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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – UFRJ 
NÚCLEO DE PESQUISA DE PRODUTOS NATURAIS – NPPN 
 
 
 
 
SEPARAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS DITERPENOS ÁCIDOS 
PRESENTES EM ÓLEO-RESINA DE Copaifera multijuga HAYNE 
(LEGUMINOSEAE) 
 
 
MARIANA HARUMI TASAKA PEREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro – Brasil 
2011 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – UFRJ 
NÚCLEO DE PESQUISA DE PRODUTOS NATURAIS – NPPN 
MESTRADO EM QUÍMICA DE PRODUTOS NATURAIS 
 
 
 
SEPARAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS DITERPENOS ÁCIDOS 
PRESENTES EM ÓLEO-RESINA DE Copaifera multijuga HAYNE 
(LEGUMINOSEAE) 
 
MARIANA HARUMI TASAKA PEREIRA 
Dissertação apresentada ao Núcleo de Pesquisa de 
Produtos Naturais da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 
como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de 
Mestre em Ciências (Química de Produtos Naturais). 
 
ORIENTADORES: MONICA COSTA PADILHA 
 ANGELO DA CUNHA PINTO 
 
 
Rio de Janeiro – Brasil 
2011 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pereira, Mariana Harumi Tasaka 
 Separação e Caracterização dos Diterpenos Ácidos presentes em 
óleo-resina de Copaifera multijuga Hayne (Leguminoseae)/ Mariana 
Harumi Tasaka Pereira – Rio de Janeiro: UFRJ, 2010. 
 xxv, 210f.: il.; 31 cm. 
 Orientador: Monica Costa Padilha e Angelo da Cunha Pinto 
 Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, 
Núcleo de Pesquisa de Produtos Naturais, 2011. 
 Referências bibliográficas: f. 198-210. 
 1. Óleo-resina. 2. Copaifera multijuga. 3. Diterpenos ácidos. 4. 
Cromatografia. I. Padilha, M.C. (Orient.). II. PINTO, A.C. (Co-orient.). III. 
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Núcleo de Pesquisa de Produtos 
Naturais. IV. Isolamento e Caracterização dos Diterpenos Ácidos 
presentes em óleo-resina de Copaifera multijuga Hayne (Leguminoseae). 
 
FOLHA DE APROVAÇÃO 
 
MARIANA HARUMI TASAKA PEREIRA 
SEPARAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS DITERPENOS ÁCIDOS PRESENTES 
EM ÓLEO-RESINA DE Copaifera multijuga HAYNE (LEGUMINOSEAE) 
Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-Graduação do Núcleo de 
Pesquisa de Produtos Naturais da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, 
como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em 
Ciências. 
Em, 04 de Agosto de 2011, 
Aprovada pelos Doutores: 
 
 
Presidente, Prof.ª Drª MONICA COSTA PADILHA (Orientador, NPPN/IQ/UFRJ) 
 
 
Prof. Dr. FRANCISCO RADLER DE AQUINO NETO (IQ/UFRJ) 
 
 
Profª. Drª. JUSSARA PINHEIRO BARBOSA (FIOCRUZ) 
 
 
Profª. Drª. MICHELLE JAKELINE CUNHA REZENDE (IQ/UFRJ) 
 
Rio de Janeiro – Brasil 
2011 
V 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Deus. 
 Aos meus amores Paulo, Silvia, Paulo Igor e Gustavo. 
VI 
 
AGRADECIMENTOS 
 Acima de tudo, a Deus por estar presente em todos os momentos de minha 
vida e por ser presença viva em tudo que faço. 
Aos meus pais, Paulo Roberto e Silvia Keiko, meu irmão Paulo Igor e ao meu 
namorado Gustavo Brito por me apoiarem e por me darem a base fundamental 
desta caminhada. Amo vocês. 
 À minha Obatian por cuidar de mim todo esse tempo. 
 Ao Professor Doutor Angelo da Cunha Pinto, pela orientação segura, pelos 
seus ensinamentos e por ter me acolhido em seu laboratório. 
 À Professora Doutora Monica Costa Padilha, pela amizade, orientação e por 
ter acreditado no meu potencial. 
 À Professora Doutora Lidilhone Hamerski Carbonezi, pela dedicação e valioso 
auxílio no desenvolvimento desse trabalho, além do incentivo e das palavras bem 
ditas. 
 Aos Professores Alberto José Cavalheitro (UNESP – ARARAQUARA), Ana 
Hovell (IQ - UFRJ), Claudia Moraes Resende (IQ - UFRJ), Francisco Radler de 
Aquino Neto (IQ - UFRJ) e Letícia Costa-Lotufo (UFCE), pela importante contribuição 
científica. 
 Ao Professor Flávio Almeida Violante pelos ensinamentos e incentivos pela 
Química de Produtos Naturais. 
Aos membros da Banca Examinadora, pela disponibilidade e suas 
contribuições. 
VII 
 
 Às minhas adoráveis amigas, Suellen Rodrigues, Suellen Gomes, Ellis Castro, 
Raquel Pires, Marluce Oliveira, Ana Letícia Goulart e Anna Carolina dos Santos por 
dividirem comigo momentos de dúvidas e alegrias e por estarem presentes sempre 
nas horas certas e incertas. 
 Ao amigo Fernando Gama, pela paciência, dedicação e pelo resgate de um 
celular. Ao amigo Jonhatas Revoredo pelo incentivo e pela atenção dispensada na 
etapa final desse trabalho. 
 Aos meus amigos do NPPN, pelos momentos de alegrias e dúvidas, pelas 
conversas e questionamentos: Alan Patrick, Vagner Silva, Vanessa Moreira, 
Raphael Neves, Ana Paula, Julio, Carol e Cristiane. 
 Aos colegas do Laboratório PILAB (IQ 621) e Laboratório de Aromas (IQ 626 
A) pela ajuda, incentivo e pelos momentos de descontração. 
 Aos colegas do LADETEC: Fabio Júnior, Carlos, Talis, Aninha e Erica. Aos 
colegas do LABDOP triagem IV, em especial ao Bruno Garrido e Felipe Leal. 
 Ao CNPq pelo apoio financeiro. 
A todos vocês, agradeço por toda ajuda, colaboração e dedicação. Sigo 
levando comigo todos os ensinamentos e amizade. 
 Muito obrigada! 
 
 
 
 
VIII 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O olho é a lâmpada do corpo. Se teu olho é bom, todo o 
teu corpo se encherá de luz. Mas se ele é mau, todo teu 
corpo se encherá de escuridão. Se a luz que há em ti está 
apagada, imensa é a escuridão”. 
Jesus Cristo 
IX 
 
RESUMO 
SEPARAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS DITERPENOS ÁCIDOS PRESENTES 
EM ÓLEO-RESINA DE Copaifera multijuga HAYNE (LEGUMINOSEAE). 
 
Mariana Harumi Tasaka Pereira 
 
Orientadores: Monica Costa Padilha e Angelo da Cunha Pinto. 
 
Resumo da Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-graduação em 
Química de Produtos Naturais, Núcleo de Pesquisa de Produtos Naturais, da Universidade 
Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do 
título de Mestre em Química de Produtos Naturais. 
 
 
O óleo-resina de copaíba é exsudado do tronco das árvores das espécies do 
gênero Copaifera. Esse óleo é amplamente utilizado na medicina popular como 
antinflamatório, antitumoral e cicatrizante. Sesquiterpenos e diterpenos ácidos são 
as principais substâncias encontradas nesse óleo-resina. Apesar da sua ampla 
utilização medicinal, o estudo das principais substâncias presentes no óleo de 
copaíba comercializado ainda é pouco explorado. Diante desse fato esse trabalho 
teve como objetivo promover a separação e a caracterização dos diterpenos ácidos 
encontrados em óleo-resina de Copaifera multijuga visando auxiliar no controle de 
qualidade dessa matéria-prima vegetal. O óleo-resina de Copaifera multijuga foi 
fracionado em coluna de sílica gel impregnada com KOH com intuito de promover a 
separação da fração rica em diterpenos ácidos das frações sesquiterpênicas. Os 
diterpenos ácidos presentes na fração diterpênicas foram isolados por cromatografia 
líquida de alta eficiência. No total, 8 diterpenos ácidos foram identificados, seis com 
esqueleto labdânico: ácido agático, ácido 3-hidróxi copálico, ácido pinifólico, ácido 3-
acetóxi copálico, ácido copálico e ácido labda-7,13-dien-15-óico, e dois com 
esqueleto clerodânico: ácido hardwíckiico e ácido 7-acetóxi hardwíckiico. O ácido 
copálico, biomarcador da espécie, foi encontrado em todas as amostras comerciais 
de óleo-resina de copaíba. O estudo da citotoxicidade demonstrou que as amostras 
isoladas não apresentaram atividade citotóxica elevada frente a 4 linhagens de 
células tumorais humanas. 
Palavras-chaves: Óleo-resina, Copaifera multijuga, diterpenos ácidos, cromatografia. 
X 
 
ABSTRACT 
SEPARATION AND CHARACTERIZATION OF DITERPENE ACIDS PRESENTS IN 
Copaifera multijuga HAYNE OILRESIN (LEGUMINOSEAE). 
 
Mariana Harumi Tasaka Pereira 
 
Orientadores: Monica Costa Padilha e Angelo da Cunha Pinto. 
 
Abstract da Dissertação de Mestradosubmetida ao Programa de Pós-graduação em 
Química de Produtos Naturais, Núcleo de Pesquisa de Produtos Naturais, da Universidade 
Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do 
título de Mestre em Química de Produtos Naturais. 
 
Copaiba oleoresin is exuded from the bark of trees of the genus Copaifera. This 
oilresin is widely used in folk medicine as anti-inflammatory, antitumor and healing. 
Sesquiterpene and diterpene acids are the main substances found in oilresin. 
Despite the wide medicinal use, the study of the main substances presents in 
commercial samples of copaiba oilresin is still little explored. Given this fact, this 
study aimed to promote the separation and characterization of diterpene acids found 
in Copaifera multijuga oilresin as an aid in quality control of the raw vegetable. The 
oilresin of Copaifera multijuga was fractionated on a silica gel column impregnated 
with KOH in order to promote the separation of the fraction rich in sesquiterpene and 
diterpene acids. The diterpene acids present in the fraction diterpenes were isolated 
by high performance liquid chromatography. A total of 8 diterpene acids were 
identified, six with a labdanic skeleton: agatic acid, 3-hydroxy copalic acid, pinifolic 
acid, 3-acetoxy copalic acid, copalic acid, labda-7,13-dien-15-oic acid, and two with a 
clerodane skeleton: 7-acetoxy hardwickiic acid and hardwickiic acid. Copalic acid, a 
biomarker of the species, was found in all samples of copaiba oilresin. The 
cytotoxicity study showed that the isolates of samples did not show high cytotoxic 
activity against four human tumor cell lines. 
 
 
Keywords: Oilresin, Copaifera multijuga, diterpene acid, chromatography. 
XI 
 
ÍNDICE DE FIGURAS 
Figura 1: Chegada dos colonizadores portugueses em território brasileiro 29 
Figura 2: Alguns espécimes de plantas utilizadas para fins terapêuticos 34 
Figura 3: Foto do padre jesuíta José de Anchieta 37 
Figura 4: “Os comedores de batata”. Pintura feita por Vincent van Gogh em 
abril de 1885. Dados do quadro: Óleo sobre tela, com dimensões de 82 por 
14 cm, localizado no Museu van Gogh em Amsterdã- Holanda 
39 
Figura 5: Mapa da estrada real onde a copaíba era encontrada 40 
Figura 6: Regiões onde as espécies do gênero Copaifera são encontradas 41 
Figura 7: Hábito da espécie Copaifera multijuga Hayne 42 
Figura 8: Exemplares de Copaifera guianensis (A), Copaifera coriacea (B), 
Copaifera martii (C), Copaifera langsdorffi (D) 
43 
Figura 9: Estados Brasileiros onde são encontradas as principais espécies 
do gênero Copaifera 
44 
Figura 10: Desenho sugerindo o uso do óleo-resina de copaíba como 
combustível para automóveis 
52 
Figura 11: Variação da coloração do óleo-resina de copaíba 53 
Figura 12: Hábito de uma copaibeira (1); esquema representativo da 
perfuração do tronco de uma copaibeira com auxílio de um trado (2) 
55 
Figura 13: Processo de extração do óleo-resina de copaíba. (A) incisão feita 
com um trado no tronco da árvore; (B) escoamento do óleo-resina; (C) 
Fechamento do orifício aberto 
56 
Figura 14: Sesquiterpenos encontrados em espécies do gênero Copaifera 59 
Figura 15: Esqueletos diterpênicos do tipo: caurano, clerodano e labdano 61 
Figura 16: Estrutura dos diterpenos encontrados em óleo-resinas de 
Copaifera 
64 
Figura 17: Estrutura dos diterpenos labdânicos encontrados em óleo de 
copaíba 
65 
Figura 18: Diagrama de blocos dos principais componentes presentes em 
um cromatógrafo líquido 
70 
XII 
 
Figura 19: Esquema de um cromatográfo a gás (CG) 73 
Figura 20: Esquema de um espectrômetro de massas 74 
Figura 21: Aparelhagem para preparação do diazometano 78 
Figura 22: Foto do procedimento de purificação do óleo-resina de Copaifera 
multijuga (OCP) por cromatografia em coluna de sílica gel impregnada com 
KOH 
85 
Figura 23: Coloração do óleo-resina de copaíba certificado (em destaque) e 
dos óleo-resinas de copaíba comerciais adquiridos no Estado do Rio de 
Janeiro 
114 
Figura 24: Foto das amostras óleo-resinas comerciais adquiridos no Estado 
do Rio de Janeiro 
115 
Figura 25: CCF do óleo-resina Copaifera multijuga e dos óleo-resinas de 
copaíba comerciais. (OC01 ao OC15) 
118 
Figura 26: Cromatograma do óleo-resina de Copaifera multijuga. Destaque 
para as regiões dos sesquiterpenos e dos diterpenos ácidos 
121 
Figura 27: Cromatograma dos óleos comerciais OC01, OC02, OC03, OC04, 
OC05 e OC06, evidenciando as regiões dos sesquiterpenos e dos diterpeno 
ácidos 
123 
Figura 28: Cromatograma dos óleos comerciais OC07, OC08, OC09, OC10, 
OC11 e OC12, evidenciando as regiões dos sesquiterpenos e dos diterpeno 
ácidos 
124 
Figura 29: Cromatograma dos óleos comerciais OC13, OC14, OC15, 
evidenciando as regiões dos sesquiterpenos e dos diterpenos ácidos 
125 
Figura 30: Teste de agrupamento dos óleo-resinas de copaíba comerciais 126 
Figura 31: Análise multivariada por PCA, por amostra 127 
Figura 32: Análise multivariada por PCA, por tempo de retenção 128 
Figura 33: CCF das frações hexânicas, diclorometânicas e metanólicas do 
óleo-resina de copaíba padrão submetido à cromatografia de coluna em 
sílica gel impregnada com KOH (triplicata) 
131 
Figura 34: Fração metanólica do óleo-resina de copaíba padrão 133 
Figura 35: Sistema de gradiente escolhido para isolamento dos diterpenos 135 
XIII 
 
Figura 36: Cromatograma da fração ácida utilizando metanol na fase móvel 136 
Figura 37: Frações isolados do óleo-resina de copaíba por CLAE 137 
Figura 38: Cromatograma dos diterpenos ácidos isolados de C. multijuga 140 
Figura 39: Cromatograma de CLAE-prep da fração ácida do óleo-resina de 
copaíba 
142 
Figura 40: Ampliação do cromatograma da fração MHARA4 143 
Figura 41: Espectro de massas do ácido 3-acetóxi copálico 146 
Figura 42: Proposta de fragmentação do ácido 3-acetóxi copálico 147 
Figura 43: Proposta de fragmentação do ácido 3-acetóxi copálico 
(continuação) 
148 
Figura 44: Diferença entre o ácido copálico e o ácido labdan-7,13-dien-15-
óico 
152 
Figura 45: Espectro de massas do ácido copálico 153 
Figura 46: Espectro de massas do ácido labdan-7,13-dien-15-óico 153 
Figura 47: Proposta de fragmentação do ácido copálico 154 
Figura 48: Espectro de massas do ácido labdan-7,13-dien-15-óico 156 
Figura 49: RMN 13C (50 MHz, MeOD) de uma mistura de ácido copálico e 
ácido labdan-7,13-dien-15-óico (MHT10) 
158 
Figura 50: Espectro de massas do ácido 3-hidróxi copálico 162 
Figura 51: Proposta de fragmentação do ácido 3-hidróxi copálico 163 
Figura 52: Proposta de fragmentação do ácido 3-hidróxi copálico 
(continuação) 
164 
Figura 53: RMN 1H do ácido 3-hidróxi copálico x ácido 3-acetóxi copálico, 
respectivamente 
165 
Figura 54: Espectro de massas do ácido pinifólico e do ácido agático, 
respectivamente 
168 
Figura 55: Proposta de fragmentação do ácido pinifólico e do ácido agático 169 
Figura 56: Proposta de fragmentação do ácido agático e do ácido pinifólico 
(continuação) 
170 
Figura 57: Estruturas em cadeira do ácido pinifólico e ácido agático 172 
XIV 
 
Figura 58: RMN 1H do ác. agático x ác. pinifólico (mistura MHARA4) 173 
Figura 59: Valores de deslocamento químico de RMN de 13C para os ácidos 
agático e pinifólico 
174 
Figura 60: Espectro de massas do ácido 7-acetóxi hardwíckiico 176 
Figura 61: Proposta de fragmentação do ácido 7-acetóxi hardwíckiico 177 
Figura 62: Espectro de massas do ácido hardwíckiico 181 
Figura 63: Proposta de fragmentação do ácido hardwíckiico 182 
Figura 64: Cromatograma do CH2Cl2, solvente utilizado para diluição do 
padrão e das amostras 
184 
Figura 65: Cromatograma do ácido copálico, pureza calculada de 95% 185 
Figura 66: Curva de calibração do ácido copálico. (A) Curva exponencial 
sem tratamento estatístico. (B) Curva linear com as respectivas 
ponderações 
189XV 
 
ÍNDICE DE TABELAS 
Tabela 1: Principais plantas utilizadas com fins terapêuticos no mundo 33 
Tabela 2: Denominação de copaibeiras do Brasil 46 
Tabela 3: Denominação de copaibeiras de diversos países da América do 
Sul 
47 
Tabela 4: Principais propriedades farmacológicas do óleo-resina de copaíba 
descritas na literatura e comprovadas experimentalmente. 
50 
Tabela 5: Propriedades farmacológicas dos principais diterpenos ácidos 
encontrados em óleo-resina de copaíba 
51 
Tabela 6: Diterpenos encontrados em óleo-resinas de espécies do gênero 
Copaifera 
62 
Tabela 7: Óleo-resinas de copaíba adquiridos no comércio 81 
Tabela 8: Programação da temperatura utilizada em CG/DIC e CG/EM 83 
Tabela 9: Eluentes utilizados no fracionamento da fração metanólica 88 
Tabela 10: Programação exploratória de eluentes em CLAE com MeOH 91 
Tabela 11: Programação exploratória de eluentes em CLAE com ACN 91 
Tabela 12: Programação exploratória CLAE utilizando acetonitrila/água 
(métodos isocráticos) 
93 
Tabela 13: Concentrações dos cinco pontos da curva de calibração 96 
Tabela 14: Programação de temperatura utilizada na curva de calibração do 
ácido copálico 
97 
Tabela 15: Levantamento bibliográfico da copaíba com seus respectivos 
refinos 
112 
Tabela 16: Análise preliminar dos óleos-resinas de copaíba quanto ao tipo 
de embalagem, coloração e odor 
116 
Tabela 17: Rendimento das frações hexânicas, diclorometânicas e 
metanólicas do óleo-resina de copaíba padrão submetido à cromatografia 
de coluna em sílica gel impregnada com KOH 
132 
Tabela 18: Código das frações isoladas por CLAE e a sua identificação 138 
Tabela 19: Valores de deslocamento químico do ácido 3-acetóxi copálico x 150 
XVI 
 
literatura 
Tabela 20: Valores de deslocamento químico de RMN 13C do ácido 
copálico x ácido labdan-7,13-dien-15-óico 
160 
Tabela 21: Comparação dos valores de RMN 1H e RMN 13C dos ácidos 
agático e pinifólico 
174 
Tabela 22: Comparação dos valores de RMN 1H e RMN 13C dos ácidos 7-
acetóxi hardwíckiico e ácido hardwíckiico. 
179 
Tabela 23: Determinação do limite de detecção do ácido copálico na curva 
de calibração 
186 
Tabela 24: Valores de Cochran à um nível de significância de 5% 187 
Tabela 25: Resultados do teste de Cochran para o ácido copálico 187 
Tabela 26: Valores de área dos 5 pontos da curva de calibração do ácido 
copálico. Análise realizada em triplicata 
188 
Tabela 27: Valores logarítmicos da concentração e da área 189 
Tabela 28: A equação da reta e o coeficiente de correlação com as 
respectivas ponderações 
189 
Tabela 29: Valores individuais das concentrações do ácido copálico para os 
15 óleo-resinas de copaíba comercial adquiridos no Estado do Rio de 
janeiro 
191 
Tabela 30: Valores de CI50 (CE50 para os eritrócitos) e intervalo de 95% de 
confiança (IC95%) em g/mL das amostras testadas 
193 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
XVII 
 
ÍNDICE DE ESQUEMAS 
Esquema 1: Metodologia aplicada para cromatografia de sílica gel 
impregnada com KOH 
87 
Esquema 2: Metodologia de Purificação da Fração Rica em Diterpenos 
Ácidos 
 
89 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
XVIII 
 
LISTA DE ANEXOS 
Espectro 1: Espectro de massas do ácido agático (MHT02) 
Espectro 2: Espectro de massas do agatato de dimetila. 
Espectro 3: RMN de 1H (200 MHz, MeOD) do ácido agático (MHT02) 
Espectro 4: RMN de 13C (50 MHz, MeOD) do ácido agático (MHT02) 
Espectro 5: RMN de 13C (dept 135, 50 MHz, MeOD) do ácido agático (MHT02) 
Espectro 6: Espectro de massas do ácido 3-hidróxi copálico (MHT03) 
Espectro 7: Espectro de massas do 3-hidróxi copalato de metila 
Espectro 8: RMN de 1H (400MHz, MeOD) do ácido 3-hidróxi copálico (MHT03) 
Espectro 9: Espectro de massas do ácido 7-acetóxi hardwíckiico (MHT04) 
Espectro 10: Espectro de massas do 7-acetóxi hardwickiato de metila 
Espectro 11: RMN de 1H (200MHz, MeOD) do ácido 7-acetóxi hardwíckiico (MHT04) 
Espectro 12: RMN de 13C (50 MHz, MeOD) do Ácido 7-acetóxi hardiwíckiico 
(MHT04) 
Espectro 13: Espectro de massas do ácido pinifólico (MHT05) 
Espectro 14: Espectro de massas do pinifolato de dimetila 
Espectro 15: RMN de 1H (200MHz, MeOD) do ácido pinifólico (MHT05) em mistura 
com o ácido hardwíckiico (MHT07) 
Espectro 16: Espectro de massas do ácido hardwíckiico (MHT07) 
Espectro 17: RMN de 1H (400MHz, MeOD) do ácido hardwíckico (MHT07) 
Espectro 18: RMN de 13C (50 MHz, MeOD e CDCl3) de uma mistura de ácido 
pinifólico e ácido hardiwíckiico (MHARA4) 
Espectro 19: Ampliação do RMN de 13C (50 MHz, MeOD e CDCl3) de uma mistura 
de ácido pinifólico e ácido hardiwíckiico (MHARA4) 
Espectro 20: RMN de 13C (dept 135, 50 MHz, MeOD e CDCl3) de uma mistura de 
ácido pinifólico e ácido hardiwíckiico (MHARA4) 
Espectro 21: RMN de 13C (dept 90, 50 MHz, MeOD e CDCl3) de uma mistura de 
ácido pinifólico e ácido hardiwíckiico (MHARA4) 
Espectro 22: Ampliação do RMN de 13C (dept 90, 50 MHz, MeOD e CDCl3) de uma 
mistura de ácido pinifólico e ácido hardiwíckiico (MHARA4) 
Espectro 23: Espectro de massas do ácido 3-acetóxi copálico (MHT08) 
XIX 
 
Espectro 24: Espectro de massas do 3-acetóxi copalato de metila 
Espectro 25: RMN de 1H (200MHz, MeOD) do ácido 3-acetóxi copálico (MHT08) 
Espectro 26: RMN de 13C (50 MHz, MeOD) do ácido 3-acetóxi copálico (MHT08) 
Espectro 27: RMN de 13C (dept 135, 50 MHz, MeOD) do ácido 3-acetóxi copálico 
(MHT08) 
Espectro 28: Espectro de massas do ácido copálico (MHT10) 
Espectro 29: Espectro de massas do copalato de metila (MHT10) 
Espectro 30: Espectro de massas do ácido labdan-7,13-dien-15-óico (MHT10) 
Espectro 31: Espectro de massas do éster metílico do ácido labdan-7,13-dien-15-
óico (MHT10) 
Espectro 32: RMN 1H (200 MHz, MeOD) de uma mistura de ácido copálico e ácido 
labdan-7,13-dien-15-óico (MHT10) 
Espectro 33: RMN 13C (50 MHz, MeOD) de uma mistura de ácido copálico e ácido 
labdan-7,13-dien-15-óico (MHT10) 
Espectro 34: Ampliação do espectro de RMN 13C (50 MHz, MeOD) de uma mistura 
de ácido copálico e ácido labdan-7,13-dien-15-óico (MHT10) 
Espectro 35: RMN 13C (dept 135, 50 MHz, MeOD) de uma mistura de ácido copálico 
e ácido labdan-7,13-dien-15-óico (MHT10) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
XX 
 
LISTA DE ABREVIATURAS, SÍMBOLOS E UNIDADES 
 
Deslocamento químico 
Micro 
ACN Acetonitrila 
C18 Fase estacionária octadecilsilano 
CI50 Concentração inibitória média 
CCF Cromatografia em camada fina 
CG Cromatografia gasosa 
CG-DIC Cromatografia gasosa acoplada ao detector por ionização em 
chama 
CG-EM Cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas 
CG-AT Cromatografia gasosa em alta temperatura 
CLAE Cromatografia líquida de alta eficiência 
CLAE-prep Cromatografia líquida de alta eficiência preparativa 
d Dupleto 
dd Duplo dupleto 
eV Elétronvolts 
HL-60, HCT-8, 
SF-295 
Linhagem de células tumorais (HL-60: leucemia), (HCT-8: cólon 
- humano), (SF-295glioblastoma - humano) 
HPLC High performance liquid chromatography 
Hz Hertz 
IE Impacto de elétrons 
INPA Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia 
IV Infravermelho 
J Constante de acoplamento escalar 
XXI 
 
LD Limite de detecção 
LQ Limite de Quantificação 
MeOH Metanol 
MHz Megahertz 
m/z Razão massa/carga 
NCI National Cancer Institute 
OC Óleo-resina de copaíba 
OCP Óleo-resina de copaíba padrão 
ppm Partícula por milhão 
RMN Ressonância magnética nuclear 
RMN 1H Ressonância magnética nuclear de hidrogênio-1 
RMN 13C Ressonância magnética nuclear de carbono-13 
s Simpleto 
SCAN Modo de aquisição por varredura linear 
SPLIT Divisão de fluxo 
UV Ultravioleta 
UV-DAD Ultravioleta- detector por arranjode diodos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
XXII 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO 26 
OBJETIVO 28 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 28 
CAPÍTULO I 29 
1.1- A Química de Produtos Naturais no Brasil 29 
1.2- As plantas na Química de Produtos Naturais 31 
 
CAPÍTULO II 36 
2.1- Considerações Gerais sobre a Copaíba 36 
 2.1.1- Histórico 36 
 2.1.2- Origem e Distribuição 41 
2.2- Etnobotânica do óleo-resina de copaíba 45 
2.3- Propriedades Farmacológicas do óleo-resina de copaíba 49 
 
CAPÍTULO III 53 
3.1- O óleo-resina de Copaíba 53 
3.2- Extração do óleo-resina de Copaíba 54 
3.3- Substâncias detectadas no óleo-resina de Copaíba 57 
3.4- Adulteração e Controle da qualidade do óleo-resina de Copaíba 66 
 
CAPÍTULO IV 68 
4- Técnicas Analíticas 68 
 4.1- Cromatografia Líquida de Alta Eficiência 68 
 4.2-Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas 71 
 76 
XXIII 
 
CAPÍTULO V 
5- Experimental 76 
 5.1- Pesquisa Bibliográfica 76 
 5.2- Solventes e Reagentes 77 
 5.3- Materiais e Equipamentos 78 
 5.4- Obtenção e Análise Sensorial dos Óleos-resinas de Copaíba 80 
 5.4.1- Cromatografia em Camada Fina 82 
 5.5- Condições de Análise Cromatográfica dos Óleo-resinas de Copaíba 82 
 5.5.1- Cromatografia Gasosa 82 
 5.5.2- Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas 83 
 5.6- Fracionamento do Óleo-resina de Copaíba Padrão 84 
 5.6.1- Cromatografia em Coluna de Sílica Gel Impregnada com KOH 84 
 5.6.2- Purificação da Fração Rica em Diterpenos Ácidos (Fração 
Metanólica) para Análise em CLAE-preparativa 
88 
 5.7- Isolamento e Identificação dos Diterpenos Ácidos 90 
 5.7.1- Primeira Etapa: CLAE semi-preparativa 90 
 5.7.2- Segunda Etapa: CLAE Preparativa 92 
 5.7.3- Ressonância Magnética Nuclear 94 
 5.8- Quantificação do Ácido Copálico 94 
 5.8.1- Linearidade 97 
 5.8.2- Limite de Detecção 98 
 5.8.3- Limite de Quantificação 98 
 5.8.5- Homo/heterocedasticidade 98 
 5.8.6- Contaminação entre Amostra 99 
 5.9- Atividades Farmacológicas 100 
 5.9.1- Citotoxicidade em células tumorais 100 
XXIV 
 
 5.9.2- Avaliação da Atividade Hemolítica 
101 
 5.10- Dados Físico-Químicos dos Diterpenos Ácidos Isolados 103 
 5.10.1- Ácido agático 103 
 5.10.2- Ácido 3-hidróxi copálico 104 
 5.10.3- Ácido 7-acetóxi hardwíckiico 105 
 5.10.4- Ácido ácido pinifólico 106 
 5.10.5- Ácido hardwíckico 107 
 5.10.6- Ácido 3-acetóxi copálico 108 
 5.10.7- Ácido copálico 109 
 5.10.8- Ácido labda-7,13-dien-15-óico 110 
 
CAPÍTULO VI 111 
6- Resultados e Discussão 111 
 6.1- Pesquisa Bibliográfica 111 
 6.2- Análise dos Óleo-resinas de Copaíba 114 
 6.3- Análise Química 117 
 6.3.1- Cromatografia em Camada Fina (CCF) 117 
 6.3.2- Cromatografia Gasosa 119 
 6.3.3- Cromatografia Gasosa acoplada à Espectrometria de Massas 120 
 6.4- Fracionamento do Óleo-resina de Copaifera multijuga 129 
 6.4.1- Cromatografia em Coluna de Sílica Gel Impregnada com KOH 129 
 6.4.2- Cromatografia Líquida de Alta Eficiência 133 
 6.4.2.1- Primeira Etapa: CLAE semi-preparativa 134 
 6.4.2.2- Segunda Etapa: CLAE Preparativa 141 
 6.5- Determinação dos Diterpenos Ácidos Isolados 144 
XXV 
 
 6.5.1- Primeira Etapa: Identificação dos ácidos com esqueleto 
labdano 
145 
 6.5.1.1- Ácido 3-acetóxi copálico (MHT08) 145 
 6.5.1.2- Ácido copálico (MHT10a) e Ácido labdan-7,13-
dien-15-óico (MHT10b) 
151 
 6.5.1.3- Ácido 3-hidróxi copálico (MHT03) 161 
 6.5.1.4- Ácido agático (MHT02) e ácido pinifólico o (MHT05) 166 
6.5.2- Segunda etapa: Identificação dos ácidos com esqueleto 
clerodano 
175 
 6.5.2.1- Ácido 7-acetóxi hardwíckiico (MHT04) 175 
 6.5.2.1- Ácido hardwíckiico (MHT07) 180 
 6.6- Quantificação do ácido copálico 184 
 6.6.1- Linearidade 185 
 6.6.2- Limite de Detecção e Limite de Quantificação 185 
 6.6.3- Homo/heterocedasticidade 186 
 6.6.4- Contaminação entre Amostras 188 
 6.6.5- Curva de Calibração/ Linearidade 188 
 6.6.6- Quantificação do ácido copálico nas amostras do óleo-resina 
de copaíba comercial 
190 
 6.7- Atividade Farmacológica 192 
CAPÍTULO VII 195 
 7.1- Conclusão 195 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 198 
ANEXOS 
 
 
 
26 
INTRODUÇÃO 
As plantas medicinais e seus derivados constituíram, durante muito tempo, a base 
para cura de muitas doenças sendo muitas vezes utilizadas como único recurso 
terapêutico de muitas comunidades e grupos étnicos. 
As observações populares sobre o uso e a eficácia das plantas medicinais muito 
contribuíram para a divulgação das virtudes terapêuticas de espécies vegetais. Dentre 
essas inúmeras espécies destacam-se as plantas do gênero Copaifera. 
O gênero Copaifera abrange mais de 72 espécies nativas da América Latina e da 
Africa Ocidental. No Brasil são encontradas 16 espécies, sendo que sua maior 
concentração encontra-se na Região Amazônica. Dentre essas espécies destacam-se 
C. langsdorffii Desf., C. reticulata Ducke, C. multijuga Hayne e C. cearensis Huber ex 
Ducke. 
As copaibeiras ou pau d’óleo, como são conhecidas, possuem grande potencial 
econômico para uso não-madeireiro na região amazônica, devido ao óleo que 
produzem. O óleo-resina de copaíba é extraído dessas árvores através de uma incisão 
feita no tronco com auxílio de um trado (VEIGA JUNIOR & PINTO, 2002). 
Esse óleo-resina é indicado para diversos fins terapêuticos como anti-inflamatório, 
antitumoral, e principalmente, como cicatrizante. Além da utilização do óleo-resina de 
copaíba como agente terapêutico, ele pode ser usado na indústria cosmética na 
preparação de formulações para pele, cabelos e perfumes, como combustível ou na 
 
 
27 
indústria de vernizes (VEIGA JUNIOR & PINTO, 2002; ROMERO, 2007; BRASIL et al., 
2010; PIERI et al., 2009). 
 O óleo-resina de copaíba é um líquido transparente de viscosidade variável 
produzido para proteger a árvore do ataque de microorganismos e herbívoros. Sua 
coloração pode variar do amarelo-claro ao marrom-escuro dependendo da espécie. 
Esse óleo é constituído principalmente por uma mistura de sesquiterpenos e de 
diterpenos ácidos. Os sesquiterpenos são os principais responsáveis pelo aroma 
amadeirado do óleo, enquanto que os diterpenos apresentam diversas propriedades 
farmacológicas já descritas (VEIGA JUNIOR & PINTO, 2002; PIERI et al., 2009). 
Devido à crescente demanda do mercado, a autenticidade e a efetividade dos 
produtos contendo óleo-resina de copaíba estão sendo comprometidas. Muitos óleo-
resinas comercializados atualmente sofreram algum tipo de adulteração com produtos 
de menor valor agregado, tendo como principal objetivo a diluição do óleo. 
Embora, diversos trabalhos sobre o gênero já tenham sido publicados, ainda há 
muitas dúvidas no que diz respeito à composição química do óleo e suas propriedades 
farmacológicas. Uma alternativa para minimizar as adulterações que ocorrem nessa 
matéria-prima vegetal é a identificação química e a origem das diferentes espécies de 
copaibeiras existentes. 
Logo, a separação e caracterização dos diterpenos ácidos encontrados em óleo-
resina de Copaifera multijuga Hayne auxiliaria no controle da qualidade dessa matéria-
prima vegetal. 
 
 
28 
OBJETIVO 
O presente trabalho tem como objetivo promover a separação e a caracterização 
dos diterpenos ácidos encontrados em óleo-resina de Copaifera multijuga Hayne 
visando auxiliar no controle da qualidade de óleo-resina de copaíba comercial.OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
- Determinação da melhor condição analítica para separação dos diterpenos ácidos 
presentes no óleo-resina de Copaifera multijuga Hayne por cromatografia líquida de alta 
eficiência acoplada ao detector por ultravioleta. 
- Traçar o perfil químico do óleo-resina de C. multijuga e de 15 óleo-resinas de copaíba 
comerciais por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas no modo de 
aquisição por varredura linear (SCAN). 
- Avaliação do comportamento dos diterpenos ácidos no CG-EM sem nenhum tipo de 
derivatização em coluna de baixo sangramento e fase estacionária apolar. 
- Caracterização e identificação dos diterpenos ácidos isolados por CG-EM e 
Ressonância Magnética Nuclear. 
- Quantificação do ácido copálico que é considerado um biomarcador da espécie, em 
amostras de óleo-resinas de copaíba comerciais. 
- Avaliação farmacológica dos diterpenos ácidos isolados de C. multijuga contra células 
tumorais. 
 
 
29 
CAPÍTULO I 
1.1- A Química de Produtos Naturais no Brasil 
A descoberta do Brasil por Portugal em 1500 levou à Europa uma inesgotável 
fonte de novidade. O Brasil era considerado pelos portugueses um lugar paradisíaco que 
possuía uma flora de belezas e cores inigualáveis e uma fauna muito exuberante 
(PINTO, 1995; PINTO et al., 2007). 
Os índios foram os primeiros habitantes encontrados pela comitiva portuguesa na 
sua chegada ao Brasil (Figura 1). Após um longo período de convivência, os médicos-
portugueses vindos nessa comitiva perceberam que os índios possuíam um amplo 
conhecimento sobre as plantas nativas às quais poderiam ser utilizadas como alimento, 
veneno ou remédio (PINTO et al., 2002; PINTO et al., 2007). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1: Chegada dos colonizadores portugueses em território brasileiro. 
Fonte: www.portalhoje.com/.../indios-e-portugueses.jpg 
http://www.portalhoje.com/.../indios-e-portugueses.jpg
 
 
30 
Devido à escassez de medicamentos na Europa, muitos médicos portugueses se 
viram obrigados a utilizar os remédios indígenas para cura de suas enfermidades. Esse 
fato foi importante para a história da química de produtos naturais brasileira, pois obrigou 
os médicos portugueses a perceberem a real importância dos remédios indígenas. Além 
disso, essa descoberta ajudou os viajantes que em suas expedições pelas terras 
brasileiras se abasteciam desses remédios. Vale à pena ressaltar que muitos desses 
viajantes, e os médicos-portugueses referiam-se a esses produtos naturais indígenas 
como “as árvores e as ervas das virtudes” (PINTO et al., 2002). 
Além dos remédios naturais utilizados pelos índios na cura de enfermidades, os 
corantes também ganharam grande destaque. O corante vermelho extraído do pau-
brasil (Caesalpinea echinata L.) foi muito explorado pelos portugueses. Além do pau-
brasil destaca-se o corante vermelho extraído do urucu (Bixa orellana), assim como o 
corante preto extraído do jenipapo (Genipa americana) (PINTO, 1995; PINTO et al., 
2002). 
Com a crise no mercado de especiarias da Índia e da Ásia, Portugal se viu 
obrigado a explorar as especiarias do sertão brasileiro. Relatos indicam que no ano de 
1793 mais de mil arrobas de anis foram exportadas para Portugal. Em 1808, com a 
chegada da Corte Real Portuguesa ao Brasil e a abertura dos portos às nações amigas 
decretada por D. João VI ocorreu o início das expedições científicas brasileiras (PINTO 
et al., 2002). 
Com o avanço das expedições científicas no Brasil, foram feitas valiosas 
observações pelos médicos-botânicos vindos com a corte portuguesa. Dentre os 
principais médicos-naturalistas que passaram pelo Brasil, Theodoro Peckolt é o que 
 
 
31 
ganha grande destaque devido às suas valiosas contribuições. Em 1847, Peckolt chega 
ao Brasil com intuito de estudar a flora brasileira. Esse alemão se dedicou 
profundamente aos estudos das plantas brasileiras ganhando destaque como pai da 
fitoquímica brasileira (PINTO et al., 2002). 
Peckolt estudou botanica, morfologica, quimica e farmacologicamente mais de 
2000 exemplares de plantas. Além disso, foi ele o responsável pelo isolamento do 
plumerídeo, primeiro iridóide natural isolado em forma pura (PINTO et al., 2007). 
Além de Peckolt, outros nomes podem ser destacados como pioneiros na química 
de produtos naturais no Brasil como: Ezequiel dos Santos responsável pelo isolamento 
do primeiro alcalóide brasileiro, a pereirina; Domingos Freire descritor do alcalóide 
solasonina; Pedro Batista de Andrade que trabalhou com a composição química do café 
(PINTO et al., 2002; PINTO et al., 2007). 
O crescimento da fitoquímica brasileira moderna se deve aos ilustres 
pesquisadores Otto R. Gottlieb, Benjamin Gilbert, Walter Mors, Paulo da Silva Lacaz, 
Roderick A. Barnes, Maria Auxiliadora Kaplan, entre outros (PINTO et al., 2002; 
SEABRA et al., 2007). 
 
1.2- As plantas na Química de Produtos Naturais 
As plantas foram utilizadas durante séculos como a única fonte de tratamento de 
doenças do homem, e são elas as responsáveis pela descoberta de vários 
medicamentos. As observações populares sobre o uso e a eficácia de plantas 
medicinais contribuíram de forma relevante para a divulgação das virtudes terapêuticas 
dos vegetais. Atualmente, cerca de 52% dos medicamentos prescritos são originários de 
 
 
32 
fontes naturais (plantas, animais ou microorganismos). Acredita-se que grande parte da 
população mundial, aproximadamente 80 %, utilize as plantas como primeiro recurso 
terapêutico (MATOS, 1997; HOSTETTMANN et al., 2003; MACIEL et al., 2002; 
NEWMAN, 2003). 
Devido à grande difusão das plantas medicinais e à preocupação com a qualidade 
de vida, a fitoterapia vem ressurgindo como uma opção medicamentosa bem aceita e 
acessível. No século 19, a indústria de fitoterápicos vendeu aproximadamente 2,4 
bilhões de dólares nos países da Europa e 3,2 bilhões de dólares nos Estados Unidos 
com o crescimento anual de 25 % desde então (AURICCHIO & BACCHI, 2003). 
No Brasil, desde 2000, cerca de 650 registros de medicamentos fitoterápicos 
(130-150/ ano) foram obtidos, sendo representado por 89 % de plantas exóticas. 
Atualmente, os fitoterápicos no mundo estão movimentando cerca de US$ 35 bilhões de 
dólares ao ano, sendo a Alemanha a líder mundial em vendas. No Brasil, esse número 
gira em torno de US$ 500 milhões anuais (GOMES, 2007). 
VEIGA JÚNIOR (2004) fez um levantamento bibliográfico amplo relacionando a 
evolução do número de trabalhos publicados em plantas medicinais. O autor nota um 
crescente aumento entre os anos de 1990-2001, e ressalta a necessidade da 
interdisciplinaridade no estudo de plantas para a solução de problemas cotidianos 
(botânicos, químicos, farmacêuticos, agrônomos). Na tabela 1, encontram-se as 
principais plantas utilizadas com fins terapêuticos no mundo (Figura 2). 
 
 
 
 
 
 
 
33 
Tabela 1: Principais plantas utilizadas com fins terapêuticos no mundo (VEIGA JUNIOR, 
2004). 
 
 
Espécie Substância Ativa Uso Nome Popular 
Atropa belladonna Atropina Anticolinérgico Beladona 
Coffea arabica Cafeína Estimulante Café 
Copaifera langsdorffii Ácido careunóico Antitumoral Óleo de copaíba 
Erytroxylum coca Cocaína Anestésico local Cocaína 
Digitalis purpurea Digitoxina e 
Digoxina 
Cardiotônico Dedaleira 
Gingko biloba Gingkobilina Antioxidante Gingobiloba 
Mentha spp. Mentol Rubefaciente Hortelã 
Papaver somniferum Morfina Analgésico Morfina 
Crotalaria spectabilis Monocrotalina Antitumoral Crotalaria 
Salix Alba Salicina Analgésico Salgueiro 
Taxus brevifolia Taxol Antitumoral Taxus 
Catharantus roseus Vinblastina e 
Vincristina 
Antitumoral Vinca 
Geissospermun laeve Pereirina Estimulante sexual Pau-pereira 
Cymbopogon citratus Citral Calmante Capim-limão 
Tabebuia impetiginosa Lapachol Antimicrobiano Ipê-roxo 
 
 
 
 
 
34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2: Algumasespécies de plantas utilizadas para fins terapêuticos (Gingko biloba, 
Cymbopogon citratus, Mentha arvensis, Catharanteus roseus, Papaver somniferum, 
Digitalis purpurea, Coffea arabica, Tabebuia impetiginosa). 
 
Fonte: www.upload.wikimedia.org 
www.biologie.uniregensburg.de/Botanik/Schoenfelder/kanaren/images/Catharanthus_roseus.jpg 
www.iac.sp.gov.br/Tecnologias/Capim_Limao/06.jpg 
1 2 
3 
4 5 6 
7 8 
http://www.biologie.uniregensburg.de/Botanik/Schoenfelder/kanaren/images/Catharanthus_roseus.jpg
http://www.iac.sp.gov.br/Tecnologias/Capim_Limao/06.jpg
 
 
35 
O Brasil possui uma das maiores diversidades biológicas do planeta. Em 
diferentes regiões são observadas espécies nativas, ou ainda, espécies exóticas que 
foram introduzidas pelos colonizadores e escravos (MELO et al., 2007). Em diversas 
regiões muitas dessas espécies vegetais são utilizadas pela população como alternativa 
para a cura de doenças e sintomas. O conhecimento etnobotânico sobre a eficácia das 
plantas medicinais contribui de forma efetiva para a divulgação das virtudes terapêutica 
e para motivação de novas pesquisas na área da química de produtos naturais (MACIEL 
et al., 2002). 
Uma ampla variedade de espécies com potencial medicinal são comercializadas 
em feiras livres, mercados populares ou cultivadas nos quintais residenciais. Dentre 
essas inúmeras espécies vegetais de interesse medicinal, encontram-se as espécies do 
gênero Copaifera, pertencentes à família das Leguminoseae. A copaíba se destaca por 
ser uma das plantas medicinais mais conhecidas e utilizadas no Estado do Amazonas, 
Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
CAPÍTULO II 
2.1- Considerações Gerais sobre a Copaíba 
2.1.1- Histórico 
O nome copaíba é originário do tupi, onde “Cupa-yba” significa árvore de 
depósito, ou que tem jazida, fazendo alusão ao seu óleo. O óleo que essa planta produz 
era muito utilizado pelos indígenas no tratamento de feridas. Provavelmente, esse 
conhecimento começou a ser difundido pelos índios através da observação do 
comportamento de alguns animais que se esfregavam no tronco dessas árvores para 
melhorarem seus ferimentos (VEIGA JUNIOR & PINTO, 2002). 
O primeiro relato sobre o óleo de copaíba ocorreu em meados de 1516, quando 
Pietro Martyr d’Angleria, cronista do Conselho das Índias encarregado em descrever as 
descobertas no Novo Mundo, mencionou o bálsamo de copaíba em uma de suas cartas. 
“… Na mesma terra, eles colhem o piche que transpira das rochas, muito 
mais dura e azeda que o piche da árvore [...] Essa terra também produz piche em 
dois tipos de árvores, como no Pinheiro, e outra chamada de Copeia. Não preciso 
falar do Pinheiro [...] Falemos, portanto, alguma coisa sobre a outra, chamada de 
Copeia, também se colhe piche dela, como do pinheiro, embora alguns falam que 
é colhida destilando ou gotejando a madeira quando queima. É algo estranho ouvir 
isto último, e como uma provisão necessária da natureza é mostrada nela.” 
 
Em 1560, o padre jesuíta José de Anchieta (Figura 3) descreveu as utilidades do 
óleo de copaíba (VEIGA JUNIOR & PINTO, 2002; ALFONSO-GOLDFARB et al., 2010): 
 
 
 
37 
“De entre as árvores, uma parece digna de menção (posto que haja outras 
que destillam um liquido, similhante a resina, e que serve para remédio) a qual 
distilla um succo delicadíssimo, que alguns querem que seja bálsamo; o qual, a 
principio pelos furinhos, feitos pelo caruncho, ou também pelas incisões abertas 
com facas, ou machadinhos, corre como azeite, depois, coagulando-se, parece 
apresentar a apparencia de bálsamo: o cheiro que desprende não é muito forte, 
mas agradabilíssimo; e é excellente para curar feridas, porque nem mesmo 
restam vestígios de cicatrizes, como dizem que se provou pela experiência.” 
 
Figura 3: Foto do padre jesuíta José de Anchieta. 
Fonte: www.passeiweb.com/.../pe_jose_de_anchieta.jpg 
 
Os jesuítas ainda relataram que quando os índios brasileiros voltavam das 
guerras intertribais todos machucados, seus corpos eram lambuzados com óleo de 
copaíba acreditando-se no seu poder cicatrizante. Eles ainda ressaltavam que quanto 
mais quente estivesse o óleo mais eficaz seria o tratamento (ROSA & GOMES, 2009; 
ALFONSO-GOLDFARB et al., 2010). 
“Como o tenho por experimentado em casos mui desesperados de ferimentos mui 
penetrantes assim da Cabeça, como do Ventre e o Peito e em musculos, e nervos 
Cortados, é só Aquecé-lo numa colher, de metal até que ferva e solte fumaça [...] assim 
Quente aplicá-lo nos ferimentos tão Quente quanto o paciente puder sofrer.” 
 
Tempos depois, em 1606, o padre José da Costa publica em “História Natural e 
Moral das Índias” a propriedade do óleo de copaíba na cura de diversas doenças 
(VEIGA JUNIOR, 2004): 
“O bálsamo é celebrado com razão por seu excelente odor, e muito maior efeito para curar 
feridas, e outros diversos remédios para enfermidades, que nele se experimentam.” 
 
As práticas indígenas diante do óleo de copaíba foram difundidas por todos os 
viajantes europeus, contornando assim a escassez de medicamentos na Europa. 
 
 
38 
Diversos cronistas que estiveram no Brasil naquela época retrataram a utilização do óleo 
de copaíba como poderoso cicatrizante e alguns deles descreveram algumas espécies 
produtoras desse óleo (VEIGA JUNIOR & PINTO, 2002; PIERI et al., 2009). 
Em 1694, o cronista João Ferreira Rosa relatou em seu Tratado Único da 
Constituição Pestilencial o mesmo procedimento de extração do óleo-resina de copaíba 
seguido até hoje pelos índios (ROSA & GOMES, 2009): 
 “Neste pau, nas noites de lua cheia, quando os frutos estão maduros, se faz golpe até a 
medula, [...], correr óleo em grande quantidade.” 
 
O óleo de copaíba ganhou grande destaque no emprego de doenças venéreas 
como a gonorréia e a sífilis que faziam vítimas em larga escala na época da colonização. 
Alguns médicos daquela época verificaram que esse óleo apresentava melhores 
resultados em homens do que em mulheres, tendo em vista que a área de contato da 
doença era menor. O óleo de copaíba também era empregado contra doenças urinárias 
como a cistite, inflamações e contra hemorróidas (SIGMOND, 1837; PEREIRA, 1857). 
A popularidade do óleo de copaíba frente às diferentes propriedades terapêutica 
descritas pelos historiadores transformou-o em um remédio famoso e procurado em todo 
o mundo. Com isso, o seu valor foi aumentando rapidamente, alcançando níveis 
altíssimos. O óleo de copaíba se tornou escasso no comércio e passou a ser 
considerado um elixir caro e precioso (ALFONSO-GOLDFARB et al., 2010). 
Uma vez que o uso do óleo de copaíba se tornou essencial para a cura de 
doenças, começou a ocorrer no Brasil uma exploração sem critério das copaibeiras, 
 
 
39 
logo, no ano de 1818 o governo imperial promulgou um ato regulando a extração do óleo 
dessas árvores visando minimizar a sua destruição (PIERI et al., 2009). 
Em outro relato, o escritor José de Alencar (1865) menciona a copaibeira em seu 
livro Iracema (ROMERO, 2007): 
“... Aí da esposa! ... Sentiu já o golpe no coração e como a copaíba ferida no âmago, 
destila as lágrimas em fio.” 
 
Na Europa, o óleo de copaíba era muito utilizado por pintores famosos devido ao 
seu efeito de inibição de secagem da tinta óleo. No período de 1884-1885 (período 
Nuenem), o famoso pintor Vicent van Gogh fez o uso do óleo-resina de copaíba em suas 
pinturas (Figura 4) (ROMERO, 2007). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4: “Os comedores de batata”. Pintura feita por Vincent van Gogh em abril de 
1885. Dados do quadro: Óleo sobre tela, com dimensões de 82 por 14 cm, localizado no 
Museu van Gogh em Amsterdã- Holanda. (Fonte: ROMERO, 2007) 
 
 
 
40 
Além da região Amazônica, a copaíba encontrava-se muito presente no caminho 
da Estrada Real (do Rio de Janeiro a Minas Gerais). A espécie mais encontrada nessa 
região era a Copaifera langsdorffii. Sua ação cicatrizantejá havia sido descrita pelos 
portugueses nos primeiros anos de colonização do Brasil. No caminho da Estrada Real, 
a copaibeira era mais conhecida por homens do que por mulheres, representando 80% 
do total do uso popular(BRANDÃO & ZANETTI, 2008) (Figura 5). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5: Mapa da estrada real onde a Copaíba era encontrada. 
Fonte: http://casal20.files.wordpress.com/2009/07/mapa_estrada1.jpg 
 
 
41 
2.1.2- Origem e Distribuição 
 A copaíba (Copaifera spp.) é uma espécie com potencial econômico para uso 
não-madeireiro na região amazônica devido ao óleo que produz. O óleo de copaíba é 
extraído do tronco das árvores de diversas espécies do gênero Copaifera 
(Leguminosae). Esse gênero abrange mais de 72 espécies nativas da América Latina e 
da Africa Ocidental (Figura 6). No Brasil são encontradas 16 espécies, sendo que sua 
maior concentração encontra-se na Região Amazônica e no Estado do Pará (VEIGA 
JUNIOR & PINTO, 2002; PIERI, et al., 2009; VEIGA JUNIOR, 2004). 
 
Figura 6: Regiões onde as espécies do gênero Copaifera são encontradas. 
Fonte: Adaptado de VEIGA JUNIOR & PINTO, 2002. 
 
 
 
42 
Essas árvores são conhecidas popularmente como copaibeiras ou pau d’óleo. 
Ocorrem em matas de terra firme e com solos argilosos e arenosos. Seu crescimento é 
lento, podendo chegar a 40 metros de altura e viver mais de 400 anos. Sua copa é 
globosa com folhas alternadas, penuladas e pecioladas. As flores são pequenas, 
hermafroditas e arranjadas em panículos axilares. Os frutos são em forma de vagens 
avermelhadas que possuem uma semente ovóide com um arilo amarelo intenso (Figura 
7) (LORENZI, 1992). 
À noite, as copaibeiras são ponto de encontro de diversos mamíferos, como os 
macacos mono-carvoeiros (Cebus apella nigritus) e de pequenos roedores (ROSA & 
GOMES, 2009). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7: Hábito da espécie Copaifera multijuga Hayne. 
Fonte: www.arvores.brasil.nom.br/copaiba1.jpg 
 
 
43 
Entre as espécies mais abundantes, destacam-se: C. officinalis L., C. guianensis 
Desf., C. langsdorffii Desf., C. reticulata Ducke, C. multijuga Hayne, C. cearensis Huber 
ex Ducke, C. glycycarpa Ducke, C. coriacea , C. officinalis L., C. martii Hayne, C. 
paupera Dwyer e C. trapezifoli Hayne (Figura 8). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 8: Exemplares de Copaifera guianensis (A), Copaifera coriacea (B), Copaifera 
martii (C), Copaifera langsdorffi (D). 
Fonte: Adaptado de Pereira, 1857. 
 
 
44 
No Brasil, as espécies C. langsdorffii Desf., C. reticulata Ducke, C. multijuga 
Hayne e C. cearensis Huber ex Ducke são as que mais se destacam. No mapa abaixo 
estão destacados seus principais habitats (Figura 9) (CASCON, 2004). 
 
 
Figura 9: Estados Brasileiros onde são encontradas as principais espécies do gênero 
Copaifera. 
Fonte: mundinhodacrianca.blogspot.com 
 
 
 
 
45 
2.2- Etnobotânica do óleo-resina de copaíba 
O óleo-resina de copaíba tem sido utilizado pelos índios como fonte de cura para 
diversas doenças, por esse motivo os indígenas consideram essa árvore como sendo 
uma árvore mística. Para a população esse conhecimento foi passado de geração a 
geração, logo foi e ainda é considerado uma fonte de remédio. Alem disso, existem 
outras aplicabilidades populares para as copaibeiras e seu óleo, como ponto de espera 
de caça e fonte de renda (VEIGA JUNIOR, 2004, BRASIL et al., 2010). 
VEIGA JUNIOR (2004) menciona em sua tese um ritual de extração do óleo-
resina de copaíba citado pelo Pajé da tribo de Ji-Paraná, Rondônia, Brasil: 
 
“(...) Em noites de lua cheia, principalmente no mês de agosto, tarde da 
noite, pode-se observar um clarão vindo da mata. Este clarão é observado em 
função do óleo de copaíba que medra da terra e sobe à árvore. Se a árvore for 
fêmea e adulta, no dia seguinte, dá-se um susto na árvore com espingarda, e 
então, sem olhar para a copa, faz-se um furo no tronco desta, na altura do peito. 
Quando o óleo escorre a árvore solta um longo suspiro mas, se a copa da árvore 
for olhada enquanto se fura, a árvore esconde o óleo, que volta a terra.” 
Pajé da tribo de Ji-Paraná/Rondônia 
 (VEIGA JUNIOR, 2004) 
 
O óleo-resina de copaíba é conhecido popularmente por diferentes nomes que 
estão relacionados com a região na qual se encontra ou onde o óleo é comercializado 
(Tabela 2). 
 
 
 
 
46 
Tabela 2: Denominação de copaibeiras do Brasil (VEIGA JUNIOR & PINTO, 2002; 
PLOWDEN, 2004; CASCON, 2004; PIERI et al., 2009). 
Nome Científico Nome Popular Ocorrência 
 Copaifera coriacea Baume de São Paulo São Paulo, Minas 
Gerais, Bahia, 
Piauí 
 Copaifera langsdorfii Capaíba, copaúba, pau-óleo, 
pau-óleo-do-sertão, copaíba 
vermelha, copaíba da várzea, 
copaíba de minas. 
Minas Gerais, 
Paraná, Goiás, 
Rio de Janeiro, 
São Paulo. 
 Copaifera martii Copaíba jutaí ou Jutaí pororoca, 
copaibarana. 
Pará, Maranhão, 
Piauí. 
 Copaifera multijuga Marimari, cupaíba, copaíba 
Angelim, copaíba roxo. 
Amazônia. 
 Copaifera officinalis Copaíba verdadeira, jatobá 
mirim, cupiúba. 
Amazônia, 
Roraima, 
Maranhão, Piauí. 
 
 
 
 
 
47 
Além do Brasil, o óleo-resina de copaíba é conhecido no mundo inteiro devido às 
suas inúmeras propriedades farmacológicas. Na América do Sul esse óleo-resina é 
conhecido com os mais variados nomes: copaiba del Brasil, tronco puerco, arbol de 
aceite, kopaibi (Tabela 3) (PLOWDEN, 2004). Já na Venezuela, é denominado aceite de 
palo ou cabimba (VEIGA JUNIOR & PINTO, 2002). 
Na França, o óleo de copaíba é conhecido como huile de copahu ou huile rouge 
de copayer. Na Alemanha, copaiva balsam ou copaivabalsamoel e nos Estados Unidos 
da América, copaiba balsam ou copaiba oil (CASCON, 2004). 
 
Tabela 3: Denominação de copaibeiras de diversos países da América do Sul 
(PLOWDEN, 2004). 
Nome Científico Nome Popular Ocorrência 
 Espécie indefinida Balsamo del Brasil Chile 
 
 C. officinalis 
Copaibi, Kuruma 
Panchomouti 
Apaoewa ou hoopelboom 
Aceite ou cabimbo 
Colômbia 
 Guiana Francesa 
Suriname 
Venezuela 
 C. guianensis Tronco puerco Colômbia 
 C. langsdorfii Cupa’y ou Kupa’y Paraguai 
 C. reticulata Copaiba blanca ou copaiba Peru 
 
 
 
48 
O óleo-resina tem uma grande utilização popular, sendo muito empregado na 
cicatrização de feridas e como anti-inflamatório. Além disso, esse óleo-resina pode ser 
utilizado como anti-séptico, expectorante e diurético; no tratamento de tumores na 
próstata, hemorróidas e diarréia. Os índios utilizavam esse óleo-resina no umbigo dos 
recém-nascidos para evitar infecções por tétano e em guerreiros quando voltavam das 
lutas machucados. O uso em excesso do óleo-resina pode causar náuseas, vômitos e 
febre (VEIGA JUNIOR & PINTO, 2002; ROMERO, 2007; BRASIL et al., 2010; PIERI et 
al., 2009) 
BERTONI (1927) apud VEIGA JUNIOR & PINTO (2002) descreveu algumas 
propriedades do óleo de copaíba que atualmente estão esquecidas: 
“É evidente a ação do óleo de copaíba C. langsdorfii, no tratamento de 
reumatismo! Utiliza-se nas desinterias, em casos mais graves, onde a ipeca não resolvia. 
Em especial nos casos mais graves, como retite gangrenosa (...)” 
 
Em Camarões, na África Ocidental, a espécie Copaifera religiosa é utilizada no 
tratamento de sífilis e blenorragia. Já na Guiana Francesa, o óleo é utilizado no 
tratamento da psoríase e leishmaniose (VEIGA JUNIOR & PINTO, 2002). 
A espécie Copaifera multijuga é utilizada principalmente no tratamento da 
blenorragia, da cistite e hemorróida, de febre, de psoríasis, além de ser utilizado como 
expectorante e cicatrizante (PEREIRA, 1857; FONTES, 2007; BRASIL et al., 2010). 
 
 
 
 
49 
2.3- Propriedades Farmacológicas do óleo-resina de copaíba 
O óleo-resina de copaíba possui várias propriedades farmacológicas que foram 
descritas na literatura experimentalmente (Tabela 4). Dentre essas propriedades, 
destacam-se as atividades: anti-inflamatória,anti-séptica, analgésica, cicatrizante, anti-
reumática e antitumoral (Tabela 4). Além do óleo, o chá da casca e das sementes 
possuem atividades terapêuticas como, anti-hemorroidal, purgativa e antiasmática 
(CASCON & GILBERT, 2000; VEIGA JUNIOR & PINTO, 2002; AMARAL et al., 2005; 
BIAVATTI et al., 2006; GOMES, 2007; BARBOSA et al., 2009; MENDONÇA & ONOFRE, 
2009). Em citações mais antigas recomendava-se que o uso e aplicação do óleo de 
copaíba deveria ser feita à quente, porém, esse relato é muito antigo e caiu em desuso 
(ROSA, 1694 apud VEIGA JUNIOR & PINTO, 2002). 
Segundo LIMA (2003), algumas frações do óleo de Copaifera multijuga 
apresentaram atividade antitumoral em testes realizados in vivo e in vitro. Já GOMES et 
al. (2008), comprovaram atividade antineoplásica do óleo de C. multijuga frente a um 
tumor sólido. Recentemente, as atividades antinociceptiva e anti-inflamatória das frações 
obtidas de C. multijuga foram caracterizadas por GOMES et al. (2010). 
Estudos demonstraram uma ação larvicida do óleo de Copaifera langsdorfii e 
Copaifera reticulata no combate do mosquito da dengue Aedes aegypti (SILVA et al., 
2007; GERIS et al., 2008; MENDONÇA et al., 2005). 
 
 
 
50 
Tabela 4: Principais propriedades farmacológicas do óleo-resina de copaíba descritas na 
literatura e comprovadas experimentalmente. 
Espécie Propriedade Farmacológica Referência Bibliográfica 
Copaifera spp 
Copaifera multijuga 
 
Antimicrobiana 
SANTOS et al., 2008 
MENDONÇA & ONOFRE, 2009 
Copaifera multijuga 
Copaifera duckei 
 
Anti-inflamatória 
GOMES et al., 2010 
CARVALHO, 2005 
 
Copaifera langsdorffi 
 
Cicatrizante 
 
MONTES et al., 2009 
 
Copaifera spp. 
 
Inseticida 
SANTOS et al., 2008. 
MENDONÇA et al., 2005 
 SILVA et al., 2007 
Copaifera multijuga 
 
Copaifera reticulata 
 
Anticancerígena 
LIMA et al., 2003 
GOMES et al., 2008 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
51 
Na tabela 5 encontram-se as propriedades farmacológicas dos principais 
diterpenos ácidos encontrados em óleo-resina de copaíba (BRASIL et al., 2010). 
Tabela 5: Propriedades farmacológicas dos principais diterpenos ácidos encontrados em 
óleo-resina de copaíba (BRASIL et al., 2010). 
Diterpeno Ácido Propriedade Farmacológica 
Ácido Copálico Anti-inflamatória 
 
Ácido Caurenóico 
Antimicrobiana, anti-proliferativa de células 
tumorosas, analgésica, relaxante muscular, 
diurético 
Ácido Poliáltico Antimutagênico, repelente contra M. neritoides, 
gastro-protetora 
Ácido Hardwíckiico 
 
Anti-cancerígeno 
Ácido 3 acetóxi-copálico Larvicida (Aedes aegypti) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
52 
Além da utilização do óleo de copaíba como agente terapêutico, ele pode ser 
usado na indústria cosmética na preparação de formulações para pele, cabelos e 
perfumes, como parte de combustível para pequenas máquinas ou na indústria de 
vernizes (Figura 10). Nas indústrias de vernizes e tintas, ele é utilizado como agente 
secante para pinturas em porcelanas ou pinturas a óleo (VEIGA JUNIOR & PINTO, 
2002; ROMERO, 2007; BIAVATTI et al., 2006). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 10: Desenho sugerindo o uso do óleo-resina de copaíba como combustível para 
automóveis. 
Fonte: LANGENHEIM, 2003. 
 
 
 
 
53 
CAPÍTULO III 
3.1- O óleo-resina de Copaíba 
O óleo de copaíba é um líquido transparente de viscosidade variável armazenado 
em canais secretores que se intercomunicam por toda planta. Esse óleo é produzido 
para proteger a árvore do ataque de microorganismos e herbívoros (FONTES, 2007). 
Sua coloração pode variar do amarelo-claro ao marrom-escuro (Figura 11). A 
designação correta para esse óleo é “óleo-resina de copaíba”, pois se trata de um 
exsudado constituído de ácidos resinosos e compostos voláteis. Alguns autores, 
classifica-o, erroneamente, como “bálsamo de copaíba” (VEIGA JUNIOR, 2004; 
MEDEIROS, 2006). 
 
Figura 11: Variação da coloração do óleo-resina de copaíba. 
Em temperatura ambiente, esse óleo-resina apresenta-se na forma líquida, com 
aroma forte e penetrante, e sabor acre e amargo. Pode ser estocado por dois anos sem 
perder suas propriedades terapêuticas. Os principais constituintes presentes no óleo de 
copaíba são os hidrocarbonetos sesquiterpênicos e diterpenos ácidos (RIGAMONTE-
AZEVEDO et al., 2004; MENDONÇA & ONOFRE, 2009). 
 
 
54 
3.2- Extração do óleo-resina de Copaíba 
Em algumas espécies de Leguminosae são encontrados espaços internos no 
interior do caule que secretam substâncias lipofílicas. Esses espaços podem ser 
denominados canais ou cavidades secretoras, e estão divididos em três tipos: canais ou 
cavidades esquizógeos, formados pela separação de células iniciais; canais ou 
cavidades lisígeos, formado pela autólise das células secretoras; canais ou cavidades 
esquizolizígeos formados pela combinação dos dois processos (RODRIGUES & 
MACHADO, 2009). 
O óleo-resina de copaíba é formado no interior de canais esquizolizígeos, isto é, 
canais secretores situados por toda a árvore. Esses canais encontram-se interligados e 
são formados através da dilatação de espaços intercelulares (meatos) (VEIGA JUNIOR 
& PINTO, 2002; OLIVEIRA et al., 2006). Por estarem interligados, esses canais 
representam um grande valor para a espécie no que diz respeito a sua sustentabilidade 
(RODRIGUES & MACHADO, 2009). 
Existem diversas maneiras de se extrair o óleo das copaibeiras (através de cortes 
no tronco com machado, utilizando bombas de sucção, incisão no tronco em V), porém 
muitas dessas técnicas acabam matando a árvore (VEIGA JUNIOR & PINTO, 2002; 
ROSA & GOMES, 2009). O método ecologicamente correto de se extrair óleo de 
copaibeiras é realizado através de uma incisão feita com um trado no tronco da árvore à 
1 metro de altura em relação ao chão (Figura 12). O óleo é escoado para recipientes 
adequados e protegidos da luz evitando assim a sua degradação. Quando a coleta é 
finalizada o orifício aberto é fechado com um tubo de PVC e vedado para impedir a 
 
 
55 
entrada de fungos ou cupins (Figura 13) (VEIGA JUNIOR & PINTO, 2002; MEDEIROS, 
2006; FONTES, 2007). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 12: Hábito de uma copaibeira (1); esquema representativo da perfuração do 
tronco de uma copaibeira com auxílio de um trado (2).*Vermelho: canais esquizolizígeos. 
Fonte: www.arvores.brasil.nom.br/copaiba1.jpg 
 
Algumas copaibeiras chegam a produzir cerca de 50 litros de óleo-resina por ano, 
porém essa quantidade pode variar de acordo com os fatores abióticos. O período de 
chuva é o mais indicado para a extração do óleo devido à maior quantidade de água 
ocasionando um óleo mais fluído em relação ao óleo coletado no período de secas 
(ROMERO, 2007). De acordo com GONÇALVES (2001), uma árvore pode produzir 
aproximadamente 60 Kg de óleo no período de março a agosto. 
* 
TRADO 
 
 
56 
 
 
 
 
 
Figura 13: Processo de extração do óleo-resina de copaíba. (A) incisão feita com um 
trado no tronco da árvore; (B) escoamento do óleo-resina; (C) Fechamento do orifício 
aberto. 
 Fonte: Adaptado de MEDEIROS, 2006. 
 
 MEDEIROS (2006) ressalta que se não for possível fazer a extração do óleo-
resina com apenas uma perfuração, deve-se realizar um segundo furo na árvore, porém 
em outra região. Vale à pena ressaltar, que ao término da extração os dois furos 
deverão ser fechados para evitar a contaminação do espécime por microorganismos. 
Em relação ao potencial de produção do óleo-resina de copaíba, alguns autores 
demonstraram que a produção do óleo-resina bem como a composição química desse 
óleo é independente do meio-ambiente ou tipologia vegetal. Porém, dependente do tipo 
morfológico da espécie (RIGAMONTE-AZEVEDO et al., 2006; MEDEIROS, 2006). Outra 
vertente diz que o óleo-resina de copaíba sofre variação na sua composição devido aos 
fatores abióticos (fungos, insetos), luminosidade e disponibilidade de nutrientes, além da 
morfologia da espécie (RIGAMONTE-AZEVEDO et al.,2004; OLIVEIRA et al., 2006). 
Todavia, estudos aprofundados são necessários para a confirmação desses resultados. 
 
 
57 
3.3- Substâncias detectadas no óleo-resina de Copaíba 
A primeira substância identificada no óleo-resina de copaíba foi o ácido copaívico 
por Schweitzer, em 1829. Essa substância foi descrita quando o autor deixou o óleo de 
copaíba em repouso e percebeu que após um longo período de tempo o ácido copaívico 
cristalizava. Fehling em 1841, descreveu outra formação cristalina no óleo-resina de 
copaíba, a que ele denominou ácido oxicopaívico. Já em 1865, Strauss isolou o ácido 
meta-copaívico. No século XX, Tschirch encontrou os dois ácidos acima mencionados 
em mistura. No entanto, Keto, seu colaborador, encontrou o ácido paracopaívico e o 
ácido homoparacopaívico. Dentre todos os ácidos descobertos, apenas o ácido 
copaívico possui similaridade com os diterpenos ácidos isolados e identificados 
atualmente por técnicas espectroscópicas (VEIGA JUNIOR & PINTO, 2002; ROMERO, 
2007; PIERI et al., 2009). 
O óleo-resina de copaíba é composto por diversas substâncias que já foram 
definidas em vários trabalhos. Entre as técnicas mais utilizadas para identificação 
dessas substâncias destacam-se: a cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de 
massas, a cromatografia líquida e a ressonância magnética nuclear. A partir dessas 
técnicas constatou-se que o óleo é constituído principalmente por uma mistura de 
sesquiterpenos e diterpenos ácidos (VEIGA JUNIOR, 1997; CASCON & GILBERT, 
2000; VEIGA JUNIOR & PINTO, 2002; PIERI et al., 2009). 
O óleo-resina de copaíba é composto majoritariamente por sesquiterpenos, como 
o -cariofileno, óxido de cariofileno, -copaeno, -humuleno, -bisaboleno, -selineno e 
-selineno, aromadendreno,-elemeno, -elemeno, -muuroleno, -cubebeno, -
 
 
58 
cubebeno e cypereno (Figura 14). Esses sesquiterpenos são responsáveis pelo aroma 
do óleo e são amplamente comercializados para as indústrias de perfumes, além de 
apresentarem diversas propriedades farmacológicas (VEIGA JUNIOR & PINTO, 2002; 
ROMERO, 2007; SANT’ANNA et al., 2007). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
59 
-cariofileno 
Óxido de cariofileno -humuleno -bisaboleno 
-selineno -selineno 
 
Bergamoteno 
-copaeno 
Aromadendreno -elemeno 
-elemeno -muuroleno 
-cubebeno 
 
-cubebeno -cadineno 
 
Cypereno 
 
Figura 14: Sesquiterpenos encontrados em espécies do gênero Copaifera (VEIGA 
JUNIOR & PINTO, 2002; CASCON, 2004; ROMERO, 2007; SANT’ANNA et al., 2007). 
 
O
Óxido de Cariofileno (2)
-cariofileno (1)
-humuleno (4) -bisaboleno (5) 
-selineno (5) -selineno (6)
-copaeno (7)
 -cadineno (9)
 
 
60 
O -cariofileno é um dos constituintes majoritários do óleo-resina de copaíba. 
Além da sua utilização na perfumaria, o -cariofileno possui atividade anti-inflamatória 
comprovada, antifúngica e antibacteriana. Já o -bisaboleno, além da propriedade anti-
inflamatória, possui ação analgésica (PIERI et al., 2009). 
VEIGA JUNIOR & PINTO (2002) e ROMERO (2007) citam que a produção do -
cariofileno está diretamente correlacionada à proteção do espécime contra lepidópteros, 
enquanto que a produção do óxido de cariofileno atuaria diretamente na proteção contra 
fungos. Porém, estudos complementares precisam ser feitos para validar essa citação, 
já que o óxido de cariofileno pode ser um produto de degração do -cariofileno devido à 
exposição à luz do óleo-resina durante a estocagem (CASCON & GILBERT, 2000). 
Em C. langsdorfii, o -cariofileno foi encontrado majoritariamente nos frutos, nas 
cascas dos frutos, nas folhas e no óleo-resina. Enquanto que, o óxido de cariofileno foi 
encontrado, principalmente, no tronco e nas cascas do tronco (BRASIL et al., 2010). 
CASCON (2004) cita que os sesquiterpenos aromadendreno e bergamoteno são 
encontrados somente no óleo-resina de copaíba. 
Um estudo realizado por CASCON & GILBERT (2000), demonstrou que o óleo-
resina de C. multijuga é constituído majoritariamente por sesquiterpenos como: -
cariofileno, -copaeno, -bergamoteno, -humuleno e -cadineno. Sendo que, o -
cariofileno encontra-se em maior concentração. 
 
 
61 
Quanto aos diterpenos, já foram descritos no gênero 35 substâncias diferentes. 
Esses podem possuir esqueletos do tipo caurano, clerodano e labdano (Figura 15). 
Desses, 23 encontram-se na forma ácida e os outros 12 como álcoois ou diterpenos 
neutros (Tabela 6) (BRAGA et al., 1998; VEIGA JUNIOR & PINTO, 2002; ROMERO, 
2007). 
 
Figura 15: Esqueletos diterpênicos do tipo: caurano, clerodano e labdano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESQUELETO 
LABDANO 
2
3
4
5
10
1
6
7
8
9 14
13
12
11
16
15
20
17
18 19
2
3
4
5
10
1
6
7
8
9 14
13
12
11
16
1517
18
19
20
ESQUELETO 
CLERODANO 
2
3
4
5
10
1
6
7
8
9
13
12
11
18
19
20
14
15
16 17
ESQUELETO 
CAURANO 
 
 
62 
Tabela 6: Diterpenos encontrados em óleo-resinas de espécies do gênero Copaifera. 
Diterpeno Referência 
Esqueleto Caurano 
Ácido ent-16--caurano-19-óico VEIGA JUNIOR & PINTO, 2002 
Ácido caurenóico DE SOUZA et al., 2010 
Esqueleto Clerodano 
Ácido hardwíckiico LUZBETAK et al., 1978 
Ácido patagônico PINTO et al., 2000 
Ácido 3-clerodeno-15,18-dióico VEIGA JUNIOR & PINTO, 2002 
Ácido 13-clerodeno-15,16-olídeo-18-óico PINTO et al., 2000 
Ácido clerodano-15-18-dióico PINTO et al., 2000 
Ácido clorechínico PINTO et al., 2000 
Ácido 7-acetóxi-hardwíckiico 
SPANEVELLO & VILA, 1994 
HEYMANN et al., 1994 
Ácido colavênico HEYMANN et al., 1994 
Colavenol MONTI et al., 1999 
Ácido 7-hidróxi-hardwíckiico VEIGA JUNIOR & PINTO, 2002 
Ácido cis-colavenol VEIGA JUNIOR & PINTO, 2002 
ent-neo-4(18),13-clerodadien-15-ol VEIGA JUNIOR & PINTO, 2002 
Esqueleto Labdano 
Ácido copaiferólico VEIGA JUNIOR & PINTO, 2002 
Ácido copaiférico VEIGA JUNIOR & PINTO, 2002 
Ácido catívico PINTO et al., 2000 
3-hidróxi-15,16-dinorlabda-8(17)-eno-13-ona MONTI et al., 1996 
8(17),13-labdadieno-15-ol VEIGA JUNIOR & PINTO, 2002 
Ácido 11-hidróxi-copálico VEIGA JUNIOR & PINTO, 2002 
Ácido 3-hidróxi-copálico MAHAJAN & FERREIRA, 1971 
Ácido ent-3-hidróxi-lada-8(17),13-dieno-15-óico VEIGA JUNIOR & PINTO, 2002 
Ácido ent-agático MAHAJAN & FERREIRA, 1971 
Ácido eperúico PINTO et al., 2000 
Ácido eperu-8(20)-15,18-dióico VEIGA JUNIOR & PINTO, 2002 
Ácido poliáltico DE SOUZA et al., 2010 
Ácido copálico VEIGA JUNIOR, 2004 
Ácido 3-acetóxi-copálico ROMERO, 2007 
Ácido 11-acetóxi-copálico VEIGA JUNIOR & PINTO, 2002 
 
 
63 
Dentre os diterpenos ácidos relatados em espécies do gênero Copaifera, os mais 
encontrados são o ácido copálico, o ácido 3 acetóxi-copálico, o ácido 3-hidróxi copálico, 
o ácido hardwíckiico, o ácido agático, o ácido caurenóico e o ácido poliáltico (Figura 16 e 
17) (NAKANO & DJERASSI, 1961; CASCON & GILBERT, 2000; VEIGA JUNIOR & 
PINTO, 2002; FONTES, et al., 2006; ROMERO, 2007; SANT’ANNA et al., 2007; 
SANT’ANNA, 2007; BRASIL et al., 2009; ROMERO et al., 2009). 
Em um estudo realizado por PINTO et al. (2000) e VEIGA JÚNIOR (2004) o ácido 
copálico foi o único diterpeno encontrado em todas as espécies que estavam sendo 
analisadas. Por esta razão, esse diterpeno ácido pode ser considerado um biomarcador 
das espécies do gênero Copaifera. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
64 
Esqueleto Caurano 
 
 
 
Ácido ent-16--caurano-19-óico 
 
 
 
Ácido caurenóico 
Esqueleto Clerodano 
HO O
O
 
 Ácido hardwíckiico 
HO O
O
 
Ácido patagônico 
 
HO O
O
OH
 
Ácido 3-clerodeno-
15,18-dióico 
HO O
O
O
Ácido 13-
clerodeno-15,16-
olídeo-18-óico 
HO O
O
OH
 
Ácido clerodano-15-
18-dióico 
HO O
O
 
Ácido clorechínico 
HO O
O
O
O 
 Ácido 7-acetóxi-
hardwíckiico 
O
OH
 
Ácido colavênico 
OH
 
Colavenol 
HO O
O
OH
 
Ácido 7-hidróxi-
hardwíckiico 
OH
 
Ácido cis-colavenol 
OH
 
ent-neo-4(18),13-
clerodadien-15-ol 
Figura 16: Estrutura dos diterpenos encontrados em óleo-resinasde Copaifera (VEIGA 
JUNIOR & PINTO, 2002; CASCON, 2004; ROMERO, 2007). 
 
CO2HCO2H
 
 
65 
Esqueleto Labdano 
O
OH
CH2OH 
Ácido copaiferólico 
O
OH
 
Ácido copaiférico 
O
OH
 
Ácido catívico 
O
HO
 
3-hidróxi-15,16-dinorlabda-
8(17)-eno-13-ona 
CH2OH
 
 Ácido 8(17),13-
labdadieno-15-ol 
HO
OH
O
 
Ácido 11-hidróxi-
copálico 
OH
O
HO
 
Ácido 3-hidróxi-
copálico 
OH
O
HO
Ácido ent-3-hidróxi-lada-
8(17),13-dieno-15-óico 
COOH
OH
O
Ácido ent-agático 
OH
O
Ácido eperúico 
COOH
OH
O
Ácido eperu-8(20)-
15,18-dióico 
COOH
O
Ácido poliáltico 
OH
O
Ácido copálico 
OH
O
AcO
 
Ácido 3-acetóxi-
copálico 
OH
O
AcO
Ácido 11-acetóxi-
copálico 
 
 
 
 
Figura 17: Estrutura dos diterpenos labdânicos encontrados em óleo de copaíba (VEIGA 
JUNIOR & PINTO, 2002; CASCON, 2004; ROMERO, 2007). 
 
 
 
66 
3.4- Adulteração e Controle da qualidade do óleo-resina de Copaíba 
O uso de produtos fitoterápicos vem crescendo rapidamente no Brasil, porém não 
vem sendo acompanhado pelo controle da qualidade da matéria-prima vegetal. No caso 
do óleo de copaíba é ainda mais grave, pois devido a crescente demanda do mercado, a 
autenticidade e a efetividade dos produtos contendo óleo de copaíba estão sendo 
comprometidas (LEITE et al., 1998; VEIGA JUNIOR et al., 2001; VEIGA JUNIOR & 
PINTO, 2002; FONTES, 2007). 
O óleo comercial de copaíba tem sofrido adulterações com produtos de menor 
valor agregado, tendo como o principal objetivo a diluição do óleo. Hoje em dia é comum 
que os distribuidores do óleo misturem água, mel, banha animal, ou até mesmo óleo 
diesel. Nos laboratórios farmacêuticos, a adulteração é feita com óleos vegetais 
comestíveis como o óleo de soja e milho ou com mistura de óleos de espécies botânicas 
variadas (VEIGA JUNIOR & PINTO, 2002; FONTES, 2007). Além da adulteração do óleo 
com produtos de baixo valor agregado, podem ocorrer transformações químicas de 
algumas substâncias devido às más condições de armazenamento do óleo (TAPPIN et 
al., 2004). 
Atualmente, alguns trabalhos analíticos têm sido realizados visando à obtenção 
de uma ferramenta apropriada para caracterização, identificação e padronização do óleo 
de copaíba antes da sua comercialização. Esse controle irá contribuir diretamente para 
eficácia, segurança e qualidade do óleo-resina comercializado. 
 
 
67 
Dentre as técnicas mais utilizadas podemos destacar a determinação do índice de 
acidez e de éster (VASCONCELOS & GODINHO, 2002), a determinação do índice de 
refração (BARBOSA et al., 2009), a cromatografia em camada delgada (BARBOSA et 
al., 2009), a cromatografia líquida de alta eficiência (PINTO et al., 2000) e a 
cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas, sendo essa a técnica mais 
empregada (BROCHINI et al., 1999; RIBANI et al., 2004; TAPPIN et al., 2004; BIAVATTI 
et al., 2006; FONTES, 2007; SANT’ANNA et al., 2007; DE SOUZA, 2010). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
68 
CAPÍTULO IV 
4- Técnicas Analíticas 
4.1- Cromatografia Líquida de Alta Eficiência 
 A cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), do inglês “High Performance 
Liquid Chromatography - (HPLC)”, é uma técnica analítica de separação importante. A 
popularidade dessa técnica se deve ao fato de ser uma técnica sensível, eficiente, capaz 
de realizar separações de diversas substâncias em um pequeno espaço de tempo. Além 
da sua adequação à separação de substâncias não-voláteis ou termicamente instáveis 
(MEYER, 1993; COLLINS et al., 1993; SKOOG et al., 2002; AQUINO NETO & NUNES, 
2003). 
Vale à pena ressaltar, que essa técnica é frequentemente utilizada para análise 
de macromoléculas, de produtos naturais termolábeis, produtos farmacêuticos ou 
bioquímicos. Como exemplo de aplicação dessa técnica, pode-se citar a determinação 
de cafeína em bebidas estimulantes, a análise de herbicidas, a separação de 
metabólitos de animais e plantas, a análise de aminoácidos e proteínas, entre outros 
(LINDSAY, 1992; COLLINS et al., 1993). 
Na CLAE, a separação das substâncias ocorre de acordo com a fase estacionária 
e a fase móvel que são utilizadas. Para que o processo de separação ocorra, as 
substâncias de uma mistura devem estar particionadas entre a fase móvel e a fase 
estacionária do sistema. As forças de Van der Waals, as ligações de hidrogênio, a 
 
 
69 
interação dielétrica ou a afinidade do alvo analítico por uma dessas fases são 
responsáveis pelo processo de separação (COLLINS et al., 1993). 
Paulatinamente, o grande avanço da CLAE está relacionado ao desenvolvimento 
de colunas utilizando fases estacionárias contendo partículas cada vez menores. A 
maioria das colunas comercializadas atualmente utiliza micro-partículas de sílica 
(suporte sólido) ligadas a fases orgânicas em sua superfície, como C8 e C18. O 
tamanho dessa partícula e o tipo de tratamento recebido é extremamente importante, 
pois determinará a eficiência, a pressão e o tempo de vida do sistema (SNYDER et al., 
1997). 
A escolha do solvente também merece destaque nesse tipo de análise. A fase 
móvel de um sistema de CLAE pode ser composta por solventes orgânicos (metanol, 
acetonitrila, THF), água ou sistema de tampões. Esses solventes devem sempre estar 
livres de quaisquer tipos de resíduos sólidos e bolhas. (LINDSAY, 1992; SNYDER et al., 
1997). 
Para o bom funcionamento da CLAE a presença de uma bomba de alta pressão, 
um injetor e um detector são indispensáveis. Na figura 18, está representado um 
diagrama de blocos mostrando como esses componentes estão disponibilizados no 
sistema. 
 
 
70 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 18: Diagrama de blocos dos principais componentes presentes em um 
cromatógrafo líquido. 
 
Para garantir que os solventes estejam livres de bolhas, alguns aparelhos 
possuem degaseificador acoplado em seu sistema. A bomba de alta pressão força a 
entrada da fase móvel na coluna sob uma determinada velocidade de fluxo. O ideal é 
que a bomba sempre opere em pressões baixas para não sobrecarregar o sistema. O 
sistema de injeção promove a introdução da amostra na coluna que pode ser manual ou 
automática. Em seguida essa amostra é carreada para dentro da coluna pela fase 
móvel. Entende-se por amostra uma alíquota onde o solvente é o componente 
majoritário, seguido pela matriz. Na coluna ocorre a separação das substâncias de 
 
 
71 
acordo com a polaridade da fase estacionária e a fase móvel que está sendo utilizada. 
No detector, ocorre a detecção das substâncias eluídas (MEYER, 1993; COLLINS et al., 
1993; SNYDER et al., 1997; SKOOG et al., 2002). 
Existem diversos tipos de detectores como os detectores por infravermelho, por 
fluorescência, por índice de refração, eletroquímico, de massas, porém o mais utilizado é 
o detector por ultravioleta na região do visível (MEYER, 1993; COLLINS et al., 1993; 
SNYDER et al., 1997; SKOOG et al., 2002). 
Na área de produtos naturais, a CLAE tem grande destaque para o isolamento de 
substâncias a partir da técnica de CLAE preparativa (SNYDER et al., 1997), análise da 
autenticidade de alimentos (REID et al., 2006), quantificação de substâncias presentes 
em uma determinada amostra (ABOURASHED et al., 2003; SOUZA et al., 2010), além 
de auxiliar na análise de substâncias tidas como princípios ativos em chás (GODOY et 
al., 2003). 
 
4.2-Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas 
 A cromatografia gasosa (CG) e a cromatografia gasosa acoplada a 
espectrometria de massas (CG-EM) são técnicas analíticas que possuem um importante 
papel na identificação, quantificação ou monitoramento de substâncias presentes em 
uma determinada amostra. A combinação da alta seletividade e sensibilidade, alta 
resolução e alta precisão tornaram essa técnica bastante popular no meio acadêmico 
(BRANCO & PIZZOLATTI, 2002; SANTOS & GALCERAN, 2002). 
 
 
72 
Segundo AQUINO NETO & CARDOSO (1988), o principal

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