Buscar

analis-demons-contabeis-4

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 45 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 45 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 45 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Análise das 
Demonstrações Contábeis
Unidade 4
Análise de Investimentos e M&A
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria
MICHEL TEIXEIRA PEREIRA
AUTORIA
Michel Teixeira Pereira
Sou formado em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do 
Rio Grande do Sul (UFRGS) e professor do Departamento de Administração 
do Centro de Ensino Grau Técnico Curitiba, com experiência em ministrar 
as disciplinas de Contabilidade Societária, Análise das Demonstrações 
Contábeis, Economia e Mercado, Gestão da Qualidade e Contabilidade 
Introdutória. Possuo experiência profissional em empresa de gestão 
financeira, onde trabalhei com avaliação de empresas e gestão de 
recursos por meio de indicadores econômicos e financeiros. Também fui 
assistente contábil e financeiro em empresas da área de comunicação 
(TV, rádio e jornal) com ênfase em gestão contábil e financeira. Atuei no 
setor bancário com atendimento a empresas de pequeno e médio portes 
realizando visitas técnicas e negociações. Sou apaixonado pelo que faço 
e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando 
em suas profissões. Por isso fui convidado pela Editora Telesapiens a 
integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder 
ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Retorno sobre o investimento (ROI) .................................................... 10
Entendendo o retorno sobre o investimento (ROI) ................................................. 10
Alavancagem financeira ........................................................................... 14
Introdução à alavancagem financeira .............................................................................. 14
Grau de alavancagem financeira ......................................................................................... 17
Estratégias para aumentar o grau de alavancagem financeira ..................... 19
Calculando o GAF – Exemplo ............................................................................................... 20
Alavancagem Operacional e Alavancagem Total ..........................26
Grau de Alavancagem Operacional ...................................................................................26
Determinando o GAO – Exemplo ........................................................................................27
Alavancagem Total ........................................................................................................................ 30
Ponto de equilíbrio (break even point) ............................................................................32
Considerações sobre alavancagem ..................................................................................33
Análise de ações e valor criado ao acionista (tópicos 
especiais) ........................................................................................................ 35
Valor patrimonial ..............................................................................................................................35
Valor de mercado ............................................................................................................................37
Lucro por ação (LPA).................................................................................................................... 38
Preço/Lucro (P/L).......................................................................................................................... 39
Dividendos por Ação (DPA) ..................................................................................................... 40
Dividend Yield (DY) ........................................................................................................................ 40
Margem EBITDA ............................................................................................................................... 41
7
UNIDADE
04
Análise das Demonstrações Contábeis
8
INTRODUÇÃO
Esta unidade visa introduzir o leitor na Análise da Alavancagem. 
O que são as alavancagens financeira, operacional e total? O que é o 
índice de retorno sobre o investimento e como é feito sua análise? Quais 
os principais índices de análise sob a ótica do acionista? Como se cria 
valor (riqueza) ao acionista? A presente obra foi preparada de forma 
bastante objetiva e direta e busca integrar teoria e prática. Espero que 
este livro possa ser uma efetiva contribuição não somente para a sua 
formação acadêmica, leitor, mas também para o seu aprimoramento e 
evolução profissional. Tenha em mente que este conteúdo requer estudo 
constante e contínuo. Sua trajetória como analista das demonstrações 
contábeis está apenas no começo! Mergulhe de cabeça neste universo 
e faça uma boa leitura!
Análise das Demonstrações Contábeis
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso objetivo é auxiliar 
você no atingimento dos seguintes objetivos de aprendizagem até o 
término desta etapa de estudos:
1. Interpretar o Retorno sobre o Investimento (ROI).
2. Prever a Alavancagem Financeira.
3. Interpretar a Alavancagem Operacional e Alavancagem Total.
4. Selecionar alguns tópicos especiais sobre a criação de valor ao 
acionista.
Então? Preparado(a) para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
Análise das Demonstrações Contábeis
10
Retorno sobre o investimento (ROI)
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de entender 
o que é o índice ROI e como analisá-lo. Quais são suas 
finalidades? O que elas indicam? Além de verificar exemplos 
práticos. Motivado(a) para desenvolver esta competência? 
Então, vamos lá. Avante!
Entendendo o retorno sobre o investimento 
(ROI)
O ROI, do inglês Return on Investment, é uma medida de desempenho 
usada para avaliar a eficiência de um investimento ou comparar a eficiência 
de investimentos diferentes. 
O ROI tenta medir diretamente a quantidade de retorno de um 
investimento específico em relação a seu custo. Para calcular o ROI, o 
benefício (ou retorno) de um investimento é dividido pelo custo do 
investimento (INVESTOPEDIA, 2019).
O resultado é expresso em porcentagem ou proporção.
A fórmula do ROI é:
ROI = valor atual do investimento - custo do investimento / custo 
do investimento
Em outras palavras:
ROI = valor de mercado - patrimônio líquido / patrimônio líquido
Na fórmula acima, valor atual do investimento refere-se aos recursos 
obtidos com a venda do investimento de interesse. Como o ROI é medido 
como uma porcentagem, pode ser facilmente comparado aos retornos de 
outros investimentos, permitindo medir uma variedade de investimentos 
uns contra os outros.
Análise das DemonstraçõesContábeis
11
Figura 1 – Comparando investimentos
Fonte: Pixabay
O ROI é uma medida muito utilizada, visto que é simples e versátil. 
Basicamente, é um indicador da lucratividade de uma empresa, mas 
também é utilizado para expansão fabril, transações imobiliárias e 
investimento em ações.
Normalmente, um ROI positivo significa que é um bom investimento. 
Contudo, o analista deve levar em consideração outras oportunidades 
com o ROI maior, logo a opção com maior ROI é a melhor, mesmo que 
todos os comparados sejam positivos. Por outro lado, investimentos com 
ROI negativo devem ser evitados.
Analise o exemplo:
Arthur investiu R$ 1.000,00 na Cia. ABC em 2017 e vendeu suas 
ações por um total de R$ 1.200,00 um ano depois. Para calcular o ROI, 
deve-se realizar a divisão dos lucros (R$ 1.200,00 - R$ 1.000,00 = R$ 
200,00) pelo custo do investimento (R$ 1.000,00), para obter-se um ROI 
de 20% (R$ 200,00/R$ 1.000).
Com o ROI de 20% obtido na Cia. ABC, é possível compará-lo com 
outros investimentos. Suponha-se que Arthur também tenha investido 
Análise das Demonstrações Contábeis
12
R$ 2.000,00 na Cia. Abraço em 2014 e tendo vendido a totalidade de suas 
ações por R$ 2.800,00 em 2017. O ROI do Arthur obtido na Cia. Abraço 
seria de 40% (R$ 800,00/R$ 2.000,00).
Limitações do ROI
Algumas limitações podem ocorrer nesse tipo de análise, 
principalmente ao se comparar investimentos. O ROI do segundo 
investimento de Arthur foi duas vezes maior que o primeiro. No entanto, 
no primeiro investimento, o tempo entre a compra e a venda foi de um 
ano e, no segundo, de três anos.
Nesse caso, para comparar os dois investimentos de forma 
igualitária, deve-se obter o ROI anual médio. Como o ROI do segundo 
investimento era de 40% e levou três anos, é plausível dividir os 40% por 
3 para obter-se 13,33%. Sendo assim, com base nesse ajuste, apesar de o 
segundo investimento ter rendido maior lucro, o primeiro foi na verdade 
o mais eficiente, pois, no mesmo período de tempo, teve um rendimento 
superior.
Novas métricas do ROI
Nos últimos tempos, investidores buscaram uma nova forma de 
mensurar o ROI, que ficou conhecida como SROI (Retorno Social do 
Investimento).
O SROI foi desenvolvido inicialmente no início dos anos 2000, 
levando em consideração os impactos mais amplos de projetos que 
utilizam valor extra financeiro (ou seja, métricas sociais e ambientais 
que atualmente não são refletidas nas contas financeiras convencionais) 
(INVESTOPEDIA, 2019).
Suponha que uma companhia tenha se comprometido a substituir 
toda a iluminação por lâmpadas mais econômicas e reciclar a água em 
suas fábricas. Esse investimento tem um custo imediato e pode impactar 
negativamente o ROI tradicional. Contudo, o benefício líquido a longo 
prazo, para a sociedade e o meio ambiente, pode considerar um SROI 
positivo. 
Análise das Demonstrações Contábeis
13
Existem também outros exemplos de ROI para fins específicos. 
Como é o exemplo do ROI das estatísticas de mídia social, que verifica se 
as campanhas de mídia social foram bem sucedidas, quantas curtidas ou 
cliques são gerados para cada real gasto, ou mesmo ROI de campanhas 
de publicidade, para identificar o retorno das estatísticas de marketing por 
real consumido.
Existe, também, o ROI de aprendizado, referente ao retorno de 
aprendizado por real gasto. Logo, inúmeras formas de ROI são possíveis 
e cada companhia pode desenvolver a sua de acordo com seu nicho de 
atuação.
RESUMINDO:
Neste capítulo analisamos o que é o retorno sobre o 
investimento (ROI), analisamos um exemplo e suas 
características.
Análise das Demonstrações Contábeis
14
Alavancagem financeira
OBJETIVO:
Neste capítulo, é apresentada a Alavancagem Financeira. 
Quais são suas finalidades? O que ela indica? Sua fórmula, 
seu significado e sua interpretação. Motivado(a) para 
desenvolver esta competência? Então, vamos lá. Avante!
Introdução à alavancagem financeira
Vamos começar com uma situação hipotética. Considere duas 
companhias.
A empresa A utiliza-se apenas de capital próprio para financiar seu 
ativo. Ela obtém um retorno de 20% sobre esse ativo. O retorno sobre o 
Patrimônio Líquido (PL) será também de 20%, dado que todo o seu ativo 
é formado pelo PL.
A empresa B obtém o mesmo retorno de 20% sobre o ativo, mas 
recorrendo a recursos de terceiros, consegue dobrar seu investimento em 
ativo. Vejamos o que ocorreria em três situações distintas.
Exemplo 1
Quadro 1 – Custo do empréstimo: igual à taxa de retorno sobre o ativo
Fonte: Elaborado pelo autor (2021).
Verifica-se que o retorno sobre o PL é idêntico, igual a 20%. 
Nenhum benefício ou prejuízo adicional se transferiu aos acionistas como 
consequência do empréstimo.
Análise das Demonstrações Contábeis
15
Quadro 2 – Custo do empréstimo: inferior à taxa de retorno 
sobre o ativo. Considere o custo do empréstimo de 10%
Fonte: Elaborado pelo autor (2021).
No segundo caso, a empresa A obteve um retorno de 20% sobre o 
PL, e a empresa B, recorrendo ao endividamento, teve um retorno de 30%.
Note-se que os valores colocados para o ativo nas duas empresas são 
apenas os iniciais. Na verdade, a receita seria adicionada ao ativo inicial, 
subtraindo-se os juros (se estes forem pagos) ou adicionando-os ao 
passivo. O PL final ficaria alterado pela diferença entre receita e despesa.
No segundo caso, consegue-se aumentar o rendimento dos 
acionistas de 20 para 30% pelo uso do endividamento.
Quadro 3 – Custo do empréstimo: superior à taxa 
de retorno sobre o ativo. Considere de 30%
Fonte: Elaborado pelo autor (2021).
Verifica-se que nesse caso foi desvantajosa a obtenção de 
financiamento, pois o lucro final foi menor. A empresa A obteve um retorno 
de 20%, e a empresa B, de apenas 10% sobre o PL.
Exemplo 2
A alavancagem financeira será tanto maior quanto for a participação 
do Capital de Terceiros na Estrutura Financeira. 
Análise das Demonstrações Contábeis
16
Quadro 4 – Análise das três alternativas de endividamento, 
do ponto de vista da empresa e do acionista
Fonte: Elaborado pelo autor (2021).
Quadro 5 – Análise caso os resultados operacionais 
sofram alguma redução. Condidere 50%
Fonte: Elaborado pelo autor (2021).
Nesse caso, o uso de mais capital de terceiros é prejudicial 
(alavancagem desfavorável), pois o retorno sobre o investimento (Ativo 
Total) é de apenas 15%, inferior, portanto, ao custo do capital de terceiros.
Análise das Demonstrações Contábeis
17
Grau de alavancagem financeira
A Alavancagem Financeira é a capacidade da companhia de utilizar 
recursos de terceiros para maximizar os resultados da variação do lucro. 
A força da Alavancagem Financeira pode aumentar o retorno dos 
investimentos dos acionistas e, com frequência, há vantagens fiscais 
relacionadas com a obtenção de empréstimos, pelo fato da possibilidade 
de dedução no Imposto de Renda das despesas com os juros (SILVA, 
2000).
Uma alta Alavancagem Financeira pode determinar altos impactos 
nos resultados, tanto positivos quanto negativos, decorrentes da utilização 
de capitais de terceiros. 
Companhias com altas alavancagem financeiras estão sujeitas ao 
risco de falência no caso de não gerarem recursos capazes de honrar com 
suas dívidas, ou mesmo, de realizarem novos financiamentos quando não 
conseguirem renegociar os seus.
O retorno do capital próprio de uma empresa está ligado à 
rentabilidade do negócio e à sua boa administração financeira.
A Alavancagem Financeira traz a possibilidade dos investidores 
obterem maior rentabilidade pelo uso intensivo do capital de terceiros 
(financiamentos e empréstimos). Os juros do financiamento são tratados 
como custos fixos, permitindo o fenômeno da alavancagem.
Nos episódios em que o Retorno sobre o Capital Próprio (ROE) for 
superior ao custo de captação de recursos em terceiros, será admissível 
o interesse no endividamento, já que essa diferença proporcionará uma 
elevação na mesmamedida nos resultados dos acionistas, em virtude da 
alavancagem da rentabilidade (SILVA, 2000).
A expressão Alavancagem Financeira significa o que a empresa 
consegue alavancar, ou seja, aumentar o lucro líquido por meio da 
estrutura de financiamento. Já a Alavancagem Operacional significa o 
quanto a empresa consegue aumentar o lucro por meio da atividade 
operacional, basicamente, em função do aumento da margem de 
Análise das Demonstrações Contábeis
18
contribuição (diferença entre receitas e custos variáveis) e manutenção 
de custos fixos.
O cálculo do Grau de Alavancagem Financeira (GAF) é realizado da 
seguinte forma:
Nas situações em que o GAF for maior que 1, os recursos captados 
de terceiros resultarão em um impacto positivo sobre o ROE.
Nos episódios em que o GAF for igual a 1, não haverá Alavancagem 
Financeira, dado que não houve aumento da rentabilidade com a captação 
de recursos de terceiros.
Por fim, quando o GAF for menor que 1, a situação será desfavorável, 
uma vez que a captação de recursos de terceiros não foi capaz de 
impactar de forma positiva o ROE. O Quadro 6 apresenta um resumo 
destas considerações.
Quadro 6 – Avaliação do grau de alavancagem financeira
Fonte: Adaptado de Silva (2000).
Análise das Demonstrações Contábeis
19
Estratégias para aumentar o grau de 
alavancagem financeira
Observe no Quadro 7 algumas estratégias que podem ser adotadas 
com o objetivo de aumentar o GAF, cuja adoção poderá ser isolada ou 
conjunta.
Quadro 7 – Estratégias para maximizar o grau de alavancagem financeira
Fonte: Adaptado de Silva (2000).
Figura 2 – Alavancagem financeira
Fonte: Freepik
Análise das Demonstrações Contábeis
20
Calculando o GAF – Exemplo
Visto que os recursos obtidos de terceiros proporcionam redução 
na carga tributária, deve-se considerar o quanto a companhia deixou 
de pagar de impostos devido aos custos assumidos com a dívida. 
Indiretamente essa técnica representa lucro para os acionistas, em razão 
das despesas com juros ou despesas financeiras serem dedutíveis do 
cálculo do Imposto de Renda (empresas optantes pelo Lucro Real).
Para melhor entendimento do conceito de Alavancagem Financeira, 
considere os cálculos do ROI, ROE e GAF, por meio da realização das 
seguintes etapas, segundo (SILVA, 2000):
1. Identificação do valor de Investimentos e do Passivo Oneroso e 
não Oneroso.
2. Cálculo da carga tributária do Imposto de Renda + Contribuição 
sobre o lucro.
3. Cálculo do ROI, ROE e GAF.
1. Identificação do valor de investimentos e do passivo oneroso e 
não oneroso
Os Passivos não Onerosos não apresentam despesas financeiras 
embutidas e são essenciais para a atividade da companhia. Exemplos: 
salários, fornecedores e impostos.
O valor dos seus investimentos é definido como seu Ativo Total 
menos os Passivos não Onerosos.
Os Passivos Onerosos apresentam algum tipo de encargo financeiro. 
Exemplos: juros e taxas, que geram mais despesas para a companhia.
Vejamos um exemplo.
Análise das Demonstrações Contábeis
21
Quadro 8 – Determinação do valor dos investimentos da Cia. ABC
Fonte: Adaptado de Silva (2000).
Como é possível verificar, os Passivos não Onerosos são aquelas 
contas que não possuem nenhum tipo de encargo financeiro.
Agora vejamos um exemplo de Passivos Onerosos.
Quadro 9 – Determinação dos passivos onerosos da Cia. ABC
Fonte: Adaptado de Silva (2000).
O Passivo Oneroso tem envolvimento direto com instituições 
financeiras e inclui debêntures, visto que a debênture é o título de dívida 
com juros que a empresa emite para seus investimentos.
2. Cálculo da carga tributária do Imposto de Renda + Contribuição 
sobre o lucro
O primeiro passo é identificar a carga tributária líquida incidente 
sobre o resultado da companhia. Para essa finalidade, dividimos a Provisão 
para o Imposto de Renda (IR) pelo Lucro antes do IR, ambos constantes da 
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).
Análise das Demonstrações Contábeis
22
Suponha que:
Provisão para o IR = 80.211
Lucro antes do IR = 242.060
O segundo passo é avaliar o impacto dos juros sobre financiamentos 
na DRE. Isso tornará possível definir o Lucro Operacional após o IR. 
As Despesas Financeiras são dedutíveis para o cálculo do IR. Sendo 
assim, podem ser percebidas como economia na carga tributária final. 
Essa etapa nos permitirá determinar o Lucro Operacional após o IR. As 
Despesas Financeiras Líquidas devem ser percebidas como elemento 
de economia no cálculo da carga tributária final, tendo em vista que as 
Despesas Financeiras são dedutíveis para o cálculo do IR devido. Deve-se 
considerar o cálculo do Lucro Operacional sem considerar a estrutura de 
financiamento da companhia, ou seja, aquele lucro gerado pelos ativos da 
empresa. Efetuadas as reclassificações descritas, teremos a seguinte DRE.
Quadro 10 – Determinação do resultado do exercício ajustado da Cia. ABC
Fonte: Adaptado de Silva (2000).
Análise das Demonstrações Contábeis
23
Observe que a obtenção de recursos com terceiros gerou uma 
economia de IR de R$ 251.578,00.
3. cálculo do ROI, ROE e GAF
Para não onerar a rentabilidade do capital próprio (ROE), a melhor 
opção é financiar-se com taxas menores ao ROA e ao ROI da companhia 
e assim obter um GAF positivo.
Casos em que o ROE é maior que o ROI são um indicativo de que a 
companhia consegue recursos no mercado a taxas atrativas ou inferiores 
ao retorno do dinheiro aplicado no empreendimento.
Se a companhia não possuísse nenhum Passivo ou capital de 
terceiros, o ROE seria o mesmo que o ROI e o Lucro Líquido seria igual ao 
Lucro Operacional após o IR.
Por fim, verifica-se o ROI e o ROA sobre o ROE, levando em 
consideração o impacto da economia de IR com a dedutibilidade das 
Despesas Financeiras resultantes dos financiamentos obtidos.
Vejamos, agora, o GAF, considerando o efeito do IR e a apuração do 
valor dos Investimentos Líquidos e Passivo Oneroso no Quadro 11.
Quadro 11 – Valores a serem considerados para a apuração da GAF após 
ajustes nas contas da DRE e Balanço Patrimonial da Cia. ABC em 31/12/X3
Fonte: Adaptado de Silva (2000).
ROI/ROA = Rentabilidade do Ativo sobre o lucro operacional 
Análise das Demonstrações Contábeis
24
Pelo resultado apurado, a Cia. ABC obteve um ROI/ROA de 14,88% 
dos investimentos mantidos em 20X3. A fim de se verificar se o mesmo é 
atrativo, deve-se compará-lo com o ROE e com o custo do endividamento.
ROE = Rentabilidade do Patrimônio Líquido 
No caso apresentado, a Cia. ABC trabalhou com recursos de 
terceiros e apurou um ROE superior ao ROI no exercício, uma indicação 
de que o custo da dívida não impactou negativamente o retorno sobre o 
capital próprio.
Custo da Dívida 
Finalizando, observe-se que os recursos levantados no mercado 
financeiro pela Cia. ABC, a um custo líquido de 12,80%, foram aplicados 
em ativos que renderam 14,88% de retorno.
GAF = Grau de Alavancagem Financeira
Esse GAF indica que o ROE é maior que o ROI, evidenciando que o 
custo da dívida da Cia. ABC é inferior ao Retorno dos Investimentos (ROI). 
Nesse caso específico, os recursos captados alavancaram a empresa 
financeiramente.
No Quadro 12, é possível ver o comportamento do Grau de 
Alavancagem Financeira em variados cenários.
Análise das Demonstrações Contábeis
25
Quadro 12 – Comportamento do grau de alavancagem financeira
Fonte: Adaptado de Silva (2000).
Os cálculos foram feitos partindo de uma situação em que não há 
capital de terceiros onerosos (Empresa A) e, por consequência, inexistindo 
despesas financeiras, até chegar em um cenário em que quase a totalidade 
do capital investido é de terceiros (Empresa C). Lembre-se que, para haver 
alavancagem financeira, é necessário que a riqueza gerada pelo uso de 
recursos de terceiros seja maior que o custo (juros) deste recurso.
RESUMINDO:
Neste capítulo, estudamos a introdução à alavancagem 
financeira e compreendemos o grau de alavancagem 
financeira.Vimos estratégias para aumentar o grau de 
alavancagem financeira e um exemplo de cálculo do GAF.
Análise das Demonstrações Contábeis
26
Alavancagem Operacional e 
Alavancagem Total
OBJETIVO:
Neste capítulo, são apresentadas a Alavancagem 
Operacional e a Alavancagem Total. Quais são suas 
finalidades? O que elas indicam? Sua fórmula, seu significado 
e sua interpretação. Motivado(a) para desenvolver esta 
competência? Então, vamos lá. Avante!
Grau de Alavancagem Operacional
A Alavancagem Operacional diz respeito ao uso de ativos 
operacionais (custos e despesas fixas), com a finalidade de maximizar 
o lucro antes dos juros e impostos. A partir da análise da Alavancagem 
Operacional de uma companhia, é possível verificar a viabilidade 
econômica, identificando as causas das variações nos resultados e sua 
natureza cíclica. Sendo assim, existe a possibilidade de verificar o impacto 
no resultado, com base na variação do volume de vendas, tornando-
se, dessa forma, um bom instrumento para construção de cenários 
econômicos.
Quando se analisa uma Demonstração de Resultado, existem dois 
tipos de custos: os fixos e os variáveis.
Quadro 13 – Custos fixos e variáveis
Fonte: Silva (2000, p. 163).
Análise das Demonstrações Contábeis
27
Imagine que uma empresa tenha uma elevada estrutura de custos 
fixos em relação aos seus custos totais. Se ela aumentar o volume de 
produção, logo seu lucro operacional será maior. 
Em contrapartida, se sua estrutura de custos variáveis for maior em 
relação aos seus custos totais, sua rentabilidade tenderá a cair, podendo 
levar ao prejuízo e, consequentemente, a um estado de insolvência. Dessa 
forma, o conceito de Alavancagem Operacional pode ser associado ao de 
risco de negócio da empresa.
Um bom Grau de Alavancagem Operacional (GAO) é determinado 
pela estrutura de custos da empresa, quando esta apresenta maior 
capacidade de alavancar os lucros com a manutenção de maiores custos 
fixos em relação aos custos totais (SILVA, 2000). 
Entretanto, com custos fixos maiores, também há o risco de a 
empresa diminuir o volume de produção e apresentar prejuízos.
Para calcular o GAO, utilizamos a seguinte divisão:
Como a DRE não apresenta de forma detalhada quais são os custos 
fixos e variáveis da empresa, a apuração do GAO por analistas externos se 
torna difícil, a menos que a empresa forneça de forma excepcional esses 
dados.
Determinando o GAO – Exemplo
Observe no Quadro 14 a síntese de um exemplo para ilustrar a 
determinação do GAO, considerando duas empresas (A e B), com volume 
de atividade e Lucros Operacionais idênticos, mas com suas estruturas de 
custos (despesas) diferentes.
Análise das Demonstrações Contábeis
28
Quadro 14 – Estrutura de custos das empresas A e B
Fonte: Adaptado de Silva (2000).
Seguindo a lógica dos conceitos apresentados, a empresa A possui 
maiores custos fixos em sua estrutura de custos, tendo, assim, maior 
capacidade de Alavancagem Operacional. Ou seja, um maior volume de 
vendas irá alavancar seus resultados, assim como uma diminuição do 
volume de vendas irá incorrer em maior risco de insolvência.
Observe no Quadro 15 o que aconteceria com o GAO dessas 
empresas (A e B), caso ocorresse um aumento de 20% no seu volume de 
vendas.
Quadro 15 – Impacto do aumento de 20% no volume 
de operações na apuração do GAO das Empresas A e B
Fonte: Adaptado de Silva (2000).
Caso as vendas aumentassem 1%, a empresa A elevaria 7% de seus 
resultados operacionais. Por outro lado, na Empresa B, um aumento de 1% 
nas vendas causaria variação positiva de 3%. Esse fenômeno acontece pelo 
Análise das Demonstrações Contábeis
29
fato da elevação das vendas não afetar a variação dos custos e despesas 
fixos. Logo, a empresa A tem maior volatilidade na sua Alavancagem 
Operacional, além de assumir um risco operacional mais elevado.
No exemplo do Quadro 16, ocorre uma redução de 20% no volume 
de vendas. A empresa A se mostra sem capacidade de cobrir seus custos 
e despesas fixas, realizando prejuízo operacional. A Empresa B consegue 
manter-se lucrativa, pois possui uma estrutura de custos e despesas fixas 
mais enxuta.
Quadro 16 – Impacto da diminuição de 20% no volume 
de operações na apuração do GAO das Empresas A e B
Fonte: Adaptado de Silva (2000).
A partir das análises feitas, é possível verificar que o GAO proporciona 
maior alavancagem dos lucros operacionais, mas, também, eleva o risco 
operacional da companhia. Altos valores de GAO determinam maior 
participação de custos e despesas fixas na estrutura de resultados.
Segundo Silva (2000), é possível apurar o GAO nos casos em que 
não se conhecem as variações no volume de atividade e nos resultados a 
partir da seguinte fórmula:
Onde:
RV = Receitas de Vendas (no período)
CDV = Custos e Despesas Variáveis (no período)
CDF = Custos e Despesas Fixos
Análise das Demonstrações Contábeis
30
Caso fosse aplicada essa fórmula nas Empresas A e B, veríamos o 
seguinte:
Uma forma de avaliar o GAO seria comparando-o com o GAO médio 
do setor de atuação da companhia. Contudo, não há como afirmar que 
exista um GAO ideal.
Na visão de Silva (2000), o GAO só teria duas validades:
Comparar duas estruturas de custos, evidenciando que a empresa 
que tem maior GAO é mais alavancada.
Calcular qual será a variação do Lucro Operacional, dada uma 
variação percentual esperada no volume de vendas.
Alavancagem Total
A Alavancagem Operacional está relacionada diretamente com os 
custos e despesas fixas das companhias, representando risco operacional. 
Entretanto, as companhias continuam expostas pela Alavancagem 
Financeira, que é decorrente da utilização de capital de terceiros na 
estrutura de financiamento. Sendo assim, a alavancagem financeira está 
diretamente ligada ao passivo e, se não há capital de terceiros, não há 
alavancagem financeira.
Quadro 17 – Alavancagem x Riscos
Fonte: Silva (2000, p. 167).
O Grau de Alavancagem Total (GAT) é determinado pela junção 
entre Alavancagem Operacional e Alavancagem Financeira, podendo 
determinar, assim, o risco da empresa.
Análise das Demonstrações Contábeis
31
A fórmula do GAT, segundo Silva (2000), é:
GAT = GAO x GAF ou GAT = ΔLL / ΔVA
Sendo:
∆LL = Variação do Lucro Líquido
∆VA = Variação no Volume de Atividade
Caso uma companhia esteja com as alavancagens financeira e 
operacional altas, algumas poucas alterações no volume de atividade 
resultam em grandes impactos nos resultados líquidos. Sendo assim, 
tendo o efeito combinado, alterações no volume de vendas promovem 
fortes mudanças no resultado operacional e líquido. 
A Quadro 18 mostra o cálculo do GAT.
Quadro 18 – Apuração do GAT
Fonte: Adaptado de Assaf Neto (2015).
Verifica-se que o GAO foi 2,07 e o GAF 1,16. Multiplicando-se esses 
números, o resultado é um GAT de 2,4, ou seja, para cada variação positiva 
de 1% no volume de vendas haverá um aumento de 2,4% no lucro líquido 
da companhia. Dessa maneira, o GAT permite a análise em conjunto dos 
reflexos das decisões de financiamento e investimento.
Análise das Demonstrações Contábeis
32
Ponto de equilíbrio (break even point)
O Ponto de Equilíbrio é o nível mínimo de vendas que uma 
determinada empresa precisa atingir para não incorrer em prejuízo ou 
lucro. O volume de vendas cobre exatamente os custos e despesas fixas 
e variáveis. A fórmula do Ponto de Equilíbrio é:
P x Q = F + (V x Q)
Onde:
P = Preço de Venda
Q = Quantidade Vendida
P × Q = Receita Total
F = Custos Fixos
V = Custo Variável Unitário
V × Q = Custo Variável Total
Logo:
Portanto, Q é a quantidade de equilíbrio, ou seja, o ponto de 
equilíbrio (P – V) é a margem de contribuição unitária.
Ponto de Equilíbrio = Custo Fixo / Margem de Contribuição
A determinação do ponto de equilíbrio é importante no estudo da 
rentabilidade, pois a empresa só pode pensar em lucro sobre as vendas 
e, consequentemente, em rentabilidade do investimento, se suas vendas 
superaremo ponto de equilíbrio. Dessa forma, quanto mais próximo o 
nível de vendas (usado como referência) estiver do ponto de equilíbrio, 
maior será a Alavancagem Operacional.
Análise das Demonstrações Contábeis
33
Considerações sobre alavancagem
A técnica da alavancagem é recomendada no planejamento de 
lucros da empresa. Os graus de alavancagem são indicadores de análise 
e projeção que relacionam os aumentos esperados de lucros com os 
acréscimos estimados de receitas. Esse indicador expressa o número 
de vezes que ocorrerá o aumento dos lucros em relação ao aumento de 
receitas.
A alavancagem considera o uso de custos fixos para aumentar o 
retorno sobre o capital próprio. A direção deve maximizar a estrutura de 
capital da empresa para aumentar o retorno, considerando o risco do 
empreendimento. Esses conceitos devem ser bem estudados e aplicados 
para minimizar os custos de capital da organização e criar riqueza aos 
acionistas.
A partir da combinação das estruturas do Ativo e do Passivo, 
originou-se o grau de alavancagem geral da empresa, que se denomina 
Alavancagem Combinada. O Grau de Alavancagem Combinada é 
resultante da multiplicação do Grau de Alavancagem Operacional pelo 
Grau de Alavancagem Financeira. Logo, a Alavancagem Combinada 
determina o grau de risco do projeto de investimento de implantação, 
modernização ou expansão da empresa.
Em síntese, a correta utilização do grau de alavancagem permite 
projetar com eficiência e eficácia os resultados da organização. Por sua 
vez, a direção deve ser competente para compatibilizar os recursos 
disponíveis, em termos de minimização de custos, aumento da 
produtividade e análise de benefícios/custos da empresa, bem como o 
uso de capitais de terceiros para alavancar o retorno dos capitais próprios.
Portanto, é preciso considerar sempre que a empresa deve adotar 
uma visão proativa de suas atividades, mas desapaixonada e focada 
em criar valor ao produto e ao acionista. A direção deve ver os negócios 
como eles são e ter em mente os pontos fortes e fracos, investindo na 
capacitação de pessoas para qualificar a gestão dos novos negócios em 
pesquisa e inovação de produtos e serviços que deverão gerar um retorno 
superior ao custo de oportunidade do mercado financeiro.
Análise das Demonstrações Contábeis
34
RESUMINDO:
Neste capítulo, vimos o grau de alavancagem operacional. 
Analisamos um exemplo de determinação do GAO e 
estudamos a alavancagem total. Vimos ainda o ponto de 
equilíbrio (break even point) e algumas considerações sobre 
alavancagem.
Análise das Demonstrações Contábeis
35
Análise de ações e valor criado ao 
acionista (tópicos especiais)
OBJETIVO:
Neste capítulo, são apresentados alguns indicadores que 
todo bom investidor fundamentalista analisa. O que é a 
criação de valor para o acionista? Qual a diferença entre 
o valor contábil e o valor de mercado? O que isso indica? 
Visto que esse assunto é extremamente amplo, vamos 
tratar apenas de alguns tópicos, devendo o estudante 
interessado buscar mais informações por livre e espontânea 
vontade. Motivado(a) para desenvolver esta competência? 
Então, vamos lá. Avante!
SAIBA MAIS:
Para iniciar, recomendo a leitura do seguinte texto: “TOP 
8 indicadores financeiros essenciais para investidores”. 
Clique aqui.
Valor patrimonial
Os indicadores de análise de ações, assim como todas as outras 
medidas financeiras, são mais úteis quando avaliados em conjunto com 
os demais índices e analisada também sua evolução. É importante, ainda, 
que esses indicadores sejam analisados em relação a outras empresas e 
ao mercado como um todo.
O valor patrimonial de uma ação representa a parcela do capital 
próprio ou o Patrimônio Líquido (PL) da empresa que compete a cada 
ação emitida. O cálculo é realizado da seguinte maneira:
Valor Patrimonial = Patrimônio Líquido / Número de ações emitidas
Admita que uma sociedade apresente, em determinada data, um 
PL de R$ 160 milhões, e 64 milhões de ações emitidas. Nessas condições, 
o valor patrimonial de suas ações atinge R$ 2,50/ação, ou seja:
Análise das Demonstrações Contábeis
https://www.fastmarkets.com.br/investidor-moderado/top-8-indicadores-financeiros-essenciais-para-investidores
36
O valor de R$ 2,50 mostra o quanto cada ação emitida participa 
do PL da sociedade. Parte do PL pode ser distribuída aos acionistas 
regularmente, sob forma de dividendos, ocorrendo, assim, um crescimento 
do grupo pela parte retida dos lucros ou integralização de novas ações 
(ASSAF NETO, 2015). O PL nunca pode ser distribuído em sua totalidade, 
somente em caso de encerramento das atividades da companhia.
O valor patrimonial de uma ação revela a identidade de uma 
empresa na possibilidade de todos os ativos da companhia serem 
realizados exatamente pelos valores registrados pela Contabilidade, o 
que raramente acontece. Como a identidade contábil do PL é formulada 
pela diferença entre o total do ativo e os passivos, e alguns ativos são 
avaliados pelo seu preço de aquisição (custo) e outros a valores de 
mercado, desajustes entre o valor justo e o da Contabilidade são bastante 
frequentes (ASSAF NETO, 2015). Além disso, a sinergia dos ativos, quando 
dispostos em conjunto, aumenta bastante a sua representatividade em 
relação ao seu valor patrimonial, principalmente para efeitos de avaliação 
de empresas e análises.
O valor patrimonial de uma ação é uma informação estática e 
retrospectiva. Ele mensura os recursos próprios da companhia que 
compete a cada ação em determinado momento no passado. Por outro 
lado, o preço de mercado da ação está relacionado com a expectativa 
do desempenho futuro esperado da companhia. Sendo assim, ocorre 
uma desconexão entre o valor patrimonial de uma ação e o seu preço 
de mercado. Contudo, é bem usual utilizar-se de informações passadas 
para fazer projeções futuras. Logo o valor patrimonial de uma ação tem 
importância em uma análise.
Mesmo que os ativos possam estar, isoladamente, expressos a valor 
de mercado, é importante comentar que a soma de todos esses valores 
não representa o valor justo da empresa. O valor do todo (empresa) não 
equivale à soma dos valores de cada parte (ativos) que o compõem. 
Para o cálculo do valor do todo, deve ser considerada, principalmente, a 
sinergia entre os ativos.
Análise das Demonstrações Contábeis
37
Por fim, pode-se interpretar o valor patrimonial de uma ação com 
um índice que mostra o potencial contábil do futuro de uma companhia. 
Quanto maior se apresentar o seu valor patrimonial, mais elevada a 
probabilidade da empresa distribuir suas reservas de lucros. 
Figura 3 – Valor patrimonial
Fonte: Pixabay
Valor de mercado
Valor de mercado é um indicador bastante utilizado para medir 
o tamanho de uma empresa listada na bolsa de valores. Na realidade, 
esse indicador mede o valor de mercado de todas as ações públicas de 
uma empresa, fornecendo uma ideia de seu tamanho. Ele é calculado 
multiplicando-se o preço de uma ação da empresa em questão pelo 
número de ações emitidas por ela. Define-se por:
Valor de Mercado = Nº de Ações x Preço da Ação
Portanto, verifica-se que o valor de mercado de uma empresa é 
um indicador dinâmico, que sofre modificações com bastante frequência. 
Observa-se que esse indicador sofre alterações em seu valor quando 
qualquer um de seus parâmetros é modificado e isso pode ocorrer de 
duas formas:
Análise das Demonstrações Contábeis
38
 • Alteração no número de ações públicas – o número de ações de 
uma companhia é modificado sempre que há a emissão de novas 
ações (aumenta o número) ou ocorre a recompra de algumas das 
ações pela própria companhia (reduz o número).
 • Alteração no preço das ações – esse parâmetro é extremamente 
dinâmico e sofre alteração sempre que as ações de uma 
empresa são negociadas a um valor diferente daquele realizado 
na negociação anterior. A observação do mercado sugere que, 
quanto mais líquidas forem asações de uma empresa, maior será a 
frequência de modificações em seu preço. Nota-se, por exemplo, 
que as ações de empresas bastante líquidas sofrem diversas 
alterações em seu preço todos os dias, enquanto ações pouco 
líquidas podem passar grandes períodos sem sofrer alterações.
Lucro por ação (LPA)
O Lucro por Ação representa a parcela do resultado líquido da 
empresa, conforme apurado em determinado exercício social, que 
compete a cada ação. É calculado pela divisão entre o Lucro Líquido (LL) 
e o número de ações emitidas, ou seja.
LPA = Resultado Líquido / Número de ações emitidas
Por exemplo, admita que uma empresa possua 66.380.400 ações 
emitidas em mercado, e tenha divulgado um LL de R$ 101.500.000 
no exercício. O LPA da companhia é calculado pela divisão do LL pela 
quantidade de ações disponíveis, ou seja:
Um crescimento do LPA geralmente revela um incremento nos 
lucros da empresa. O índice costuma manter-se relativamente estável ao 
longo do tempo, não revelando grandes variações em seus valores.
Análise das Demonstrações Contábeis
39
Preço/Lucro (P/L)
É apurado de acordo com a seguinte expressão:
P/L = Valor de mercado da ação / Lucro por ação (LPA)
Esse indicador, também denominado de múltiplo de lucros, 
representa o tempo teórico de retorno do investimento acionário. Por 
exemplo, admitindo-se que o preço de mercado de uma ação em 
determinado momento seja de R$ 4,80 e o LPA do exercício publicado 
de R$ 0,60, conclui-se que, mantidos esses valores inalterados, serão 
necessários oito anos para a recuperação do capital investido na ação, 
ou seja:
De outra forma, pode-se concluir que o preço da ação é oito vezes 
o lucro da empresa gerado no exercício.
No entanto, é importante observar que o P/L não é necessariamente 
uma realização de caixa, uma vez que a distribuição do LL da companhia 
é determinada por sua política de pagamento de dividendos. Além disso, 
o valor de mercado das ações experimenta constantes variações, sendo 
necessário apurar esse indicador em curtos intervalos de tempo.
Ao se avaliar o índice P/L, quanto maior o P/L de uma ação, espera-
se que menores sejam o seu risco e sua lucratividade. Em contrapartida, 
quanto menor o P/L, maiores são o risco e a lucratividade esperados da 
ação.
O inverso do P/L é, muitas vezes, definido como a lucratividade da 
ação. No exemplo anterior, de uma ação com P/L igual a 8, a lucratividade 
da operação atinge 12,5% ao ano (1/8), ou seja, sendo o LPA de R$ 0,60 
e o investimento de R$ 4,80, o retorno de investimento totaliza 12,5% por 
período: R$ 0,60/R$ 4,80 = 12,5%.
Análise das Demonstrações Contábeis
40
Dividendos por Ação (DPA)
Mede o valor dos dividendos pagos aos acionistas para cada ação 
emitida pela empresa. É calculado pela relação entre os dividendos e 
outras formas de remuneração, como Juros Sobre Capital Próprio (JSCP) e 
bonificação em dinheiro, e a quantidade de ações emitida pela empresa, 
ou seja: DPA = Dividendos / Quantidade de ações
O DPA pode ser calculado para o total de ações e também para as 
ações ordinárias e preferenciais.
Dividend Yield (DY)
O Dividend Yield (DY), ou rendimento de dividendos, revela os 
rendimentos de dividendos (e outras formas de proventos) oferecidos 
pela ação ao investidor. É calculado pela relação entre o DPA (Dividendos 
por Ação) e o seu preço mercado, ou seja:
DY = Dividendos por ação / Preço de mercado da ação
Esse indicador expressa, em outras palavras, a taxa de retorno da 
ação calculada unicamente com base nos dividendos pagos.
Variações no DY podem ser causadas não somente por uma maior 
distribuição de proventos, mas por uma valorização (ou desvalorização) 
no preço de mercado da ação.
Admita que uma empresa tenha pagado R$ 3,10 de proventos aos 
seus acionistas em determinado exercício e que o preço de mercado de 
suas ações seja de R$ 25,50. O rendimento de dividendos calculado é:
Suponha a seguir que a ação sofra uma desvalorização e que 
seu preço de mercado caia para R$ 14,80. Nessa situação, o retorno de 
dividendos sobe para: R$ 3,10/R$ 14,80 = 20,9%. É importante entender 
na análise que o aumento do retorno não foi determinado por um volume 
maior de dividendos pagos, mas, sim, por uma desvalorização no preço 
de mercado da ação.
Análise das Demonstrações Contábeis
41
Margem EBITDA
A margem EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and 
Amortization, em português Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação 
e Amortização) é uma métrica de rentabilidade operacional apresentada 
como uma porcentagem da receita líquida de suas vendas.
Margem EBITDA = EBITDA / Receita Líquida
O EBITDA é o lucro antes dos juros, impostos, depreciação e 
amortização, que, dividido pela receita líquida, resulta na margem EBITDA.
Como o EBITDA retira todas as variáveis anteriormente citadas (juros, 
impostos, depreciação e amortização), é possível dizer que o resultado de 
margem desse indicador pode fornecer, para um investidor ou empresário, 
uma visão clara da lucratividade operacional do seu negócio (REIS, 2018).
Exemplo prático:
A Cia. ABC apresenta uma receita de R$ 300.000 e um EBITDA de 
R$ 80.000. Calcula-se a margem dividindo o EBITDA pela receita líquida.
Sempre é necessário multiplicar esse valor por 100, para que o 
resultado seja expresso em porcentagem. Sendo assim, o valor final da 
margem EBITDA é de 26%. 
Muitos analistas gostam de observar essa margem, pois ela mostra 
a lucratividade de uma empresa antes das deduções que pouco têm a ver 
com o processo de tomada de decisão comercial de um negócio (REIS, 
2018).
Embora as deduções de juros, impostos, depreciação e amortização 
sejam importantes, não compõem o resultado operacional da companhia.
A margem EBITDA permite a comparação de empresas do mesmo 
segmento, mas de diferentes tamanhos, pois o lucro operacional (EBITDA) 
é confrontado com uma porcentagem da receita.
Análise das Demonstrações Contábeis
42
Assim, é possível saber quanto de lucro operacional é gerado por 
cada real arrecadado com as vendas. Portanto, há a possibilidade de usar 
a margem EBITDA como referência para comparação de empresas do 
mesmo segmento.
Por exemplo, suponha que a Cia. ABC tenha gerado uma margem 
EBITDA de 26%. Dessa forma, é possível comparar o negócio com outra 
companhia do mesmo segmento que obteve uma receita de R$ 1.000.000 
e EBITDA de R$ 150.000, resultando em uma margem de 15%. Ao realizar 
essa comparação, pode-se inferir que a Cia. ABC opera o seu negócio de 
forma muito mais lucrativa e eficiente do que o seu concorrente maior.
Contudo, é preciso de atenção em alguns pontos: muitas vezes, a 
exclusão dos gastos com a dívida pode aumentar a percepção de um 
ótimo desempenho de resultados (REIS, 2018).
Suponha que empresas com grandes dívidas não devam ser 
mensuradas pelo desempenho da sua margem EBITDA, visto que o 
pagamento de juros é excluído desse cálculo quando observamos o 
resultado puramente operacional de uma companhia. 
Sendo assim, a margem EBITDA normalmente é maior do que a 
margem líquida. E se as companhias têm baixa lucratividade, dependerão 
da margem operacional para o seu sucesso no mercado financeiro.
SAIBA MAIS:
Para analisar os principais indicadores fundamentalistas de 
qualquer ação listada na B3 – Brasil, Bolsa, Balcão, acesse 
o site Fundamentus, Clique aqui.
Para ampliar seu conhecimento e trabalhar com as 
ferramentas do site, considere acessar os vídeos 
explicativos, Clique aqui.
Assim, a margem EBITDA se mostra uma métrica útil para 
comparação de empresas do mesmo segmento de atuação. Além disso, 
o resultado operacional é importante para as companhias com baixa 
lucratividade, podendo os detalhes fazerem a diferença. 
Análise das Demonstrações Contábeis
https://www.fundamentus.com.br/index.php
https://youtu.be/mvCV0lYLICo?list=PLqjGh_6v1ET9ASBdekaRTI73xwXUlajve
43
RESUMINDO:
Neste capítulo, vimos alguns dos indicadores quetodo 
bom investidor fundamentalista analisa. Discutimos aqui os 
principais, mas este e-book não esgota a enorme variedade 
de índices e análises que podem ser aplicadas. Agora que 
você interessado aprendeu o básico, pode continuar suas 
pesquisas na internet (inclusivo no YouTube). Bons estudos!
Análise das Demonstrações Contábeis
44
REFERÊNCIAS
ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: um enfoque 
econômico-financeiro. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
INVESTOPEDIA. Debt Ratio Definition. Disponível em: 
http://bit.ly/2S307xj. Acesso em: 03 jul. 2021.
MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços: abordagem 
básica e gerencial. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
REIS, T. Margem EBITDA: o indicador de lucratividade operacional 
de uma empresa, São Paulo, Fev. 2018. Disponível em: https://bit.ly/2Vylrie. 
Acesso em: 03 jul. 2021.
SILVA, A. A. da. Estrutura, análise e interpretação das 
demonstrações contábeis. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000. Disponível em: 
http://bit.ly/2M3x5dc. Acesso em: 03 jul. 2021.
Análise das Demonstrações Contábeis
	Retorno sobre o investimento (ROI)
	Entendendo o retorno sobre o investimento (ROI)
	Alavancagem financeira
	Introdução à alavancagem financeira
	Grau de alavancagem financeira
	Estratégias para aumentar o grau de alavancagem financeira
	Calculando o GAF – Exemplo
	Alavancagem Operacional e Alavancagem Total
	Grau de Alavancagem Operacional
	Determinando o GAO – Exemplo
	Alavancagem Total
	Ponto de equilíbrio (break even point)
	Considerações sobre alavancagem
	Análise de ações e valor criado ao acionista (tópicos especiais)
	Valor patrimonial
	Valor de mercado
	Lucro por ação (LPA)
	Preço/Lucro (P/L)
	Dividendos por Ação (DPA)
	Dividend Yield (DY)
	Margem EBITDA

Continue navegando