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Semiologia - Sistema Nervoso

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29 
 
 
 
 
 
Medula espinhal 
 
Alguns segmentos medulares são craniais à 
vértebra de mesmo nome – vértebras cervicais, 
torácicas, lombares, sacrais. 
- Cães de porte médio e grande: segmentos 
terminam no nível vertebral L6 – L7. 
- Cães de pequeno porte: L5 – L6. 
- Gatos: L7 – S1. 
 
 
 
 
 
Neurônios 
 
Possuem capacidade de excitação (polarização e 
despolarização). São responsáveis por todo o 
início e manutenção da atividade neurológica. 
A divisão é dada por: 
- Neurônios sensitivos 
- Neurônios motores 
• Neurônio Motor Superior (NMS) 
• Neurônio Motor Inferior (NMI) 
 
• O corpo celular localiza-se em várias 
regiões do encéfalo e tronco encefálico. É 
responsável por: 
- Regular a postura 
- Manutenção do tônus muscular extensor 
- Início dos movimentos voluntários. 
• Exerce uma influência inibitória ou 
moduladora sobre o NMI. 
 
• O corpo celular localiza-se na medula 
espinhal e tronco encefálico. 
• Seus axônios deixam a medula nos 
plexos braquial (C6-T2) e lombossacral 
(L4-S3). 
• Realiza a conexão do SNC com a 
musculatura do órgão efetor. 
• Controlado pelo NMS. 
• Importância clínica: inervam membros, 
vesícula urinária, esfíncter anal e esfíncter 
uretral. 
 
Arco reflexo 
 
A associação entre neurônios sensitivos e 
motores torna possível a realização de arcos 
reflexos. Este se dá por uma resposta biológica 
normal e espontânea após a realização de um 
estímulo. 
• A resposta motora é involuntária, ou seja, 
sem a supervisão direta de estruturas 
ligadas à consciência. 
• A avaliação de integridade dos reflexos é 
uma das principais etapas do exame 
neurológico, auxiliando a localizar uma 
lesão. 
 
 
Sistema Nervoso 
30 
 
 
Objetivos 
 
1. Descrever anormalidades neurológicas 
2. Localizar a lesão 
3. Descrever doença não neurológica 
4. Caracterizar o início e progressão 
5. Gerar os diferenciais 
6. Usar os testes auxiliares quando necessário 
para diagnóstico e prognóstico. 
 
Instrumental utilizado 
 
- Martelo de reflexos 
- Lanterna 
- Pinça hemostática 
 
 
Identificação 
 
Espécie, raça, idade, procedência, se o 
atendimento é emergencial ou não, etc. 
 
Anamnese 
 
• Queixa principal; 
- Destrinchar sinais clínicos característicos 
(auxilia a localizar a lesão). 
- Questionar início e curso da doença 
(facilita descobrir a causa da lesão). 
• Nível de consciência do animal, 
mudanças de comportamento; 
• Ocorrência de crises epilépticas 
(convulsões); 
- Descarga elétrica neuronal anormal e 
excessiva 
- Focal ou generalizada 
- Pode ocorrer perda de consciência, 
queda, movimentos anômalos dos 
membros (pedalar), relaxamento de 
esfíncteres, salivação excessiva, 
vocalização e movimentos mastigatórios. 
 
Pode se apresentar principalmente das seguintes 
formas: 
- Automatismo orofuncional (movimento de 
mascar chiclete) 
- Movimentação repetitiva de pedalagem 
- Contração de musculatura da região frontal 
- Tremores de boca 
 
 
- O animal se debate 
- Hipersalivação 
- Relaxamento de esfíncter 
- O animal pode voltar letárgico, deprimido após a 
crise convulsiva. 
 
• Informações sobre alterações em nervos 
cranianos 
- Olfato 
- Visão 
- Audição 
- Assimetria da face (queda da pálpebra, 
lábio, orelha) 
- Apreensão dos alimentos, mastigação, 
deglutição 
- Inclinação da cabeça para um dos lados 
- Alterações no latido/miado 
• Informações sobre locomoção 
- Incoordenação motora 
- Quedas 
- Andar em círculos 
- Movimentos anormais da cabeça 
- Alterações na postura 
- Paresia ou paralisia 
- Relutância ao movimento (dor em 
coluna) 
• Antecedentes 
- Queda, atropelamento, tumores de 
mama (metástase SNC) 
• Ambiente e manejo 
- Contato com substâncias tóxicas 
(plantas, comidas, venenos, 
medicamentos de forma errônea) 
- Banhos carrapaticidas 
31 
 
- Vacinação (importância para raiva, 
cinomose que demonstram sinais 
neurológicos), vermifugação 
• Tratamentos anteriores 
- Medicamentos, doses, intervalos de 
administração, duração, resultados. 
• Alterações de outros sistemas 
- Muitas vezes, o quadro neurológico pode 
ser secundário a um problema em outro 
órgão ou sistema. 
 
• Avaliação do estado geral 
• Atitude/comportamento 
• Escore corporal 
• Estado de hidratação 
• Coloração das mucosas 
• Linfonodos 
• Parâmetros vitais 
- Frequência cardíaca 
- Frequência respiratória 
- Temperatura retal 
- Movimentos ruminais/cecais 
- Pulso femoral 
 
Deve ser sistemático, com o objetivo principal de 
localizar a lesão. 
 
1. Nível de consciência 
2. Avaliação da postura 
3. Avaliação da marcha (déficits proprioceptivos – 
andar em círculos, ataxias...) 
4. Reações posturais (avaliação da 
propriocepção, paresia, paralisia) 
5. Reflexos espinhais (reflexos de retirada do 
membro, por exemplo) 
6. Tônus 
7. Dor (pinçamento interdigital) 
8. Nervos cranianos 
 
Utiliza-se a inspeção e palpação como métodos 
exploratórios no exame. 
 
Nível de consciência 
 
Alerta/vigília: normal 
- Responde apropriadamente aos estímulos 
externos 
 
Obnubilação/depressão: animal quieto, 
sonolento. 
- Tende a adormecer quando não estimulado. Se 
for estimulado pode responder levemente. 
 
Estupor: estado inconsciente. 
- Somente sai do estado inconsciente quando 
acordado por estímulos dolorosos. 
 
Coma: inconsciência profunda. 
- Não acorda nem sob estímulos dolorosos; 
- Reflexos simples estão presentes. 
 
Pode ser determinada a partir daí lesões em 
mesencéfalo e lesões cerebrais difusas. 
 
Postura 
 
Posicionamento de cabeça e tronco. 
- Inclinação de cabeça (head tilt): pode ser 
significativo de uma desordem vestibular central 
(ponte) ou periférica ipsilateral (ouvido interno). 
- Rotação lateral da cabeça (head turn): lesão 
cerebral ipsilateral (telencéfalo/diencéfalo). 
 
Marcha 
 
Observação dos movimentos do animal durante o 
caminhar, correr e andar em círculos sobre uma 
superfície plana e antiderrapante. 
São avaliados: 
• Córtex cerebral: início do movimento. 
• Cerebelo: coordena os movimentos. 
• Sistema vestibular: mantêm a postura e 
o equilíbrio enquanto o movimento 
acontece. 
• Medula espinhal e nervos periféricos: 
conduzem os impulsos sensitivos e 
motores. 
 
Alterações de marcha 
 
- Claudicação (diferenciar de alterações 
ortopédicas – uso ou não do membro, não 
havendo o déficit proprioceptivo); 
- Quadros de ataxia; 
- Paresia (fraqueza) e paralisias (parcial ou 
completa); 
- Andar em círculos. 
 
 
 
 
 
32 
 
 
É a incapacidade de realização da atividade 
motora normal e coordenada (incoordenação 
motora). 
Tipos: 
- Proprioceptiva: lesão na medula espinhal 
(pode apresentar um quadro de paresia) ou 
tronco encefálico. Há perda de noção da 
localização dos membros, base ampla, passos 
longos, arrasta os membros. O animal vai 
apresentar dificuldade ao caminhar, sem a 
firmeza das patas. 
- Vestibular: lesão no sistema vestibular. Há 
perda de equilíbrio, lateralização da cabeça, 
postura agachada com base ampla, queda, andar 
em círculos. 
- Cerebelar: lesão no cerebelo. Inabilidade em 
controlar o ritmo, força e amplitude dos 
movimentos, base ampla, oscilações do tronco, 
tremores e hipermetria (passos largos). 
 
- Paresia: diminuição da movimentação 
voluntária dos membros (fraqueza). É 
considerada menos grave. 
- Plegia (paralisia): perda completa da 
movimentação voluntária dos membros. 
Classificação de acordo com os movimentos 
acometidos: 
• Hemiparesia/Hemiplegia: o animal tem a 
perda de movimentação do membro 
apenas de um lado do corpo. 
• Monoparesia/Monoplegia: perda da 
movimentação de apenas um membro. 
Pode ser indicativo de uma lesão focal. 
• Paraparesia/Paraplegia: acometimento 
dos membros pélvicos. 
• Tetraparesia/Tetraplegia: 
acometimentosdos quatro membros 
(torácicos e pélvicos). 
 
Andar em círculos com demência: lesão 
cerebral. 
• Andar compulsivo, pressionar a cabeça 
contra objetos. 
Andar em círculos com a cabeça pendente 
para o lado: sistema vestibular. 
 
Reações posturais 
 
- Avaliar a propriocepção 
- Revela déficits sutis 
- Elimina compensação dos outros membros 
- Técnica: colocar o membro em uma posição 
anormal para verificar se retorna à posição 
normal. 
Uma vez presente a alteração, é possível 
diferenciar se o animal possui uma lesão 
neurológica ou não. 
• Contralateral: alteração cerebelar. 
• Bilateral: alteração em tronco encefálico. 
• Ipsilateral: alteração cerebelar, medular 
ou nervos periféricos. 
 
• Propriocepção 
• Saltitamento 
• Carrinho de mão 
• Hemiestação e hemilocomoção 
 
Reflexos medulares 
 
Objetivo: determinar se a lesão está localizada no 
NMS ou NMI. 
 
Reflexos testados rotineiramente: 
• Patelar 
• Flexor (membro pélvico e membro 
torácico) 
• Perineal 
• Panículo 
 
- Bater com o martelo sobre o ligamento patelar 
- Membro em uma posição relaxada e semifletida 
- Cautela em animais com luxação de patela 
- Resposta normal: extensão do joelho 
- Segmentos medulares envolvidos: L4, L5 e L6. 
• Reflexo diminuído ou ausente: lesão de 
NMI dos segmentos medulares L4-L6. 
• Reflexo aumentado: lesão do NMS 
cranial a L4. 
 
 
 
 
33 
 
- Compressão do espaço interdigital 
- Resposta normal: retirada do membro, com 
flexão de todas as articulações. 
- Segmentos medulares envolvidos: 
Membros torácicos – C6, C7, C8, T1 e T2. 
Membros pélvicos – L6, L7, e S1. 
• Reflexo diminuído ou ausente: lesão de 
NMI. 
• Reflexo aumentado: lesão de NMS 
cranial ao segmento medular avaliado. 
Obs: se houver extensão do membro 
contralateral (reflexo extensor cruzado), há 
lesão no NMS. 
 
- Estimulação do períneo com uma pinça 
hemostática 
- Resposta normal: contração do esfíncter anal e 
flexão da cauda 
- Avalia-se a integridade do nervo pudendo, 
segmentos espinhais S1-S3 e cauda equina. 
 
- Avalia a integridade da inervação da 
musculatura subcutânea do tronco 
- Pinçamento da pele dorsolateral entre T2 e L5 
(mais precisamente entre T3 e L3) 
- Resposta normal: contração bilateral da 
musculatura subcutânea 
- Lesão medular: ausência de resposta 
caudalmente ao local de estímulo e resposta 
normal cranialmente à lesão. 
 
Avaliação sensitiva 
 
Avaliação da percepção consciente de dor 
(sistema sensorial). 
 
- Reflexo de dor superficial 
• Agulha ou pinça hemostática: espeta-
se/belisca-se a superfície dorsal dos 
membros. 
Respostas esperadas: 
• Contração da musculatura subcutânea 
• Retirada do membro 
• Mudança comportamental (virar a cabeça, 
vocalização, tentativa de morder). 
 
- Reflexo de dor profunda 
• Aplica-se uma pressão nas falanges 
distais com uma pinça. 
Resposta esperada: retirada do membro com 
mudança comportamental (virar a cabeça, 
vocalização, tentativa de morder). 
 
 
Avaliação de nervos cranianos 
 
I. Nervo olfatório: oferecer algum alimento ou 
algo com cheiro forte. 
II. Nervo óptico: Utilizar um foco de luz (pode ser 
a lanterna) para avaliar o reflexo pupilar. A 
resposta normal do animal é a miose (a pupila se 
contrai). Perda da visão também é uma 
característica de lesão em nervo óptico. 
III. Nervo oculomotor: É feito também o teste de 
reflexo pupilar sob estímulo luminoso. A resposta 
normal do animal é a miose e reflexo consensual 
no outro olho. 
Obs: se apresentou midríase (dilatação da 
pupila) somente no olho em que foi exposto o 
foco de luz, provavelmente há lesão no nervo 
óptico. Entretanto, se também houve midríase no 
olho contralateral como reflexo consensual, 
provavelmente o animal tem uma lesão de nervo 
oculomotor e quiasma óptico. 
 
III. Oculomotor, IV. Troclear e VI. Abducente: 
controle da movimentação do globo ocular. 
• Avaliar posição do globo ocular 
• Verificar se há estrabismo 
• Movimentar a cabeça do animal para 
cima, para baixo e para os lados e 
observar alterações no posicionamento 
dos globos oculares. 
V. Nervo trigêmeo: função sensorial (percepção 
da face). 
• Nervo facial age em conjunto (ação 
motora) 
• Ramos: oftálmico, maxilar e mandibular. 
• Técnica: passar o cotonete nas regiões de 
ramo oftálmico (reflexo palpebral) e nas 
regiões de ramo maxilar/mandibular. 
• Normal: movimentação das regiões, 
piscar de olhos. 
Função motora (controle de músculos faciais). 
• Palpar músculos temporal e masseter, 
verificando se tem atrofia; 
• Abertura da boca para avaliar o tônus 
muscular. O normal é o animal apresentar 
resistência em abrir a boca. 
34 
 
VII. Nervo facial: controle dos músculos faciais, 
percepção gustativa. 
• Avaliar função motora para os músculos 
da expressão facial; 
• Simetria facial, reflexo palpebral; 
• Lesões: ptose de orelhas, ptose labial ou 
ptose palpebral. 
XI. Nervo acessório: controle motor da faringe, 
laringe, palato, músculo do pescoço e ombro. 
• Lesão: geralmente o animal pode 
apresentar uma hipotrofia ou atrofia da 
musculatura do pescoço (músculo 
braquicéfalico, esternohioideo, etc), 
animais com paralisia de laringe também 
é uma característica de lesão do nervo. 
VIII. Nervo vestibulococlear 
• Ramo coclear (percepção auditiva) 
- Produzir um barulho próximo ao animal 
- Resposta normal: virar a cabeça ou 
orelhas em direção ao barulho. 
• Ramo vestibular (percepção postural) 
- Lesões: inclinação de cabeça, 
estrabismo posicional, nistagmo 
patológico. 
IX. Nervo glossofaríngeo: percepção sensorial 
faringe, laringe e palato. 
X. Nervo vago: percepção sensorial orelha, 
faringe, laringe, tórax e vísceras. 
XII. Nervo hipoglosso: controle músculo da 
faringe, laringe e língua. 
• Glossofaríngeo e vago: incitar o reflexo 
de vômito, deglutição. 
- Lesões: o animal pode apresentar 
ausência no reflexo de vômito, disfagia, 
vocalização alterada (paralisia de laringe). 
• Hipoglosso: lesões causam assimetria, 
atrofia e desvio da língua. 
 
• Exame radiográfico simples e 
contrastado (mielografia): para 
avaliação de coluna vertebral geralmente 
é recomendado que o animal esteja 
anestesiado ou sedado, para que haja o 
relaxamento completo, sendo possível 
avaliar os espaços intervertebrais de 
forma clara. 
• Análise do líquor; 
• Tomografia computadorizada e 
ressonância magnética; 
• Eletroencefalografia;

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