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Enfermagem em Terapia Intensiva Pediatrica

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Brasília-DF. 
EnfErmagEm Em TErapia inTEnsiva pEdiáTrica
Elaboração
Tayse Tâmara da Paixão Duarte
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
TERAPIA INTENSIVA DE PEDIATRIA ............................................................................................................ 9
CAPÍTULO 1
ABORDAGEM DO PACIENTE CRÍTICO ....................................................................................... 9
UNIDADE II
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA .............................................................................. 21
CAPÍTULO 1
RESSUSCITAÇÃO PEDIÁTRICA .................................................................................................. 21
PARA (NÃO) FINALIZAR ..................................................................................................................... 84
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 85
4
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém 
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a 
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para 
aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de 
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Praticando
Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer 
o processo de aprendizagem do aluno.
6
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não 
há registro de menção).
Avaliação Final
Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso, 
que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única 
atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber 
se pode ou não receber a certificação.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
7
Introdução
O tema “atendimento ao paciente em UTIP” visa ajudar aos profissionais Enfermeiros 
no aprimoramento dos conhecimentos específicos e científicos na assistência de 
Enfermagem com pacientes críticos, atualizando-os de modo a atuarem em caso de 
urgência e emergência no cuidado e assistência ao paciente grave em pediatria. 
O Enfermeiro deve possuir habilidades e competências nos cuidados intensivos em 
crianças graves e cuidados prestados com esses pacientes durante todo o processo 
terapêutico. 
Objetivos
 » Agregar conhecimentos ao profissional para prestação de assistência 
adequada ao paciente que necessita de cuidados diários e intensivos.
 » Apresentar as principais situações de cuidados, assistência e habilidades 
do profissional enfermeiro dentro de uma UTIP.
9
UNIDADE ITERAPIA INTENSIVA DE 
PEDIATRIA
CAPÍTULO 1
Abordagem do paciente crítico
A Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) abrange a internação de pacientes 
críticos e com instabilidade hemodinâmica. A equipe esta inserida dentro de um grupo 
composta por multiprofissionais, em que o foco e as metas são compartilhados entre si, 
quais sejam, uma boa e possível recuperação da criança.
A verbalização e a interação do enfermeiro/criança é um passo importante para uma 
excelente recuperação do paciente, tendo em vista que haverá facilidade da assistência 
na medida em que vínculos de confiança são formados. O enfermeiro precisa saber 
a forma e o tempo correto de interagir com a criança, sendo de forma verbal ou não 
verbal, despertando nela um elo de segurança.
Goldoni e Midon explicam que o profissional que atende paciente crítico deve ter 
em mente a importância de estabelecer prioridades no atendimento. O conceito de 
prioridades envolve desde saber priorizar corretamente quem deve ser atendido 
primeiro, passando por quais dados de história e de exame físico devem ser procurados 
antes, até qual a conduta que deve ser feita inicialmente. Nessa abordagem inicial, 
identificar uma criança potencialmente grave, colher uma história direcionada e fazer 
um exame físico mínimo é decisivo para se obter um correto diagnóstico. 
De acordo com Silva (2006) alguns achados na história e no exame físico sugerem 
que uma criança apresenta uma potencial emergência e deve ter o seu atendimento 
priorizado, porém existem emergências que não apresentam necessariamente esses 
sinais, quais sejam: 
a. Alteração importante dos sinais vitais:
 › frequência respiratória (FR) > 30 FR/min.;
10
UNIDADE I │ TERAPIA INTENSIVA DE PEDIATRIA
 › saturação arterial de oxigênio (Sat O2) < 90%;
 › frequência cardíaca (FC) > 160 ou < 60 bpm;
 › pressão arterial sistólica (PAS) < 85 mmHg;
 › Glasgow < 8 ou queda>2.
b. Pacientes com achados potencialmente emergenciais (GOLDONI; 
MIDON):
 › precordialgia ou dor torácica;
 › febre com suspeita de neutropenia;
 › suspeita de obstrução de vias aéreas; 
 › alterações neurológicas agudas;
 › déficits motores, afasias, convulsões, delirium;
 › intoxicações exógenas agudas;› hematêmese, enterorragia ou hemoptise;
 › dor intensa.
Exemplos referentes em escores tentam avaliar as condições de risco dos pacientes da 
seguinte forma (GOLDONI; MIDON):
 » classificar criança referente ao risco, diagnóstico e prognóstico;
 » conduzir evolução diante do tratamento instituído pela equipe;
 » verificar as reais chances da terapêutica, avaliando os benefícios de 
algumas intervenções para a criança em vários estágios da doença; 
prognosticar mortalidade. 
Com a tecnologia avançada e a melhora do tratamento a crianças que se encontram de 
forma grave na UTIP, tem tido melhores resultados frente à sobrevida dos pacientes 
instáveis.
A fraqueza muscular adquirida nesses pacientes graves, não esta somente relacionada 
à perda de massa muscular devido o grande período de imobilidade no leito e ainda 
pela doença grave, e sim esta relacionada a crianças admitidas na UTIP consequente de 
trauma, politraumas, infecções graves e disfunções de múltiplos órgãos.
11
TERAPIA INTENSIVA DE PEDIATRIA │ UNIDADE I
O aparecimento de doenças graves tem aumentado o uso de ventilação mecânica 
por maior tempo, aumentando assim, o período de reabilitação. O uso de ventilação 
mecânica controlada a crianças de forma prolongada pode levar a danos nas miofibrilas 
diafragmáticas ajudando com a diminuição da sua força.
A abordagem inicial e os achados clínicos no ambiente hospitalar, uma vez identificada 
uma situação de potencial emergência, o primeiro passo é pedir ajuda, conforme 
preconizado pelo suporte avançado de vida (ACLS), que consiste em chamar pelo 
auxílio do enfermeiro e do desfibrilador. Nas enfermarias e nos andares, estes estão 
disponíveis nos carrinhos de parada. Na UTIP, o melhor a fazer é solicitar a equipe 
(médico, enfermeiro, técnicos em enfermagem e fisioterapeutas). (GOLDONI; MIDON).
O aparecimento de qualquer enfermidade ou infecções em órgão ou sinais de nosso 
organismo podem provocar complicações graves, sendo assim essas afecções podem 
se tornar em urgências e emergências quando afetados uns dos três fatores vitais para 
a vida: sistema cardiovascular, sistema nervoso central e ainda o sistema respiratório. 
(GOLDONI; MIDON).
Figura 1.UTI.
Fonte: <http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/lenoticia2.php?id=236524>.
Critérios de internação e alta
Internação
A internação em leitos de UTI destina-se ao atendimento de crianças graves ou de 
risco e potencialmente recuperáveis. Dispõe de assistência médica e de enfermagem 
ininterruptas, com tecnologias duras e recursos humanos especializados. (SES-BA).
12
UNIDADE I │ TERAPIA INTENSIVA DE PEDIATRIA
Devido ao alto custo, insuficiência de oferta e a alta demanda, sua solicitação deverá 
ser criteriosa no momento da indicação. Estas unidades atendem a grupos etários 
específicos, a saber (SES-BA): 
 » neonatal: pacientes de 0 a 28 dias; 
 » pediátrico: pacientes de 29 dias a 12 anos;
Fatores subjetivos para avaliação. (SES-BA):
 » diagnóstico;doença coexistente;
 » disponibilidade tratamento adequado;
 » desejo do paciente ou do responsável;
 » antecipada qualidade de vida;
 » reserva fisiológica;
 » resposta ao tratamento;
 » faixa etária;
 » parada cardio respiratória recente.
Fatores avaliados para admissão em UTI no Pós Operatório. (SES-BA):
 » cirurgia de grande porte e extensa;
 » septicemia grave; 
 » instabilidade hemodinâmica; 
 » hemorragia maciça; 
 » insuficiência respiratória.
de acordo com a Secretaria de Saúde da Bahia, na UTI Pediátrica devem ser beneficiadas 
crianças até 12 anos cabendo ao médico assistente solicitar sua internação, por meio 
de relatório médico padronizado e atualizado diariamente ate que o recurso seja 
viabilizado. 
Os protocolos de indicação e Parâmetros Objetivos – Critérios de Internação são as 
seguintes (SES-BA):
13
TERAPIA INTENSIVA DE PEDIATRIA │ UNIDADE I
Protocolo Indicação. (SES-BA):
 » choque; 
 » coma; 
 » desnutrição grave com descompensação metabólica; 
 » diálise peritoneal; 
 » insuficiência cardíaca; 
 » insuficiência múltiplos órgãos; 
 » insuficiência renal aguda; 
 » intoxicação exógena; 
 » necessidade nutrição parenteral; 
 » ventilação mecânica; 
 » patologias neurológicas que comprometem a respiração;
 » politraumatizado; 
 » pós-operatório; 
 » septicemia;
 » traumatismo craniano. 
Parâmetros Objetivos – Critérios de Internação 
 » FC < 90 ou > 150 bpm. 
 » PAS > 150 / PAM >110 mmHg. 
 » FR > 70 ipm. 
 » Na < 120 ou >160mEq/l.
 » K < 2,5 ou > 5,5 mEq/l. 
 » PO2 < 65 torr ou SO2 < 90% 8. 
 » PCO2 > 65 torr. 
14
UNIDADE I │ TERAPIA INTENSIVA DE PEDIATRIA
 » pH < 7,2 ou > 7,5. 
 » NaHCO3 < 15. 
 » Glicemia > 300 mg%. 
 » Ca > 8,3 mg%. 
 » CT crâneo alterada com hemorragia, contusão, hidrocefalia com 
descompensação, outras patologias que levem a instabilidade do paciente;
 » Glasgow < 8 ou queda>2. 
 » ECG - Arritmias com instabilidade.
Alta
Muitos fatores tornam complexa a decisão para dar alta ao paciente de UTI, em razão 
da grande variabilidade de condições clínicas observadas na clientela dessas unidades. 
Com frequência, é difícil identificar os indicadores do “lugar” do paciente de alto risco, 
após a alta. (FRANKLIN; JACKSON, 1983).
A literatura científica dá pouca ênfase aos critérios de alta que, se bem definidos, 
podem resultar em diminuição do tempo de permanência nas unidades com recursos 
especiais para assistência, sem comprometer a qualidade do cuidado. (FRANKLIN; 
JACKSON, 1983).
A caracterização de pacientes de UTIP pode auxiliar nas diretrizes das admissões e 
altas dessa unidade, pois o conhecimento do perfil dos doentes críticos favorece o 
estabelecimento de critérios objetivos para essa finalidade. (SILVA; SOUSA, 2002).
A aplicação de critérios objetivos para admissão e alta da UTIP podem promover o uso 
dos leitos de forma mais racional e evitar a exposição do cliente a riscos desnecessários, 
pela redução ou aumento de sua permanência nessa unidade. (SILVA; SOUSA, 2002).
Dessa forma, conhecer os pacientes e esses critérios é, para o enfermeiro, informação 
essencial para planejar e organizar a assistência nas UTIPs e nas unidades hospitalares 
que recebem os pacientes na sequência do tratamento. (MIRANDA; DE RIJK; 
SCHAUFELI, 1996).
Nas últimas décadas, os padrões de atendimento em UTIP evoluíram e a monitorização 
intensiva é muito mais complexa e diversificada graças à tecnologia avançada. Essas 
condições elevaram o número de indicações às UTIs, porém, a necessidade de contenção 
15
TERAPIA INTENSIVA DE PEDIATRIA │ UNIDADE I
de custos limitou a ampliação da estrutura que permitiria o atendimento de maior 
número de pacientes nessas unidades. (MIRANDA; DE RIJK; SCHAUFELI, 1996).
Sendo assim, dado ao alto custo dos cuidados intensivos e o número crescente de 
pacientes necessitando de UTIP, torna-se primordial otimizar o uso dos leitos dessa 
unidade. Na tentativa de racionalizar a quantidade de leitos de UTIP e facilitar o 
trabalho da equipe multidisciplinar, atualmente, existe a tendência de se criar unidades 
de cuidados intermediários. Essas são áreas com estrutura para atender indivíduos que 
ainda apresentam alta demanda pela assistência de enfermagem e, assim, propiciam 
a utilização de espaço e serviços de forma mais econômica e eficiente. Além disso, à 
medida que os recursos mais avançados de cuidados intermediários e tecnologia de 
monitorização não invasiva estão prontamente disponíveis, uma minoria de pacientes 
necessita permanecer em UTI somente para monitorização. (CULLEN; NEMESKAL; 
ZASLAVSKY, 1994).
As unidades de tratamento intermediário, também denominadas semi-intensivas, 
facilitam a gestão do serviço no sentido de racionalizar o uso dos leitos, particularmente 
das unidades críticas, otimizando custos e favorecendo o bem-estar do cliente, uma vez 
que, na maioria dos casos, permitem a permanência do acompanhante, ou as visitas são 
mais liberadas. (SILVA; SOUSA; PADILHA, 2010).
Geralmente, as crianças que recebem alta daUTIP, mas ainda necessitam de observação 
e de cuidados mais detalhados, permanecem na unidade semi-intensiva. Isso porque, 
em caso de emergência, essa unidade possui equipamentos prontos e próprios para dar 
o primeiro suporte antes da criança ser encaminhada novamente a UTIP.
Caso contrário, se a criança estiver apresentando melhoras, sem risco de piorar ou de 
morte, será encaminhada para a enfermaria, será internada no quarto e logo após sua 
recuperação completa, terá alta hospitalar. 
Assistência ao paciente portador de doença 
crônica
Mendes, Mota, Rocha e Ramos mencionam que as doenças crônicas estão provocando 
mudanças no perfil de morbi-mortalidade e tendem a liderar as causas de incapacidade 
no mundo. São multifatoriais e se caracterizam por longo período de evolução. Quando 
acometido por uma doença de característica crônica, a criança enfrenta alterações no 
estilo de vida provocadas por restrições decorrentes da presença da patologia, das 
necessidades terapêuticas e do controle clínico, além da possibilidade de submeter-se a 
internações hospitalares recorrentes.
16
UNIDADE I │ TERAPIA INTENSIVA DE PEDIATRIA
O desenvolvimento científico e tecnológico tem possibilitado o diagnóstico precoce das 
doenças, e a terapêutica adequada permite, muitas vezes, o controle de sua evolução 
e cura. Mesmo com esses avanços, algumas doenças, especialmente as crônicas, 
promovem alterações orgânicas, emocionais e sociais, que exigem constantes cuidados 
e adaptação, ressalva Vieira e Lima (2002).
Identificamos, várias definições para doença crônica. Dentre essas, considera se doença 
crônica aquela que tem um curso longo, podendo ser incurável, deixando sequelas e 
impondo limitações às funções do indivíduo, requerendo adaptação. (WOODS; YATES; 
PRIMONO, 1989). 
A principal característica da doença crônica é a duração. (TETELBOM; FALCETO; 
GAZAL; SHANSIS. WOLF, 1993). Eles a definem como de longa duração, ou seja, uma 
condição que dura mais de três meses em um ano ou que necessite de um período de 
hospitalização por mais de um mês. (VIEIRA; LIMA, 2002).
Quando nos referimos à criança, o esperado é que ela viva situações de saúde para 
crescer e desenvolver-se dentro dos limites da normalidade, porém quando, nos 
defrontamos com ela, na condição de doente, como todo ser humano, tem seu 
comportamento modificado. Sua reação diante dessa experiência desconhecida, que 
é a doença, pode lhe trazer sentimentos de culpa, medo, angústia, depressão e apatia, 
e ameaçar a rotina do seu dia a dia. (HUETA, 1990). 
Nos casos crônicos, especialmente, a criança e o adolescente têm seu cotidiano 
modificado, muitas vezes, com limitações, principalmente físicas, devido aos sinais e 
sintomas da doença e podem ser frequentemente submetidos a hospitalizações para 
exames e tratamento à medida que a doença progride. Assim, a hospitalização permeia 
seus processos de crescimento e desenvolvimento, modificando, em maior ou menor 
grau, o cotidiano, separando-os do convívio de seus familiares e ambiente. (VIEIRA; 
LIMA, 2002).
A complexidade da doença, o seu tratamento, o uso e o acesso às tecnologias 
influenciam a trajetória da doença crônica. Contudo, algumas fases da doença podem 
ser previsíveis, e outras, incertas, porém todas causam impactos e danos à criança e 
família. (ROLLAND, 1995). 
Cada fase tem tarefas próprias, requerendo delas força mudanças de comportamento, 
de atitude e readaptações. Existem três fases na história da doença crônica. (VIEIRA; 
LIMA, 2002): 
17
TERAPIA INTENSIVA DE PEDIATRIA │ UNIDADE I
 » a fase de crise, caracterizada pelo período sintomático até o início 
do tratamento, ocorrendo uma desestruturação na vida da criança/
adolescente e família; 
 » a fase crônica, marcada pela constância, progressão e remissão do 
quadro de sinais e sintomas, quando a criança/adolescente e família 
procuram dar autonomia e reestruturação às suas vidas;
 » a fase terminal, abrangendo desde o momento em que a morte parece 
inevitável, até a morte propriamente dita. 
Há uma analogia entre as fases da doença e o desenvolvimento humano, de acordo com 
o autor, pois cada período do desenvolvimento, assim como as fases da doença têm 
certas tarefas básicas. A fase de crise é semelhante ao período da infância, caracterizado 
pela aprendizagem. Fazendo um paralelo, o período inicial da doença serve para as 
pessoas conhecerem e aprenderem a utilizar estratégias de como conviver com a doença 
crônica. Semelhante à transição da infância para a adolescência, que abrange períodos 
de crise e maior responsabilidade, a transição para a fase crônica da doença envolve 
“... autonomia e a criação de uma estrutura de vida viável, adaptada às realidades da 
doença”. (VIEIRA; LIMA. 2002). 
Assim, a doença crônica impõe modificações na vida da criança/adolescente e sua 
família, exigindo readaptações frente à nova situação e estratégias para o enfrentamento. 
Esse processo depende da complexidade e gravidade da doença, da fase em que eles se 
encontram e das estruturas disponíveis para satisfazer suas necessidades e readquirir o 
equilíbrio. (VIEIRA; LIMA, 2002).
É sabido que crianças com doenças crônicas passam a ter novas rotinas. Dessa forma, 
modificam hábitos e estilo de vida, aprendem como fazer o regime de tratamento, 
conhecem a doença e aprendem a lidar com seus incômodos físicos e adaptam a maneira 
de viver conforme suas limitações.
Além disso, precisam lidar, também, com as perdas nas relações sociais e financeiras 
e com a perda da capacidade física para as atividades, principalmente as de lazer, por 
se sentirem ameaçados tanto em sua aparência física como em sua vida. (VIEIRA; 
LIMA, 2002).
Diante de tais fatos, o enfermeiro, juntamente com outros profissionais de saúde, pode 
planejar uma assistência que atenda às reais necessidades do paciente, promovendo, 
inclusive, a integração à família, amigos e à escola. Estando mais próximo do cotidiano 
18
UNIDADE I │ TERAPIA INTENSIVA DE PEDIATRIA
do paciente, o enfermeiro pode perceber aspectos que necessitem de intervenção, a fim 
de minimizar o impacto dos pequenos pacientes conviverem com a condição crônica.
Figura 2. Adoção de crianças com deficiência.
Fonte: <http://www.portoferreiraonline.com.br/noticia/sancionada-lei-que-da-prioridade-na-adocao-de-criancas-com-
deficiencia>.
Veja Mais: 
<http://www.aafesp.org.br/biblioteca/AtencaoSaude/Artigo_Criancas_e_
adolescentes_com_doenca_cronica.pdf>.
Suporte aos familiares
A essência da enfermagem é o cuidar. Considerando-o como o objeto de trabalho, é 
necessário que seja eficiente e prestado de forma humanizada. Ao se estabelecer o 
cuidado, este deve ser sistematizado e holístico, a fim de promover a qualidade da 
assistência e o cuidado emocional. (ORIÁ; MORAES; VICTOR, 2004).
Sá apud Oriá et al (ORIÁ; MORAES; VICTOR, 2004), “[...] define o cuidado emocional 
como a habilidade de perceber o imperceptível [...]” (p. 293). Desta afirmação 
evidencia-se a necessidade de sensibilidade dos profissionais para executarem os 
cuidados, observando as manifestações verbais e não verbais do cliente, podendo 
indicar ao enfermeiro suas necessidades individuais.
Tal cuidado, complexo, envolve as necessidades bio-psicossocial-espirituais e 
afetivas e está diretamente relacionado com o processo de comunicação entre 
o enfermeiro–cliente. Para haver o cuidado eficiente e eficaz, ambos os sujeitos 
precisam compreender os sinais presentes na relação interpessoal, seja pelos gestos, 
expressões ou palavras. (ORIÁ et al. 2004 e FIORANO 2002).
19
TERAPIA INTENSIVA DE PEDIATRIA │ UNIDADE I
O enfermeiro tem habilidade para discernir a comunicação entre família/profissional/
criança de modo geral, ajuda na assistência de forma humanizada, pois vale ressaltar 
que o diálogo é fundamental para um melhor resultado no prognóstico do paciente e 
uma assistência à família que passam por um processo difícil, estressante e sofrido de 
hospitalização de um membro da família.
É importanteo enfermeiro sempre se colocar a disposição em caso de dúvidas, 
possibilitando que o familiar o procure, evitando assim ansiedade, medo e estresse. 
Com isso a família interage de forma a ajudar o paciente nos cuidados, pensando sempre 
na recuperação do paciente. 
É fato que a UTIP apresenta características totalmente diferentes de outras unidades. 
É um ambiente cuja dinâmica impõe ações complexas, nas quais a presença da 
finitude da vida é uma constante, gerando ansiedade, tanto do doente e familiar 
como dos profissionais que ali desempenham suas atividades. A internação na UTIP 
rompe bruscamente com o modo de viver do paciente e de seus familiares. A criança 
sente-se impedido de manter sua identidade, seus valores, sua autonomia, levando-o 
à incapacidade de se auto cuidar, dentre os limites de sua idade, deixando de ser 
singular e passando a ser tratado como objeto. (NASCIMENTO, 2004).
A equipe pertencente à UTIP necessita estabelecer um elo de confiança com o familiar/
criança, para que seus cuidados possam ir além de cuidados físicos. Ouvir as queixas da 
criança com cuidado, e ter sempre em mente a relação de humanização da assistência, 
faz com que a criança tenha uma recuperação rápida e com qualidade, aumentando 
uma relação de confiança entre enfermeiro/paciente/familiar.
Esse cuidado que vai além dos cuidados rotineiros, emprega-se também ao paciente em 
coma, pois muitas vezes a humanização, cuidado e respeito deixam de ser empregados 
a esses pacientes. É importante abordar aos familiares sempre com diálogos fáceis 
de serem entendidos, evitando termos técnicos, que os membros da família possam 
interagir, e se comunicarem passando alguma informação importante para a equipe. 
Existe a obrigação da identificação das causas de forma positiva ou negativa que 
possam prejudicar a assistência à criança em coma, por isso a importância de avaliar a 
necessidade do paciente por meio da família.
A relação de empatia entre criança/familiar/profissional ajudam a ter um retorno mais 
abrangente em relação à melhora do paciente, contudo aplicando a humanização e o 
cuidado como um todo ao paciente crítico.
20
UNIDADE I │ TERAPIA INTENSIVA DE PEDIATRIA
Portanto, a comunicação é um ponto positivo que permeia a interação enfermeiro–cliente 
e que pode se tornar terapêutico. Os cuidadores devem promover o bem-estar, tanto 
para doentes quanto para familiares. Devem perceber a importância do relacionamento, 
da presença, da comunicação, da disponibilidade, de forma efetiva e com qualidade. 
Quando os profissionais da enfermagem delegarem atividades administrativas, como 
normas e rotinas e se envolverem de forma comprometida com os cuidados humanos, 
aliados à habilidade técnico-científica, obterão resultados mais positivos frente ao 
processo de humanização da assistência. (PAULA; FUREGATO; SCATENA, 2000).
Figura 3. Pediatria integral.
Fonte: <http://meninasplugadas.com.br/prevencao-de-doencas-cronicas-pode-fazer-criancas-viverem-100-anos/>.
21
UNIDADE II
ASSISTÊNCIA DE 
ENFERMAGEM EM 
UTI PEDIÁTRICA
CAPÍTULO 1
Ressuscitação pediátrica
A sobrevivência de crianças em parada cardiorrespiratória depende dos cuidados de 
emergências, oportunos e apropriados, tanto no ambiente extra-hospitalar como intra 
hospitalar. A realização de Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) rápida e eficaz, em 
ambiente extra-hospitalar, pode estar associada ao Retorno da Circulação Espontânea 
(RCE) e sobrevivência sem sequelas neurológicas em crianças. (TOBIS; ARONOW, 
1980; FOLLMER; LUM, 1982).
Estudos demonstram que o atendimento à parada respiratória extra-hospitalar, por 
socorristas leigos, pode ter o maior impacto na sobrevivência sem sequelas neurológicas, 
alcançando taxas de 70%. (KYRIACOU et al, 1994; HICKEY, 1995).
Sabe-se também que a taxa de sobrevivência de crianças com PCR súbita e testemunhada 
em ambiente extra-hospitalar, por fibrilação ventricular, é de 20% a 30%. (KITAMURA 
et al, 2010). Estes dados enfatizam a importância do ensino das manobras de RCP para 
o público leigo, bem como a criação de programas de treinamento em atendimento em 
emergência nas escolas e creches. Assim, para melhorar a sobrevivência e a qualidade 
de vida pós-ressuscitação, esforços devem ser feitos como parte de um conjunto de 
ações que incluem (GONZALES et al, 2013): 
 » Prevenção da Parada Cardiopulmonar (PCR), voltada para medidas 
simples, como o uso de cadeirinhas adequadas e o posicionamento das 
mesmas nos carros, uma vez que os eventos traumáticos são a principal 
causa de morte e sequela na pediatria a partir de um ano de idade.
 » Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) precoce e de alta qualidade 
realizada por uma pessoa presente no local. 
22
UNIDADE II │ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA
 » Acionamento rápido do Sistema Médico de Emergência (SME), como o 
192 (SAMU), em casos de emergências clínicas, ou 193 (Bombeiros), em 
emergências associadas ao trauma. 
 » Suporte avançado de vida eficaz, inclusive com a rápida estabilização 
e transporte para o cuidado definitivo, por meio do acesso à via aérea 
definitiva e uso de drogas. 
 » Cuidados pós-PCR integrados: devem incluir todas as opções terapêuticas 
que permitam a recuperação neurológica.
Definição das faixas etárias para o atendimento nas emergências pediátricas Ressalta-se 
que o público pediátrico possui suas particularidades dependentes da faixa etária. Assim, 
seguiremos as seguintes definições para o atendimento pediátrico, por profissionais de 
saúde, Gonzales et al (2013):
 » Bebê (lactente): indivíduo que teve alta da maternidade até 1 ano de idade. 
 » Criança: de 1 ano de idade à puberdade; são sinais de puberdade, nos 
meninos, a presença de pelos no tórax ou axilas e, nas meninas, o início 
do desenvolvimento de seios. O que equivale a cerca de 10 anos de idade 
em média. Para socorristas leigos, define-se bebê (lactente), vítimas com 
idade até 1 ano e criança com idade entre 1 a 8 anos.
Figura 4. Ressuscitação pediátrica.
Fonte: <http://www.revdesportiva.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=270&Itemid=63>.
23
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA │ UNIDADE II
Sequência de suporte básico de vida em 
crianças para profissionais de saúde com 
“um” socorrista
Em uma situação de PCR, um mnemônico pode ser utilizado para descrever os passos 
simplificados do atendimento em SBV: o “CABD primário”. (TRAVERS et al, 2010; 
NOLAN et al, 2009). 
As letras correspondem a:
 » checar responsividade e respiração da vítima; 
 » chamar por ajuda;
 » checar o pulso da vítima; 
 » compressões (30 compressões);
 » abertura das vias aéreas; 
 » boa ventilação (2 ventilações); 
 » desfibrilação. 
Esta sequência, também, adotada para o Suporte Básico de Vida em Pediatria, reside nas 
evidências de que, embora a maioria das PCRs pediátricas seja causada por problemas 
respiratórios, os dados clínicos respaldam a necessidade de ventilações e compressões 
para a RCP pediátrica. (FRIESEN, 1982; MOGAYZEL, 1995).
No entanto as PCRs pediátricas são muito menos comuns do que PCRs súbitas em 
adultos e muitos socorristas nada fazem quando ficam inseguros ou confusos. A maioria 
das vítimas de PCR pediátrica não recebe nenhuma manobra de RCP das pessoas que a 
testemunham. (FOLLMER; LUM, 1982).
A abordagem C-A-B para vítimas de todas as idades foi adotada com o intuito de 
aumentar a chance e rapidez de uma pessoa executar a RCP. (GONZALES et al, 2013).
Figura 5. Urgência - suporte básico de vida em crianças.
Fonte: <http://www.revdesportiva.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=270&Itemid=63>.
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UNIDADE II │ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA
Segurança do local 
Primeiramente, avalie a segurança do local. (Gonzales et al, 2013)
Certifique-se de que o local é seguro para você e para a vítima, para não se tornar uma 
próxima vítima. Caso o local não seja seguro (por exemplo, um prédio com risco de 
desmoronamento, uma via de trânsito), torne o local seguro(por exemplo, parando 
ou desviando o trânsito) ou remova a vítima para um local seguro. Caso o local esteja 
seguro, prossiga o atendimento. (GONZALES et al, 2013)
Avalie a responsividade e respiração da vítima 
Avalie a responsividade da criança chamando-a e tocando-a pelos ombros. Se a criança 
responder, apresente-se e converse com ela perguntando se precisa de ajuda. Se a 
criança não responder, não falar, nem reagir de alguma forma, considere que ela está 
irresponsiva. 
Assim, avalie a respiração observando se há elevação do tórax em menos de 10 segundos 
ou a presença de respiração agônica (irregular ou anormal). Caso a criança tenha 
respiração, fique ao seu lado e aguarde para ver sua evolução e, se necessário, chame 
ajuda, explica Gonzales et al, 2013).
Chame ajuda 
De acordo com Gonzales et al (2013) o tempo necessário entre a avaliação da 
responsividade, respiração e o acionamento do serviço de emergência deve ser de 10 
segundos. Se houver 2 socorristas, um deve iniciar a RCP imediatamente; e o outro deve 
ativar o SME e obter um Desfibrilador Externo Automático (DEA), se estiver disponível. 
Lembre-se que a pessoa que ligar para o SME deve estar preparada para responder às 
perguntas, como a localização do incidente, as condições da vítima, o tipo de primeiros 
socorros que está sendo realizado, etc. (GONZALES et al, 2013).
A maioria das causas de PCR em lactentes e crianças é por hipoxemia ao invés PCR por 
Fibrilação Ventricular (FOLLMER, LUM 1982; BERG et al, 1999; BERG et al, 2000, 
portanto, se o socorrista estiver sozinho, ele deve gritar por socorro e realizar 2 minutos 
de RCP, antes de deixar a criança e ir chamar ajuda (acionar o SME), ressalva Gonzales 
et al 2013.
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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA │ UNIDADE II
Apenas no caso do colapso, síncope presenciada, que indica uma causa cardíaca, 
deve-se deixar a criança e acionar o SME, solicitando ajuda e um DEA. Gonzales 
et al (2013).
Cheque o pulso 
Gonzales et al (2013) explica que é necessário verificar o pulso carotídeo ou femural em 
menos de 10 segundos. Caso a vítima apresente pulso, aplique uma ventilação a cada 3 
a 5 segundos, mantendo 12 a 20 ventilações por minuto. Neste caso, cheque o pulso a 
cada 2 minutos. Se não detectar pulso na vítima ou estiver com dificuldade de sentir o 
pulso, inicie os ciclos de compressões e ventilações. 
Estudos mostram que tanto profissionais da saúde quanto socorristas leigos têm 
dificuldade de detectar o pulso e que os primeiros também podem levar muito 
tempo para realizá-lo, por isso não é enfatizada a checagem de pulso. (TIBALLS; 
RUSSELL, 2009).
Inicie ciclos de 30 compressões e 2 ventilações
As compressões devem ser realizadas em uma superfície rígida, na metade inferior do 
esterno, sempre evitando o apêndice xifoide, com 1 ou 2 mãos, o que determina se será 
necessária a utilização de 1 ou 2 mãos é o diâmetro anteroposterior (AP) da vítima, 
sendo que as compressões devem ter profundidade de no mínimo 1/3 do diâmetro 
torácico, cerca de 5cm, sempre permitindo o retorno total do tórax à sua posição inicial, 
após cada compressão. (IGLESIAS et al, 2010).
Não existem dados para determinar se o método de uma ou duas mãos promove melhores 
compressões (Classe IIb, Nível de Evidência C). Em um estudo realizado utilizando as 
duas mãos para a técnica de compressão torácica, em um manequim criança, foram 
obtidas pressões mais elevadas de compressão torácica aliadas à redução de cansaço do 
socorrista (IGLESIAS et al, 2010). 
A frequência de compressões torácicas deve ser, no mínimo, de 100/min e no máximo 
de 120/min, se for realizar apenas compressões (NOLAN et al, 2010). A relação de 
compressões/ventilações deve ser de 30 compressões em, no máximo, 18 segundos, 
para 2 ventilações. A cada 30 compressões e 2 ventilações é denominado 1 ciclo. 
Deve-se minimizar as interrupções nas compressões, não demorar mais de 10 segundos 
entre a última compressão de um ciclo e a primeira compressão do ciclo seguinte. 
(BERG et al., 2008; KELLUM et al, 2008.
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UNIDADE II │ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA
A RCP tanto para crianças quanto lactentes deve incluir compressões e ventilações, 
porém as compressões sempre são prioridade no atendimento e devem ser realizadas 
mesmo na impossibilidade de ventilação. (GONZALES et al, 2013).
Figura 6. Compressões torácicas.
Fonte: <http://www.revdesportiva.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=270&Itemid=63>.
Tabela de nível de recomendação do atendimento 
de PCR em crianças
(Classe IIb, Nível de Evidência C)
Classe de recomendação Indicação Nível de evidência
Classe I Avaliação da responsividade e respiração da vítima. C
Classe I Acionamento de ajuda. C
Classe IIa Realização de RCP antes de acionar ajuda se o socorrista estiver sozinho. C
Classe IIa Checagem de pulso e início da RCP se pulso ausente ou se estiver em 
dúvida.
C
Classe IIa Realização de 30 compressões e 2 ventilações em crianças com suspeita 
de PCR.
C
Fonte: (Gonzales, et al. (2013)
Figura 7. Compressões torácicas.
Fonte: <http://slideplayer.com.br/slide/1717734/>.
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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA │ UNIDADE II
Ventilação 
Após 30 compressões, deve-se abrir as vias aéreas e realizar 2 ventilações. A técnica 
indicada para abertura da via aérea é inclinação da cabeça e elevação do queixo. 
Deve-se apoiar uma mão sobre a região frontal, inclinar a cabeça para trás e pôr 2 
dedos da outra mão na parte óssea mandíbula para abrir as vias aéreas. (YOUNG; 
SEIDEL, 1999; KELLUM, 2008).
Sabe-se que em crianças ou lactentes não responsivos, a língua pode obstruir a via área 
e interferir nas ventilações (ELAM et al, 1960; SIRBAUGH et al, 1999; STEVENSON 
et al, 2005). Embora evidências de contaminação com a realização de ventilação boca 
a boca sejam mínimas, é indicado que o socorrista utilize mecanismos de barreira para 
aplicar as ventilações, como o lenço facial com válvula antirrefluxo, máscara de bolso 
(“pocket-mask”) ou bolsa-válvula-máscara. (GONZALES et al, (2013).
Independentemente da técnica utilizada para aplicar ventilações, será necessária a 
abertura de via aérea, que poderá ser realizada com a manobra da inclinação da cabeça 
e elevação do queixo e, se houver suspeita de trauma, a manobra de elevação do ângulo 
da mandíbula. Se for realizada uma respiração boca a boca, deve-se pinçar as narinas e 
a boca sobre a boca da criança e realizar 1 ventilação, que produza uma discreta elevação 
do tórax, de 1 segundo de duração, assim que o tórax retorna à posição original, realizar 
outra ventilação de 1 segundo de duração. (GONZALES et al, 2013).
Se a ventilação não produzir uma elevação do tórax da criança, é necessário abrir novamente 
as vias aéreas, inclinando a cabeça e elevando o queixo e realizar outra ventilação que 
provoque uma expansão torácica (YOUNG, 1999). Mas não deve-se interromper as 
compressões por mais de 10 segundos; se o tórax não se elevar em 10 segundos, comece a 
comprimi-lo com força e rapidez novamente. (GONZALES et al, 2013).
Abertura das vias aéreas
Figura 8. Abertura das vias aéreas.
Fonte: <http://socorrismo12d.blogspot.com.br/2009/05/abertura-das-vias-aereas.html>.
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UNIDADE II │ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA
Perfusão inadequada
De acordo com (ZIDMAN, 2005), a sequência para verificar perfusão inadequada é da 
seguinte forma:
 » Se houver pulso palpável, mas com frequência cardíaca menor que 60 
batimentos por minuto, em crianças e lactentes, é necessário iniciar a 
RCP. 
 » Se houver pulso palpável, com frequência cardíaca maior que 60bpm, 
é necessário reavaliar a respiração, se for detectado apneia ou gasping, 
manter ventilações de 12 a 20 ventilações/minuto, 1 ventilação a cada 3 
a 5 segundos. 
 » Se houver pulso palpável, com frequência cardíaca maior que 60bpm 
e a respiração for regular, deve-se colocar a criança em posição de 
recuperação lateral.
Sequência de suporte básico de vida em crianças 
com dois socorristasPara Profissionais de Saúde com dois Socorristas Para o atendimento à RCP com 2 
socorristas, por profissionais de saúde, um profissional deve realizar compressões 
torácicas, enquanto o outro mantém a via aérea aberta e executa ventilações a uma 
razão de 15 compressões e 2 ventilações, com interrupções mínimas nas compressões 
torácicas (Classe IIa, Nível de Evidência C). (GONZALES et al, 2013).
Ressalta-se que a sequência do atendimento inicial (CABD Primário) é mantida, 
sendo que um dos socorristas aciona o SME, enquanto o outro socorrista irá checar 
o pulso e iniciar as compressões torácicas em uma relação de 30 compressões e 2 
ventilações até que o primeiro socorrista retorne ao local e assuma as compressões 
torácicas, mantendo, agora, uma relação de 15 compressões/2 ventilações, mantendo 
as características das compressões eficazes. (GONZALES, et al. 2013).
A cada 2 minutos, ou seja, 10 ciclos de 15 compressões e 2 ventilações, deverá haver 
o rodízio dos socorristas, pois sabe-se que, após 2 minutos, as compressões torácicas 
talvez não sejam realizadas conforme as recomendações devido à fadiga do compressor. 
Quando a RCP é realizada por dois profissionais de saúde, a execução de ventilações 
pode ser feita com a utilização da bolsa-valva-máscara (BVM) O socorrista deve escolher 
um equipamento adequado. (GONZALES et al, 2013).
29
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA │ UNIDADE II
Assim, para criança, deve-se utilizar uma bolsa com capacidade de 1000 ml, ou chamado 
“ambu de adulto”1240. O equipamento pediátrico (450-500ml de capacidade da bolsa) 
deve ser reservado para os lactentes ou crianças com menos de 2 anos. Se houver 
oxigênio disponível e reservatório, deve-se abrir 15 litros no fluxômetro de oxigênio 
para encher o reservatório para bolsas de 1000ml. (GONZALES et al, 2013).
A técnica para garantir o melhor posicionamento da máscara no rosto da criança e 
evitar o escape de ar é o E-C1241. Colocar o 3o, 4o e 5o dedos de uma mão na mandíbula, 
formando a letra E. O polegar e o indicador devem segurar a máscara no rosto da 
criança, formando a letra C, o que facilita a inclinação da cabeça para abrir as vias 
aéreas (DONOGHUE et al, 2009).
Aberta a via aérea, deve-se pressionar a bolsa com o volume corrente o suficiente 
para provocar uma expansão torácica de duração de 1 segundo. A recomendação 
é evitar a ventilação excessiva, e, no caso de um 3o socorrista disponível, ele 
pode auxiliar no posicionamento da máscara, evitando o extravasamento do ar. 
(GONZALES et al, 2013).
Figura 8. Manobras de reanimação cardio-respiratória.
Fonte: <http://www.revdesportiva.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=270&Itemid=63>.
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UNIDADE II │ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA
Tabela de orientação para a realização de 
ventilações
(Classe IIa, Nível de Evidência C)
Classe de recomendação Indicação Nível de evidência
Classe IIa tórax Aplicação de ventilações com fornecimento da quantidade de ar 
suficiente para promover a elevação do tórax.
C
Classe III Evitar hiperventilação, pois aumenta o risco de insuflação gástrica, 
podendo causar regurgitação e aspiração.
B
Classe IIb Abertura da via aérea com a inclinação da cabeça, elevação do queixo 
ou elevação do ângulo da mandíbula.
C
Classe IIa Inclinação da cabeça quando o socorrista não conseguir realizar a 
manobra de elevação do ângulo da mandíbula, e o mesmo apenas 
suspeita de trauma cervical, sem evidência de lesão na cabeça.
B
Classe IIa Ventilações com interrupções mínimas na compressões torácicas. C
Fonte: (GONZALES, et al. 2013)
Utilização do Desfibrilador Externo Automático (DEA)
A utilização do DEA na PCR súbita com Fibrilação Ventricular (FV) ou Taquicardia 
Ventricular (TV) sem pulso é um dos determinantes mais importantes da sobrevivência 
à PCR. DEAs são equipamentos computadorizados de operação simples e capazes de 
identificar FV ou TV sem pulso, que são os ritmos chocáveis, e administrar choques. 
(GONZALES et al, 2013).
Assim que o DEA estiver disponível, o socorrista deve posicioná-lo próximo do socorrista 
que irá operá-lo, ou em cima da cabeça da criança, para que os dois socorristas possam 
operar o equipamento. (GONZALES et al, 2013).
Um socorrista deve manter a compressão torácica até que o DEA indique que deve ser 
interrompida a compressão para análise do ritmo. Existem pás de adulto e pediátrica, 
que reduzem a carga para 50 a 70 Joules e que devem ser utilizadas em crianças menores 
de 8 anos – 25kg. (TERNDRUP, 1989). 
Mas existem equipamentos que possuem uma chave que reduz a carga. Alguns 
equipamentos reduzem a carga, utilizando pás/eletrodos pediátricos que devem ser 
adquiridas separadamente. Se não houver pá pediátrica disponível, deve-se utilizar 
uma pá de adulto. (BAR-COHEN et al, 2005). 
Aplicar as pás adesivas ao tórax desnudo da criança. Uma pá no tórax superior direito, 
abaixo da clavícula, e a outra pá ao lado ou abaixo do mamilo esquerdo. Se o tórax da 
criança for muito pequeno e se não for possível manter uma distância de 3cm de uma 
pá da outra, deve-se colocar uma pá na frente do tórax e outra na região posterior. 
(GONZALES et al, 2013).
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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA │ UNIDADE II
DEA irá analisar o ritmo novamente e informar se o choque está indicado ou não. 
Sempre lembrar que uma vez coladas às pás do DEA, estas permanecem e o DEA não 
será desligado até a chegada do SME, mesmo se o choque não for indicado e a criança 
evoluir com retorno da circulação espontânea. (GONZALES et al, 2013).
Incidência de PCR em criança 
A parada cardíaca súbita em crianças é pouco comum. O que ocorre nas crianças, 
geralmente, é a parada cardíaca decorrente da progressão da insuficiência respiratória 
e/ou do choque, associada à hipoxemia e acidose, sendo bem menor a incidência de 
parada cardíaca por arritmias cardíacas na faixa etária pediátrica do que no adulto. 
(ALKINS, 2009).
O colapso súbito devido à fibrilação ventricular (FV) ou taquicardia ventricular (TV) sem 
pulso ocorre como manifestação clínica inicial em aproximadamente 5-15% de todas as 
paradas cardíacas pediátricas pré-hospitalares; esta incidência deve ser um pouco mais 
alta em pacientes acima de 12 anos. Nos pacientes internados que sofreram parada 
cardíaca, haverá um ritmo chocável (TV/ FV) em algum momento durante a tentativa 
de ressuscitação em aproximadamente 27% das crianças, sendo que 10% apresentarão 
estes ritmos como manifestação inicial. (DE MOS et al, 2006).
Apresentação da parada cardíaca de acordo com a etiologia, em crianças pode ser de 
dois tipos (MATSUNO, 2012): 
 » parada cardíaca hipóxica; 
 » afixia e parada cardíaca súbita. 
Matsuno (2012) afirma que, a parada hipóxica é o mecanismo fisiopatológico mais 
comum de parada cardíaca na criança e ocorre como evento terminal de hipóxia tecidual 
progressiva e acidose, secundárias à insuficiência respiratória, choque ou insuficiência 
cardiopulmonar. 
A parada cardíaca súbita em crianças é geralmente associada a arritmias cardíacas, especificamente a FV e a 
TV sem pulso. (MATSUNO, 2012). As causas de parada cardíaca estão relacionadas:
Insuficiência Respiratória
→ Insuficiencia Cardiopulmonar → Parada Hipóxica 
Choque Hipovolêmico 
Miocardiopatia Hipertrófica 
Artéria coronária anômala 
Síndrome do QT longo → PARADA CARDÍACA SÚBITA
Miocardite
Intoxicação
Contusões Cardíacas
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UNIDADE II │ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA
Qualquer que seja o evento inicial ou o processo patológico envolvido no tipo de 
parada, os pacientes desenvolvem falência cardiopulmonar imediatamente antes da 
parada cardíaca. A falência cardiopulmonar se caracteriza por oxigenação, ventilação e 
perfusão tecidual inadequadas, e clinicamente o paciente se apresenta cianótico, com 
respiração agônica ou irregular e bradicardia. (MATSUNO, 2012).
O modelo de avaliação pediátrica permite que se reconheça e trate a falência 
cardiopulmonar imediatamente. A parada cardíaca é reconhecida porausência de 
sinais da função cardiorrespiratória (sem movimentação, sem ventilação e sem pulso). 
Clinicamente, o paciente em parada cardíaca se apresenta com apneia ou respiração 
agônica, sem pulsos detectáveis e não responsivo (inconsciente). A monitorização do 
ritmo cardíaco não é mandatória para o reconhecimento clínico da parada cardíaca, 
mas serve para direcionar a terapêutica. (GEREIN et al, 2006).
Os ritmos de colapso ou de parada cardíaca são (GEREIN et al, 2006): 
 » assistolia; 
 » atividade elétrica sem pulso (AESP); 
 » fibrilação ventricular (FV); 
 » taquicardia ventricular (TV) sem pulso. 
Enquanto que a assistolia e a AESP são os ritmos iniciais mais comumente observados 
na parada cardíaca em crianças abaixo de 12 anos, a FV e a TV são os ritmos iniciais 
observados em crianças que apresentam colapso súbito. (KLEINMAN et al, 2010).
Assistolia
Ritmo de parada cardíaca associado à ausência de atividade elétrica detectável pelo ECG 
e representado por uma linha reta. Deve-se confirmar clinicamente este diagnóstico 
para descartar artefato ou derivações mal fixadas do ECG. (AMERICAN HEART 
ASSOCIATION, PALS, 2006).
Figura 9. Assistolia.
Fonte: <http://iphone.gwhizmobile.com/CatalogDetailgFlashPro.php?tag=flash&key=0AvPD9nu_8qxWdEVCWERqSjE3d0Flc1lmc
ndPa2VjMEE&action=view&title=Electronic%20Flashcard%20set%201.0&rating=0>.
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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA │ UNIDADE II
Atividade Elétrica sem Pulso (AESP)
Qualquer atividade organizada observada no monitor cardíaco ou no ECG em paciente 
sem pulso central palpável; esta definição exclui FV, TV e assistolia. O ECG pode 
mostrar a presença de complexo QRS normal ou alargado, ou outras anormalidades 
como onda T com baixa ou alta amplitude, intervalo PR e QT prolongados e dissociação 
atrioventricular ou bloqueio cardíaco total. (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 
PALS, 2006).
O ECG pode fornecer dados importantes para determinar a etiologia da parada cardíaca. 
Geralmente, quando o QRS é inicialmente normal, a AESP pode ter sido causada por 
problemas de curta duração, como hipovolemia ou hemorragia, embolia pulmonar 
maciça, pneumotórax hipertensivo ou tamponamento cardíaco. (AMERICAN HEART 
ASSOCIATION; PALS, 2006).
Por outro lado, a AESP com ritmo lento e com complexos QRS largos é observada em 
processos de maior duração, como hipóxia tecidual e acidose. A AESP pode ser causada 
por condições reversíveis e, portanto, durante a reanimação cardíaca deve-se sempre 
procurar e tratar suas causas. (AMERICAN HEART ASSOCIATION; PALS, 2006).
Figura 10. Atividade Elétrica sem Pulso (AESP).
Fonte: <http://hypescience.com/os-filmes-enganam-a-desfibrilacao-nao-salva-todos-os-pacientes/>.
Fibrilação ventricular
O coração não apresenta ritmo organizado, não tem contrações coordenadas e a 
atividade elétrica é caótica; portanto, o coração tremula e não bombeia sangue. A FV 
pode ser causada por doenças cardíacas, intoxicações, choques elétricos, acidentes por 
submersão e traumas, e geralmente se associa com colapso súbito. Os pacientes que 
apresentam FV ou TV sem pulso como ritmo de colapso inicial têm taxa de sobrevivência 
maior do que aqueles com assistolia e AESP, principalmente se o diagnóstico for precoce 
e o tratamento iniciado o mais rápido possível. Se houver demora no reconhecimento 
da FV ela pode evoluir para fibrilação de baixa voltagem, que apresenta um pior 
prognóstico com menor resposta ao tratamento. (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 
PALS, 2006).
34
UNIDADE II │ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA
Figura 11. Fibrilação ventricular.
Fonte: <http://pt.dreamstime.com/fotografia-de-stock-royalty-free-fibrila%C3%A7%C3%A3o-ventricular-arritmia-mortal-do-
cora%C3%A7%C3%A3o-image31209907>.
Figura 12. Fibrilação ventricular de alta voltagem.
Fonte: <http://revista.fmrp.usp.br/2012/vol45n2/Simp7_Parada%20card%EDaca%20em%20crian%E7as.pdf>.
Figura 13. Fibrilação ventricular com atividade elétrica reduzida ou de baixa voltagem.
Fonte: <http://revista.fmrp.usp.br/2012/vol45n2/Simp7_Parada%20card%EDaca%20em%20crian%E7as.pdf>.
Taquicardia ventricular (TV) sem pulso
Caracteriza-se por complexos QRS organizados e largos. Ao ECG, apresenta-se com 
frequência ventricular de pelo menos 120/min, QRS > 0,08 segundos de duração, ondas 
P geralmente não identificadas, ou quando presentes, podem não estar correlacionadas 
ao QRS, e ondas T geralmente de polaridade oposta ao QRS. (KLEINMAN et al, 2010).
As causas podem estar associadas à doença cardíaca de base (ou pós-operatório 
de cardiopatia), síndrome do QT longo, miocardite, miocardiopatias, distúrbios 
hidroeletrolíticos (hiperpotassemia, hipocalcemia, hipomagnesemia) e intoxicações 
(antidepressivos tricíclicos e cocaína). (KLEINMAN et al, 2010).
35
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA │ UNIDADE II
Em todos os ritmos de colapso é necessário, além do tratamento do ritmo, procurar 
as causas prováveis e tratá-las. Há um método mnemônico que ajuda a lembrar das 
causas mais comuns dos ritmos cardíacos de colapso. São os 6 Hs e os 5 Ts (KLEINMAN 
et al, 2010):
 » hipovolemia; 
 » hipóxia; 
 » hidrogênio (distúrbios do H+ – o mais comum é a acidose); 
 » hipo/hiperpotassemia; 
 » hipoglicemia; 
 » hipotermia; 
 » tóxicos (intoxicações em geral); 
 » tamponamento cardíaco; 
 » tensão no tórax (Pneumotórax); 
 » trombose coronariana; 
 » trombose pulmonar.
Figura 14. Taquicardia ventricular sem pulso.
Fonte: <http://slideplayer.com.br/slide/386238/>.
Figura 15. Taquicardia ventricular monomórfica.
Fonte: <http://slideplayer.com.br/slide/386238/>.
36
UNIDADE II │ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA
Figura 16. Taquicardia ventricular polimórfica.
Fonte: <http://slideplayer.com.br/slide/386238/>.
Tratamento dos ritmos de colapso 
A alta qualidade da ressuscitação cardiopulmonar (RCP) e a sistematização do 
atendimento são bases fundamentais para o sucesso do tratamento da parada cardíaca, 
tanto no suporte básico como no suporte avançado de vida. (KLEINMAN et al, 2010).
Suporte avançado de vida Intra Hospitalar
No cenário intra-hospitalar, provavelmente o atendimento não será feito por um único 
profissional. Portanto, assim que se detectar que o paciente apresenta parada cardíaca, 
deve-se pedir para que se traga o carrinho de emergência com o desfibrilador e a 
monitorização e, enquanto isso, inicia-se a RCP. (KLEINMAN et al, 2010).
A meta das intervenções terapêuticas é o retorno da circulação espontânea, definido 
como a restauração de ritmo cardíaco espontâneo (ao monitor é o aparecimento de 
atividade elétrica organizada) com perfusão (pulsos centrais palpáveis e pressão 
arterial mensurável). O tratamento dos ritmos de colapso inicia-se sempre com o “CAB” 
(KLEINMAN et al, 2010): 
C - Se houver ausência de pulso central, inicia-se a massagem cardíaca de alta qualidade 
seguindo as mesmas recomendações anteriormente expostas e depois, faz-se o A e o B. 
A - Abertura de vias aéreas pelo posicionamento correto da cabeça e aspiração. 
B - Oferta de oxigênio, que neste caso será através da bolsa-valva e máscara, pois o 
paciente em parada cardíaca não apresenta respiração espontânea ou quando apresenta, 
ela é totalmente ineficaz (respiração agônica). 
A intubação orotraqueal deverá ser feita assim que possível, quando diminuir 
a efetividade da ventilação com bolsa-valva e máscara. O momento adequado 
para a intubação dependerá da experiência do socorrista, pois ela deve ser feita 
37
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA │ UNIDADE II
rapidamente e durante a sua realização, é necessário parar as manobras de RCP. 
(KLEINMAN et al, 2010).
Se dois socorristas estiverem atendendo crianças até a adolescência, a relação 
compressão: 
 » ventilação deve ser 15:2 ;
 » adolescentes e adultos, 30:2. 
Após a intubação, a maneira como se ventila e massageia muda, deixando de ser 
sincronizada e passa a ser 8-10 ventilações por minuto (6 segundos entre uma 
ventilação e outra) e a massagem se tornacontínua sem interrupções. Esta mudança se 
deve a estudos que mostram que durante a parada cardíaca, o fluxo sanguíneo para os 
pulmões é de somente 25% a 33% do normal; isso significa que durante a ressuscitação 
é necessário menos ventilação para satisfazer a perfusão. (KLEINMAN et al, 2010).
As manobras de abertura de vias aéreas e ventilação, principalmente na parada cardíaca 
em crianças, cuja principal causa é a hipóxia, são extremamente importantes e não 
podem ser retardadas, pois um estudo recente com pacientes pediátricos mostrou 
que há melhor desfecho, nestes casos, quando se combina a massagem cardíaca 
com a ventilação do que apenas com a massagem cardíaca. Teoricamente, o início 
da ventilação não poderá demorar mais que 18 segundos após o início da massagem 
com um socorrista e se forem dois socorristas, este tempo deverá ser ainda menor (18 
segundos é o tempo que o socorrista leva para aplicar 30 compressões, a 100/min). 
(MATSUNO, 2012).
O acesso venoso deve ser estabelecido assim que se detectar uma situação de 
emergência. A prioridade para o estabelecimento do acesso vascular deve ser na 
seguinte sequência: intravenoso, intraósseo e endotraqueal. (AMERICAN HEART 
ASSOCIATION; PALS, 2006):
 » Veia periférica: este acesso é preferível como primeira tentativa, pois 
além de ser mais fácil de ser obtido que o acesso central (que precisa 
de habilidades específicas), durante a sua aquisição não é necessário 
interromper as manobras de RCP. Caso o paciente já esteja com um 
acesso central antes do início das manobras de RCP, esta via deve ser 
utilizada para medicações, porque possibilita início de ação mais rápido 
e concentrações mais elevadas do que a veia periférica. 
 » Via intraóssea: caso não se consiga o acesso periférico, deve-se dar 
preferência à via intraóssea (IO), que pode ser estabelecida em qualquer 
38
UNIDADE II │ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA
faixa etária, inclusive nos pacientes adultos. Constitui acesso fácil, 
frequentemente obtido em 30 a 90 segundos, onde podem ser feitos 
quaisquer tipos de medicação ou de fluido administrados normalmente 
por via endovenosa, pois a canulação IO fornece um acesso não colapsável 
para o plexo venoso da medula óssea. 
 » Via endotraqueal: deve ser utilizada apenas na impossibilidade 
de obtenção da via intravenosa ou intraóssea, pois ela possui algumas 
restrições: 
1. só podem ser administradas medicações lipossolúveis como atropina, 
naloxona, epinefrina e lidocaína (“ANEL”); 
2. a dose ideal da maioria das medicações é desconhecida; 
3. a absorção das medicações pela árvore traqueobrônquica é imprevisível 
e, portanto, seus níveis e efeitos também serão imprevisíveis; 
4. a administração endotraqueal das medicações resulta em níveis 
sanguíneos inferiores quando se compara com as mesmas doses 
administradas por via intravenosa ou intraóssea; 
5. a dose recomendada de epinefrina por via endotraqueal é dez vezes maior 
que aquela administrada por via intravenosa e para as outras medicações, 
é duas a três vezes maior. 
A técnica de administração consiste em instilar as drogas no tubo traqueal diluídas 
em 5 ml de solução fisiológica, aplicando-se 5 ventilações com pressão positiva após 
a instilação. Após a identificação do ritmo pelo ECG, deve se iniciar o tratamento 
apropriado de acordo com o tipo de ritmo (chocável ou não chocável). (AMERICAN 
HEART ASSOCIATION; PALS, 2006).
Tratamento dos ritmos não chocáveis 
Constituem ritmos não chocáveis a assistolia e a AESP. Assim que, se detectar a ausência 
de pulso central, deve-se iniciar a massagem cardíaca de alta qualidade e administrar 
epinefrina durante as manobras de RCP, ou seja, enquanto se faz a massagem cardíaca. 
A cada 5 ciclos ou 2 minutos de RCP, verifica-se o ritmo. (BERG, 2010).
A dose de epinefrina por via intravenosa ou intraóssea é de 0,01 mg/kg ou 0,1 mL/kg 
da solução 1:10.000 (1 ampola diluída para 10 mL), podendo ser repetida em intervalos 
de 3 a 5 minutos. A dose pela via endotraqueal deve ser 10 vezes maior, ou seja, 0,1 
39
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA │ UNIDADE II
mg/kg (0,1mL/kg da solução 1:1.000). Não existem benefícios quanto à sobrevivência 
que justifiquem o uso de altas doses de epinefrina (0,1 a 0,2 mg/kg); isto pode ser até 
mesmo prejudicial, principalmente em casos de parada hipóxica.10 
No entanto, o uso de altas doses pode ser considerado em algumas situações especiais, 
como na intoxicação por β-bloqueadores. Ressalta-se que a epinefrina é a única droga 
indicada na RCP dos ritmos não chocáveis em crianças. Após iniciar a massagem 
cardíaca, devem-se assegurar as vias aéreas e fornecer oxigenação rapidamente. 
É necessário também tratar as condições reversíveis associadas a estes ritmos (pensar 
nos 6Hs e 5Ts). Os ritmos assistolia e AESP nunca devem ser tratados com choque 
elétrico. (BERG, 2010).
Constituem ritmos chocáveis 
A FV e a TV sem pulso. Inicialmente, faz-se a sequência de massagem cardíaca, abertura 
das vias aéreas e oxigenação apropriada. (KLEINMAN et al, 2010).
Após 5 ciclos ou 2 minutos de RCP, verifica-se o ritmo. Ao chegar o desfibrilador, que 
no cenário intra-hospitalar provavelmente será um desfibrilador manual, faz-se a 
preparação e a aplicação do choque. (KLEINMAN et al, 2010).
Administração de medicamentos
Assim que se detecta que o ritmo chocável não reverteu após o primeiro choque e dois 
minutos de RCP, deve-se administrar epinefrina. Embora não tenha sido determinado 
um momento exato para a administração de epinefrina, recomenda-se que ela deva 
ser feita durante as compressões torácicas ou imediatamente antes do início das 
compressões, pois a droga deve “circular” para agir. (KLEINMAN et al, 2010).
As doses da epinefrina são as mesmas utilizadas no tratamento dos ritmos não 
chocáveis. (KLEINMAN et al, 2010).
Outras medicações: logo após o segundo choque, inicia-se a massagem cardíaca e 
faz-se a RCP por dois minutos, verificando-se novamente o pulso e o ritmo. Se a TV 
sem pulso ou a FV ainda persistirem, prepara-se um novo choque 1mg com 4 J/kg, 
podendo-se usar novamente a epinefrina ou algum antiarrítmico como amiodarona, 
lidocaína ou sulfato de magnésio (para torsades de pointes), cujas doses recomendadas 
são (KLEINMAN et al, 2010): 
40
UNIDADE II │ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA
 » amiodarona 5 mg/kg IV ou IO (dose máxima única 300 mg); 
 » lidocaína / kg IV ou IO, sendo que por via endotraqueal deve ser feita 2-3 
vezes esta dose; - sulfato de magnésio 25 a 50 mg/kg IV ou IO, dose única 
máxima de 2 g.
Figura 17. Algoritmo de Parada sem Pulso do PALS.
Fonte: <http://revista.fmrp.usp.br/2012/vol45n2/Simp7_Parada%20card%EDaca%20em%20crian%E7as.pdf>.
41
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA │ UNIDADE II
Quando parar a RCP
Ainda não há consenso sobre o momento em que se devem interromper os esforços 
de ressuscitação, tanto nos ritmos chocáveis como nos não chocáveis. A decisão de 
parar a RCP é influenciada pela causa provável da parada, pelos recursos disponíveis 
e pela probabilidade da presença de quaisquer condições reversíveis. (KLEINMAN 
et al, 2010).
Normalmente, o tempo de RCP varia de 20 a 30 minutos. Esforços prolongados devem 
ser feitos em lactentes e em crianças com FV ou TV recorrente ou refratária, toxicidade 
por drogas (até que se possa fazer o tratamento toxicológico adequado) e hipotermia 
(até que as medidas de reaquecimento adequado tenham sido realizadas). (KLEINMAN 
et al, 2010).
A evolução da parada cardíaca em pacientes pediátricos é geralmente ruim. Assim, o 
pronto reconhecimento dos ritmos de colapso e a RCP imediata e de alta qualidade, 
além da rápida correção dos fatores contribuintes oferecem melhores chances de 
sobrevivências para estes pacientes. (KLEINMAN et al, 2010).
Veja mais: 
<http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2013/Diretriz_Emergencia.pdf>.
Monitoramento
Duarte et al (2008) explica que princípio básico do monitoramento é a vigilância, que 
consistena observação e na mensuração de parâmetros e funções no intuito de avaliar 
a homeostase e detectar mudanças ou tendências, assim como a resposta às medidas 
terapêuticas. 
O monitoramento tem por objetivo diminuir o erro humano, já que os pacientes 
internados em UTIP estão sujeitos a apresentar acidentes passíveis de prevenção e de 
consequências devastadoras, como desconexão do circuito do respirador, extubação 
acidental, mau funcionamento do respirador, desconexão da via venosa com hemorragia, 
pneumotórax pós-intracath, hipotensão pós-tionembutal, taquiarritmia após droga 
vasoativa etc. (DUARTE et al, 2008). 
O monitoramento pode ser realizado clinicamente e com auxílio de equipamentos 
simples ou complexos, utilizando técnicas invasivas e não invasivas. (DUARTE 
et al, 2008).
42
UNIDADE II │ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA
Figura 18.Monitoramento.
Fonte: <http://www.mrtecnico.com.br/eletronica/ventilador-pulmonar-mecanico-%E2%80%93-a-historia-desde-o-inicio>.
Ventilação mecânica invasiva
Desde que a ventilação mecânica invasiva foi instituída como terapêutica da insuficiência 
respiratória, são conhecidas complicações associadas à intubação orotraqueal: ulceração 
ou edema da mucosa, hemorragia, estenose, pneumonia ou sinusite associadas à 
ventilação invasiva. (ZIMMERMAN et al, 1994).
A ventilação não invasiva (VNI) surge como alternativa terapêutica neste contexto. 
Trata-se da liberação da ventilação pulmonar mecânica sem a utilização de uma via 
aérea artificial, como o tubo endotraqueal ou a cânula de traqueostomia. As vantagens 
teóricas de aumentar a ventilação alveolar sem uma via aérea artificial incluem: 
evitar as complicações associadas com o tubo endotraqueal, melhorar o conforto do 
paciente, preservar os mecanismos de defesa das vias aéreas e preservar a linguagem e 
a deglutição. Além disso, a VNI oferece grande flexibilidade em instituir-se e remover a 
ventilação mecânica. (ZIMMERMAN et al, 1994).
Conforme Silva, Foronda e Troster (2003) os métodos de se oferecer ventilação 
mecânica não invasiva incluem: pressão negativa externa, oscilação da parede torácica, 
e ventilação mecânica por pressão positiva por meio de máscara.
Nas décadas de 1970 e 1980, dois métodos de ventilação não invasiva com pressão 
positiva, utilizando uma máscara facial ou nasal, foram introduzidos na prática clínica 
(SILVA; FORONDA; TROSTER, 2003):
 » pressão positiva contínua na via aérea (CPAP), para melhorar a oxigenação 
em pacientes com insuficiência respiratória aguda com hipoxemia;
43
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA │ UNIDADE II
 » ventilação com pressão positiva intermitente (IPPV), para aumentar 
a ventilação e descansar a musculatura respiratória de pacientes 
com insuficiência respiratória crônica decorrentes de doenças 
neuromusculares e/ou de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
Objetivos da VNI
A ventilação adequada depende do equilíbrio entre a capacidade de contração da 
musculatura respiratória e a demanda do indivíduo, além de um comando respiratório 
central (drive) eficaz. Qualquer patologia que comprometa esse balanço pode levar à falência 
ventilatória e a prejuízo nas trocas gasosas. (SILVA; FORONDA; TROSTER, 2003)
Anormalidades na contração podem surgir por fraqueza intrínseca da musculatura, 
como acontece nos pacientes com doença neuromuscular, ou quando os músculos são 
forçados a trabalhar em desvantagem mecânica, como acontece nos pacientes com 
deformidade de caixa torácica. Aumento da demanda pode ocorrer por obstrução da 
via aérea, tanto superior como inferior, e por alterações de complacência pulmonar. 
(SILVA; FORONDA; TROSTER, 2003).
Alterações do drive respiratório podem ocorrer por efeito de drogas sedativas ou 
anomalias congênitas. (TURKINGTON, P.M.; ELLIOT, M.W., 2000).
Nesse contexto, a ventilação mecânica não invasiva tem como objetivos melhorar a fadiga 
muscular, melhorar a capacidade residual funcional, através da diminuição de áreas de 
atelectasias, e melhorar a troca gasosa. (TURKINGTON, P.M.; ELLIOT, M.W., 2000).
Figura 19. Objetivos da VNI.
Fonte: Silva, D.C.B.; Foronda, F.A.; Troster, E.J. Ventilação não ivasiva em pediatria. J. Pediatr. (Rio J.) vol.79 suppl.2 Porto Alegre 
Nov. 2003.
44
UNIDADE II │ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA
Figura 20. Objetivos da VNI.
Fonte: Silva DCB, Foronda FA, Troster EJ. Ventilação não ivasiva em pediatria. J. Pediatr. (Rio J.) vol.79 suppl.2 Porto Alegre Nov. 
2003.
Figura 21. Objetivos da VNI.
Fonte: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572003000800005>.
Indicações e contraindicações da VNI
Indicações
As principais indicações da ventilação não invasiva são: as insuficiências respiratórias 
primariamente hipercápnicas, embora também possa ser utilizada em algumas 
patologias hipoxêmicas e em outras situações como, por exemplo, no desmame. (SILVA; 
FORONDA; TROSTER, 2003).
Doença pulmonar crônica da infância
Não existem trabalhos na faixa etária pediátrica. Em adultos portadores de DPOC 
agudizada, o uso da ventilação não invasiva reduz a necessidade de intubação e a 
45
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA │ UNIDADE II
mortalidade. Além disso, melhora rapidamente a acidose e diminui a frequência 
respiratória. As complicações e o tempo de hospitalização são menores nos pacientes 
submetidos à ventilação não invasiva (LIGTHOWLER, J.V.; WEDZICHA, J.A.; 
ELLIOTT, M.W.; RAM, 2003).
Alterações da caixa torácica (anatômicas e funcionais)
A cifoscoliose pode distorcer todo o gradeado costal e atrapalhar a inspiração, 
impedindo a respiração profunda e a tosse. Pela dificuldade de clarear secreções e 
ventilar adequadamente, esses pacientes podem evoluir com infecção e com alteração 
da troca gasosa. (SILVA; FORONDA; TROSTER, 2003).
Pacientes obesos e ascíticos, quando em posição supina, têm o diafragma rebaixado 
pelas vísceras abdominais, reduzindo a capacidade residual funcional e prejudicando a 
contração diafragmática na inspiração. (SILVA; FORONDA; TROSTER, 2003).
Hipoventilação central
A síndrome de hipoventilação central é definida como a ausência do controle automático 
da respiração (drive). A maior parte das crianças é mais gravemente afetada durante 
o sono. O tratamento é oferecer suporte ventilatório durante o sono, para sobrepor a 
ausência de drive central. (SILVA; FORONDA; TROSTER, 2003).
Tradicionalmente, isso era realizado através de uma traqueostomia e ventilação com 
pressão positiva, porém podemos ventilar com pressão positiva através de máscara, 
evitando submeter a criança à traqueostomia, já que durante o dia sua respiração é 
voluntária, e, por isso, sem dificuldade.
Apneia obstrutiva do sono
Durante os estágios de sono ativo (REM), existe uma perda do tônus da musculatura 
faríngea. Em crianças com predisposição para estreitamento dessa região por alterações 
anatômicas (Pierre-Robin, acondroplasia, anormalidades craniofaciais ou obesidade), 
essa perda do tônus pode ocasionar uma obstrução significativa, com prejuízo das 
trocas gasosas. (SILVA; FORONDA; TROSTER, 2003).
Nessas situações, o uso de CPAP por máscara pode ser a solução até que se possa 
planejar uma cirurgia em tempo mais apropriado, permitindo que a criança tenha 
tempo de crescer antes de ser submetida a um estresse cirúrgico3,4. (WALLIS, 2000; 
GUILLEMINAULT et al, 1995).
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UNIDADE II │ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA
Contraindicações à VNI
Silva, Foronda e Troster (2003) apontam as contraindicações da VNI:
 » cirurgia, trauma ou deformidade facial (impeditivos do uso da máscara); 
 » obstrução total de vias aéreas superiores; 
 » ausência de reflexo de proteção de via aérea; 
 » hipersecreção respiratória; 
 » alto risco de broncoaspiração (vômitos ou hemorragia digestiva alta); 
 » pneumotórax não drenado; 
 » falência orgânica não respiratória: encefalopatia severa (Glasgow < 10), 
hemorragia digestiva, arritmia cardíaca e instabilidade hemodinâmica 
(incluindo choque).Lembrar que essas contraindicações podem ser relativas, em especial na ausência de 
pessoal treinado em intubação e naqueles pacientes não candidatos a mesma esclarecem 
Silva, Foronda e Troster (2003).
Figura 22. Tipos de máscaras.
Fonte: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572003000800005>.
Veja mais: 
< h t t p : / / w w w . s c i e l o . b r / s c i e l o . p h p ? s c r i p t = s c i _ a r t t e x t & p i d
=S0021-75572003000800005>.
47
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA │ UNIDADE II
Fluidos e eletrólitos
A hiponatremia é definida como a concentração do sódio sérico inferior a 136 mmol/L. 
Quando sintomático, esse distúrbio pode manifestar-se por disfunção do sistema 
nervoso central (SNC), caracterizado por (GROSS et al, 1987): 
 » cefaleia; 
 » náuseas; 
 » vômitos; 
 » letargia; 
 » desorientação; 
 » depressão de reflexos tendinosos; 
 » convulsões; 
 » disfunção neurológica permanente; 
 » morte por edema cerebral; 
 » herniação de tronco cerebra. 
Dano cerebral e morte têm sido descritos como associados à hiponatremia adquirida 
em hospital, tanto em crianças como em adultos (MORITZ, AYUS (2007) e ARIEFF, 
AYUS, FRASER (1992)). O principal fator que contribui para o desenvolvimento desse 
distúrbio em pacientes hospitalizados parece ser o uso rotineiro de fluidos hipotônicos 
nos que apresentam a excreção de água livre prejudicada, como aqueles com excesso de 
arginina vasopressina (AVP). (MORITZ; AYUS, 2004; MORITZ; AYUS, 2005).
Praticamente todos os pacientes hospitalizados apresentam risco para o desenvolvimento 
de hiponatremia como resultado de múltiplos estímulos potenciais para produção de 
AVP. Esses estímulos podem ser hemodinâmicos, como nos casos de hipovolemia 
causada por (MORITZ; AYUS, 2007): 
 » vômitos;
 » diarreia; 
 » uso de diuréticos; 
 » perda renal de sal; 
 » hipoaldosteronismo. 
48
UNIDADE II │ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA
Nos casos de hipervolemia causada por: 
 » nefrose; 
 » cirrose; 
 » falência cardíaca congestiva; 
 » hipoalbuminemia. 
Os estímulos de origem não hemodinâmica incluem (ADROGUÉ; MADIAS; 2000; 
MORITZ; AYUS, 2007):
 » síndrome da liberação inapropriada do hormônio antidiurético;
 » condição presente em distúrbios do SNC em pacientes com meningite; 
 » encefalite; 
 » lesão hipóxica; 
 » abscesso cerebral; 
 » doenças pulmonares como asma e pneumonia; 
 » tumores de vários sítios (pulmonar, cerebral, genito-urinário);
 » leucemias e linfomas); 
 » uso de medicações (carbamazepina, ciclofosfamida, vincristina e 
morfina); 
 » ocorrências de pós-operatórios (estresse, dor, deficiência de cortisol).
Praticamente todos os pacientes necessitando de fluidos de manutenção têm estímulo 
potencial para o excesso de AVP e devem ser considerados de risco para hiponatremia. 
Estudos em adultos e em crianças hospitalizadas com hiponatremia têm detectado 
secreção não osmótica de AVP na maioria dos pacientes (GERIGK et al, 1993; GROSS 
et al, 1987). 
Além disso, crianças são um grupo de risco para o desenvolvimento de encefalopatia 
hiponatrêmica no pós-operatório. Nesses casos, o ponto de corte das concentrações 
de sódio séricas associadas às convulsões é mais alto que o observado em adultos, 
provavelmente pelo maior volume cerebral das crianças (MORITZ, 2005).
49
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA │ UNIDADE II
A administração de fluidos hipotônicos a pacientes com excesso de AVP torna 
previsível o desenvolvimento de hiponatremia, condição presente em até 30% dos 
pacientes hospitalizados (ALVES; TROSTER;OLIVEIRA, 2011). A determinação para 
uso de fluidos hipotônicos em crianças foi proposta em 1957 por Holliday e Segar, 
que justificaram essa opção pelo consumo de energia em crianças saudáveis e pela 
composição dos leites materno e de vaca (HOLLIDAY ; SEGAR, 1957). 
Acesso venoso, intraósseo e arterial
Acesso venoso 
A capacitação técnica para a obtenção de um acesso vascular é fundamental a todos 
os médicos e enfermeiros na unidade de terapia intensiva pediátrica (UTIP). O acesso 
vascular é essencial à administração de fluidos e drogas durante o suporte avançado de 
vida, mas sua obtenção pode ser difícil no paciente gravemente doente, principalmente 
em criança. (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2002).
Durante a ressuscitação cardiopulmonar (RCP) e o tratamento do choque, o acesso de 
escolha é a veia periférica ─ de preferência, duas veias de grosso calibre, utilizando 
cateteres curtos e grossos (tipo cateter sobre agulha). Caso não se consiga obter o 
acesso venoso periférico prontamente em poucos minutos, a via intraóssea deve ser 
estabelecida, lembrando que ela pode ser obtida rapidamente em pacientes de todas as 
idades (inclusive em adultos e crianças). (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2002).
Logo após o início da ressuscitação, deve-se obter um acesso venoso central, que 
proporciona via segura para a administração de fluidos e drogas e possibilita a 
monitorização da pressão venosa central. Se as tentativas de obtenção de acesso venoso 
periférico, intraósseo e central não forem bem sucedidas, deve-se proceder à dissecção 
venosa. Durante a realização de qualquer procedimento invasivo, as precauções 
universais devem ser sempre seguidas. (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2002).
As principais indicações incluem (OKUTUBO, 1997):
1. monitorização hemodinâmica invasiva (pressão venosa central, pressão 
de artéria pulmonar, débito cardíaco por termodiluição); 
2. acesso vascular para a infusão de soluções cáusticas, irritantes ou 
hiperosmóticas;
3. terapêutica substitutiva renal de urgência (hemofiltração, hemodiálise); 
50
UNIDADE II │ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA
4. acesso vascular de longo prazo para nutrição parenteral prolongada ou 
quimioterapia; 
5. reposição rápida de fluidos ou sangue no trauma ou cirurgia; 
6. estimulação cardíaca artificial temporária; 
7. acesso venoso em pacientes com veias periféricas ruins
Acesso venoso periférico 
As indicações de obtenção de acesso venoso periférico incluem a administração 
intravenosa de drogas e fluidos, a transfusão de hemoderivados e todas as outras 
situações em que o acesso direto à corrente sanguínea é necessário, como durante a 
realização de cirurgias e os cuidados de emergência. (ORTEGA et al, 2008). 
O acesso venoso periférico proporciona uma via satisfatória para a administração de 
fluidos e drogas durante a RCP e o tratamento do choque, desde que seja estabelecido 
rapidamente em veia de grosso calibre. (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2002).
Carloti (2012) afirma que, as contraindicações relativas da inserção de um cateter 
em veia periférica em um determinado local são infecção, flebite, esclerose de veias, 
infiltração intravenosa prévia, queimaduras ou lesões traumáticas proximais ao local 
de inserção, fístula arteriovenosa no membro e procedimento cirúrgico afetando o 
membro. Em situações em que ocorre vasoconstrição intensa, como desidratação grave, 
choque e parada cardiorrespiratória, pode ser difícil obter um acesso venoso periférico. 
Assim, havendo impossibilidade de estabelecer um acesso venoso periférico ou em 
situações de emergência, em que a obtenção do acesso venoso periférico pode demorar 
muito, deve se proceder à cateterização intraóssea ou central, ou à dissecção venosa. 
(AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2002; ORTEGA et al, 2008).
A escolha do local de cateterização venosa periférica deve levar em conta a idade, 
o conforto do paciente, a acessibilidade da veia em relação à posição da criança e a 
urgência da situação. Em geral, dá-se preferência às veias dos membros superiores, 
pois elas são mais duráveis e se associam a menos complicações do que as veias dos 
membros inferiores. (CARLOTI, 2012).
Locais de inserção
A escolha da técnica a ser utilizada e a do vaso a ser puncionado e canulado devem-se 
basear na condição clínica do paciente, experiência do executor e indicação para 
51
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM

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