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Filo Platyhelminthes Aula 9 – Zoologia de Invertebrados Introdução O filo Platyhelminthes é composto de cerca de 20000 espécies de vida livre e parasitas Os representantes mais comuns incluem: Planárias terrestres Schistosoma mansoni (causador da esquistossomose) Taenia solium e T. saginata (solitárias e cisticercos) Introdução A principal característica do grupo é o achatamento dorsoventral do corpo Característica associada a ausência de sistemas especializados de trocas gasosas e circulação de nutrientes O achatamento aumenta a o contato de um maior número de células com o ambiente Introdução O filo está dividido em quatro classes Classe Tuberlaria Classe Trematoda Classe Monogenea Classe Cestoda P a r a s it o s Histórico Século XVIII 1735: Lineu incluiu os platelmintes no táxon Vermes 1788: O mesmo Lineu os incluiu na Ordem Intestina Século XIX 1851: Vogt agrupou platelmintes e nemertinos no táxon Platyelmia 1859: Gegenbaur criou o filo Platyhelminthes incluindo os platelmintes e nemertinos 1876: Minot removeu os nemertinos do filo Século XX Muitas discussões sobre Trematoda, Cestoda e Monogenea são membros de uma única classe (Neodermata) Características gerais São organismos de simetria bilateral A simetria bilateral está associada ao estilo de vida mais ativo dos platelmintes Associada à simetria, já apresentam primórdios do fenômeno de cefalização Apresentam três folhetos germinativos (triploblásticos) Além da ectoderme e endoderme, a mesoderme é está presente A mesoderme dá origem ao mesênquima (parênquima) que preenche o espaço entre a parede do corpo e o tubo digestivo O mesênquima é fibroso e muscular contribuindo para a sustentação e movimentos do corpo Características gerais Apresentam um sistema digestivo incompleto e ramificado O sistema digestivo apresenta apenas uma abertura (boca) A ramificação do sistema digestivo é uma saída para a ausência de um sistema circulatório Anatomia geral dos platelmintos Apesar de todas as classe compartilharem um bauplan básico, cada classe tem particularidades anatômicas As classes parasitas tem adaptações ao modo de vida parasita como a presença de órgãos de fixação: Ganchos Pró-haptor e Opisto-haptor (Monogenea) Ventosas e acetábulo (Trematoda) Escólex (Cestoda) Anatomia geral dos platelmintos Classe Tuberlaria Anatomia geral dos platelmintos Classe Monogenea Anatomia geral dos platelmintos Classe Trematoda Anatomia geral dos platelmintos Classe Cestoda Revestimento externo Tuberlários A parede do corpo é multiestratificada e complexa A epiderme é composta por epitélio celular ou sincicial ciliado Presença de células glandulares e terminações nervosas Abaixo da epiderme está uma membrana basal Internamente à membrana estão camadas de músculos Circulares (externamente) Diagonais (intermediária) Longitudinais (internamente Revestimento externo Tuberlários Células glandulares Produzem muco para manter superfície externa úmida (trocas gasosas) Produzem muco para locomoção (rastejar) Muco para captura e ingestão de presas Rabditos São células glandulares mesenquimais que produzem os rabdóides Os rabdóides são inclusões em forma de bastão repletas de muco ou substâncias tóxicas de defesa Revestimento externo Revestimento externo dos Tuberlários Revestimento externo Demais platelmintes Produzem um revestimento externo chamado tegumento O tegumento é formado por extensões citoplasmáticas de células mesenquimais O tegumento é sustentado diretamente pela membrana basal A função do tegumento envolve proteção, trocas gasosas e difusão de excretas O tegumento substitui a epiderme na transição do estágio larval para o adulto (chamada neoderme) Revestimento externo Demais platelmintes Classe Cestoda Nos Cestoda, o tegumento tem a função adicional de captação de nutrientes do hospedeiro (difusão) O tegumento é formado por múltiplas dobras chamadas microtríquios que se interdigitam com as microvilosidades intestinais dos hospedeiros Revestimento externo Trematoda/Monogenea Cestoda Sustentação e Locomoção Sustentação Poucos platelmintos tem elementos esqueléticos (apenas alguns tuberlários apresentam placas ou espículas calcárias no revestimento externo) Locomoção Tuberlários Movimentos ciliares (deslizam sobre o muco) Movimentos ondulares (estrias ventrais) Alguns são capazes de nadar Platelmintes parasitas Movimentos limitados (fluem pelo corpo do hospedeiro) Fixação Os platelmintes parasitas apresentam várias estratégias de fixação aos seus hospedeiros Pró-haptor e Opisto-haptor São órgãos adesivos presentes na região anterior (pró) e posterior (opisto) dos Monogenea O opisto-háptor é dotado de ganchos e ventosas Ventosa oral e acetábulo São órgãos presentes nos Trematoda A ventosa oral rodeia a boca O acetábulo localiza-se na superfície ventral Fixação Escólex São estruturas de fixação dos Cestoda A ponta do escólex possui ganchos móveis formando o rostelo Em outros o rostelo dá lugar a uma ventosa chamada mizorrinco No resto do corpo do escólex várias ventosas adicionais podem estar presentes Nutrição e modo de vida Tuberlários São carnívoros ou saprófitos Suas presas incluem qualquer invertebrado (ou parte dele) que possa ser ingerido Muitas espécies são comensais de peixes, crustáceos Alguns vivem em simbiose dentro de sistemas digestivos se alimentando da flora bacteriana Digestão Ocorre parcialmente no intestino com a secreção de enzimas digestivas Células do epitélio digestivo fagocitam os nutrientes O tubo digestivo incompleto limita a especialização do intestino Nutrição e modo de vida Platelmintes parasitas Se alimentam de tecidos e fluidos de seus hospedeiros Nos Trematoda e Monogenea o alimento é levado à boca por succão pela faringe Nos Cestoda a captação dos nutrientes é toda por pinocitose e difusão entre as células do tegumento e as células do epitélio digestivo do hospedeiro Excreção e osmorregulação Os platelmintes apresentam órgãos especializados para excreção e osmorregulação São considerados protonefrídios São bulbos denominados células-flama que captam as excretas de redes coletoras no mesênquima As células-flama através de seus flagelos fazem com que as excretas fluam através de poros para o exterior do corpo Sua função nos platelmintes é principalmente regular a osmolaridade A excreção de compostos nitrogenados ocorre principalmente por difusão Excreção e osmorregulação Excreção e osmorregulação Alguns grupos formam redes elaboradas de excreção Em alguns formam-se estruturas similares à bexigas Sistema nervoso O sistema nervoso dos platelmintes assume um arranjo em forma de escada Presença de um gânglio cerebral desenvolvido Cordões nervosos longitudinais (ventrais, dorsais e laterais) conectados por comissuras transversais Tendência para separação de neurônios sensores e motores Rudimento de um sistema unidirecional de transmissão de impulsos nervosos Células sensoriais concentradas na região anterior e ao redor da faringe Estatocistos estão presentes em formas natantes Ocelos em forma de taça invertida Sistema nervoso Sistema nervoso Sistema nervoso Células sensoriais Reprodução Tuberlários Reproduzem-se assexudamente por fissão transversal (Apresentam grande capacidade de regeneração do corpo) Reprodução Tuberlários São todos hermafroditas Sistema reprodutor masculino composto de: Testículos Ductos espemáticos Glândula prostática Vesícula seminal Átrio masculino Órgão copulador (pênis ou cirro eversível) Reprodução Tuberlários O sistema reprodutor feminino é composto por: Ovários Órgão germovitelário (produz os óvulos e vitelo) Germário + vitelário Ovidutos Receptáculo seminal Átrio feminino Glândulas de formação de cascas Reprodução Reprodução Tuberlários A abertura feminina é posterior à masculina A cópula ocorre por fertilização cruzada Reprodução Os zigotos são estocados por um período (útero) Depois são depositados em massas gelatinosas ou ovos encapsulados A maioria dos tuberlários apresenta desenvolvimento direto Reprodução Trematoda/Monogenea Anatomia e processos reprodutivos similares aos tuberlários O desenvolvimento envolve a formação de larvas ciliadas Reprodução Cestoda São também hermafroditas Cada proglótide (estróbilo) madura tem um sistema reprodutor completo Se não há parceiros, uma proglótide pode fecundar a outra (autofecundação) Após a cópula, os espermatozóides vão fecundando os óvulos Quando a proglótide está repleta de embriões, elas se destacam e migram do hospedeiro Os embriões passam por estágio larval ciliado antes de se tornar um novo adulto com tegumento Reprodução