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Lisboa Setembro 2001 GUIA TÉCNICO SECTOR DA PEDRA NATURAL FICHA TÉCNICA Coordenação Eng.º José Miguel Figueiredo Tel: 21 7165141 (Ext. 2356) Fax: 21 7166568 E-mail: jose.figueiredo@mail.ineti.pt Equipa técnica Eng.º Francisco Rodrigues Tel: 21 7165141 (Ext. 2380) Fax: 21 7166568 E-mail: francisco.rodrigues@mail.ineti.pt Engª Anabela Correia Tel: 21 7165141 (Ext. 2327) Fax: 21 7166568 E-mail: anabela.correia@mail.ineti.pt Doutora Maria Teresa Chambino Tel: 21 7165141 (Ext. 2327) Fax: 21 7166568 E-mail: teresa.chambino@mail.ineti.pt INETI – Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial DMTP – Departamento de Materiais e Tecnologias de Produção Azinhaga dos Lameiros 1649-038 Lisboa I ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................................1 2. OBJECTIVOS ..........................................................................................................................................2 3. CARACTERIZAÇÃO DO SECTOR .......................................................................................................3 3.1. INDICADORES DA INDÚSTRIA.............................................................................................................. 3 3.1.1. Material processado .................................................................................................................. 4 3.1.1.1. Subsector das rochas ornamentais ........................................................................................................5 3.1.1.2. Subsector das rochas industriais ...........................................................................................................8 3.1.2. Empresas do sector e sua distribuição geográfica .................................................................. 12 3.1.3. Pessoal ao Serviço ................................................................................................................... 15 3.1.4. Indicadores económicos........................................................................................................... 17 3.1.4.1. Subsector das rochas ornamentais ......................................................................................................18 3.1.4.2. Subsector das rochas industriais .........................................................................................................21 3.2. CARACTERIZAÇÃO DOS PROCESSOS PRODUTIVOS ............................................................................ 23 3.2.1. Subsector das rochas ornamentais .......................................................................................... 23 3.2.1.1. Extracção............................................................................................................................................23 3.2.1.2. Transformação....................................................................................................................................26 3.2.2. Subsector das rochas industriais ............................................................................................. 28 3.2.2.1. Extracção............................................................................................................................................28 3.2.2.2. Transformação....................................................................................................................................29 3.2.3. Diagramas esquemáticos de Processo..................................................................................... 30 3.3. RESÍDUOS INDUSTRIAIS ................................................................................................................... 33 3.3.1. Introdução................................................................................................................................ 33 3.3.2. Caracterização dos resíduos.................................................................................................... 33 3.3.2.1. Extracção............................................................................................................................................34 3.3.2.2. Transformação....................................................................................................................................36 3.3.2.3. Outros resíduos...................................................................................................................................38 3.3.3. Análise global das quantidades anuais de resíduos produzidos por subsector ....................... 39 3.3.4. Correlação dos resíduos com as operações produtivas por subsector.................................... 41 4. ANÁLISE DO POTENCIAL DE PREVENÇÃO DO SECTOR POR OPERAÇÃO ............................42 4.1. TECNOLOGIAS E MEDIDAS DE PREVENÇÃO APLICÁVEIS AO SECTOR DA PEDRA NATURAL ................. 43 4.1.1. Medidas de prevenção aplicáveis à extracção......................................................................... 43 4.1.2. Medidas de prevenção aplicáveis à transformação................................................................. 46 4.1.3. Medidas de prevenção de carácter geral................................................................................. 48 4.2. TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO......................................................................................................... 50 4.2.1. Extracção................................................................................................................................. 50 4.2.2. Transformação......................................................................................................................... 51 5. TECNOLOGIAS / MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE POTENCIAL APLICAÇÃO E ESTUDO DE CASOS REAIS ....................................................................................................................52 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................................58 ANEXO 1 - Estimativas de resíduos gerados no sector da pedra natural, em função da matéria prima processada. .......................................................................................................................................60 ANEXO 2 – Entidades e empresas que contribuíram para a elaboração deste guia ...................................62 LISTA GERAL DE ENTIDADES, INSTITUIÇÕES E ASSOCIAÇÕES NACIONAIS E SECTORIAIS .............................................................................................................................................65 NOTA SOBRE LEGISLAÇÃO .................................................................................................................66 II ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 - Distribuição das CAE por subsector _____________________________________________4 Figura 2 - Distribuição dos materiais extraídos por subsector__________________________________5 Figura 3 - Principais centros de produção e quantidades (t) produzidas de "mármores e outras rochas carbonatadas", "granito e outras rochas similares" e "ardósias e xistos ardosíferos" ________________________________________________________________6 Figura 4 - Distribuição percentual da produção de rochas do tipo "mármore e outras rochas carbonatadas"_______________________________________________________________7 Figura 5 - Distribuição percentual da produção de rochas do tipo "granito e outras rochas similares" __________________________________________________________________8 Figura 6 - Distribuição percentual da produção de rochas do tipo "ardósias e xistos ardosíferos" _____8 Figura 7 - Principais centros de produção de "calcário, gesso e cré" e "caulino e outras argilas"______9 Figura 8 - Principais centros de produçãode "saibro, areia e pedra britada" ____________________10 Figura 9 - Distribuição percentual da produção de rochas do tipo "Calcário, gesso e cré "__________11 Figura 10 - Distribuição percentual da produção de rochas do tipo "Saibro, areia e pedra britada"___________________________________________________________________11 Figura 11 - Distribuição percentual da produção de rochas do tipo "Caulino e outras argilas"_______11 Figura 12 - Empresas da CAE 14 (grupos 141, 142 e 145) e CAE 26 (grupo 267) em percentagem ____13 Figura 13 - Distribuição por distrito das empresas existentes em Portugal continental _____________13 Figura 14 - Empresas existentes na região autónoma da Madeira ______________________________13 Figura 15 - Empresas existentes na região autónoma dos Açores ______________________________14 Figura 16 - Trabalhadores da CAE 14 (grupos 141, 142 e 145) e CAE 26 (grupo 267) em percentagem _______________________________________________________________15 Figura 17 - Volume de produção, importação e exportação de pedra natural em 1998______________17 Figura 18 - Produção de pedra natural (a) valores em toneladas, (b) valores em contos ____________17 Figura 19 - Importação de pedra natural (a) valores em toneladas, (b) valores em contos ___________18 Figura 20 - Exportação de pedra natural (a) valores em toneladas, (b) valores em contos ___________18 Figura 21 - Evolução da produção, importação e exportação de rochas ornamentais de 1988 a 1998 _____________________________________________________________________19 Figura 22 - Produção de rocha ornamental (a) valores em toneladas, (b) valores em contos _________19 Figura 23 - Importação de rocha ornamental (a) valores em toneladas, (b) valores em contos _______19 Figura 24 - Exportação de rocha ornamental (a) valores em toneladas, (b) valores em contos _______20 Figura 25 - Volume de importação / exportação por tipo de rocha ornamental e por produto ________21 Figura 26 - Evolução da produção, importação e exportação de rochas industriais de 1996 a 1998 _____________________________________________________________________21 Figura 27 - Produção de rocha industrial (a) valores em toneladas, (b) valores em contos __________22 Figura 28 - Importação de rocha industrial (a) valores em toneladas, (b) valores em contos _________22 Figura 29 - Exportação de rocha industrial (a) valores em toneladas, (b) valores em contos _________22 Figura 30 - Técnicas de desmonte_______________________________________________________24 Figura 31 - Fases de exploração das pedreiras ____________________________________________25 Figura 32 - Diagrama de processo do subsector das rochas ornamentais ________________________31 Figura 33 - Diagrama de processo do subsector das rochas industriais _________________________32 Figura 34 - Distribuição percentual dos resíduos sólidos por subsector _________________________39 Figura 35 - Distribuição percentual dos resíduos pastosos (lamas) por subsector _________________39 Figura 36 - Volume médio de subprodutos por tipo e uso da pedra extraída ______________________44 Figura 37 - Sistemas de tratamento de lamas e aproveitamento de água _________________________51 III ÍNDICE DE QUADROS Quadro 1: Quantidades de material processado no sector _____________________________________5 Quadro 2: Tipos de rocha ornamental ____________________________________________________5 Quadro 3: Quantidades de rocha ornamental processada no sector (1998)________________________7 Quadro 4: Tipos de rocha industrial ______________________________________________________8 Quadro 5: Quantidades de rocha industrial processada no sector (1998) ________________________11 Quadro 6: Número de empresas por distrito _______________________________________________14 Quadro 7: Número de empresas e trabalhadores por distrito__________________________________15 Quadro 8: Número de empresas por intervalos de volume de vendas____________________________18 Quadro 9: Estimativas de resíduos sólidos e pastosos gerados anualmente no sector da pedra natural. ___________________________________________________________________39 Quadro 10: Resíduos gerados no sector da Pedra Natural____________________________________41 INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 1 1. INTRODUÇÃO O presente GUIA para o SECTOR DA PEDRA NATURAL é um guia tecnológico, com incidência ambiental, e que faz parte integrante do PNAPRI (Plano Nacional de Prevenção de Resíduos Industriais), da responsabilidade do Ministério do Ambiente. Por sua vez, o PNAPRI insere-se na Linha Mestra - Gestão Sustentável do PESGRI (Plano Estratégico dos Resíduos Industriais), da responsabilidade dos Ministérios da Economia e do Ambiente. Assim, o Guia insere-se nos objectivos prioritários para a política do ambiente, constantes do Plano Nacional do Desenvolvimento Económico e Social 2000-2006. O Guia está, portanto, em consonância com a Directiva Comunitária IPPC-96/61, cujo objectivo fundamental é a prevenção e o controlo integrados da poluição. Visa informar os industriais, assim como os restantes intervenientes económicos correlacionados, acerca das possibilidades oferecidas por medidas e/ou pela tecnologia na redução da quantidade e perigosidade de resíduos sólidos/efluentes líquidos resultantes da actividade do sector sem afectar a rentabilidade das empresa. Com efeito, menos resíduo representa quase sempre menor consumo de matérias primas, menor consumo energético, mais espaço disponível, menores custos de mão de obra em manipulações e movimentações e menores custos com soluções de fim de linha (Aterro). Refira-se que, de acordo com o enquadramento do presente Guia, os efluentes líquidos estão contemplados, pois as lamas decorrentes do seu tratamento irão constituir um resíduo que poderá ser objecto de prevenção a montante, no processo produtivo. Este Guia foi concebido com as seguintes características: - como elemento de divulgação das tecnologias e/ou medidas de prevenção de resíduos, já comprovadas, nacional ou internacionalmente, quer do ponto de vista técnico quer do ponto de vista económico; - ser totalmente isento e independente em relação a marcas ou fornecedores por forma a não condicionar ou enviezar a escolha, ficando esta à exclusiva responsabilidade do industrial; - por forma a contribuir de forma efectiva para a criação de uma nova cultura junto dos industriais do sector relativamente às questões de ecoeficiência, motivando-os para a indispensável e urgente mudança de atitude, exigida a curto/médio prazo pela legislação ambiental; - ser de leitura e consulta simples. O presente Guia não visa a redução de resíduos a qualquer custo, mas sim, contribuir para que as empresas, atempadamente, se equipem e restruturem por forma a cumprirem as futuras especificações ambientais que, tudo indica, serão cada vez mais exigentes, no sentido de permitir o almejado desenvolvimento sustentável. INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 2 2. OBJECTIVOS O principal objectivo do presente Guia do sector da Pedra Natural é o de constituir uma base de dados de natureza tecnológica incorporando as medidas e tecnologias actualmente conhecidas e testadas que, comprovadamente, geram menos resíduos que as tecnologias clássicas em condições equivalentes de capacidade de produção. O sector da Pedra natural (extracção e transformação de pedra) não dá origem a resíduos perigosos, no entanto o tipo de processamento conduz à produção de quantidades bastante elevadas de resíduos, em particular sólidos na extracção e lamas na transformação, que vão promover a ocorrência de impactes paisagísticos consideráveis e constituem um grande incómodo e encargo para as empresas. Este sector, com elevada importância a nível nacional, materializada na sua componente exportadora, temimpactes sociais positivos e importantes sobre as populações locais e actividades económicas a montante e jusante. Tratando-se de um sector tradicional, até à pouco tempo, os processos de extracção e transformação eram feitos com critérios meramente económicos, sem se terem em linha de conta possíveis custos ambientais. Estes procedimentos, tiveram como consequência situações actualmente irreversíveis, mesmo em termos de gestão racional de recursos. Avaliam-se em 12 615 977 t/ano os resíduos de pedra e em 1 042 284 t/ano de lamas. Acrescem 9 095 t/ano de outros resíduos (papel, cartão, plástico, madeira, sucatas, acumuladores, pneus, panos e calços de polimento) e ainda, 683 m3/ano de óleos de motores (transmissão e lubrificação) e solventes. A extracção de pedra natural, tem uma legislação ambiental própria, no que diz respeito a escombreiras, impacte visual da exploração e cumprimento dos planos de recuperação paisagística. A legislação de licenciamento industrial para esta actividade, possui regras definidas e exigentes de acordo com a preservação dos valores humanos e económicos. Em 1999 surgiu outro diploma, este extensivo à transformação, que estabelece regras relativas à construção, exploração e encerramento de aterros para resíduos resultantes das actividades deste sector. O presente Guia identifica as operações unitárias e os resíduos respectivos e sugere as tecnologias ou medidas de prevenção, sempre que existam ou sejam conhecidas. Quando disponíveis, são apresentados os dados económicos relativos a casos de sucesso de aplicação real. INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 3 3. CARACTERIZAÇÃO DO SECTOR O Sector da Pedra Natural compreende a extracção e transformação da pedra para fins ornamentais ou industriais, dividindo-se por dois subsectores, o subsector das rochas ornamentais e o subsector das rochas industriais. O subsector das rochas ornamentais inclui as empresas que se dedicam à extracção e/ou transformação de rochas calcárias, granitos e outras rochas siliciosas, e xistos, para fins decorativos. Neste subsector as empresas transformadoras convertem os blocos extraídos das pedreiras, em artigos destinados a pavimentos, revestimentos, aplicações domésticas, à arte funerária, escultura, cubos, paralelepípedos e guias de passeios. O subsector das rochas industriais engloba também empresas extractivas e transformadoras, principalmente de calcários e granitos, cuja produção se destina essencialmente ao sector da construção (inertes ou granulados e britas), e também aos sectores químico, sidero-metalúrgico e agro-alimentar. 3.1. INDICADORES DA INDÚSTRIA As empresas do sector da Pedra Natural, segundo a Classificação de Actividades Económicas (CAE - Rev.2), estão inseridas fundamentalmente na CAE 14 (grupos 141, 142 e 145) – Outras Industrias Extractivas e na CAE 26 (grupo 267) – Fabricação de outros produtos minerais não metálicos. Este sector é composto por três tipos de empresas. Empresas que se dedicam unicamente à extracção de pedra e neste caso encontramos especialmente empresas do subsector das rochas ornamentais. Empresas que se dedicam exclusivamente à transformação da pedra e também neste caso a maioria das empresas pertencem ao subsector das rochas ornamentais. Empresas que se dedicam à extracção e transformação de pedra, que são principalmente as empresas do sector das rochas industriais havendo ainda algumas empresas de rochas ornamentais com esta tipologia. Nesse sentido o universo das empresas deste sector abrangido por este estudo pode esquematizar-se de acordo com a Figura 1. INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 4 CAE 14111 - Extracção de mármore e rochas similares CAE 14112 - Extracção de granito e rochas afins CAE 14121 - Extracção de cálcário e cré CAE 14130 - Extracção de ardósia CAE 1450 (1, 2, 3 e 4) - Outras industrias extractivas, n. e. CAE 26701 - Fabricação de artigos de mármore e rochas similares CAE 26702 - Fabricação de artigos de ardósia CAE 26703 - Fabricação de artigos de granito e de rochas n. e. CAE 14210 - Extracção de saibro, areia e pedra britada SECTOR DA PEDRA NATURAL Subsector das Rochas Industriais Subsector das Rochas Ornamentais Figura 1 - Distribuição das CAE por subsector 3.1.1. Material processado Neste sector e de acordo com dados do Instituto Geológico e Mineiro (IGM) e do Instituto Nacional de Estatística (INE), foram processadas no ano de 1998 cerca de 94 milhões de toneladas de pedra, relativos a extracção e importação. Do total de rocha extraída (92 543 549 t), apenas 2% dizem respeito ao subsector das rochas ornamentais sendo o subsector das rochas industriais responsável por 98% do material extraído no sector (Figura 2). A importação e exportação tem neste sector um peso muito reduzido representando cerca de 2% e 1%, respectivamente, do total de material processado no sector. No que respeita a cada subsector, a expressão da importação e da exportação tem valores bastante diferentes. INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 5 Atendendo ao tipo de mercado de rocha industrial, a rocha extraída e transformada destina-se quase exclusivamente ao mercado nacional, representando as exportações apenas 0,2% do material extraído nas pedreiras e as importações apenas 1% do material processado no subsector. Já no subsector das rochas ornamentais a exportação tem um peso considerável, sendo exportado 58% do material extraído, as importações representam apenas 6% do total de rocha processada neste subsector. As quantidades de material processado no sector estão referidas no Quadro 1. Quadro 1: Quantidades de material processado no sector QUANTIDADE (t/ano) Produção/ Extracção Importação Exportação Subsector das rochas ornamentais 1 923 677 112 824 1 122 230 Subsector das rochas industriais 90 619 872 1 259 149 188 422 Total 92 543 549 1 371 973 1 266 652 2% 98% Subsector das rochas ornamentais Subsector das rochas industriais Figura 2 - Distribuição dos materiais extraídos por subsector A grande diversidade de substâncias exploradas no nosso País, reflecte a variedade de formações geológicas existentes, apesar do valor de produção destas rochas se encontrar fortemente concentrado num pequeno número de substâncias (granito, calcário e mármore). 3.1.1.1. Subsector das rochas ornamentais O subsector das rochas ornamentais compreende extracção e transformação de três grandes grupos de pedra natural, "mármore e outras rochas carbonatadas", "granito e rochas similares" e ainda "ardósias e xistos ardosíferos". (ver Quadro 2). Quadro 2: Tipos de rocha ornamental Calcário cristalino (mármore) Calcário microcristalino Calcário sedimentar Mármore e outras rochas carbonatadas "Brecha calcária" Granito Sienito Nefelinico Pórfiro ácido Granito e outras rochas similares Serpentinito Ardósia Ardósias e xistos ardosíferos Xisto INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 6 O calcário cristalino, mármore, é a pedra natural mais explorada e também a mais solicitada, estando a sua extracção localizada, principalmente, no triângulo Borba - Estremoz – Vila Viçosa. Viana do Alentejo, Trigaches e Ficalho, são também locais onde, apesar de em pequenas quantidades, se extrai mármore. O calcário subdivide-se em dois grandes tipos, calcário sedimentar e calcário microcristalino, havendo ainda a considerar a brecha calcária. O calcário sedimentar é extraído principalmente nos distritos de Santarém e Leiria (Maciço Calcário Estremenho) aparecendo também no Algarve alguns tipos de calcário sedimentar. O calcário microcristalino existe na região de Lisboa, Sintra, mas as reservas de pedra já são reduzidas. As Brechas encontram-se sobretudo nos distritosde Faro e Setúbal. A extracção de granito ornamental situa-se principalmente no norte e centro do país mas aparece também no distrito de Portalegre. A extracção de rochas similares tais como Serpentinito, pórfiro ácido e outros é reduzida, e as suas reservas também são pequenas. A extracção de ardósia faz-se essencialmente no distrito do Porto e Aveiro havendo ainda a considerar a extracção de xistos ardosíferos em especial no distrito da Guarda. Os centros de produção, quantidades produzidas em 1998 e principais designações dos produtos para os três grandes grupos de rochas ornamentais estão representados na Figura 3. V. do Castelo Braga V. Real Bragança Porto Aveiro Viseu Coimbra Santarém 253 388 Guarda Castelo Branco Leiria 379 853 Portalegre Lisboa 24 333 Setúbal Évora Faro Beja 7 512 640 378 17 184 2 037 Calcário cristalino (mármore) Calcário sedimentar Calcário microcristalino e sedimentar Calcário sedimentar e brecha calcária V. do Castelo 77 486 Braga 8 500 V. Real Bragança Porto Aveiro 8 765 Viseu 161 142 Coimbra Santarém Guarda Castelo Branco Leiria Portalegre 81 084Lisboa Setúbal 616 Évora Faro Beja 2 012 25 310 21 365 76 816 89 743 Granito Pórfiro Ácido Granito, Gabro e Diorito Sienito Nefelinico Serpentinito e granito V. do Castelo Braga V. Real Bragança Porto 16 238 Aveiro 3 970 Viseu Coimbra Santarém Guarda Castelo Branco Leiria Portalegre Lisboa Setúbal Évora Faro Beja 425 520 25 000 Xisto Ardósia Figura 3 - Principais centros de produção e quantidades (t) produzidas de "mármores e outras rochas carbonatadas", "granito e outras rochas similares" e "ardósias e xistos ardosíferos" INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 7 Do total de 1 923 677 toneladas de rocha extraída no subsector, 69% dizem respeito a rocha tipo "mármore e outras rochas carbonatadas", 29% a rocha tipo "granito e outras rochas similares" e apenas 2% a rochas tipo "ardósias e xistos ardosíferos". A importação é bastante reduzida tendo maior significado na rocha do tipo granito. Neste subsector exporta-se principalmente pedra para calcetamento (567 671t), obra acabada de mármore e de outras rochas carbonatadas (181 936t) e blocos de granito e outras rochas similares (137 120t). De referir, que não sendo a produção de pedra para calcetamento uma utilização preferencial para as rochas ornamentais, é responsável por uma industria tradicional bastante desenvolvida. A quantidade de pedra natural extraída, importada e exportada, em 1998, neste subsector segundo dados do IGM e do INE, está esquematizada no Quadro 3. Quadro 3: Quantidades de rocha ornamental processada no sector (1998) QUANTIDADE (t/ano) TIPO DE ROCHA FORMA DE APRESENTAÇÃO Produção/Extracção Importação Exportação em bloco 1 191 521 872 47 817 Serrados - 2 339 57 911 Mármore e outras rochas carbonatadas em obra 133 1641 7 199 181 936 em bloco 452 348 49 567 137 120 Serrados - 27 489 84 439 Granito e outras rochas similares em obra 100 4911 24 964 34 913 em bloco 21 153 Serrados - 35 8 154 Ardósias e xistos ardosíferos em obra 25 0001 54 2 269 Pedra para calcetamento calçada - 305 567 671 Total 1 923 677 112 824 1 122 230 Relativamente aos tipos de rochas mais exploradas, surge o mármore e o calcário sedimentar, no grupo das rochas do tipo "mármore e outras rochas carbonatadas", o granito no grupo das rochas do tipo "granito e outras rochas similares" e a ardósia no grupo das rochas do tipo "ardósias e xistos ardosíferos". O mármore, o calcário sedimentar e o granito são as rochas com maior representatividade neste subsector. Ver Figuras 4 a 6. 43% 55% 1%1% Brecha calcária Calcário microcristalino Calcário sedimentar Mármore Figura 4 - Distribuição percentual da produção de rochas do tipo "mármore e outras rochas carbonatadas" 1 produção de rocha para calcetamento e esteios no caso do xisto INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 8 95,1% 0,1% 0,1% 4,7% Granito Pórfiro ácido Serpentinito Sienito nefelinico Figura 5 - Distribuição percentual da produção de rochas do tipo "granito e outras rochas similares" 96% 4% Ardósia Xisto Figura 6 - Distribuição percentual da produção de rochas do tipo "ardósias e xistos ardosíferos" 3.1.1.2. Subsector das rochas industriais Em Portugal exploram-se diversos tipos de rocha industrial que se podem agrupar em três grandes grupos, "calcário, gesso e cré", "saibro, areia e pedra britada" e "caulino e outras argilas".(Quadro 4) No subsector das rochas industriais estão ainda incluídas todas as rochas ornamentais que não sendo adequadas à utilização ornamental, podem ter usos alternativos, sendo a utilização mais comum como britas para a construção de estradas ou na industria de construção civil. Quadro 4: Tipos de rocha industrial Calcário margoso Marga para cimento Calcário para britas Dolomito e calcário dolomitico Calcário, gesso e cré Gesso Saibro e Seixo Areia comum Areia especial Granito Pórfiro Sienito Nifelinico Basalto Calcite Gabro, Gabro-Diorito e Diorito Ofito Quartzito Saibro, areia e pedra britada Xisto e Grauvaque Caulino Argila comum Caulino e outras argilas Argila especial A produção de brita calcária é a actividade mais importante deste subsector, estando localizada principalmente nos distritos de Coimbra, Leiria, Santarém, Setúbal e Faro. INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 9 O calcário para cimento e a marga são também extraídos em grandes quantidades sendo fornecidos por grandes pedreiras localizadas nos distritos de Coimbra, Leiria, Santarém, Lisboa, Setúbal e Faro. A extracção de calcário para outros fins, como para as industrias siderúrgica, cerâmica, vidro e papel, realiza-se em mais pequenas quantidades. O calcário dolomitico é extraído principalmente no distrito de Setúbal e no maciço calcário estremenho. O calcário para a industria do papel, onde tem vindo a substituir o lugar do caulino devido à sua brancura, baixa abrasividade, baixo custo e abundantes reservas, extrai-se principalmente no Maciço Calcário Estremenho. Relativamente ao gesso, Portugal é auto suficiente em gesso preto utilizado na industria do cimento, sendo os distritos de maior produção Leiria, Setúbal e Faro. A argila e o caulino são recursos que existem em grande abundância em Portugal, sendo especialmente indicados para utilizações na industria cerâmica. A produção de caulino está localizada nos distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Coimbra e Santarém e a de argila nos distritos de Vila Real, Bragança, Aveiro, Coimbra, Leiria, Santarém, Lisboa e Faro. A argila especial, assim chamada devido ás suas propriedades mineralógicas, químicas e tecnológicas, é também utilizada na industria cerâmica mas a sua exploração está localizada numa área restrita, a zona costeira central de Portugal, em especial em Águeda, Anadia, Redinha, Pombal e Barracão. Os centros de produção e principais designações de rocha extraída para os grupos "calcário, gesso e cré" e "caulino e outras argilas" estão representados na Figura 7. V. do Castelo Braga V. Real Bragança Porto Aveiro Viseu Coimbra Santarém Guarda Castelo Branco Leiria Portalegre Lisboa Setúbal Évora Faro Beja Calcário Calcário e calcário para cimento Calcário, calcário p/ cimento e gesso Calcário, calcário p/ cimento e outros Calcário, calcário p/ cimento, gesso e outros V. do Castelo Braga V. Real Bragança Porto Aveiro Viseu Coimbra Santarém Guarda Castelo Branco Leiria Portalegre Lisboa Setúbal Évora Faro Beja Argilas Caulino Argilas e Caulino Figura 7 - Principais centros de produção de "calcário, gesso e cré" e "caulino e outrasargilas" INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 10 A produção de brita de granito, actividade de grande importância neste subsector, está principalmente localizada na região norte de Portugal em especial nos distritos de Viana do Castelo, Vila Real, Braga, Porto, Viseu e Guarda. Havendo também centros de produção em, Aveiro, Castelo Branco e Évora. As areias têm diversas utilizações sendo consumidas nas industrias cerâmica, vidro, cristal e fundições. As suas reservas são grandes, estando as mais importantes localizadas nos distritos de Coimbra, Leiria, Santarém e Setúbal. Os centros de produção e principais designações de rocha extraída para o grupo de "saibro, areia e pedra britada" estão representados na Figura 8. V. do Castelo Braga V. Real Bragança Porto Aveiro Viseu Coimbra Santarém Guarda Castelo Branco Leiria Portalegre Lisboa Setúbal Évora Faro Beja Saibro Areia Saibro e areia Saibro, areia e seix V. do Castelo Braga V. Real Bragança Porto Aveiro Viseu Coimbra Santarém Guarda Castelo Branco Leiria Portalegre Lisboa Setúbal Évora Faro Beja Granito Outras rochas industriais Granito e outras rochas industriais Figura 8 - Principais centros de produção de "saibro, areia e pedra britada" Das 90 619 872 toneladas de rocha industrial extraída em 1998, 56% foram de rocha tipo "calcário, gesso e cré", 40% de rocha tipo "saibro, areia e pedra britada" e 4% de rocha tipo "caulino e outras argilas". A importação e exportação é pouco significativa neste subsector. (ver Quadro 5) Relativamente aos tipos de rochas mais exploradas, surge o calcário para britas e o calcário margoso e marga para cimento, no grupo das rochas do tipo "calcário, gesso e cré", o granito no grupo das rochas tipo "saibro, areia e pedra britada" e as argilas no grupo das rochas do tipo "caulino e outras argilas". O calcário e o granito para britas são as rochas com maior representatividade neste subsector. Ver Figuras 9 a 11. INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 11 Quadro 5: Quantidades de rocha industrial processada no sector (1998) QUANTIDADE (t/ano) TIPO DE ROCHA Produção/Extracção Importação Exportação Calcário, gesso e cré 50 692 313 306 780 12 984 Saibro, areia e pedra britada 36 348 756 797 956 165 336 Caulino e outras argilas 3 578 803 154 413 10 102 Total 90 619 872 1 259 149 188 422 21% 78% 1% Calcário margoso e marga para cimento Calcário para britas Gesso Figura 9 - Distribuição percentual da produção de rochas do tipo "Calcário, gesso e cré " 3% 18% 12% 67% Granito Saibro e Seixo Areias Outras rochas industriais Figura 10 - Distribuição percentual da produção de rochas do tipo "Saibro, areia e pedra britada" 98% 2% Argila Caulino ( d i ) Figura 11 - Distribuição percentual da produção de rochas do tipo "Caulino e outras argilas" INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 12 3.1.2. Empresas do sector e sua distribuição geográfica A distribuição geográfica das empresas deste sector está fortemente condicionada aos locais de extracção de pedra natural. Se bem que a existência de uma jazida de mineral num determinado local, pressupusesse a existência da sua exploração isso nem sempre acontece pois a viabilidade das explorações não depende apenas de factores geológicos. O facto de as jazidas se encontrarem cobertas por uma camada demasiado espessa de minerais de valor económico baixo ou nulo, ou de os potenciais clientes estarem demasiado longe, pode constituir impedimento à exploração num determinado local. Na prática, a convergência de todos os parâmetros raramente ocorre, dando origem, de facto, a um número limitado de locais possíveis de extracção. No subsector das rochas ornamentais a extracção e a transformação ocorrem normalmente em empresas distintas pelo que: as empresas extractivas estão localizadas em zonas de jazidas e as empresas transformadoras logicamente na envolvente das jazidas, mas principalmente no distrito de Lisboa em especial na zona de Pêro Pinheiro. Pêro Pinheiro é uma localidade onde se explorou calcário em grandes quantidades até algum tempo, mas cujos recursos se encontram actualmente quase esgotados, e onde se desenvolveu toda uma industria transformadora direccionada agora, não para a pedra natural extraída na zona, mas para todo o tipo de pedra extraída em Portugal ou importada, calcários, mármores e granitos. A região de Borba, Estremoz e Vila Viçosa, hoje principal pólo da industria extractiva já apresenta também uma forte componente transformadora, assim como a região de Porto de Mós, de formação mais recente, devido à forte exploração comercial de calcários sedimentares. No subsector das rochas industriais as empresas extractivas procedem também à transformação da pedra, pelo que a sua localização corresponde a locais onde a exploração de pedreiras é economicamente viável. De acordo com dados fornecidos pelo MTS a CAE 14 (grupos 141, 142 e 145) e a CAE 27 (grupo 267) compreendiam em 1998 um total de 2 164 empresas. Já de acordo com dados do INE , existiam em Portugal um total de 4 475 empresas para as mesmas CAE e grupos, das quais 1 997 são sociedades e 2 478 são empresários em nome individual. Considerando que de acordo com a legislação, todas as empresas em funcionamento têm que entregar, nos centros de emprego os mapas de pagamentos de salários, resolveu-se considerar o universo de 2 164 empresas fornecido pelo MTS como o universo de empresas do sector, pois que estará garantida a laboração efectiva das empresas contabilizadas. Destas 2 164 empresas, 888 inserem-se na CAE 14 - Outras Industrias Extractivas (583 no grupo 141, 273 no grupo 142 e 29 no grupo 145) e 1 276 na CAE 26 (grupo 267) - Fabricação de outros produtos minerais não metálicos, conforme se ilustra na Figura 12. INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 13 CAE-267 59% CAE-145 1% CAE-142 13% CAE-141 27% Figura 12 - Empresas da CAE 14 (grupos 141, 142 e 145) e CAE 26 (grupo 267) em percentagem O distrito de Lisboa detém o maior número de empresas (463, 21% do total de empresas do sector) seguido do distrito do Porto (281, 13% do total de empresas do sector). De salientar que 69% das empresas do sector estão localizadas nos distritos de Lisboa, Porto, Leiria, Santarém, Braga, Évora e Aveiro .(Figura 13 e Quadro 6) Quanto às regiões Autónomas, é na Madeira que se concentra o maior número de empresas (24), enquanto que na região dos Açores existem registos de apenas 12 empresas. (Figuras 14 e 15). V. do Castelo 96 Braga 142 V. Real Bragança Porto 281 Aveiro 116 Viseu 93 Coimbra 81 Santarém 150 Guarda Castelo Branco Leiria 213 Portalegre 13Lisboa 463 Setúbal 69 Évora Faro Beja 18 27 44 128 54 73 67 Nº de empresas - 0 a 10 - 11 a 100 - 101 a 200 - 201 a 400 - > 400 Figura 13 - Distribuição por distrito das empresas existentes em Portugal continental Madeira 24 Porto Santo Nº de empresas - 0 a 10 - 11 a 100 - 101 a 200 - 201 a 400 - > 400 Figura 14 - Empresas existentes na região autónoma da Madeira INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 14 Corvo Flores Graciosa Pico Faial TerceiraS, Jorge S, Miguel 3 S, Maria 1 3 5 Nº de empresas - 0 a 10 - 11 a 100 - 101 a 200 - 201 a 400 - > 400 Figura 15 - Empresas existentes na região autónoma dos Açores As empresas da CAE 14 (888) encontram-se distribuídas um pouco por todo o país sendo os distritos do Porto e Leiria os que possuem maior numero de empresas (26% do total da CAE 14), com 128 e 100 empresas respectivamente. As empresas da CAE 26 (grupo 267) estão também bastante distribuídaspor todo o país, sendo o distrito de Lisboa o que detém maior numero de empresas (382), cerca de 30% do total de empresas desta CAE. (Ver Quadro 6) Quadro 6: Número de empresas por distrito (Fonte: Ministério do Trabalho e da Solidariedade; 1998) N.º empresas por CAE DISTRITOS N.º de empresas CAE 141 CAE 142 CAE 145 CAE 267 Aveiro 116 21 31 1 63 Beja 18 3 0 0 15 Braga 142 54 11 4 73 Bragança 27 4 9 1 13 Castelo Branco 44 5 7 0 32 Coimbra 81 10 18 1 52 Évora 128 49 7 2 70 Faro 54 9 11 0 34 Guarda 73 26 12 0 35 Leiria 213 65 34 1 113 Lisboa 463 57 21 3 382 Portalegre 13 5 1 1 6 Porto 281 110 14 4 153 Santarém 150 47 21 5 77 Setúbal 69 14 10 0 45 V. do Castelo 96 47 17 1 31 V. Real 67 29 13 1 24 Viseu 93 26 11 4 52 I. Madeira 24 1 19 0 4 I. S. Miguel 5 0 5 0 0 I. Terceira 3 0 1 0 2 I. S. Jorge 1 1 0 0 0 I. Pico 3 0 3 0 0 TOTAL 2164 583 276 29 1276 PERCENTAGEM 27% 13% 1% 59% INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 15 3.1.3. Pessoal ao Serviço De acordo com os dados do MTS as 2 164 empresas deste sector empregam 22 967 trabalhadores, distribuídos percentualmente por CAE da forma ilustrada na Figura 16. A CAE 14 emprega 11 889 trabalhadores e a CAE 26 (grupo 267) 11 038 trabalhadores. (Quadro 7) Segundo dados do INE, as 1997 sociedades do sector empregam 22 937 trabalhadores um valor não muito diferente do apontado pelo MTS. Ainda de acordo com esta fonte, mais de metade das empresas (76,2%) empregam menos de 20 trabalhadores e apenas 1% empregam entre 100 e 499 trabalhadores. Verifica-se ainda que as empresas, na sua grande maioria, são micro empresas (com até 9 trabalhadores), representando cerca de 56,4% do total do sector. CAE-141 35% CAE-142 15% CAE-145 2% CAE-267 48% Figura 16 - Trabalhadores da CAE 14 (grupos 141, 142 e 145) e CAE 26 (grupo 267) em percentagem Quadro 7: Número de empresas e trabalhadores por distrito (Fonte: Ministério do Trabalho e da Solidariedade; 1998) N.º trabalhadores por CAE DISTRITOS N.º de empresas N.º de trabalhadores CAE 141 CAE 142 CAE 145 CAE 267 Aveiro 116 1063 196 304 32 531 Beja 18 166 109 0 0 57 Braga 142 1634 637 176 45 776 Bragança 27 321 95 100 12 114 Castelo Branco 44 317 22 62 0 233 Coimbra 81 937 199 203 14 521 Évora 128 2791 1677 30 11 1073 Faro 54 562 190 80 0 292 Guarda 73 426 140 43 0 243 Leiria 213 2360 700 588 11 1061 Lisboa 463 3588 519 365 6 2698 Portalegre 13 355 236 5 19 95 Porto 281 2988 1519 363 98 1008 Santarém 150 1402 479 233 27 663 Setúbal 69 706 273 151 0 282 V. do Castelo 96 891 326 108 3 454 V. Real 67 784 365 115 28 276 Viseu 93 1114 392 81 44 597 I. Madeira 24 213 20 159 0 34 I. S. Miguel 5 263 0 263 0 0 I. Terceira 3 43 0 13 0 30 I. S. Jorge 1 3 3 0 0 0 I. Pico 3 10 0 10 0 0 TOTAL 2164 22937 8097 3452 350 11038 PERCENTAGEM 35% 15% 2% 48% INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 16 Os distritos de Lisboa, Porto, Évora e Leiria possuem 51% dos trabalhadores do sector. Dos 11 289 trabalhadores afectos à CAE 14 cerca de 44% (4 997), trabalham nos distritos do Porto, Évora e Leiria. Quanto à CAE 26 (grupo 267), com 11 038 trabalhadores, é no distrito de Lisboa que se encontra o maior numero de trabalhadores, 2698, cerca de 24% do total. (Quadro 7) INETI 3.1.4. Indicadores económicos A produção de rochas ornamentais e industriais, à semelhança de outros recursos geológicos, é fortemente condicionada pelas tendências do mercado, verificando-se uma certa inconstância na procura e consequentemente na sua extracção. Em 1998, o sector da pedra natural produziu /extraiu cerca de 93 milhões de toneladas de pedra (dados fornecidos pelo IGM) o equivalente a aproximadamente 100 milhões de contos. Realizou cerca 14 milhões de contos de importações e exportações da ordem dos 38 milhões de contos (dados fornecidos pelo INE). A rocha ornamental dado o seu maior valor acrescentado, contribui de uma forma muito considerável para o volume de negócios realizado. Se em termos de quantidade explorada a rocha industrial surge com maior evidencia em termos de valor do material é a rocha ornamental que surge em maior destaque. (Figura 17) 40000 50000 60000 70000 80000 90000 100000 n eg óc io s (1 03 to n) Subsector das rochas ornamentais Subsector das rochas industriais 30000 40000 50000 60000 70000 de n eg óc io s (1 0 3 co nt os ) Subsector das rochas ornamentais Subsector das rochas industriais PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 17 0 10000 20000 30000 Vo lu m e de Produção/ Extracção Importação Exportação 0 10000 20000 Vo lu m e Produção/ Extracção Importação Exportação Figura 17 - Volume de produção, importação e exportação de pedra natural em 1998 Relativamente a comércio externo, a balança pende claramente para as exportações onde surge em maior relevo a rocha ornamental. Na importação, são as rochas industriais que têm um maior peso, sendo o caulino e outras argilas quem mais contribui para este valor. O subsector da rocha industrial foi responsável por 98% do material extraído, 92% do material importado e por 14% do material exportado, mas por apenas 68% do valor da produção, 57% do valor das importações e 2% do valor das exportações. (Figuras 18 a 20) No subsector da rocha ornamental extraiu-se em 1998 pedra natural no valor de 39 milhões de contos, importaram-se cerca de 6 milhões de contos de pedra natural e exportaram-se 37 milhões de contos. 2% 98% Subsector das rochas ornamentais Subsector das rochas industriais 39% 61% Figura 18 - Produção de pedra natural (a) valores em toneladas, (b) valores em contos (a) (b) INETI 8% 92% Subsector das rochas ornamentais Subsector das rochas industriais 43% 57% Figura 19 - Importação de pedra natural (a) valores em toneladas, (b) valores em contos 86% 14% Subsector das rochas ornamentais Subsector das rochas industriais 98% 2% Figura 20 - Exportação de pedra natural (a) valores em toneladas, (b) valores em contos No Quadro 8 apresenta-se a distribuição percentual das empresas por escalão de volume de vendas. Verifica-se que a maioria das empresas deste sector 49,4%, gera um volume de vendas bastante baixo, inferior a 30 000 contos o que indicia a predominância de micro (a) (b) (a) (b) PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 18 empresas no sector. Quadro 8: Número de empresas por intervalos de volume de vendas (Fonte: Ministério do Trabalho e da Solidariedade; 1998) EMPRESAS POR INTERVALO INTERVALOS DE VOLUME DE VENDAS (MILHARES DE CONTOS) NÚMERO % < 10 378 19,2 10 a 29 593 30,2 30 a 49 285 14,5 50 a 99 291 14,8 100 a 199 189 9,6 200 a 499 155 7,9 500 a 999 45 2,3 1000 a 4999 27 1,4 5000 a 9999 1 0,1 10000 a 24999 0 0,0 25000 a 49999 0 0,0 50000 a 99999 0 0,0 > 100000 0 0,0 TOTAL 1964 IGNORADOS 2001 3.1.4.1. Subsector das rochas ornamentais A análise dos valores de produção e de comércio externo de rochas ornamentais deverá ter em consideração que os dados de produção correspondem unicamente a blocos, enquanto que, na importação e exportação, estes valores dizem respeito a blocos, produtos serrados e em obra. 1 As empresas ignoradas correspondem àquelas que não conseguiram fornecer, em tempo útil, a informação relativa ao seu volume de vendas INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 19 A rocha ornamental tem vindo a apresentar um desenvolvimento crescente que se tem acentuado nos últimos anos. A produção tem crescido em resposta a uma maior procura do mercado assim como se tem intensificado o comércio externo em especial as exportações. (Figura 21) Em 1998, os mármores e outras rochas carbonatadas, foram o tipo de rocha mais explorada representando cerca de71% do valor da produção. (Figura 22) 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 V ol u m e de N eg óc io s (1 0 3 t on ) 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 Produção Exportação Importação 0 5 10 15 20 25 30 35 40 V ol u m e de N eg óc io s (1 06 c on to s) 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 Produção Exportação Importação Figura 21 - Evolução da produção, importação e exportação de rochas ornamentais de 1988 a 1998 (Fonte - IGM e INE) (a) 69% 29% 2% (b) 71% 26% 3% Mármore e Outras Rochas Carbonatadas Granito e Outras Rochas Similares Ardósias e Xistos Ardosíferos Figura 22 - Produção de rocha ornamental (a) valores em toneladas, (b) valores em contos (Fonte IGM - 1998) No que diz respeito à importação de rochas ornamentais, verifica-se que os granitos e outras rochas similares se destacam das restantes, uma vez que a importação de mármores e outras rochas carbonatadas tem pouca expressão, conforme se ilustra na figura 23. Em 1998 importaram-se cerca de 102 mil toneladas de granitos e outras rochas similares (o equivalente a 4,9 milhões de contos), das quais 49% em bloco, 27% serrados e 24% em obra. De referir que o valor do material em obra importado, representa 63% do valor total de importações. A importação de granitos ornamentais e rochas similares, encontra-se concentrada num pequeno número de países, sendo a Espanha, a África do Sul e o Brasil, os principais países de origem, as importações de mármores e outras rochas carbonatadas, têm como principais países de origem a Espanha e a Itália. (a) 90,4% 9,2% 0,1% 0,3% (b) 20% 78% 1%1% Mármore e Outras Rochas Carbonatadas Granito e Outras Rochas Similares Ardósias e Xistos Ardosíferos Pedra para calcetamento Figura 23 - Importação de rocha ornamental (a) valores em toneladas, (b) valores em contos (Fonte INE - 1998) INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 20 Os valores de exportação apresentados para as rochas ornamentais correspondem, na sua maioria, a produtos em obra (principalmente produtos de mármores e outras rochas carbonatadas), facto que lhes confere um maior valor acrescentado, e a pedra talhada para calcetamento. Na realidade, desde 1988 tem predominado a exportação de produtos em obra, em detrimento dos serrados e dos blocos. De referir que o material em obra exportado, representa 56% do valor económico das exportações realizadas em 1998. Neste mesmo ano, exportaram-se cerca de 22 milhões de contos de mármore e outras rochas carbonatadas, dos quais 8% em bloco, 11% em serrados e 81% em obra. Apesar de a pedra natural talhada para calcetamento ter representado 50% das cerca de 1,1 milhões de toneladas exportadas isso correspondeu a apenas 22% do valor transaccionado (Figura 24). Os principais países para onde Portugal exporta mármores e outras rochas carbonatadas têm sido, desde 1988, a Arábia Saudita, os Estados Unidos da América, o Reino Unido, a Espanha, a Itália e a Alemanha, tendo a Itália importado fundamentalmente blocos e os restantes países importado preferencialmente produtos em obra. Em termos de granitos ornamentais e rochas similares, a Alemanha, a Espanha e o Japão, são os principais países importadores destes tipos litológicos. A ardósia em bloco e serrada é exportada fundamentalmente para a Alemanha e Japão, enquanto que a ardósia em obra se destina especialmente para a França, seguida da Suíça e da Dinamarca. Quanto à pedra natural talhada para calcetamento os seus destinos de exportação são a Alemanha, o Reino Unido e a Noruega. (a) 26% 23%1% 50% (b) 59%16% 3% 22% Mármore e Outras Rochas Carbonatadas Granito e Outras Rochas Similares Ardósias e Xistos Ardosíferos Pedra para calcetamento Figura 24 - Exportação de rocha ornamental (a) valores em toneladas, (b) valores em contos (Fonte INE - 1998) Como se ilustra na Figura 25, o valor das exportações de pedra natural foi em 1998 superior ao valor das importações exceptuando os produtos em obra de granito e outras rochas similares e de ardósias e xistos ardosíferos. No caso do mármore e outras rochas carbonatadas, a exportação de produto em obra foi a mais relevante de todo o subsector. INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 21 0 5000 10000 15000 20000 (1 03 co nt os ) em bloco serrados em obra Mármore e Outras Rochas Carbonatadas 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 (1 03 c on to s) em bloco serrados em obra Granito e Outras Rochas Similares 0 100 200 300 400 500 600 (1 03 c on to s) em bloco e serrada em obra Ardósias e Xistos Ardosíferos 0 2000 4000 6000 8000 10000 (1 03 c on to s) Pedra para calcetamento Pedra natural para calcetamento Figura 25 - Volume de importação / exportação por tipo de rocha ornamental e por produto (Fonte - INE) 3.1.4.2. Subsector das rochas industriais No subsector das rochas industriais o tipo de mercado, muito competitivo, e o tipo de produto produzido, em predominância brita de baixo valor económico, condiciona a produção nacional na sua maioria, a ser direccionada para o mercado interno, tendo as importações e exportações pouco significado. (Figura 26) De referir que a diminuição das exportações verificada no ano de 1998, está relacionada com o facto de a pedra talhada para calcetamento que anteriormente era parte integrante da estatística da rocha industrial no grupo de saibro, areia e pedra britada, estar agora incluída na estatística de rochas ornamentais. Na produção nacional destacam-se em especial o calcário e o granito para britas, dos quais em 1998 foram produzidas cerca de 64 milhões de toneladas, o equivalente a 71% da produção deste subsector. O caulino e outras argilas tem pouco significado na produção nacional como se ilustra na Figura 27. 0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000 80000 90000 100000 Vo lu m e de n eg óc io s (1 03 to n) 1996 1997 1998 Produção Exportação Importação 0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000 Vo lu m e de n eg óc io s (1 03 co nt os ) 1996 1997 1998 Produção Exportação Importação Figura 26 - Evolução da produção, importação e exportação de rochas industriais de 1996 a 1998 (Fonte - IGM e INE) exportação importação INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 22 56% 40% 4% (a) 40% 57% 3% Calcário, gesso e cré Saibro, Areia e Pedra britada Caulino e Outras Argilas Figura 27 - Produção de rocha industrial (a) valores em toneladas, (b) valores em contos (Fonte IGM - 1998) No que respeita aos valores de importação, destaca-se a importância do gesso e do caulino (Figura 28). O elevado valor de importação destas substâncias, é justificado pela sua escassez com um nível de pureza que satisfaça a necessidade das indústrias nacionais. O principal país de importação é a Espanha donde provêem areias, cascalho e pedra britada, e principalmente gesso. O caulino provém maioritariamente do Reino Unido. 24% 64% 12% (a) 42% 17% 41% Calcário, gesso e cré Saibro, Areia e Pedra britada Caulino e Outras Argilas(b) Figura 28 - Importação de rocha industrial (a) valores em toneladas, (b) valores em contos (Fonte INE – 1998) Relativamente às exportações apesar de em pouca quantidade, destaca-se o saibro, areia e pedra britada, sendo exportado principalmente areias.(Figura 29) Os principais países importadores de areia são a Itália e a Espanha. 88% 7%5% (a) 58% 16% 26% Calcário, gesso e cré Saibro, Areia e Pedra britada Caulino e Outras Argilas (b) Figura 29 - Exportação de rocha industrial (a) valores em toneladas, (b) valores em contos (Fonte INE - 1998) INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DAPEDRA NATURAL Página 23 3.2. CARACTERIZAÇÃO DOS PROCESSOS PRODUTIVOS As pedras naturais distribuem-se por dois subsectores que se caracterizam por processos produtivos e produtos finais bastante diferentes. 3.2.1. Subsector das rochas ornamentais 3.2.1.1. Extracção A maior parte das explorações corresponde a pedreiras de pequena dimensão, o que é revelado pelas baixas quantidades de rocha desmontadas anualmente em cada exploração. As operações principais para extracção de blocos primários nas explorações de rochas ornamentais são, furação, corte, derrube, esquartejamento, extracção e acabamento. O processo inicia-se com a destapação que consiste na remoção da vegetação e solo que cobre o maciço rochoso, cuja espessura é por vezes considerável. Esta operação é efectuada com pás carregadoras, escavadoras e manualmente. A legislação (DL 89/90) obriga ao armazenamento do solo de cobertura para posterior reconstituição paisagística. Segue-se a remoção dos cabeços. Esta operação pode ser realizada por deflagração com explosivos no caso do material estar fracturado ou a qualidade da rocha não justificar uma extracção mais cuidada. Quando a rocha é de melhor qualidade destacam-se os cabeços através de operações de perfuração e serragem com fio diamantado. Inicia-se seguidamente o abaixamento de pisos, usado para o desmonte em profundidade, que pode ser efectuado com o fio diamantado. A abertura de canais consiste na execução de um rasgo na frente de desmonte com a forma trapezoidal, seguindo-se a individualização das talhadas. Nesta fase empregam-se máquinas perfuradoras, máquinas de fio diamantado, pás carregadoras e gruas. Após o abaixamento de piso e a abertura de canais, tem-se o fundo da pedreira com várias frentes de desmonte em bancada. Procede-se à separação dessas bancadas do resto do maciço. As máquinas perfuradoras executam os furos por onde passa o fio diamantado que efectua o corte. Após cada talhada estar individualizada procede-se ao derrube com o equipamento adequado para uma 'cama' previamente construída com o objectivo de amortecer a queda e minimizar a quantidade de fracturas. A 'cama' é constituída por terra, fragmentos de rochas e pneus velhos. Quando, no decorrer dessa operação, as talhadas se fragmentam em vários blocos ou quando têm peso ou dimensão excessivos é necessário proceder ao esquartejamento dos blocos na pedreira, com martelos pneumáticos, engenho monolâmina diamantada ou máquinas de fio diamantado, para que tomem uma forma mais regular. INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 24 Nas rochas siliciosas a tecnologia mais comum é um dispositivo semelhante à monolâmina com "quarry-bar" ou barra de perfuração em pedreiras. O esquartejamento vai depender das características de fracturação dos blocos e das operações anteriores e posteriores. O desmonte termina com a limpeza da frente removendo-se os blocos para o parque de blocos e o estéril para a escombreira. Dado que os blocos apresentam dimensões e formas muito variadas, realiza-se ainda uma operação de acabamento com monolâmina para correcção final antes da comercialização ou serragem. Técnicas de desmonte Existem diferentes técnicas de desmonte cuja selecção se faz de acordo com as características de cada rocha (resistência à compressão, dureza, tenacidade, porosidade e abrasividade), os processos de optimização da produção e o grau de mecanização que se pretende. Geralmente não se recorre apenas a uma técnica, coexistindo pelo menos duas. (Figura 30) Directo 16% Com explosivo 28% Lança térmica 1% Fio diamantado 52% Outro tipo de desmonte 3% Figura 30 - Técnicas de desmonte (Fonte – Assimagra) A utilização de fio diamantado é a técnica mais utilizada, tendo substituído o fio helicoidal. Possibilita o corte de rochas duras e abrasivas e também um aumento considerável das velocidades de corte e consequentemente da produção. A máquina de fio diamantado funciona sobre carris nos quais se desloca executando cortes horizontais, verticais e oblíquos. O fio diamantado, que constitui a ferramenta de corte, consiste num cabo de fios de aço no qual estão inseridos vários anéis diamantados ou "pérolas" constituídas por uma liga metálica com pó de diamante. Neste processo a velocidade de corte é cuidadosamente controlada e é utilizada água para refrigeração. Esta técnica exige o recurso a máquinas de perfuração de bancadas para a introdução inicial do fio. O fio diamantado é também usado para regularização das formas dos blocos extraídos de modo a facilitar o seu manuseamento e transporte. A utilização de explosivos é cada vez menos frequente dado que origina microfracturação da rocha e fracturação de grande volume de material. Os explosivos usados são mais fracos e o doseamento é realizado com mais cuidado. É principalmente usado para remover materiais de baixo valor económico. INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 25 O desmonte directo é executado, principalmente, com serra de braço, serra com disco e jacto de água. As duas primeiras técnicas são mais clássicas mas têm alguns limites de utilização por escassez de profundidade de corte. O jacto de água é mais recente e consiste na desintegração da rocha por acção dum jacto de água de alta velocidade. No caso de rochas menos duras são também usadas pás carregadoras e escavadoras. No corte de superfícies verticais para separar os grandes blocos primários de rocha, utiliza-se por vezes a lança térmica. Esta técnica emprega-se apenas em rochas com elevado teor de sílica tais como granitos e dioritos. A desintegração da rocha dá-se por dilatação térmica diferencial dos seus diferentes constituintes. Fases de exploração das pedreiras Podem considerar-se as seguintes fases de vida de uma exploração : pesquisa, operacional, suspensão de lavra, abandono e recuperação paisagística, indicadas na Figura 31. Operacional 76% Pesquisa 3% Não responde 4% Abandono 1% Suspensão de lavra 16% Figura 31 - Fases de exploração das pedreiras (Fonte - Assimagra) A fase de prospecção e pesquisa pode ser efectuada por verificação directa ou através de sondagens por amostragem e perfuração. No primeiro caso é necessário proceder à retirada de vegetação, solo de cobertura e desmonte de alguma rocha causando impactes ambientais na topografia, flora e fauna. Quando se recorre a sondagens há uma minimização dos impactes porque se efectua apenas uma remoção localizada de solo e se facilita a recuperação no caso de não se dar continuidade à exploração. Neste caso é também possível uma melhor planificação da exploração e gestão das reservas. A maior parte das pedreiras encontra-se na fase operacional, correspondendo a uma situação de plena laboração. Na fase de suspensão encontram-se as pedreiras onde houve interrupção da exploração mas existe ainda a hipótese de retoma da actividade. A fase de abandono corresponde à desactivação da actividade finda a qual o explorador deverá proceder às medidas de segurança e recuperação paisagística contempladas na legislação (DL 89/90). INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 26 3.2.1.2. Transformação Na indústria transformadora os blocos são trabalhados seguindo uma série de etapas e processos de acordo com o produto final pretendido. Na maior parte das unidades não existem todas as fase do processo produtivo observando-se uma especialização em determinadas fases. As principais fases de produção, e que aqui se detalham, são a serragem, transformação do bloco em chapa, corte e polimento, transformação da chapa ou bloco em ladrilho ou mosaico, e selecção e acabamento. Serragem Compreende uma fase inicial de esquadrejamento dos blocos com monolâminas de modo a conferir-lhes aforma de paralelepípedos e retirando-lhes defeitos estruturais. Segue-se a transformação do bloco em chapa serrada com espessura variável de acordo com o fim pretendido. No caso das rochas calcárias a tecnologia usada sofreu uma grande transformação nos anos 50/60 com a substituição da areia siliciosa por segmentos preparados com diamante industrial. A serragem passou a ser efectuada por engenhos de corte diamantado constituídos por multilâminas, o que permite cortar o bloco em várias chapas de diferentes espessuras predefinidas e ao mesmo tempo. Este equipamento possui um sistema de refrigeração por injecção de água. No caso de calcários com algumas inclusões siliciosas podem ainda encontrar-se em operação engenhos de serragem com areia siliciosa (12). Na serragem de blocos de granito a evolução deu-se com a introdução da granalha de aço e das lâminas estriadas em substituição da areia siliciosa e das lâminas lisas o que conduziu a uma redução do tempo de serragem, melhorando a qualidade. O controle da mistura abrasiva , constituída por granalha de aço, cal, água e os estéreis produzidos durante o processo de serragem, é um factor importante para a capacidade de serragem dos engenhos permitindo um aumento da velocidade de corte e melhoria da qualidade do produto serrado. Várias soluções mecânicas foram sendo desenvolvidas, desde máquinas de movimento pendular a movimento semi-linear, com o objectivo de prolongar o tempo de contacto entre a lâmina e o bloco. O inconveniente deste processo reside no desgaste da mistura abrasiva. A aplicação de lâminas diamantadas na serragem dos granitos tem deparado com algumas dificuldades técnicas e também com o problema do elevado custo unitário. Algumas empresas dedicam-se exclusivamente à produção de chapa serrada, enquanto que outras empresas iniciam o seu processo produtivo a partir dessa fase. Corte e polimento Nestas fases os processos podem ser manuais, mecânicos ou automatizados e incluem a utilização de água em circuito fechado. INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 27 A tecnologia de corte mais divulgada baseia-se na utilização de discos com cortantes de concreção diamantada, existindo máquinas monodisco (cortadora de braços, cortadora de ponte e máquinas de rodear) e multidisco. As máquinas multidisco têm elevada capacidade produtiva e, por vezes, inserem-se em linhas de produção contínua. Este tipo de equipamento tem sofrido um grande desenvolvimento com recurso à electrónica , principalmente em relação ao posicionamento do disco e memorização do corte. Na fase de corte as chapas são cortadas em pequenas peças tais como ladrilhos, mosaicos ou cantarias. Recentemente foram desenvolvidas máquinas de corte em que o corte é orientado por raios laser. Os processos de tratamento de superfícies sofreram grande desenvolvimento permitindo um aumento da produção e da qualidade na uniformidade do produto. Na fase de polimento recorre-se às polidoras de tapete, quer para chapa quer para mosaico, que são constituídas por uma bancada ao longo da qual se desloca um tapete de dimensões variáveis onde se coloca o produto a ser trabalhado. Uma ponte suporta as cabeças rectificadoras e polidoras de número variável. No processo de polimento usam-se diferentes abrasivos de grão progressivamente decrescente. A dimensão do grão com que se inicia o processo de polimento depende do tipo de material e características da sua superfície. Os abrasivos são constituídos por uma resina de poliéster insaturada, partículas de carbonato de silicone de várias dimensões, carbonato de cálcio, cloreto de sódio e óxidos corantes. Nas linhas de polimento de granito o número de cabeças é maior. A polidora manual tem vindo a ser abandonada e usa - se apenas em trabalhos especiais. Nas linhas de polimento foram introduzidos sistemas automáticos de carga e descarga eliminando, deste modo, o manuseamento de peças frágeis e pesadas. De acordo com o produto final existem linhas de polimento de chapa e linhas integradas de produção de ladrilhos desde o bloco ao polimento. A linha de polimento de chapa está equipada com um sistema de polimento contínuo e um sistema de descarga da chapa. Após o polimento as chapas podem ser expedidas tal qual, ou enviadas para o corte longitudinal e transversal com as medidas pretendidas. Após o corte de precisão segue-se a biselagem e polimento dos topos. A linha de ladrilhos ou mosaicos, de acordo com a dimensão, inicia-se com a produção de tiras que é realizada com equipamentos de corte de discos diamantados. As extremidades irregulares das tiras são cortadas de modo a dar-lhes um formato rectangular e comprimentos fixos. Nos blocos de menor qualidade procede-se à produção de comprimentos livres que são peças onde o comprimento e largura são variáveis e a espessura fixa. As tiras podem ir directamente para a linha de polimento ou para uma rufiadora que divide uma tira em duas de espessura igual. Seguidamente vão para o polimento e finalmente já transformadas em ladrilhos seguem para um equipamento com mós diamantadas para rectificar as arestas da peça. INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 28 Outro tratamento de superfície bastante comum é o flamejamento muito utilizado em pavimentos exteriores, piso anti-escorregadio e revestimento de grandes trabalhos arquitectónicos devido ao seu efeito decorativo. Têm-se realizado recentemente trabalhos com revestimentos associando pedra polida e flamejada. O equipamento consiste numa bancada com rolos onde se desloca a chapa. Este movimento está ligado à deslocação da chama que percorre a superfície da peça. Este método cria um choque térmico na superfície conferindo-lhe uma certa textura. Este tratamento aplica-se ao granito e rochas similares. O bujardamento é um tratamento usado para dar à superfície um aspecto "esculpido". É realizado com martelos pneumáticos equipados com cabeças de carboneto de tungsténio, com bicos tetraédricos para proceder a incisões ou cinzelar a superfície (12). Selecção e acabamento Com a fase de selecção pretende-se obter um produto final uniformizado, por exemplo na tonalidade. É um processo essencialmente manual sendo efectuado por operários especializados. A fase final do processo produtivo é o acabamento que vai depender do tipo de rocha e do produto final pretendido. Esta fase consiste na chanfragem das arestas e obturação de poros sendo realizada por canteiros e operários especializados. Muitas empresas efectuam também trabalhos especiais por medida, utilizando nesses casos equipamento essencialmente manual. 3.2.2. Subsector das rochas industriais Os tipos de rochas mais utilizados para fins industriais são o calcário e o granito. A maior percentagem de material provém do local de extracção seguindo-se o material proveniente de escombreiras e de outros subprodutos. 3.2.2.1. Extracção As operações numa exploração de rochas industriais são bastante diferentes das operações efectuadas no caso das rochas ornamentais. As principais operações são desmonte, carga e transporte de material rochoso. No caso das rochas industriais o desmonte é realizado com explosivos quando se trata de massa mineral consistente ou por desmonte directo em massas incoerentes. O desmonte directo pode ser manual, mecânico ou hidráulico com jacto de água sendo utilizado no caso de massas minerais facilmente desagregadas como por exemplo a exploração de argila, areia e cascalho e outros materiais de construção. INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 29 O desmonte manual ou mecânico dirige-se directamente à frente de desmonte de modo a individualizar a massa mineral. O desmonte hidráulico aplica-se onde os materiais são desagregados por acção da água e permitecombinar o desmonte do material, transporte e recuperação na estação de tratamento assim como o escoamento dos resíduos pelo fluxo de água. 3.2.2.2. Transformação Existem dois tipos de unidades de transformação de rochas industriais : fixas e móveis. As unidades fixas estão associadas a explorações de maior duração, geralmente cerca de trinta anos para rochas duras. A duração de depósitos de areias e seixos é mais curta. As unidades móveis estão ligadas a projectos de construção importantes, dependendo da sua duração. Podem, também, ser utilizadas, temporariamente, em anexo a unidades fixas para satisfazer uma necessidade pontual do mercado. A maior percentagem de instalações (95%) é de unidades fixas dado estarem associadas à exploração de calcários, granitos e brechas (1). O processamento do material pode ser efectuado por via seca ou via húmida. Na via seca o processamento é realizado sem intervenção de água ou qualquer tipo de lavagem tratando-se de material seco, com pouca argila. Na via húmida o processamento realiza-se total ou parcialmente com intervenção de água. A maior percentagem da transformação de rochas industriais realiza-se por via seca (1). O tipo de processamento do material vai depender do tipo de material e exploração, produto e aplicação pretendida. De modo geral ao longo do processo de transformação as fases principais são : trituração (primária, secundária e terciária), classificação (primária, secundária e terciária) e operações auxiliares (alimentação, transporte, armazenamento, etc.). A rocha desmontada na pedreira é transportada para a instalação de britagem constituída por máquinas de trituração, selecção e transporte. A redução de calibre, até ao produto final, é realizada, geralmente, passando pela trituração primária realizada com britador de maxilas e pelas triturações secundária e terciária em moinhos cónicos. Segue-se a selecção e classificação dos produtos realizada em crivos com redes de aço de dimensões normalizadas de acordo com o produto que se pretende. A produção de areia é, geralmente, realizada utilizando os materiais mais finos através de selecção e ciclonagem. As unidades de lavagem e classificação são mais simples, sendo constituídas por um sistema de alimentação, lavagem e classificação onde os inertes são separados por granulometrias e se verifica a desagregação do material argiloso aderente. INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 30 No campo das rochas industriais os produtos finais das centrais de britagem, por ordem decrescente de granulometria, são : balastros, britas, gravilha, bago de arroz, areia, pó de pedra e granulometrias relativas à produção de material de dimensão diversa. A produção mais relevante diz respeito a britas, pó de pedra e gravilha (1). A maior parte do material é aplicado na preparação de betão e argamassa, enchimento, bases rodoviárias, aglomerados asfálticos e balastros para ferrovias (1). 3.2.3. Diagramas esquemáticos de Processo Os processos produtivos para os dois subsectores, matérias primas utilizadas, bem como os resíduos gerados, são genericamente caracterizados pelos diagramas apresentados nas Figuras 32 e 33. INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 31 Perfuração Corte Desmonte Acabamento Serragem Polimento Corte Selecção Embalamento água com natas desperdicio de rocha água com natas terras e estéril de pedreira água com natas desperdicio de rocha água com natas desperdicio de rocha água água água água bloco chapa ou obras dimensionadas obra bloco uniforme chapa obra água água água água com natas água com natas água com natas desperdicio de rocha desperdicio de rocha desperdicio de rocha desperdicio de rocha Pavimentos, Revestimentos, Cantaria, Construção civil Remoção fragmentos Britagem e Crivagem Talhe de pedra Compactação Cubos e guiaspara calcetamento bloco Britas obras dimensionadas obras especiais Obras especiais (mobiliário urbano, arte funerária, escultura, objectos decorativos, instalações sanitárias e móveis de cozinha) Extração Transformação Figura 32 - Diagrama de processo do subsector das rochas ornamentais INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 32 Perfuração Desmonte Remoção Britagem primária Britagem secundária Britagem terciária Classificação poeiras poeiras explosivo fragmentos fragmentos água Hidro- classificador Crivos Escorredores material fino com água Ciclonagem polpa polpa polpa Areias Britas Gravilha poeiras poeiras poeiras poeiras terras e estéril de pedreira água Extração Transformação Figura 33 - Diagrama de processo do subsector das rochas industriais INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 33 3.3. RESÍDUOS INDUSTRIAIS 3.3.1. Introdução O sector da Pedra Natural caracteriza-se pela existência de quantidades elevadas de resíduos correspondendo, principalmente, a massa mineral rejeitada durante a extracção e lamas ou lodos provenientes, sobretudo, da transformação. A ocorrência de grande volume de resíduos é característico deste tipo de actividade mas é agravado por vários factores tais como a falta de planificação e controle das explorações, tecnologia inadequada e baixa qualificação dos operários. O modo mais corrente de deposição desses resíduos é sob a forma de aterros de superfície, vulgarmente designados por escombreiras quando constituídos por partículas de espectro granulumétrico largo e depositadas a seco, ou por barragens e bacias de lamas quando constituídos por partículas finas em meio aquoso, geralmente depositadas por sedimentação. Estes resíduos não são considerados perigosos, mas a deposição não controlada ou incorrectamente planeada destes resíduos pode estar na origem de acidentes e ocasionar impactes ambientais graves. O Decreto Lei n.º 544/99, de 13 de Dezembro estabelece as regras relativas à construção, exploração e encerramento de aterros para resíduos resultantes da exploração de depósitos minerais e de massas minerais ou de actividades destinadas à transformação dos produtos resultantes desta exploração, tendo em vista evitar ou reduzir os potenciais efeitos negativos sobre o ambiente e os riscos para a saúde publica. 3.3.2. Caracterização dos resíduos A quantidade de matéria prima processada em cada um dos subsectores, conjuntamente com os rendimentos médios para cada uma das operações produtivas envolvidas, permitiu obter uma estimativa dos resíduos sólidos e pastosos gerados. Os rendimentos médios para cada uma das operações produtivas, bem como as quantidades de resíduos pastosos gerados por operação, foram estimados com base em informações fornecidas por várias empresas do sector e por consulta de informação bibliográfica. Foram contempladas as diferentes quantidades de matéria prima que se estimou serem processadas no País em cada uma das operações produtivas de cada subsector. As estimativas de rendimento médio por operação produtiva (em %), assim como as quantidades estimadas de resíduos pastosos gerados nas diferentes operações (em m3/t), são apresentadas em anexo (Anexo 1). Os quantitativos obtidos por aplicação destes valores estão descriminados, por subsector e por operação, no Quadro 10. INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR DA PEDRA NATURAL Página 34 3.3.2.1. Extracção Os resíduos resultantes da extracção de pedra natural, ornamental e industrial, são essencialmente terras de cobertura, massa mineral rejeitada, poeiras e lamas. A massa mineral estéril e as lamas provenientes das explorações possuem um volume elevado e depositam-se, geralmente em montes que constituem as escombreiras e em parques de blocos. Em grande número de pedreiras de rocha ornamental, a percentagem