TCC - Neoplasia mamaria em cadelas associado ao anti cio

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NEOPLASIA MAMÁRIA EM CADELAS ASSOCIADO AO USO DE 
CONTRACEPTIVOS HORMONAIS 
 
Emelly Alves1, Juliane Pereira dos Santos1, Nicoly Fagundes Kaiser1, Antonio 
de Calais Junior 
1Graduanda do Curso de Medicina Veterinária. Faculdade Multivix. 
2Mestre em Ciência Animal. Professor orientador do curso de Medicina Veterinária. Faculdade 
Multivix. 
 
 
RESUMO: As neoplasias mamárias apresentam-se com maior frequência em 
cadelas, comparado com outras espécies de animais domésticos, tendo como 
indutores diversos fatores como a idade, genética, raça e hormônios. A incidência 
tem aumentado ainda mais com o uso de medicamentos contraceptivos, por conta 
do baixo custo, com intuito de prevenir ou retardar o estro, impedindo uma fertilidade 
futura. Diante disso, no período de um mês foi enviado virtualmente através de redes 
sociais, um questionário com cinco perguntas referente ao assunto deste artigo. O 
estudo demonstrou que 11% já tinham feito o uso de anticoncepcional em seus 
animais, dentre eles, 6% tiveram alterações clínicas, tais como a neoplasia mamária, 
sendo que 62% não conheciam esse método contraceptivo. Observou-se também, 
que 82% dos proprietários optam por castrar o animal na intenção de prevenir uma 
futura gestação e na prevenção doenças. Apresenta-se também um relato caso 
clínico de neoplasia mamária, em uma cadela, 13 anos, não castrada, com 
crescimento significativo de um nódulo na mama em consequência do uso de 
anticoncepcional, conhecido como “anti-cio”. O objetivo deste trabalho é apresentar 
dados do estudo realizado sobre o conhecimento e consequências do uso de 
métodos contraceptivos farmacológicos em cadelas, assim como relatar um caso de 
neoplasia mamária associada ao uso dele. 
 
Palavras-Chaves: Tumor Mamário, Anti Cio, Câncer em Cadelas, Castração. 
 
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ABSTRACT: Mammary neoplasms are more frequent in female dogs, compared to 
other species of domestic animals, having as inducers several factors such as 
genetics, age, race and hormones. The incidence has increased even more with the 
use of contraceptive drugs, due to the low cost, in order to prevent or delay estrus, 
preventing future fertility. Therefore, in a period of one month, a questionnaire with 
five questions regarding the subject of this article was sent virtually through social 
networks. The study showed that 14% had already used contraceptives in their 
animals, among them, 8% had clinical changes, such as breast cancer, and 64% did 
not know this contraceptive method. It was also observed that 86% of the owners 
choose to castrate the animal in order to prevent a future pregnancy and to prevent 
diseases. A clinical case of breast cancer is also reported, in a 13-year-old female 
dog, not neutered, with significant growth of a lump in the breast as a result of the 
use of contraceptives, known as “anti-estrus”. The objective of this work is to present 
data from the study carried out on the knowledge and consequences of the use of 
pharmacological contraceptive methods in female dogs, as well as to report a case of 
mammary neoplasia associated with its use. 
 
 
Keywords: Mammary Tumor, Anti Heat, Cancer in Dogs, Castration. 
 
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1 INTRODUÇÃO 
 
Na medicina veterinária, o estudo das neoplasias tem sido cada vez mais 
frequentes visto o grande aparecimento de casos nos últimos anos e o maior 
interesse por parte dos tutores em tratar os animais de companhia. 
As neoplasias são classificadas em benignas ou malignas. As benignas, 
geralmente, são circunscritas e podem apresentar cápsulas; não apresentam 
características metastáticas, portanto seu crescimento é lento. As malignas, 
comumente, são invasivas e tendem a separar-se do tumor primário (CACEMIRO, 
2013). Dentre as neoplasias de maior ocorrência, os tumores de glândula mamária 
prevalecem em fêmeas caninas acometendo indivíduos geralmente a partir dos 10 
anos de idade (CACEMIRO, 2013). 
O risco de desenvolvimento de neoplasia mamária é muito maior em cadelas 
que ainda não foram castradas, sendo o melhor e o mais indicado método de 
prevenção, a realização da ovariohisterectomia (ANDRADE, 2017; NEVES, 2018). 
Atualmente, o uso do método contraceptivo farmacológico é uma opção de 
baixo custo, uma vez que é comercializado sem prescrição médica, em lojas e casas 
de rações com o intuito de prevenir ou retar o estro, impedindo uma possível 
fertilidade futura (GABALDI, 1998). 
O uso errôneo do contraceptivo farmacológico pode gerar sérios distúrbios 
reprodutivos, com o surgimento de doenças como piometra, hiperplasia mamária, 
neoplasias e morte fetal em caso de gestação (GABALDI; LOPES, 1998; PAPICH, 
2012). 
O objetivo desse trabalho, portanto foi analisar a incidência de neoplasias 
mamárias em cadelas com o uso de medicamentos contraceptivos através de um 
questionário on-line e relatar um caso ocorrido na clínica, como também alertar os 
riscos inerentes ao uso desses fármacos. 
 
2 REFERÊNCIAL TEÓRICO 
 
2.1 NEOPLASIA MAMÁRIA 
Segundo Menezes (2015), as neoplasias mamárias representam 
aproximadamente 50% dos tumores observados em cadelas, dentre as neoplasias, 
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metade são malignas e a maioria acomete fêmeas com idades entre 7 e 12 anos. 
As neoplasias podem ser identificadas como benignas e malignas. Os 
parâmetros geralmente observados nas benignas são: limites evidentes, 
crescimento lento, pouca ou nenhuma invasividade e incapacidade de metastatizar. 
Já as malignas, apresentam limites pouco evidentes, crescem rapidamente e são 
capazes de acometer tecidos adjacentes e gerar metástases (FELICIANO et al., 
2012). 
Na neoplasia maligna as massas tumorais normalmente são pouco 
demarcadas, firmes e geralmente ulceradas e eritematomas, dessa forma, alguns 
sinais podem ser observados como dor, crescimento rápido, edema intenso e 
inflamação. (FELICIANO et al., 2012). 
Alguns tumores mamários podem fazer metástases em outros órgãos 
parenquimatosos, como baço e fígado, em sequência, ou não, das lesões 
metastáticas nos pulmões. A observação de metástases à distância, eleva o estágio 
do câncer na classificação de acordo com o sistema, TNM e consequentemente está 
associada a um prognóstico desfavorável (CASSALI et al., 2014). 
Um conhecimento clássico, divulgado desde 1969, é que cadelas castradas 
antes do primeiro cio teriam apenas 0,5% de chance de apresentar tumor de mama, 
enquanto aquelas castradas entre o primeiro e o segundo cio teriam 8% de chance, 
e as castradas entre o segundo e o terceiro cio, 26% de chances de desenvolver 
tumor de mama (LUZ et al., 2019). 
O diagnóstico compreende o exame físico, histórico, citologia e exame 
histopatológico (biópsia), entretanto somente o exame histopatológico torna possível 
a identificação da morfologia das células neoplásicas. Sendo assim o diagnóstico 
definitivo é baseado no resultado histopatológico após biópsia que pode ser 
incisional, em que se retira um fragmento da lesão, ou excisional onde faz-se a 
remoção cirúrgica de toda a lesão com característica neoplásica, sendo essa última 
indicada para neoplasia mamária (FELICIANO, 2012). 
A cirurgia de remoção cirúrgica das mamas (mastectomia) é o tratamento de 
escolha para o tumor mamário, entretanto, em muitos casos, como em tumores 
grandes e com alto grau de malignidade, a quimioterapia e/ou radioterapia e o uso 
de anti-inflamatórios não esteroidais devem ser associados (LUZ et al., 2019). 
Indica-se ampla margem de segurança no procedimento para o controle local do 
tumor, possibilitando maior sobrevida para fêmeas com câncer de mama (GREEN, 
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2009). 
A OHE deve ser feita antes da mastectomia para impedir a inoculação da 
cavidade abdominal com células tumorais, embora, a OHE provavelmente pouco 
impeça o desenvolvimento de outros tumores mamários, prevenirá doenças uterinas 
(p. ex., piometra e metrite) e eliminará a influência de hormônios femininos sobre ostumores existentes (FOSSUM, 2021). 
 
2.2 FÁRMACOS CONTRACEPTIVOS 
Os anticoncepcionais são hormônios (progestágenos e estrógenos), que 
podem ser aplicados via oral ou injetável com ação duradoura ambas a vias com o 
intuito de retardar ou impedir o cio do animal e apresentando efeitos colaterais 
perigosos e desagradáveis, especialmente quando do uso prolongado (COBASI 
BLOG, 2021). 
Em fêmeas, as progesteronas sintéticas, quando aplicadas fazem feedback 
negativo e reduzem as concentrações de estrógeno: quando administradas na fase 
de anestro previnem o retorno do estro (cio) e quando na aplicada na fase de 
proestro inibem as futuras ovulações. (MACEDO, 2011). 
Assim, cadelas mais velhas, que já tiveram vários ciclos estrais, ou fêmeas 
que receberam contraceptivos hormonais são mais predispostas a desenvolver 
tumor de mama (LUZ et al., 2019). 
Em fêmeas, a OHE é o método definitivo mais eficaz e seguro para impedir a 
reprodução, porém os métodos contraceptivos farmacológicos estão sendo 
largamente utilizados com essa finalidade. Tudo é facilitado pelo fato de serem 
vendidos sem restrição médica veterinária, pelo baixo custo. (BOCARDO et al., 
2008; SILVA et al., 2012; DIAS et al., 2013). 
 
2.2.1 EFEITOS ADVERSOS DO USO DE FÁRMACOS CONTRACEPIVOS 
Sabe-se que o uso de drogas contraceptivas pode ocasionar vários 
problemas reprodutivos na clínica de cães e gatos, podendo resultar em diversos 
efeitos adversos. (Gabaldi, 1998, Simpson et al., 1998, Papich, 2012). Uma única 
administração do anticoncepcional pode induzir a ocorrência de hiperplasia mamária 
(FILGUEIRA et al., 2008). Essa mesma administração pode causar também tumores 
mamários e uterinos, como também piometra (DE NARDI et al., 2002; OLIVEIRA 
FILHO et al., 2010). 
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 Se o anticoncepcional for administrado em cadelas prenhas, poderá causar 
atraso no parto, ocasionar aborto fetal, colocando em risco a vida da fêmea gestante 
(MONTEIRO et al., 2009). 
 
2.3 MÉTODOS PROFILÁTICOS 
É importante que os tutores sejam conscientizados sobre as melhores opções 
em relação aos métodos contraceptivos de seus animais. A realização da 
Ovariohisterectomia é vista como o melhor método para prevenção de neoplasias 
mamárias, porém, os riscos variam de acordo com a quantidade de ciclos estrais 
que a cadela já teve. Se a OSH foi realizada antes do primeiro cio, a chance de 
desenvolverem tumores mamários é de 0,5%, após o segundo cio, essa chance vai 
aumentando sucessivamente. Por isso, é ideal que seja feita a castração precoce do 
animal, sendo a medida contraceptiva que mais favorece para o bem-estar dos 
animais, diminuindo a ocorrência dessa patologia (FOSSUM, 2015; FONSECA, 
2000; BOCARDO et al., 2008). 
 
3 MATERIAL E MÉTODOS 
Foi realizado um questionário quantitativo pela plataforma Google Forms para 
coleta de dados, e enviado via mídias digitais. O questionário foi aplicado entre o 
mês de outubro e novembro de 2022 e os resultados obtidos foram analisados 
através de estatística descritiva. O questionário procurou obter os dados acerca do 
número de pessoas que já fizeram o uso de anticoncepcionais em cadelas, assim 
como os que não fizeram, os efeitos adversos durante o uso, local em que foi 
adquirido e o intuito da castração. Para formulação da estatística, as devidas 
respostas foram distribuídas em planilhas no Excel e afim de individualizar cada 
resposta foram elaborados gráficos em modelo pizza. O questionário não 
determinou um público-alvo específico e se utilizou da existência de uma cadela de 
estimação como critério de inclusão e o envio do formulário. 
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS 
A interpretação dos dados quantitativos ocorreu através da organização de 
dados que geraram respostas a seguir. 
Obteve-se com o questionário resposta de 57 pessoas aleatórias. Com base 
nas respostas obtidas, das 57, apenas 6 (11%) afirmaram ter feito o uso de 
anticoncepcionais em suas cadelas, enquanto 49 (89%) nunca fizeram o uso do 
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medicamento (GRÁFICO 1). O que comprova, segundo VIGO (2011, apud 
DARROS, 2019), afirmam que os contraceptivos são mais utilizados por pessoas 
não qualificadas e que não respeitam os parâmetros corretos para se evitar efeitos 
adversos. 
Através das pessoas que aderiram à pesquisa podemos concluir que 11% 
destas não estão cientes do perigo que os medicamentos contraceptivos causam em 
suas cadelas. O que se deve pela falta de orientação profissional e interesse em 
buscar conhecimento relacionado ao fármaco. 
 
Gráfico 1: Porcentagem de proprietários que já utilizaram contraceptivos em suas cadelas, de 
acordo com questionário respondido por 57 pessoas. 
 
 Seguindo as perguntas abordadas no questionário vimos que 19% 
desencadearam neoplasia mamária, 12% hiperplasia mamária, 6% piometra e 63% 
tiveram outras doenças ou nenhuma alteração (GRÁFICO 2). 
 
Gráfico 2: Porcentagem de cadelas que desencadearam algum efeito adverso após o uso de 
contraceptivos. 
 
11%
89%
Gráfico 1: Já fez o uso de contraceptivos em 
sua cadela?
Fez uso
Não fez uso
19%
12%
6%63%
Gráfico 2 Quais sinais clinicos seu pet teve após 
o uso de contraceptivos?
Neoplasia mamária
Hiperplasia mamária
Piometra
Outros
8 
 
 
Diante do questionário, percebeu-se que 17% obtiveram acesso as 
informações a partir da internet e outros meios de comunicação, 15% em casa de 
ração, 6% por médicos veterinários e 62% não conhecia esse medicamento 
(GRÁFICO 3). 
 
Gráfico 3: Porcentagem de proprietários de como tiveram acesso a esse medicamento. 
 
 
Com isso concluímos que entre os proprietários que responderam, 36% 
optaram pela castração para prevenção de doenças, 46% prevenção de gestação, 
5% presença de alguma doença e 13% não souberam o motivo (GRÁFICO 4). 
 
Gráfico 4: Porcentagem de proprietários que optaram por fazer a castração por algum motivo. 
 
Portanto, de todos que participaram do questionário on-line, mostra que 39% 
desencadearam algum efeito adverso por conta do uso de anticoncepcionais, entre 
eles, neoplasia mamária, hiperplasia mamária, piometra e outros. Deixando claro a 
relação de tais patologias com o uso indiscriminado de anticoncepcionais. A 
neoplasia mamária foi a patologia com maior incidência relatada no presente 
62%17%
15%
6%
Gráfico 3: Como obteve acesso a informações 
sobre esse medicamento?
Não conhecia
Internet e outros meios
Casa de ração
Médico veterinário
46%
36%
5%
13%
Gráfico 4: Qual o motivo da castração? 
Prevenção de gestação
Prevenção de doenças
Presença de alguma doença
Não sei
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levantamento. 
Sabe-se que na maioria das vezes, a medicação é aplicada em casas de 
ração ou em loja agropecuária, por pessoas não qualificadas, assim, controle de 
dosagem no período de anestro, gestação e o peso do animal dificilmente são 
levados em consideração. Mediante isso, o uso de anticoncepcionais se deve 
principalmente ao baixo custo e fácil acesso, do outro lado o procedimento de 
castração custa em média setenta vezes mais o que seleciona de forma negativa as 
pessoas que optam pela realização do procedimento correto. 
 
5. RELATO DE CASO 
No dia 13/10/2022 foi atendida na clínica, um cão, fêmea, SRD, não castrada, 
de 13 anos, pesando 13,6kg. Durante a anamnese, tutora relatou um nódulo 
mamário, presente na mama do lado direito há 4 anos, com um aumento 
considerável há 1 ano e meio, medindo aproximadamente 10cm e ulcerado á cerca 
de 5 meses. Relatou também que fazia o uso de injeção contraceptiva no animal. 
Ao exame físico aferiu-se parâmetros fisiológicos de frequência cardíaca de 
152 batimentos por minuto e respiratória ofegante. As mucosas apresentavam-se 
normocoradas, normohidratada, temperatura retal de 39,4ºC e linfonodos poplíteos 
reativos. 
Na palpação abdominal, não foram identificadas alterações. Já em palpação 
de glândulas mamárias foi possível notar a presença de um nódulo, ulcerado, 
vascularizado,localizado na glândula mamária abdominal caudal direita, com 
superfície e bordas lisas. 
Foram solicitados exames complementares como ultrassonografia abdominal, 
radiografia de tórax, hemograma e bioquímico completo. 
Os resultados dos exames de hemograma completo e bioquímica sérica 
apresentaram-se com algumas alterações. No hemograma solicitado, o eritograma 
apresentou uma pequena diminuição das hemácias (5,4 milhões µl) e proteína 
plasmática um pouco aumentada (8,40 g/dL). O leucograma, por sua vez apresentou 
os seguintes valores alterados: leucócitos totais (22.900 /µl); bastonetes (1374); 
segmentados (13969); monócitos (4580), alterações que podiam estar relacionado a 
infecção no organismo e ao nódulo ulcerado há um ano e meio. No bioquímico 
alterações em triglicerídeos (119 mg/dL) e amilase (1769 µl). Alterações podem ser 
por conta de possíveis doenças no fígado e rim, e amilase aumentada devido ao 
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processo inflamatório do paciente, que acontece sempre que estiver ocorrendo 
necrose e inflamação do nódulo. 
No exame de imagem, que deve ser realizado antes de qualquer indicação 
cirúrgica, pois são comuns as ocorrências de metástases no parênquima pulmonar. 
Além disso o exame ultrassonográfico é importante para avaliar a presença de 
metástase em estruturas abdominais (CRIVELLENTI, 2015), foi realizado uma 
avaliação parcial, devido o tumor da mama em grandes dimensões, mas, foi 
observado formação de metástases no baço, medindo 6,12 cm x 8,20 cm, com 
aspecto altamente heterogêneo, compatível com neoplasia e pesquisa de metástase 
pulmonar negativa. Os achados ultrassonográficos também foram compatíveis com 
nefropatia crônica e hepatopatia aguda leve. 
Como protocolo de tratamento inicial, foi prescrito Dipirona 500mg, ½ 
comprimido a cada 12 horas durante 7 dias em caso de dor; Prednisolona 20mg, ½ 
comprimido a cada 24 horas durante 7 dias para controle da infecção e Eritrós a 
cada 24 horas durante 30 dias, como suplemento vitamínico. 
No retorno, foram observados que o paciente possuía outros nódulos nas 
demais mamas. Sendo solicitado mais exames pós-cirúrgicos, como 
eletrocardiograma e ecocardiograma. 
Como tratamento secundário, foi prescrito Rifocina a cada 12 horas na ferida; 
Agemoxi CL 250mg, ¾ comprimido a cada 12 horas durante 10 dias com intuito de 
ajudar na ulceração e reduzir a infecção. 
Após o acompanhamento e avaliação dos médicos veterinários, o paciente foi 
encaminhado para cirurgia para mastectomia e esplenectomia. 
A cirurgia foi realizada no dia 09 de novembro de 2022. Após a realização da 
MPA (medicação pré-anestésica) utilizando-se diazepam 0,3 mg/kg; cetamina 2 
mg/kg e metadona 0,3 mg/kg, ambos por via intramuscular, a paciente foi 
encaminhada ao centro cirúrgico, onde foi efetuado o acesso venoso periférico em 
veia cefálica para administração de fluidoterapia com solução de cloreto de sódio 
0,9%. O protocolo anestésico foi empreendido através da administração de propofol 
4 mg/kg intravenoso. 
A paciente foi submetida à mastectomia em bloco e á esplenectomia. Sendo 
realizada uma incisão elíptica ao redor de toda cadeia mamária acometida, seguido 
de divulsão do tecido subcutâneo da musculatura torácica e abdominal, ligadura de 
vasos sanguíneos (epigástricos superficiais caudal) e sutura. Desta forma, retirou-se 
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todo o terço mamário direito, com incisões feitas respeitando a margem cirúrgica. 
 
figura 2: Destaca-se em 1 e 2. Cadeias mamárias com foco á glândula mamária abdominal 
caudal direita, acometida por neoplasia mamária. 
 
 
Fonte: ALVES, 2022. 
 
 
 
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figura 3: Em 1 e 2. Tumor mamário. 
 
Fonte: ALVES, 2022. 
 
Para redução de espaço subcutâneo e ligadura dos vasos epigástricos 
(superficial caudal) foi utilizado o fio de sutura absorvível 2-0 com sutura do tipo 
Cushing. 
 
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figura 4: Realização de sutura para redução de espaço subcutâneo. 
 
Fonte: ALVES pessoal, 2022. 
 
Após a mastectomia em bloco e fechamento do subcutâneo, foi realizado a 
troca de todo instrumental cirúrgico usado por um estéril, procedimento padrão 
nesses tipos de cirurgias de neoplasias a fim de evitar contaminação de células 
neoplásica para outros órgãos. 
Foi realizado incisão na linha abdominal, do xifóide até a cicatriz umbilical, 
colocando compressas abdominais ao redor da incisão. Após a incisão, o abdômen 
foi explorado na intenção de se exteriorizar o baço, localizando o tumor, com mais 
ou menos 7 cm, onde já estava com aderência do omento, sendo necessário 
ligamentos em pontos de aderências com fio não absorvível 2-0, retirando assim 
totalmente o baço. 
 Foi realizado a dupla ligação da artéria esplênica também com fio não 
absorvível 2-0, distal aos ramos que irrigam o lobo esquerdo do pâncreas, com 
cautela, para se evitar de ligar a artéria pancreática, onde traz sérios problemas, 
como a necrose do pâncreas devido à falta de circulação sanguínea. 
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figura 5: Abertura em região abdominal cranial para acesso ao baço, em 2. Baço com nódulo. 
 
Fonte: SANTOS, 2022. 
 
Após a total remoção do baço, foi realizado a sutura com fechamento da 
incisão, com fio 2-0 e sutura do tipo Wolf. 
Limpeza da ferida com aplicação de benjoim, rifocina e curativo com gaze e 
micropore. 
 
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figura 6: Em 1. Fechamento total da ferida com pontos do tipo Wolf, em 2. Realização do 
curativo. 
 
Fonte: SANTOS, 2022. 
 
Foi colocado a roupa cirúrgica com intuito de evitar o contato da ferida com o 
ambiente e uma possível infecção ou ruptura de pontos, como também a lambedura 
no local da ferida. 
O resgate analgésico no período transanestésico foi administrado meloxicam 
0,2mg/kg; ondasetrona 2,0 ml/kg; tramadol 4mg/kg e dipirona 25mg/kg intravenoso, 
com intuito de proporcionar maior estabilidade em seu pós-operatório. 
Logo em seguida a paciente foi encaminhada para a internação, onde 
permaneceu sob observação com aferimento da temperatura e fluidoterapia com 
cloreto de sódio 0,9%. O animal foi mantido na clínica, em repouso até o momento 
da sua alta e com o uso da roupa cirúrgica. 
 
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figura 7: Paciente em recuperação pós-cirúrgico. 
 
 
Fonte: SANTOS, 2022. 
 
A paciente recebeu alta no mesmo dia, no fim da noite. Tendo sido prescrita a 
administração por via oral de meloxicam 0,5mg a cada 24 horas; omeprazol 10mg a 
cada 12 horas; dipirona 500mg a cada 8 horas e ondasetrona 4mg em caso de 
vômito a cada 12 horas. 
Tendo em vista as informações supracitadas, pôde-se inferir que o 
procedimento cirúrgico realizado, supostamente, proporcionou um aumento na 
sobrevida do animal. Isto se deve à remoção cirúrgica das estruturas neoplásicas, 
de caráter possivelmente maligno, impedindo a metástase evitando também a 
evolução de quadros inflamatórios e ulcerativos em outras regiões. 
 
6 DISCUSSÃO 
No caso clínico/cirúrgico relatado, a paciente apresentava uma grande massa 
tumoral em glândula mamária e no baço por conta de metástase. Uma vez que os 
hormônios são os principais componentes etiológicos da doença, a realização 
precoce da OH contribui, de forma preventiva, para que não haja ação proliferativa 
do estrógeno nas células do epitélio ductal das glândulas mamárias, o que pode 
impedir o surgimento da patologia, como relatado por Figueira (2013). Segundo 
Menezes (2015), a inspeção das alterações encontradas nestas lesões, como: 
consistência, localização, tamanho e sinais de aderência à tecidos adjacentes são 
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de vital importância para que se possa prosseguir com o diagnóstico e, futuramente, 
estabelecer a forma ideal de tratamento. 
A realização de exames complementares, por sua vez, como: hemograma e 
exames de imagem, foram demasiadamente necessários para a avaliação do estado 
de saúde do paciente, contribuindo assim, também, para o planejamento do 
tratamento, estando de acordo com o descrito por De Nardi et al. (2017).Ainda sobre a importância dos exames complementares, conforme Feliciano 
(2010), a ultrassonografia realizada permitiu a observação das características 
estruturais do tumor e a localização de metástase no baço, importantes para a 
definição do plano de abordagem cirúrgica. 
Quanto ao método de tratamento realizado, além do uso de medicamentos 
para retardar o crescimento do tumor durante o acompanhamento clínico do 
paciente, o tratamento indicado para todos os tipos de neoplasias mamárias, exceto 
para tumores inflamatórios, é o método cirúrgico, sendo a abordagem mais sugerida 
para a intervenção médica nestes casos. Desta forma, a técnica cirúrgica escolhida 
foi a mastectomia em bloco no lado direito, além da realização da esplenectomia 
total para retirada do tumor metastático no baço. 
Na recuperação pós-operatória foram prescritos analgésicos, anti-
inflamatórios e antibióticos que, segundo MacPhail (2015), garantem melhor 
reabilitação do paciente, pois evitam contaminações e estímulos nociceptivos 
decorrentes da extensa incisão cirúrgica. 
 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Como a maior parte dos envolvidos na pesquisa não conhecia o método 
contraceptivo farmacológico e as pessoas que faziam uso das medicações não 
sabiam dos seus efeitos prejudiciais, este estudo associado ao acompanhamento 
clínico/cirúrgico demonstra a necessidade de se abordar sobre esse tema tanto nas 
instituições de ensino quanto na rotina profissional, principalmente pelo uso 
inadequado da medicação. 
Destaca-se a importância do diagnóstico precoce para instituição de 
tratamento adequado, e aconselha como método preventivo a ovariohisterectomia, 
em idade precoce do animal com o intuito de promover melhor qualidade de vida. 
 
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