. Em 1998 
importaram-se cerca de 102 mil toneladas de granitos e outras rochas similares (o equivalente 
a 4,9 milhões de contos), das quais 49% em bloco, 27% serrados e 24% em obra. De referir 
que o valor do material em obra importado, representa 63% do valor total de importações. 
 
A importação de granitos ornamentais e rochas similares, encontra-se concentrada num 
pequeno número de países, sendo a Espanha, a África do Sul e o Brasil, os principais países de 
origem, as importações de mármores e outras rochas carbonatadas, têm como principais países 
de origem a Espanha e a Itália. 
(a)
90,4%
9,2%
0,1% 0,3%
(b)
20%
78%
1%1%
Mármore e Outras Rochas
Carbonatadas
Granito e Outras Rochas
Similares
Ardósias e Xistos Ardosíferos
Pedra para calcetamento
 
Figura 23 - Importação de rocha ornamental (a) valores em toneladas, (b) valores em contos 
(Fonte INE - 1998) 
INETI 
PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 20 
 
 
Os valores de exportação apresentados para as rochas ornamentais correspondem, na sua 
maioria, a produtos em obra (principalmente produtos de mármores e outras rochas 
carbonatadas), facto que lhes confere um maior valor acrescentado, e a pedra talhada para 
calcetamento. Na realidade, desde 1988 tem predominado a exportação de produtos em obra, 
em detrimento dos serrados e dos blocos. De referir que o material em obra exportado, 
representa 56% do valor económico das exportações realizadas em 1998. 
 
Neste mesmo ano, exportaram-se cerca de 22 milhões de contos de mármore e outras rochas 
carbonatadas, dos quais 8% em bloco, 11% em serrados e 81% em obra. 
 
Apesar de a pedra natural talhada para calcetamento ter representado 50% das cerca de 
1,1 milhões de toneladas exportadas isso correspondeu a apenas 22% do valor transaccionado 
(Figura 24). 
 
Os principais países para onde Portugal exporta mármores e outras rochas carbonatadas têm 
sido, desde 1988, a Arábia Saudita, os Estados Unidos da América, o Reino Unido, a Espanha, a 
Itália e a Alemanha, tendo a Itália importado fundamentalmente blocos e os restantes países 
importado preferencialmente produtos em obra. Em termos de granitos ornamentais e rochas 
similares, a Alemanha, a Espanha e o Japão, são os principais países importadores destes tipos 
litológicos. 
 
A ardósia em bloco e serrada é exportada fundamentalmente para a Alemanha e Japão, 
enquanto que a ardósia em obra se destina especialmente para a França, seguida da Suíça e da 
Dinamarca. Quanto à pedra natural talhada para calcetamento os seus destinos de exportação 
são a Alemanha, o Reino Unido e a Noruega. 
 
(a)
26%
23%1%
50%
(b)
59%16%
3%
22%
Mármore e Outras Rochas
Carbonatadas
Granito e Outras Rochas
Similares
Ardósias e Xistos
Ardosíferos
Pedra para calcetamento
 
Figura 24 - Exportação de rocha ornamental (a) valores em toneladas, (b) valores em contos 
(Fonte INE - 1998) 
 
Como se ilustra na Figura 25, o valor das exportações de pedra natural foi em 1998 superior ao 
valor das importações exceptuando os produtos em obra de granito e outras rochas similares e 
de ardósias e xistos ardosíferos. No caso do mármore e outras rochas carbonatadas, a 
exportação de produto em obra foi a mais relevante de todo o subsector. 
 
INETI 
PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 21 
 
0
5000
10000
15000
20000
(1
03
 co
nt
os
 )
em bloco serrados em obra
Mármore e Outras Rochas Carbonatadas
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
(1
03
 c
on
to
s)
em bloco serrados em obra
Granito e Outras Rochas Similares
0
100
200
300
400
500
600
(1
03
 c
on
to
s)
em bloco e serrada em obra
Ardósias e Xistos Ardosíferos
0
2000
4000
6000
8000
10000
(1
03
 c
on
to
s)
Pedra para calcetamento
Pedra natural para calcetamento 
 
 
Figura 25 - Volume de importação / exportação por tipo de rocha ornamental e por produto 
(Fonte - INE) 
 
 
3.1.4.2. Subsector das rochas industriais 
 
No subsector das rochas industriais o tipo de mercado, muito competitivo, e o tipo de produto 
produzido, em predominância brita de baixo valor económico, condiciona a produção nacional 
na sua maioria, a ser direccionada para o mercado interno, tendo as importações e exportações 
pouco significado. (Figura 26) 
 
De referir que a diminuição das exportações verificada no ano de 1998, está relacionada com o 
facto de a pedra talhada para calcetamento que anteriormente era parte integrante da 
estatística da rocha industrial no grupo de saibro, areia e pedra britada, estar agora incluída na 
estatística de rochas ornamentais. 
 
Na produção nacional destacam-se em especial o calcário e o granito para britas, dos quais em 
1998 foram produzidas cerca de 64 milhões de toneladas, o equivalente a 71% da produção 
deste subsector. O caulino e outras argilas tem pouco significado na produção nacional como se 
ilustra na Figura 27. 
 
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
80000
90000
100000
Vo
lu
m
e 
de
 n
eg
óc
io
s 
(1
03
 to
n)
1996 1997 1998
Produção
Exportação
Importação
 
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
Vo
lu
m
e 
de
 n
eg
óc
io
s 
(1
03 
co
nt
os
)
1996 1997 1998
Produção
Exportação
Importação
 
Figura 26 - Evolução da produção, importação e exportação de rochas industriais 
 de 1996 a 1998 
(Fonte - IGM e INE) 
 exportação importação 
INETI 
PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 22 
 
 
56%
40%
4%
(a)
 
40%
57%
3% Calcário, gesso e cré
Saibro, Areia e Pedra
britada
Caulino e Outras
Argilas
 
Figura 27 - Produção de rocha industrial (a) valores em toneladas, (b) valores em contos 
(Fonte IGM - 1998) 
 
No que respeita aos valores de importação, destaca-se a importância do gesso e do caulino 
(Figura 28). O elevado valor de importação destas substâncias, é justificado pela sua escassez 
com um nível de pureza que satisfaça a necessidade das indústrias nacionais. 
 
O principal país de importação é a Espanha donde provêem areias, cascalho e pedra britada, e 
principalmente gesso. O caulino provém maioritariamente do Reino Unido. 
 
24%
64%
12%
(a)
 
42%
17%
41%
Calcário, gesso e cré
Saibro, Areia e Pedra
britada
Caulino e Outras
Argilas(b)
 
Figura 28 - Importação de rocha industrial (a) valores em toneladas, (b) valores em contos 
(Fonte INE – 1998) 
 
Relativamente às exportações apesar de em pouca quantidade, destaca-se o saibro, areia e 
pedra britada, sendo exportado principalmente areias.(Figura 29) 
 
Os principais países importadores de areia são a Itália e a Espanha. 
 
88%
7%5%
(a)
 
58%
16%
26%
Calcário, gesso e cré
Saibro, Areia e Pedra
britada
Caulino e Outras
Argilas
(b)
 
Figura 29 - Exportação de rocha industrial (a) valores em toneladas, (b) valores em contos 
(Fonte INE - 1998) 
 
 
INETI 
PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DAPEDRA NATURAL Página 23 
 
3.2. CARACTERIZAÇÃO DOS PROCESSOS PRODUTIVOS 
 
As pedras naturais distribuem-se por dois subsectores que se caracterizam por processos 
produtivos e produtos finais bastante diferentes. 
 
 
3.2.1. Subsector das rochas ornamentais 
 
 
3.2.1.1. Extracção 
 
A maior parte das explorações corresponde a pedreiras de pequena dimensão, o que é revelado 
pelas baixas quantidades de rocha desmontadas anualmente em cada exploração. 
 
As operações principais para extracção de blocos primários nas explorações de rochas 
ornamentais são, furação, corte, derrube, esquartejamento, extracção e acabamento. 
 
O processo inicia-se com a destapação que consiste na remoção da vegetação e solo que cobre 
o maciço rochoso, cuja espessura é por vezes considerável. Esta operação é efectuada com pás 
carregadoras, escavadoras e manualmente. A legislação (DL 89/90) obriga ao armazenamento 
do solo de cobertura para posterior reconstituição paisagística. Segue-se a remoção dos 
cabeços. Esta operação pode ser realizada por deflagração com explosivos no caso do material 
estar fracturado ou a qualidade da rocha não justificar uma extracção mais cuidada. Quando a 
rocha é de melhor qualidade destacam-se os cabeços através de operações de perfuração e 
serragem com fio diamantado. 
 
Inicia-se seguidamente o abaixamento de pisos, usado para o desmonte em profundidade, que 
pode ser efectuado com o fio diamantado. A abertura de canais consiste na execução de um 
rasgo na frente de desmonte com a forma trapezoidal, seguindo-se a individualização das 
talhadas. Nesta fase empregam-se máquinas perfuradoras, máquinas de fio diamantado, pás 
carregadoras e gruas. Após o abaixamento de piso e a abertura de canais, tem-se o fundo da 
pedreira com várias frentes de desmonte em bancada. Procede-se à separação dessas 
bancadas do resto do maciço. As máquinas perfuradoras executam os furos por onde passa o 
fio diamantado que efectua o corte. 
 
Após cada talhada estar individualizada procede-se ao derrube com o equipamento adequado 
para uma 'cama' previamente construída com o objectivo de amortecer a queda e minimizar a 
quantidade de fracturas. A 'cama' é constituída por terra, fragmentos de rochas e pneus velhos. 
Quando, no decorrer dessa operação, as talhadas se fragmentam em vários blocos ou quando 
têm peso ou dimensão excessivos é necessário proceder ao esquartejamento dos blocos na 
pedreira, com martelos pneumáticos, engenho monolâmina diamantada ou máquinas de fio 
diamantado, para que tomem uma forma mais regular. 
 
 
INETI 
PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 24 
 
 Nas rochas siliciosas a tecnologia mais comum é um dispositivo semelhante à monolâmina com 
"quarry-bar" ou barra de perfuração em pedreiras. O esquartejamento vai depender das 
características de fracturação dos blocos e das operações anteriores e posteriores. O desmonte 
termina com a limpeza da frente removendo-se os blocos para o parque de blocos e o estéril 
para a escombreira. Dado que os blocos apresentam dimensões e formas muito variadas, 
realiza-se ainda uma operação de acabamento com monolâmina para correcção final antes da 
comercialização ou serragem. 
 
Técnicas de desmonte 
 
Existem diferentes técnicas de desmonte cuja selecção se faz de acordo com as características 
de cada rocha (resistência à compressão, dureza, tenacidade, porosidade e abrasividade), os 
processos de optimização da produção e o grau de mecanização que se pretende. Geralmente 
não se recorre apenas a uma técnica, coexistindo pelo menos duas. (Figura 30) 
 
Directo
16%
Com explosivo
28%
Lança térmica
1%
Fio diamantado
52%
Outro tipo de 
desmonte
3%
 
Figura 30 - Técnicas de desmonte 
(Fonte – Assimagra) 
 
A utilização de fio diamantado é a técnica mais utilizada, tendo substituído o fio helicoidal. 
Possibilita o corte de rochas duras e abrasivas e também um aumento considerável das 
velocidades de corte e consequentemente da produção. 
 
A máquina de fio diamantado funciona sobre carris nos quais se desloca executando cortes 
horizontais, verticais e oblíquos. O fio diamantado, que constitui a ferramenta de corte, consiste 
num cabo de fios de aço no qual estão inseridos vários anéis diamantados ou "pérolas" 
constituídas por uma liga metálica com pó de diamante. Neste processo a velocidade de corte é 
cuidadosamente controlada e é utilizada água para refrigeração. Esta técnica exige o recurso a 
máquinas de perfuração de bancadas para a introdução inicial do fio. 
 
O fio diamantado é também usado para regularização das formas dos blocos extraídos de modo 
a facilitar o seu manuseamento e transporte. 
 
A utilização de explosivos é cada vez menos frequente dado que origina microfracturação da 
rocha e fracturação de grande volume de material. Os explosivos usados são mais fracos e o 
doseamento é realizado com mais cuidado. É principalmente usado para remover materiais de 
baixo valor económico. 
 
INETI 
PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 25 
 
O desmonte directo é executado, principalmente, com serra de braço, serra com disco e jacto 
de água. As duas primeiras técnicas são mais clássicas mas têm alguns limites de utilização por 
escassez de profundidade de corte. O jacto de água é mais recente e consiste na desintegração 
da rocha por acção dum jacto de água de alta velocidade. No caso de rochas menos duras são 
também usadas pás carregadoras e escavadoras. 
 
No corte de superfícies verticais para separar os grandes blocos primários de rocha, utiliza-se 
por vezes a lança térmica. Esta técnica emprega-se apenas em rochas com elevado teor de 
sílica tais como granitos e dioritos. A desintegração da rocha dá-se por dilatação térmica 
diferencial dos seus diferentes constituintes. 
 
Fases de exploração das pedreiras 
 
Podem considerar-se as seguintes fases de vida de uma exploração : pesquisa, operacional, 
suspensão de lavra, abandono e recuperação paisagística, indicadas na Figura 31. 
 
Operacional
76%
Pesquisa
3%
Não 
responde
4%
Abandono
1%
Suspensão 
de lavra
16%
 
Figura 31 - Fases de exploração das pedreiras 
(Fonte - Assimagra) 
 
A fase de prospecção e pesquisa pode ser efectuada por verificação directa ou através de 
sondagens por amostragem e perfuração. No primeiro caso é necessário proceder à retirada de 
vegetação, solo de cobertura e desmonte de alguma rocha causando impactes ambientais na 
topografia, flora e fauna. Quando se recorre a sondagens há uma minimização dos impactes 
porque se efectua apenas uma remoção localizada de solo e se facilita a recuperação no caso 
de não se dar continuidade à exploração. Neste caso é também possível uma melhor 
planificação da exploração e gestão das reservas. 
 
A maior parte das pedreiras encontra-se na fase operacional, correspondendo a uma situação 
de plena laboração. Na fase de suspensão encontram-se as pedreiras onde houve interrupção 
da exploração mas existe ainda a hipótese de retoma da actividade. A fase de abandono 
corresponde à desactivação da actividade finda a qual o explorador deverá proceder às medidas 
de segurança e recuperação paisagística contempladas na legislação (DL 89/90). 
 
 
 
 
INETI 
PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 26 
 
3.2.1.2. Transformação 
 
Na indústria transformadora os blocos são trabalhados seguindo uma série de etapas e 
processos de acordo com o produto final pretendido. Na maior parte das unidades não existem 
todas as fase do processo produtivo observando-se uma especialização em determinadas fases. 
 
As principais fases de produção, e que aqui se detalham, são a serragem, transformação do 
bloco em chapa, corte e polimento, transformação da chapa ou bloco em ladrilho ou mosaico, e 
selecção e acabamento. 
 
Serragem 
 
Compreende uma fase inicial de esquadrejamento dos blocos com monolâminas de modo a 
conferir-lhes aforma de paralelepípedos e retirando-lhes defeitos estruturais. 
 
Segue-se a transformação do bloco em chapa serrada com espessura variável de acordo com o 
fim pretendido. No caso das rochas calcárias a tecnologia usada sofreu uma grande 
transformação nos anos 50/60 com a substituição da areia siliciosa por segmentos preparados 
com diamante industrial. A serragem passou a ser efectuada por engenhos de corte 
diamantado constituídos por multilâminas, o que permite cortar o bloco em várias chapas de 
diferentes espessuras predefinidas e ao mesmo tempo. Este equipamento possui um sistema de 
refrigeração por injecção de água. No caso de calcários com algumas inclusões siliciosas podem 
ainda encontrar-se em operação engenhos de serragem com areia siliciosa (12). 
 
Na serragem de blocos de granito a evolução deu-se com a introdução da granalha de aço e 
das lâminas estriadas em substituição da areia siliciosa e das lâminas lisas o que conduziu a 
uma redução do tempo de serragem, melhorando a qualidade. O controle da mistura abrasiva , 
constituída por granalha de aço, cal, água e os estéreis produzidos durante o processo de 
serragem, é um factor importante para a capacidade de serragem dos engenhos permitindo um 
aumento da velocidade de corte e melhoria da qualidade do produto serrado. Várias soluções 
mecânicas foram sendo desenvolvidas, desde máquinas de movimento pendular a movimento 
semi-linear, com o objectivo de prolongar o tempo de contacto entre a lâmina e o bloco. O 
inconveniente deste processo reside no desgaste da mistura abrasiva. A aplicação de lâminas 
diamantadas na serragem dos granitos tem deparado com algumas dificuldades técnicas e 
também com o problema do elevado custo unitário. 
 
Algumas empresas dedicam-se exclusivamente à produção de chapa serrada, enquanto que 
outras empresas iniciam o seu processo produtivo a partir dessa fase. 
 
Corte e polimento 
 
Nestas fases os processos podem ser manuais, mecânicos ou automatizados e incluem a 
utilização de água em circuito fechado. 
 
INETI 
PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 27 
 
A tecnologia de corte mais divulgada baseia-se na utilização de discos com cortantes de 
concreção diamantada, existindo máquinas monodisco (cortadora de braços, cortadora de 
ponte e máquinas de rodear) e multidisco. As máquinas multidisco têm elevada capacidade 
produtiva e, por vezes, inserem-se em linhas de produção contínua. Este tipo de equipamento 
tem sofrido um grande desenvolvimento com recurso à electrónica , principalmente em relação 
ao posicionamento do disco e memorização do corte. 
 
Na fase de corte as chapas são cortadas em pequenas peças tais como ladrilhos, mosaicos ou 
cantarias. Recentemente foram desenvolvidas máquinas de corte em que o corte é orientado 
por raios laser. 
 
Os processos de tratamento de superfícies sofreram grande desenvolvimento permitindo um 
aumento da produção e da qualidade na uniformidade do produto. Na fase de polimento 
recorre-se às polidoras de tapete, quer para chapa quer para mosaico, que são constituídas por 
uma bancada ao longo da qual se desloca um tapete de dimensões variáveis onde se coloca o 
produto a ser trabalhado. Uma ponte suporta as cabeças rectificadoras e polidoras de número 
variável. No processo de polimento usam-se diferentes abrasivos de grão progressivamente 
decrescente. A dimensão do grão com que se inicia o processo de polimento depende do tipo 
de material e características da sua superfície. Os abrasivos são constituídos por uma resina de 
poliéster insaturada, partículas de carbonato de silicone de várias dimensões, carbonato de 
cálcio, cloreto de sódio e óxidos corantes. Nas linhas de polimento de granito o número de 
cabeças é maior. A polidora manual tem vindo a ser abandonada e usa - se apenas em 
trabalhos especiais. Nas linhas de polimento foram introduzidos sistemas automáticos de carga 
e descarga eliminando, deste modo, o manuseamento de peças frágeis e pesadas. 
 
De acordo com o produto final existem linhas de polimento de chapa e linhas integradas de 
produção de ladrilhos desde o bloco ao polimento. A linha de polimento de chapa está equipada 
com um sistema de polimento contínuo e um sistema de descarga da chapa. Após o polimento 
as chapas podem ser expedidas tal qual, ou enviadas para o corte longitudinal e transversal 
com as medidas pretendidas. Após o corte de precisão segue-se a biselagem e polimento dos 
topos. 
 
A linha de ladrilhos ou mosaicos, de acordo com a dimensão, inicia-se com a produção de tiras 
que é realizada com equipamentos de corte de discos diamantados. As extremidades irregulares 
das tiras são cortadas de modo a dar-lhes um formato rectangular e comprimentos fixos. Nos 
blocos de menor qualidade procede-se à produção de comprimentos livres que são peças onde 
o comprimento e largura são variáveis e a espessura fixa. As tiras podem ir directamente para a 
linha de polimento ou para uma rufiadora que divide uma tira em duas de espessura igual. 
Seguidamente vão para o polimento e finalmente já transformadas em ladrilhos seguem para 
um equipamento com mós diamantadas para rectificar as arestas da peça. 
 
 
 
INETI 
PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 28 
 
Outro tratamento de superfície bastante comum é o flamejamento muito utilizado em 
pavimentos exteriores, piso anti-escorregadio e revestimento de grandes trabalhos 
arquitectónicos devido ao seu efeito decorativo. Têm-se realizado recentemente trabalhos com 
revestimentos associando pedra polida e flamejada. O equipamento consiste numa bancada 
com rolos onde se desloca a chapa. Este movimento está ligado à deslocação da chama que 
percorre a superfície da peça. Este método cria um choque térmico na superfície conferindo-lhe 
uma certa textura. Este tratamento aplica-se ao granito e rochas similares. 
 
O bujardamento é um tratamento usado para dar à superfície um aspecto "esculpido". É 
realizado com martelos pneumáticos equipados com cabeças de carboneto de tungsténio, com 
bicos tetraédricos para proceder a incisões ou cinzelar a superfície (12). 
 
Selecção e acabamento 
 
Com a fase de selecção pretende-se obter um produto final uniformizado, por exemplo na 
tonalidade. É um processo essencialmente manual sendo efectuado por operários 
especializados. 
 
A fase final do processo produtivo é o acabamento que vai depender do tipo de rocha e do 
produto final pretendido. Esta fase consiste na chanfragem das arestas e obturação de poros 
sendo realizada por canteiros e operários especializados. Muitas empresas efectuam também 
trabalhos especiais por medida, utilizando nesses casos equipamento essencialmente manual. 
 
 
3.2.2. Subsector das rochas industriais 
 
Os tipos de rochas mais utilizados para fins industriais são o calcário e o granito. A maior 
percentagem de material provém do local de extracção seguindo-se o material proveniente de 
escombreiras e de outros subprodutos. 
 
 
3.2.2.1. Extracção 
 
As operações numa exploração de rochas industriais são bastante diferentes das operações 
efectuadas no caso das rochas ornamentais. As principais operações são desmonte, carga e 
transporte de material rochoso. No caso das rochas industriais o desmonte é realizado com 
explosivos quando se trata de massa mineral consistente ou por desmonte directo em massas 
incoerentes. 
 
O desmonte directo pode ser manual, mecânico ou hidráulico com jacto de água sendo utilizado 
no caso de massas minerais facilmente desagregadas como por exemplo a exploração de argila, 
areia e cascalho e outros materiais de construção. 
 
 
INETI 
PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 29 
 
O desmonte manual ou mecânico dirige-se directamente à frente de desmonte de modo a 
individualizar a massa mineral. O desmonte hidráulico aplica-se onde os materiais são 
desagregados por acção da água e permitecombinar o desmonte do material, transporte e 
recuperação na estação de tratamento assim como o escoamento dos resíduos pelo fluxo de 
água. 
 
 
3.2.2.2. Transformação 
 
Existem dois tipos de unidades de transformação de rochas industriais : fixas e móveis. As 
unidades fixas estão associadas a explorações de maior duração, geralmente cerca de trinta 
anos para rochas duras. A duração de depósitos de areias e seixos é mais curta. As unidades 
móveis estão ligadas a projectos de construção importantes, dependendo da sua duração. 
Podem, também, ser utilizadas, temporariamente, em anexo a unidades fixas para satisfazer 
uma necessidade pontual do mercado. 
 
A maior percentagem de instalações (95%) é de unidades fixas dado estarem associadas à 
exploração de calcários, granitos e brechas (1). 
 
O processamento do material pode ser efectuado por via seca ou via húmida. Na via seca o 
processamento é realizado sem intervenção de água ou qualquer tipo de lavagem tratando-se 
de material seco, com pouca argila. Na via húmida o processamento realiza-se total ou 
parcialmente com intervenção de água. A maior percentagem da transformação de rochas 
industriais realiza-se por via seca (1). 
 
O tipo de processamento do material vai depender do tipo de material e exploração, produto e 
aplicação pretendida. De modo geral ao longo do processo de transformação as fases principais 
são : trituração (primária, secundária e terciária), classificação (primária, secundária e terciária) 
e operações auxiliares (alimentação, transporte, armazenamento, etc.). 
 
A rocha desmontada na pedreira é transportada para a instalação de britagem constituída por 
máquinas de trituração, selecção e transporte. 
 
A redução de calibre, até ao produto final, é realizada, geralmente, passando pela trituração 
primária realizada com britador de maxilas e pelas triturações secundária e terciária em 
moinhos cónicos. Segue-se a selecção e classificação dos produtos realizada em crivos com 
redes de aço de dimensões normalizadas de acordo com o produto que se pretende. 
 
A produção de areia é, geralmente, realizada utilizando os materiais mais finos através de 
selecção e ciclonagem. As unidades de lavagem e classificação são mais simples, sendo 
constituídas por um sistema de alimentação, lavagem e classificação onde os inertes são 
separados por granulometrias e se verifica a desagregação do material argiloso aderente. 
 
INETI 
PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 30 
 
No campo das rochas industriais os produtos finais das centrais de britagem, por ordem 
decrescente de granulometria, são : balastros, britas, gravilha, bago de arroz, areia, pó de 
pedra e granulometrias relativas à produção de material de dimensão diversa. A produção mais 
relevante diz respeito a britas, pó de pedra e gravilha (1). 
 
A maior parte do material é aplicado na preparação de betão e argamassa, enchimento, bases 
rodoviárias, aglomerados asfálticos e balastros para ferrovias (1). 
 
 
3.2.3. Diagramas esquemáticos de Processo 
 
Os processos produtivos para os dois subsectores, matérias primas utilizadas, bem como os 
resíduos gerados, são genericamente caracterizados pelos diagramas apresentados nas Figuras 
32 e 33. 
 
INETI 
PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 31 
 
Perfuração
Corte
Desmonte
Acabamento
Serragem
Polimento
Corte
Selecção
Embalamento
água com natas
desperdicio de rocha
água com natas
terras e estéril de pedreira
água com natas
desperdicio de rocha
água com natas
desperdicio de rocha
água
água
água
água
bloco
chapa ou obras
dimensionadas
obra
bloco
uniforme
chapa
obra
água
água
água
água com natas
água com natas
água com natas
desperdicio de rocha
desperdicio de rocha
desperdicio de rocha
desperdicio de rocha
Pavimentos, Revestimentos, Cantaria,
Construção civil
Remoção
fragmentos
Britagem e
Crivagem Talhe de pedra
Compactação Cubos e guiaspara
calcetamento
bloco
Britas
obras
dimensionadas
obras
especiais
Obras especiais (mobiliário urbano, arte
funerária, escultura, objectos decorativos,
instalações sanitárias e móveis de cozinha)
Extração
Transformação
 
 
 
Figura 32 - Diagrama de processo do subsector das rochas ornamentais 
 
INETI 
PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 32 
 
 
 
 
 
 
Perfuração
Desmonte
Remoção
Britagem
primária
Britagem
secundária
Britagem
terciária
Classificação
poeiras
poeiras
explosivo
fragmentos
fragmentos
água
Hidro-
classificador
Crivos
Escorredores
material fino
com água
Ciclonagem
polpa
polpa
polpa
Areias
Britas
Gravilha
poeiras
poeiras
poeiras
poeiras
terras e estéril de
pedreira
água
Extração
Transformação
 
 
Figura 33 - Diagrama de processo do subsector das rochas industriais 
 
INETI 
PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 33 
 
3.3. RESÍDUOS INDUSTRIAIS 
 
3.3.1. Introdução 
 
O sector da Pedra Natural caracteriza-se pela existência de quantidades elevadas de resíduos 
correspondendo, principalmente, a massa mineral rejeitada durante a extracção e lamas ou 
lodos provenientes, sobretudo, da transformação. A ocorrência de grande volume de resíduos é 
característico deste tipo de actividade mas é agravado por vários factores tais como a falta de 
planificação e controle das explorações, tecnologia inadequada e baixa qualificação dos 
operários. 
 
O modo mais corrente de deposição desses resíduos é sob a forma de aterros de superfície, 
vulgarmente designados por escombreiras quando constituídos por partículas de espectro 
granulumétrico largo e depositadas a seco, ou por barragens e bacias de lamas quando 
constituídos por partículas finas em meio aquoso, geralmente depositadas por sedimentação. 
Estes resíduos não são considerados perigosos, mas a deposição não controlada ou 
incorrectamente planeada destes resíduos pode estar na origem de acidentes e ocasionar 
impactes ambientais graves. 
 
O Decreto Lei n.º 544/99, de 13 de Dezembro estabelece as regras relativas à construção, 
exploração e encerramento de aterros para resíduos resultantes da exploração de depósitos 
minerais e de massas minerais ou de actividades destinadas à transformação dos produtos 
resultantes desta exploração, tendo em vista evitar ou reduzir os potenciais efeitos negativos 
sobre o ambiente e os riscos para a saúde publica. 
 
 
3.3.2. Caracterização dos resíduos 
 
A quantidade de matéria prima processada em cada um dos subsectores, conjuntamente com 
os rendimentos médios para cada uma das operações produtivas envolvidas, permitiu obter 
uma estimativa dos resíduos sólidos e pastosos gerados. 
 
Os rendimentos médios para cada uma das operações produtivas, bem como as quantidades de 
resíduos pastosos gerados por operação, foram estimados com base em informações fornecidas 
por várias empresas do sector e por consulta de informação bibliográfica. Foram contempladas 
as diferentes quantidades de matéria prima que se estimou serem processadas no País em cada 
uma das operações produtivas de cada subsector. 
 
As estimativas de rendimento médio por operação produtiva (em %), assim como as 
quantidades estimadas de resíduos pastosos gerados nas diferentes operações (em m3/t), são 
apresentadas em anexo (Anexo 1). Os quantitativos obtidos por aplicação destes valores estão 
descriminados, por subsector e por operação, no Quadro 10. 
 
 
INETI 
PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 34 
 
3.3.2.1. Extracção 
 
Os resíduos resultantes da extracção de pedra natural, ornamental e industrial, são 
essencialmente terras de cobertura, massa mineral rejeitada, poeiras e lamas. 
 
A massa mineral estéril e as lamas provenientes das explorações possuem um volume elevado 
e depositam-se, geralmente em montes que constituem as escombreiras e em parques de 
blocos. Em grande número de pedreiras de rocha ornamental, a percentagem