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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ
DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA E CIENCIAS SOCIAIS
CAMPUS XVII – SÃO MIGUEL DO GUAMÁ
CENTRO DE CIENCIAS SOCIAIS E EDUCAÇÃO
LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS SOCIAIS
LUCIANE PEREIRA SODRÉ
RESUMO: “Esboço para uma crítica da economia política” de Friedrich Engels
São Miguel do Guamá
2022
LUCIANE PEREIRA SODRÉ
RESUMO: “Esboço para uma crítica da economia política” de Friedrich Engels
Trabalho elaborado como requisito para obtenção parcial de nota para a disciplina Teoria Econômica Clássica ministrada pelo Prof. Dr. Miguel Pereira Sodré.
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São Miguel do Guamá
2022
RESUMO
No texto “O esboço para uma crítica da Economia Política”, Friedrich Engels traça o que é considerada uma análise célebre acerca do entendimento da classe burguesa, detentora dos meios de produção e antagônica aos interesses da classe trabalhadora. Para tal, Engels parte da base, pelo ponto de vista da classe operária e por meio de uma perspectiva dialético-materialista, método de investigação o qual consagrou tanto sua obra quanto os escritos de seu parceiro de trabalho Karl Marx. 
Engels inicia sua investigação no Esboço apresentando sua definição de economia política enquanto uma “ciência do enriquecimento” a favor da burguesia enquanto tece severas críticas ao liberalismo e mercantilismo e seus representantes clássicos, sobretudo, Adam Smith e David Ricardo. Aqui, destaque para a crítica ao sistema mercantil que fetichiza o ouro e dinheiro como riqueza ao longo de relações mercantis pautadas na centralidade da balança comercial favorável e ancoradas em um sem-número de rivalidades e guerras entre países exploradores. 
Ademais, além da burguesia, outra categoria amplamente citada no texto é o trabalho, produto do capital e, por isso, principal componente produtivo e fonte de riqueza, uma vez que utiliza da atividade humana livre para modificar a natureza e a humanidade. Relacionada ao trabalho, no texto também figura a crítica a propriedade privada, categoria-chave para entendimento da classe burguesa e para a teoria social do alemão. Para Engels, a propriedade privada é fonte das relações capitalistas de produção e o direito em possuí-la está em sintonia com a concorrência, protegida pela liberdade de comércio – princípio do liberalismo – e somente garantida, por um lado, pela separação entre a classe trabalhadora e os meios de produção. A concorrência entre capitalistas e capitais provoca o monopólio legitimado pela propriedade privada. Assim, concorrência-monopólio, categorias aparentemente opostas, impulsionam uma a outra, sendo, portanto, interdependentes. 
Outra categoria vinculada a propriedade privada é a da luta de classes. Ao se localizar no pensamento de Smith, Engels identifica a sociedade dividida em três classes, a saber, a dos proprietários fundiários, capitalistas e trabalhadores. Proprietário fundiário, que vive da renda da terra, e capitalista, que administra o lucro, juntos, constituem o capital. O trabalhador, por sua vez, que vive do salário, constitui o trabalho. Engels conclui que tanto o proprietário fundiário quanto o capitalista estão contra os interesses do trabalhador.
A teoria que Friedrich Engels mais dedica atenção ao longo de seu “O esboço para uma crítica da Economia Política” é a da superpopulação de Thomas Malthus. Para o alemão, a teoria, além de falaciosa é incoerente com o desenvolvimento técnico e científico inglês do pós Revolução Industrial. Engels acredita que a humanidade possui capacidade produtiva e criativa ilimitada, porém ressalta que a teoria de Malthus é necessária para compreender a força produtiva da terra e da humanidade e, em última instancia, para lançar luz sobre a natureza da propriedade privada.
REFERÊNCIA:
ENGELS, Friedrich. Esboço para uma crítica da economia política. Trad. Ronaldo Vielmi Fortes. Rev. Vitor B. Sartori. Verinotio – Revista on-line de Filosofia e Ciências Humanas, Rio das Ostras, v. 26, n. 2, pp. 263-87, jul./dez. 2020.
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