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Depósito de Calcário em Moçambique

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0 
 INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE TETE 
 
DIVISÃO DE ENGENHARIA 
 
 CURSO DE ENGENHARIA DE PROCESSAMENTO MINERAL 
 Cadeira: Geologia de Moçambique 
 Período: Pós-Laboral 
 Tema: Deposito de Calcário 
 
 
 
Discente : Docente: 
Eduardo Justino Faduco Eng. Pedro Saca 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Tete, Agosto de 2021 
 
 
1 
 
Índice 
1.Introdução .................................................................................................................................... 3 
2.0.Generalidades ............................................................................................................................ 4 
2.3.Rochas Sedimentares Biogénicas ............................................................................................. 6 
2.4.Geologia .................................................................................................................................... 6 
2.5.Tipos de calcários ..................................................................................................................... 6 
2.6.Utilização .................................................................................................................................. 7 
3.0.Distribuição Geografica Mundial ............................................................................................. 7 
Produção mundial em 2019, em milhões de toneladas por ano ...................................................... 7 
3.1.Ocorrência em Moçambique .................................................................................................... 9 
4.0. Lavra ...................................................................................................................................... 11 
4.1.Processamento......................................................................................................................... 11 
5.Estudos Tipicos de Calcario....................................................................................................... 12 
5.1.Tecnologia de fabricação do cimento ..................................................................................... 13 
5.1.1. Cimento Portland ................................................................................................................ 13 
5.1.2. Fabricação e composição .................................................................................................... 14 
5.1.3.Processo de fabricação ......................................................................................................... 15 
5.2.Análises laboratoriais das amostras do calcário ...................................................................... 17 
5.2.1. Colheitas das amostras ........................................................................................................ 17 
5.2.2.Preparação das amostras no laboratório ............................................................................... 17 
5.2.3.Análise química – procedimentos ........................................................................................ 17 
5.2.4.Análise mineralógica-Procedimentos .................................................................................. 18 
5.2.4.Análise quantitativa dos minerais - Procedimentos ............................................................. 18 
5.2.5.Conclusão das Analises........................................................................................................ 18 
5.3.EXTRAÇÃO DO CALCÁRIO - PROBLEMAS AMBIENTAIS ......................................... 20 
6.Conclusão ................................................................................................................................... 23 
7.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................... 24 
 
 
 
2 
1.Introdução 
 
Moçambique é um país com uma grande diversidade de rochas calcárias que ocorrem ao longo 
da costa em quase todo território, cuja utilização pressupõe um conhecimento das suas 
características assim como a realização de ensaios tecnológicos visando estudar a sua 
adequabilidade para os diferentes usos propostos. 
 
O calcário é uma rocha com uma ampla variedade de uso e talvez se possa até afirmar que não 
existem outras rochas com uma variedade de uso tão ampla quanto calcário e dolomito: Essas 
rochas são usadas na obtenção de blocos para a indústria da construção, material para agregados, 
cimento, cal e até rochas ornamentais. As rochas carbonatadas e seus produtos são também 
usados como fluxantes, fundentes, matéria-prima para as indústrias de vidro, refractários, carga, 
agentes para remover enxofre, fósforo e outros na indústria siderúrgica, abrasivos, correctivos de 
solos, ingredientes em processos químicos, na pavimentação de vias e calçadas, de entre outros 
(Sampaio e Almeida, 2005). 
Neste presente trabalho irei falar de Calcário quanto a sua origem, classificação, propriedades 
Físicas, distribuição mundial, ocorrências em Moçambique e Casos típicos estudos 
 
3 
 2.0.Generalidades 
A origem do carbonato de cálcio pode variar, desde fósseis de carapaças e esqueletos calcários 
de organismos vivos, que compõem os calcários fossilíferos, até ao formado por precipitação 
química. 
Há diversos tipos de rochas calcárias e estas podem apresentar diferentes tonalidades como: 
preto, branco e cinzento claro e escuro. As impurezas presentes na constituição dos calcários 
podem ainda fazer com que estes apresentem outras cores dependendo da sua quantidade. 
Calcário (do latim calx (gen. calicis) ou calcariu, "cal") é uma rocha sedimentar que contém 
minerais com quantidades acima de 30% de carbonato de cálcio (aragonita ou calcita). Quando o 
mineral predominante é a dolomita (CaMg{CO3}2 ou CaCO3•MgCO3) a rocha calcária é 
denominada calcário dolomítico. 
As principais impurezas que o calcário contém são as sílicas, argilas, fosfatos, carbonato de 
magnésio, gipso, glauconita, fluorita, óxidos de ferro e magnésio, sulfetos, siderita, sulfato de 
ferro, dolomita e matéria orgânica, entre outros. 
Quadro 1: Propriedades físicas dos minerais carbonatados mais comuns. 
Calcita 
(CaCO3) 
CaO 56% 
 
 
 
Componente mais comum nos calcários e 
mármores, bem como de outras rochas 
sedimentares e metamórficas. Ocorre no sistema 
cristalino e hexagonal com boa clivagem 
romboédrica. Dureza 3 (escala Mohs). Densidade 
2,72. Comumente ocorre na cor branca ou sem cor 
(hialino) e coloridas quando contém impurezas. 
Dolomita 
CaCO3.MgCO3 
CaO 30,4% 
MgO 21,95% 
Sua origem pode ter sido secundária, por meio da 
substituição do cálcio pelo magnésio. Sistema 
cristalino hexagonal, comumente em cristais 
romboédricos com faces curvadas. Dureza 3,5 a 
4,0. Densidade 2,87. Comumente ocorre nas cores 
branca e rósea 
Aragonita 
(CaCO3) 
CaO 56% 
É menos estável que a calcita e muito menos 
comum. Forma-se a baixas temperaturas e ocorre 
em depósitos aflorantes ou próximos à superfície, 
especialmente nos calcários, em rochas 
sedimentares e metamórficas. Sistema cristalino 
ortorrômbico. Dureza 3,5 a 4,0. Densidade 2,93 a 
2,95. Comumente ocorre na forma hialina. 
Siderita 
(FeCO3 ) 
Cristais romboédricos, nas cores castanha ou preta, 
são mais comuns. Dureza 3,5 a 4,0. Densidade 3,7 
a 3,9. 
Ankerita (Ca2MgFe(CO3)4 Ocorre no sistema hexagonal, comumente com 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Latim
https://pt.wikipedia.org/wiki/Caso_genitivo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rocha_sedimentar
https://pt.wikipedia.org/wiki/Carbonato_de_c%C3%A1lciohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Aragonita
https://pt.wikipedia.org/wiki/Calcita
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dolomita
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADlica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Argila
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fosfato
https://pt.wikipedia.org/wiki/Carbonato_de_magn%C3%A9sio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Carbonato_de_magn%C3%A9sio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gipso
https://pt.wikipedia.org/wiki/Glauconita
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fluorita
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%93xidos_de_ferro
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%93xido_de_magn%C3%A9sio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sulfeto
https://pt.wikipedia.org/wiki/Siderita
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sulfato_de_ferro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sulfato_de_ferro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dolomita
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mat%C3%A9ria_org%C3%A2nica
 
4 
 
cristais romboédricos. Dureza 3,5 a 4,5. Densidade 
2,96 a 3,1. As cores mais comuns: branca, rósea ou 
cinza. 
 
Magnesita 
(MgCO3 ) 
Sistema hexagonal. Usualmente ocorre na forma 
granular ou massa terrosa. As cores mais comuns 
variam desde o branco ao amarelo; em outras cores 
quando ocorrem impurezas. 
2.1.Formação do calcário 
Os calcários, na maioria das vezes, são formados pelo acúmulo de organismos inferiores (por 
exemplo, cianobactérias) ou precipitação de carbonato de cálcio na forma de bicarbonato, 
principalmente em meio marinho. Também podem ser encontrados em rios, lagos e no subsolo 
(cavernas). No caso do calcário quimiogénico, a formação é em meio marinho: a calcite 
(CaCO3), é um mineral que se pode formar a partir de sedimentos químicos, nomeadamente íons 
de cálcio e bicarbonato: Ca2+ + 2 HCO3
-→ CaCO3 (calcite) + H2O (Água) + CO2 (dióxido de 
carbono) Isto acontece quando os meios marinhos sofrem perda de dióxido de carbono (devido a 
forte ondulação, ao aumento da temperatura ou à diminuição da pressão). Deste modo, para que 
os níveis de dióxido de carbono que se perdeu sejam repostos, o equilíbrio químico passa a 
tender no sentido de formação de CO2, o que leva a formação de calcite e precipitação desta que, 
mais tarde, 
2.2.Rochas Sedimentares Quimiogénicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ↓ ↓ 
Precipitação de 
substâncias 
 
 
Evaporação da água, que 
tinha substâncias dissolvidas 
 
Reações químicas 
resultantes da 
variação das 
condições do meio 
 
 
Evaporitos 
Calcários de 
precipitação 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cyanobacteria
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mar
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lago
https://pt.wikipedia.org/wiki/Carbonato_de_c%C3%A1lcio
https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A1lcio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bicarbonato
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gua
https://pt.wikipedia.org/wiki/Di%C3%B3xido_de_carbono
https://pt.wikipedia.org/wiki/Di%C3%B3xido_de_carbono
https://pt.wikipedia.org/wiki/Equil%C3%ADbrio_qu%C3%ADmico
 
5 
2.3.Rochas Sedimentares Biogénicas 
 
São formadas por restos de animais ou de plantas ou por substâncias resultantes da sua 
actividade. Exemplo: Calcário conquífero, Calcário Recifal, Carvão. 
 
Ambientes 
 
Origem 
 
Ação 
Continentais (geralmente 
pantanosos); Redutores 
Matéria orgânica vegetal 
 
bioquímica; Afundimento; 
Aumenta a pressão e a 
temperatura; Incarbonização 
2.4.Geologia 
O calcário é uma rocha sedimentar originada de material precipitado por agentes químicos e 
orgânicos. O cálcio é um dos elementos mais comum, estimado em 3-4% da crosta terrestre, 
todavia, quando constituinte dos calcários tem origem nas rochas ígneas. Por meio das atividades 
de erosão e corrosão, incluindo a solução de ácidos carbônicos ou outros de origem mineral, as 
rochas são desintegradas e o cálcio em solução é conduzido para o mar por meio da drenagem 
das águas. Após atingir o oceano, parte do carbonato de cálcio dissolvido precipita-se, em 
decorrência da sua baixa solubilidade na água marinha. A evaporação e as variações de 
temperatura podem reduzir o teor de dióxido de carbono contido na água, causando a 
precipitação do carbonato de cálcio em conseqüência das condições de saturação. O carbonato de 
cálcio depositado, segundo esse procedimento, origina um calcário de alta pureza química. 
Também, por processo químico de deposição, formam-se calcários como: travertino, turfa 
calcária, estalactites e estalagmites, muito comum nas cavernas. 
2.5.Tipos de calcários 
Não existe uma classificação rigorosa aceita para agrupar os tipos de calcários. Entretanto, 
de forma grosseira, pode-se dividi-los em oito grupos: 
 Marga: Quando possui uma quantidade de argila entre 35 e 50%. 
 Caliche: Calcário rico em carbonato de cálcio formado em ambientes semi-áridos. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Marga
https://pt.wikipedia.org/wiki/Caliche
 
6 
 Tufo: Calcário esponjoso encontrado em águas de fonte devido à precipitação do 
carbonato de cálcio associado com matéria orgânica resultante da decomposição 
de vegetais. 
 Conquífero: Formado pela acumulação de esqueletos e conchas. 
 Giz: Calcário poroso de coloração branca formado pela precipitação de carbonato de 
cálcio com microorganismos. 
 Travertino: São calcários densos encontrados em grutas e cavernas composta por calcite, 
aragonite e limonite 
 Dolomito: Um mineral de Carbonato de cálcio e magnési 
2.6.Utilização 
Os principais usos do calcário são: 
 Produção de cimento Portland. 
 Produção de cal (CaO). 
 Correção do pH do solo para a agricultura. 
 Fundente em metalurgia. 
 Fabricação de vidro. 
 Como pedra ornamental. 
 Adubação químic 
 3.0.Distribuição Geografica Mundial 
Produção mundial em 2019, em milhões de toneladas por ano 
1. China 310,0 
2. Estados Unidos 16,9 
3. Índia 16,0 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tufo_(geologia)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vegetal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Conqu%C3%ADfero
https://pt.wikipedia.org/wiki/Esqueleto_humano
https://pt.wikipedia.org/wiki/Concha
https://pt.wikipedia.org/wiki/Giz
https://pt.wikipedia.org/wiki/Travertino
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gruta
https://pt.wikipedia.org/wiki/Caverna
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dolomite
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cimento_Portland
https://pt.wikipedia.org/wiki/PH
https://pt.wikipedia.org/wiki/Agricultura
https://pt.wikipedia.org/wiki/Metalurgia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vidro
https://pt.wikipedia.org/wiki/China
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dndia
 
7 
4. Rússia 11,0 
5. Brasil 8,1 
6. Japão 7,3 
7. Alemanha 7,1 
8. Coreia do Sul 5,2 
9. Turquia 4,6 
10. Japão 4,3 
11. Itália 3,5 
12. Irão 3,4 
13. Polónia 2,7 
14. França 2,6 
15. Ucrânia 2,2 
16. Austrália 1,9 
17. Roménia 1,9 
https://pt.wikipedia.org/wiki/R%C3%BAssia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jap%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Alemanha
https://pt.wikipedia.org/wiki/Coreia_do_Sul
https://pt.wikipedia.org/wiki/Turquia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jap%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/It%C3%A1lia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ir%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%B3nia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7a
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ucr%C3%A2nia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Austr%C3%A1lia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rom%C3%AAnia
 
8 
18. Espanha 1,8 
Fonte: USGS. 
3.1.Ocorrência em Moçambique 
Calcário 
Em Moçambique, o calcário tem sido explorado como matéria-prima para a indústria de 
construção (p.ex. na produção de cimentos). Cerca de metade dos calcários e calcários 
dolomíticos são do Cretácico e Quaternário. Segundo Cílek (1989), nas Formações de 
Cheringoma (Eocénico) e de Jofane (Miocénico), a sul de Moçambique, ocorrem calcários puros. 
Os depósitos da área de Chire e de Canxixe-Maringué são reconhecidos como contendo calcários 
puros de qualidade elevada (Lächelt, 2004). 
Em termos genéticos,em Moçambique o calcário ocorre em Bacias sedimentares meso-
cenozóicas (Lächelt, 2004): 
• Salamanga, Sábiè e Magude, na província de Maputo; 
• Mapulanguene e Massingir, na província de Gaza; 
• Inharrime, Morrumbene-Homoíne, Jofane e Vilankulo, na província de 
Inhambane; 
• Rio Save, nas províncias de Inhambane, Sofala e Manica; 
• Búzi e Cheringoma, na província de Sofala; 
• Nacala, na província de Nampula; 
• Pemba e Mocímboa da Praia, na província de Cabo Delgado. 
 
Na província de Inhambane salientam-se as ocorrências de gás natural nos campos de Pande e de 
Temane, de gesso em Temane e de calcário em Urrongas 
O calcário existente na Formação de Salamanga apresenta elevado teor de carbonato de cálcio 
para a produção de cimento, tendo sido reportadas reservas medidas de 1200 Mton. Por seu 
lado, o diatomito das regiões de Boane e Manhiça, que ocorre em jazidas lenticulares, 
apresentam reservas estimadas de 1,5 Mton. 
Numulites, gastrópodes, equinodermes e restos de corais ocorrem na Bacia de Moçambique, em 
calcários brancos pertencentes à Formação de Cheringoma, juntamente com calcários oolíticos e 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Espanha
https://pubs.usgs.gov/periodicals/mcs2021/mcs2021-lime.pdf
 
9 
calcários glauconíticos que são depósitos transgressivos marinhos de mar aberto infralitoral, com 
águas claras e quentes, pertencentes ao Eoceno (Flores, 1966; Afonso et al., 1998; GTK 
Consortium, 2006b). 
 
 
 
Figura 1 - Principais depósitos de calcários em Moçambique 
4.0. Lavra 
A maior parte das minas de calcário é lavrada a céu aberto e chamadas, em todo o mundo, de 
pedreiras, embora em muitas áreas, por razões técnicas, ambientais e/ou escala de produção, 
utilize-se a lavra subterrânea para a produção de calcário. 
As principais etapas da lavra de calcário a céu aberto incluem: remoção do capeamento, 
perfuração, desmonte por explosivos e transporte até a usina de processamento. A seleção dos 
 
10 
equipamentos varia com a particularidade de cada operação, capacidade de produção, tamanho e 
forma do depósito, distância de transporte, estimativa da vida útil da mina, localização em 
relação aos centros urbanos e fatores sócio-econômicos. Adicionalmente, outros fatores são 
também considerados como valores dos produtos, condições ambientais e de segurança 
associadas aos jazimentos. 
 
4.1.Processamento 
O tratamento das rochas carbonatadas, em particular as calcárias, depende do uso e 
especificações do produto final. A lavra seletiva, a catação manual, a britagem em estágio 
unitário e o peneiramento são os métodos usuais para obtenção de produtos, cuja utilização final 
não requer rígidos controles de especificações. 
A obtenção de produtos, para aplicações consideradas nobres, necessita de um circuito complexo 
de beneficiamento. Isto acontece quando se busca produtos para as indústrias de: papel, plásticos, 
tintas, borrachas, entre outras. Nestes casos, exige-se a prática da moagem com mínima 
contaminação por ferro. Assim, Rochas e Minerais Industriais – CETEM/2005 333 
Emprega-se moinhos tipo Raymond e nos casos mais críticos, utilizam-se moinhos autógeno 
e/ou de bolas com revestimentos e meio moedor especiais. A contaminação por ferro responde, 
diretamente, pela queda na alvura dos produtos de rochas carbonatadas, bem como pela 
diminuição de seu valor agregado 
A flotação, a separação magnética, entre outros, são processos usados para concentração de 
calcário e/ou remoção das impurezas quando necessária. Desse modo, são obtidos produtos de 
carbonato de cálcio, por meios físicos de purificação e/ou beneficiamento, com elevados índices 
de pureza para atender à necessidade do mercado a que se destina. Tais procedimentos são 
usadas nas etapas de concentração e não de purificação, razão pela qual há, em alguns casos, 
dificuldades no processo de purificação. O emprego de métodos químicos seria a solução, desde 
que a prática fosse levada a efeito em meio alcalino. Isso não é comum, pois a maioria dos 
compostos de ferro é solúvel apenas em meio ácido, portanto, de difícil aplicação para o caso do 
calcário. Neste dilema, imputa-se ao especialista o uso cada vez mais racional da criatividade e 
imaginação para solucionar as questões caso a caso. 
 
 
11 
O calcário é extraído de pedreiras, ou depósitos, que podem apresentar grandes extensões e 
espessura, chegando a ter centenas de metros. Por essa razão, suas minas podem ser de grande 
porte e de longa vida útil. No entanto, a extração do calcário, com elevada pureza, corresponde a 
menos de 10% das reservas de carbonatos lavradas em todo mundo (SILVA, 2009). Dependendo 
da qualidade do calcário, pode-se utilizá-lo na produção dos mais variados produtos, como papel, 
plásticos, tintas, borrachas, cerâmica, alimentação de animais, metalurgia, vidros e até na 
purificação de água (SAMPAIO; ALMEIDA, 2011). O calcário menos nobre, que não atende a 
determinadas especificações, é aproveitado para outros fins,como agregados para a construção 
civil, por exemplo. A demanda da construção civil é muito alta, e vem determinando a abertura 
de minas cada vez maiores neste ramo, para a produção do cimento (BLISS, 2008 apud SILVA, 
2009). A maior parte das minas de calcário no mundo é lavrada a céu aberto, nas chamadas 
pedreiras. 
diferente. Assim explorado, o calcário tem seu custo bastante reduzido. As principais etapas da 
lavra de calcário nessas condições incluem: remoção do capeamento, perfuração, desmonte por 
explosivos, e transporte até a usina de processamento (SILVA, 2009). 
 
5.Estudos Tipicos de Calcario 
A fábrica de cimento de Nacala, localizada na cidade portuária do mesmo nome, é classificada 
pelo Governo de Moçambique como sendo do tipo “A” (indústria pesada) que produz cimento 
para construção civil: edifícios, estradas, pontes, entre várias aplicações. Ela ocupa uma 
superfície de 70 000 m2. Segundo o relatório anual da empresa, em 2012, criou cerca de 500 
empregos directos. A capacidade de produção excedentária do cimento na região é suficiente 
para cobrir as necessidades de consumo de cimento. 
 
A extracção do calcário na praia de Relanzapo em Nacala ajuda a viabilizar a actividade da 
fábrica de cimento gerando adicionalmente alguns empregos para as pessoas destacadas a 
extracção e transporte do calcário e oferecendo uma alternativa para o transporte local visto que 
não há transporte semicolectivo na área e o caminhão da companhia transporta moradores de e 
para a cidade numa distância de 20km, quando a situação o permitir. 
 
 
12 
A população circunvizinha da fábrica apesar dos impactos adversos da actividade decorrente do 
funcionamento da fábrica, tem a oportunidade de obter um emprego e o acesso a novos serviços 
como o caso concreto que foi a instalação dum posto de saúde na área que beneficia não só os 
trabalhadores da empresa mas também a toda a população ali residente. Foi igualmente instalado 
um fontenário que abastece água gratuitamente a população local. A fábrica construiu 
igualmente uma escola e ofereceu a comunidade para os seus filhos frequentarem nela entre 
varias outras actividades que a fábrica desenvolve em prol do desenvolvimento local. Como 
resultado de muitas realizações que a empresa exerce sobre a comunidade, a qualidade da força 
de trabalho local e do seu padrão de vida aumentou, assim como a maior estabilidade social 
causada pela maior prosperidade económica. 
Os responsáveis pelo empreendimento também exercem uma grande responsabilidade social, 
empregam grande número de pessoas, e fornecem casas e serviços locais, o que ajuda a 
desenvolver pequenos negócios locais. 
5.1.Tecnologia de fabricação do cimento 
5.1.1. Cimento Portland 
Cimento Portland é a denominação técnica do material usualmente conhecido na construção civil 
como cimento. O cimento Portland foi criado e patenteado em 1824, pelo construtor inglês, 
Joseph Aspdin. O cimento foiassim chamado, pois o concreto que se obtinha com ele 
assemelhava-se a uma famosa pedra de construção proveniente da ilha de Portland, nas 
vizinhanças da Inglaterra. (Araújo (2009). 
 
O cimento Portland é um material em forma de pó, constituído de silicatos e aluminatos de 
cálcio. Estes materiais ao serem misturados com água hidratam-se, endurecendo a massa e tendo 
por consequência uma elevada resistência mecânica. 
 
O Cimento Portland é produto obtido pela pulverização de clínquer constituído essencialmente 
de cal, sílica, alumina, magnésia e óxido de ferro. E o clínquer é um produto de natureza 
granulosa, resultante da calcinação de uma mistura daqueles materiais, conduzida até a 
temperatura de sua fusão incipiente. (Ibid.,pág.31). 
O cimento é um dos materiais de construção mais utilizados na construção civil, por conta da sua 
larga utilização em diversas fases da construção. O cimento pertence à classe dos materiais 
 
13 
classificados como aglomerantes hidráulicos, esse tipo de material em contacto com a água entra 
em processo físico-químico, tornando-se um elemento sólido com grande resistência à 
compressão e resistente à água e a sulfatos. (Ibid.,pág.33). 
 
5.1.2. Fabricação e composição 
Na indústria cimenteira, calcário, argila e minérios de ferro são usados como matérias-primas 
para a produção do cimento Portland, para tal estes materiais são misturados em proporções 
controladas e moídos de modo a formar o Cru (Raw meal), que é calcinado a altas temperaturas, 
entre 850-1500oC, obtendo-se o clínquer. Depois de esfriado, o clínquer é moído com um 
regulador de presa (geralmente gesso) e com adições de substâncias que contribuem para as suas 
propriedades ou facilitam o seu emprego tais como, escórias de altoforno, materiais pozolânicos 
e materiais carbonáticos; na realidade, são as adições que definem os tipos de cimentos gerando-
se assim o produto final, o cimento, (Ibid, pág.45). 
Os componentes básicos do cimento Portland são: cao, sio2, al2o3 e fe2o3. Estes componentes 
interagem uns com os outros formando compostos complexos, uma mistura de silicatos e 
aluminados de cálcio que compõem o clínquer, que são responsáveis pelas propriedades físicas 
do cimento. O cimento contém também, como óxidos menores, mgo, so3, na2o, k2o e tio2 
(idem., pág. 50). 
O cimento: basicamente de argila, calcário, areia e uma pequena quantidade de compostos 
contendo ferro que são aquecidos num forno robusto e de grande porte, a altas temperaturas, 
durante tempo suficiente para reagirem quimicamente e se transformarem em pequenas bolas 
chamadas clínquer, como se pode ver na figura 12 abaixo. 
 
 
 
14 
 
Fonte: [1]1 
 
O clínquer é então misturado com gesso e moído formando um pó bastante fino chamado 
cimento. O cimento por seu lado, é o ingrediente chave na produção do concreto, componente 
vital dos edifícios, estradas, casas e escritórios 
 
5.1.3.Processo de fabricação 
O cimento é uma pequena percentagem de argila, queimada juntamente com o calcário e que 
endurece na presença de água. O cimento é utilizado sob a forma de concreto. O concreto é uma 
mistura de cimento, areia e pedra e normalmente utilizado para preencher formas na moldagem 
de vigas e estruturas. 
O cimento é preparado com 75-80% de calcário e 20-25% de argila. A matéria-prima é extraída 
das minas ou pedreiras britada e misturada nas proporções correctas. Esta é colocada em moinho 
de matéria-prima (moinho de cru) e posteriormente cozidos em forno rotativo a temperatura de 
1450ºc. (Oliveira, 2010). 
Finalmente o clinquer é reduzido a pó em um moinho (moinho de cimento) juntamente com 3-
4% de gesso. O gesso tem a função de retardar o endurecimento do clinquer pois este processo 
seria muito rápido se água fosse adicionada a clinquer puro. (Ibid.,pág.12). 
Em casos especiais onde se necessite de cimento com características diferentes das que são 
produzidos se faz o pedido por encomenda. No mercado existe diversos tipos de cimento. 
Cada tipo tem o nome e a sigla correspondente estampada na embalagem para facilitar a 
identificação. Os tipos de cimento adequado aos usos gerais no meio rural encontram se na 
tabela a seguir. 
 
 Tipos de Cimento 
 Nome Sigla 
Cimento Portland comum CP I 
Cimento Portland comum com adição CP I – S – 32 
Cimento Portland composto com escória CP II – E – 32 
Cimento Portland composto com pozolana CP II – Z – 32 
Cimento Portland composto com filer CP II- F – 32 
 
15 
Cimento Portland de alto-forno CP III – 32 
Cimento Portland pozolânico CP IV – 32 
 
Resumidamente existe a seguinte simbologia para representar os tipos de cimento produzido: 
 CP: Cimento Portland. 
 I: Comum. 
 II: Composto. 
 III: De alto-forno. 
 IV: Pozolânico. 
 ARI ou V: Alta resistência inicial. 
 S: Com sulfatos. 
 E: Com escória granulada. 
 51 
 Z: Com material pozolânico. 
 F: Com filler. 
 RS: Resistente a sulfatos. 
 
Os requisitos exigidos para o Cimento Portland são: Índices químicos; perda ao fogo, resíduo 
Insolúvel; Índices físicos: Finura na peneira 0,075 mm (nº 200); Área específica pelo 
permeabilímetro de Blaine; Tempo de início e fim de pega; Expansibilidade a quente e a frio, 
e resistência à compressão. (idem). 
 
5.2.Análises laboratoriais das amostras do calcário 
5.2.1. Colheitas das amostras 
As amostras foram colhidas pelo autor do trabalho numa saída a pedreira com o técnico do 
laboratório de Cimentos de Nacala no mês de Setembro do ano de 2013 na pedreira de 
Relamzapo, distrito de Nacala, província de Nampula, no território moçambicano, e foram 
conservadas em sacos plásticos. As duas amostras de calcários usados no presente trabalho foram 
recolhidas a distância de 50 metros uma da outra. Nota-se também que há muita homogeneidade 
nos calcários que afloram naquela região por isso não houve muita necessidade de mais 
amostras. Deve se salientar que após o processo de extracção do calcário é submetido ao 
 
16 
processo de beneficiação pela empresa de cimento de Nacala permitindo obter o cimento como 
produto final. 
5.2.2.Preparação das amostras no laboratório 
As amostras do calcário foram secas em estufa a 30oC. Após secagem, foi feita a 
homogeneização e quarteamento. Pesou-se 12 a 13 gramas das amostras de calcário 1 e 2 
respectivamente. 
Uma porção da rocha total destinou-se a desagregação e moagem em moinho de argolas de num 
período de 15minutos com uma granulometria inferior a 90μm para um balão plástico. 
Foram separadas diversas tomas das amostras, destinadas aos diferentes ensaios a realizar, tendo 
sido a restante guardada como testemunho. 
 
5.2.3.Análise química – procedimentos 
Um dos métodos utilizados para a análise química das amostras de calcário em estudo neste 
trabalho, foi a Espectrometria de Fluorescência de Raios X (FRX), uma técnica que permite a 
análise de elementos químicos maiores que possuam o número atómico Z> 9, no caso do 
equipamento existente no departamento de Geociências, em concentrações compreendidas entre 
100 % e poucos ppm (Gomes, 1988). 
A base teórica da FRX é o denominado efeito da absorção fotoeléctrica, traduzido no seguinte 
modo: todos os elementos químicos presentes num espécime, são excitados por um feixe 
policromático de raios x primários com determinadas energias, emitindo radiações 
secundárias ou de fluorescência. 
 
5.2.4.Análise mineralógica-Procedimentos 
Para a caracterização dos minerais presentes nas amostras de calcário de 01 e 02 estudados no 
presente trabalho recorreu-se a difracção de raios X (DRX) com difractómetro de RX. As 
análises foram realizadas no laboratório de Geociências da Universidade de Aveiro. A 
identificação dos minerais foi feita tendo por base os picos de difracção referenciados em 
diferentes bibliografias existente para este efeito (Thorez 1976; Brindley e Brown 1980; 
Moore eReynolds 1997), bem como os respectivos picos diagnose e o poder reflector. 
 
17 
5.2.4.Análise quantitativa dos minerais - Procedimentos 
Segundo Guirado (2000) e Feret et al, 1999, a determinação mineralógica quantitativa é 
basicamente feita por meio da difracção de raios x (DRX) fluorescência de raio x (FRX) e da 
microscopia. O presente estudo baseou se em duas amostras de calcário, nomeadamente 
calcário1 e calcário2. 
A análise quantitativa dos minerais presentes em cada amostra através dos diferentes 
difratogramas fez-se a identificação de alguns picos dos minerais que serviram de padrão, 
 
5.2.5.Conclusão das Analises 
Passando primeiramente no cálculo da área triangular que o mineral ocupa seguidamente o 
cálculo da área corrigia que é a relação entre a área medida e o poder reflector do mineral, que 
depois passou-se a somar as áreas corrigidas para se ter a media das áreas que finalmente 
conduziu ao cálculo da percentagem de cada mineral na amostra. 
 
Da análise química dos teores conclui-se que os teores nas amostras analisadas variam de 
53,915% a 53,081% de (CaO); 0,838% a 1,075% de (MgO); 0,027% a 0,023% de (Fe2O3); 
0,009% a nula de (K2O); 0,404% e 0, 325% de (SiO2); 0,285% a 0,310% de (SO3), 
respectivamente amostras de calcário 1 e 2. 
Dos resultados dos ensaios químicos efectuados, as amostras em destaque apresentam na sua 
composição química, alta percentagem de óxido de cálcio (CaO) na ordem de 52,915% na 
amostra 1 e 53,081% de óxido de cálcio (CaO) na amostra 2. Esses resultados permitiram 
concluir que o material testado reúne as condições exigidas para a produção de cimento ou seja, 
todas as composições apresentaram resultados satisfatórios em termos de elevados teores 
de matéria carbonatada e pouca matéria silicatada. 
Segundo os dados laboratoriais da amostra de calcario1, a maior percentagem dos minerais 
identificados vai para o óxido de cálcio (CaO) 52,9% e LOI ou PF com 44,3% que exprime a 
perda de massa do calcário após o aquecimento em mufla a 1000ºc. Outros elementos 
contidos na referida amostra, nomeadamente os óxidos de alumínio, sódio, magnésio, silício, 
fósforo, enxofre, cloro, ferro, estrôncio, têm uma percentagem abaixo de 1% o que revela ser 
um calcário sem muitas impurezas. 
 
 
18 
A semelhança com a amostra1 acima descrita, a amostra 2 apresenta igualmente um valor 
elevado de óxido de cálcio (53%), o valor da perda ao rubro descrita acima, corresponde 
numa média de 44%. O valor de óxido de magnésio atinge a unidade o que não acontece na 
 
amostra1 que o seu valor é inferior a este. A amostra2 não possui óxido de potássio, os outros 
elementos presentes na amostra possuem uma percentagem abaixo de 1%. Pode concluir que 
a amostra 2 é mais pura em relação a primeira. 
Embora alguns parâmetros se encontrem no intervalo aceitável em termos de teores, é preciso 
que o CaO esteja em teores suficientemente elevados pois ele é determinante no processo de 
clinquerização. 
5.3.EXTRAÇÃO DO CALCÁRIO - PROBLEMAS AMBIENTAIS 
Conforme a Mineropar (2004), a extração do calcário em lavra a céu aberto acarreta uma série de 
modificações na paisagem e alterações do meio. Uma das consequências deste processo é o 
desmatamento, pois será retirada a vegetação de acordo com o avanço da lavra e o 
decapeamento, que significa a retirada de material estéril - cobertura de solo, argila ou rocha 
alterada. Além destes, ocasiona um impacto visual pela modificação da topografia em minas a 
céu aberto, constrói industriais, lança resíduos nas encostas, assoreamento no leito do rio e 
acelera o processo de degradação nas intermediações. 
Posteriormente segue o desmonte da rocha através de perfuração, carregamento com explosivos 
e detonação. Na sequência ocorre o carregamento da rocha desmontada em caminhões e 
transporte até a usina de beneficiamento ou pátio de estocagem. 
Também ocorre o transporte de material estéril até o depósito de estéril (botafora) retirado no 
decapeamento. As indústrias de produção da cal, são elementos bastante marcantes na paisagem 
do município de Colombo, misturam-se ao espaço urbano, em áreas rurais instaladas junto à 
vegetação predominante da região, ao lado de cursos de água e mananciais. Este tipo de 
industrialização tradicional onde se emprega pouca tecnologia e muita mão-de-obra barata é 
responsável por criar vários arranjos espaciais dentro da paisagem (SEBRAE, 
2004). 
Conforme a Mineropar (2004), a extração mineral, como várias outras atividades antrópicas, é 
potencialmente degradadora do meio ambiente. Uma característica da mineração é o recurso 
 
19 
natural não renovável, e por mais que se desenvolva dentro dos melhores padrões de controle 
ambiental, sempre resultará num impacto residual, que pode ser corrigido através da reabilitação 
de áreas degradadas. 
O processo de produção da cal segue a etapa da seleção da matériaprima de granulometria e 
qualidade adequada ao processamento. 
Posteriormente o material é selecionado e depositado em pátio de estocagem céu aberto. A 
matéria-prima selecionada é então calcinada em forno vertical com utilização de combustível. 
Após a calcinação, sob condições adequadas de temperatura e tempo de exposição, o produto 
calcinado poderá ser moído para obtenção da cal virgem ou reprocessado na etapa de hidratação 
para obtenção da cal hidratada (SEBRAE, 2004). 
A cal hidratada é obtida através da hidratação da cal virgem, por meio da transformação química 
do óxido de cálcio (CaO) para hidróxido de cálcio 
(CaOH). Esse processo é realizado com a aspersão da água sobre o material calcinado 
imediatamente após a sua retirada do forno vertical. Após a hidratação e a reação da cal, o 
material resultante é deixado para secagem ao ar livre empátio coberto para evitar problemas de 
hidratação excessiva. Após este processo de secagem natural o material é encaminhado ao 
moinho de impacto (SEBRAE,2004). 
Conforme Chaves (2009), a atividade de extração mineral está diretamente relacionada com o 
meio ambiente, devido o volume significativo de material que é extraído e posteriormente 
transportado. Este processo gera impactos ambientais significativos por conta do volume de 
resíduos gerado. 
Desta forma, a mineração provoca um conjunto de efeitos não desejados como depreciação de 
imóveis ao redor, conflitos de uso do solo, transtornos de trafego urbano e degradação. Neste 
âmbito, a mineração do calcário tem contribuído para a degradação do meio ambiente de 
diversas formas, primeiramente pela desmatamento para retirada do minério, acelerando assim o 
processo de erosão, deixando área praticamente inutilizável, criando além do impacto ambiental, 
um impacto visual na paisagem, o qual cria uma desvalorização do espaço; segundo a 
transformação do calcário na cal, requer um processo de industrialização, a qual é movida por 
combustíveis como serragem e lenha, quando estes são utilizados para gerar energia através do 
fogo liberam monóxido de carbono, aumentando assim as emissões de poluentes na atmosfera. 
 
 
20 
Outro problema da industrialização do calcário é com relação aos problemas respiratórios, 
notamos que uma grande parte da população sofre de doenças, provenientes da poeira oriunda da 
atividade econômica, este problema é mais evidenciado, nos períodos de estiagem. Neste sentido, 
verifica-se que a atividade mineradora vem contribuindo negativamente para a qualidade de vida 
da população que habita próxima e no entorno da extração e industrialização do calcário e para o 
meio ambiente, criando um cenário desolador, desmatamentos, áreas erodidas, poluição 
atmosférica, visual e sonora devido as explosões e movimentação de maquinas e caminhões. 
Podemos salientar também a atuação como elemento responsável por uma desorganização do 
espaço, criando arranjos espaciais, os quais denotam uma má qualidade de vida dos habitantes, 
devido à falta de infraestrutura. 
Para os autoresBitoun (2005), Coelho (2006), Guerra e Cunha (2006) destacam para o fato de 
que a questão ambiental na cidade é a expressão da relação conflituosa entre sociedade e 
natureza por meio do processo de produção e reprodução capitalista. Afinal, a crise ambiental se 
revela não só pela aglomeração e ocupação densificada do solo que se reflete através da sua 
impermeabilização, mas também da redução da vegetação, da canalização dos rios, do 
lançamento de efluentes domésticos e industriais e da apropriação desigual dos problemas 
ambientais. 
Quanto à poeira da sílica provocada por esta atividade, Possibom (2001) descreve que produz 
uma doença caracterizada por uma fibrose pulmonar, irreversível e progressiva. O autor ainda 
destaca que não há tratamento para a silicose, doença provocada pela inalação do pó da sílica. 
Como pode ser observado na região em questão, os impactos ambientais e sociais são muito 
perceptíveis, indo contra a lógica do desenvolvimento sustentável, a qual busca uma equalização 
do desenvolvimento econômico e da preservação do meio natural com o intuito de proporcionar 
uma melhor qualidade de vida para a população local. A degradação da paisagem pela extração 
mineral vem criando um cenário desolador, o qual avistamos um elevado índice de poluição 
atmosférica e sonora, desmatamentos e grandes áreas erodidas. Após o fim do processo de 
extração, onde a área não fornece mais matéria prima, ela é desativada sem reestruturação 
alguma, criando assim abandono e poluição visual. Portanto as alterações no meio natural 
acabam sendo inevitáveis, devido à grande demanda de matéria prima exigida pela indústria de 
transformação 
 
21 
6.Conclusão 
Calcário – serve como matéria-prima na produção de cimento, cal e vidro; é também usado na 
agricultura e na pavimentação de vias de acesso. 
Apesar dos usos benéficos do calcário para agricultura, edificação etc sua extração, como toda 
atividade mineradora, gera impactos negativos ao meio ambiente, independente de qual seja o 
seu destino, ao acabar com os afloramentos naturais de calcários e sua vegetação característica 
As empresas atuantes na indústria de mineração e beneficiamento do calcário têm, em geral, uma 
estrutura relativamente fechada (poucas são incorporadas como sociedades anônimas), e poucas 
detêm certificações relativas à qualidade e ao meio ambiente (ISO 9001 e ISO 14.001), sendo 
que essas empresas são majoritariamente ligadas à produção de calcário para a indústria de 
cimento, não à produção de calcário para fins agrícolas. 
 
Fazendo a comparação dos calcários usados para a produção do cimento analisados nos 
laboratórios do Departamento de Geociência da UA e no laboratório da empresa de cimentos de 
Moçambique em Nacala, pode-se tirar a conclusão de que eles não têm muitas variações em 
termos composicionais. As pequenas diferenças em termos de teores químicos não constituem 
nenhum constrangimento na qualidade do cimento. Aconselha-se a empresa Cimentos de 
Moçambique em Nacala a usar os dois tipos de calcários analisados nos dois laboratórios (UA e 
na sua empresa), pois todos os materiais ensaiados reúnem boas qualidades e requisitos para a 
produção de cimento, de acordo com as especificações avançadas pelos autores citados ao longo 
do trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
7.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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conhecimento. 2ª Edição, Instituto de Investigação Científica Tropical, Lisboa, (1998). 
 
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HOLANDA, C. J. N.; GOMES, A. E. P.; MELO, E. B. de; Maranhão, R. J. L.; & outros. 
Calcários de Pernambuco: rochas para fins industriais, 1987. 
 
Afonso, R. S., & Marques, J. M. (1993). Recursos minerais da república de Moçambique – 
Contribuição 
para o seu conhecimento. Instituto de Investigação Científica Tropical. Direcção Nacional de 
Geologia. 
 
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Moçambique: Iniciativas em curso. Actas do II Congresso Internacional TIC e Educação – 
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