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MÓDULO GEOGRAFIA AMERICA ANGLO-SAXONICA ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA Moeda: US$ Dólar Capital: Washington Maiores Cidades: New York, Chicago, Los Angeles, Boston Governo: Republicano-presidencialista. Independência: 4/07/1776 Área: 9.372.614 km2. População: 266 milhões Além de ser a principal potência do mundo, os Estados Unidos (United States of America) possui dimensões continentais, sendo o quinto país em exten- são contínua (vindo atrás da Rússia, Canadá, China e Brasil).Passa a ser o quarto colocado, superando o Brasil, somando-se os seus estados do Alaska e do Havaí, que são desligados de sua porção continental. Conta 4.500 km de leste a oeste, e 2.500 km de norte a sul. Divide-se em 50 estados autônomos, reunidos sob a forma federativa, além de contar com diversos domínios do Pacífico e nas Caraíbas. Condições especiais de sua história, reunidas com as imensas riquezas de seu território, explicam o seu poderio econômico. ASPECTOS HISTÓRICOS CHEGADA DOS EUROPEUS Ocorre a partir do século XVI, quando diversos europeus atingiram a costa Atlântica. • Em 1512, Ponce de Leon chegou à Flórida; • Em 1541, Hernado de Soto descobriu o Mississipi; • Em 1542, o Colorado foi explorado por Francisco Coronado; • Em 1542/43 o português João Cabrilho atravessou a Califórnia; • Em 1585, o inglês Walter Raleigh criou um pequeno povoado na ilha de Roanoke, dando-lhe o nome de Virgínia (em homenagem à rainha Elisabeth I, conhecida como Rainha Virgem). O PERÍODO DA COLONIZAÇÃO (1600-1776) Nas duas primeiras décadas do século XVII, foram criadas as primeiras colônias estáveis: Jamestown (Virgínia) e Nova Amsterdã, fundada pelos holandeses em 1614 e tomada pelos ingleses em 1664, quando tem seu nome alterado par Nova Iorque. MÓDULO GEOGRAFIA A partir de 1620 começaram a chegar os colonos fugidos das perseguições religiosas na Inglaterra e instalaram colônias de povoamento, principalmente no Nordeste, onde passaram a praticar a policultura em pequenas e médias propriedades, ao mesmo tempo que introduzi- ram a criação de gado leiteiro. Os produtos legais eram comerciados com a Europa e com a África (em troca de escravos, que já faziam parte da vida econômica americana desde 1619, quando chegaram os primeiros negros ao país), o que permitiu a criação e estruturação de uma classe burguesa com grande poder aquisitivo. Além disso, com a imigração haviam chegado inúmeros artesãos cujo trabalho foi base para a industrialização do país. Já na porção sul do território estabeleceram-se as “plantations” (grandes fazendas), onde cultivavam-se o arroz, tabaco, algodão, através da exploração do trabalho escravo, e para a exportação e suprimento do Mercado Europeu. A INDEPENDÊNCIA (1776) Os EUA, até a sua Independência, constituía-se em uma estreita faixa de terra formada por 13 colônias inglesas na região leste, sendo que a região Nordeste caracterizavam-se pela col- onização de povoamento e por uma melhor distribuição de renda entre os colonos. No sul, pre- dominava a colonização de exploração com grandes desigualdades sociais, agravadas pelo uso indiscriminado da escravidão. FORMAÇÃO TERRITORIAL Com a consolidação de sua independência, os EUA iniciaram conquistas territoriais que resultaram na sua formação atual, cerca de 10 vezes ao atual, cerca de 10 vezes maior quando da concretização da Independência. O território atual é resultado de sucessivas anexações, tratados e compras, baseados em sua maior parte na força das armas e que tiveram como principal prejudicado o México. Territórios Ingleses Com o tratado de Paris (1783), assinado com a Inglaterra, os EUA alargam sua faixa de ocu- pação delimitada pelos Grandes Lagos e pelos rios Ohio e Mississipi. Em 1846, a Inglaterra vende o Oregon, ampliando o domínio americano na costa oeste. Territórios Franceses Com a compra da Lousiana, em 1803, por US$ 15 milhões, os EUA dão o início à ocupação do meio-oeste, fazendo com que seu território passe a se estender do Oceano Atlântico até as Montanhas Rochosas, incluindo em toda a sua extensão a bacia dos rios Mississipi-Missouri. Territórios Espanhóis A Flórida pertence à Espanha, é comprada, em 1819, por US$ 5 milhões. O objetivo da com- pra era estratégico, já que os EUA buscavam se defender de possíveis ataques durante as guer- ras napoleônicas. MÓDULO GEOGRAFIA Territórios Russos Em 1824, os EUA haviam adquirido dos russos a região litorânea do Oregon. Em 1867, adquiriram o Alasca por modestos US$ 7 milhões, tentando dessa maneira coibir qualquer ten- tativa de expansionismo russo na América. A aquisição do Alasca foi um grande negócio para os EUA e um péssimo para a Rússia, pois a região é rica em petróleo, cobre, ouro, carvão e outros minérios descobertos, em sua maior parte, depois de já ter sido vendido aos EUA. Territórios Mexicanos Existe um ditado entre os mexicanos que mostra perfeitamente o incoformismo com as imensas perdas territoriais do país em favor dos EUA: “México tão longe de Deus e tão próxi- mo do EUA”. Não é para menos, o México perdeu para os EUA mais de 50% do seu território, vejamos as etapas: • ( 1845) após tornar-se independente, o Texas foi anexado aos EUA o que deu início a uma guerra (EUA x México), que se encerrou somente em 1848, com a assinatura do tratado de Guadalupe-Hidalgo, pelo qual o México perdeu 1.300.000 km2 do seu território (hoje o país possui 1.958.201 km2), cedendo aos EUA a região que abrange do atual Estado do Texas até a Califórnia, onde a descoberta de ouro provocou a chegada de milhares de pessoas; • (1853) o Estado do Arizona é comprado por US$ 10 milhões (Tratado de Gadideu), amplian- do o domínio americano do Golfo do México até a Costa oeste (Pacífico). Territórios Além-Mar Com a formação do seu atual território, os EUA ampliam seus domínios nos oceanos Pacífico e Atlântico, dando os primeiros indícios do seu desejo de exercer grande influência no cenário mundial. Vejamos as etapas dessa conquista: • (1898) com o fim da Guerra Hispano-Americana, pelo Tratado de Paris, a Espanha é obri- gada a ceder Porto Rico (América Central), Guam (Norte da Oceania, Leste das Filipinas e Sul do Japão) e as Filipinas (Ásia). Neste mesmo ano é anexado o Havaí (a 3000 km da costa oeste dos EUA); • (1899) ocupação do arquipélago de Samoa (Oceania); • (1901) domínio sobre Cuba (após vencer a guerra contra a Espanha) e estabelecimento da Emenda Platt, que dá o “direito” dos EUA invadirem Cuba, quando julgar que seus inter- esses estão sendo afetados; • (1903) com a independência do Panamá, os EUA obtêm uma concessão perpétua de explo- ração sobre a zona do Canal, construído com recursos americanos. Negociações posteriores reduziram o controle sobre o canal até o ano 2000; • (1912) domínio sobre a Nicarágua (América Central) até 1933; • (1914) domínio sobre o Haiti (América Central) até 1934; • (1917) compra as Ilhas Virgens (América Central) da Dinamarca por US$ 25 milhões. MÓDULO GEOGRAFIA AMÉRICA LATINA MÉXICO Área: 1.972.547 km2. População: 95.500.00 habitantes Capital: Cidade do México Localização: está situado na América Latina do Norte e faz fronteira ao norte com os EUA, a leste com o Golfo do México, ao sul com Guatemala e Belize, e a oeste com o Pacífico. Possui uma largura máxima na latitude do Trópico de Câncer, ao norte, onde conta com 920 km de largura, e a mínima ao sul, no istmo de Tehuantepec, onde tem apenas 200 km. Embora desfrute de um estágio de desenvolvimento superior à grande maioria das nações latino-americanas, o México, junta-se a elas pela procura da elevação do padrãode vida de sua população. Depois da criação do ALALC - Associação Latino Americana do Livre Comércio - em 1960 (Tratado de Montevidéu), o México aproximou-se dos mercados do continente, beneficiando- se das oportunidades comerciais daí advindas. Transformou-se, desde 1980, na ALADI - Associação Latino Americana de Integração. Desde 01-01-94, no entanto, passou a integrar o NAFTA (Tratado de Livre Comércio entre México, EUA e Canadá). O QUADRO NATURAL RELEVO Duas grandes cadeias montanhosas acompanham o litoral (Serra Madre Ocidental e Serra Oriental), ladeando o grande planalto mexicano, o Anahuc, cujas altitudes médias são de 1.500 m. Mais ao sul essas cadeias se juntam, formando um maciço montanhoso, caracterizado por intenso vulcanismo (Popocatepeti, Orizaba). Entre a Serra Madre Ocidental e o Golfo do México aparecem estreitas planícies. A sudeste do país, uma vasta planície forma a península de Yucatan. CLIMA E VEGETAÇÃO O México é um país de contrastes climáticos. Na costa do Golfo e na Península de Yucatan, o clima é tropical com temperaturas elevadas e chuvas abundantes. aí aparecem densas flo- restas tropicais. A metade norte do país é marcada pelo clima desértico (Bólson e Mapimi) e nas regiões meridionais onde o relevo é mais acidentado, o clima varia de temperado a frio, dependendo da altitude e a vegetação é de florestas subtropicais e temperadas. MÓDULO GEOGRAFIA ASPECTOS DEMOGRÁFICOS É o segundo país mais populoso da América Latina, depois do Brasil. DISTRIBUIÇÃO O Centro-Sul, região histórica, cultural e economicamente mais importante do país, contém 50% dos mexicanos, com uma densidade geral superior a 45 hab./km2. O extremo norte e o extremo sul tem as mais baixas densidades demográficas. COMPOSIÇÃO ÉTNICA O indígena é um alimento fundamental da composição étnica da população mexicana. Atualmente, cerca de 60% da população do México são mestiços (brancos + indígenas), 30% são ameríndios e os 10% restantes são compostos de brancos, negros e asiáticos. MOVIMENTOS POPULACIONAIS Desde o início do século atual, a emigração é superior à imigração do México. Os EUA são os que recebem maior quantidade de mexicanos que emigram em busca de melhores salários. Além da emigração definitiva, ocorre também uma emigração temporária para os EUA, princi- palmente de jovens que vão para a Califórnia e Texas em busca de trabalho temporário na agri- cultura - movimento “bracero”. Internamente, o movimento mais importante é o êxodo rural. A cidade do México é a que mais recebe população do campo, vindo em seguida Monterrey, Guadalajara, Potosi, Tampico e Vera Cruz. A REVOLUÇÃO DA VIDA URBANA A população urbana cresce assustadoramente. A capital do país, cidade do México, tem hoje 9.816.500 habitantes. Mensalmente calcula-se que cheguem à capital perto de 5000 pessoas. Abrigando cerca de 10% da população do país, a cidade do México vê-se tomada por problemas de difícil solução. A população vinda do interior agrupa-se na sua periferia, gerando os problemas da maioria das grandes cidades americanas: bairros marginais, desprovidos de qualquer conforto da vida urbana, sendo que o abastecimento de água potável à capital torna-se cada dia mais difícil. Em seu caso específico - a cidade foi desenvolvida a partir da capital do Império Asteca (Tenochitian), construída sobre pequenas ilhas e aterros sucessivos - a ameaça de inundações é sempre iminente e a poluição da atmosfera chega a níveis insuportáveis. Outras cidades mexicanas padecem de um fluxo de população superior às suas condições de desenvolvimen- to urbano, é o caso, por exemplo, de Monterrey, maior centro de atração do nordeste do país. ASPECTOS ECONÔMICOS Após a segunda guerra, o México passou por um processo de desenvolvimento industrial bastante grande. Atualmente, cerca de 10% de seu PNB vem de agricultura, enquanto 24% vem da indústria e 29% de setor de serviços. Dos 32 milhões de ativos existentes no país, 34% estão na agricultura, 25% na indústria e o restante nas atividades terciárias. MÓDULO GEOGRAFIA A AGRICULTURA O México alterou a sua estrutura agrária, desde o tempo da Revolução Liberal (1911), o que a minoria dos países latinos não fez ainda. Naquele preciso ano, 97% das terras cultivadas estavam nas mãos de apenas 1% da população e 96% de seus camponeses não possuíam se quer um pedaço de terra. Em 1917, pela Nova Constituição, determinou-se o domínio estatal sobre as ter- ras e águas do país, o que permitiu um início de distribuição equânime de riqueza do país. A dis- tribuição de terras demasiado pequenas provocou outro problema estrutural, ao nível da pro- dução, mas permitiu uma melhor distribuição dos camponeses sobre o território. Até 1969 já haviam sido distribuídos cerca de 70 milhões de hectares de terras aproveitáveis no sentido agrí- cola. Menos da metde das terras pertencem, hoje, a particulares e o restante, aos “ejidos”. O “ejido” é uma propriedade comunal, geralmente compartilhada por 60 e 70 famílias. Esse sistema oriundo da organização social anterior à colonização, permitiu uma melhor assistên- cia à massa camponesa. Ocorreram muitos desníveis nessa distribuição, havendo áreas e gru- pos que conseguiram uma produtividade maior e outros que simplesmente permaneceram ao nível de subsistência, ou sequer isso. O México desdobra-se para alcançar a auto-suficiência agrícola. Paradoxalmente, gasta enorme quantidades de divisas na importação de alimentos essenciais e as adquire, em primazia, justamente na exportação de seus produtos agrícolas excedentes. Suas enormes reservas de petróleo têm alterado essa posição clássica do país. CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO E PRINCIPAIS PRODUTOS AGRÍCOLAS A agricultura é muito limitada pelas condições gerais do país. As regiões demasiado mon- tanhosas dificultam os trabalhos na agricultura; ao norte, a ausência de chuvas obriga a irri- gação, quase sempre onerosa; já ao sul se faz necessário o saneamento, pela umidade demasi- ada. Nas altitudes superiores, o clima rigoroso é que vem a prejudicar. Na região central do país (da cidade do México a Guadalajara) de terras muito férteis, de origem vulcânica, as chu- vas freqüentes favorecem o cultivo. As variações permitem a produção de gêneros os mais diversos, sejam tropicais: café, cacau, algodão, cana-de-açúcar ou até temperados: trigo: aveia, centeio, cevada. Apenas 15% da superfície do país são cultivados. PRINCIPAIS PRODUTOS Milho: é o principal cereal e alimento básico da população. Ocupa quase 60% das terras cultivadas. Algodão: é o segundo produto de exportação do país. É mais cultivado ao norte, em áreas irrigadas. Café: cultivado nas terras quentes do sul. Cana-de-açúcar: cultivada nas terras baixas do litoral. Trigo: cultivado nas regiões temperadas do planalto central. A maior parte das terras cultiváveis do México são ocupadas por pastagens (40% da super- fície total do país). Além de exportar carne congelada e enlatada para os países da ALALC, o México exporta gado em pé para os EUA. MÓDULO GEOGRAFIA RECURSOS MINERAIS E ENERGÉTICOS RECURSOS ENERGÉTICOS As reservas de petróleo e de gás natural são importantes e com uma produção crescente (980 milhões de barris, segunda da América Latina e 37,5 bilhões de m3 de gás natural) explo- rados, desde 1938, por uma estatal PEMEX, e transportados por uma densa rede de gasadutos e oleodutos. Já as reservas de carvão são bastante reduzidas, localizadas no norte, quase sempre inacessíveis, dificultadas ainda pela distância do centro-sul consumidor. Apesar de ter um elevado potencial hidráulico, a irregularidade das bacias hidrográficas prejudicam o seu aproveitamento. RECURSOS MINERAISTendo suas principais reservas ao norte, de difícil acesso, a exploração é prejudicada, prin- cipalmente por situarem-se em regiões bastante elevadas. A prata constitui-se, historicamente, em um dos maiores vilões do enriquecimento europeu, desde o século XVI. As minas da Serra Madre Ocidental têm-se esgotado paulatinamente. Mesmo produzindo a metade do que produzia há quarenta anos, o México ainda produz 12% da produção mundial, 2200 toneladas em 1996. Produz, também, ouro, zinco, chumbo, cobre, além de antinômio, níquel, tungstênio, estanho, manganês, bismuto, mercúrio, enxofre e arsênio. Embora as quantidades sejam pequenas, possuem relevância em relação os demais países latinos. A atividade mineral foi bem mais importante, pois já representou 10% do PNB ao final da Grande Guerra: atualmente não ultrapassa os 2%. A produção de minério de ferro é reduzi- da, mas nem todos os recursos são explorados, já que se localizam em áreas de difícil acesso. O petróleo da uma renda de 69% do volume das exportações. A INDÚSTRIA O México foi o pioneiro dentre os países latinos a incentivar a industrialização: em 1934 criou o primeiro banco de desenvolvimento do continente, a “Nacional Financeira”. Tal como os outros países em sua condição, o México beneficiou-se do não fornecimento de manufatu- rados durante a guerra, o que provocou um surto de industrialização pela substituição de importações e uma eficaz política protecionista. PRINCIPAIS INDÚSTRIAS Alimentícia Automobilística Têxtil Química Metalúrgica Turismo MÓDULO GEOGRAFIA DISTRIBUIÇÃO DA INDÚSTRIA Há uma grande predominância do capital estrangeiro, sobretudo norte-americano, na indús- tria mexicana; notadamente na indústria de grande porte. Os principais centros industriais são: CIDADE DO MÉXICO Principal conglomerado industrial do país; possui as indústrias mais sofisticadas e as de maior porte. Tal como ocorre, atualmente com São Paulo, o governo incentiva a interiorização da indústria, a fim de descongestionar a capital, ou ao menos, estabilizá-la. MONTERREY Destaca-se por suas indústrias de base minerometalúrgicas e siderúrgicas, alé de ser impor- tante centro mecânico, de material elétrico, cerâmica, vidros e cimento. GUADALAJARA Inústrias mais antigas de transformação de produtos alimentícios, têxteis e de material de construção. PUEBLA Tradicional centro da indústria têxtil; favorecida pela rede de transportes e pela proximidade da capital, tem recebido as indústrias que se deslocam da capital federal. A região mais industrializada do país pode ser localizada no interior de um triângulo, cujos vértices seriam as cidades de Guadalajara, São Luiz de Potosi e Puebla. Afora esse contexto, destacam-se apenas Vera Cruz e Tampico, localizadas no litoral Atlântico As demais regiões têm um vazio industrial, por assim dizer. COMÉRCIO O México é um tradicional exportador de matérias-primas. Escasseados os seus recursos minerais pela fúria colonialista, o país hoje exporta produtos agrícolas em quantidades con- sideráveis. As compras de equipamentos oneram bastante a sua balança comercial; e, embo- ra sua dependência em relação aos EUA venha diminuindo, mais da metade de suas impor- tações e de suas exportações são feitas com o rico vizinho - EUA. O petróleo mexicano é a nova grande expectativa de riqueza do país. Foram descobertas enormes jazidas em Tabasco, Chiapas, Vera Cruz e Campeche. A exportação de 400.000 barris por dia tem transformado a vida mexicana. O México, em decorrência, tem tido superávit com- ercial, mas o acelerado investimento no setor provocou o endividamento externo brutal do país. MÓDULO GEOGRAFIA A CRISE ECONÔMICA MEXICANA Em 1982, devido à queda das exportações de petróleo e a crise econômica que levou a dívi- da externa do país, o presidente Miguel de La Madrid decreta a moratória da dívida externa (não pagamento das dívidas) e tenta estabilizar a economia, através e um programa de ajuste econômico. Em 1988, o governo e sindicatos assinam o “Pacto de Solidariedade Econômica”, que entre outras coisas, congela salários e preços. Com a eleição em 1988, do presidente Carlos Salinas de Gortari, tem início um plano de privatiza- ção de empresas estatais, a venda dos “ejidos”(fazendas onde vivem 3 milhões de famílias) a empre- sas agrícolas e a liberação das importações, o que acaba aumentando o déficit comercial do país. • Em 1990, um plano econômico reduz 30% da dívida do país com os bancos comerciais. • Em outubro de 1993, é assinado o NAFTA (tratado de livre comércio entre o México, os EUA e o Canadá). • Em janeiro de 1994, o “EZLN”(Exército Zapatista de Libertação Nacional) inicia uma rebe- lião armada, exigindo mudanças econômicas e sociais. • Em dezembro desse mesmo ano, agrava-se a crise econômica mexicana, com o aumento do déficit da balança comercial (US$ 27 bilhões) e a fuga de investimentos de curto prazo; o governo desvaloriza o câmbio, aumenta tarifas públicas e congela salários. Em poucos dias, ocorre uma fuga de US$ 8 bilhões do país e cai o “peso” (moeda mexicana) em 40%. EFEITO TEQUILA Com o agravamento da crise econômica mexicana, caem em todo o mundo os preços das ações de países em desenvolvimento, como Brasil e Argentina. De 29 de dezembro de 1994 a 2 de janeiro de 1995, ocorre, no México, uma fuga de capital de US$ 800 milhões. A esse fato dominou-se “Efeito Tequila” (bebida mexicana). Para evitar um caos na economia mundial, os EUA se propõem a ajudar o México, com um empréstimo de aproximadamente US$ 48 bilhões. Desse total, US$ 20 bilhões seriam dos EUA, US$ 17,75 bilhões do FMI (Fundo Monetário Internacional) e o restante de outros países. Como garantia desse empréstimo, os EUA exigem a renda do petróleo mexicano. Em 1995, o PIB (Produto Interno Bruto) mexicano cai 7%, além de uma taxa de desemprego de 7,3% e uma dívida externa de US$ 175 bilhões. Em janeiro e 1996, o governo mexicano inicia acordos de paz com o EZLN. No entanto, várias divergências dificultam essas negociações. O governo anuncia também, como medida econômica, a venda da Pemex (empresa estatal de petróleo). Em junho o governo mexicano depara-se com um novo grupo guerrilheiro, o Exército po- pular Revolucionário (EPR), o que agrava ainda mais a crise econômica e social do país. MÓDULO GEOGRAFIA OS PAÍSES ANDINOS São seis países sul-americanos (Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia e Chile) que se destacam na América Latina, por apresentarem algumas características comuns bem mar- cantes. Exemplo: Possuem uma unidade física dada pela Cordilheira dos Andes, uma das causas da frag- mentação das populações e do isolamento das nações andinas em relação aos outros países da América do Sul. População caracterizada etnicamente pelo elemento branco (espanhol) e pelo indígena, dos quais resultou uma população muito numerosa de mestiços. Economicamente, esses países são pouco industrializados, dependentes basicamente da agricultura e do extrativismo. O RELEVO Cordilheira dos Andes: imensa cadeia de mon- tanhas terciárias que acompanha o litoral do Pacífico, desde o extremo sul da América até o Norte da Venezuela. Apresenta cristas que se estendem paralelamente, separadas por vales ou planaltos elevados. Tem muitos picos elevados, dos quais 30 superam 5000 m (Aconcágua; 7040 m). A existência de numerosos vulcões ativos e a ocorrência de abalos sísmicos atestam que a orogênese andina ainda não terminou. Planícies Litorâneas: são muito estreitas e em alguns pontos são interrompidos pelo avanço de encostas dos Andes. São bastante úmidas ao norte e áridas no Peru e Chile.Planícies Interiores: acham-se delimitadas pelos Andes e pelos Maciços cristalinos (Guiano e Brasileiro). São drenados por grandes bacias fluvi- ais: a bacia do Orenoco, a Amazônica e a Platina. CLIMA E VEGETAÇÃO O relevo acidentado determina a grande variedade de paisagens dos países andinos. Nas planícies orientais o clima é tropical com chuvas abundantes e a vegetação é de flo- restas tropicais e equatoriais. O mesmo acontece com as planícies ocidentais do litoral norte. As vertentes ocidentais do Peru e do Chile apresentam clima árido e semi-árido (Deserto de MÓDULO GEOGRAFIA Atacama), com vegetação quase inexistente. Nos Andes, o clima frio de altitude é dominante, com geleiras permanentes em diversos pontos. Os sinais de glaciação são confirmados pelas numerosas regiões onde surgiram grandes lagos, nas depressões provocadas pelas antigas geleiras. Da metade para o sul do Chile aparecem florestas temperadas e tundras. DIVISÃO POLÍTICA Países Área (km2) População Capital Venezuela 912.050 22.300.000 Caracas Colômbia 1.138.914 35.700.000 Bogotá Peru 1.285.216 24.200.000 Lima Equador 283.561 11.700.000 Quito Bolívia 1.098.581 7.600.000 La Paz Chile 756.945 14.500.000 Santiago POPULAÇÃO COMPOSIÇÃO ÉTNICA O Chile é o país que tem a maior parte da população branca (90%). a Venezuela e a Colômbia têm, respectivamente, 67% e 58% de mestiços e o elemento mestiço corresponde a 31,2% da população boliviana. Os negros não são numerosos na região, aparecendo apenas na Venezuela, Colômbia e Equador. % DA POPULAÇÃO TOTAL Países Indígenas Mestiços Brancos Negros Outros Venezuela 2 67 21 10 - Colômbia 1 73 20 4 2 Equador 40 40 15 5 - Peru 54 32 12 - 2 Bolívia 43 31 15 - 11 Chile 2 2 96 - - MÓDULO GEOGRAFIA CRESCIMENTO De 25 milhões de indivíduos em 1937, a população dos países andinos foi para 116 milhões. Essa “explosão demográfica” é resultado, principalmente, do crescimento vegetativo, pois a imigração para a região foi inexpressiva. A queda brusca da mortalidade (resultado das cam- panhas de vacinação e da melhoria das condições sanitárias), ao lado de elevadas taxas de natalidade, é o que determinou a elevação do crescimento vegetativo (1,9% ano). DISTRIBUIÇÃO Com exceção, os demais países andinos apresentam maiores concentrações populacionais nos altiplanos andinos. Quanto à distribuição da população entre campo e cidade, percebe-se uma predominância da população rural. Apenas o Chile e a Venezuela são mais urbanizados. Porém, nas últimas décadas, o êxodo rural tem se intensificado em todos os países, levando a população a se aglomerar em torno das grandes cidades, dando origem aos “baixos marginais”(favelas). ASPECTOS ECONÔMICOS AGRICULTURA Apresenta dois setores bem distintos: a agricultura de subsistência, feitos em pequenas pro- priedades, geralmente com técnicas muito primitivas. Em áreas tropicais é comum a prática de queimada. Com o aumento das pressões demográficas, o período do repouso do solo se reduz, provocando o esgotamento do solo e contribuindo para a piora das condições de vida das popu- lações rurais. Em geral são cultivados os tubérculos, cereais e criam-se animais de pequeno porte. A agricultura comercial é feita, na maioria das vezes, em grandes propriedades (latifúndios) e sua produção destina-se à exportação. São cultivos extensivos, com rendimentos pouco elevados. Os principais produtos da agricultura comercial são: • Café: cultivado em pequenas propriedades. Os maiores produtores são: Colômbia e Equador. • Cacau: a Colômbia e Equador são os maiores produtores. • Algodão: no Peru, Colômbia e Venezuela. • Banana: no Equador. • Vinha e Beterraba: no Chile • Côco e amendoim: na Colômbia e Venezuela. A pecuária é pouco expressiva nos países andinos, sendo o Chile o melhor situado, tanto na pecuária extensiva como na intensiva. A pesca é uma atividade importante para os países andinos, principalmente devido às condições ecológicas das águas frias do pacífico (corrente de Humboldt), bastante favoráveis à concentração de cardumes. Maior destaque cabe ao Peru. ]MÓDULO GEOGRAFIA MINERAÇÃO O subsolo dos países andinos é muito rico em minérios, embora as avaliações do potencial regional sejam deficientes. Os principais minérios explorados são: • Petróleo: a Venezuela e o Equador são os maiores produtores. • Estanho: a Bolívia é o principal produtor regional e o segundo produtor mundial. • Cobre: o Chile é o maior produtor regional e o terceiro mundial. O norte do país (Antafogasta e O’Higgins) é a região produtora. O Peru tem a segunda produção regional. • Ferro: a produção dos países andinos cresceu muito após 1950. Embora todos os países apresentem reservas importantes, os maiores produtores são a Venezuela e o Chile. INDÚSTRIAS Os países andinos são industrializados. Dentre os principais obstáculos à industrialização regional, podemos citar: a falta de capital, mão-de-obra desqualificada, mercado consumidor reduzido e dificuldades de transporte. O Chile e a Venezuela são os mais industrializados. MÓDULO GEOGRAFIA PAÍSES PLATINOS A denominação se aplica ao conjunto formado pela Argentina, Uruguai e Paraguai. Algumas características geográficas comuns oferecem individualidades a esses países. Dentre elas podemos citar: • A bacia do Prata sempre teve um papel significativo na economia desses países. • A Argentina e o Uruguai receberam grande influência das correntes imigratórias européias. • A agropecuária é característica econômica dos três países. O QUADRO NATURAL OS ANDES Servem de fronteira entre a Argentina e o Chile. Na parte norte as altitudes são elevadas, o clima é árido com vegetação pobre. Ao sul, as altitudes diminuem e a umidade aumenta. A neve torna-se mais constante e aparecem florestas temperadas. A PATAGÔNIA É um vasto planalto que se estende dos pés da vertente oriental dos Andes até o Atlântico. No litoral aparecem falésias com até 200 m de altura. O clima é desértico frio, com ventos constantes (Pampeiro). A vegetação é rarefeita co este- pes, arbustos com folhas pequenas e espinhosas, aparecendo com freqüência as xerófilas. Em alguns pontos aparecem sedimentos marinhos que favorecem a formação de lençóis petrolíferos, uma das maiores riquezas da região. AS PLANÍCIES O Chaco: ocupa o norte da Argentina, sul da Bolívia e oeste do Paraguai. Apresenta solos impermeáveis e uma leve inclinação para leste e sudeste. É drenada pela bacia do Paraguai que a inunda durante o verão. Durante a seca, apresenta uma superfície ressecada, pois o solo impermeável dificulta a formação de lençóis d’água subterrâneos. O Pampa: ocupa o Uruguai e o centro da Argentina. Sua latitude geralmente não ultrapassa MÓDULO GEOGRAFIA a 200m e está dividido em Pampa seco e Pampa úmido. A pluviosidade diminui no sentido leste- oeste. O clima é temperado com a ocorrência de pradarias a leste e estepes no oeste mais árido. ASPECTOS DEMOGRÁFICOS ARGENTINA Sua população absoluta é de 35 milhões de habitantes. A maior concentração demográfica do país está nas proximidades de Buenos Aires, junto ao estuário do Prata (mais de 100 hab/km2). As regiões central e sul são escassamente povoadas. A Argentina tm uma população de origem européia (85%),com o predomínio de espanhóis e italianos. O crescimento vegetativo é de 1,2% ao ano e a média de vida é de 70 anos para os home- ns e 77 para as mulheres. Cerca de 81% da população vivem nas cidades e 96% são alfabetizados. URUGUAI Tem 3.200.000 habitantes, concentrados principalmente no estuário do Prata. Na cidade de Montevidéu, a capital, vivem cerca de 40% da população do país. É também um país de popu- lação branca, com apenas 8% de mestiços. A taxa de crescimento vegetativo é baixa (0,6% ao ano) e mais de 97% da população é alfabetizada. PARAGUAI Possui 5.100.000 habitantes, ocupando principalmente a região central do país. Ao contrário do uruguai e da Argentina, o Paraguai apresenta 91% de população mestiça, proveniente do cruzamento de espanhóis e índios guaranis. A taxa de crescimento vegetativo é elevada (2,5% ao ano) e os analfabetos somam 8% da população total. ASPECTOS ECONÔMICOS ARGENTINA Agropecuária: do ponto de vista da agropecuária, a região pampeana é a mais importante do país. O clima temperado e solos profundos e férteis favorecem o cultivo de cereais e a con- servação das pastagens. Os principais cereais cultivados na região são o trigo, cereal mais importante em relaçào à área cultivada e ao valor, e o milho. O pampa é ainda considerado uma das regiões mais favoráveis do mundo à pecuária. Os rebanhos bovino e ovino da Argentina estão entre os melhores do mundo. A exportação de carne é importante fonte de divisas para a Argentina. Em síntese, o Pampa produz 50% dos produtos agrícolas argentinos. Concentra 66% do rebanho bovino e 50% dos ovinos do país. Na pecuária, destaca-se ainda a Patagônia na criação de ovinos. MÓDULO GEOGRAFIA A Indústria: o processo de industrialização da Argentina iniciou-se em fins do século passa- do e ganhou maior intensidade após a Segunda Guerra Mundial. As riquezas do subsolo Argentino foram fundamentais para o desenvolvimento da indústria no país. Dentre os princi- pais recursos naturais básicos da industrialização argentina podemos citar: • Petróleo: com as maiores jazidas na Patagônia, principalmente na região de Comodoro Rivadávia, que fornece 60% da produção nacional. • Gás Natural: explorado em Comodoro Rivadávia e Salta. • Carvão Mineral: a Argentina tem uma produção reduzida. A exploração é feita no Rio Turbio e em Mendoza. • Energia Elétrica: não tem acompanhado o desenvolvimento industrial. Um dos princi- pais obstáculos ao incremento da produção são as grandes distâncias que separam as áreas favoráveis à exploração de energia e os centros de maior consumo. A principal área industrial da Argentina está situada nas proximidades do estuário do Prata, onde se destaca o eixo Buenos Aires - Rosário. San Nicolas destaca-se no setor siderúrgico, Córdoba na indústria mecânica e La Plata na Petroquímica. Porém, em Buenos Aires estão con- centradas as maiores indústrias do país. URUGUAI Tem na pecuária a principal atividade econômica. As pastagens naturais favorecem a expansão da pecuária no país, desde o século XVII. A criação é predominantemente extensiva, o que explica a estrutura fundiária caractrizada pelos latifúndios. A exportação de carne e lã são as principais fontes de divisas do uruguai. Por outro lado, a agricultura Uruguai não teve um desenvolvimento equivalente ao da pecuária. Dentre as principais dificuldades podemos citar: a existência de latifúndios que se dedicam exclusivamente à pecuária, transportes caros (escassez de combustíveis), esgota- mento das terras e falta de amparo do governo. O trigo é o principal produto do país, seguido pelo arroz, milho, aveia, plantas oleaginosas e beterraba, etc. A indústria é pouco desenvolvida no Uruguai. A pobreza de recursos minerais e energéticos é um dos principais obstáculos ao desenvolvimento da indústria nacional. PARAGUAI Apesar de ser o país platino com maior porcentagem de mão-de-obra agrícola, o Paraguai depende da importação de alimentos. Isto se explica pelo atraso técnico do setor agrícola e pelo sub-aproveitamento das terras cultiváveis (5% da supefície do país). As áreas agrícolas mais importantes encontram-se nas proximidades dos centros urbanos (Concepciõn, Assunção e Encarnaciõn), e nas regiões próximas da confluência dos rios Paraguai e Paraná. MÓDULO GEOGRAFIA Os principais produtores de exportação são o tabaco e o algodão. A cana-de-açúcar, o milho, o feijão e a mandioca destinam-se, exclusivamente, ao mercado interno. A pecuária é rudimentar, o seu rebanho está muito distante dos rebanhos da Argentina e do Uruguai, em termos de qualidade. A área de criação situa-se a leste do rio Paraguai. A produção interna de minerais e de combustíveis é insignificante, embora o subsolo Paraguaio seja muito pouco conhecido. O potencial hidráulico é subexplorado, o que justifica o fato do Paraguai apresentar um dos mais baixos índices de produção de eletricidade de toda a América Latina. A indústria paraguaia é pouco desenvolvida. Em geral, existem no país indústrias leves tais como: indústrias alimentícias, de bebidas e têxteis. AGRICULTURA NOS PAÍSES PLATINOS COMÉRCIO INTERNACIONAL As transações inter-regionais são de pequena monta, representando 10% dos negócios uruguaios, 20% dos argentinos e 30% dos paraguaios. A metade das transações uruguaio- argentinas se faz com a UNIÃO EUROPÉIA, o que cria a exceção latino-americana de que esses país- es não dependem do comércio com os EUA. O Brasil é o principal cliente regional para os pro- dutos platinos, sendo que apenas o Paraguai se dirige mais ao intercâmbio com a Argentina. E é o principal fornecedor regional para esses países (com exceção do Paraguai), oferecendo: café, cacau, frutas, máquinas, veículos, aço e metais. Ao contrário do Paraguai e do Uruguai, a Argentina vem diversifican- do a sua pauta de exportações: impressos, livros, subprodutos de petróleo, máquinas de calcular e peças de automóveis. E os maiores ônus gerais com importações são destinados aos fornecedores de combustíveis, máquinas, aparelhos eletrônicos e tecnologia avançada, fornecidos pelos EUA e país- es da União Européia. Em 1991, foi instalado o MERCOSUL (Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai), liderando cen- tenas de produtos entre esses parceiros. No momento oportuno, vamos estudar melhor os blocos econômicos. MÓDULO GEOGRAFIA AMÉRICA CENTRAL Banhada pelas águas dos dois maiores oceanos, a América Central constitui uma zona de transição e representa o papel de traço de união entre as Américas do Norte e Sul. O bloco sul-americano termina justa- mente no istmo do panamá. Por suas carac- terísticas fisiográficas, culturais e humanas faz parte do que denominamos “América Latina”. Possui duas partes, a ístmica e a insular, numa área total entre ambas de 732.000 km2 (553.000 km2 constituem a sua parte ístmica ou continental). O trecho continental corresponde a um grande e alongado ístmo, ora estreito, ora largo, que se inicia nas imediações da Colômbia e desdobra-se no sentido sul- norte até o território mexicano. O território é quase sempre montanhoso, não existindo grandes planícies. As poucas planícies existentes situam-se nos vales que separam as mesetas interiores ou próximas do litoral. Rios de peque- na extensão drenam as águas, tornando-se grandemente cheios na época das chuvas e quase nunca navegáveis. As maiores altitudes vão de 2000 a 4000m, contendo dobramentos ter- ciários, inúmeros vulcões e velhos terrenos cristalinos. Na porção Atlântica,predominam as terras baixas de origem recente. Essas condições do relevo permitem a diferenciação das condições climáticas, possuindo “tierras calientes”- ter- ras quentes -, “tierras templadas”- terras temperadas - e “tierras frias”- terras frias. No geral, poderíamos definir o seu clima como o do tipo tropical, quente e úmido. A porção Atlântica é ainda mais úmida, provocando uma grande insalubridade. A vegetação é variada, de acordo com as diferenças de altitude (semelhante à região andina), diversificando a fauna e a flora. Predominam as florestas tropicais e as savanas, mas nas altitudes superiores, acham- se florestas do tipo subtropical - pinheiros. As altitudes, os ventos, maritimidade e as chuvas abundantes aliviam, em parte, o rigor climático. A leste dessa porção cntinental encontram-se as Antilhas (perto de 231.000 km2), arquipéla- go constituído de numerosíssimas ilhas, dos mais variados tamanhos, que se estendem desde o litoral venezuelano até as proximidades da penínsla de Iucatã, no México. Cumpre distinguir três subconjuntos dentre elas: • As Grandes Antilhas: compreendendo as ilhas de maior extensão (Cuba, Haiti ou São Domingos, Jamaica e Porto Rico); • As Pequenas Antilhas: que abrangem um número bastante elevado de ilhas, dispostas sob a forma de um arco que inicia no litoral venezuelano, atingindo até o Porto Rico e Jamaica. • As ilhas Lucata ou Bahamas: situadas a nordeste da ilha de Cuba. MÓDULO GEOGRAFIA Possuem situações de relevo contrastantes, com serras relativamente altas (até 300 m), planaltos, planícies litorâneas, onde os terrenos cristlinos aparecem associados a calcáreos e rochas vulcânicas de idade recente. CARACTERÍSTICAS HUMANAS E ECONÔMICAS Uma população de perto de 67 milhões de pessoas vivem na região centro-americana, sendo que, em torno de 60% delas habitam as Antilhas. São ameríndios (maias, chibchas), mestiços de branco e índio e brancos de origem espanhola na porção ístmica: negros, brancos de variada origem e mestiços, na porção insular. A religião católica e a cultura espanhola oferecem unidade de traços aos países continentais. Já nas Antilhas, em decorrência da corrida colonialista dos países europeus e dos EUA, há uma diversidade de traços culturais e humanos. As tentativas de unificação, principalmente da porção continental, remontam à época das guerras de independência (Simon Bolívar - Congreso do Panamá - em 1824), mas encontraram poderosas barreiras políticas locais e exteriores. Os seus países são: Panamá, Costa Rica, Nicarágua, El Salvador, Honduras, Guatemala e Belize e a Zona do Canal arrendada aos EUA. A maioria da população é descendentes dos maias, existin- do um grande número de mestiços de índios com os brancos de origem espanhola. As principais atividades culturais concentram-se nas capitais e portos marítimos, sendo a vida do interior bastante atrasada, predominando, no geral, a ignorância e a miséria. As ativi- dades econômicas principais são as ligadas à agricultura, em que grandes empresas, no geral norte-americanas (US Fruit), controlam a produção e a exportação em larga escala de produ- tos tropicais: café, bananas, cana-de-açúcar, cacau e madeiras. Nas planícies costeiras, está a maior região bananeira do mundo, tendo a sua produção e distribuição controladas pelos americanos. As indústrias são escassas, apesar das rasoáveis reservas minerais em ouro, prata, manganês e ferro que são fornecidos como matérias-primas a outros países. As principais atividades agro-industriais localizam-se em Cuba, maior produtor mundial de açúcar, país mais extenso e mais populoso da região insular (114 524 km2 e 11,5 milhões de habitantes); seguindo-se, em extensão, a República Dominicana (48 442 km2 e 8 milhões de habitantes); Haiti (27 750 km2 e 7,3 milhões de habitantes); Jamaica (10 962 km2 e 2,5 milhões de habitantes; Porto Rico é domínio americano (9000 km2 e 3,7 milhões de habitantes), além das dezenas de pequenas ilhas com uma área de 20 152 km2 e uma população próxima aos 800 000 habitantes. Existem grandes diferenças humanas e econômicas na região insular. O idioma falado também varia. Nas antigas colônias espanholas (Cuba e República Dominicana) fala-se o espanhol; nas colônias (Guadalupe e Martinica) e ex-colônias (Haiti) fala-se o francês. Já o inglês é dominante na Jamaica e em diversas ilhas de influência inglesa. O Haiti é a única república negra fora do território africano e Cuba a única nação socialista das Américas. A população predominante nas Antilhas é a dos mestiços, os negros e os brancos de origem européia, havendo um baixo número de indígenas. MÓDULO GEOGRAFIA As atividades econômicas são bastante parecidas com as do continente, predominando as atividades agrícolas, com as culturas de cana-de-açúcar, algodão, café, tabaco e frutas. Os recursos minerais mais importantes são explorados na Jamaica (bauxita), em Cuba (níquel), na Nicarágua (ouro), existindo várias refinarias de petróleo nas Antilhas Holandesas: Curação, Aruba e Bonaire. As principais cidades são: Havana (Cuba, o maior centro urbano centro-americano), que já superou 2 milhões de habitantes; Guatemala (Guatemala, com 1.108.000 habitantes); Kingston (Jamaica, com 1.037.700 habitantes) e San Juan (Porto Rico, perto de meio milhão de habi- tantes). Afora estas, destacam-se os centros regionais menos habitados de São Domingos, Panamá, Mananguá, São Salvador, Camagüey (Cuba), Porto Príncipe e Santiago de Cuba. PAÍSES DA AMÉRICA CENTRAL Região ístmica Extensão População Capital Panamá 75.650 2.700.000 Panamá El Salvador 21.146 5.700.000 San Salvador Nicarágua 130.700 4.600.000 Manágua Guatemala 109.000 10.900.000 Guatemala Costa Rica 51.000 3.500.000 San José Honduras 112.000 5.800.000 Tegucigalpa Belize 23.000 200.000 Belmopom Zona do Canal 1.582 50.000 Balboa Região Insular (Grandes Antilhas) Extensão (em km2) População Capital Cuba 114.524 11.500.000 Havana Haiti 27.750 7.300.000 Port-au-Prince R. Dominicana 48.442 8.000.000 São Domingos Jamaica 10.962 2.500.000 Kingston Porto Rico 9.000 3.700.000 San Juan A ZONA DO CANAL Com 1582 km2 e 50.000 habitantes - é uma região encravada no sentido leste-oeste, no ter- ritório da República do Panamá; destaca-se por conter uma notável obra de engenharia humana: o canal do Panamá (68 km), construído pelos EUA (1904 e 1914) e que atravessa o lago artificial de Gatum; dispões de 6 comportas ligadas por eclusas, que elevam os navios a 24 m acima do nível do mar, permitindo a travessia do Atlântico para o Pacífico e vice-versa. Foi idealizado pelo francês Ferdinand Lesseps, que não conseguiu construí-lo (construtor do Canal de Suez, no Egito). Os EUA planejam devolver a área do Panamá até o ano 2000. A área de controle americano foi diminuída em 2/3 e a administração econômica do canal já é com- partilhada pelos panamenhos. MÓDULO GEOGRAFIA OS CONFLITOS CENTRO-AMERICANOS Desde o final do século XIX, ou se quisermos ir mais longe, da descoberta do ouro na Califórnia, os norte-americanos passaram a usar a porção ístimica da América Central, com um trampolim de sua ligação costa a costa. A construção do canal do panamá seria o desdobramento dessa idéia. Nas últimas décadas do século passado, portanto, articularam-se movimentos para assegurar o completo domínio marítimo por parte dos EUA na área. O mar das Antilhas torna-se o “Mare Nostrum” norte-americano. Contemporaneamente, realiza-se a chamada Diplomacia Armada, em que o intervencionismo militar dos EUA é exercido diuturnamente. É a chamada política do “Big Stick”, do presidente Theodore Rooservelt. Em sucessão, qualquer governo das repúblicas centro-americanassobreexistia, desde que apoiado pelos EUA. Verdadeiras dinastias familiares se sucederam no poder das chamadas “BANANA REPUBLIC’S”. Nos últimos anos, principalmente El Salvador e Guatemala sofreram com grandes conflitos travados internamente e que se estenderam também aos países vizinhos. Essas guerras deixaram um saldo de milhares de mortos e feridos e tinham como finalidade a luta de parte da população contra a ditadura imposta nesses países. Esse regime político ditatorial fez com que as populações desses países sofresses (ainda sofrem) com a fome e a miséria. Os países desta região ainda passam alguns períodos de conflitos e outros de calmaria. Para Cuba, entretanto, parece que as coisas estão um pouco piores. Como o governo cubano se alinhou, na década de 60, com a União Soviética, permitindo inclusive que estas instalassem mísseis nucleares em seu território, os EUA promovem um bloqueio naval a Cuba. Com este bloqueio, os EUA conseguem que os soviéticos retirem seus mísseis da região. Neste momento, o mundo esteve bem perto de uma guerra nuclear. Desta época em diante, Cuba fica cada vez mais dependente da União Soviética, até que, em 1991, com a dissolução da mesma e o embargo econômico dos EUA, o governo cubano entra em um período de crise econômica, introduzindo racionamentos de combustível, energia e alimentos. Com a crise milhares de cubanos viajaram ilegalmente para Miami, nos EUA, em busca de emprego e uma vida melhor. Em março de 1996, os EUA apertam ainda mais o bloqueio comercial a Cuba, quando aprovam a Lei Helms Burton, punindo empresários que comercializem propriedades de norte- americanos, confiscadas pelo governo cubano. No entanto, aliados europeus e o Canadá recusam-se a acatar a lei, alegando que ela fere os direitos do princípio internacional. Com o comércio de Cuba entre a Europa e o Canadá, são estabilizadas zonas de livre-comér- cio e parques industriais no país. Em novembro de 1996, o presidente cubano Fidel Castro vai ao Vaticano visitar o papa João Paulo II, comprometendo-se a liberar a entrada de padres e freiras no país. Em 1997, o papa é quem visita Cuba e pede aos EUA que libere o país do embargo comercial, uma vez que Fidel Castro se compromete a liberar os prisioneiros americanos retidos em Cuba. MÓDULO GEOGRAFIA REGIONALIZAÇÃO MUNDIAL É necessário que se diga, antes de mais nada, que toda tentativa de dividir o mundo em partes, para melhor mantê-lo, acaba trazendo uma visão superficial do assunto. Estas, no entanto, podem ser aprofundadas com o passar do tempo, quando forem discutidos os tópi- cos com maior grau de detalhamento (um tipo climático específico de montanha em área trop- ical, ou um sistema socialista híbrido, que permita a propriedade privada, por exemplo). Para resumir: antes de observar os detalhes que formam a complexidade física (natural) ou social (cultural, econômica e política) do mundo, temos que perceber as semelhanças entre suas partes. Aqui temos três grandes formas de classificação que serão pré-requisitos básicos para o desenvolvimento de nossos estudos. a) regionalização física; b) a regionalização político- econômica, e c) a regionalização por blocos. REGIONALIZAÇÃO FÍSICA GRANDES DOMÍNIOS CLIMÁTICOS Uma das formas de dividir o mundo para melhor entendê-lo consiste em regionalizá-lo segundo grandes domínios climáticos. Tais domínios são chamados de “zonas”. ZONA INTERTROPICAL A zona intertropical compreende a maior parte das terras brasileiras. É delimitada pelo Trópico de Câncer no hemisfério norte e pelo trópico de Capricórnio no hemisfério sul. Nela predominam climas quentes e úmidos. Como as temperaturas estão, em média, acima 20oC durante todo ano, a evaporação dos oceanos e grandes massas líquidas (como rios e lagos) propicia a formação de nuvens, com conseqüêntes chuvas, cuja época de ocorrência varia de acordo com as caracterís- ticas locais. No Brasil, por exemplo, a maior ocorrência de chuvas é no verão. ZONAS TEMPERADAS As Zonas Temperadas, uma no hemisfério norte e outra no hemisfério sul, compreendem, juntas, a maior parte das terras do globo. Nelas ocorre grande variação de climas sujeitos a grandes mudanças de tempo atmosférico. Nas Zonas Temperadas, tanto no hemisfério norte sul, existe grande variedade de climas e variações de temper- atura. Há lugares onde o clima tem amplitude tér- mica de 40oC durante o ano. Com raras exceções, não são zonas de climas suaves, como sugere o nome, mas áreas sujeitas a temperaturas extremas, com queda de neve, no inverno, e verões quentes. MÓDULO GEOGRAFIA ZONAS POLARES A Zona Polar ou Glacial existe em ambos os hemisférios. As zonas polares têm clima bas- tante frio, com médias térmicas bem baixo de zero. No verão as temperaturas podem even- tualmente subir um pouco acima de zero. A umidade é baixa e o clima é predominantemente, frio e seco. O gelo presente nas regiões significa água congelada no chão e pouca presença de umidade na atmosfera. Nessas zonas, a vida humana é bastante difícil; os pólos são habitados por populações autóctones. Durante muito tempo se acreditou que o meio físico em particular o clima frio, estimulava mais o trabalho e, portanto, o desenvolvimento das sociedades. Assim, ficava justificada a superioridade econômica ou tecnológica das sociedades européias sobre o resto do mundo tropical, que é de clima quente. No século XIX esse tipo de idéia chegou a ter características de discurso científico. Atualmente se acredita nos meios científicos e a cultura e a história é que são fatores de ter- minantes de desenvolvimento social. Embora tenhamos evoluídos em nossa concepção sobre o mundo, a idéia de que o clima frio estimula a um padrão de vida superior a ser alcançado permanente forte com senso comum. Há uma série de fatores que integram cada vez mais nosso planeta: a urbanização das sociedades o desenvolvimento de um sistema de colonização mundial, uma indústria que tende a se deslocar nos territórios, em virtude de condições mais favoráveis à produção como a mão-de-obra mais barata. É necessário por isso um estudo de geografia que, cada vez mais leve em conta seu principal agente, a humanidade. As classificações/regionalizações que se seguem tentam explicar essa dinâmica mundial. REGIONALIZÇÃO POLÍTICO-ECONÔMICO Após o término da II Guerra Mundial e com o esgotamento político-econômico das nações européias ocidentais, tais como Reino Unido, França, Itália e Alemanha, surgiram no cenário mundial duas superpotências: Estados Unidos da América (EUA) e Rússia. Está, mais tarde, viria a ser ampliar e ser rebatizada como União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Já se percebia nesse momento, no cenário mundial, qual seria a repartição do poder. A ordem dos Pós-Guerra ou, como é mais conhecida, a “Guerra Fria”, foi o período de nossa história em que o mundo se repartia em dois sistemas, o capitalista e o socialista, dirigidos cada um, respectivamente pelos EUA e pela URSS. Mas qual é a diferença básica entre os dois sistemas? O capitalismo caracteriza-se pela existência da liberdade comercial e possibilidade de desenvolvimento de uma classe comerciante ou burguesa. No caso do socialismo; toda pro- dução e distribuição de mercadorias é feita pelo Estado. A expansão de um desses sistemas político-econômicos causava a diminuição das possibilidades de crescimento do outro. Quando um país optava por uma dessas duas formas de desenvolvimento, recebia ajuda téc- nica, financeira e militar de uma das duas superpotências, segundo o caso. Houve uma tenta- tiva de se formar um sistema alternativo. Em 1955, um grupo de países capitalistas,porém subdesenvolvidos, reuni-se em Bandung, cidade da Indonésia, para procurar desenvolver um sistema alternativo. Nessa reunião, uma MÓDULO GEOGRAFIA expressão foi criada: o chamado “Terceiro Mundo”, bloco que englobaria esses tais países. Infelizmente, tal reunião não foi muito além de uma declaração de interesses, porque os país- es do chamado “Terceiro Mundo”eram excenssivamente dependentes dos países ricos, por isso, não podiam estabelecer entre si relações econômicas proveitosas para o crescimento de seu bloco de países pobres, pois isso seria conflitante com os interesses do Primeiro Mundo. Com a dissolução de bloco soviético, em 1991, formalmente tivemos o término de parte importante do que chamamos de Segundo Mundo. Embora resiste ainda a China (que mantém a maior parte de seu território com administração estatal), Cuba, Coréia do Norte e outros poucos Estados. Na verdade, muito antes dos acontecimentos que puseram fim ao mais sig- nificativo Estado socialista do mundo (a URSS), este país já mostrava em décadas passadas sinais de esgotamento em seu ritmo de crescimento. Observando o quadro a seguir , podemos enxergar a seguinte situação: o mundo atual é muito mais complexo e, por isso necessita de uma forma de regionalização que abra mais o leque de possibilidades de análise dos países envolvidos, uma classificação que observe o seu grau de desenvolvimento. TIPOS DE ECOMONIA POLÍTICA Trata-se de um grupo relativamente pequeno de países no mundo que atingi- ram um padrão alto de bem-estar e qual- idade de vida para seus cidadãos. Boas taxas de desempenho econômi- co e baixo nível de desemprego. Inclui regiões como a América Anglo- Saxônica (EUA e Canadá), Europa Ocidental (países como a Alemanha, França, Itália e Reino Unido), Japão, Austrália e Nova Zelândia. Tem como traço constituinte e permis- são à propriedade privada; isto significa que as pessoas ou grupos econômicos, empresas etc., podem ter seus próprios negócios. Apresentam também graus variáveis de intervenção estatal na economia. Quando o Estado intervém de modo mais decisivo na economia, procurando interferir nas situações de crise e garan- tindo certos direitos dados aos seus cidadãos, como, por exemplo, a saúde pública, férias remuneradas e escola pública de boa qualidade, geralmente é chamado de Estado do Bem-Estar Social (Welfare State). Quando funciona bem, seu sistema político leva o nome de democracia, garantindo a representação política através de mais de um partido político (democracia pluripartidária). Quando há alguma desordem no fun- cionamento do sistema político, com o poder concentrado nas mãos de um indi- víduo ou grupo na sociedade, ou mesmo de um único partido, o sistema chama-se ditadura. MÓDULO GEOGRAFIA TIPOS DE ECOMONIA POLÍTICA O controle da produção e distribuição das mercadorias é feito por uma “cúpula dirigente”, uma camada de burocratas do Estado - a tecnocracia - encarregada de satisfazer as necessidades dos cidadãos. Os planos na extinta URSS eram feitos de cinco em cinco anos, chamados portanto de planos qüinqüenais. Como havia uma quantidade menor de pessoas pensando e planejando os bens que seriam consumidos pela sociedade, a variedade dos produtos era menor do que em uma sociedade capi- talista. A propriedade privada dos meios de produção (possibilidade de uma pessoa ser dona de seu próprio negócio) era ter- minantemente proibida. Isto se devia aos interesses da camada burocrática do Estado em não permitir o crescimento de uma classe burguesa, comerciante e rica, que pudesse confrontar seu poder, o Poder de Estado. Faziam parte desse tipo de organiza- ção alguns países como os integrantes da extinta (Rússia, Ucrânia, Cazaquistão etc.) e, atualmente, a China (na maior parte do seu território), Cuba etc. Trata-se de países como uma tradição política extremamente autoritária. Como os formuladores do socialismo acredi- tavam que a “história da humanidade é a história da luta de classes”, se toda humanidade fosse igualada em uma classe; a classe operária, não haveria por que existir mais de um partido político, pois os interesses da sociedade seriam os mesmos de sua única classe social. É claro que na realidade não funciona assim, pois interesse divergentes podem existir entre os indivíduos de uma mesma classe. Por melhor que fosse o governante em relação aos antecessores, ele dispun- ha de um grande poder em suas mãos que o fazia manter um elevado grau de autoridade. Esse tipo de sistema político fazia com que a sociedade se dividisse em dois grandes grupos: os pertencentes ao par- tido e os não-pertencentes ao partido. Os que tinham alguma ligação com seu par- tido procuravam manter os privilégios adquiridos; quem não os tivesse devia tomar cuidado com o que falava, e temia a polícia secreta pertencente ao Estado. Esse tipo de prática política ainda vi- gora em alguns países, como a China ou a Coréia do Norte, por exemplo. MÓDULO GEOGRAFIA TIPOS DE ECOMONIA POLÍTICA Compreende a maior parte dos países do mundo (países subdesenvolvidos, assim caracterizados por não terem atingido suas metas de desenvolvimento social). Tem vários problemas de desenvolvi- mento econômico que se refletem na qualidade de vida de suas populações, como a baixa renda e a conseqüente necessidade de empregar seus filhos ainda em idade escolar, limitando assim seu acesso aos estudos. É formado de países que foram, geral- mente, colônias, isto é, pertencentes a outro países. Isso os fez tomar suas economias de acordo com as necessi- dades externas, ou seja, não se preocu- param em desenvolver uma produção com vistas ao mercado interno, mas sim ao mercado externo. Politicamente, os países do chamado Terceiro Mundo são capitalistas mal desenvolvidos ou em desenvolvimento bastante lento, de acordo com suas necessidades sociais. Isto faz com que vários deles tenham sistemas políticos formalmente democráticos, e não muito eficientes, com vários vícios políticos, como o de se aproveitar de uma popu- lação inculta, semi-alfabetizada ou analfa- beta, que se deixa levar por uma propa- ganda enganosa dos candidatos políticos mais facilmente que em outros países. É bom que se diga que (apesar da definição usual não colocar aqui) países socialistas com baixo grau de desen- volvimento existem sim, e não são poucos. A razão para esse item não cons- tar da classificação é que, quando ela foi criada, acreditava-se que os países socialistas tinham um grau de desen- volvimento plenamente igualitário, como dizia a teoria, o que não é e nem nunca foi verdade. BLOCOS DESENVOLVIDO E SUBDESENVOLVIDO A consciência mundial sobre as diferenças sociais entre os povos aumentou muito desde o final da Segunda Guerra Mundial, com a expansão dos meios de comunicação de massa. Nos países ricos, um número cada vez maior de indivíduos toma contato com a dura realidade pre- sente nos países subdesenvolvidos (que representam hoje a humanidade). Apesar desse tipo de classificação ter dois pólos, um desenvolvido, e outro, no extremo oposto, subdesenvolvido, o que mais ocorre são os casos intermediários de Países em Vias de Desenvolvimento (PVD). Essa regionalização/ classificação apresenta mais condições de ana- lisar vários casos de diferentes países no mundo.Do século XVI ao XX, a sociedade mundial passou por grandes transformações, e as dife- renças nos graus de desenvolvimento social e econômico entre os países só aumentou. Podemos notar essa evolução na tabela abaixo: MÓDULO GEOGRAFIA Tabela 1 - Evolução do PIB per capita médio (em dólares) Países 1770 1870 1970 1980 2000 Subdesenvolvidos 170 160 340 791 938 Desenvolvidos 210 1,2x 510 3,2x 3300 9,7x 9684 12,2x 23450 25x Alguns países em vias de desenvolvimentos procuraram atingir índices de melhor qualidade de vida e produção econômica e se industrializaram. Os processos de industrialização nem sempre foram acompanhados de efeitos positivos, como no caso da elevada urbanização. Sem infra-estrutura que recebesse o grande número de imigrantes que se deslocaram para as cidades acabaram por não ter acesso aos serviços mínimos fornecidos pelo Estado, como água, luz, esgoto etc.; restando a esses portanto a constituição de submoradias (favelas, cor- tiços etc.). MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA DISPENSA DE TRABALHADORES MIGRAÇÃO PARA AS CIDADES DESEMPRESO E SUBEMPREGO MENOR ARRECADAÇÃO DO ESTADO FALTA DE SERVIÇO ASSISTENCIAIS (SAÚDE E EDUCAÇÃO) ANALFABETISMO BAIXA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL AUMENTO DA CRIMINALIDADE Outro exemplo de rápida modernização, que foi, em parte, danosa, encontrar-se na agricul- tura. A grande dispensa de trabalhadores que se seguiu à mecanização agrícola engrossou a formação de periferias urbanas desprovidas das condições necessárias à instalação daquela população. Isso, associado ao nível de alfabetização da massa de habitantes e sua baixa (ou nula) qualificação profissional aumento do subemprego, a chamada “economia subterrânea”. Como os governos não recolhem impostos de “camelôs” ( cada vez mais presentes em países subdesenvolvidos), tem também menos capital para investir em áreas sociais. Por não ter seus direitos garantidos e atendidos, essa população assiste ao aumento da criminalidade, princi- palmente entre os jovens desassistidos de um programa de educação eficiente e sem oportu- nidade de emprego. Entre as várias características que marca os países subdesenvolvidos podemos assinalar algumas, tais como: Dependência externa de empresas transnacionais para a exploração de seus recursos natu- rais; desenvolvimento econômico com a participação de governos de países desenvolvidos e utilização de capital externo. Há dependência também no que diz respeito à tecnologia, o que muitas vezes aumenta o endividamento externo desses países. MÓDULO GEOGRAFIA Mercado interno restrito, devido, em parte, à forte concentração de renda ou ao abasteci- mento desse mercado pelas estruturas econômicas tradicionais, como a agricultura de sub- sistência, que é aquela praticada para a própria sobrevivência do agricultor. A produção dess- es países, é, muitas vezes, complementada pela importação de alimentos. População economicamente ativa (PEA) concentrada no setor primário. Isso caracteriza uma sociedade rural com problemas nos indicadores sociais, como analfabetismo, mortalidade infantil, etc.;geralmente altos, devido às dificuldades de fornecimento de serviços sociais em áreas rurais, que são mais afastadas. Produto interno bruto (PIB) alto no setor primário. Isso caracteriza uma sociedade ainda alta- mente dependente de produção agrícola e de sua exportação. Esse setor costuma ser mais ren- tável ao país do que a produção industrial. Produto Interno Bruto (PIB) Participação do Setor Primário (%) 1995 Nicarágua 34 Nigéria 43 Afeganistão 52 Tanzânia 58 Os países subdesenvolvidos de forte concentração urbana provocada pelas intensas migrações do campo para as cidades são exceção a essa última característica. Produto Interno Bruto (PIB) Participação do Setor Terciário 1995 Brasil 54,4 Chile 58,1 Venezuela 57,0 Argentina 63,0 GEOPOLÍTICA DOS EUA Na virada do século, havia um debate entre os estrategistas americanos (na maioria mil- itares do alto escalão), sobre qual posição seu país deveria adotar no cenário mundial. A pro- posta de isolamento mundial foi recusada em virtude de uma ativa participação deste país nas questões políticas mundiais. O almirante Alfred T. Mahan pregava que para o país ter posição de destaque como potência militar deveria seguir o exemplo da Inglaterra no século XX, ou seja, desenvolver uma grande e forte esquadra naval com várias bases instaladas em pontos MÓDULO GEOGRAFIA estratégicos ao redor do mundo. Intenções como esta iriam entrar em choque com outros paí- ses, aliás, foi isso o que provocou o conflito militar ocorrido entre os dois países na II Guerra Mundial. Nos itens abaixo podemos observar algumas possessões, territórios aliados, bases navais e tratados de defesa dos EUA: MAR DO CARIBE: PORTO RICO Essa ilha tem status de Estado Associado Dependente, pois depende dos EUA para garantir a sua defesa. ZONA DO CANAL DO PANAMÁ Apesar de sua devolução total estar garantida no ano 2000, o controle do canal através de concessões e aluguel para as atividades americanas ainda está garantido. BASE NAVAL DE GUANTÁNAMO em Cuba Essa base foi constituída durante a ocupação militar dos EUA em Cuba, de 1898 a 1902, por causa do confronto com a Espanha. Além disso, os americanos mantiveram o direito de inter- vir, mesmo militarmente, na ilha até 1934. Ocorreram sucessivas invasões a Cuba: em 1906, 1912, 1913, 1917 e 1933. Isto explica a aversão que muitos cubanos têm aos EUA. ILHAS VIRGENS AMERICANAS Essas ilhas têm uma localização estratégicas próximo ao Canal do Panamá, e sua população rejeitou, através de plebiscito, cinco projetos para aumentar sua autonomia, ou seja, preferiu manter os vínculos com os EUA. OCEANO ATLÂNTICO Nessa região do globo a ação americanas se desenvolve numa aliança com países da Europa Ocidental e, hoje, se amplia para países da Europa ex-comunista, como Polônia, Hungria e República Tcheca. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) foi criada em 1949 com o objetivo explícito de defesa contra ataques de países inimigos, ou seja, a antiga URSS. OCEANO PACÍFICO Ilhas Marianas do Norte; Atol Johnston; Guam; Ilhas Wake; Ilhas Midway; Samoa Americana. A proximidade com o Japão, onde os EUA mantêm muitos interesses, e com o Havaí é motivo suficiente para a manutenção de bases militares nessas ilhas do Oceano Pacífico. Além disso, suas economias são prósperas, principalmente devido ao turismo. MÓDULO GEOGRAFIA ANZUS Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos (United States) formam a ANZUS, organização militar que visa à defesa das nações capitalistas mais desenvolvidas da Oceania. Além da influência oceânica, os EUA elaboraram através das décadas deste século XX, em especial após a II Guerra Mundial, uma série de tratados militares com vários países, principal- mente na Ásia. O objetivo supremo era a manutenção da segurança dos EUA, o que, em outras palavras, significava ameaçar a Segurança da extinta URSS. Muitas pessoas, entre elas especial- istas em economia ou problemas sociais em geral, vêem no modelo político-econômico-social dos EUA um exemplo de sucesso que deve ser seguido e copiado. Outros vêem criticamente sua posição mundial de defensores do chamado “mundo livre”, dos valores individuais e da sociedade democrática, em contradição com a interferência que mantêm nos assuntos internos de outros países, impedindo assim que a liberdade e autonomia de outros povos sejam mantidas. Longe de dar uma resposta a esta questão, queremos apenaschamar a atenção para o fato de que a sociedade é sempre algo mais complexo do que podemos imaginar. Há exemplos que, evidentemente, nossa sociedade pode seguir, e outros que podem, quem sabe, ser rejeitados. PROBLEMAS DEMOGRÁFICOS A causa da pobreza social é, na verdade, um conjunto de fatores, como a falta de empregos, o baixo nível educacional, a saúde pública etc. No entanto, uma das características das sociedades subdesenvolvidas tem sido o elevado crescimento populacional. Após a II Guerra Mundial, a queda dos índices de mortalidade, devido às técnicas de medicina preventiva (vacinações) e saúde pública, fez com que o crescimento populacional sofresse uma grande aceleração. O grande prob- lema é que isto não ocorreu em países com o nível de emprego em expansão, mas em sociedades carentes de recursos financeiros necessários à elevação do nível de qualidade de vida. Tais recur- sos, que já eram escassos para investimento em produção de alimentos e educação, tornaram-se mais difíceis de serem obtidos para acompanhar o aumento da população. Uma das conseqüên- cias da disparidade crescente entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos ou em desenvolvi- mento, como o Brasil, é a migração de pessoas dos países pobres para outros mais ricos em busca de melhor condições de vida. Os fluxos mais intensos hoje são: da América Central e México para os Estados Unidos; do Norte da África, Oriente Médio (Turquia, em particular) para a Europa, e de sul-asiáticos para a Austrália. Também tem grande importância no quadro europeu o deslocamento de povos do leste desse continente para o oeste mais desenvolvido. Como o crescimento demográfico elevado é um sintoma do mau funcionamento das sociedades convém observar como este se dá em diferentes regiões do globo: MELHORIA DAS CONDICÕES DE SAÚDE (VACINAS E SANEAMENTO BÁSICO - ESGOTO DAS CIDADES) DIMINUIÇÃO DO ÍNDICE DE MORTALIDADE AUMENTO DA MASSA DE JOVENS EM IDADE DE TRABALHO AUMENTO DO CRESCIMENTO POPULACIONAL ELEVAÇÃO DOS NÍVEIS DE DESEMPREGO NOS PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS E EM DESENVOLVIMENTO MÓDULO GEOGRAFIA INDICADORES Indicadores são formas de medir o nível de desenvolvimento da economia ou sociedade. Os mais utilizados são: O PIB, que mede o total das riquezas produzidas pelo país. Na década de 70, o Brasil ocupou a oitava colocação mundial. No entanto, este indicador não revela o potencial de riqueza da população. Para tanto, existe o cálculo da renda per capita, que consiste em dividir o PIB pelo total de habitantes do país. Este indicador é eficiente para vermos, comparativamente, quem tem maior potencial de riqueza para sua população. Por exemplo, a Suécia, com um PIB modesto de US$ 177.300 milhões, e uma população pequena de 8.976 mil, atinge uma renda per capita de US$ 20.038, bastante alta em termos mundiais. O Brasil, por sua vez, com um PIB altíssimo de US$ 976.800 milhões, com- binado a uma população de 165,5 milhões (a quinta maior do mundo), atinge a pequena renda per capita de US$ 6.041. O problema então está na relação entre a produção e a população. Há ainda um indicador que revela a real distribuição de riquezas dentro de um país; não só o poder aquisitivo da população, como também sua qualidade de vida em geral. Esse indicador foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de suprir a falta de um retrato mais fiel das sociedades. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) considera a expectativa de vida, o grau de escolaridade e a renda per capita da população, fazendo uma média simples desses três indicadores. A escala varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, mel- hor é a qualidade de vida. Portanto, o IDH de um país abarca três aspectos: vida longa e saudável, conhecimento e padrão de vida decente O Brasil apresenta um IDH de 0,830, considerado acima da média mundial. Isto o caracteri- za como um legítimo país em vias de desenvolvimento. Os índices máximo e mínimo são, respectivamente, o do Canadá com 0,960 e o de Serra Leoa com 0,185. O mundo se apresenta bastante complexo, e as várias formas de regionalização propostas neste capítulo são tentativas de simplificação do estudo; trata-se de um primeiro passo. No desenvolvimento do curso de geografia geral, a partir de agora, procuraremos entender mel- hor seus detalhes. O BRASIL NA ECONOMIA GLOBAL Você sabe qual é o papel desempenhado pelo Brasil na globalização da economia? Como esse papel interfere em sua vida? As décadas do Pós-Guerra conheceram um crescimento sem igual da economia mundial. Com a liderança Norte Americana, as reconstruções da Europa e do Japão criaram uma pro- funda integração mundial dos mercados e um forte crescimento da produção de mercadorias e serviços. Ao mesmo tempo, ocorria uma mudança no funcionamento da economia capitalista com a descentralização espacial da indústria pelo mundo. Os grandes grupos industriais multina- cionais americanos, europeus e japoneses superavam as fronteiras geográficas e abriam filiais em países subdesenvolvidos do mundo capitalista. MÓDULO GEOGRAFIA Pense... Cite o nome de duas empresas multinacionais instaladas no Brasil. Você costuma comprar produtos dessas empresas? Por quê? Antes dessa época, Segunda Guerra Mundial, os países da América Latina, da Ásia e da África apresentavam em duplo interesse para essas empresas e os negócios dos países desen- volvidos, ou seja, eram mercados consumidores de produtos industrializados e fornecedores de produtos primários (minerais e vegetais). Escreva alguns dos produtos que esses países importavam. Quais eles exportavam? No entanto, no pós-guerra, um grupo de países subdesenvolvidos começou a receber altos investimentos externos diretos no setor industrial. Sendo assim, a característica marcante desses países - exportadores de produtos primários - começa a se modificar, podemos citar como países que passaram por esse processo: Brasil, México, Argentina, Chile e África do Sul. Veja a gravura ao lado A descentralização territorial da indústria pelo mundo gerou uma industrialização limitada, de certo modo, a um número reduzido de países. Os países que exerciam essa “atração” sobre os investimentos estrangeiros ofereciam vantagens em três aspectos, que são: A força de trabalho, pouco qualificada e praticamente sem organização operária (sindical) forte, apresentava custos muito menores quando comparados com a mão- de-obra dos países desenvolvidos. Observe a tabela abaixo: MÓDULO GEOGRAFIA Em que grupo de países o salário tem um peso maior nos custos da produção industrial ? Os baixos salários pagos, nos países subdesenvolvidos podem funcionar como “atrativos” para as empresas multinacionais? Por quê? Outro fator que contribuiu para a entrada das empresas multinacionais nos países subde- senvolvidos, após a Segunda Guerra Mundial, foi o crescimento de um mercado interno capaz de absorver uma oferta crescente de bens de consumo duráveis, como automóveis e eletrodomésticos. Procure saber a diferença entre bens de consumo duráveis e não duráveis. Além desses fatores já citados, a existência de infra-estrutura urbana, de meios de comuni- cação, facilitando a circulação de mercadorias, serviços e pessoas colaboraram para a entrada de empresas estrangeiras nos países de Terceiro Mundo. Com todas essa características, o Brasil, viveu, desse período Pós-Guerra, até meados dos anos 70, uma industrialização acelerada. Pesquise sobre o “milagre” econômico brasileiro ocorrido nessa época. Assim a partir dessas mudanças, ocorre um processo de abandono do modelo agro expor- tador
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