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0 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DO MARANHÃO – UNIFACEMA CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM ALICIA COSTA SANTANA JESINEIDE SOUSA DA SILVA SAMUEL DE JESUS DE MELOSILVA SARA DHIOVANA COSTA COELHO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO II (Relatório técnico-cientifico) CAXIAS – MA 2021 1 ALICIA COSTA SANTANA JESINEIDE SOUSA DA SILVA SAMUEL DE JESUS DE MELOSILVA SARA DHIOVANA COSTA COELHO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO II (Relatório técnico-cientifico) Relatório apresentado ao curso de Bacharelado em Enfermagem do Centro Universitário de Ciências e Tecnologia do Maranhão – UNIFACEMA, como requisito parcial para obtenção de notas. Prof.ª Msc. Laianny Luize Lima e Silva CAXIAS – MA 2021 2 SUMÁRIO 1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Á SAÚDE DA CRIANÇA..................................3 1.1 FISIOLOGIA – A INVOLUÇÃO E RECUPERAÇÃO DA SAÚDE DA CRIANÇA......4 1.2 PADRÕES DE MODIFICAÇÕES GERAIS DA SAÚDE DA CRIANÇA..............7 1.3 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM/PLANO DE AÇÃO........................................9 2 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM – UPA.............................................................14 2.1 FISIOLOGIA – A INVOLUÇÃO E RECUPERAÇÃO DA SAÚDE...........................14 2.2 PADRÕES DE MODIFICAÇÕES GERAIS DA SAÚDE.........................................17 2.3 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM/PLANO DE AÇÃO........................................21 3 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Á SAÚDE DA MULHER.................................24 3.1 FISIOLOGIA – A INVOLUÇÃO E RECUPERAÇÃO DA SAÚDE DA MULHER.....26 3.2 PADRÕES DE MODIFICAÇÕES GERAIS DA SAÚDE DA MULHER...................28 3.3 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM/PLANO DE AÇÃO........................................34 4 RELATO DE EXPERIÊNCIA...................................................................................39 5 INTRODUÇÃO........................................................................................................40 6 DESCRIÇÃO DO CASO..........................................................................................41 7 METODOLOGIA......................................................................................................43 8 DISCUSSÕES.........................................................................................................48 9 CONCLUSÃO..........................................................................................................51 REFERÊNCIAS..........................................................................................................53 3 1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Á SAÚDE DA CRIANÇA Durante a infância alguns acontecimentos podem surgir de maneira inesperada, derivadas de adoecimentos que levarão a criança em algum momento a necessitar de internação hospitalar, para diagnóstico e tratamento de alguma patologia, com etiologia desconhecida, ou oriundas de vírus, fungos, bactérias entre outros. A hospitalização infantil é um acontecimento estressante e traumatizante para as crianças, pois é onde ocorre o rompimento do seu meio social, familiar, seus costumes e hábitos, onde, estarão inseridas em um ambiente repleto de rotinas e restrições, com o desconhecido e o novo, além disso passarão por procedimentos que ocasionam dor e desconforto físico decorrente de intensas manipulações. (SANTOS et al., 2016; RODRIGUES; FERNANDES; MARQUES, 2020). Uma experiencia susceptível e pode afetar negativamente no bem-estar e no desenvolvimento da criança e como consequência, as alterações no padrão de sono e humor, apetite, atreladas a perca de peso, cognição e concentração diminuídas, fraqueza no sistema imunológico, além do estresse psicológico, medo, angustia, ansiedade e outros que favorecem a vulnerabilidade dessas crianças (RODRIGUES; FERNANDES; MARQUES, 2020). Para tanto, faz-se necessário ao cuidar de uma criança hospitalizada, que o profissional de enfermagem reconheça tais sofrimentos, dificuldade e limitações, ouvindo atentamente os pais, as crianças, compreendendo a dimensão da enfermidade e a forma como é vivida em cada particularidade, tornando-a sujeito ativo do seu tratamento (SANTOS et al., 2016). Consonantemente, Gonçalves e col. (2017), explicam que existem inúmeras ferramentas que podem aliviar o stress da criança que está em fase de internamento, uma delas é que o enfermeiro pode ajudar na familiarização deste com o conhecimento do ambiente, como funciona a unidade e acesso a pediatria para que não se sinta sozinha no desconhecido. Há ainda, atividades de desenvolvidas de formas lúdicas, para que haja engajamento da criança, e encorajamento dos pais ou responsáveis, a permanecerem com os pequenos durante esse processo. Outra alternativa viável, é a comunicação entre equipe de enfermagem e acompanhantes reduz ansiedade, aumenta aceitação destes na situação da doença e hospitalização da criança além de facilitar no tratamento, e favorecer o processo de enfrentamento da enfermidade, isso permite a criação de um ambiente no qual os pais 4 ou responsáveis se sintam mas seguros e confiantes, fortalecidos para permitirem a hospitalização e o bom tratamento dos filhos (GONÇALVES et al., 2017). O Ministério da Saúde através da estratégia Aidpi informa a sequência e a forma que os profissionais de saúde devem tratar as crianças doentes seguindo os quadros de conduta (BRASIL, 2017), que incluem informações como: ✓ Avaliar sinais e sintomas de doenças, o estado nutricional e de vacinação da criança. ✓ Classificar a doença, identificar o tratamento adequado para cada classificação e decidir se cabe referi-la ou não ao hospital. ✓ Administrar tratamentos prévios antes de referir a criança ao hospital (como por exemplo, a primeira dose de um antibiótico, vitamina A, uma injeção de antimalárico ou começar o tratamento para evitar uma hipoglicemia), e como referir a criança. ✓ Administrar tratamentos no serviço de saúde como, por exemplo, terapia de hidratação oral (TRO), nebulização e aplicação de vacinas. ✓ Ensinar a mãe a administrar medicamentos específicos em casa, como um antibiótico oral, um antimalárico oral ou um suplemento alimentar específico. ✓ Recomendar a mãe, pai ou responsável pelo cuidado sobre a alimentação e os cuidados a serem prestados à criança em casa. ✓ Orientar a mãe, pai ou responsável pelo cuidado sobre quando voltar imediatamente e para a consulta de retorno. ✓ Reavaliar o caso e prestar a atenção apropriada quando a criança voltar à unidade de saúde. 1.1 FISIOLOGIA – A INVOLUÇÃO E RECUPERAÇÃO DA SAÚDE DA CRIANÇA De modo geral, a assistência destinada aos pacientes em situações de emergência exige do profissional um cuidado técnico e emocional, e sendo este atendimento prestado ao público infantil, como nas emergências pediátricas, os padrões de exigência desse profissional se tornam ainda maiores, além da necessidade de estabelecer um vínculo de confiança entre ambas as partes (OLIVEIRA et al., 2011). As crianças que adentram aos serviços de urgência e emergência, chegam em situações agudas ou de extrema gravidade em risco iminente de morte, precisando 5 de intervenções imediatas, sendo que, nesses locais há uma grande variabilidade assistencial para os cuidados, e se faz necessário garantir as manobras de estabilidade da vida, dessa maneira possibilita a integralidade do cuidado na própria unidade e em outros níveis de atendimento, fortalecendo assim, a rede de ações e serviços de saúde no âmbito do SUS (RIBEIRO et al., 2019). A avaliação e classificação de risco do paciente, nos serviços de emergência, em geral, é função desempenhada pelo enfermeiro. Portanto, esse profissional precisaestar preparado para executar eficientemente essa tarefa, necessitando ter conhecimento sobre as fases de crescimento e desenvolvimento da população infantil para definir as necessidades prioritárias individuais, por meio da reflexão clínica, da competência técnica e da escuta (AMTHAUER; CUNHA, 2016). Na mesma linha de pensamento Kolhs et al. (2017) analisa ainda que a concepção voltado para a ponderação de crianças em circunstância de emergência consente que o enfermeiro desenvolva as suas funções abalizadas e baseada em condutas de conhecimento científico, características do desenvolvimento da criança, capacidade de intervir na promoção de cuidados e no tratamento dos vitimados, através de conhecimentos em saúde, e habilidade técnica em enfermagem. A enfermagem deve conservar os materiais de emergência rigorosamente preparado e organizado, o carrinho de emergência e seus componentes incluindo o lacre e testado e funcional do laringoscópio e o desfibrilador, rotinas e desempenho de processos, informações deve ser concretizada de forma clara e simples para evitar problemas (CRUZ et al., 2017). Dentre as patologias apresentadas pelas crianças que frequentaram o Hospital Infantil Dr. João Viana, durante o período de estágio foi observado que houve predominância de doenças respiratórias e digestivas. As principais doenças que acometeram os pacientes pediátricos e os levaram ao serviço de emergências foram as doenças do sistema respiratório (56,2%), gastrointestinal (16,6%), seguidas das viroses (13,1%). Verificou-se em grande parte dos pacientes pediátricos que utilizaram o Hospital Infantil a administração de medicações por via endovenosa e via inalatória, seguidos da realização de raio X, como principais condutas prescritas pela equipe médica. Pesquisadores registraram a administração de medicações por via inalatória, junto à execução de radiografia, em grande parte das crianças que foram atendidas em um serviço de emergência. 6 No que se refere ao destino das crianças que frequentaram o Hospital Infantil, verificou-se que a maioria dos pacientes admitidos no serviço recebeu alta domiciliar após atendimento médico, ou depois de receberem tratamento para seu quadro clínico agudo no serviço de emergência pediátrica e assim, sendo liberados para domicílio. Tal situação é comum nos serviços de emergências pediátricas e demonstra a real importância da classificação de risco por profissional altamente capacitado e qualificado no atendimento específico direcionado ao paciente pediátrico (MACEDO; DINNOCENZO, 2017). Acolhimento, vínculo e responsabilização são diretrizes da linha do cuidado, pois para cuidar de fato do usuário é necessário que os serviços de saúde organizem seus processos de trabalho de modo que haja o acolhimento dos usuários pelos trabalhadores, o que significa atender bem, fazer uma escuta qualificada do seu problema de saúde, resolver se necessário, fazer um encaminhamento seguro, e isto só é possível se esta rede estiver operando com base na linha do cuidado (PIRIS; FERREIRA; SILVA, 2017). Os pacientes com potencial risco de vida têm sempre seu atendimento priorizado. Neste momento observa-se que os profissionais da equipe de saúde do setor organizam suas ações para o restabelecimento da vida, o que remete ao trabalho em equipe e a articulação entre as diferentes categorias profissionais no atendimento às situações de urgência e emergência. Diante disso dá-se a importância da integração e articulação das diferentes categorias profissionais e ramos do conhecimento em prol de uma assistência oportuna e livre de riscos, pautada na troca, cooperação e respostas imediatas ao usuário nas unidades de emergências hospitalares (LIMA; ALMEIDA, 2013). Com a definição do diagnóstico e a confirmação do problema de saúde, a criança e sua família passarão a receber o atendimento de vários profissionais de saúde, terá à sua disposição as tecnologias disponíveis na unidade hospitalar e/ou em outras unidades, caso seja necessário. Poderá ser submetida a determinados procedimentos, por exemplo: coleta de material biológico para exames, exames de imagem, medicação e observação por um período máximo de 12 horas (NEVES et al., 2016). Ao término desse período, cessa o atendimento na emergência. Caso a criança tenha a sua necessidade de saúde atendida, ela receberá alta hospitalar e será encaminhada ao domicilio com orientações de promoção e prevenção, bem como será 7 referenciada à rede básica ou ao ambulatório de especialidades através da solicitação de “continuidade de atenção” feita pelo médico responsável pelo seu atendimento na Emergência Pediátrica (SALVIANO et al., 2017). No entanto, se a necessidade de saúde não foi resolvida no período de 12 horas ela deverá ser internada nas unidades especializadas do hospital. Não havendo vagas nessas unidades, ela deverá ser internada na emergência pediátrica até que aconteça a vaga. Caso o Hospital Infantil não possua a especialidade que a criança necessite, a mesma terá vaga solicitada pelo plantonista médico em outras unidades de saúde, através da central reguladora, a fim de assegurar que sua saúde seja restabelecida na integralidade para que possa continuar seu ciclo de desenvolvimento (VERAS et al., 2015). 1.2 PADRÕES DE MODIFICAÇÕES GERAIS DA SAÚDE DA CRIANÇA Muitas vezes, faz-se necessário coletar informações com familiares/acompanhantes sobre o processo de adoecimento, histórico patológico pregresso e hábitos de vida da criança para obter dados que serão essenciais para a análise correta do quadro clínico do paciente e posteriormente intervir. Os parâmetros de avaliação das crianças são distintos de uma pessoa adulta, por se tratar de um público vulnerável a determinadas situações e que precisam de um acompanhamento diferenciado. Neste sentido, os achados observados durante a avaliação clínica do paciente e anamnese com este e seus familiares definem as condutas adequadas a serem tomadas. São eles: ➢ Alterações observadas durante o exame físico: coloração da pele e mucosas, presença de lesões, fácies, deambulação, higiene, nível de consciência, sinais de dor e desconforto, eliminações fisiológicas; ➢ Estado nutricional: baixo peso, desnutrição, sobrepeso, obesidade, etc; ➢ Quadro patológico pregresso: deficiências, doenças crônicas, histórico de cirurgias, tratamento em curso, medicamentos de uso contínuo, entre outros; ➢ Alterações dos sinais vitais: A seguir a figura 1, mostra os sinais de alerta das possíveis alterações de sinais vitais da criança. 8 Figura 1 – Alterações dos sinais vitais1 SINAIS VITAIS PADRÕES DE REFERÊNCIA Temperatura - Oral: 35,8 a 37,1ºC; - Axilar: 35,9 a 36,7ºC; - Retal: 36,2 a 38,0ºC. Frequência Cardíaca Recém-nascido: 70 a 170 bpm; 2 anos: 80 a 160 bpm; 4 anos: 80 a 120 bpm; 6 anos: 75 a 115 bpm; - 8 a 10 anos: 70 a 110 bpm. Frequência Respiratória Prematuros: 50 irpm; Lactentes: 30 a 40 irpm; 1 ano: 25 a 30 irpm; Pré-escolar: 20 a 25 irpm; 10 anos: <20 irpm. Pressão Arterial 0 a 3 meses: 75/50 mmHg; 3 a 6 meses: 85/65 mmHm; 9 a 12 meses: 90/70 mmHg; 1 a 3 anos: 90/65 mmHg; -3 a 5 anos: 95/60 mmHg. Fonte: GALEÃO, 2020. ✓ Sinais de alerta: ➢ Recusa alimentar (a criança não consegue beber ou mamar); ➢ Vômitos importantes (ela vomita tudo o que ingere); ➢ Convulsões ou apneia (a criança fica em torno de 20 segundos sem respirar); ➢ Frequência cardíaca abaixo de 100bpm; ➢ Letargia ou inconsciência; ➢ Respiração rápida (acima de 60mrm); ➢ Atividade reduzida (a criança movimenta-se menos do que o habitual); ➢ Febre (37,5ºC ou mais); Hipotermia (menos do que 35,5ºC); ➢ Tiragem subcostal; ➢ Batimentos de asas do nariz; ➢ retração xifoidiana; ➢ Cianose generalizada ou palidez importante; ➢ Icterícia visível abaixo do umbigoou nas primeiras 24 horas de vida; ➢ Gemidos; ➢ Fontanela (moleira) abaulada; 1 Figura retirada de GALEÃO, Thalita Silva. Sanar Note Enfermagem. – 2º ed. – Salvador, BA: Editora Sanar, 2020. 9 ➢ Secreção purulenta do ouvido; ➢ Umbigo hiperemiado (hiperemia estendida à pele da parede abdominal) e/ou com secreção purulenta (indicando onfalite); ➢ Pústulas na pele (muitas e extensas); ➢ Irritabilidade ou dor à manipulação. Ao se aproximar da adolescência, a criança começa a experimentar hábitos que são nocivos à sua saúde. Deve-se dar-lhe informações sobre os riscos do álcool e do fumo para a sua saúde geral, hábitos que, por sinal, podem lhe causar mau hálito, manchas nos dentes, doença de gengiva e câncer bucal. A suspeita de violência, também conhecida como maus-tratos, surge, em geral, no momento em que se procede à anamnese ou ao exame físico da criança. Muitos sinais e sintomas são inespecíficos. Portanto, é necessário contextualizar a situação em que os sintomas se apresentam, conhecer os sentimentos e o comportamento da criança e a forma como ela se relaciona dentro e fora do grupo familiar (BRASIL, 2016). 1.3 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM/PLANO DE AÇÃO A infância é uma fase marcada por mudanças decorrentes do crescimento e desenvolvimento do indivíduo. É influenciada pelas variações do ambiente físico, familiar e social em que a criança está inserida. Os acontecimentos na vida da criança, bem como seu desenvolvimento e crescimento, exercerão grande influência na fase adulta, tornando esta fase, um período de grande relevância no ciclo vital. Ao considerarmos as faixas etárias dos usuários dos serviços de saúde, a maior demanda é compreendida pelos extremos de idade. Por se tratar de um período dinâmico, é assim um momento que requer atenção e cuidado dos profissionais e serviços de saúde (CRUZ, A. C.; ANGELO, M., 2021). Diversas são as causas que levam as crianças a procurarem os cuidados dos profissionais responsáveis por esse papel, uma vez que as crianças são frequentemente acometidas por doenças respiratórias e gastrointestinais. Sendo assim, o profissional de saúde deve conseguir identificar sinais de maior gravidade dessas doenças. Frente a tosse ou dificuldade para respirar, é importante verificar se a frequência respiratória está intensificada se a criança apresenta sibilos ou estridor e se apresenta tiragem subcostal. Nos casos de diarreia, é importante identificar sinais 10 de gravidade de desidratação, como: letargia, inconsciência, inquietude, irritação, olhos fundos, sinal da prega presente ou se a criança não consegue mamar ou beber líquidos (BRASIL, 2016). Nesse sentido, realizou-se o acompanhamento e a elaboração de um plano de ação com o caso a seguir: ➢ ENFERMARIA 06 / LEITO 02 No dia 31/03/2021, às 07:40 horas, menor M.C.P, acompanhado de sua mãe A.P.C, no 3º DIH, com diagnóstico médico de Pneumonia Bacteriana. Encontra-se sonolento, afebril, eupneico. Ao exame físico, pele e mucosas: íntegras, sem lesões, turgor ausente; sem edemas. Cabeça e cervical: couro cabeludo íntegro, higienizado, mãe relata prurido; sem presença de parasitos; olhos simétricos, com presença de cílios, mucosa corada, sem parasitos, pupilas isocóricas e simétricas; ouvidos sem alterações; nariz sem secreção e desvio de septo, cavidade oral sem alteração, presença de arcada dentária, dentes higienizados. Na região cervical, linfonodos não palpáveis, sem lesões ou cicatrizes. Tórax plano, íntegro, indolor à palpação, sem lesões, mamilos simétricos; AP: MV+, RA-. AC: sem anormalidade, B1, B2, NR, NF. Abdômen plano, sem cicatrizes, indolor à palpação; fezes e urina ausentes. MMIISS: íntegros, higienizado, sem edema; AVP salinizado em mão direita e sem sinais de infecção. Mãe relata queixa de tosse seca e inapetência e sonolência. Segue sob os cuidados de enfermagem. SSVV: FR: 24 irpm; SPO2: 96%; FC: 82 bpm; Tax: 34,9ºC. Quadro 1 - Plano de ação da assistência de enfermagem das principais ocorrências vistas na unidade de pronto atendimento – upa. Caxias – Ma, 2021. (Continua) DIAGNÓSTICO RESULTADOS INTERVENÇÕES Disposição para controle da saúde melhorado evidenciada por expresso desejo de melhorar o controle da doença e dos sintomas. Receptividade boa a oportunidades de dar contribuições 4-5 - Reforçar a confiança na realização de mudanças de comportamentos e nas ações; - Identificar as barreiras à mudança do comportamento; - Oferecer reforço positivo e apoio emocional durante o processo de aprendizagem e enquanto implementa o comportamento; - Usar declarações positivas de persuasão sobre a capacidade individual de executar comportamento; Fonte: NANDA (2018); NOC (2008); NIC (2010). 11 Quadro 1 - Plano de ação da assistência de enfermagem das principais ocorrências vistas na unidade de pronto atendimento – upa. Caxias – Ma, 2021. (Continuação) DIAGNÓSTICO RESULTADOS INTERVENÇÕES -Preparar o indivíduo e seus familiares para o estado fisiológico e emocional que ele pode vivenciar durante as primeiras tentativas de realizar um novo comportamento; -Oportunizar o domínio das experiências (p. ex., implementação bem sucedida do comportamento). Fadiga relacionada à estados de doença, caracterizado pelo aumento das necessidades de repouso, desempenho diminuído e falta de energia. Nível de Fadiga: Atividades da vida diária 2-5. -Investigar a condição fisiológica do paciente quanto a deficiências que resultem em fadiga no contexto da idade e do desenvolvimento; -Selecionar as intervenções para reduzir a fadiga usando combinações de categorias farmacológicas e não farmacológicas, conforme apropriado; -Monitorar a ingestão nutricional para garantir recursos energéticos adequados; -Monitorar o paciente quanto a evidencia de fadiga física e emocional excessiva; -Reduzir desconfortos físicos capazes de afetar a função cognitiva e o automonitoramento / regulação das atividades. Nutrição desequilibrada: menor que as necessidades corporais relacionada a ingestão alimentar insuficiente, evidenciado por interesse insuficiente pelos alimentos. Ingestão de alimentos 2-5 - Ensinar e reforçar conceitos de uma boa nutrição com o paciente (e pessoas importantes, conforme apropriado); - Auxiliar o paciente (e pessoas importantes), conforme apropriado, a examinar e solucionar questões pessoais que possam contribuir para o transtorno alimentar; - Estabelecer expectativas quanto a comportamentos alimentares adequados, ingestão de alimentos/líquidos e quantidade de atividade física; - Observar o paciente durante e após as refeições/lanches para garantir que foi alcançada e mantida a ingestão adequada. Risco de desiquilíbrio eletrolítico relacionado ao volume de líquidos deficiente. Ingestão de líquidos 1-5 - Determinar o histórico da quantidade e o tipo de ingestão de líquidos e hábitos de eliminação Fonte: NANDA (2018); NOC (2008); NIC (2010). 12 Quadro 1 - Plano de ação da assistência de enfermagem das principais ocorrências vistas na unidade de pronto atendimento – upa. Caxias – Ma, 2021. (Continuação) DIAGNÓSTICO RESULTADOS INTERVENÇÕES -Determinar possíveis fatores de risco de desiquilíbrio hídrico (p. ex., hipertermia, patologias renais, insuficiência cardíaca, sudorese, disfunção hepática, vômito, dentre outros); -Promover a ingestão oral (p. ex., oferecer líquidos orais da preferência do paciente, colocar a seu alcance, disponibilizar e oferecer água fresca), conforme apropriado -Oferecer líquidos conforme apropriado; - Monitorar quanto á perda hídrica (p. ex., sangramento, vômito, diarreia, transpiração e taquipneia). Volume de líquidos deficiente relacionado a ingestão de líquidos insuficiente, evidenciado por diminuição nodébito urinário. Equilíbrio entre ingestão e eliminação em 24 horas 3-5 - Monitorar a ingestão e eliminação de líquidos conforme apropriado - Monitorar turgor da pele; -Monitorar o surgimento de sinais e sintomas de ascite; - Distribuir a ingestão de líquidos ao longo das 24 horas, conforme apropriado; - Monitorar a condição nutricional; -Oferecer líquidos conforme apropriado; Eliminação urinária prejudicada relacionada a múltiplas causas, evidenciada por anuria. Anúria 1-5 - Monitorar a eliminação urinária, inclusive frequência, consistência, odor, volume e cor, conforme apropriado; - Monitorar sinais e sintomas de retenção urinária; - Ensinar ao paciente os sinais e sintomas de infecção do trato urinário; - Obter amostra da urina do jato médio para analise urinária, conforme apropriado; - Auxiliar o paciente a desenvolver uma rotina de uso do vaso sanitário, conforme apropriado. Constipação relacionada a alteração nos hábitos alimentares, ingestão de fibras insuficientes, motilidade gastrintestinal Constipação 1-5 -Identificar os fatores (p. ex., medicamentos, repouso no leito e dieta) que possam causam ou contribuir para a constipação; -Monitorar ruídos hidroaéreos; Fonte: NANDA (2018); NOC (2008); NIC (2010). 13 Quadro 1 - Plano de ação da assistência de enfermagem das principais ocorrências vistas na unidade de pronto atendimento – upa. Caxias – Ma, 2021. (Continuação) DIAGNÓSTICO RESULTADOS INTERVENÇÕES diminuída, evidenciada por incapacidade para defecar, indigestão. -Avaliar a ingestão registrada quanto ao conteúdo nutricional; - Encorajar o aumento da ingestão de líquidos, a menos que contraindicado; - Administrar enema ou irrigação, conforme apropriado; - Orientar ao paciente/família sobre dieta com elevado teor de fibras, conforme apropriado. Troca de gases prejudicada relacionada ao desequilíbrio na relação ventilação- perfusão, evidenciada por sonolência e irritabilidade. Estado Respiratório: troca gasosa 3-5 -Monitorar os padrões respiratórios: bradipneia, taquipneia, etc; -Auscultar os sons pulmonares após os tratamentos para registrar os resultados; -Monitorar a ocorrência de aumento da inquietação, ansiedade e falta de ar; -Instituir tratamentos terapêuticos respiratórios (p. ex., nebulizador), se necessário. Risco de Infecção relacionado à alteração no peristaltismo, estase de líquidos orgânicos, internação hospitalar e exposição a surto de doença (COVID-19). Controle de Riscos: processo infeccioso 3-5 -Monitorar aparecimento de sinais e sintomas associados à infecção local e sistêmica (p. ex., hiperemia, edema, sensibilidade, febre, mal- estar); -Instituir precauções universais; -Trocar os acessos endovenosos centrais e periféricos, bem como curativos, conforme as orientações atuais do CDC; -Lavar as mãos antes e após cada atividade de cuidado ao paciente; -Monitorar ruídos hidroaéreos; -Avaliar a ingestão registrada quanto ao conteúdo nutricional e hídrico; -Orientar ao paciente/família sobre dieta com elevado teor de fibras, conforme apropriado; - Estimular a ingesta de líquido; - Realizar balanço hídrico; - Verificar turgor da pele e sinais de desidratação. Fonte: NANDA (2018); NOC (2008); NIC (2010). (Conclusão) 14 2 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM - UPA A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) realiza atendimento aos usuários durante 24 horas por dia e em sua maioria atendimentos de média complexidade. De acordo com a portaria nº1601, de 07 de julho de 2011, as UPAs foram criadas para facilitar o atendimento aos pacientes e diminuir a lotação dos serviços de alta complexidade. Conforme a Portaria nº342 de 04 de março de 2013, uma das competências das UPAs é acolher os pacientes e familiares tanto quanto precisarem, sempre visando à qualidade e resolução aos pacientes com quadros clínicos intensos, priorizando atendimentos de trauma e cirúrgicos, e realizar as consultas médicas de baixa complexidade (LOPES; MARIOT; REIGEL et al., 2020). As UPA funcionam 24 horas, sete dias da semana. Fazem parte da Rede de Urgência e Emergência e tem por objetivo prestar atendimento de saúde de complexidade intermediária, atuando em conjunto com a Atenção Básica (AB), atenção hospitalar, atenção domiciliar e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Este serviço tem por objetivo a elucidação diagnóstica ou estabilização clínica, de maneira que os pacientes sejam contra referenciados aos demais níveis da Rede de Atenção à Saúde, seja para a AB, atenção especializada ou para internação hospitalar, promovendo a continuidade do cuidado (BRASIL, 2017). O primeiro atendimento realizado ao paciente é a avaliação, que levam o enfermeiro a classificar o paciente do mais grave ao menos grave, sendo uma atribuição exclusiva do Enfermeiro. Ainda, é de sua competência prestar cuidados junto ao médico, administrar medicamentos, passagem de sondas, cuidados com traqueostomia, curativos complexos, preparar matérias para intubação, realizar punção venosa, monitoramento cardíaco, aspiração, sinais vitais e evolução no paciente no prontuário (SILVA; INVENÇÃO, 2018). A atuação do enfermeiro no caso de urgência e emergência vai desde classificação de risco, reposição do carro de emergência, supervisão e capacitação da equipe, avaliação da assistência prestada, realização da sistematização da assistência de enfermagem (SAE), até punção arterial, venosa, entre outros procedimentos (MORAIS FILHO et al., 2016). Uma das atribuições deste profissional é preparar e capacitar sua equipe para atender a demanda de clientes. Além de todas essas responsabilidades, ressalta-se ainda, a prática diária de orientação e promoção de treinamentos para a equipe de 15 enfermagem sobre protocolos de atendimento e novos procedimentos (COSTA; FOSSATTI, 2015). A atualização e capacitação da equipe para atender as demandas que surgem na unidade de pronto atendimento, são importantes para que o atendimento seja realizado de forma eficaz e, principalmente, de maneira organizada. Em se tratando de um setor de pronto atendimento a equipe deve estar pronta para as mais diversas situações, desse modo torna-se necessário manter os membros atualizados quanto aos procedimentos e manobras a serem adotados em diferentes situações com o objetivo de obter sucesso no atendimento (PAIZ et al., 2021). A finalidade do trabalho da enfermagem é cuidar do indivíduo, família e comunidade e ao executá-lo, pode ser desenvolvida todas as dimensões do cuidado: assistir, administrar/gerenciar, educar e pesquisar. Isoladas ou concomitantes, pode- se afirmar que a enfermagem possui mais de um processo de trabalho. Para o bom funcionamento das diversas dimensões do cuidar, ou seja, cuidar dos ambientes, dos profissionais para uma assistência humanizada, ética, integral e com qualidade, cabe ao enfermeiro a tarefa de organizar e desempenhar esse processo de trabalho. Visto que a forma de organização e desenvolvimento do processo de trabalho nos diversos campos de prática da enfermagem influenciarão esse processo e a organização do mesmo (FARAH, 2015). 2.1 FISIOLOGIA – A INVOLUÇÃO E RECUPERAÇÃO DA SAÚDE A demanda e procura dos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde), define a Atenção Básica em Saúde (ABS), como a porta de entrada para todos os serviços no contexto de Urgência e Emergência, logo, a atenção básica deve contemplar um acolhimento com escuta qualificada, classificação de risco, avaliação de necessidades de saúde e analise da vulnerabilidade e o primeiro atendimento de urgência (SCHAFIROWITZ; SOUZA, 2020). O atendimento aos usuários com quadros agudos, deve ser prestado em todos os níveis do serviço SUS de acordo com as diretrizes do Ministério da Saúde. Porém, com a dificuldade de agendamento de consulta a UnidadeBásica de Saúde (UBS) e o seu tempo restrito de abertura, resulta na demanda por procura dos serviços de urgências (SCHAFIROWITZ; SOUZA, 2020). 16 Os serviços de Pronto Atendimento (PA), tem o funcionamento de 24 horas em todos os dias da semana, nesse sentido, eles exigem recursos tecnológicos, recursos humanos e treinamento para assegurar a agilidade e qualidade dos atendimentos, e são fundamentais para a redução da morbimortalidade e sequelas incapacitantes (HEHN; BUENO, 2020). Inúmeros fenômenos de caráter urgente e emergente são capazes de atingir o indivíduo e as coletividades, as vezes de etiologias desconhecidas ou a partir de influências sociais, culturais, ambientais, físicas e psicológicas. Levantando a ocorrência de traumatismos, queimaduras, processos infecciosos, isquemias, dentre outros agravos à saúde (HEHN; BUENO, 2020). As Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT), são morbidades multifatoriais que surgem ao longo da vida e possuem longa duração e são vistas como fator emergência nos PA, dentre as DCNT, as quatro principais estão destacadas na literatura, as do aparelho circulatório, o Diabetes Mellitus, as neoplasias e as doenças respiratórias crônicas, e estão atreladas a inúmeros fatores de risco quando as pessoas estão expostas (BURIOL et al., 2020). Segundo o estudo de Buriol e col. (2020), as principais causas de assistência hospitalar relatadas durante um ano de investigação e coleta de dados, em um a pesquisa transversal, revelou que a grande maioria dos pacientes eram do sexo masculino (59,18%), e na faixa etária de 70 a 79 anos (32,65%), entre os pacientes a maioria estavam com alguma DCNT com um percentil de (87,76%), onde, a minoria apresentavam doenças cardiovasculares (12,24%). Todavia, há divergência entre os autores, para Godoi et al. (2020), enfatizam que a grande procura por atendimento nas unidades eram do pessoas do sexo feminino (57%), com idades de 50 a 54 anos com (10,4%) e com minoria as idades com demanda de 90 a 94 anos (0,7%), e a maior incidência das queixas de lombalgia, apresentando (54,4%) que também é considerada uma DCNT. Entretanto, em contraste com essa visão está o estudo de Hehn e Bueno (2020), no qual afirmam que as maiores queixas e procura pelos usuários a UPA (Unidade de Pronto Atendimento), são doenças caracterizadas em crise agudizadas como as gastrointestinais (diarreia, vômitos, dor abdominal, outras) com (36%), musculoesqueléticas (dor lombar, trauma por quedas e acidentes de trânsito, outras) (18%), neurológicas (cefaleia, rebaixamento de sensório, parestesias, convulsões, outras) (13%), respiratórias (tosse, febre, dor de garganta, outras) (12%), 17 excretórias (disúria, hematúria polaciúria, outras) (6,6%), cardiovasculares (hipertensão, arritmia, dor torácica, outras) (4,9%) e em minoria doenças psiquiátricas (ansiedade, crise de pânico, tentativa de suicídio, outras) (1,3%). Dessa forma, o desfecho dos atendimentos, a alta e evolução acontece após a avaliação e medicação dos pacientes, com prevalência de (83,1%), á todavia, uma recidiva dos usuários dentro de aproximadamente (30) dias, por queixas distintas, ou relatando as mesmas sintomatologia de outrora, com atendimentos de 1 a 5 vezes no mês o que representa (90,9%) (GODOI et al., 2020). 2.2 PADRÕES DE MODIFICAÇÕES GERAIS DA SAÚDE ✓ Insuficiência respiratória aguda é definida gasometricamente por PaO2 < 60 mmHg (ou SpO2 < 90%) ou PaCO2 > 45 ou 50 mmHg. A seguir a Figura 2, mostra os parâmetros utilizados para avaliar pacientes com desconforto ou insuficiência respiratória. 2 ✓ A síncope é definida como uma perda da consciência e do tônus postural transitória com recuperação rápida e espontânea sem intervenção médica. O seu mecanismo presumível é uma diminuição da perfusão cerebral em ambos os córtex cerebrais ou no sistema reticular. 2 Figura retirada do VELASCO, Irineu Tadeu et al. Medicina de emergência: abordagem prática. 14. ed. Barueri: Manole, 2020. Figura 2 - Parâmetros utilizados2 Fonte: VELASCO, Irineu Tadeu et al., MANOLE, 2020. 18 Pode ser classificada em traumática e não traumáticas, o trauma craniano com concussão cerebral usualmente leva a perda de consciência, nesse caso, o motivo do episódio de perda de consciência. As origens da perda de consciência não associada a trauma são diversas. As principais causas de síncope identificadas no Framingham Heart Study incluíram síncope vasovagal, causas cardíacas e hipotensão ortostática. ✓ Náuseas e vômitos são uma das mais comuns reações adversas a medicações, tendendo a ocorrer precocemente com o seu uso, por exemplo, ocorrem vômitos em 40 a 70% dos pacientes em uso de opioides. Medicações como anti-inflamatórios não hormonais e antibióticos macrolídeos também são particularmente associadas a náuseas e vômitos e os provocam por meio das vias aferentes vagais e esplâncnicas, enquanto digoxina, opioides e agonistas dopaminérgicos agem na zona postrema da medula. Os vômitos agudos, entre 24 e 48 horas de evolução, são, na maioria das vezes, causados por quadros infecciosos, tóxico-metabólicos ou medicações. Vômitos que ocorrem logo após a ingestão alimentar sugerem obstrução gástrica por doença ulcerosa ou malignidade, a gastroparesia também pode evoluir com vômitos que ocorrem em até 5 minutos após a refeição, mas geralmente ocorrem pelo menos uma hora após a ingesta. Em pacientes com bulimia nervosa, os vômitos também podem ocorrer durante ou logo após a refeição, vômitos associados a doenças inflamatórias, como colecistite e pancreatite, ocorrem na primeira hora pós-prandial. Idade do paciente, duração do quadro, sintomas associados e comorbidades ajudam a diferenciar essas condições. Dentre as complicações dos vômitos, a depleção volêmica é a mais frequente, e é importante identificá-la e tratá-la na avaliação inicial, a alcalose metabólica também pode ocorrer e é corrigida com reposição volêmica apropriada. A síndrome de Boerhaave é uma complicação rara, representa ruptura esofágica secundária a vômitos incoercíveis, e necessita de tratamento cirúrgico. Outra complicação rara é o aparecimento de sangramento nos vômitos, que pode ocorrer por fissuras na junção gastresofágica, como na síndrome de Mallory-Weiss, e, bem menos frequente, pode ocorrer sangramento por laceração esplênica ou hepática. ✓ Dor de grande intensidade deve aumentar a preocupação com a gravidade da causa subjacente. No entanto, as descrições de dor de menor 19 intensidade não podem excluir doença grave, especialmente em pacientes idososdor referida pode ter padrões previsíveis conforme as vias neurais. O sinal de Kehr é um exemplo clássico, onde irritação diafragmática, geralmente a partir de sangue intraperitoneal livre, faz com que o paciente apresente dor no ombro e é particularmente associado com colecistite e abscessos diafragmáticos. Processos inflamatórios contíguos ao diafragma também podem causar dor referida no ombro. A palpação é a parte do exame mais reveladora na dor abdominal, a hipersensibilidade localizada é geralmente um guia confiável para a causa subjacente da dor, porém a hipersensibilidade generalizada pode ser um desafio diagnóstico maior. Deve-se considerar apendicite em qualquer paciente com dor em quadrante inferior direito do abdome. A dor associada a massa pulsátil e expansiva é a principal característica de um aneurisma da aorta abdominal. Os pulsos femorais podem ser assimétricos na dissecção aórtica. A inspeção e a palpação do paciente em posição ortostática podem revelar a presença de hérnias não detectadas na posição supina. ✓ Cefaleia é o primeiro passo no atendimento do paciente com cefaleia é a avaliação dos sinais vitais e a garantia da estabilidade clínica, segue-se então com uma anamnese direcionadaà verificação de sinais de alarme e um exame neurológico direcionado. A Figura 3, a seguir mostra os sinais de alarme na cefaleia. Figura 3 - Sinais de alerta3 Fonte: VELASCO, Irineu Tadeu et al., 2020. ✓ Entre os sinais de alarme, é importante destacar a importância do padrão de instalação da cefaleia, a intensidade da dor e a resposta ao tratamento sintomático são maus preditores de causas secundárias, frequentemente a migrânea se apresenta 3 Figura retirada do VELASCO, Irineu Tadeu et al. Medicina de emergência: abordagem prática. 14. ed. Barueri: Manole, 2020. 20 com episódios de dor muito intensos e incapacitantes, e por vezes não responde ao tratamento inicial. Por outro lado, cefaleias secundárias como a dissecção arterial cervical ou a hemorragia subaracnóidea podem apresentar-se com cefaleia de intensidade moderada, e responder com melhora inicial ao uso de analgésicos comuns. ✓ Lombalgia, a dor lombar pode ser subdividida em três tipos: localizada, irradiada e referida. A lombalgia localizada é mediada primariamente pelo ramo posterior do nervo espinhal e nervos sinovertebrais. Os pacientes com dor lombar aguda, mais frequentemente os que apresentam aumento de tensão nos músculos paraespinhais relacionado à atividade física como levantar pesos, podem sofrer de avulsão dos ligamentos tendíneos desses músculos em relação a estruturas ósseas. Alguns aspectos na apresentação são importantes de serem comentados, pois podem ser indicativos de etiologias de maior gravidade. Os pacientes com lesão medular têm quadro inicial de paralisia flácida e achados geralmente bilaterais. A dor irradiada ou radicular é mediada pelos nervos espinhais, por processos com compressão, inflamação ou combinação de ambos. Processos que podem levar a esse tipo de dor incluem herniação discal, degeneração e inflamação das facetas articulares e espondilose, a Figura 4, informa os possíveis sinais de alertas para as causas de lombalgia. Figura 4 - Sinais de alarme e possíveis causas da lombalgia4 Fonte: VELASCO, Irineu Tadeu et al., 2020. 4 Figura retirada do VELASCO, Irineu Tadeu et al. Medicina de emergência: abordagem prática. 14. ed. Barueri: Manole, 2020. 21 ✓ Hipoglicemia, é a resposta do organismo a hipoglicemia pode causar sintomas autonômicos adrenérgicos ou neuroglicopênicos, pacientes idosos, em uso de betabloqueadores ou diabéticos de longa data podem não apresentar sintomas adrenérgicos e manifestar apenas sintomas de neuroglicopenia que são tardios. As manifestações incluem: Manifestações adrenérgicas: palpitações, taquicardia, ansiedade, tremores, sudorese, fome e parestesias. Manifestações neuroglicopênicos: cefaleia, sonolência, tonturas, ataxia, astenia, dificuldade de concentração, lentificação, confusão mental, irritabilidade, distúrbios do comportamento, déficits neurológicos focais, convulsões e coma. A história clínica, achados físicos e medicações utilizadas pelo paciente podem ajudar no diagnóstico etiológico da hipoglicemia. ✓ Hiperglicemia, a cetoacidose diabética (CAD) e o estado hiperosmolar hiperglicêmico (EHH) são as duas complicações agudas relacionadas a hiperglicemias mais relevantes, logo a CAD é definida pela tríade: ➢ Glicemia maior que 250 mg/dL: embora raramente, em pacientes em jejum prolongado podem ocorrer euglicemia e até hipoglicemia; ➢ pH arterial < 7,3 (excluídas outras causas de acidose); ➢ Cetonemia positiva (na indisponibilidade da cetonemia, podemos inferir sua presença por cetonúria fortemente positiva); ➢ O EHH, por sua vez, é definido por: ➢ Glicemia > 600 mg/dL. ➢ Osmolaridade > 320 mosm/kg. ➢ pH arterial > 7,3. 2.3 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM/PLANO DE AÇÃO Quadro 2 - Plano de ação da assistência de enfermagem das principais ocorrências vistas na unidade de pronto atendimento – upa. Caxias – Ma, 2021. (Continua) SITUAÇÃO DIAGNÓSTICO INTERVENÇÕES RESULTADOS ESPERADOS ANEMIA Fadiga relacionada com a redução da hemoglobina e capacidade diminuída de transporte de oxigênio do sangue. Ajudar o cliente a priorizar as atividades; estabelecer um equilíbrio entre atividade e repouso. Menos fadiga Fonte: NANDA (2018); NOC (2008); NIC (2010). 22 Quadro 2 - Plano de ação da assistência de enfermagem das principais ocorrências vistas na unidade de pronto atendimento – upa. Caxias – Ma, 2021. (Continuação) SITUAÇÃO DIAGNÓSTICO INTERVENÇÕES RESULTADOS ESPERADOS ANEMIA Nutrição desequilibrada: menos que as necessidades corporais, relacionada com aporte inadequado de nutrientes essenciais de sono alterado. Incentivar uma dieta saudável com nutrientes essenciais, tais como ferro, vitamina B12, ácido fólico e proteína. Nutrição adequada obtida e mantida ANEMIA FALCIFORME Dor aguda e fadiga relacionadas com hipoxia tecidual, devido à aglutinação das hemácias falciformes nos vasos sanguíneos. Usar a descrição subjetiva e a classificação da dor em uma escala de dor pelo cliente para orientar o uso de agentes analgésicos. Apoiar e elevar qualquer articulação que apresente edema agudo até ocorrer diminuição do edema. Instruir o cliente sobre técnicas de relaxamento, exercícios de respiração e distração para aliviar a dor. Controle da dor e da fadiga INSUFICIENCIA RENAL Volume de liquido excessivo, relacionado aos mecanismos regulados comprometido, evidenciado por edema, eletrólitos alterados, ganho de peso em um curto período, hematocrito diminuído, hemoglobina diminuída, ingestão maior que o debito, mudanças na pressão arterial. Observar a ocorrência de distúrbios hidreletrolíticos comuns na doença renal; relatar as alterações no estado hidreletrolítico e nos estados cardíaco e neurológico. Fornecer apoio emocional durante toda a doença e tratamento, criando oportunidades para o cliente e sua família verbalizarem suas preocupações. Responder às perguntas e discutir as opções. Orientar ao cliente e à sua família o plano de tratamento prescrito e o risco associado à não adesão ao tratamento. Fonte: NANDA (2018); NOC (2008); NIC (2010). 23 Quadro 2 - Plano de ação da assistência de enfermagem das principais ocorrências vistas na unidade de pronto atendimento – upa. Caxias – Ma, 2021. (Continuação) SITUAÇÃO DIAGNÓSTICO INTERVENÇÕES RESULTADOS ESPERADOS Explicar a necessidade de avaliações de acompanhamento da pressão arterial, exame de urina para pesquisa de proteína e cilindros, exame de sangue para avaliar a ureia e creatinina. ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL HEMORRÁGICO Ansiedade relacionada com a doença ou com restrições clinicamente impostas (precauções contra o aneurisma). Monitorar a ocorrência de alterações na deterioração neurológica; registrando os resultados por meio de fluxograma neurológico. Verificar a cada hora a pressão arterial, o pulso, o nível de consciência (indicador da perfusão cerebral), as respostas pupilares e a função motora. Monitorar o estado respiratório, visto que a redução do oxigênio em áreas do encéfalo com autorregulação prejudicada aumenta a probabilidade de infarto cerebral. Manter a estimulação sensorial em nível mínimo; reorientar frequentemente o cliente para ajudar a manter a orientação. Manter o cliente bem informado sobre o plano de cuidado; proporcionar tranquilização apropriada para ajudar a reduzir o medo e a ansiedade. Relata redução do nível de ansiedade CETOACIDOSE DIABETICA Risco de volume de líquidos deficiente, relacionado com a poliúria e a desidratação. Monitorar os valores laboratoriais dos eletrólitos séricos (particularmente o sódio e o potássio) Equilíbrio hidroeletrolítico. Fonte: NANDA (2018); NOC (2008); NIC (2010). 24 Quadro2 - Plano de ação da assistência de enfermagem das principais ocorrências vistas na unidade de pronto atendimento – upa. Caxias – Ma, 2021. (Continuação) SITUAÇÃO DIAGNÓSTICO INTERVENÇÕES RESULTADOS ESPERADOS Risco de desequilíbrio hidreletrolítico, relacionado com a perda ou os deslocamentos de líquido Monitorar a cada hora os sinais vitais à procura de desidratação (taquicardia, hipotensão ortostática), juntamente com avaliação dos sons respiratórios, nível de consciência, presença de edema e padrão de ritmo cardíaco (ECG). Avaliar cuidadosamente a compreensão e a adesão do cliente ao plano de manejo do diabetes melito. Conhecimento sobre a CAD. HIPERTENSÃO ARTERIAL Conhecimento deficiente associado à relação entre o esquema de tratamento e o controle do processo mórbido. Manutenção ineficaz da saúde relacionada com os efeitos colaterais da terapia prescrita e com a não adesão ao tratamento. Ressaltar o conceito de controlar a hipertensão (com modificações no estilo de vida e medicamentos), em lugar de curá-la. Providenciar uma consulta com um nutricionista para ajudar a desenvolver um plano visando melhorar o aporte de nutrientes ou perda de peso. Apoiar o cliente na realização de pequenas mudanças a cada consulta, apoiar os clientes em cada consulta na realização de pequenas mudanças direcionadas para alcançar as metas; avaliar os progressos em cada consulta Relata conhecimento do manejo da doença suficiente para manter perfusão tissular adequada. Adere ao programa de autocuidado. Fonte: NANDA (2018); NOC (2008); NIC (2010). (Conclusão) 3 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER 25 A Resolução COFEN n° 0516/2016, que prevê sobre a atuação e a responsabilidade do Enfermeiro, Enfermeiro Obstetra e Obstetriz na assistência às gestantes, parturientes, puérperas e recém-nascidos, indica no seu art. 3° e parágrafo único suas competências, dentre elas acolher a mulher e seus familiares ou acompanhantes, realização de práticas baseadas em evidências científicas, avaliar todas as condições de saúde materna, clínicas e obstétricas, assim como as do feto; garantir o atendimento à mulher no pré-natal, parto e puerpério, por meio da consulta de enfermagem, identificação das distócias obstétricas e tomadas e providências até a chegada do médico (COFEN, 2016). Segundo Sanches et al. (2019), o enfermeiro obstetra na assistência ao trabalho de parto e parto assume um papel de extrema importância para promover uma assistência segura e pautada em boas práticas, em que a mulher se sinta protagonista desse momento, fazendo que todas as fases sejam vivenciadas com embasamento científico, reduzindo as intervenções desnecessárias. Dessa forma o envolvimento do enfermeiro obstetra no parto fisiológico se intensifica no sentido de contribuir com a assistência humanizada e promover a realização do parto natural. A enfermagem obstétrica, a partir do seu exercício profissional surge como figura fundamental para promover a humanização da assistência, exercendo boas práticas no parto fisiológico, promovendo ações que remetem ao conceito de tecnologia de cuidado, relacionada ao desenvolvimento de práticas do processo de gestar e parir que não sejam invasivas à fisiologia do corpo humano e a sua mente e privacidade. Assim, a utilização da tecnologia de cuidado, permite o enfermeiro obstetra realizar assistência humanizada ao parto e nascimento respeitando as mulheres, promovendo um cuidado centrado (DUARTE et al., 2019). O enfermeiro participa da equipe multiprofissional e desempenha importante papel no cuidado prestado à gestante. Por meio do Processo de Enfermagem (PE) o enfermeiro integraliza a assistência de enfermagem à parturiente, planejando e promovendo um cuidado específico conforme suas necessidades. A enfermagem tem oportunidade de criar vínculo com a parturiente e promover um cuidado diferenciado e efetivo à mesma, através de uma assistência qualificada, acolhedora e humanizada (FRAGA et al., 2018). O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), por meio da Resolução 358/2009, dispõe, ainda, sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e descreve que a implementação do PE deve ser realizada em todas as 26 instituições brasileiras onde o enfermeiro presta cuidados de enfermagem, sendo uma função privativa do mesmo. Estudos tem demonstrado que, na prática dos enfermeiros obstetras há atuação da assistência dentro de boas práticas para o parto e nascimento, tais como: restrição da episiotomia, estimulo da presença do acompanhante, prática do hands off, clampeamento oportuno do cordão umbilical, contato pele a pele e aleitamento materno na primeira hora de vida do recém-nascido. Diante do exposto, fica evidente sua atuação de forma humanizada, no contexto das evidências científica conforme orienta o Ministério da Saúde (RAMOS et al., 2018). Apesar do parto se constituir uma rotina nos hospitais e maternidades, cada mulher deve receber um atendimento diferenciado, pois a visão sobre o que é o parto e a maneira como ele é vivenciado é única, portanto, o cuidado e o conforto devem ser proporcionados visando a singularidade de cada parturiente. Uma vez que o objetivo principal da assistência materna de qualidade é favorecer experiências positivas para a mulher e sua família, mantendo a sua saúde física e emocional, prevenindo complicações e respondendo às emergências (FERREIRA et al., 2017) 3.1 FISIOLOGIA – A INVOLUÇÃO E RECUPERAÇÃO DA SAÚDE DA MULHER Os profissionais de saúde por vezes, tratam o ciclo gravídico-puerperal de forma não integralizada, devido muitas mulheres receberem assistência em locais diferentes, em geral, os mecanismos de referência e contrarreferência são inexistentes ou ineficientes, é raro nesse período essas mulheres receberem assistência na mesma instituição (ANDRADE et al., 2015). “A gravidez e o parto são processos únicos, experiências especiais na vida da mulher e de seu parceiro, envolvendo também suas famílias e a comunidade, experiências significativas, para os que participam” (GOMES; SANTOS, 2017, p. 02), durante essa fase, a mulher passa por inúmeros fenômenos de natureza hormonais, que refletem atitudes involuntárias a síntese ao metabolismo, e depois do parto, onde acontece as modificações corporais, a recuperação do organismo da mulher, que inicia logo após a expulsão da placenta. A palavra puerpério vem do latim e significa puer= criança e parere= parir e pode ser conhecido como pós-parto ou resguardo, o seu início é marcado pela 27 dequitação ou saída da placenta e acaba quando a fisiologia materna volta ao estado anterior, o que equivale a cerca de seis meses depois do parto (SILVA et al., 2019). Assim, o puerpério pode ser dividido em quatro períodos: o primeiro período e o imediato, que se inicia após o fim da dequitação, chamado também de quarto período do parto, onde são mais frequentes e graves as complicações hemorrágicas e suas consequências, tendo em vista, que o útero e os vasos sanguíneos ainda se encontram dilatados, saindo do seu estado gravídico e retornando ao seu estado anterior, se estendendo até duas horas pós-parto, isso ocorre também no parto cirúrgico, onde a mulher fica na sala de recuperação aguardando os efeitos da anestesia passarem (SILVA et al., 2019). Ademais, é seguido pelo período mediato que vai da 2ª hora até o 10º dia pós- parto, durante esse tempo, ocorre a regressão dos órgãos genitais, a loquiação é escassa e amarelada e a lactação já está plenamente instalada. O Terceiro, o período tardio, que perdura do 11º dia até o 42º dia pós-parto e, finalmente o quarto, o período remoto que segue após o 42º dia em diante (SILVA et al., 2019). Para Monteschio et al. (2020), alguns procedimentos e intervenções durante oprocesso de parto, como indução ao parto, tricotomia, episiotomia, amniotomia, posição litotômica, e ainda cesariana, quando utilizadas sem critérios são considerados prejudiciais a saúde da mulher. No Brasil, o processo do parto natural é altamente medicalizado, e a assistência prestada utiliza de intervenções e que muitas vezes tem associação com o elevado nível de morbimortalidade materna. Entretanto, Tasca et al. (2018), revelam que após a dequitação e revisão das membranas placentárias, deve se iniciar a avaliação do canal do parto. ✓ A revisão pode ser apenas com inspeção, ou pode ser necessário uso de especulou e afastados dependendo da natureza da laceração; ✓ Suturar as lacerações presentes; ✓ Descartar laceração de colo; ✓ Fazer toque bimanual para certificar-se da contração uterina e controle do sangramento - globo de segurança de Pinard; ✓ Manter a paciente no centro obstétrico durante a primeira hora; ✓ Garantir o direito de acompanhante durante todo o quarto período; ✓ Monitorar os sinais vitais e novel de consciência da paciente; 28 ✓ Sempre que possível alojamento conjunto e permitir e estimular amamentação, bem como vínculo materno com o recém-nascido na primeira hora pós parto ou cesária; ✓ Orientar paciente e familiar sobre as técnicas de amamentação, estimulando a pega; ✓ Observar o volume do sangramento vaginal; ✓ Encaminhar para o quarto após a primeira hora se não houverem intercorrências; ✓ Na maternidade, um acompanhante tem o direito de permanecer em tempo integral com a puérpera; ✓ Orientar sobre a lavagem de mãos e cuidados com o recém-nascido; Todavia, é de grande importância que os profissionais de enfermagem, prestem os cuidados aos clientes e incluam também, os cuidados com a ferida no pós- operatório, deambulação, alimentação, cuidados com o recém-nascido, cuidados com o coto umbilical, higiene, amamentação exclusiva durante (06) meses, atentar os pais para a o calendário vacinal da criança e as primeiras consultas do puerpério (SILVA et al., 2019). 3.2 PADRÕES DE MODIFICAÇÕES GERAIS DA SAÚDE DA MULHER As Síndromes Hipertensivas Na Gravidez são detectadas através de anormalidades como: ✓ A Hipertensão Arterial: É a pressão arterial igual ou maior que 140/90mmHg baseada em uma média de pelo menos duas medidas; ✓ A roteinúria é definida como a excreção de 0,3g de proteínas ou mais em urina de 24 horas, ou 1+ ou mais na fita em duas ocasiões, em uma determinação de amostra única sem evidência de infecção, devido à discrepância entre a proteinúria de amostra única e a proteinúria de 24 horas na pré-eclâmpsia, o diagnóstico deve ser baseado em exame de urina de 24 horas. Outra opção é a relação proteína/creatinina urinária em coleta única de urina. Nesta técnica, o resultado da divisão do valor da proteinúria pela creatinina urinária (em mg/dL) > 0,3 tem uma boa relação com a proteinúria na urina de 24 horas > 0,3g. ✓ Plaquetopenia é menor que 100.000/mm3, com maior gravidade quando menor que 50.000/mm3. 29 ✓ Elevação de enzimas hepáticas, é Aspartato aminotransferase (AST) ou Transaminase Glutâmico Oxalacética (TGO) e Alanina aminpotransferase (ALT) ou Transaminase Glutâmico Pirúvica (TGP) >60U/L; ➢ Desidrogenase láctica (DHL) >600U/L. ➢ Anemia microangiopática ➢ Bilirrubina acima de 1,2mg/Dl; ➢ Presença signicativa de esquizócitos em sangue periférico (>5% no campo microscópico). A Classificação das Síndromes Hipertensivas são: ✓ Hipertensão crônicas é observada antes da gravidez, ou antes de 20 semanas de gestação, ou quando diagnosticada pela primeira vez durante a gravidez e não desaparece até 12 semanas pós parto; ✓ Pré-eclâmpsia/eclampsia é classificada em leve ou grave, de acordo com o grau de comprometimento. Considera-se grave quando presente um ou mais dos seguintes critérios: ➢ Pressão arterial diastólica igual/maior que 110mmHg; ➢ Proteinúria igual/maior que 2,0g em 24 horas ou 2+ em ta urinária; ➢ Oligúria (menor que 500ml/dia, ou 25ml/hora); ➢ Níveis séricos de creatinina maiores que 1,2mg/dL; ➢ Os sinais de encefalopatia hipertensiva (cefaleia e distúrbios visuais); ➢ Dor epigástrica ou no hipocôndrio direito; ➢ Evidência clínica e/ou laboratorial de coagulopatia; ➢ Presença de RCIU (restrição de crescimento intrauterino) e/ou oligohidrâmnio. ✓ A eclampsia é caracterizada pela presença de convulsões tônico- clônicas generalizadas ou coma em mulher com qualquer quadro hipertensivo, não causados por epilepsia ou qualquer outra doença convulsiva. Pode ocorrer na gravidez, no parto e no puerpério imediato. ✓ Hipertensão gestacional pode ser caracterizada em hipertensão transitória da gravidez quando a pressão retorna ao normal até 12 semanas após o parto. A hipertensão crônica, é a elevação da pressão arterial persiste além de 12 semanas pó parto. ✓ Sindrome De Help é o quadro clínico caracterizado por hemólise (H = “hemolysis”), elevação de enzimas hepáticas (EL = “elevated liver functions tests”) e 30 plaquetopenia (LP = low platelets count “)”. Embora acompanhe outras doenças, em Obstetrícia é considerada como agravamento do quadro de pré-eclâmpsia, a seguir a figura 5, revela a classificação da síndrome. Figura 5 - Classificação da Síndrome de Help5 Fonte: Ministério da Saúde, 2012. ✓ As Síndromes Hemorrágicas as mais importantes situações hemorrágicas gestacionais são: ➢ Primeira metade da gestação: ➢ Abortamento; ➢ Gravidez ectópica. ➢ Neoplasia trofoblástica gestacional benigna (mola hidatiforme). ➢ Descolamento corioamniótico. ➢ Segunda metade da gestação: ➢ Placenta prévia. ➢ Descolamento prematuro da placenta. ➢ Rotura uterina. ➢ Vasa prévia. ✓ Abortamento conceitua-se como a interrupção da gravidez ocorrida antes da 22ª semana de gestação, o produto da concepção eliminado no processo de abortamento é chamado aborto. O abortamento pode ser precoce, quando ocorre até a 13ª semana e tardio, quando entre 13ª e 22ª semanas. Pode ser classificado de várias formas: ➢ Abortamento espontâneo: é a perda involuntária da gestação. 5 Figura retirada do Ministério da Saúde. Gestação de alto risco: manual técnico. – 5. ed. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2012. 302p. disponível em:< https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_tecnico_gestacao_alto_risco.pdf>. Acesso em 27 de junho de 2021 31 ➢ Ameaça de abortamento: é a ocorrência de sangramento uterino com a cérvix fechada sem eliminação de tecidos ovulares. ➢ Abortamento completo: quando a totalidade do conteúdo uterino foi eliminada. ➢ Abortamento incompleto: quando apenas parte do conteúdo uterino foi eliminado. ➢ Abortamento inevitável: quando há sangramento e dilatação cervical mas ainda não ocorreu eliminação de conteúdo uterino. ➢ Abortamento retido: quando ocorre a morte do embrião ou feto e o mesmo permanece na cavidade uterina, sem ser eliminado. De uma maneira geral o colo se encontra fechado, podendo ocorrer leve sangramento ➢ Abortamento infectado: é o processo de abortamento acompanhado de infecção genital, tais como endometrite, parametrite e peritonite. ➢ Abortamento habitual: perdas espontâneas e sucessivas de três ou mais gestações. ✓ Gravidez Ectópica, corresponde à nidação do ovo fora da cavidade uterina, onde, o tipo mais frequente é a tubária. Para o diagnóstico a dor e o sangramento vaginal são um dos sintomas mais importantes da gravidez ectópica. Em quase todos os casos a dor está presente. O sangramento pode ser de pequena monta e/ou irregular, às vezes após pequeno atraso da menstruação. ➢ Níveis séricos de βHCG ≥ 1.500 mUI/ml IRP sem visualização de saco gestacional intraútero fornecem alta probabilidade diagnóstica de gravidez ectópica ✓ Mola hidatiforme (neoplasia trofoblástica gestacional benigna), pode ocorrer sangramento indolor comintensidade progressiva, às vezes pode vir associado a eliminações de vesículas com aspecto de ‘‘cachos de uva’’. Em consequência das perdas sanguíneas pode haver anemia. A exacerbação dos sintomas de gravidez, às vezes com presença de náuseas e vômitos de difícil controle, também pode sinalizar a suspeita de mola hidatiforme. ✓ Descolamento Corioamniótico é caracterizada por sangramento genital de pequena intensidade e é diagnosticado por exame ecográfico. A evolução é boa, não representando quadro grave de risco materno e/ ou ovular. ✓ Placenta Prévia é o sangramento na placenta caracterizado por ser indolor, no segundo ou terceiro trimestre. Geralmente ocorre em pequena quantidade e é autolimitado, não levando a uma espoliação materna significativa. Nas placentas 32 prévias marginais, muitas vezes o sangramento não se apresenta até o momento do parto. Algumas gestantes, principalmente, as que possuem placenta prévia centro- totais, podem apresentas um sangramento entre a 26ª e28ª semana de gestação, que é chamado de sangramento sentinela. O sangramento é intermitente e abundante, de coloração vermelho vivo, com necessidade de internações e transfusões frequentes. ✓ Descolamento Prematuro De Placenta, as gestantes que possuem duas ou mais cesáreas prévias têm um risco de rotura uterina que em alguns estudos foi semelhante e em outros foi duas vezes maior quando comparadas às mulheres com uma cesariana prévia. O risco absoluto de rotura ainda é baixo (em torno de 2%). É importante ressaltar que os riscos cirúrgicos de uma cesárea após duas ou mais cesáreas, como sangramentos excessivos, aderências, lesões de bexiga ou intestinos e até histerectomias são significativos e devem ser considerados quando se avaliam riscos e benefícios de se tentar uma prova de trabalho de parto ou se indica um procedimento de repetição. As gestantes que possuem duas ou mais cesáreas prévias têm um risco de rotura uterina que em alguns estudos foi semelhante e em outros foi duas vezes maior quando comparadas às mulheres com uma cesariana prévia, o risco absoluto de rotura ainda é baixo (em torno de 2%). É importante ressaltar que os riscos cirúrgicos de uma cesárea após duas ou mais cesáreas, como sangramentos excessivos, aderências, lesões de bexiga ou intestinos e até histerectomias são signicativos e devem ser considerados quando se avaliam riscos e benefícios de se tentar uma prova de trabalho de parto ou se indica um procedimento de repetição. ✓ Rotura Uterina, paradoxalmente, o risco de rotura uterina na gestante com uma cesariana prévia durante o trabalho de parto é de 1% e quando essa gestante apresenta um parto vaginal anterior à cesariana esse risco é ainda menor. Por esse motivo, não há evidências que suportem a realização de cesárea eletiva em gestantes com uma cesárea anterior. Os riscos da segunda cesariana suplantam os riscos da rotura durante o trabalho de parto ✓ Vasa Prévia, o sangramento tem início no momento da rotura das membranas. O diagnóstico pré-parto é difícil, podendo ser percebido por intermédio do toque vaginal e pela amnioscopia (com a visualização dos vasos sanguíneos atravessando as membranas pelo orifício interno do colo). A USG com Doppler colorido pode detectar a vasa prévia no anteparto e deve ser considerada em 33 gestantes de alto risco (placenta prévia, inserção velamentosa de cordão). Muitas vezes o diagnóstico intraparto também é muito difícil. São descritos testes em que é feita a detecção de hemácias fetais no sangue exteriorizado (Apt-Test e 64 colorações de Wright) mas, na maioria das vezes, não há tempo para a realização desses testes. Pois é frequente a deterioração dos batimentos cardíacos fetais no momento da rotura, nesse caso, a cesariana de urgência está indicada. ✓ Gestação Prolongada, o diagnóstico de certeza somente pode ser feito com o estabelecimento precoce da idade gestacional, o exame ultrassonográfico no início da gestação, idealmente entre 9 e 12 semanas, é o método mais dedigno para avaliação da idade gestacional, principalmente em gestantes com dúvidas sobre a data da última menstruação. O exame realizado no segundo trimestre não é tão preciso, mas tem valia se há uma diferença maior que 10 dias entre a estimativa dessa USG e a data da última menstruação. Nesse caso deve-se ajustar a idade gestacional pela USG. ✓ Trabalho De Parto Prematuro, conceitua-se gravidez pré-termo aquela cuja idade gestacional encontra-se entre 22 (ou 154 dias) e 37 (ou 259 dias) semanas, a seguir a figura 6, mostra os fatores de risco associados a prematuridade. Figura 6 - Fatores de risco associados a prematuridade6 Fonte: Ministério da Saúde, 2012. 6 Figura retirada do Ministério da Saúde. Gestação de alto risco: manual técnico. – 5. ed. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2012. 302p. disponível em:< https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_tecnico_gestacao_alto_risco.pdf>. Acesso em 27 de junho de 2021 34 3.3 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM/PLANO DE AÇÃO A Resolução 516 de 27 de junho de 2016 do COFEN, afirma que compete ao Enfermeiro Obstetra: a assistência às gestantes, parturientes, puérperas e recém- nascidos nos Centros de Parto Normal e demais locais onde ocorra essa assistência. O Enfermeiro atuante em uma unidade materna-infantil realiza inúmeras funções direcionadas tanto às mães quanto aos recém-nascidos nos diferentes estágios do processo (pré-parto, parto, pós-parto), além de fornecer apoio e esclarecimentos aos seus acompanhantes. Com isso, realizou a avaliação e elaboração de um plano de ação do caso a seguir: No dia xx/xx/2021, às 10:05 horas, V.M.C, puérpera pós parto normal (PN) segue no leito, normocádica, normotensa, afebril, eupneica, fásica. Ao exame físico: mucosas hipocoradas, pele hidratada e íntegra, higiene preservada. Tórax e mamas simétricas, sem lesões ou cicatrizes, com mamilos protusos, colostro presente à expressão. Ausculta cardiopulmonar: MV+, RA-, bulhas cardíacas rítimicas em 2T, normofonéticas. Abdômen: flácido, doloroso à palpação, RHA+. Lóquios fisiológicos, edemas ausentes em MMIISS. Em AVP em MSD, sem sinais de infecção. Refere ansiedade referente à maternidade, cólicas leves, inapetência, diurese espontânea, relata constipação há 02 dias. SSVV: SPO2 = 99%; FC= 60 bpm; FR= 14 irpm; PA= 110x60 mmHg; Táx.= 36,1ºC. Condutas: orientada quanto à alimentação saudável e adequada para o pós-parto, ingesta hídrica, higienização corporal (autocuidado), deambulação, medidas preventivas contra o Covid-19, abstinência sexual no puerpério e acompanhamento em consulta puerperal na UBS. RN ao lado, sexo feminino, ativo no leito, corado, mamando com boa pega e sucção. Mãe orientada quanto AME, técnicas e importância da amamentação, cuidados com o RN e sua higienizição, coto umbilical do RN, imunização, testes de triagem neonatal e consulta de puericultura na UBS. Quadro 3 - Plano de ação da assistência de enfermagem das principais ocorrências vistas na unidade de pronto atendimento – upa. Caxias – Ma, 2021. (Continua) DIAGNÓSTICO RESULTADOS INTERVENÇÕES Nutrição desequilibrada: menor que as Ingestão de alimentos 2-5 -Ensinar e reforçar conceitos de uma boa nutrição com o paciente Fonte: NANDA (2018); NOC (2008); NIC (2010). 35 Quadro 3 - Plano de ação da assistência de enfermagem das principais ocorrências vistas na unidade de pronto atendimento – upa. Caxias – Ma, 2021. (Continuação) DIAGNÓSTICO RESULTADOS INTERVENÇÕES necessidades corporais relacionada à ingestão alimentar insuficiente, evidenciado por interesse insuficiente pelos alimentos. (e pessoas importantes, conforme apropriado); -Auxiliar o paciente (e pessoas importantes), conforme apropriado, a examinar e solucionar questões pessoais que possam contribuirpara o transtorno alimentar; -Estabelecer expectativas quanto a comportamentos alimentares adequados, ingestão de alimentos/líquidos e quantidade de atividade física; -Observar o paciente durante e após as refeições/lanches para garantir que foi alcançada e mantida a ingestão adequada. Risco de desiquilíbrio eletrolítico relacionado ao volume de líquidos deficiente. Ingestão de líquidos 1-5 -Determinar o histórico da quantidade e o tipo de ingestão de líquidos e hábitos de eliminação; -Determinar possíveis fatores de risco de desiquilíbrio hídrico (p. ex., hipertermia, patologias renais, insuficiência cardíaca, sudorese, disfunção hepática, vômito, dentre outros); -Promover a ingestão oral (p. ex., oferecer líquidos orais da preferência do paciente, colocar a seu alcance, disponibilizar e oferecer água fresca), conforme apropriado -Oferecer líquidos conforme apropriado; -Monitorar quanto á perda hídrica (p. ex., sangramento, vômito, diarreia, transpiração e taquipneia). Constipação relacionada à alteração nos hábitos alimentares, ingestão de fibras insuficientes, motilidade gastrintestinal diminuída, evidenciada por incapacidade para defecar, indigestão. Constipação 1-5 -Identificar os fatores (p. ex., medicamentos, repouso no leito e dieta) que possam causam ou contribuir para a constipação; -Monitorar ruídos hidroaéreos; -Avaliar a ingestão registrada quanto ao conteúdo nutricional; -Encorajar o aumento da ingestão de líquidos, a menos que contraindicado; -Administrar enema ou irrigação, conforme apropriado; -Orientar ao paciente/família sobre dieta com elevado teor de fibras, conforme apropriado. Fonte: NANDA (2018); NOC (2008); NIC (2010). 36 Quadro 3 - Plano de ação da assistência de enfermagem das principais ocorrências vistas na unidade de pronto atendimento – upa. Caxias – Ma, 2021. (Continuação) DIAGNÓSTICO RESULTADOS INTERVENÇÕES Ansiedade relacionada a ameaça a condição atual, estressores, evidenciada por preocupações em razão de mudança em eventos da vida, apreensão, medo, aumento da tensão e preocupação. Preocupação exagerada com os eventos da vida 3-5 - Escutar o paciente com atenção; - Observar sinais verbais e não verbais de ansiedade; -Orientar o paciente sobre uso de técnicas de relaxamento; - Ajudar o paciente a identificar situações que precipitem a ansiedade; -Encorajar a expressão de sentimentos, percepções e medos. Disposição para amamentação melhorada caracterizada pela expressão da mãe em melhorar a capacidade de amamentar com exclusividade e para atender às necessidades nutricionais da criança Estabelecimento da amamentação: bebê 4-5 -Orienta a mãe sobre a posição correta; -Orienta a mãe para monitorar a sucção do bebê; -Encorajar a mãe a oferecer as duas mamas a cada mamada e deixar o bebê mamar durante o tempo que desejar; -Informar sobre armazenamento e aquecimento do leite materno; -Relatar sobre a importância do AME; -Orientar sobre os cuidados dos mamilos, inclusive como evitar sensibilidade exagerada. Risco de maternidade prejudicada relacionada à alteração no padrão de sono, estressores, conhecimento insuficiente sobre habilidades maternas e manutençaõ da saúde da criança. Adaptação psicossocial: mudança de vida, enfrentamento 3-5 -Orientar a mãe para manter uma dieta bem equilibrada durante a lactação; -Propor medidas de relaxamento como massagens, etc; -Monitorar integridade da pele dos mamilos; -Orientar como fazer o bebê eructar; -Encorajar o contato com o professional de saúde antes de tomar qualquer medicação enquanto estiver amamentando; -Fornecer material escrito para reforçar as orientações em casa. Amamentação eficaz relacionada à estrutura oral da criança normal, estrutura mamária normal e conhecimento básico sobre amamentação, evidenciada pela deglutição no peito regular e continua, RN ávido durante o aleitamento materno e satisfeito após a mamada, Manutenção da amamentação 4- 5 -Identificar o sistema de apoio materno para manutençaõ da lactação; -Encorajar a mãe a beber líquidos para satisfazer a sede; -Encorajar a mãe a evitar tomar anticoncepcionais enquanto estiver amamentando; -Estimular a manutenção da lactação após o retorno ao trabalho ou escola; -Orientar sobre as características normais da urina e fezes do bebê; Fonte: NANDA (2018); NOC (2008); NIC (2010). 37 Quadro 3 - Plano de ação da assistência de enfermagem das principais ocorrências vistas na unidade de pronto atendimento – upa. Caxias – Ma, 2021. (Continuação) DIAGNÓSTICO RESULTADOS INTERVENÇÕES verbalização materna de satisfação com o processo de amamentar. -Encorajar períodos frequentes de repouso; -Orientar familiares quanto ao apoio à maternidade. Integridade tissular prejudicada relacionada a procedimeto cirúrgico (episiotomia), caracterizado por dor aguda. Cicatrização de ferida 1-5 -Monitorar as características da lesão, iclusive sinais flogísticos; -Oferecer cuidados ao local da incisão, se necessário; -Comparar e registrar regularmente todas as mudanças da lesão; -Encorajar uma dieta bem equilibrada e ingestão hídrica; -Administrar medicamentos, quando prescrito; -Orientar o paciente e a família sobre sinais e sintomas de infecção. Dor aguda relacionada a agentes lesivos físicos (incisão cirúrgica), caracterizada por comportamento protetor e autorrelato da intensidade usando escala padronizada da dor. Promoção do conforto físico: controle da dor 3-5 -Assegurar que a paciente receba cuidados precisos de analgesia, quando prescrito; -Orientar sobre o autocuidado e higienização da incisão cirúrgica; -Mensurar através de escala numérica a intensidade da dor; -Verificar sinais vitais; -Informar sobre a dor, suas causas, duração e desconfortos antecipados em decorrência dos procedimentos. Risco de baixa autoestima situacional relacionada a alteração da imagem corporal e no papel social. Ajuste Psicossocial: mudança de vida; imagem corporal; enfrentamento 3-5 -Avaliar a adaptação da paciente a mudanças na imagem corporal, se indicado; -Avaliar o impacto da situação de vida da paciente nos papeis e nas relações; -Encorajar a paciente a identificar uma descrição realista da mudança de papel; -Avaliar e discutir respostas alterantivas à situação; -Determinar motivação do paciente para mudra; -Ajudar o paciente a identificar pontos fortes e reforçá-los; -Apresentar a puérpera a pessoas (ou grupos) que tenham enfrentado com sucesso a mesma experiência; -Auxiliar a paciente a identificar mesmos os pequenos sucessos; -Encorajar o envolvimento da família, conforme apropriado. Fonte: NANDA (2018); NOC (2008); NIC (2010). 38 Quadro 3 - Plano de ação da assistência de enfermagem das principais ocorrências vistas na unidade de pronto atendimento – upa. Caxias – Ma, 2021. (Conclusão) DIAGNÓSTICO RESULTADOS INTERVENÇÕES Risco de Infecção relacionado à procedimeto invasivo, alteração na integridade da pele (episiotomia), alteração no peristaltismo e pela internação hospitalar. Controle de Riscos: processo infeccioso 3-5 -Monitorar aparecimento de sinais e sintomas associados à infecção local e sistêmica (p. ex., hiperemia, edema, sensibilidade, febre, mal- estar); -Instituir precauções universais; -Trocar os acessos endovenosos centrais e periféricos, bem como curativos, conforme as orientações atuais do CDC; -Lavar as mãos antes e após cada atividade de cuidado ao paciente; -Orientar sobre a limpeza e higienização da incisão cirúrgica (episiotomia); -Monitorar ruídos hidroaéreos; -Avaliar a ingestão registrada quanto aoconteúdo nutricional; -Orientar ao paciente/família sobre dieta com elevado teor de fibras, conforme apropriado. Fonte: NANDA (2018); NOC (2008);
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