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EEAN-M-AnaLuizaDornelesDaSilveira

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0 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
ESCOLA DE ENFERMAGEM ANNA NERY 
COORDENAÇÃO GERAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA 
 MESTRADO EM ENFERMAGEM 
NÚCLEO DE PESQUISA EM SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
 
 
 
 
 
 
RESPOSTAS MULTIDIMENSIONAIS DE DOR EM RECÉM-
NASCIDOS PREMATUROS SUBMETIDOS A PUNÇÕES VENOSAS 
PERIFÉRICAS NA UNIDADE DE TRATAMENTO INTENSIVO 
NEONATAL: CONTRIBUIÇÕES PARA A PRÁTICA DA 
ENFERMAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANA LUIZA DORNELES DA SILVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2010 
 
 1 
 
 
 
 
 
 
 
UFRJ 
 
 
 
 
RESPOSTAS MULTIDIMENSIONAIS DE DOR EM RECÉM-NASCIDOS 
PREMATUROS SUBMETIDOS A PUNÇÕES VENOSAS PERIFÉRICAS NA 
UNIDADE DE TRATAMENTO INTENSIVO NEONATAL: 
Contribuições para a prática da enfermagem 
 
 
ANA LUIZA DORNELES DA SILVEIRA 
 
 
Dissertação de Mestrado apresentada ao 
Programa de Pós-Graduação e Pesquisa em 
Enfermagem da Escola de Enfermagem Anna 
Nery da Universidade Federal do Rio de 
Janeiro para obtenção do título de Mestre em 
Enfermagem. 
 
 
Orientadora: Profª. Dra. Marialda Moreira Christoffel 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2010 
 
 
 
 
 2 
Respostas multidimensionais de dor em recém-nascidos prematuros submetidos a 
punções venosas periféricas na unidade de tratamento intensivo neonatal: Contribuições 
para a prática da enfermagem 
 
Ana Luiza Dorneles da Silveira 
 
Orientadora: Profª. Dra. Marialda Moreira Christoffel 
 
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação e Pesquisa em 
Enfermagem da Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de 
Janeiro como requisito para obtenção do título de Mestre em Enfermagem. 
 
 
Aprovado em: 07 de dezembro de 2010 
 
 
____________________________________________ 
Profª. Dra. Marialda Moreira Christoffel (Presidente) 
Escola de Enfermagem Anna Nery - UFRJ 
 
 
_____________________________________________________ 
Profª. Dra. Kátia Silveira da Silva (1ª examinadora) 
Instituto Fernandes Figueira - FIOCRUZ 
 
 
_______________________________________________________ 
Profª. Dra. Cecília Maria Izidoro Pinto (2ª examinadora) 
Escola de Enfermagem Anna Nery - UFRJ 
 
 
_____________________________________________________ 
Profª. Dra. Maria Aparecida de Luca Nascimento (Suplente) 
Escola de Enfermagem Alfredo Pinto - UNIRIO 
 
 
______________________________________________________ 
Profª. Dra. Elisa da Conceição Rodrigues (Suplente) 
Escola de Enfermagem Anna Nery – UFRJ 
 
 
Rio de Janeiro 
2010 
 
 
 
 
 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Silveira, Ana Luiza Dorneles 
 Respostas multidimensionais de dor em recém-nascidos prematuros 
submetidos a punções venosas periféricas na unidade de tratamento 
intensivo neonatal: Contribuições para a prática da enfermagem/ Ana Luiza 
Dorneles da Silveira.-- Rio de Janeiro: UFRJ/ EEAN, 2010. 
 108 f. 
 
 Orientadora: Marialda Moreira Christoffel 
 Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, 
Escola de Enfermagem Anna Nery, Programa de Pós-Graduação e 
Pesquisa em Enfermagem, 2010. 
 
1. Dor. 2. Recém-nascido prematuro. 3. Punções. 4. Enfermagem – 
Dissertação. I. Christoffel, Marialda Moreira. II. Universidade Federal do 
Rio de Janeiro, Escola de Enfermagem Anna Nery, Programa de Pós-
Graduação e Pesquisa em Enfermagem. III. Título. 
CDD 610.73 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este estudo a todos os recém-nascidos apressados em embarcar nesta 
aventura da vida fora do ambiente uterino. 
 
 
 
 
 
 
 5 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Você sabe o que é 100%? Eu sei, com vocês: 
 
À Divina Sabedoria que é mestra e suprema, direcionando minha vida em todos os sentidos 
e me permitindo saborear do convívio de todos vocês que listo, a seguir: 
 
A minha mãe, Cledy Dorneles da Silveira que me fez embarcar nesta aventura 
maravilhosa da vida me iluminando com seu carinho e amor sem fim. 
 
Ao meu amado marido, Francis Leonardo Pina Carvalho, com seu imensurável carinho, 
amor, compreensão, respeito e amizade, presente em tudo que diz respeito a mim. 
 
A minha orientadora e amiga, Profª. Dra. Marialda Moreira Christoffel, que com muita 
paciência e dedicação me ajudou a crescer e executar esta pesquisa. 
 
À amiga Teresa Vasconcelos que, com extrema amizade e confiança, me permitiu realizar 
este estudo com tranquilidade e segurança. 
 
A minha querida amiga Márcia Regina, que com sua verdadeira amizade e confiança, me 
ajudou neste estudo entendendo minha ausência. 
 
 
A todos que estiveram torcendo por mim e que de alguma forma foram 
extremamente significativos: 
 
A meu pai, irmão e afilhada, Fernando Falcão, Nando e Larissa Dorneles, pela torcida e 
vibrações positivas. 
 
Às amadas prima e tia Juliana e Zeuda Abath, por sempre acreditarem em mim. 
 
A minha madrinha querida Nenéia, e amigas Úrsula e Bebel, que apesar de minha 
ausência sempre torceram pelo meu sucesso e felicidade. 
 
À amiga querida Juliana Rezende que acreditou que eu poderia chegar até aqui e me 
trouxe pela mão para realizar este sonho. 
 
À Profª. Dra. Cecília Izidoro, que está presente em cada linha deste estudo com suas 
contribuições e carinho. 
 
 
 
 
 
 6 
À Profª. Dra. Elisa Rodrigues, que com todo seu conhecimento e carinho ajudou a 
construir este estudo. 
 
À querida Profª. Dra. Aparecida de Luca, pelo estímulo, carinho e amizade. 
 
À amiga Cássia Melo, por compartilhar desta jornada e por seus conselhos amigos. 
 
À Profª. Dra. Kátia Silveira, que com muito carinho e sabedoria me ajudou a 
entender sobre estudos de coorte, transversal, qui quadrado, tabelas 2x2; enfim, sua presença 
neste estudo é forte e evidente. 
 
Ao Grupo de Estudo da Dor da EEAN/UFRJ, que me receberam com todo carinho 
e atenção mesmo estudando dor no adulto e eu querendo falar de criança. A contribuição 
deste grupo foi ímpar. 
 
À equipe de amigos do Hospital Ary Parreiras que me deram a maior força e coragem 
para realizar este estudo: Ana Beatriz, Graça, Flávio, Andréa, Elizete, Marise, 
Leda, Débora, Geralda, Joana e Lizete. 
 
Às enfermeiras chefe e rotina do CTIN e BI do HMFM Simone Henriques e 
Mônica Santos, pelo imenso carinho, respeito e hospitalidade com que me receberam em 
sua unidade de trabalho. 
 
A toda equipe de enfermagem da UTIN e BI do HMFM pela simpatia, 
hospitalidade, atenção, respeito e carinho em me receber. Vocês são a pedra fundamental do 
cuidado aos recém-nascidos: Daniele Bianchi, José Antonio, Jaqueline Tostes, Márcia 
Carvalho, Cátia Paulo, Olívia Pacheco, Tatiana Oliveira, Ana Cláudia Coelho, Marcelle 
Pereira, Arivaldo de Paula, Berila Santana, Célia Cruz, Déa Gomes, Deise Cavalcante, 
Elizabeth Almeida, Flávia Ferreira, Jane Mattos, Josilene Amorim, Lélia Nunes, Lucia 
Helena, Luzia Aurelino, Marluce da Silva, Mayrilin Lima, Regina Lopes, Rejane Pereira, Rita 
Couto, Walmira, Aldrey Mendes, Cláudia Mattos, Cirene Aparecida, Cleuminha, Cristiane 
Vanessa, Denise dos Santos, Eliane da Silva, Ione da cunha, Jaqueline Antunes, Lucia 
Ferreira, Lúcia Maria, Maria de Fátima, Maria José, Marilene, Renata Lopes, Renata Queiroz, 
Rosemeri Braga, Arminda, Berta, Denair Soares, Denize Valentim, Elizabeth Bueno, Érica, 
Fernanda, Joana D’arc, Lia de Carvalho, Lidiane, Lílian Damasceno, Mara de Souza, Maria 
Aparecida, Maria das Graças, Maria do Carmo Corrêa, Silvia Cristina, Tânia Silva e Valéria 
Araújo. 
 
Ao Núcleo de Pesquisa em Saúde da Criança e do Adolescente (NUPESC), pelas 
contribuições formidáveis. 
 
À equipe de amigos do hospital ―Getulinho‖ que torceram por mim, Luciana, 
Jussara, Débora, Charles, Dra. Inês e toda equipe da EPI. 
 
 
 
 
 7 
A todos os responsáveis pelos recém-nascidos prematuros que participaram deste 
estudo, pela confiança e autorizaçãonão somente para compor o estudo, mas na obtenção das 
imagens. 
 
A Lívia Câmara, que com sua amizade e carinho me ajudou a coletar os dados no 
campo. 
 
A toda família do meu marido, Tias Lourdes e Ester, Seu Manuel, Francine, 
André, Rodrigo, Silviane, Manuela, Anne, Wallace e D. Helena que, mesmo na 
minha ausência, torceram por mim e me fizeram muito feliz enviando lanchinhos gostosos 
nos dias de domingo. 
À estatística Luciene, que permaneceu firme e forte ao meu lado construindo e 
reconstruindo tabelas, gráficos e tratamentos estatísticos. 
 
Aos queridos Jorge Anselmo, Sônia (pós-graduação), Lúcia e Felipe (biblioteca), 
pela atenção, carinho e presteza sempre. 
 
À amiga Vanja Lúcia, por sempre conseguir um tempinho para me deixar mais 
bonita e para uma boa conversa. 
 
A Gabrielle Christoffel Costa, por muitas vezes me emprestar seu espaço e sua 
mãe. 
 
Ao colega Fernando Silva, pela companhia nas aulas buscando entender tudo sobre 
estatística, epidemiologia, vieses e variáveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
RESUMO 
 
SILVEIRA, Ana Luiza Dorneles da. Respostas multidimensionais de dor em recém-
nascidos prematuros submetidos a punções venosas periféricas na unidade de 
tratamento intensivo neonatal: Contribuições para a prática da enfermagem. 2011. 107f. 
Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Anna Nery, 
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2011. 
 
 
A punção venosa periférica é sabidamente um procedimento doloroso e uma prática 
comum realizada pela enfermagem na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal. Os 
objetivos deste estudo foram descrever as características das mães e prematuros segundo 
dados sóciodemográficos e clínicos, mensurar a dor do recém-nascido prematuro (RNPT) 
submetido a punções venosas periféricas com cateter sobre agulha para terapia intravenosa 
através das escalas perfil de dor do prematuro (PIPP) e escala de dor do neonato (NIPS) e 
comparar as respostas multidimensionais à dor que os recém-nascidos prematuros apresentam 
em três momentos diferentes ao longo dos primeiros 15 dias de internação. Métodos: Trata-se 
de um estudo de coorte prospectivo em uma unidade de tratamento intensivo neonatal (UTIN) 
do município do Rio de Janeiro. Foi uma amostra de conveniência de todos os RNPTs que 
preencheram os critérios de inclusão, obtendo de seus responsáveis autorização para 
participação na pesquisa. Foram divididos em dois grupos de comparação definidos através do 
dispositivo venoso utilizado pelo RNPT. No primeiro momento, dos 39 recém-nascidos 
prematuros, 29 foram submetidos à punção venosa periférica com cateter sobre agulha no 
momento da internação; sendo alocados no grupo punção (GP), e 10 receberam cateter 
umbilical venoso ou cateter venoso central de inserção periférico, sendo alocados no grupo 
fralda (GF). As variáveis independentes do estudo foram: a punção venosa periférica com 
cateter sobre agulha e a troca de fralda. A variável dependente analisada foi a dor. Os grupos 
foram observados em três momentos em um intervalo de até 15 dias. As covariáveis do estudo 
foram descritas em uma ficha inicial e de seguimento onde todos os procedimentos 
considerados dolorosos realizados na amostra concomitantemente aos selecionados como 
variáveis, foram registradas para posterior análise. Utilizou-se o programa SPSS 17.0 para a 
digitação dos dados coletados e distribuição em frequência simples. Foi utilizado o teste 
estatístico do qui-quadrado com correção de Yates e probabilidade exata de Fisher. De acordo 
com os resultados das escalas NIPS e PIPP, pode-se constatar que um quantitativo crescente 
de RNPTs do GP apresentou escores de dor em cada momento. No GF, a escala NIPS 
mostrou que o quantitativo de RNPTs apresentando escore de dor no procedimento foi 
decrescente e na escala PIPP. O GF evidenciou que 10% apresentaram dor leve no primeiro 
momento e 30% no terceiro momento de observação. Concluindo, a dor nos RNPTs 
submetidos a punções venosas periféricas com cateter sobre agulha é maior do que a dos 
recém-nascidos prematuros que não estão submetidos a esse tipo de dispositivo; porém a 
exposição dos RNPTs do GF a outros procedimentos dolorosos que não foram foco deste 
estudo e ao cuidado de rotina na UTIN fizeram com que estes apresentassem escores de dor 
leve na escala PIPP, sugerindo alodinia. 
 
Palavras-chave: Dor. Prematuro. Punções. Enfermagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 9 
ABSTRACT 
 
SILVEIRA, Ana Luiza Dorneles da. Multidimensional Pain Responses in Premature Infants 
undergoing to venipunctures in neonatal intensive care unit: contributions to nursing 
practice. 2011. 107f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem 
Anna Nery, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2011. 
 
 
The venipuncture is a notoriously painful procedure and a common practice performed by 
nurses in the Neonatal Intensive Care Unit (NICU). The aims were to describe the 
characteristics of mothers and infants according to sociodemographic and clinical data, to 
measure the pain of premature infants submitted to venipunctures with catheter over needle 
for intravenous therapy using the scales of pain premature infant pain profile (PIPP) and 
neonatal infant pain scale (NIPS) and compare multidimensional responses to pain that 
preterm infants have on three different occasions over the first 15 days of hospitalization. 
Methods: This is a prospective cohort study in a neonatal intensive care unit (NICU) in the 
municipality of Rio de Janeiro. It was a convenience sample of all premature infants that 
suited on inclusion criterias and that parents authorized their participation in research. The 
preterm infants were divided into two groups defined by comparison of venous device used 
by premature infants at first moment. Of the 39 preterm infants, 29 were submitted to 
venipuncture with catheter over needle on the admission being placed in puncture group (GP) 
and 10 received umbilical venous catheter or peripherally inserted central catheter, being 
placed in group diaper (GF). The independent variables were the venipuncture with catheter 
over needle and diaper changes. The dependent variable analyzed was pain. The groups were 
observed in three moments at an interval of 15 days. The co-variables of the study were 
described in an initial and follow-up sheet where all the procedures considered painful in the 
sample conducted concurrently with the selected variables were recorded for later analysis. 
SPSS 17.0 was used to type data collected and distribute in simple frequency. Statistical tests 
used were chi-square test with Yates correction and Fisher exact probability. According to 
scores on PIPP and NIPS scales can be seen that an increasing quantity of prematures GP had 
pain scores at all times and at ever higher levels. In GF the NIPS scale showed that the 
amount of prematures with pain score in procedure was decreased and PIPP scale showed that 
10% had mild pain at first moment and 30% in third moment of observation. Concluding that 
pain in premature infants undergoing to venipuncture with catheter over needle is greater than 
preterm infants who are not subject to this type of device, but the exposure of prematures GF 
to other painful procedures that were not focus of this study and routine care in NICU did they 
present mild pain scores on PIPP scale, suggesting allodynia. 
 
Keywords: Pain. Premature. Punctures. Nursing. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 10 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
Figura 1 – 
 
 
Figura 2 – 
 
 
Figura 3 – 
 
Figura 4 – 
 
Gráfico 1 – 
 
 
 
Gráfico 2 – 
Mímica facial de dor do RNPT no momento do procedimento de punção 
venosa periférica com cateter sobre agulha .............................................. 
 
Procedimento de punção venosa periférica com catetersobre agulha para 
terapia intravenosa na UTIN ...................................................................... 
 
Ciclo de estimulação dolorosa ................................................................... 
 
Esquematização do método ....................................................................... 
 
Escores da escala NIPS para os grupos de comparação no primeiro, 
segundo e terceiro momentos de observação na UTIN do Hospital 
Maternidade Fernando Magalhães, RJ, 2010 ............................................ 
 
Escores da escala PIPP para os grupos de comparação no primeiro, 
segundo e terceiro momento na UTIN do Hospital Maternidade 
Fernando Magalhães, RJ, 2010 ................................................................. 
 
18 
 
 
26 
 
29 
 
49 
 
 
 
75 
 
 
 
76 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 11 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1 – 
 
 
 
Tabela 2 – 
 
 
Tabela 3 – 
 
 
 
Tabela 4 – 
 
 
 
Tabela 5 – 
 
 
 
Tabela 6 – 
 
 
 
Tabela 7 – 
 
 
 
Tabela 8 – 
 
 
 
Tabela 9 – 
 
 
 
Tabela 10 – 
 
 
 
Tabela 11 – 
 
 
 
Tabela 12 – 
 
Características sóciodemográficas e clínicas das mães dos prematuros 
selecionados para o estudo admitidos na UTIN do Hospital Maternidade 
Fernando Magalhães, RJ, 2010 ................................................................. 
 
Características dos RNPTs de acordo com dados do nascimento. UTIN 
do Hospital Maternidade Fernando Magalhães, RJ, 2010 ......................... 
 
Características dos RNPTs por grupo de comparação, no primeiro 
momento de observação, na UTIN do Hospital Maternidade Fernando 
Magalhães, RJ, 2010 .................................................................................. 
 
Diagnósticos dos RNPTs selecionados para o estudo por grupo de 
comparação, no primeiro momento de observação, na UTIN do Hospital 
Maternidade Fernando Magalhães, RJ, 2010 ............................................ 
 
Suportes clínicos utilizados por grupos de comparação dos RNPTs, no 
primeiro momento de observação, na UTIN do Hospital Maternidade 
Fernando Magalhães, RJ, 2010 .................................................................. 
 
Suporte infeccioso utilizado pelos RNPTs por grupo de comparação, no 
primeiro momento de observação, na UTIN do Hospital Maternidade 
Fernando Magalhães, RJ, 2010 ................................................................ 
 
Procedimentos de suporte realizados por grupo de comparação dos 
RNPTs, no primeiro momento de observação, na UTIN do Hospital 
Maternidade Fernando Magalhães, RJ, 2010 ............................................ 
 
Intervenções não-farmacológicas realizadas por grupo de comparação 
dos RNPTs no primeiro momento de observação, na UTIN do Hospital 
Maternidade Fernando Magalhães, RJ, 2010 ............................................ 
 
Pontuação das escalas NIPS e PIPP por grupo de comparação dos 
RNPTs, no primeiro momento de observação, na UTIN do Hospital 
Maternidade Fernando Magalhães, RJ, 2010 ............................................ 
 
Características dos RNPTs por grupo de comparação, no segundo 
momento de observação, na UTIN do Hospital Maternidade Fernando 
Magalhães, RJ, 2010 .................................................................................. 
 
Diagnósticos dos RNPTs selecionados por grupo de comparação, no 
segundo momento de observação, na UTIN do Hospital Maternidade 
Fernando Magalhães, RJ, 2010 .................................................................. 
 
Suportes clínicos utilizados por grupo de comparação dos RNPTs, no 
segundo momento de observação, na UTIN do Hospital Maternidade 
 
 
52 
 
 
54 
 
 
 
56 
 
 
 
57 
 
 
 
58 
 
 
 
58 
 
 
 
60 
 
 
 
61 
 
 
 
62 
 
 
 
63 
 
 
 
63 
 
 
 
 
 
 
 
 12 
 
 
Tabela 13 – 
 
 
 
Tabela 14 – 
 
 
 
Tabela 15 – 
 
 
 
Tabela 16 – 
 
 
 
Tabela 17 – 
 
 
 
Tabela 18 – 
 
 
 
Tabela 19 – 
 
 
 
Tabela 20 – 
 
 
 
Tabela 21 – 
 
 
 
Tabela 22 – 
 
 
 
Tabela 23 – 
Fernando Magalhães, RJ, 2010 .................................................................. 
 
Suporte infeccioso utilizado pelos RNPTs por grupo de comparação, no 
segundo momento de observação, na UTIN do Hospital Maternidade 
Fernando Magalhães, RJ, 2010 ................................................................. 
 
Procedimentos de suporte realizados por grupo de comparação dos 
RNPTs, no segundo momento de observação, na UTIN do Hospital 
Maternidade Fernando Magalhães, RJ, 2010 ............................................ 
 
Intervenções não-farmacológicas realizadas por grupos de comparação 
dos RNPTs, no segundo momento de observação na UTIN do Hospital 
Maternidade Fernando Magalhães, RJ, 2010 ............................................ 
 
Pontuação das escalas NIPS e PIPP por grupo de comparação dos 
RNPTs, no segundo momento de observação, na UTIN do Hospital 
Maternidade Fernando Magalhães, RJ, 2010 ............................................ 
 
Características dos RNPTs por grupo de comparação, no terceiro 
momento de observação, na UTIN do Hospital Maternidade Fernando 
Magalhães, RJ, 2010 .................................................................................. 
 
Diagnósticos dos RNPTs selecionados por grupo de comparação, no 
terceiro momento de observação, na UTIN do Hospital Maternidade 
Fernando Magalhães, RJ, 2010 ................................................................. 
 
Suportes clínicos utilizados por grupo de comparação dos RNPTs, no 
terceiro momento de observação, na UTIN do Hospital Maternidade 
Fernando Magalhães, RJ, 2010 ................................................................. 
 
Suporte infeccioso utilizado pelos RNPTs por grupo de comparação, no 
terceiro momento de observação, na UTIN do Hospital Maternidade 
Fernando Magalhães, RJ, 2010 ................................................................. 
 
Procedimentos de suporte realizados por grupo de comparação dos 
RNPTs, no terceiro momento de observação, na UTIN do Hospital 
Maternidade Fernando Magalhães, RJ, 2010 ............................................ 
 
Intervenções não-farmacológicas realizadas por grupo de comparação 
dos RNPTs, no terceiro momento de observação, na UTIN do Hospital 
Maternidade Fernando Magalhães, RJ, 2010 ............................................ 
 
Pontuação das escalas NIPS e PIPP por grupo de comparação dos 
RNPTs, no terceiro momento de observação, na UTIN do Hospital 
Maternidade Fernando Magalhães, RJ, 2010 ............................................ 
 
64 
 
 
 
65 
 
 
 
66 
 
 
 
67 
 
 
 
68 
 
 
 
69 
 
 
 
69 
 
 
 
70 
 
 
 
71 
 
 
 
72 
 
 
 
73 
 
 
 
74 
 
 
 
 
 13 
 
 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 
CDC 
CIUR 
CPAP 
DHEG 
DM 
DMH 
ECA 
GF 
GP 
HAS 
IMV 
INS 
ITU 
MS 
NPT 
PICC 
 
PIG 
RNBP 
RNPT 
RNPTs 
TCLE 
TIV 
UTIN 
Centers for Disease Control and Prevention 
Crescimento intra-uterino retardado 
Ventilação de pressão positiva nas vias aéreas 
Doença hipertensiva específica da gravidez 
Diabetes Mellitus 
Doença da Membrana Hialina 
Estatuto da Criança e do Adolescente 
Grupo fralda 
Grupo punção 
Hipertensão arterial sistêmica 
Ventilação com volume minuto mandatório 
Infusion Nurses Society 
Infecção do trato urinário 
Ministério da Saúde 
Nutrição Parenteral Total 
Peripheral Insertion Central Catheter (Cateter venoso central de inserção 
periférico) 
Pequeno para idade gestacional 
Recém-nascido baixo peso 
Recém-nascido prematuro 
Recém-nascidos prematuros 
Termo de consentimento livre e esclarecido 
Terapia intravenosa 
Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal14 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 
1.1 
1.2 
1.3 
1.4 
1.5 
1.6 
1.7 
1.8 
2 
 
3 
3.1 
3.2 
3.3 
3.3.1 
3.3.2 
3.4 
3.4.1 
3.5 
3.5.1 
3.5.2 
3.6 
3.7 
3.8 
4 
4.1 
4.2 
4.3 
INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 
Trajetória acadêmica e profissional e o encontro com a temática ................... 
Dor no RNPT na UTIN ........................................................................................ 
A punção venosa periférica para terapia intravenosa ....................................... 
Justificativa e relevância ...................................................................................... 
Hipótese ................................................................................................................. 
Objeto de estudo ................................................................................................... 
Objetivos ................................................................................................................ 
Contribuições do estudo ....................................................................................... 
BREVE RETROSPECTIVA NA NEONATOLOGIA E CUIDADOS AO 
RECÉM-NASCIDO .............................................................................................. 
MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................ 
Tipo de estudo ....................................................................................................... 
Campo de estudo ................................................................................................... 
População e amostra ............................................................................................. 
Critérios de inclusão ............................................................................................. 
Critérios de exclusão ............................................................................................. 
Coleta de dados ..................................................................................................... 
Procedimentos da coleta de dados ....................................................................... 
Variáveis e covariáveis do estudo ........................................................................ 
Materna ................................................................................................................. 
Neonatal ................................................................................................................. 
Aspectos éticos da pesquisa .................................................................................. 
Tratamento estatístico e análise dos dados ........................................................ 
Esquematização do método .................................................................................. 
RESULTADOS ..................................................................................................... 
Caracterização sociodemográfica e clínica materna ......................................... 
Caracterização dos RNPTs .................................................................................. 
Os três momentos de observação dos RNPTs no grupo punção e fralda ........ 
16 
16 
18 
26 
30 
32 
32 
32 
33 
 
36 
40 
40 
41 
41 
41 
42 
43 
44 
45 
45 
45 
47 
48 
49 
50 
50 
53 
55 
 
 
 
 
 15 
4.3.1 
4.3.2 
4.3.3 
5 
6 
6.1 
6.2 
Primeiro momento ................................................................................................ 
Segundo momento ................................................................................................. 
Terceiro momento ................................................................................................. 
DISCUSSÃO.......................................................................................................... 
CONCLUSÃO ...................................................................................................... 
Limitações do estudo ............................................................................................ 
Recomendações do estudo .................................................................................... 
REFERÊNCIAS ................................................................................................... 
APÊNDICE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ....................... 
ANEXO A - Escala de Dor Neonatal (Neonatal Infant Pain Scale - NIPS) ..... 
ANEXO B – Escala Perfil de Dor do Prematuro (Premature Infant Pain 
Profile - PIPP) ....................................................................................................... 
ANEXO C – Técnica de Punção Venosa Periférica .......................................... 
ANEXO D – Dados Demográficos e Clínicos – Ficha Inicial ............................ 
ANEXO E – Dados Demográficos e Clínicos – Seguimento ............................. 
ANEXO F- Autorização do Comitê de Ética ...................................................... 
56 
62 
68 
77 
88 
90 
91 
93 
99 
101 
 
102 
103 
104 
106 
108 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 16 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
1.1 Trajetória acadêmica e profissional e o encontro com a temática 
 
O interesse em estudar a temática da dor foi despertado desde a graduação quando 
exercia as funções de monitora da Disciplina Enfermagem Pediátrica na Escola de 
Enfermagem Aurora Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense (EEAAC/UFF). 
Nesse período, tive a oportunidade de conviver com crianças internadas na enfermaria 
pediátrica do Hospital Universitário Antônio Pedro e com os procedimentos realizados 
diariamente; dentre eles, a punção venosa periférica. Esta era a que mais me incomodava, pois 
observava que o estresse envolvendo o procedimento era intenso para a criança, para a família 
e para a equipe de enfermagem. 
 Ao término da graduação, ingressei no mês de setembro do ano 2000, através de 
concurso público, em um hospital infantil no município de Niterói que atende crianças e 
adolescentes de zero a 18 anos, conforme preconizado pelo Estatuto da Criança e do 
Adolescente (BRASIL, 1990). Como enfermeira plantonista, fui inicialmente escalada na 
unidade de tratamento intensivo neonatal (UTIN) e me deparei com uma nova realidade, a de 
ter que cuidar de recém-nascidos. 
Na unidade neonatal, tive a oportunidade de conhecer um novo mundo infantil que 
antes não tinha intimidade. Neste novo contexto surgiram outros questionamentos 
relacionados a esta nova realidade de cuidar, principalmente no que se referia à dor do recém-
nascido. 
Minha percepção com relação à dor dos recém-nascidos era limitada à observação, 
pois quando estavam relaxados permaneciam tranquilos dormindo e quando manipulados e/ou 
expostos a procedimentos, tais como punções venosas periféricas, punção para coleta de 
sangue, aspiração de vias aéreas, aspiração traqueal dentre outros, reagiam com choro intenso, 
caretas e agitação dos braços e pernas. As dificuldades eram maiores diante da ausência de 
protocolo ou rotina que pudesse identificar, prevenir ou intervir na dor dos recém-nascidos, 
principalmente dos prematuros. 
As reações que os recém-nascidos prematuros (RNPTs) expressavam frente aos 
procedimentos aos quais eram expostos me faziam pensar que sinalizavam a presença de dor, 
estresse e desconforto, porém a percepção dessa situação estava sob o olhar atento dos 
 17 
profissionais de enfermagem sensíveis e capazes de compreender a linguagem subjetiva e não 
verbal peculiar ao recém-nascido. 
Todos os RNPTs admitidos na UTIN supracitada são referenciados de outras unidades 
de saúde e alguns deles com mais de 24 horas de vida. 
Geralmente, os RNPTs admitidos com mais de 24 horas de vida já apresentavammarcas de punções venosas periféricas anteriores nos braços e pernas, que se mostravam 
como pequenas equimoses ao redor do local onde a punção venosa havia sido feita. 
As marcas visíveis de punções venosas repetidas e sem sucesso eram fatores que 
limitavam as opções para novas punções venosas periféricas, sendo um dificultador para a 
equipe de enfermagem selecionar o sítio de inserção devido às condições da rede venosa 
atual. 
Vale destacar que no período neonatal as veias recomendadas preferencialmente são: 
as veias metacarpianas dorsais (arco venoso dorsal), veias basílicas, cefálica, cubital, 
mediana, veia mediana ante braquial (braços); safena magna, veia marginal mediana e 
poplítea (pés e pernas) e da região cefálica (temporal, temporal superficial, veia posterior 
auricular, jugular externa). As veias da região cefálica e de membros inferiores são de última 
escolha, sendo muitas vezes necessário puncioná-las. 
Quanto maior o insucesso no número de tentativas de punção venosa periférica, maior 
a dor no recém-nascido, levando-o à exaustão; mostrando reações como apatia, gemido ou 
falta de emissão de sons. Essas reações do recém-nascido prematuro (RNPT) também 
provocavam estresse no profissional que dele cuidava, dificultando o sucesso do 
procedimento. 
O procedimento de punção venosa periférica com cateter sobre agulha se mostrava 
como o procedimento de primeira escolha, com objetivo de iniciar a terapia intravenosa na 
UTIN, sendo realizado por todas as categorias profissionais de enfermagem em se tratar de 
um modo prático e rápido de se obter um acesso venoso para infusão das soluções prescritas. 
A administração de fármacos e de soluções com extremo de pH e osmolaridade acima 
500 mOsmol/L prescritas para o tratamento deste recém-nascido prematuro também eram 
fatores importantes que apontavam a necessidade de novas punções, pois o trajeto venoso se 
mostrava hiperemiado ou hipocorado com a infusão contínua destas soluções. 
A nova punção venosa era um estímulo que provocava mais reações de dor e estresse 
no RNPT, que em determinado período da internação já começava a mostrar uma reação mais 
exacerbada do que as anteriormente observadas. 
 18 
Como a necessidade de novas punções venosas periféricas era uma constante para o 
RNPT, o estímulo doloroso acontecia juntamente com o procedimento e fazia com que as 
reações apresentadas por ele fossem cada vez mais acentuadas, sendo demonstradas frente a 
pequenos estímulos ou a estímulo que considerava não doloroso. Essas reações exacerbadas 
dependiam da frequência da estimulação dolorosa e da quantidade de procedimentos 
recebidos pelo RNPT, assim como do tempo de internação em que ele necessitava ser 
submetido a estimulações. 
Um RNPT que, em especial, permaneceu um período longo internado e dependente da 
punção venosa periférica com cateter sobre agulha para terapia intravenosa apresentava choro 
intenso e agitação dos braços e pernas com a simples abertura da porta da incubadora. Ao ser 
manipulado para verificação dos sinais vitais, ele se mostrava mais estressado ainda, 
apresentando inclusive tremores do queixo e alteração da mímica facial. 
Através de minhas observações e inquietações, iniciei então a busca por informações 
que pudessem responder aos meus questionamentos. 
 
 
1.2 Dor no RNPT na UTIN 
 
 
Figura 1 - Mímica facial de dor do RNPT no momento do procedimento 
de punção venosa periférica com cateter sobre agulha. 
Imagem autorizada por Termo de Consentimento Livre e 
Esclarecido. 
 19 
A imagem acima demonstra as alterações da expressão facial do RNPT frente ao 
procedimento doloroso de punção venosa periférica com cateter sobre agulha. Como se pode 
observar, o mesmo apresenta testa franzida, olhos espremidos, sulco nasolabial, língua tensa, 
boca aberta e estirada, que são algumas das respostas comportamentais alteradas indicativas 
de dor e presentes nas escalas de dor do neonatal (Neonatal Infant Pain Scale – NIPS) – 
(ANEXO A) e perfil de dor do prematuro (Premature Infant Pain Profile – PIPP) – (ANEXO 
B) para avaliação. 
A dor é uma sensação inerente à vida de todo ser humano cumprindo com a função de 
proteção contra danos que possam ser causados por quaisquer lesões, sendo definida pela 
Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP) (1979), como uma ―experiência 
sensitiva e emocional desagradável associada ou relacionada à lesão real ou potencial dos 
tecidos e cada indivíduo aprende a utilizar esse termo através das suas experiências 
anteriores‖. Essa definição foi complementada pela IASP (2001) com a seguinte afirmação: ―a 
incapacidade de comunicação verbal não nega a possibilidade de a dor estar sendo sentida, 
sendo necessário um tratamento adequado para o alívio da mesma‖. Destacando a importância 
da avaliação da dor e intervenção em todas as populações (PUCHALSKI; HUMMEL, 2002). 
Desta definição depreende-se que a relação entre lesão tecidual e dor não é exclusiva 
ou direta; e que, na experiência dolorosa, aspectos sensitivos, emocionais, cognitivos e 
socioculturais estão imbricados de modo indissociável. Além disso, a dor é uma experiência 
subjetiva e pessoal aprendida pela experiência. 
Vale ressaltar que esses conceitos são a base para a definição de domínio e métodos a 
serem utilizados na avaliação do recém-nascido com dor e na seleção de estratégias para 
reduzi-la ou minimizá-la. A avaliação da experiência dolorosa permite determinar os 
elementos que possam manter ou exacerbar a dor, medir o seu impacto na vida do recém-
nascido em longo prazo e verificar a eficácia das intervenções terapêuticas propostas. 
Nos recém-nascidos, as experiências anteriores estão praticamente relacionadas à vida 
intrauterina e de acordo com Carbajal et al. (2008, p. 61), a definição da dor aplicada aos 
recém-nascidos prematuros é descrita como ―uma qualidade inerente à vida, pois aparece no 
início da ontogenia para servir como um sistema de sinalização de dano tecidual‖. 
Para Anand e Hickey (1987), as experiências dolorosas resultam de eventos 
amplamente distribuídos e acentuadamente variáveis nos sistemas periférico e central do 
sistema nervoso. As alterações fisiológicas devidas à dor dependem das suas características, 
tais como a intensidade, a duração, os estímulos tônicos ou em fase, o caráter agudo, 
repetitivo ou crônico, a origem visceral e somática e efeitos secundários da dor, o contexto no 
 20 
qual a dor surge (tipo de atividade associada, eventos precedentes, ambiente e condições de 
sobrevida) e características do paciente (idade, sexo, desenvolvimento cognitivo, histórico 
cultural, experiências anteriores). Esses fatores têm efeitos variáveis e significativos no 
conteúdo perceptivo da experiência dolorosa. 
A dor pode ser classificada inicialmente como aguda e crônica. A dor aguda acontece 
quando um estímulo doloroso tem um início e fim bem definidos como a produzida pela 
punção venosa periférica. A dor crônica é considerada como qualquer dor prolongada, como 
por exemplo, a dor provocada por lesões inflamatórias. Para avaliação da dor aguda, existem 
escalas validadas capazes de identificá-la através de alterações biocomportamentais do RNPT; 
no entanto, a dor crônica permanece difícil de ser identificada e avaliada, sem instrumentos 
existentes para isso (ANAND; HICKEY, 1987; LESLIE, 2003). 
A dor crônica no RNPT pode acontecer decorrente de estímulos dolorosos agudos 
repetidos e prolongados no recém-nascido, como as tentativas repetidas de punções venosas 
periféricas com cateter sobre agulha para terapia intravenosa, por exemplo, provocando 
reações alteradas conhecidas como hipersensibilidade, hiperalgesia e alodinia (ANAND; 
HICKEY, 1987; BRASIL, 2009; LESLIE, 2003; PUCHALSKI; HUMMEL, 2002). 
 A sensibilidade decorrente destes estímulos pode ser ainda mais amplificada pela 
experiência de estímulos dolorosos repetidos. A hipersensibilidadeocorre devido à 
diminuição do limiar doloroso no local afetado ou à distância. A resposta alterada, conhecida 
como hiperalgesia, pode ser caracterizada por uma resposta mais acentuada do prematuro à 
exposição do estímulo doloroso de punção venosa periférica, e a alodinia, descrita como 
reação de dor percebida após um estímulo comumente não doloroso como a troca de fralda 
(ANAND; HICKEY, 1987; BRASIL, 2009; LESLIE, 2003; PUCHALSKI; HUMMEL, 
2002). 
Vários mecanismos estão implicados no aumento da sensibilidade à dor, tais como 
proximidade na medula espinhal das fibras proprioceptivas daquelas que carreiam dor, 
hiperinervação, sensibilização dos nociceptores na periferia e até sensibilização central. Todas 
essas alterações são mais pronunciadas no sistema nervoso mais imaturo; portanto, o RNPT é 
mais sensível à dor do que o a termo e muito mais do que o adulto (AMERICAN ACADEMY 
OF PEDIATRICS et al., 2006; ANAND, 2000; BRASIL, 2009; LESLIE, 2003). 
Porém, episódios de dor prolongada podem fazer o RNPT entrar em um estado de 
passividade com menos movimentos corporais, face inexpressiva e diminuição do consumo 
de oxigênio, sugerindo uma conservação da energia que deveria ser destinada ao seu 
 21 
crescimento (AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS et al., 2006; ANAND, 2000; 
BRASIL, 2009; LESLIE, 2003). 
Os estímulos dolorosos podem ocorrer decorrentes de procedimentos diagnósticos e 
terapêuticos realizados durante o cuidado prestado ao RNPT na UTIN, sendo o procedimento 
considerado doloroso quando invade a integridade corporal do recém-nascido, causando 
lesões através da pele ou mucosa pela introdução ou remoção de material estranho em vias 
aéreas, digestivas ou do trato urinário. Todo procedimento doloroso tende a ser estressante, 
mas nem todo procedimento estressante é doloroso, sendo definido estresse como todo 
procedimento que causa desassossego, incômodo ou alteração do equilíbrio existente entre o 
RNPT e o ambiente (CARBAJAL et al., 2008) 
Na ontogenia fetal, os receptores sensoriais cutâneos (nociceptores) aparecem cedo, 
pois os receptores celulares estão presentes na região perioral na oitava semana de vida 
uterina, se espalhando para o resto da face, palma das mãos e sola dos pés na 11ª semana e 
para o tórax e parte dos braços e pernas na 15ª semana, neste momento, alguma mielina já está 
presente sendo a maior parte do corpo sensível ao toque. Na 20ª semana, toda superfície 
cutânea e mucosa já apresenta sensibilidade tátil (ANAND; HICKEY, 1987; AVERY et al., 
1999; PUCHALSKI; HUMMEL, 2002). 
De acordo com Anand e Hickey (1987), células maduras endorfinérgicas têm sido 
observadas na 15ª semana de vida intrauterina e possivelmente mais cedo. Os opioides 
endógenos são liberados pelo feto humano no nascimento e em resposta fetal e neonatal ao 
estresse, sendo observado um nível aumentado de ß endorfinas no fluido cérebro-espinhal do 
recém-nascido decorrente de apneia da prematuridade, podendo ser causados pelo estresse da 
doença, dor associada com essas condições clínicas ou procedimentos requeridos para seu 
tratamento. 
A maturidade para transmissão da dor ocorre até a 30ª semana e nesta fase o feto já 
apresenta resposta a qualquer lesão com comportamento específico e sinais metabólicos, 
hormonais e autonômicos de estresse, devido à mielinização das raízes cerebrais e do sistema 
talâmico. Com 37 semanas de gestação a via nociceptiva está completamente mielinizada 
(AVERY et al., 1999; PUCHALSKI; HUMMEL, 2002). 
O sistema nervoso é composto de dois componentes funcionais denominados sistema 
nervoso central e sistema nervoso periférico. O sistema nervoso periférico é quem capta as 
informações referentes ao meio externo através dos nociceptores ou das terminações nervosas 
livres e leva a informação captada através das fibras nervosas C e A-delta até o sistema 
nervoso central, sendo processada e enviada novamente para a periferia reagir. As fibras A-
 22 
delta são mielinizadas e conduzem os impulsos mais rápidos, sendo responsáveis pela 
sensação de dor aguda, e as fibras C não são mielinizadas e apresentam velocidade mais lenta 
de condução do impulso, transmitindo sensações de queimação e dor crônica (PUCHALSKI; 
HUMMEL, 2002; TAMEZ; SILVA, 2002). 
Os prematuros não só são capazes de sentir dor como também são mais sensíveis do 
que crianças mais velhas, pois a sensibilidade dos prematuros à dor é maior que a dos adultos 
devido já possuir o sistema capaz de transmitir estímulo doloroso, mas não aquele que 
diminui a intensidade da dor. O sistema inibitório começa a se desenvolver após a 30ª semana 
de vida intra-uterina e só amadurece alguns meses depois do parto. Comparados às crianças 
mais velhas, os RNPTs apresentam maior resposta hormonal, metabólica e cardiovascular a 
procedimentos cirúrgicos necessitando de maiores doses de anestésicos e analgésicos para o 
adequado controle da dor (ANAND, 2000; GRÉGOIRE; FINLEY, 2008). 
Conforme Anand e Hickey (1987), Avery et al. (1999) e Moreira et al. (2004), a 
ausência ou escassez de mielina não impede a transmissão do impulso nervoso da dor, pois os 
impulsos nociceptivos periféricos de adultos são carreados por fibras não mielinizadas e fibras 
com fina camada de mielina. A mielinização incompleta das fibras nociceptivas do recém-
nascido apenas sugere uma velocidade de condução lenta sendo compensada pelo 
encurtamento da distância neuromuscular percorrida pelo impulso. 
Acredito que todos esses avanços e conhecimentos dos aspectos anatômicos, 
fisiológicos e neuroquímicos da dor, o desenvolvimento de estratégias não-farmacológicas e 
farmacológicas, avanços tecnológicos e das complexas técnicas para aumentar a sobrevida e a 
qualidade de vida do recém-nascido prematuro sejam fundamentais para o cuidado prestado 
ao recém-nascido baseado no Cuidado Neonatal Centrado no Desenvolvimento (KENNER; 
MCGRATH, 2004). 
O Consenso de Dor Neonatal da American Academy of Pediatrics et al. (2006) 
classifica os procedimentos dolorosos em procedimentos maiores ou menores. Os 
procedimentos considerados menores são aqueles realizados rotineiramente e de menor 
complexidade como a punção venosa periférica e a punção de calcâneo. Nesses 
procedimentos, é recomendado o uso de medidas não-farmacológicas, tais como uso de 
sacarose/glicose e sucção nutritiva (leite materno) que buscam diminuir a dor e geralmente 
apresentam maior eficácia quando usadas de forma combinada com sucção não-nutritiva, 
contenção facilitada e o enrolamento, mostrando-se efetivas para RNPT e a termo. 
Os procedimentos cirúrgicos, broncoscopia, endoscopia, punção lombar, exame de 
retinopatia da prematuridade, punção supra-púbica, ventilação mecânica e de intubação 
 23 
traqueal são considerados procedimentos maiores, de grande complexidade e que necessitam 
de medidas farmacológicas como anestesia e em alguns procedimentos, analgesia após; por 
exemplo. Cada UTIN deve desenvolver orientações escritas e protocolos para o eficaz manejo 
medicamentoso da dor (AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS et al., 2006; ANAND; 
THE INTERNATIONAL EVIDENCE-BASED GROUP FOR NEONATAL PAIN, 2001). 
Quando o procedimento de punção venosa periférica com cateter sobre agulha não é 
realizado em uma única tentativa bem sucedida, a estimulação dolorosa repetida a qual o 
recém-nascido é submetido provoca consequências no seu desenvolvimento motor e cognitivo 
futuramente, sendo considerado um procedimento de invasividade moderada quando 
realizado em até duas tentativas e invasividade severa, quando executado em três ou mais 
tentativas (ANAND; HICKEY, 1987; ANAND et al., 2005b). 
Os estudos de Larsson et al. (1998) e Shah et al. (1997) realizados com o objetivo de 
comparar a dor do recém-nascido submetido à punção venosa periférica e à punção de 
calcâneo para coleta de sangue apontam que a venopunção é menos dolorosa e mais efetiva. 
Embora para Shah et al. (1997) a punçãovenosa tenha ocorrido em mais de duas tentativas 
em alguns recém-nascidos, a recomendação ainda é a de que a venopunção é menos dolorosa. 
Na prática, o que se observa é que o profissional utiliza a punção venosa periférica 
para terapia intravenosa, podendo ser repetida conforme a necessidade de manutenção desta 
terapia em consonância com o quadro clínico e o tempo de internação causando dor e estresse 
ao RNPT, principalmente com repetidas tentativas até ser obtido o sucesso do procedimento 
desconsiderando os aspectos emocionais e de dor do recém-nascido. 
A plasticidade da supraespinhal envolvendo o processo sensorial faz com que a dor 
repetida durante a infância cause alteração difusa no cérebro imaturo levando ao 
comportamento anormal quando adulto. Crianças prematuras que experimentaram 
procedimentos dolorosos na UTIN apresentaram alteração da resposta fisiológica e 
comportamental com ativação do córtex somatosensorial e da resposta neuroendócrina ao 
estresse. A repetição da dor leva à alteração da sensibilidade com reflexos na depressão e 
desânimo comportamental, refletindo assim na interrupção do desenvolvimento ou auge da 
sensibilidade periférica com futuro aumento da preferência ao álcool e comportamento 
mediado pela ansiedade na idade adulta (ANAND, 2000; AVERY et al., 1999; CARBAJAL 
et al., 2008; EFE, 2005; GOLIANU et al., 2007). 
De acordo com Anand (1998), existe uma forte associação entre as sequelas de 
desenvolvimento neurocomportamentais, relacionadas às experiências dolorosas repetidas, 
durante o cuidado intensivo neonatal. Alterações fisiológicas agudas causadas por estímulos 
 24 
dolorosos e/ou estressantes podem ser importantes fatores na causa ou subsequente extensão 
de hemorragia intraventricular precoce ou alteração isquêmica levando a leucomalácia 
periventricular. Deste modo, as UTINs necessitam refletir suas práticas no que se refere ao 
cuidado sensível de sua clientela, pois o atendimento neonatal exige do profissional uma 
percepção sensível capaz de interpretar a linguagem peculiar do recém-nascido no momento 
da dor. As experiências dolorosas repetidas podem alterar as reações de um recém-nascido, 
especialmente o prematuro, pois a energia gasta para manter estas respostas se esgota 
rapidamente fazendo com que se reduzam os recursos indispensáveis ao crescimento e 
desenvolvimento. A dor é estressante e os resultados imediatos trazem uma desorganização 
fisiológica e comportamental com forte impacto ao bem estar do recém-nascido. 
O estudo de Leslie (2003) teve como objetivo avaliar o efeito em longo prazo de 
estímulos nociceptivos agudos repetidos e estímulo nociceptivo crônico realizados no rato 
recém-nascido, aliados ou não com separação materna, sobre a neurogênese no hipocampo 
aos 21 dias de vida. O experimento demonstrou que ocorreu a maior taxa de óbito entre os 
animais que receberam estímulo nociceptivo crônico e maior ganho de massa corporal nos 
animais sobreviventes submetidos a esta estimulação. Houve modificação da neurogênese 
persistente até 21 dias de vida indicando uma desorganização dos mecanismos regulatórios da 
proliferação neural mediada por um estímulo nociceptivo crônico realizado no período 
neonatal e talvez amplificado pela repetição de estímulos nociceptivos agudos no animal 
recém-nascido. Este estudo pode nos ajudar na compreensão de aspectos do desenvolvimento 
do RNPT internado durante longos períodos em UTIN e que repercutem na infância, 
adolescência e vida adulta. 
Os resultados dos estudos remetem a uma reflexão sobre a importância de evitar 
punções venosas repetidas, em decorrência das sequelas relacionadas ao desenvolvimento 
neurocomportamental dos RNPTs em face da estimulação dolorosa aguda ou crônica repetida 
no período neonatal. 
Neste sentido, a dor pode ser considerada um forte componente para o aumento da 
morbidade neonatal, uma vez que não tratada ainda pode ser agravada pelas práticas rotineiras 
da UTIN, de forma sistemática da admissão à alta, levando prejuízos a um cérebro em 
formação. No caso dos prematuros, a dor pode alterar a citoarquitetura cerebral com 
repercussões neurológicas importantes e impacto desfavorável ao seu crescimento e 
desenvolvimento (ANAND, 2000; LESLIE, 2003). 
Em estudo realizado por Carbajal et al. (2008), foram levantados dados 
epidemiológicos a cerca da dor em RNPTs internados por um período de 14 dias na UTIN. Os 
 25 
dados foram coletados numa região geograficamente definida da França e com base em 
observação direta ao lado do leito do número de procedimentos dolorosos ou estressantes 
realizados pelas equipes de saúde e a correspondente terapia analgésica utilizada. Os sujeitos 
foram 430 RNPTs que experimentaram 60.969 procedimentos de primeira tentativa, com 
42.413 procedimentos considerados dolorosos e 18.556 procedimentos estressantes. Foram 
contabilizadas 11.546 tentativas repetidas executadas durante o procedimento, incluindo 
10.366 para procedimentos dolorosos e 1180 para procedimentos estressantes. Cada RNPT 
experimentou uma média de 115 procedimentos durante o período do estudo e 16 
procedimentos por dia de hospitalização; destes, os considerados dolorosos foram 75 
procedimentos durante o período e 10 realizados diariamente. Dos 42.413 procedimentos 
dolorosos, 2,1% foram executados com terapia farmacológica unicamente, 18,2% com 
intervenções não-farmacológicas unicamente, 20,8% com terapias farmacológicas, não-
farmacológicas ou ambas, 79,2% sem analgesia específica e 34,2% foram realizados enquanto 
o RNPT estava recebendo infusões analgésicas e anestésicas concorrentes por outras razões. 
Os resultados do estudo mostram que o cuidado prestado ao recém-nascido na UTIN é 
permeado por procedimentos dolorosos, considerados necessários à sua sobrevida. Com isso, 
número de procedimentos dolorosos realizados diariamente em um recém-nascido, com 
cérebro em formação, são fatores que afetam direta e negativamente o seu desenvolvimento 
neuronal sadio. 
A conduta da necessidade indispensável de realização de procedimentos dolorosos em 
recém-nascidos na UTIN precisa ser revista, assim como da repetição dos procedimentos mal 
sucedidos; até ser obtido o sucesso do mesmo, sem que haja um limite do quantitativo 
máximo de tentativas possível ou do tempo entre uma tentativa e outra. 
A quantidade de tentativas de procedimentos dolorosos realizados diariamente em 
recém-nascidos na UTIN são fatores que merecem atenção e destaque, visto que um mesmo 
procedimento doloroso pode ser repetido por duas ou mais vezes, sem que haja um tratamento 
específico para esta dor. É imprescindível que as ações da equipe de saúde na UTIN sejam 
refletidas e procedimentos dolorosos como a punção venosa periférica com cateter sobre 
agulha, por exemplo, sejam reduzidos ao extremamente necessário ou substituídos por 
dispositivos que evitem troca sistemática. 
 
 
 
 
 26 
1.3 A punção venosa periférica para terapia intravenosa 
 
 
 
Figura 2 - Procedimento de punção venosa periférica com cateter sobre 
agulha para terapia intravenosa na UTIN 
Fonte: CHRISTOFFEL, 2002. 
 
A imagem acima demonstra a prática do procedimento de punção venosa periférica 
com cateter sobre agulha no recém-nascido prematuro em incubadora aquecida, na UTIN. 
Dentre os procedimentos considerados dolorosos para o recém-nascido prematuro, a 
punção venosa periférica é o mais utilizado como prática hospitalar, envolvendo diretamente 
os profissionais de enfermagem que executam a técnica de punção venosa periférica - 
inserção, manutenção e retirada, assegurando o sucesso do tratamento medicamentoso do 
recém-nascido prematuro (CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION, 
2002; SILVA; NOGUEIRA, 2004). 
A punção venosa periférica é um procedimento que causa estimulação dolorosa aguda 
sendo classificada como o oitavo procedimento doloroso mais realizado nas UTINs por 
Anand e TheInternational Evidence-Based Group for Neonatal Pain (2001). Geralmente, o 
procedimento de punção venosa pode ser realizado por vários tipos de cateteres periféricos, 
sendo os mais comumente utilizados o cateter sobre agulha
1
 para infusão de terapia de longa 
 
1 Phillips (2001) considera o cateter sobre agulha como uma agulha com um cateter por cima, que depois de 
puncionado a veia, a agulha é retirada e descartada, permanecendo o cateter flexível no vaso. O cateter flexível 
pode ser de teflon, vialon e aquavene e se apresenta em números pares de 12 a 24. 
 27 
duração e administração de líquido viscoso como sangue e o cateter agulhado
2
, 
frequentemente utilizado para terapia de curta duração, para administração de medicamento 
intravenoso em bolus
3
 ou para coleta de amostras de sangue (PHILLIPS, 2001; SILVA; 
NOGUEIRA, 2004). 
Segundo Infusion Nurses Society (2006), as terapias intravenosas como a solução 
vesicante contínua, nutrição parenteral, soluções com ph menor do que cinco ou maior do que 
nove e com osmolaridade maior do que 500 mOsm/L não são o tipo de infusão apropriadas 
para o cateter sobre agulha, por estes serem dispositivos periféricos e a terapia intravenosa 
(TIV) provocar complicações como flebite
4
, infiltração
5
, extravasamento
6
, infecções
7
 e, 
consequentemente, dor no local da inserção do cateter. 
Na prática profissional, o alívio da dor poderia ser minimizado com a habilidade 
técnica do profissional, local das punções e tipo dos dispositivos intravasculares utilizados, 
assim como uso de medidas não-farmacológicas. 
Para o dispositivo venoso periférico, denominado cateter sobre agulha, preconiza-se, 
de acordo com Centers for Disease Control and Prevention (2002), um tempo de permanência 
em torno de 72 a 96 horas para adultos e crianças até que a TIV seja finalizada sem 
complicações. Contudo, considerando o recém-nascido prematuro um ser vulnerável e frágil 
diante da complexidade de uma UTIN; justamente neste cenário de cuidado, ele é submetido a 
inúmeros procedimentos invasivos e em face da necessidade de infusão de soluções, tais 
como antibióticos, aminas e nutrição parenteral; muitos destes, irritantes ao endotélio vascular 
periférico que, não suportando muito tempo à terapia, obriga a prática de novas punções em 
curto intervalo entre elas (INFUSION NURSES SOCIETY BRASIL, 2008; SILVA; 
NOGUEIRA, 2004). 
A prática de nova punção venosa periférica com cateter sobre agulha nem sempre é 
bem sucedida na primeira tentativa, necessitando ser repetida até que seja obtido o sucesso no 
mesmo procedimento. Porém preconiza-se que não seja realizada mais de duas tentativas de 
punção venosa para que se evitem traumas desnecessários por várias tentativas de punção sem 
 
2 Phillips (2001) e Silva e Nogueira (2004) descrevem o cateter agulhado como scalp ou butterfly (cateter com 
asas) feitos de aço inoxidável com número ímpar de tamanho. 
3 Phillips (2001) descreve bolus como terapia de dose única. 
4 Inflamação de uma veia (INFUSION NURSES SOCIETY, 2006). 
5 Administração inadvertida de medicação ou solução não vesicante no tecido circundante (INFUSION NURSES 
SOCIETY, 2006). 
6 Administração inadvertida de medicação ou solução vesicante no tecido circundante (INFUSION NURSES 
SOCIETY, 2006). 
7 Presença e crescimento de micro-organismos patogênicos (INFUSION NURSES SOCIETY, 2006). 
 28 
sucesso, limitando as áreas de punções futuras e levando a danos causados pela dor ao recém-
nascido prematuro (INFUSION NURSES SOCIETY BRASIL, 2008; PHILLIPS, 2001). 
Para a realização de um procedimento de punção venosa periférica existem evidências 
científicas que podem ser verificadas no ANEXO C, visando uma prática segura e efetiva. 
Uma prática segura é aquela que minimiza prejuízos acerca de seu uso, considerando que está 
na pele uma das defesas mais importantes do recém-nascido prematuro, pois tem como 
principais funções a proteção física servindo como barreira contra ações químicas, mecânicas 
e biológicas, regulação e manutenção da temperatura corporal e sensorial. Devido à inervação 
abundante, os RNPTs tornam-se mais sensíveis à recepção de estímulos táteis, térmicos e 
dolorosos, levando à maior risco de infecção considerando a baixa resistência. Preconiza-se 
que seja realizado o menor número de punções venosas possíveis, evitando que uma punção 
mal sucedida desencadeie inflamação no local da punção e cause lesão das veias (INFUSION 
NURSES SOCIETY BRASIL, 2008; TAMEZ; SILVA, 2002) 
A punção não realizada na primeira tentativa tende a causar complicações locais, tais 
como equimoses, dor e flebite mecânica por punção inapropriada; podendo ser decorrente da 
inabilidade do profissional na inserção do cateter ou introdução de um cateter de calibre maior 
que a veia a ser puncionada (INFUSION NURSES SOCIETY BRASIL, 2008). 
Durante a minha prática profissional, observo que o RNPT é submetido à punção 
venosa periférica com cateter sobre agulha repetidas vezes, para a TIV. Estas impressões são 
corroboradas pelo estudo de Rodrigues (2008), que teve como objetivo descrever a prática da 
terapia intravenosa na UTIN pela equipe de enfermagem e médicos. Evidenciou-se que a 
prática da terapia intravenosa se reduz à punção venosa periférica com cateter sobre agulha, 
principalmente. No estudo, a dor do recém-nascido foi uma das categorias analisadas. Ela foi 
apontada pelos sujeitos na realização da punção venosa periférica e quando da necessidade de 
repetição do procedimento para a infusão de terapia intravenosa por tempo prolongado. 
No estudo de Menezes (2005), a punção venosa periférica mostrou ser o procedimento 
de escolha mais frequente para infusão de terapia intravenosa com objetivo de conhecer as 
características do acesso vascular, comparar aspectos selecionados do manejo desse acesso 
vascular e mapear complicações associadas ao acesso vascular em recém-nascidos com peso 
ao nascer menor que 1.500g. Participaram 252 recém-nascidos de cinco UTIN do município 
do Rio de Janeiro e 99,6% utilizou a via venosa para terapia; sendo que 49,2% do total 
utilizaram apenas o dispositivo venoso periférico para TIV. Evidenciou-se ainda a 
inadequação deste dispositivo para a terapia proposta, pois soluções hiperosmolares, irritantes 
e vesicantes foram infundidas através do dispositivo periférico levando a repetidas punções e 
 29 
causando lesões por extravasamento e infiltrações (INFUSION NURSES SOCIETY 
BRASIL, 2008). 
As infusões intermitentes causam menos irritação na parede da veia no decorrer do 
tempo do que infusões contínuas, sendo considerado também um dos motivos da perda 
frequente dos acessos venosos periféricos em infusões contínuas e necessidade de novas 
punções garantindo assim a manutenção da terapia (PHILLIPS, 2001). 
Ressalto também que nem sempre o procedimento de punção venosa periférica é bem 
sucedido na primeira tentativa, porém o dilema da necessidade de prosseguir com a terapia 
intravenosa é um forte componente para a realização de repetidas punções. No estudo 
realizado por Carbajal et al. (2008) com 430 recém-nascidos, foi evidenciado que apenas 
70,2% do total estudado foram puncionados com sucesso em apenas uma tentativa, 
contabilizando um número máximo de 14 tentativas de punção repetida até ser obtido sucesso 
no procedimento. 
Quando um recém-nascido necessita de punção venosa periférica para manutenção da 
terapia intravenosa proposta e é submetido a tentativas repetidas do procedimento, esta prática 
torna-se um ciclo de punções repetidas devido à dependência do tempo em que permanecer 
internado e a necessidade de terapia aplicada à rede venosa. 
O ciclo de estimulação dolorosa a que me refiro pode ser verificado no esquema a 
seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3 – Ciclo de estimulação dolorosa. 
Punçãode acesso venoso 
periférico 
Complicações da TIV 
 Insucesso no 
 procedimento 
 Retirada do acesso venoso periférico 
 Necessidade de manutenção da TIV 
por mais tempo 
 30 
Os consensos de dor escritos por Anand e The International Evidence-Based Group for 
Neonatal Pain (2001) e American Academy of Pediatrics et al. (2006) consideram que para 
prevenção e manejo da dor, a punção venosa periférica seja um procedimento realizado em 
apenas uma tentativa, por isso pode ser considerado um procedimento menor comparado aos 
procedimentos cirúrgicos, considerados maiores. Porém quando o recém-nascido prematuro é 
submetido a punções venosas periféricas com cateter sobre agulha, repetidas vezes, como no 
esquema anterior, ele é submetido à estimulação dolorosa contínua deixando de ser um 
procedimento único e isolado. 
Frente ao avanço tecnológico envolvendo o cuidado alcançado pelas UTIN, a 
qualidade da prática da assistência prestada deve ser revista, pois os complexos ambiente e 
terapêutica de cuidados disponibilizados para sobrevivência de recém-nascidos, atualmente, 
podem interferir negativamente na saúde emocional e psicológica futura destes, especialmente 
os prematuros. Pois a dor é considerada um fator de alteração da citoarquitetura cerebral 
provocando danos na vida futura do recém-nascido. As experiências dolorosas repetidas 
diminuem o limiar de tolerância à dor e aumentam a vulnerabilidade ao estresse e ansiedade 
na vida adulta (AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS et al., 2006; ANAND, 2000; 
ANAND; HICKEY, 1987; BRANCO et al., 2006; BRASIL, 2002; GRÉGOIRE; FINLEY, 
2008; JOHNSTON, 2009; MOREIRA et al., 2004). 
 
 
1.4 Justificativa e relevância 
 
O presente estudo tem aderência à linha de pesquisa ―Saúde da Criança e do 
Adolescente‖ que se justifica pela importância em desenvolver pesquisas na área da dor no 
recém-nascido, refletindo, de forma crítica, sobre os desafios e os limites do cotidiano da 
prática do cuidar em enfermagem, relacionados aos cuidados centrados no desenvolvimento. 
A prematuridade do recém-nascido em si acarreta alguns problemas devido aos 
sistemas orgânicos não estarem completamente maduros. Essa maturidade deveria ter sido 
adquirida intra-útero, porém o recém-nascido prematuro tem que se desenvolver e crescer fora 
da proteção uterina e o ambiente da UTIN é, geralmente o local onde o cuidado deste ser 
acontece. 
No ambiente da UTIN muitos procedimentos são realizados para garantir a sobrevida 
do RNPT. Dentre os procedimentos realizados diariamente, 10 são considerados dolorosos, o 
que expõe o recém-nascido à dor constante provocada por estímulos agudos. 
 31 
Um procedimento de estímulo agudo é a punção venosa periférica com cateter sobre 
agulha para terapia intravenosa, considerada uma prioridade no cuidado dos RNPTs 
criticamente doentes, que também apresentam maior dificuldade na obtenção e manutenção 
do acesso venoso provocando maior injúria tecidual. Muitas vezes, o sucesso do 
procedimento pode estar associado a repetidas tentativas, contenção prolongada, pressão e/ou 
imobilização, somando a isso, o uso do torniquete como um estímulo nocivo (ANAND et al., 
2005b; INFUSION NURSES SOCIETY, 2006). 
Os numerosos procedimentos invasivos realizados em RNPTs, multiplicados pelo 
número de tentativas requeridas para o completo sucesso de cada um, constituem a fonte mais 
frequente de dor aguda nos pacientes prematuros (ANAND et al., 2005b). 
O Consenso Italiano de dor neonatal, escrito por Lago et al. (2009), recomenda que o 
procedimento de punção venosa periférica seja um procedimento isolado e realizado com 
medidas não-farmacológicas para o alívio da dor, tais como a administração de glicose oral, a 
amamentação, sucção não-nutritiva, posição canguru, aconchegar adequadamente (com 
braços e pernas fletidos), enfaixar e evitar o máximo possível as manipulações desnecessárias, 
assim como o cuidado com o ambiente, minimizando luminosidade e ruídos. Recomenda-se 
também a saturação sensorial, que se constitui de estímulos sensoriais múltiplos através dos 
sentidos gustativo (oral), olfatório, visual e tátil. 
De acordo com estudo de Taddio et al. (2009a), 86 UTINs ao redor e na região do 
Canadá, de um total de 92, foram questionadas com relação ao uso de agentes adocicados 
como medida não-farmacológica para alívio da dor em procedimentos menores e 87,7% 
informou ter protocolo de sua utilização. Dentre as quais, 64% das unidades pesquisadas 
recomendaram sacarose oral e 2,3% recomendaram a glicose no manuseio da dor em 
procedimentos como a punção venosa periférica. A recomendação do uso de glicose 25% é a 
de que a dose deve ser de 0,1 a 0,4 ml para RNPT e 2 ml para recém-nascidos a termo, 2 
minutos antes do procedimento. Essa estratégia pode ser ainda intensificada se associada à 
sucção não-nutritiva. 
Na prática profissional, os estudos apontam que as estratégias não são realizadas 
efetivamente. Chermont (2002) entrevistou 104 profissionais médicos e menos de 10% referiu 
utilizar algum analgésico para punção venosa ou capilar. Evidenciou também que a equipe 
médica com experiência de trabalho na UTIN referiu temor no uso de analgésicos devido a 
seus efeitos colaterais, como a depressão respiratória. Menos de 50% referiram conhecer 
escalas de dor, sendo o conhecimento maior entre médicos que atuavam nas UTIN. 
 32 
Sendo assim, as diferenças de opiniões e condutas na prática clínica referente ao uso 
de escalas de identificação da dor e analgesia durante procedimentos considerados dolorosos 
evidenciam a falta de padronização para o cuidado neonatal, fazendo com que o recém-
nascido continue a mercê do desconhecimento e insensibilidade dos profissionais de saúde.
 
 
 
1.5 Hipótese 
 
 A dor nos recém-nascidos prematuros submetidos a punções venosas periféricas com 
cateter sobre agulha é maior do que a dos recém-nascidos prematuros que não estão 
submetidos a esse tipo de dispositivo. 
 
 
1.6 Objeto de estudo 
 
Respostas multidimensionais de dor dos recém-nascidos prematuros submetidos à 
punção venosa periférica com cateter sobre agulha e à troca de fraldas na unidade de 
tratamento intensivo neonatal. 
 
 
1.7 Objetivos 
 
 Descrever as características das mães e dos prematuros segundo dados sócios 
demográficos e clínicos. 
 Mensurar a dor do recém-nascido prematuro submetido a punções venosas 
periféricas com cateter sobre agulha para terapia intravenosa através das 
escalas NIPS e PIPP; 
 Comparar as respostas multidimensionais à dor que os recém-nascidos 
prematuros apresentam em três momentos diferentes ao longo dos primeiros 15 
dias de internação. 
 
 
 
 
 33 
1.8 Contribuições do estudo 
 
O estudo pretende contribuir para a construção do conhecimento da linha de pesquisa 
do Núcleo de Enfermagem em Saúde da Criança e do Adolescente da Universidade Federal 
do Rio de Janeiro (NUPESC/UFRJ) sobre a temática da dor do recém-nascido prematuro, 
podendo ser utilizado como referencial para novas pesquisas em saúde da criança, e fornecer 
contribuições para debates e discussões. 
O estudo poderá contribuir ainda para a pesquisa em enfermagem através da 
caracterização da dor do RNPT submetido à punção venosa periférica com cateter sobre 
agulha para TIV durante um período de até quinze dias de internação, que é o período em que 
os recém-nascidos estão mais expostos a procedimentos invasivos e dolorosos; identificando a 
necessidade ou não da implementação de novos modelos de cuidados voltados para 
desenvolvimento e qualidade no atendimento do recém-nascido prematuro no ambiente da 
UTIN. Pode-se prevenir o estímulo doloroso através do agrupamento de cuidados em um 
único momento e o uso de medidas não-farmacológicas quando houver necessidade de 
realização de procedimentos, promovendo o cuidado centrado no desenvolvimento cerebral 
saudável. 
Na área de ensino, inserir natécnica de punção venosa periférica e de implantação do 
cateter venoso central de inserção periférico (PICC), estratégias para o alívio da dor na 
realização de procedimentos dolorosos, haja vista as repercussões em longo prazo da dor 
repetida e prolongada no futuro dos recém-nascidos, especialmente dos prematuros, 
aprimorando o cuidado sensível do profissional que irá realizar o procedimento. 
 O estudo pretende contribuir para uma mudança na prática da assistência de 
enfermagem frente à dor, do recém-nascido prematuro, provocada por procedimentos 
rotineiros e repetidos, tal como a punção venosa periférica com cateter sobre agulha para TIV, 
no ambiente da UTIN. 
A redução dos estímulos dolorosos provocados pela punção venosa periférica para a 
terapia de infusão contínua de soluções pode ocorrer com a substituição por acessos venosos 
profundos de inserção periférica com maior durabilidade, realizados por enfermeiros 
habilitados, cuja manutenção pode ser realizada por todos os membros da equipe de 
enfermagem. Desta forma, diante da necessidade de utilizar os cateteres sobre agulha, que 
sejam por limitações do cateter venoso central, ou seja, para infusão de soluções viscosas 
como sangue, e que possam ser utilizadas medidas não-farmacológicas de alívio da dor em 
procedimentos tais como, glicose oral, sucção não nutritiva, enrolamento, dentre outros. 
 34 
A incorporação dos instrumentos voltados para a avaliação da dor do recém-nascido 
prematuro na prática do cuidado na UTIN se mostra como outro desafio. . O uso de escalas 
utilizadas para medir a dor do recém-nascido à beira do leito, tem ocorrido previamente em 
muitos estudos clínicos com prematuros e a termo. (STEVENS, JOHNSTON, PETRYSHEN , 
TADDIO, 1996; LAWRENCE et al,1993) 
Os instrumentos de avaliação foram elaborados através de indicadores fisiológicos e 
comportamentais capazes de decodificar a linguagem não-verbal do recém-nascido. Os 
instrumentos de avaliação da dor nos recém-nascidos prematuros devem ser 
multidimensionais, incluindo indicadores de dor fisiológicos e comportamentais, pois o 
recém-nascido não é capaz de falar por si. Os indicadores fisiológicos incluem as frequências 
cardíaca e respiratória, a pressão sanguínea, a saturação de oxigênio, o tônus vagal, o suor 
palmar, os níveis de cortisol e catecolaminas; e os indicadores comportamentais incluem as 
alterações nas expressões faciais, movimentos corporais e o choro (AMERICAN ACADEMY 
OF PEDIATRICS et al., 2006; ANAND; THE INTERNATIONAL EVIDENCE-BASED 
GROUP FOR NEONATAL PAIN, 2001). 
A escala Premature Infant Pain Profile (PIPP), traduzida para Perfil da Dor no Recém-
Nascido Pré-Termo, foi publicada em 1996, por Stevens e colaboradores. Trata-se de um 
instrumento multidimensional, que considera indicadores comportamentais, fisiológicos e 
contextuais para avaliação da dor em recém-nascidos prematuros e a termo. 
O principal diferencial da PIPP é incluir a idade gestacional do RNPT como indicador 
contextual. Até o momento, esse é o único instrumento a considerar a resposta à dor de acordo 
com a idade gestacional: quanto mais prematuro o recém-nascido, maior a pontuação da 
escala. Isso porque quanto mais prematuro, mais sutis são as alterações comportamentais em 
decorrência da dor. O estado comportamental do RNPT antes da realização do procedimento 
doloroso também é considerado, pois se observa diferentes respostas aos estímulos dolorosos 
em RNPT, incluindo os estados de sono e vigília antes do procedimento. Segundo Anand et 
al. (2005b), a escala PIPP é o instrumento que respeita a imaturidade fisiológica e 
comportamental para cada uma das faixas etárias inseridas no estudo. 
Além de considerar a idade gestacional e o estado comportamental, a PIPP considera 
também a frequência cardíaca, a saturação de oxigênio e a mímica facial (testa franzida, olhos 
espremidos e sulco nasolabial). A pontuação varia entre 3 e 21. Escores entre 0 e 6 indicam 
ausência de dor; 7 a 12 indicam dor leve; escores superiores a 13 indicam dor moderada à 
intensa. 
 35 
A PIPP é um dos instrumentos de avaliação de dor mais utilizados em pesquisa, mas 
há poucos relatos de sua aplicação na prática clínica. É uma escala complexa, que exige que o 
profissional se familiarize com os indicadores e com o modo de pontuá-los; após esse 
processo, o instrumento torna-se de fácil utilização. Apesar de ter sido inicialmente 
desenvolvida para avaliação da dor resultante de procedimentos dolorosos, a PIPP também foi 
utilizada para avaliar a dor pós-operatória. Além disso, há duas versões do instrumento: a 
versão para uso na prática clínica e a versão para utilização em pesquisa. 
A escala PIPP foi utilizada no estudo de Araújo (2008) evidenciando dor em todos os 
recém-nascidos submetidos à aspiração traqueal. No estudo de Serpa (2005), a escala PIPP 
evidenciou resultados similares às escalas de NIPS e NFCS; e o estudo de Sousa e Lamy 
(2005) evidenciou menores escores no grupo submetido ao Método Canguru, durante a 
punção de calcâneo. 
A Escala de Dor Neonatal (NIPS) foi elaborada no ano de 1993, por Lawrence et al, e 
é composta por cinco indicadores comportamentais de dor e um fisiológico. Os indicadores 
comportamentais são a expressão facial, o choro, o movimento dos braços e pernas e o estado 
de alerta, e como indicador fisiológico, a respiração. A soma de pontos varia de zero a sete e o 
valor considerado como presença de dor é igual ou maior que quatro. 
A escala NIPS tem sido amplamente utilizada em estudos da área de enfermagem 
como evidenciado em dissertação de Antunes (2009), comprovando que recém-nascidos 
prematuros sentem dor durante a instalação do CPAP nasal; e na dissertação de Silva (2005), 
evidenciando dor em recém-nascidos submetidos à punção venosa periférica. Serpa (2005) a 
utilizou também para comparar as reações a um estímulo doloroso em três momentos 
diferentes, evidenciando homogeneidade com mais duas escalas utilizadas para avaliação no 
mesmo estudo. 
Os instrumentos de avaliação da dor no recém-nascido são aliados do cuidado neonatal 
a partir do momento em que apresentam indicadores capazes de apontar a presença de dor ou 
não no RNPT que está sendo cuidado na UTIN, apesar de seu uso ser pouco frequente. De 
acordo com estudo de Silva (2005), a escala NIPS foi utilizada pela pesquisadora para 
identificar a dor do RNPT submetido à punção venosa periférica, não fazendo parte da rotina 
do ambiente da UTIN do local. 
 
 
 
 36 
2 BREVE RETROSPECTIVA DA NEONATOLOGIA E CUIDADOS AO RECÉM-
NASCIDO 
 
 
O recém-nascido prematuro não era considerado e valorizado como ser, sendo 
ignorado pela classe médica e vindo a fazer parte do contexto histórico social somente a partir 
do século XIX. 
O primeiro atendimento institucionalizado ao recém-nascido prematuro foi na França, 
em 1880, ocorrendo também o desenvolvimento da primeira incubadora. O primeiro berçário 
para atendimento de recém-nascidos prematuros foi criado em 1893 e anos mais tarde foi 
desenvolvido o primeiro livro texto de discussões para o cuidado dos prematuros. Pierre 
Budin foi o responsável pelos princípios e métodos que passaram a formar a base da medicina 
neonatal (CHRISTOFFEL, 2002; KENNER; MCGRATH, 2004; OLIVEIRA; RODRIGUES, 
2005). 
Na década de 60, a neonatologia passa a ser considerada uma subespecialidade da 
pediatria, sendo desenvolvidas pesquisas a fim de criar tecnologias que permitissem a 
sobrevida de recém-nascidos prematuros e enfermos. Entre as décadas de 60 e 70 ocorrem 
também o desenvolvimento de berços aquecidos, ventiladores com menor pressão inspiratória 
e expiratória requeridos para pequenos RNPTs, desenvolvimento de nutrição parenteral e 
terapias intralipídicas e o uso de linhas centrais de infusão (CHRISTOFFEL, 2002; KENNER; 
MCGRATH, 2004). 
Na década de 80, enfatiza-se o cuidado com o status respiratório de recém-nascidos, 
com

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