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1 Introdução à radiologia Sumário INTRODUÇÃO À RADIOLOGIA .......................................... 2 ➢ Princípios do Raio X: ............................................ 3 ➢ Princípios da tomografia computadorizada: ........ 4 ➢ Princípios da proteção radiológica: ..................... 5 SEMIOLOGIA DA RADIOGRAFIA DO TÓRAX ..................... 7 ➢ Densidade radiológica: ........................................ 8 ➢ Solicitação do exame radiológico: ..................... 11 ➢ Roteiro – avaliação de parâmetros técnicos: ..... 11 ➢ Roteiro – avaliação do tórax: ............................. 15 PRINCÍPIOS DA ULTRASSONOGRAFIA ............................ 17 PRINCÍPIOS DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA .................. 20 PADRÃO ALVEOLAR E INTERSTICIAL – RADIOGRAFIA DO TÓRAX ........................................................................... 22 ➢ Padrão alveolar: ................................................. 23 ➢ Padrão intersticial: ............................................. 27 ANATOMIA SECCIONAL DO TÓRAX - TC E RM ............... 28 ➢ Janela de mediastino: ........................................ 28 ➢ Janela pulmonar: ............................................... 34 ➢ Janela óssea: ...................................................... 35 ANATOMIA SECCIONAL NA TOMOGRAFIA DE CRÂNIO.. 35 o Sistema ventricular: ....................................... 37 o Cisternas da base: .......................................... 38 o Lobos do parênquima encefálico: .................. 40 o Seios da face: ................................................. 46 RADIOGRAFIA SIMPLES DO TÓRAX EM CARDIOLOGIA .. 47 ➢ Aumento da área cardíaca: ................................ 49 ➢ Vasculatura pulmonar: ...................................... 53 ➢ Vascularização aórtica: ...................................... 54 PRINCÍPIOS DE EXAMES RADIOLÓGICOS CONTRASTADOS, MAMOGRAFIA, DENSITOMETRIA E MEDICINA NUCLEAR ...................................................... 55 ➢ Exames radiológicos contrastados: .................... 55 ➢ Mamografia: ...................................................... 58 ➢ Densitometria: ................................................... 62 ➢ Medicina nuclear: .............................................. 63 ANATOMIA SECCIONAL DO ABDOME – RX, TC E RM ..... 65 ➢ Radiografia abdominal:...................................... 65 ➢ Tomografia abdominal: ..................................... 69 ➢ Ressonância magnética abdominal: .................. 73 ATELECTASIA PULMONAR ............................................. 76 ➢ Tipos de atelectasia: ......................................... 77 DERRAME PLEURAL ...................................................... 81 ➢ Aspecto radiológico: ......................................... 82 HEMITÓRAX OPACO ..................................................... 86 PNEUMOTÓRAX ............................................................ 88 PNEUMOMEDIASTINO .................................................. 90 PENUMOPERICÁRDIO ................................................... 91 ENFISEMA SUBCUTÂNEO .............................................. 91 RX SIMPLES DO TÓRAX: MEDIASTINO .......................... 91 ➢ Arcos mediastinais: ........................................... 94 ➢ Divisão do mediastino:...................................... 95 ➢ Mediastino anterior: ......................................... 97 ➢ Mediastino médio: .......................................... 102 ➢ Mediastino posterior: ..................................... 110 NÓDULOS E MASSAS .................................................. 117 ➢ Nódulo pulmonar solitário: ............................. 117 ➢ Nódulos pulmonares múltiplos: ...................... 121 AUMENTO DA TRANSPARÊNCIA PULMONAR NO RX DE TÓRAX ......................................................................... 123 ➢ Aumento unilateral da transparência pulmonar: 123 ➢ Aumento bilateral da transparência pulmonar: 124 ➢ Aumento focal da transparência pulmonar: ... 126 RADIOGRAFIA DO TÓRAX EM NEONATOLOGIA .......... 129 ➢ Parâmetros técnicos: ...................................... 129 ➢ Semiologia radiológica: ................................... 131 ➢ Tubos e cateteres: .......................................... 133 2 Introdução à radiologia • Jandilene Freitas • Ana Rita Carvalho • Luiz Otávio • Jannaina Coelho - Avaliações: AV1 +/- metade do conteúdo e AV2 +/- metade do conteúdo, não cumulativas. 2ª chamada e final todo o assunto; - Tem aula na semana de provas; - Duas aulas de monitoria cada semana. - Bibliografia: Introdução à Radiologia – Edson Marchiori; Radiologia Básica – Carlos Fernando; Learnying Radiology – William Herring. - Sites recomendados: Radiology assistant; Radiopedia.org; LearningRadiology.com. INTRODUÇÃO À RADIOLOGIA - Radiologia é o ramo ou especialidade da medicina que utiliza as radiações para a realização de diagnósticos, controle e tratamento de doenças; - Ela permite a visualização de ossos, órgãos ou estruturas através do uso de radiações (sonoras, eletromagnéticas ou corpusculares), gerando desta maneira uma imagem; - Nas últimas décadas foram acrescentados novos métodos de imagem como a tomografia computadorizada, a mamografia, ultrassonografia e a ressonância magnética nuclear; - Esses novos equipamentos e muitos outros avanços vieram a contribuir para tornar essa área ainda mais interessante; - A radiologia surgiu em 1825 com a descoberta experimental dos raios X pelo físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen; - A primeira radiografia foi realizada em 22 de dezembro de 1895 – Roentgen pôs a mão esquerda de sua esposa no chassi, com filme fotográfico, fazendo incidir a radiação oriunda do tubo por cerca de 15 minutos. Revelando o filme lá estavam as imagens, para confirmação de suas observações; - No Brasil a primeira radiografia foi realizada em 1896, mas não se sabe ao certo que foi o primeiro: Silvia Ramos (em São Paulo), Francisco Pereira Neves (no Rio de Janeiro), Alfredo Brito (na Bahia) e físicos do Pará. O que é radiação? - É a forma de propagação da energia pelo espaço: -- Radiação corpuscular: acompanhada de matéria; -- Radiação eletromagnéticas: apenas energia. Ex.: luz, micro-ondas, raios UV, raios X e raios gama. Radiação ionizante: - Sempre que a radiação tem a capacidade de arrancar elétrons de um átomo, ela pode ser chamada de radiação ionizante; 3 Introdução à radiologia - Os raios X, gama e as partículas alfa e beta são radiações ionizantes; - A luz e os raios infravermelho e ultravioleta são radiações não ionizantes. ➢ Princípios do Raio X: - São uma radiação eletromagnética indiretamente ionizante que pode ser originada naturalmente quando um elétron se movimenta de uma camada mais externa para uma mais interna do átomo; - Embora não haja uma limitação precisa, em geral, os fótons com energia maior que 10 keV são chamados de fótons de raios X; - Unidade de energia de um fóton: elétron-Volt (eV); - Seus múltiplos são o keV (1.000 eV) e o MeV (1.000.000 eV). - Efeito fotoelétrico ou absorção: ocorre quando um fóton incide em um átomo e ejeta um elétron fortemente ligado ao núcleo atômico. A energia será totalmente absorvida pelo elétron e o fóton deixará de existir. O elétron é ejetado do átomo, provocando ionização. - Espalhamento Compton: ocorre quando um fóton interage com um elétron fracamente ligado ao núcleo do átomo. Nesse caso, o fóton perde uma fração da sua energia e muda sua trajetória original. O elétron é ejetado do átomo ao adquirir energia. ALVO DE UM TUBO DE RAIOS X - Em geral, a região do alvo dos equipamentos é feita de tungstênio (metal com alto ponto de fusão); - Quando os elétrons se chocam com o alvo, ocorre a produçãode uma grande quantidade de calor que poderia derreter metais com ponto de fusão mais baixo; - Mesmo assim, se o calor for excessivo, o alvo de tungstênio poderá sofrer alguns danos. Por isso os equipamentos de radiologia temm sistemas de refrigeração e limitações de uso, diminuindo esses danos. o Imagens com Raio X: - A imagem por raio X é formada pela atenuação do raio através dos tecidos; - O coeficiente de atenuação (ou de absorção) é definido pela mudança proporcional na intensidade da radiação; - Diferentes tipos de tecido têm diferentes valores de atenuação; - Essa diferença é o que permite o uso do raio X para a geração de imagens de sistemas biológicos. - Radiolúcido: meio transparente ao raio X. alta exposição do receptor; - Radiopaco: meio impenetrável ao raio X. baixa exposição do receptor. - Um método bastante primitivo é o uso de um filme fotográfico. O raio X é usado para oxidar o brometo de prata contido no filme; - A quantidade de exposição determina o nível de oxidação; - Usado para distinguir entre pulmão, ossos e tecidos moles; - Raios X são eficientes para detecção de: fraturas ósseas, infecções pulmonares, obstruções intestinais. 4 Introdução à radiologia - Outro método é a fluorescência induzida pelo raio X. a luz emitida pelo material fluorescente ao ser atingido pelo raio X é capturada por uma câmera; - Pode ser vista como uma imagem estática ou contínua, em tempo real; - A fluoroscopia é usada em procedimentos invasivos, como a inserção de uma agulha ou cateter; - Outros usos incluem angioplastia e alguns tipos de biopsia, como do pulmão, seios, rins, fígado e ossos. CONTRASTES - Contrastes podem ser usados para melhorar a qualidade da imagem; - Estes agentes podem ser radiolúcidos ou radiopacos; - Sulfato de bário, por exemplo, é usado para imagens gastrointestinais; - Alguns tipos de contraste podem ser nocivos. - A qualidade da imagem pode ser melhorada através de um pós-processamento, mas o desejável é obter a melhor qualidade durante a aquisição; - Problemas: tamanho do feixe de raio X, a fonte, artefatos advindos de movimento; - As principais fontes de artefatos de movimento são o batimento cardíaco e a respiração; - Uma forma de minimizar e reduzir o tempo de exposição, o que implica na necessidade de uma dosagem maior de radiação. ➢ Princípios da tomografia computadorizada: - Qualquer Exame radiológico que permita visualizar as estruturas anatômicas na forma de cortes; - Funciona com o mesmo princípio do raio X; - Uma ampola (para geração dos raios) e um conjunto de sensores (para recepção) são rotacionados ao redor do meio biológico; - As capturas em diversos ângulos formam uma imagem; - A tomografia permite reproduzir os objetos em três dimensões; - A captura é feita através de uma série de pequenas rotações. As informações de atenuação são gravadas para um plano de interesse; - Um algoritmo processa os dados para formar uma imagem 2D. A combinação dessas imagens pode gerar a visualização em 3D. - A exposição do paciente é relativamente alta. Esse tempo de exposição é alto em função do processo da aquisição de dados em várias direções; - A tomografia computadorizada é melhor que o raio X para identificação de tecidos moles. - A combinação de camadas e pontos adjacentes permite realizar uma interpolação e aumentar a precisão através do reconhecimento de padrões; 5 Introdução à radiologia - A combinação das camadas em 2D permite a visualização volumétrica da estrutura interna dos tecidos; - É boa para visualização de tumores, obstruções coronárias e ossos quebrados. - A tomografia computadorizada é melhor do que o raio X convencional para a detecção de tumores, oferecendo maior resolução e informações volumétricas; - No entanto, o procedimento tem sido substituído pela ressonância magnética, devido à maior resolução deste método e por ele não causar danos aos tecidos; - A tomografia pode ser usada para visualização completa, em três dimensões, do corpo humano. Essa imagem pode ser usada para investigar problemas em todo o corpo, sendo um grande candidato para um check-up completo; - O revés é a alta dosagem de radiação e o tempo de exposição, que pode ser maléfico aos tecidos. RISCOS DOS RAIOS X: - A interação entre os raios X com moléculas átomos do corpo biológico pode causar a ejeção de elétrons pelo fóton, criando um par de íons; - Os íons são instáveis e podem resultar no surgimento de radicais livres. Esses radicais podem danificar a estrutura do DNA, o que pode reduzir o tempo de vida das células e causar mutações; - A maior parte das complicações advindas dos raios X são cancerígenas. ➢ Princípios da proteção radiológica: - Justificação: o uso de radiação deve ser justificado, isto é, a prática deve trazer benefício suficiente para compensar o detrimento correspondente. - Limitação de dose: o suo normal da radiação deve ser tal que as pessoas envolvidas não recebam mais que limites estabelecidos na legislação. Para a dose em todo o corpo, existem os limites anuais de 20mSv quando se trata de indivíduos ocupacionalmente expostos de 1mSv para as pessoas do público em geral. - Otimização: o uso da radiação deve ser otimizado, mantendo as doses nos indivíduos tão baixas quanto razoavelmente exequível, levando-se em consideração fatores sociais e econômico. CLASSIFICAÇÃO DAS ÁREAS DE TRABALHO: - Áreas livres: aquelas que não necessitam de nenhum tipo de regra de utilização, nem de regras especiais de proteção e segurança. - Áreas supervisionadas: são aquelas que, embora não necessitem de medidas especiais de proteção e segurança, são mantidas sob supervisão. - Áreas controladas: são áreas sujeitas a condições especiais de proteção e segurança. Essas áreas devem ser sinalizadas com o símbolo internacional de radiação ionizante. PROTEÇÃO RADIOLÓGICA: - Tem como objetivo garantir o uso das radiações ionizantes com o menor dano ao ser humano; - As recomendações são baseadas no conhecimento dos efeitos biológicos. 6 Introdução à radiologia CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO EFEITOS BIOLÓGICOS: 1. Dose absorvida: - Estocásticos; - Determinísticos. 2. Tempo de manifestação: - Imediatos – Síndrome da irradiação (vômitos, náusea, diarreia); - Tardios ou retardados (câncer). 3. Nível de danos: - Somáticos (no indivíduo irradiado); - Genéticos (hereditários – no descendente – ocorrem nas células germinativas). “São mais radiossensíveis as células que exibem maior grau de atividade mitótica e (ou) menor grau de diferenciação.” →Efeitos estocásticos: - Não tem limiar de dose para ocorrerem; - A probabilidade de aparecer o efeito é proporcional a dose, mas a severidade é constante e independente da dose; - São difíceis de serem medidos experimentalmente, devido ao longo período de latência. Ex.: câncer, efeitos genéticos. →Efeitos determinísticos: - Geralmente aparecem num curto intervalo de tempo e a severidade é proporcional a dose; - Abaixo do limiar de dose não se detecta efeito. Ex.: catarata, leucopenia, etc. →Efeitos genéticos: - Os danos provocados nas células que participam do processo reprodutivo de indivíduos que foram expostos a radiação, podem resultar em defeitos, mal formações em indivíduos de sua descendência. SISTEMA DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA: JUSTIFICAÇÃO; LIMITAÇÃO DE DOSE INDIVIDUAL DE RISCO; OTIMIZAÇÃO: - No radiodiagnóstico a otimização tem por objetivo a produção de uma imagem que apresente nitidez de detalhes e visibilidade das estruturas anatômicas de interesse. 7 Introdução à radiologia COMO MINIMIZAR AS DOSES RECEBIDAS DURANTE OS PROCEDIMENTOS DE TRABALHO: -Mantendo-se afastado das fontes de radiação. A quantidade de radiação diminui quadraticamente com o aumento da distância; - O tempo de permanência perto de uma fonte de radiação também influencia na dose total absorvida pelo trabalhador. Portanto, diminuindo esse tempo, a dose absorvida será menor; - Usar proteções individuais ou coletivas para atenuar o feixe de radiação. Os protetores mais comuns são os biombos, os aventais plumbíferos e os protetores de tireoide. SEMIOLOGIA DA RADIOGRAFIA DO TÓRAX - Raios X atravessam o corpo, atingem e sensibilizam o filme/detector e as áreas correspondentes ficam pretas (radiação passa direto) ou radiotransparentes (áreas que sofreram atenuação pelo objeto que está sendo radiografado); - Quando o raio X atravessa o corpo, parte da radiação vai ser absorvida. Isso gera diferentes densidades; - Os objetos que possuem a mesma espessura, mas diferentes densidades, o que for menos denso vai absorver mais radiação; - Se objetos de mesma densidade, mas diferentes espessuras, o mais espesso vai absorver mais radiação. 8 Introdução à radiologia - Sendo assim, quanto maior a espessura maior será a absorção da radiação. - Para pacientes com biotipos diferentes deve-se utilizar técnicas radiológicas diferentes para que a imagem não saia prejudicada e influencie no diagnóstico. ➢ Densidade radiológica: - Com relação a densidade, elementos mais densos absorvem mais radiação. No pulmão, por exemplo, que só tem ar, a imagem quase não absorve radiação, fica preto. Do lado do coração se vê uma mancha branca, uma pneumonia (inflamação, células de defesa, edema), absorve mais radiação; - No corpo humano existem 4 tipos de densidades. A menos densa (preta) que é o ar, a mais densa (branca), que é o osso e o que fica entre eles (tons de cinza) que são as partes moles e densidade de gordura. *Branco puríssimo é o que se manifesta no metal, é o mais denso de todos. - Brancas: opacidade ou imagem radiopaca (pouco penetráveis à radiação); - Pretas: imagem radiotransparente ou radiolucente (mais penetráveis a radiação - cinza); - As patologias alteram a constituição e a densidade dos tecidos. - Nos ossos se tem densidades diferentes devido à maior ou menor concentração de cálcio em diferentes partes. Osso compacto tem mais concentração e, osso esponjoso (medula óssea + gordura) tem menos cálcio. - Na imagem cima pode-se observar um tumor no dedo indicador com uma densidade diferente. 9 Introdução à radiologia - No Raio X não se consegue visualizar os ventrículos, a aorta, a artéria pulmonar e nem o septo interventricular. Já na tomografia isso é possível. Para uma estrutura ser visualizada na radiografia seus bordos precisam estar encostados em uma estrutura que tenha densidade diferente da sua. Na radiografia, vemos a borda cardíaca direita porque o átrio direito tem densidade de partes moles e quem está junto dele é o pulmão, que tem densidade de ar. Na tomografia é possível observar as estruturas com precisão enquanto que na radiografia só se vê a silhueta, o contorno das estruturas. - Na tomografia é possível ver a pelve renal, ver que há gordura no seio renal, etc. Na radiografia, com muita boa vontade, você verá a sombra de um rim de um lado e o contorno do outro no outro lado (se vê porque o rim, que tem densidade de partes moles, está em contato com a gordura retroperitoneal, que tem densidade de gordura); - Na tomografia seria possível identificar um tumor renal, por exemplo, o que não seria possível na radiografia. No Raio X também vemos o contorno do músculo íleo psoas, que tem densidade de partes moles porque ele está em contato com a gordura; - Raios X atravessam um objeto e produzem uma composição (um em cima do outro) as camadas; - A sobreposição dos tecidos/órgãos/estruturas é a grande desvantagem da radiografia convencional. PARA UMA ESTRUTURA SER VISUALIZADA NA RADIOGRAFIA SEUS BORDOS PRECISAM ESTAR EM CONTATO COM UM TECIDO QUE APRESENTE DENSIDADE DIFERENTE. - Na imagem da direita observa-se uma pneumonia que cobre o contorno do coração. Não se sabe onde um se inicia e o outro começa. Com essa informação, é possível inferir que a pneumonia está localizada no lobo médio, porque é o que está em contato direto com o coração; - Como a pneumonia tem densidade de partes moles e o coração também, a sombra de ambos se mistura - O pulmão direito tem 3 lobos: superior, médio e inferior. O pulmão esquerdo tem 2 lobos: superior e inferior. - Já nessa imagem ao lado, a pneumonia está no lobo inferior, porque é possível visualizar e distinguir a margem cardíaca, então sabe-se que a pneumonia não está em contato direto com o coração. - A radiação que ultrapassa o corpo determinará diferentes tons de cinza na radiografia, de acordo com as características dos tecidos e parâmetros técnicos. 10 Introdução à radiologia o Tipos de densidade: Densidade metal: Densidade cálcica: Densidade de partes moles: Densidade de gordura: Densidade do ar: - Ar dentro da cavidade peritoneal na 2ª imagem. Nível ar/líquido e gordura/líquido: - Nível: interface entre duas substâncias de diferentes densidades; - Menos denso em cima e mais denso em baixo; - Serão vistos como raios horizontais, independentemente da posição do paciente. 11 Introdução à radiologia **Para visualizar um nível hidroaéreo o paciente deve fazer o exame de pé. ➢ Solicitação do exame radiológico: - É um documento; - É necessária a solicitação para o pagamento do exame, no sistema privado ou público; - Atentar para o nome correto do exame; - Deve constar a indicação do exame, motivo pelo qual está sendo solicitado; - Evitar CID/indicação padrão; - Exame direcionado e protocolo otimizado para a patologia em questão (se aplica a tomografia e a ressonância); - Referir exames anteriores; - O médico assistente do paciente deve compartilhar com o radiologista sua hipótese diagnóstica; - Correlação com dados clínicos e laboratoriais; - Uma mesma imagem pode representar várias patologias diferentes; Evitar: - RM de encéfalo com especial atenção aos nervos ópticos. São todas coisas diferentes. Sela, órbitas, ouvidos, face, base de crânio; - RM do MID. Tem várias partes (quadril, coxa, joelho, perna, tornozelo ou pé); - RM da bacia (bacia inteira, sacroilíacas, quadril, uni ou bilateral); - RM abdome (superior, inferior, total); - RM cervical (pescoço ou coluna cervical); - RM da região torácica (tórax ou coluna torácica). ➢ Roteiro – avaliação de parâmetros técnicos: Parâmetros técnicos: - O kV aumenta a capacidade de penetração dos raios, mesmo utilizando a mesma quantidade de radiação (mAs); - Quando avaliar um exame de imagem você e o paciente estão olhando um para o outro, independentemente da posição que o exame foi realizado. o Identificação: - É sempre importante identificar os lado (direito e esquerdo); 12 Introdução à radiologia - Ter certeza que o exame que está sendo visto é o do paciente. O padrão é a identificação seja no canto superior. R: direita; L: esquerda. - É necessário também conferir a data na qual o exame foi realizado. o Incidência: - Posição do paciente em relação ao tubo de raio X; - Existem dois tipos de incidência mais comuns: -- AP: anteroposterior. A direção do raio entra na parte anterior e sai pela posterior para atingir o filme; -- PA: póstero-anterior. A direção do raio entra na parte posterior e sai pela anterior para atingir o filme. **A radiografia padrão de tórax é em PA, perfil ESQ, posição ortostática e em apneia (prende a respiração). - A denominação “perfil” em uma radiografiaé pelo lado do corpo que está perto do filme (lado contrário ao que está perto da ampola dos raios); - É muito importante saber qual o perfil de uma radiografia, pois ele vai permitir avalliar as regiões que não são visualizadas no PA; - O perfil consegue captar estruturas/áreas “escondidas” na PA: retroesternal, retrocardíaca e seios costofrênicos posteirores. São as imagens que se vê abaixo, respectivamente: - No perfil também é possível fazer uma reconstrução tridimensional de uma vista em duas dimensões. - É importante que se faça o perfil porque algumas formas se alteram em PA. Por exemplo: lesões esféricas vão aparecer redondas no PA/AP e no perfil e outras formas/objetos vão aparecer com diferentes formas no PA/AP e no perfil. - O raio X de tórax deve ser feito em PA porque, dessa forma, se aproxima o coração do filme. Quanto mais próximo do filme a estrutura estiver, mais nítida será a imagem. 13 Introdução à radiologia Vantagens da radiografia de perfil: - Auxiliar na localização das lesões; - Avaliar regiões que não são visualizadas no PA; - Confirmar lesões vistas no PA; - Avaliar desvios de fraturas; - Reconstrução tridimensional de uma imagem 2D. **É importante saber se o exame foi feito em AP ou PA para não seja feito um diagnóstico errado. Por exemplo, o tamanho do coração deve representar 50% do tamanho do hemitórax se o exame for feito em PA. Já se for em AP esse percentual precisa ser maior (porque a própria forma de realizar o exame vai fazer com que a imagem produzida seja maior do que a real). Raio X em AP: - Crianças, pacientes debilitados ou no leito; - Aparelho portátil; - Pequena distância entre o tubo e o filme; - Magnificação do coração e mediastino (15-20%); - Acentuação da trama intersticial; - Elevação diafragmática. Incidência ápico-lordótica: - AP com o paciente inclinado para trás (angulação em torno de 15/20°, seja o paciente inclinado ou o tubo de raios inclinado cefalicamente); - Essa incidência serve para retirar as clavículas dos campos pulmonares na imagem. É importante para avaliar lobo superior e também lobo médio e língula. **Se há dúvidas diante de uma radiografia com opacidade em lobo superior, se solicita refazer o exame nessa incidência. Incidência de Laurel: - Paciente fica em decúbito lateral e os raios incidem horizontalmente (feixe paralelo a mesa e o filme perpendicular a ela): - Serve para detectar pequenos derrames, pneumotórax, espessamento pleural; - Avaliar mobilidade do conteúdo de uma cavidade; - Derrame: lado suspeito em contato com a mesa (o líquidos desce); - Pneumotórax: lado suspeito para cima (o ar sobe). Incidências oblíquas: - Dissociar imagens de planos vizinhos; - Estudo dos arcos costais. - Não é mais muito utilizada, a tomografia substituiu. 14 Introdução à radiologia o Posição: - Ortostase (em pé); - Decúbito ou supino; - Decúbito lateral. - Na imagem da direita é possível perceber níveis hidroaéreos, indicando a ortostase do paciente. Na posição supino não. Ambas foram feitas com a mesma incidência AP. o Rotação: - Para avaliar a rotação se procura as clavículas e traça uma linha no bordo medial de ambas. - Se observa a distância entre esses bordos para os processos espinhosos. Essa distância precisa ser igual, se estiver diferente a imagem está rodada; - Uma radiografia rodada vai causar um desvio do mediastino (deixando o mediastino rodado), o aumento do hilo (deixando a imagem distorcida) e uma alteração de transparência pulmonar (deixando um pulmão mais branco que o outro). o Exposição: - Erros técnicos podem induzir erros diagnósticos; - É preciso avaliar a exposição/penetração para evitar que erros técnicos provoquem erros de diagnóstico. É o exemplo do kV; - O ideal ao analisar uma radiografia de tórax é que seja possível a visualização dos vasos e corpos vertebrais atrás do coração; - Muito penetrado: imagem preta, difícil de visualizar detalhes; - Pouco penetrado: imagem muito branca, pode induzir observação de falsas opacidades; - Após avaliar o PA, avalia-se o perfil. No perfil você deve visualizar os 2/3 inferiores da coluna. O terço superior da coluna fica hipotransparente em razão da somação de imagens. o Inspiração: - A radiografia de Tórax é feita em apneia inspiratória máxima. Isso significa que o diafragma deve estar entre o 10º e 11º arcos costais posteriores e entre o 6º e o 7º arcos costais anteriores; - Inspiração inadequada: perda de volume pulmonar, aumento da trama intersticial, cardiomegalia. 15 Introdução à radiologia - Para contar os arcos costais o ideal é que se inicie pelo primeiro posterior. IMAGEM BOA PARA PRATICAR: - A radiografia também pode ser feita em inspiração e expiração. Isso vai ser usado em casos suspeitos de: aprisionamento aéreo (corpo estranho na criança) e pequeno pneumotórax (verifica mobilidade diafragmática e expansibilidade pulmonar). - Na radiografia em expiração, como o ar sai, o pulmão fica menor e mais branco. o Centralização: - Ver se o Raio X está centrado no filme. O ideal em uma radiografia de Tórax é que se permita visualizar bem o pescoço e os úmeros. Não pode cortar abdómen. Radiografia de Tórax não pode cortar o abdómen. ➢ Roteiro – avaliação do tórax: 1. Partes moles: - Mamas, axilas, fossas supra claviculares, mamilos 2. Estruturas ósseas: - Clavícula, escápulas, vértebras, costelas, esterno. 3. Diafragma: - O direito é mais alto, no máximo 1,5cm ou um espaço intercostal; 16 Introdução à radiologia - Distância da bolha gástrica para o diafragma: 1- 2cm. 4. Abdome; 5. Pleura e fissuras: - Parietal: reveste o diafragma, a superfície externa do mediastino e a superfície interna da parede torácica. - Visceral: reveste os pulmões. - Fissuras pleurais: Direita (oblíqua e horizontal) e esquerda (oblíqua). - Seios costofrênicos. 6. Mediastino: - Índice cardiotorácico: -- estimativa confiável do tamanho do coração; -- só pode ser calculado se não houver assimetria na caixa torácica; -- PA em inspiração: A+B < ou igual a C 7. Hilos pulmonares: 8. Pulmões: - Fluxo e calibre dos vasos nas bases são maiores devido à gravidade; - Os vasos diminuem gradualmente do centro (hilos) para periferia. 17 Introdução à radiologia PULMÃO ESQUERDO: PRINCÍPIOS DA ULTRASSONOGRAFIA - Na Ultrassom são utilizadas ondas sonoras que são inaudíveis para seres humanos. - A alma do aparelho de ultrassom é o transdutor. Na ponta dele se tem um cristal, que possui uma característica piezoelétrica (tungstênio) tem a capacidade de transformar energia mecânica em energia elétrica e vice versa; - Quando o aparelho é ligado, o cristal vibra criando ondas sonoras (mecânicas) e essas se chocam com as partes do corpo e voltam (eco), ao chegar no aparelho ele transforma essas ondas em energia elétrica. O computador detecta a quantidade de energia e transforma em imagens numa escala de cinza, preto e branco. - Existem diversos tipos de transdutor, para se adaptar a determinadas áreas do corpo e porque tem diversas frequências (cada um é escolhido dependendo de onde será realizado o exame); 18 Introdução à radiologia 1: Endocavitário (5-9 MHz): pode ser utilizado para estudo endorretal ou endovaginal, por isso tem uma ponta em formato verticalizado 2: Linear (7-18 MHz): como tem uma frequência extremamente elevada é mais indicado para visualização de estruturas superficiais, como a tireoide, músculos; 3: Convexo (3-6 MHz): é muito utilizado no abdome, tanto pelo formato quanto pela frequência,que por ser menor penetra mais nos tecidos; 4: Setorial (2-5 MHz). - É importante que entre o transdutor e a pele não exista nada (inclusive o ar, porque ele reflete muito as ondas sonoras emitidas pelo aparelho), por isso é colocado um gel a base de água para que o transdutor deslize mais facilmente sem a interferência do ar; o Utilização: - É bom para visualização de estruturas sólidas e líquidas, principalmente dos órgãos da cavidade abdominal, mas não é bom para estruturas com ar (ex.: pulmões) e estruturas ósseas; - A avaliação do tórax é limitada devido aos pulmões; - O líquido é interpretado como negro, porque o som vai ultrapassam completamente. Já estruturas sólidas, como pedras na vesícula, vão ser mostradas como brancas, porque o som vai voltar; - Não é bom para observar o intestino, porque tem muito gás, o que não vai permitir a formação de uma imagem adequada. - Na imagem acima é possível visualizar o rim transversalmente. A parte externa mais escura é o córtex, mais internamente e central, a parte branquinha (rica em gordura), é a medula. - Primariamente, o Raio X é o exame mais utilizado para avaliar o tórax, por ser uma região que contém muito ar; - No Raio X acima foi verificado um derrame pleural. Na USG é possível ver melhor a localização de onde se encontra, já que é líquido; - Para quantificar o derrame pleural na ultrassonografia existe se mede a distância de onde termina o líquido até a parede torácica em centímetros. Há uma tabela em que se correlaciona essa distância em cm com a quantidade de líquido; - Sempre que houver uma estrutura com líquido, ela é facilmente discernida entre outras estruturas na USG. 1 2 3 4 19 Introdução à radiologia - Na imagem acima tem-se uma USG da mama. É muito bom de identificar cistos na USG, porque eles são preenchidos de líquido, ficando completamente pretos na imagem; - Na imagem ao lado é possível ver vasos sanguíneos superficiais na região do pescoço. Vasos da perna e do braço também são de fácil visualização na ultrassonografia. É possível ver a carótida e a jugular na imagem; - Na imagem ao lado é utilizado também o doppler. Com ele, estruturas em que há movimentação (como nos vasos sanguíneos) ele coloca cor. É possível mensurar a velocidade do fluxo sanguíneo também com esse aparelho; - A ultrassonografia também é muito utilizada na gravidez, para monitoramento. A radiação da ultrassonografia é inócua, ou seja, não causa nenhum dano ao feto; - Agora é possível realizar também reconstruções tridimensionais com a ultrassonografia. Também é muito utilizado na obstetrícia. o Nomenclatura: - Como se utiliza ondas sonoras e eco para formar as imagens, a nomenclatura gira em torno disso. - Anecoico: não voltou quase nenhum eco para o aparelho, ausência de eco. É refletido como uma imagem negra, são as estruturas que tem líquido. A vesícula biliar é o que é mostrado na imagem. Bexiga, vasos sanguíneos, cistos, são exemplos. - Hipoecoico: parte dos ecos voltou e parte não voltou. A estrutura vai ser identificada com coloração cinza. A maior parte das estruturas e lesões são dessa cor. - Hiperecoico: são estruturas que atenuam muito o feixe sonoro. Por exemplo, cálculos na vesícula. O feixe sonoro bate e voltam quase todos os ecos emitidos. A imagem fica branca. o Vantagens: - O ultrassom é um método portátil, barato e não invasivo; - Não utiliza radiação ionizante; - Funcionamento dos órgãos em tempo real; - Boa sensibilidade e especificidade para ampla faixa de patologias; - Guia para procedimentos intervencionistas. o Desvantagens: - Operador dependente. A acurácia do diagnóstico depende da habilidade do médico; 1 2 3 1: gordura (cinza) 2: branco: tecido fibroglandular 3: cisto mamário (dentro ele é preenchido de líquido). Patologia 20 Introdução à radiologia - Não consegue imagens adequadas das estruturas ósseas e com ar; - O artifício do meio de contraste ainda não é bem estabelecido como na TC e na RM. PRINCÍPIOS DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA - Radiação não ionizante; - A RM utiliza a energia potencial armazenada nos átomos de hidrogênio do corpo. Os átomos são manipulados por campos magnéticos e pulsos de radiofrequência muito fortes para produzir energia específica para cada tecido suficiente a fim de permitir que programas de computador altamente sofisticados gerem imagens bi e tridimensionais; - Cada átomo do corpo humano gira a uma velocidade específica, que gera um campo magnético; - No interior do aparelho tem um grande imã, que quando ligado os átomos de hidrogênio do corpo entram em consonância com o imã do aparelho; - O aparelho começa a emitir ondas de radiofrequência com uma frequência igual à dos prótons de hidrogênio do corpo, fazendo eles ganharem energia. Ao ligar e desligar (questão de milissegundos) o corpo capta a radiação, ganha energia e na hora que o aparelho é desligado o corpo emite a energia de volta, gerando imagens no monitor; - Existem bobinas específicas (antenas) para certas regiões, com um imã auxiliar para que a radiação que está sendo emitida seja melhor captada, gerando melhores imagens diagnósticas. - No repouso (1ª imagem) os prótons tem uma alinhamento aleatório e praticamente nenhum campo magnético. Ao entrar no aparelho eles vão se alinhar com o campo emitido (2ª imagem). - Os parâmetros controlados pelo médico são o TR/TE (tempo de repetição: tempo entre a emissão de uma onda e outra) (tempo de eco: tempo que se demora para receber a onda de volta) e T1/T2 (são as principais sequências na ressonâncias magnéticas); - No T1 a água vai ser negra na imagem. Globo ocular, entre os giros cerebrais, ventrículos cerebrais. 21 Introdução à radiologia - No T2 o líquido fica branco. Globo ocular, entre os giros cerebrais, ventrículos cerebrais. - É preciso pelo menos duas sequências (T1/T2) para ser possível avaliar adequadamente as imagens da ressonância; - Na ressonância a imagem é parada, são tiradas várias imagens (sequências) para formar a visualização de uma área e avalia-la adequadamente. Exame multiplanar. o Nomenclatura: - Como é um sinal emitido e captado, é intenso de sinal, hipointenso. o Meio de contraste: - Só é utilizado no T1 porque a água fica preta na imagem, o contraste fica branco, sendo melhor para visualizar. - O que é utilizado na ressonância é o gadolínio. Ele é tóxico ao ser humano na forma pura, mas o sal é inócuo no corpo. Esse metal transfere energia para do meio circundante para os tecidos, reduzindo o tempo de relaxamento T1 e T2. - Quando se faz o contraste, se vê as estruturas muito vascularizadas porque vão apresentar hiper sinal (brancas), como as metástases na imagem ao lado Cavidade abdominal 22 Introdução à radiologia - A ressonância é um exame muito bom para visualização do SNC, da cavidade abdominal e do sistema musculoesquelético (ossos, tendões, músculos). o Vantagens: - Não utiliza radiação ionizante; - Não invasivo; - Alta capacidade de diferenciação tecidual; - Contraste bastante seguro; - Imagens multiplanares. o Desvantagens: - Alto custo; - Exame demorado; - Pouca disponibilidade por ser um exame de alta complexidade. PADRÃO ALVEOLAR E INTERSTICIAL – RADIOGRAFIA DO TÓRAX - As principais densidades que aparecem é a do ar (preto) e a de partes moles (cinza). ➢ Anatomia microscópica do pulmão: - A unidade funcional do pulmão é o lóbulo pulmonar secundário. É uma estrutura que possui aproximadamente 2,5cm, é composto por: -- septo interlobular:é composto por três tipos de tecido: conjuntivo, vasos linfáticos e vênulas pulmonares. Está na periferia; -- ramo da artéria pulmonar: localizada no centro do lóbulo pulmonar secundário, juntamente com um bronquíolo; 23 Introdução à radiologia -- no tecido intralobular tem-se os sacos alveolares, entre um saco e outro há um pouco de tecido conjuntivo; - Cada ramo da artéria leva sangue NÃO oxigenado para o lóbulo. Chegando lá ele será oxigenado pelos alvéolos: - Também tem vasos linfáticos fazendo a drenagem desses lóbulos, que vão formando vasos maiores até chegar nos que drenam a cavidade torácica. - Nas paredes dos sacos tem os capilares, o sangue vai chegar “sujo”, vai haver a troca gasosa, e vai voltar “limpo” (oxigenado). ➢ Padrão alveolar: o Consolidação: - Resulta da substituição do ar alveolar por líquidos transudato, pus, sangue ou quaisquer outras substâncias; - Causa mais comum: pneumonia (o ar é substituído por exsudato – rico em proteínas). Pneumonia lobar: - Agente etiológico aspirado é Streptococcus pneumoniae. Vai até a periferia do pulmão, e vai infectando alvéolo por alvéolo. Quando chega na fissura (tecido pleural) cessa. - Na imagem ao lado é possível ver os sacos alveolares ainda com ar (buracos brancos), mas no centro já há muito exsudato. - Área de cima ampliada mostrando o exsudato mais detalhadamente. - A área do pulmão que está consolidada fica branca, a via aérea fica livre; - Os brônquios não ficam infectados. Por isso, eventualmente, podemos observar casos em que é possível ver os brônquios “desenhados”, chamado de broncograma aéreo (sinal de consolidação); Broncopneumonia: - Tanto os alvéolos, quanto a via aérea estão doentes; 24 Introdução à radiologia - Muitas vezes há o preenchimento parcial dos alvéolos (imagem d), padrão heterogêneo de áreas comprometidas; - O processo de infecção NÃO é barrado por conta de uma fissura; - Grande área do pulmão envolvida; - O padrão de broncopneumonia é geralmente mais associado a pneumonia em pacientes que adquiriram em ambientes hospitalares. - Em geral, o diagnóstico é clínico, laboratorial e radiológico; - Com 2 semanas de início com a antibiótico terapia, cerca de 50% dos pacientes já tem a cura radiológica, com o pulmão voltando ao normal; - O agente etiológico agride o epitélio alveolar, por isso que consegue voltar tudo ao normal; - Se a pneumonia for suficientemente agressiva para passar do epitélio, vai ocorrer uma fibrose. Complicações: - Formação de Abscesso (destruição localizada no pulmão): 25 Introdução à radiologia Hemorragia: sangue dentro dos alvéolos (hemorragia alveolar). Ex.: leptospirose. - Na área da hemorragia se vê a consolidação (branco): - Quadro clínico, laboratorial, distribuição da consolidação do pulmão e achados associados, necessário para saber o que está causando a consolidação; - Hemoptise é um sinal clínico de que provavelmente há sangue nos pulmões. o Edema pulmonar: - Causado principalmente por insuficiência cardíaca esquerda, há líquido. Geralmente é bilateral porque é sistêmico. - As principal causa é a insuficiência cardíaca esquerda: o ventrículo esquerdo está falho e o sangue fica represado nas veias pulmonares, e a pressão aumentada faz com que o líquido extravase, primeiro para os septos interlobulares porque as vênulas correm nesses septos, e depois com a pressão muito aumentada o líquido passa a extravasar nos alvéolos). Geralmente é bilateral porque é um problema sistêmico. - Os pulmões do paciente ao lado estão quase completamente esbranquiçados, devido a consolidações pulmonares bilaterais extensas, decorrentes de Edema alveolar; - Não apresenta hemoptise, não tem febre porque não é um quadro infeccioso. Apresenta tosse (normalmente acompanhada de líquido, o paciente espuma pela boca), dispneia, hipoxemia. o Atelectasia: - Na atelectasia, o pulmão perde volume, como quando “murchamos um balão”. O pulmão atelectasiado, sem ar, fica completamente sólido, aparecendo opaco (branco) na radiografia. 26 Introdução à radiologia - Não necessariamente o pulmão inteiro fica atalectasiado; Mecanismos de atelectasia: - Obstrutiva: obstrui um brônquio que está levando ar para uma determinada área do corpo; - Compressiva: um derrame na pleura empurra o pulmão; - Cicatricial: uma área do pulmão foi agredida, fez uma cicatriz qualquer e retrai o pulmão - Adesiva: ocorre quando perde o surfactante. - Na atelectasia vai procurar sinais de redução volumétrica do pulmão que está doente; - Qualquer coisa que retraia uma fissura, é uma atelectasia. - Pode ter atelectasia completa do pulmão, consolidação ou derrame pleural completo; - Se fosse uma consolidação, as estruturas estariam normalmente localizadas; - Se fosse derrame pleural, iria empurrar para o lado oposto o coração e o pulmão; - No caso da atelectasia, o pulmão perdeu ar, e as estruturas anatômicas vizinhas são retraídas para ocupar aquele lugar; - Chega à conclusão que é uma Atelectasia completa do pulmão esquerdo. - Todo hemitórax direito na imagem ao lado está opaco (atelectasia completa, consolidação ou derrame); - Se fosse consolidação, o mediastino não estaria fora do lugar; 27 Introdução à radiologia - Se fosse derrame, as estruturas estariam todas para o lado esquerdo; - Caso de Atelectasia completa do pulmão direito. ➢ Padrão intersticial: - Principais causas: edema intersticial, fibrose, doenças ocupacionais, causas neoplásicas; - Sinais podem ser sutis; - Pode haver superposição de padres intersticiais, bom como associação com alveolopatia; - Pode haver associação com derrame pleural, tumor, linfonodomegalia etc. Linear: - Extravasamento de líquido do septo pelas vênulas (ocorre na ICC). Reticular: - Lembra uma rede, com linhas entrelaçadas (causa mais comum é a fibrose). A nível do interstício intralobular. Micronodular: - Vários pontinhos distribuídos de forma uniforme nos pulmões (causa mais comum é a tuberculose). 28 Introdução à radiologia Reticulonodular: - Junção de linhas e pequenos nódulos (causa mais comum é fibrose de qualquer natureza); ANATOMIA SECCIONAL DO TÓRAX - TC E RM - Na tomografia existe o conceito de “janelas”. A janela é a imagem que é exposta em uma determinada faixa de tons de cinza. Existem faixas específicas para avaliar cada estrutura. - Na imagem à esquerda é uma janela para visualização do pulmão, e na da direita é uma janela de mediastino. É a mesma imagem, porém com faixas de tons de cinza diferentes; - Essas janelas são manipuladas no computador, trocando as faixas de tons, otimizando as imagens (só conseguimos ver 20 tons ao mesmo tempo); - Existem diversos tipos de janela: osso, cérebro, fígado, etc.; - Na ressonância magnética se tem as sequências, as mais utilizadas sendo T1/T2. Modifica a sequência a depender do que se quer visualizar. ➢ Janela de mediastino: o Vasos supracardíacos: - Tem dois vasos principais saindo do coração, que são a aorta e a artéria pulmonar. A aorta tem a porção ascendente, o cajado da aorta (curvinha, emite três vasos: subclávia esquerda, carótida comum esquerda e tronco arterial braquiocefálico direito). A artéria pulmonar emite a pulmonar direita e esquerda; - A subclávia esquerda irriga o membro superior esquerdo. A carótida comum esquerda irriga o pescoço e a cabeça. O tronco arterial braquiocefálico se subdivide em artéria subcláviadireita (irriga MS direito) e a artéria carótida comum direita; - A aorta descendente é loco depois do arco/cajado e, cruzando o diafragma passa a ser aorta abdominal; 29 Introdução à radiologia - Já as veias, por sua vez, a jugular vai se juntar com a subclávia (em ambos os lados), para formar o tronco venoso braquiocefálico direito e esquerdo, que vão se unir para formar a veia cava superior, que drena para o átrio direito (traz o sangue “sujo do membro superior e da cabeça para o coração). Plano axial: - É o plano básico de avaliação das imagens. - É uma janela do mediastino e é possível ver os vasos supra aórticos. Tem contraste entrando pelo lado E. Lembrar que você está olhando a imagem de baixo para cima, com o paciente deitado; - Como o corte é muito alto, a subclávia D e a carótida comum D ainda não se uniram para formar o tronco arterial braquiocefálico. Então no lado direito, em cortes mais baixos vai haver só uma luz, que é a do tronco braquiocefálico. Mas do lado esquerdo sempre vão haver duas artérias. - Nesse corte, que é mais inferior, só é possível ver agora 3 artérias (3 marias), porque a carótida e a subclávia direitas já se uniram para formar o tronco; - O esôfago não tem ar, é visco como uma estrutura sólida, é uma mucosa sobreposta a outra, porque ele só abre quando se está engolindo alguma coisa. Lado direito 1 2 2 3 4 5 6 1: Traqueia; 2: Pulmões; 3: carótida comum D; 4: subclávia D; 5: carótida comum E; 6: subclávia E. 1: Traqueia; 2: Pulmões; 3: tronco arterial braquiocefálico 4: subclávia D; carótida comum E; 5: subclávia E; 6: esôfago 1 2 3 4 5 6 Lado direito 30 Introdução à radiologia - Nessa imagem, pelo corte ser mais inferior já é possível ver os troncos venosos braquiocefálicos. - Nessa imagem já é possível ver o tronco venoso do lado E já se unindo com o direito. As 3 marias continuam até aparecer a aorta. - Como esse corte já é mais inferior, já é possível visualizar a veia cava superior e o arco da aorta. - Na imagem acima se visualizam as mesmas estruturas: cajado da aorta, veia cava superior, traqueia, esôfago e pulmões. 1: Tronco arterial braquiocefálico; 2: Carótida comum E; 3: Subclávia E; 4: tronco venoso braquiocefálico E; 5: T.V. braquiocefálico D. 1 2 3 4 4 1: Tronco venoso braquiocefálico D; 2: TV braquiocefálico E; 3: TA braquiocefálico D; 4: carótida comum E; 5: subclávia E. 1 2 3 5 4 1: Veia cava superior; 2: Cajado da aorta. 1 2 Lado direito 31 Introdução à radiologia - Nesse corte mais inferior, o cajado da aorta não é mais visível, mas sim duas porções diferentes dessa artéria no mesmo plano. A artéria pulmonar vem do ventrículo direito para o pulmão levando sangue “sujo”. A art. Pulmonar direita leva para o pulmão direito e a esquerda leva para o pulmão esquerdo. o Câmaras cardíacas: - No corte axial da tomografia, o laranja é o VE, o verde é o AE, o azul é o VD e o rosa é o AD. - O ventrículo direito é a câmara mais anterior. A câmara mais posterior é o átrio esquerdo. 1: Porção da aorta ascendente; 2: Porção da aorta descendente; 3: Tronco da artéria pulmonar; 4: Artéria pulmonar D; 5: Artéria pulmonar E; 6: veia cava superior. 1 2 3 4 5 6 1: Ventrículo D; 2: Átrio E; 3: Veia pulmonar D; 4: Veia pulmonar E; 5: Ventrículo E; 6: Átrio direito. 1 2 3 4 5 6 32 Introdução à radiologia - A aorta descendente acompanha toda a coluna vertebral até entrar no abdome. - Nessa porção, praticamente não se tem mais átrio, porque eles são mais superiores. A parte mais escura que se vê no VE é o miocárdio que é mais forte porque precisa bombear sangue para o corpo inteiro. 46:00 o Ressonância magnética: - Na RM a imagem é a mesma, o que muda é a cor. A principal diferenciação entre elas e que na TC os ossos são brancos, enquanto que na RM ele pode varias dependendo da sequência (cinza, mais escuro, etc.). A sequência da imagem acima é um T1. A: Traqueia; B: Esôfago; C: Tronco venoso braquiocefálico E. 1: Ventrículo D; 2: Átrio E; 3: Ventrículo E; 4: Átrio direito; 5: Aorta descendente 1 2 3 4 5 1: Ventrículo D; 2: Ventrículo E. 2 2 1 VD VE VE VD Veia cava inferior 33 Introdução à radiologia J: veia cava superior; K: cajado da aorta. M: “Y” invertido. Tronco da artéria pulmonar, artéria pulmonar D e E; L: aorta ascendente; P: aorta descendente. - Na RM tem a possibilidade de captar os movimentos. Simula o que se vê no ecocardiograma. Plano coronal: Plano axial: 1 1 2 2 3 3 34 Introdução à radiologia Plano sagital: o Tomografia cardíaca: - É pedida quando se quer avaliar especificamente e em alta resolução apenas o coração e seus vasos de saída. 1: Válvula aórtica. [] 2: Artéria coronária. ➢ Janela pulmonar: - Se vê com clareza e nitidez o parênquima do pulmão nessa janela. 1 2 35 Introdução à radiologia Plano axial: Plano coronal: ➢ Janela óssea: ANATOMIA SECCIONAL NA TOMOGRAFIA DE CRÂNIO - Como um todo, tem-se a pele (atenuação de partes moles), tecido celular subcutâneo (atenuação de gordura), estruturas ósseas (periósteo, medula cortical interna e externa, medula óssea), planos meníngeos e parênquima encefálico (córtex e substância branca); - Os espaços entre as meninges são pouco visualizados porque são virtuais. O que mais se fé é o aracnoideo porque tem o espaço liquórico, estruturas vasculares e nervosas. Arco costal Esterno Vértebra Corpo Vertebral Pedículo Processo transverso Lâminas Processo espinhoso 36 Introdução à radiologia o Calota craniana: - É possível fazer a reconstrução 3D do crânio, principalmente para ver mal formações da calota craniana, sinostoses (fechamento precoce das suturas), órbitas, fraturas. - A imagem acima traz uma janela óssea com um corte mais superior da calota craniana. A cortical interna parece um osso mais compactado porque é bem branquinho e regular. Não se vê áreas de descontinuidade na interna. Já na externa, é possível ver áreas da sutura. A sutura coronal dos dois lados mais anteriormente e a sagital posteriormente. A área medular é mais esponjosa e a cortical mais compactada. - A imagem acima traz um corte mais inferior da calota craniana. O osso fica mais fino, mas ainda assim é possível ver a cortical interna, externa e a medula óssea. Sutura coronal Sutura metópica: só em crianças. Fecha até os 2 anos de vida. Sutura sagital Sutura sagitalSutura lambdoide Cortical interna Cortical externa Medula óssea Sutura coronal Sutura sagital 37 Introdução à radiologia o Sistema ventricular: *Na foto acima a imagem é de uma RM. - O sistema ventricular é composto pelo líquor cefalorraquidiano (mantém uma lubrificação do parênquima encefálico – amortecimento), que é produzido no plexo coroide, ventrículos laterais, III e IV ventrículos; - O IV ventrículo faz continuidade com o canal central da medula; - O líquor é produzido no espaço supratentorial no III ventrículo e no espaço infratentorial no IV ventrículo (corno temporal no átrio ventricular). Relações anatômicas: →Ventrículos laterais: - Corno frontal; - Parte central; - Corno temporal; - Corno occipital; - Átrio. - É o maior de todos. →III ventrículo: se conecta ao IV por meio do aqueduto de Sylvius. →IV ventrículo: localizado na fossa posterior, anteriormente ao cerebelo. **O espacinho preto na parte anterior são os seios frontais da face. - Nesse corte axial é possível ver os ventrículos laterais. Na segunda imagem é possível ver o átrio ventricular (união dos cornos dos ventrículos laterais). - Nessa imagem já não é mais possível ver a parte anterior dos ventrículos, mas já permite a visualização dos cornos occipitais dos ventrículos laterais (parte circulada em azul). III ventrículo em roxo. - Na imagem acima, já em um corte bem mais inferior da calota craniana, é possível visualizar o corno temporal dos VL (circulado em azul). No centro da imagem á esquerda é possível ver no centro do mesencéfalo um canal, que é o aqueduto de Sylvius (circulado em vermelho). IV ventrículo em roxo. 1 1 1: Ventrículos laterais; 2: Corno frontal dos VL; 3: Plexo coroide; 2 3 38 Introdução à radiologia - A imagem da esquerda é um corte coronal e a da esquerda um corte sagital. III ventrículo em roxo. IV ventrículo em vermelho. Cornos frontais dos ventrículos laterais em azul. Tenda do cerebelo em verde. - Cornos frontais dos ventrículos laterais em azul. III ventrículo em roxo. Também é possível ver os cornos temporais dos VL mais inferiormente (bolinha azul escuro). Tenda do cerebelo em verde, o cerebelo está logo atrás (1). Cornos occipitais do VL em azul claro na imagem da direita (atenuação de líquido). - Na imagem acima destaca-se o III ventrículo. Geralmente em um parênquima normal, os ventrículos laterais são simétricos. Em um parênquima jovem quase não se vê o III ventrículo, porque é uma “laminha” de líquido (paredes mais coladinhas por conta da aderência intertalâmica). Em parênquimas mais atrofiados é possível ver ele mais dilatado. - Nas imagens acima destaca-se o IV ventrículo. o Cisternas da base: - São os espaços liquóricos, principalmente de base de crânio. É onde repousam as estruturas cranianas, passam os vasos, os nervos e é onde estão as meninges; - Quando se tem um trauma craniano, edemacia o parênquima encefálico, ocluindo as cisternas da base, causando compressão nos vasos e nas estruturas nervosas, levando a danos no parênquima. Cisterna bulbar: - Localizada anteriormente ao bulbo. Cisterna pré-pontina: - Espaço liquórico localizado anteriormente a ponte. É onde passa a artéria basilar. Cisterna pontocerebelar: - Localizada entre a ponte e o cerebelo 1 39 Introdução à radiologia *No meinho, na frente da ponte é possível ver a cisterna pré-pontina (azul). Cisterna magna: - É a maior das cisternas. É a transição do crânio com o canal raquiano. Pode ser maior quando há uma variação anatômica, sendo chamada de mega cisterna. Cisterna interpeduncular: - Localizada no meio dos pedúnculos mesencefálicos (orelhinhas do Mickey). Cisterna circundante: - Circunda o mesencéfalo. Cisterna supra selar: - Acima da sela túrcica. Tomar como referência a bolinha da hipófise, é logo encima. Cisterna quadrigeminal/colicular: - Está na parte posterior do mesencéfalo, colada na placa quadrigeminal. o Fossa posterior: 40 Introdução à radiologia - Mesencéfalo em vermelho, como se fosse a cabeça de um pinguim. A ponte em azul, seria a barriguinha do pinguim. O bulbo está em roxo. - Cortes axiais de tomografia, de cima para baixo (o mais superior na esquerda e o mais inferior na direita). Mesencéfalo é visto na 1ª porção. A ponte é visualizada na 2ª imagem. O bulbo é visualizado na 3ª imagem. Mesencéfalo: Ponte: Bulbo: Cerebelo: o Lobos do parênquima encefálico: Lobo frontal e parietal: 41 Introdução à radiologia - O giro pré-central é o mais importante de todos porque é a área motora do corpo (Homúnculo); - O giro pós-central também é muito importante porque é a área sensitiva do corpo. - Acima é possível ver o sulco central, que é o mais perto da linha média. Qualquer lesão que estiver à frente desse sulco na tomografia é uma lesão de lobo frontal. Dele para trás é o lobo parietal. - O que está sublinhado em verde é a pars marginalis. Logo a frente dela é o sulco central. - Na imagem acima é possível visualizar o sulco frontal superior, que termina no sulco pré-central. O giro é o pré-central (1). Giro pós central (2). - O lobo frontal está em vermelho. - Giro frontal superior em verde. Giro frontal médio em azul. Giro frontal inferior em amarelo. Sulco frontal superior em vermelho. Sulco frontal inferior em roxo. - Giro frontal superior em verde. Giro frontal médio em azul. Giro frontal inferior em amarelo. Sulco frontal superior em vermelho. Sulco frontal inferior em roxo. Corpo caloso e giro do cíngulo: - No corte sagital é possível visualizar o corpo caloso e o giro do cíngulo. Onde o sulco do cíngulo termina 1 2 42 Introdução à radiologia é a pars marginalis. Ela que define que o sulco a frente é o central. Dela para frente é o lobo frontal, e atrás é o parietal. - O primeiro sulco que se vê à frente da pars marginalis é o sulco central. - Corpo caloso em azul, giro do cíngulo em verde, sulco do cíngulo em vermelho. A pontinha de sulco que aparece circulada em roxo é o central. Lobo temporal: - Quando se vê a fissura, que é o espaço liquórico que é a fissura de Silvius, é o lobo temporal. Lobo temporal circulado em vermelho. O corno temporal do VL está em azul. - Lobo temporal superior, médio e inferior. O hipocampo está circulado em roxo. Do lado do hipocampo se tem o corno temporal do VL. Lobo occipital: 43 Introdução à radiologia - Sulco parieto-occipital em vermelho, o sulco calcarino está em azul, eles dois delimitam o cúneos, que é triângulo em verde. O giro lingular está logo abaixo em amarelo. É essa região que é chamada de córtex visual. - No corte coronal é mais difícil de ver. O V formado pelo sulco parieto-occipital (superior) e pelo sulco calcarino (inferior) é possível de se visualizar. Acima deles é o lobo parietal, e inferiormente é o lobo occipital. É possível ver a tenda do cerebelo e o cerebelo. Base do crânio: - A base do crânio é onde o encéfalo repousa. A fossa anterior está em azul, é onde repousa o lobo frontal. - Fossa média em amarelo. Lobo da ínsula: 44 Introdução à radiologia - A ínsula está logo ao lado da fissura de silvius, medialmente. O lobo temporal fica lateralmente a fissura. Na imagem da direita pode-se ver também o lobo frontal. - A região opercular é a que recobre a ínsula. Sela túrcica: - Infundíbulo e hipófise. - Na imagem acima a hipófise está bem realçada (branquinha) porqueestá com contraste. o Órbita: 45 Introdução à radiologia - Os pontinhos vermelhos são os músculos extraoculares. No centro em azul é o nervo óptico. Entre isso tem-se a atenuação de gordura da órbita (preto). - De fora para dentro: musculatura, gordura (amarelo), nervo óptico. O cristalino em roxo. - Visualizar a integridade óssea. - Acima se vê a fissura orbitária superior. - Acima se vê a fissura orbitária inferior. Selas etmoidais em azul e seios maxilares em verde. 46 Introdução à radiologia - Saco lacrimal circulado em rosa. **Ele vai para a fossa nasal e depois para a orofaringe. o Seios da face: - Além das da imagem tem-se o seio esfenoidal na sela túrcica. São melhor visualizados na janela óssea. - Seios frontais apontados pela seta em vermelho, seios maxilares em amarelo, células etmoidais em verde e seio esfenoidal em azul. 47 Introdução à radiologia - Na imagem da esquerda, o seio maxilar direito está preenchido com material com atenuação de partes moles (sinusite). o Mastoides: - Para visualizar otites médias geralmente o exame de escolha é a TC. Divide em orelha externa (1) – vai até a membrana timpânica, orelha média (2) – cavidade timpânica, e orelha interna (3) – cóclea, vestíbulo e conduto auditivo interno. - Em vermelho tem-se as células da mastoide pneumatizadas, com gás em seu interior. - Conduto auditivo externo indicado em verde. É possível ver também os ossículos na TC, é possível defini-los muito bem. RADIOGRAFIA SIMPLES DO TÓRAX EM CARDIOLOGIA - Todas as 4 radiografias abaixo são normais, porém bem diferentes entre si. A única coisa que muda é a faixa etária; - Na letra A tem-se um recém-nascido. A parte superior central do mediastino é alargada, porque eles ainda têm o timo (mediastino superior e anterior), alargando o tórax do RN. Nessa faixa etária a radiografia é feita deitada e o coração fica mais longe do filme, fazendo o coração parecer aumentado; - Na letra B tem-se uma criança de 7 a 8 anos de idade. O timo não aparece mais no mediastino superior, o coração parece menor (radiografia já é feita em pé, ficando menos distorcido porque está perto do filme). Nessa faixa etária o que chama a atenção é a bolinha indicada pela seta vermelha, que é a artéria pulmonar que está mais proeminente 1 c 2 c 3 c 48 Introdução à radiologia (aparece nas crianças e adolescentes devido ao metabolismo aumentado); - Na imagem C tem-se um adulto de 20-30 anos de idade. A bolinha convexa da artéria pulmonar já não é mais vista; - Na letra D tem-se um paciente idoso, que apresenta uma aorta um pouco mais alongada e ectasiada, porque ao longo da vida ela vai recebendo sangue do ventrículo, fazendo com que ela fique alongada e dilatada com o passar dos anos. A borda cardíaca também aumenta um pouco. - Ao longo da vida, a radiografia do tórax e a visualização do coração mudam, de acordo com a fisiologia que é observada nas diferentes faixas etárias. o Critérios técnicos: - Antes de avaliar o coração e a área cardíaca deve- se perceber se a radiografia foi bem feita; - Uma radiografia com critérios técnicos inadequados leva a uma falsa interpretação; - A 1ª coisa a ser observada é a incidência. No adulto se faz a radiografia de costas para a bobina do raio X, o raio entra pelas costas do paciente: incidência póstero-anterior; - Quando mais longe uma estrutura estiver do filme radiológico, mais distorcida ela vai ficar. Na incidência em PA o coração fica mais próximo do filme, mostrando uma imagem mais fidedigna. - A distância de 1,80 metros é a ideal para que o coração não fique magnificado. No aparelho portátil não se consegue essa distância, magnificando o coração (imagem a). - Outra característica a ser avaliada é o grau de inspiração. Os pulmões devem estar bem inspirados, e para verificar isso deve-se contar pelo menos 10 arcos costais posteriores (boa apneia). - Na radiografia expirada, os pulmões diminuem e o coração parece aumentado; 49 Introdução à radiologia - Outra coisa a se avaliar é a posição do paciente em relação a máquina. Deve estar bem centrado, com os ombros equidistantes um do outro. Observar se a extremidade das clavículas está equidistante dos processos espinhosos das vértebras. o Anatomia normal: - No raio X há uma sobreposição de diversas estruturas que tem a mesma densidade, então as áreas cardíacas não são facilmente ou adequadamente diferenciadas. - Do VE sai a aorta, que vai levar o sangue oxigenado para o corpo inteiro; - A nível dos capilares, há a troca gasosa e o sangue passa a ser rico em CO2; - As veias cavas superior e inferior drenam esse sangue para o átrio direito, que manda para o ventrículo direito. No VD o sangue é empurrado para a artéria pulmonar e é levado para os pulmões, onde é oxigenado; - O sangue oxigenado volta pelas veias pulmonares para o átrio esquerdo, que envia para o VE, e assim se repete o ciclo. ➢ Aumento da área cardíaca: - A primeira coisa que se avalia é o índice cardiotorácico (ICT). Se mede o coração de uma ponta a outra, e também o tórax. No adulto o ideal é que o tamanho do coração seja até metade do tamanho do tórax (A+B=C/2). - Se o A+B for maior do que 50% de C há um aumento do índice cardiotorácico. Isso ocorre porque todas as 4 câmeras estão sobrepostas na imagem e, nas bordas do coração tem-se o átrio direito e o ventrículo esquerdo. O átrio esquerdo e o ventrículo direito podem aumentar sem aumentar o índice cardiotorácico, mas quando o ICT está aumentado é específico de cardiomegalia. o Coração direito: 50 Introdução à radiologia - O átrio direito forma a borda cardíaca direita, então se ele aumentar, vai aumentar o índice cardiotorácico. - O ventrículo direito está projetado no meio da sombra cardíaca, então se houver um aumento dessa câmara, não vai haver aumento do ICT. - O ventrículo direito origina o tronco da artéria pulmonar. →Aumento do AD: - Normalmente, se tem mais coração à esquerda, do que a direita da coluna. Quando o AD aumenta, tem mais coração à direita do que a esquerda, porque ele aumenta para o lado. **Não necessariamente uma câmara vai aumentar em decorrência da outra, depende da doença de base. Na imagem acima, por exemplo, o VE também está aumentado. Ex.: doença na válvula tricúspide, só aumenta o átrio direito. Ex.: doença na válvula tricúspide + doença da válvula mitral, aumenta o AD e o AE. **O mais comum é ter mais de uma câmara aumentada. →Aumento do VD: - O VD fica completamente sobreposto as outras câmaras cardíacas na radiografia de frente. Quando ele aumenta, o ICT não aumenta, para saber que é essa câmara que está crescida, ele aumenta para frente e para cima. Ele está em contato com o esterno, e à medida que cresce, altera a forma/morfologia do coração na incidência de frente; - O habitual é que a ponta esquerda seja suave indo em direção para o diafragma e seio costofrênico. O coração vai ficar parecendo uma “bota”, alongado e obliquado para o lado. O vértice passa a apontar para cima e para lateral. *Só ele não aumenta o ICT. Insuficiência do coração direito: - Quando há uma insuficiência do coração direito as duas câmaras direitas dilatam. É possível ver muito coração no lado direito da radiografia. 51 Introdução à radiologia - O coração direito vai receber o sangue do corpo rico em CO2 e enviar para os pulmões para ser oxigenado. Se esse lado do coraçãoestá insuficiente, boa parte do sangue fica represado nas veias do corpo. Clinicamente, o paciente fica edemaciado na periferia (MMSS e MMII), há uma hepatomegalia (o sangue hepático vai drenar todo na veia porta, assim o sangue vai ficar represado no fígado). Vai haver turgência jugular (drena na veia cava, que drena no coração direito). o Coração esquerdo: - O sangue chega pelas veias pulmonares pelo átrio esquerdo. A válvula mitral está circulada em amarelo. Quando ele aumenta, não há aumento do ICT, porque ele não compõe nenhuma borda cardíaca. - O ventrículo esquerdo forma a borda cardíaca esquerda, então quando ele aumenta, o ICT também aumenta. O que está circulado em amarelo é a válvula aórtica. →Aumento do átrio esquerdo: 52 Introdução à radiologia - Quando o AE ele aumenta para cima, para direita e para esquerda. São as 3 direções que ele consegue crescer; - Um causa comum de crescimento do AE é um problema/lesão na válvula mitral. - Na imagem acima tem-se um AE dilatado. - A imagem acima traz um corte axial/transversal do corpo. Pode-se observar o AE, que é a câmara mais posterior. Na imagem à esquerda se observa que o AE está bem aumentado/dilatado. - Para reconhecer esse aumento no RX, deve-se observar alguns sinais. Um desses sinais é um duplo contorno ou uma dupla densidade do lado direito do coração quando ele cresce para direita; - Quando ele cresce para cima, o sinal a ser observado é o aumento do ângulo da traqueia com os brônquios principais (>90° do ângulo da carina); - Quando ele cresce para esquerda se vê uma dupla convexidade acima da borda cardíaca esquerda. - Como o átrio esquerdo pode aumentar para o lado, ele pode aparecer no lado direito da coluna, mostrando uma densidade diferente. A densidade mais clara e mais externa (limitada pelo vermelho) corresponde ao átrio direito. A densidade mais branca/opaca corresponde ao átrio esquerdo (pontilhado em branco) aumentado. 53 Introdução à radiologia - O sublinhado amarelo na imagem mostra o aumento do ângulo carinal, que também é um sinal do aumento do AE. - Por fim, outro sinal que também se observa no aumento do AE é a dupla convexidade (saliência) logo acima da borda cardíaca esquerda. Em cima do átrio esquerdo existe uma estrutura chamada apêndice atrial esquerdo, que não aparece no RX normalmente. Quando o AE aumenta, esse apêndice é empurrado lateralmente, passando a ser visível na radiografia convencional. →Aumento do VE: - É uma das câmaras que aumenta o ICT porque compõe a borda cardíaca esquerda; - Quando ele aumenta a borda cardíaca esquerda mergulha em direção ao seio costofrênico (<4cm). - A causa mais comum de aumento no VE é a HAS. Insuficiência do coração esquerdo: - Quando o coração esquerdo falha, o sangue vai ficar represado no pulmão, causando edema pulmonar. Caracteristicamente, o paciente dorme sentado, porque quando ele deita tem a sensação de que está se afogando devido ao edema. ➢ Vasculatura pulmonar: 54 Introdução à radiologia - A artéria pulmonar direita fica escondida atrás do coração, não é possível distinguir o tronco dela em um RX de adulto normal. O que se vê após a ramificação do tronco, mais lateralmente são os ramos da artéria pulmonar, que são os hilos pulmonares. - Existem uma doença chamada hipertensão arterial pulmonar. Aumenta de calibre o tronco da artéria pulmonar e também seus ramos secundários. Se vê os hilos aumentados e congestos (imagem à esquerda). - Hilos extremamente congestos, tanto a direita como a esquerda, em um paciente com hipertensão arterial pulmonar. ➢ Vascularização aórtica: - A aorta sai do VE e vai levar o sangue oxigenado para o corpo. A única parte da aorta que aparece no RX de adulto convencional é a parte da crossa/cajado da aorta, acima da borda cardíaca esquerda. - Se o paciente for portador de uma dilatação anormal na aorta, é possível visualizar na radiografia convencional. Na imagem abaixo o paciente era portador de um aneurisma na aorta. 55 Introdução à radiologia PRINCÍPIOS DE EXAMES RADIOLÓGICOS CONTRASTADOS, MAMOGRAFIA, DENSITOMETRIA E MEDICINA NUCLEAR Resumo da aula feito por Marta Japiassú – 4MA: ➢ Exames radiológicos contrastados: - Exames contrastados são testes radiológicos que utilizam meios de contraste para evidenciar determinadas partes anatômicas. Radiografias, tomografias e exames de ressonância magnética são exemplos de procedimentos radiológicos que podem utilizar meios de contraste; - Contrastes são substâncias capazes de melhorar a definição de imagens obtidas em exames radiológicos; - O método evoluiu desde 1896, quando Haescheck e Lindenthal introduziram uma mistura de bismuto, chumbo e bário em uma mão amputada na tentativa de visualizar a árvore vascular; - Em 1917, Cameron e Osborne observaram que a bexiga urinária ficava radiopaca em radiografias de pacientes sifilíticos tratados com grandes doses de iodetos; - Em1923 foi realizada a primeira UIV utilizando-se iodeto de sódio; - Em 1927, Binz e Rath estavam trabalhando no tratamento da sífilis utilizando piridina iodada; - Logo após em 1929 foi desenvolvido o Selectan e em seguida, o Uroselectan, compostos utilizados por cerca de 2 décadas, porém ainda com alta toxicidade; - Em 1950, Vernon Wallingford introduziu um grupo amino acetilado na posição C3 da molécula de benzeno obtendo boa radiopacidade com reduzida toxicidade; - Em 1956, um grupo amino foi acrescentado na posição C5, reduzindo em cerca de 50% a toxicidade da molécula. Estava criado o Hypaque, sinônimo de contraste iodado por mais de 2 décadas; - Na referida substancia sobrava um carbono livre, sendo acrescentado um composto sódio ou meglumina; - Quando em solução, a molécula dissocia-se em um cátion e um ânion; - Em 1969, Tørsten Almén nota que a toxicidade dos contrastes iodados estava, em grande parte, associada a osmolaridade; - Foram desenvolvidos, então, meios de contraste que não se dissociavam em água substituindo o sódio ou meglumina por compostos orgânicos; - Todos os meios de contraste são muito hidrofílicos, de baixo peso molecular, baixa afinidade de ligação com proteínas e sem ação farmacológica significativa. o Principais exames com contrastes iodados: - Sistema urinário; - Sistema genital (M e F). Urografia excretora/intravenosa: - O iodo é injetado em uma veia periférica; - Esse iodo circula pela corrente sanguínea e vai ser filtrado pelos rins e excretado na urina; - À medida que ele é filtrado e excretado, através do sistema urinário, é possível visualizar o sistema urinário no Raio-X, o que não seria possível se fosse no convencional; - Essas estruturas não são visualizadas no raio-x convencional pelo fato de que suas densidades são semelhantes com os tecidos que estão em volta; Cálices Ureteres Bexiga 56 Introdução à radiologia - As chapas são batidas ao longo do tempo, esse exame demora em média 30 minutos. **Uma desvantagem é que não é possível visualizar as estruturas que estão ao redor do sistema urinário, pois o Raio-x possui uma baixa resolução das vísceras abdominais, como por exemplo, o fígado, o pâncreas, a adrenal. Uterocistografia: - Esse exame tem como objetivo estudar a uretra e a bexiga, vai ajudar na pesquisa de alterações baixas; - O iodo vai ser injetado pelo meato uretral do paciente; - Opacificando a uretra; - Para opacificar a bexiga é inserido mais iodo, até que ela esteja cheia. **Na bexiga existe um mecanismo anti-refluxo, nos óstios dos
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