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Farmacologia

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ - CAMPUS NORTE SHOPPING – RJ
DISCIPLINA – FARMACOLOGIA E ADMISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
DOCENTE – FLÁVIA MELO DE CASTRO
ALUNOS
Allana de Abreu Tarantino - 202002225971
Fabiana de Oliveira - 202001386521
Marcus Vinícius Vicente Pereira - 202003278904
Mônica Pinto Ferreira - 202004032216
Vanessa Gomes Magalhães - 202004260911
Ano 2021
SEGURANÇA
DO
PACIENTE
SEGURANÇA DO PACIENTE
 O Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) foi criado pelo Ministério 
da Saúde em 2013, com o objetivo de contribuir para a qualificação do cuidado 
em saúde. Esse programa partiu dos protocolos básicos, elaborados pela 
Organização Mundial de Saúde (OMS). Para a OMS, a segurança é um dos seis 
atributos da qualidade, ao lado da efetividade, cuidado centrado no paciente, 
oportunidade, eficiência e equidade. Dessa forma, definiu seis protocolos 
básicos de segurança:
 Identificação do paciente;
 Higiene das mãos;
 Segurança cirúrgica;
 Segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos;
 Prevenção de quedas dos pacientes;
 Prevenção de úlceras por pressão (UPP).
 Além desses protocolos, a OMS definiu uma diretriz para melhorar a comunicação entre 
profissionais de saúde. A escolha desses protocolos se justifica pelo pequeno investimento 
necessário, frente à magnitude dos eventos adversos que podem ser evitados com sua 
implementação.
Conceitos básicos para a segurança 
do paciente
 Antes de apresentar os protocolos, porém, vale destacar alguns conceitos fundamentais, 
extraídos da Classificação Internacional de Segurança do Paciente da OMS.
Conceitos Chave da Classificação Internacional de Segurança do Paciente
Diante desses conceitos, nota-se que 
todo incidente introduz riscos à 
segurança do paciente. Entretanto, os 
que merecem maior atenção e 
precisam ser evitados são os que 
resultam em dano. Assim, os 
protocolos de segurança visam 
eliminar, sobretudo, os eventos 
adversos.
Protocolo de Identificação do 
Paciente
 O protocolo de identificação do paciente tem a 
finalidade de garantir que o cuidado seja prestado à 
pessoa para a qual se destina.
 Erros de identificação podem ocorrer em qualquer fase 
do diagnóstico ou tratamento, desde o momento da 
admissão. Vale destacar que fatores como alteração do 
nível de consciência do paciente e mudanças de setor 
podem aumentar a incidência desses eventos adversos.
 Por outro lado, medidas simples, como a colocação de 
pulseiras de identificação nos pacientes, podem minimizar 
o problema. Pesquisas apontam uma boa aceitação 
desse recurso, desde que o paciente entenda que é uma 
forma de aumentar a segurança no cuidado.
Protocolo de Higiene das Mãos
 A higiene das mãos tem como objetivo prevenir e controlar as infecções relacionadas à assistência à saúde 
(IRAS). Infecções são fonte de grandes danos à saúde, podendo inclusive resultar em infecções 
multirresistentes, que ameaçam a vida.
 Diversas IRAS têm como causa a transmissão cruzada através das mãos. A melhor forma de preveni-las é, 
portanto, higienizar as mãos nos momentos críticos, de acordo com o fluxo de cuidados assistenciais.
 Dessa forma, esta meta de segurança do paciente preconiza a higienização das mãos em cinco momentos 
do cuidado à saúde. Confira nos quadro abaixo esses momentos de higienização, que devem ocorrer antes 
ou depois de determinadas ações assistenciais:
Higiene das Mãos
 De acordo com o protocolo, as mãos 
dos profissionais de saúde devem ser 
higienizadas com sabonete líquido e 
água corrente. Alternativamente, 
pode-se higienizar as mãos com 
preparações alcoólicas a 70% (na 
forma de gel ou espuma).
 As preparações alcoólicas para as 
mãos devem estar ao alcance das 
mãos em todos os pontos de 
assistência. Isso inclui dispensadores 
fixados na parede, frascos fixados nos 
leitos dos pacientes ou nos carrinhos de 
curativos e embalagens de bolso, para 
uso individual.
Protocolo para Cirurgia Segura
 Cirurgia segura implanta a verificação como medida de 
redução de risco de eventos adversos durante o ato cirúrgico. 
A verificação ou checagem serve para garantir que a 
realização da cirurgia no local certo e no paciente certo.
 Na medida em que as técnicas cirúrgicas cresceram em 
complexidade, também aumentou seu potencial de causar 
danos, incluindo sequelas e mortes. As taxas de eventos 
adversos em cirurgia geral variam entre 2% e 30%, segundo o 
método de avaliação.
 Existem diversos relatos de retirada de órgão sadio e 
amputação de membro errado. Estima-se que as cirurgias em 
local errado e no paciente errado ocorram em cerca de 1 em 
cada 50.000 a 100.000 procedimentos nos Estados Unidos.
Lista de Verificação desenvolvida 
pela OMS
Assim, o checklist cirúrgico deve ser realizado em três momentos cruciais, a 
saber:
 Antes da indução anestésica
 Antes da incisão cirúrgica
 Antes do paciente sair da sala cirúrgica
Desse modo, um único profissional deverá conduzir a checagem e confirmar se a equipe 
completou suas tarefas, antes de prosseguir. Caso identifique alguma não conformidade, 
mantém-se o paciente na sala de cirurgia até que o incidente seja solucionado.
Antes da indução anestésica, confirmam-se informações com o próprio paciente, incluindo 
seu nome completo e o sítio cirúrgico. Antes da incisão, por sua vez, ocorre a confirmação 
verbal do procedimento cirúrgico e da função de cada membro da equipe.
Finalmente, ao término da cirurgia, realiza-se a contagem de compressas e instrumentais, a 
revisão do plano de cuidado e da recuperação pós-anestésica. Tudo isso é feito com o 
paciente ainda em sala, oportunizando qualquer correção eventualmente necessária.
Vale acrescentar que os checklists cirúrgicos da OMS são apenas modelos básicos, que 
precisam ser adaptados à realidade de cada organização. Assim, desenvolve-se a lista de 
verificação cirúrgica institucional com base nos princípios da cirurgia segura de modo geral, 
baseado no modelo proposto pela OMS.
Protocolo de Prescrição Segura
 O Protocolo de Segurança na Prescrição, Uso, e Administração de 
Medicamentos tem como objetivo a promoção do uso seguro de 
medicamentos nos estabelecimentos de saúde.
 Estudo realizado nos Estados Unidos apontou que cada paciente 
internado em hospital está sujeito a um erro de medicação por 
dia. No Brasil, temos alguns relatos isolados, apontando que esses 
eventos adversos também são comuns em nosso meio.
 Adicionalmente, medicamentos chamados de potencialmente 
perigosos ou de alta vigilância possuem maior risco de danos, 
quando associados a erros. Acrescentar uma etapa de 
conferência pode diminuir esses eventos adversos, apontando a 
falha antes que atinja o paciente.
 Ainda segundo o protocolo de prescrição segura, é preciso 
verificar todas as prescrições, não apenas as que contêm 
medicamentos perigosos. Itens como denominação do 
medicamento, dosagem e via de administração devem ser 
analisados em todas as prescrições.
Protocolo de Prevenção de Quedas
 A meta deste protocolo é reduzir a ocorrência 
de quedas de pacientes e os danos que elas 
causam. Para isso, deve-se adotar medidas 
preventivas como: avaliação de risco do 
paciente e a promoção de um ambiente mais 
seguro, com piso antiderrapante, boa 
iluminação etc.
 Certas doenças predispõem à queda, como 
demência e osteoporose. Também existem 
medicamentos que tornam os indivíduos mais 
propensos à queda, como, por exemplo, 
certos anti-hipertensivos que provocam 
tontura.
 Enfim, estima-se que as quedas podem causar 
danos em quase metade dos casos. Muitas 
quedas resultam em fraturas, traumatismos 
cranianos e sangramentos, que podem 
provocar sequelas e até a morte.
Protocolo para Verificação de 
Úlcera por Pressão
 Este protocolo tem como meta prevenir a ocorrência de 
úlcera por pressão (UPP) e outras lesões da pele. A incidência 
de UPP em pacientes hospitalizados aumenta, quando 
associada a fatores de riscocomo idade avançada e 
restrição ao leito.
 As UPPs dificultam o processo de recuperação e, 
frequentemente, causam dor e provocam infecções graves. 
Adicionalmente, UPPs podem desencadear prolongamento 
da internação, sepse e até morte.
 Os pacientes mais suscetíveis devem ser reavaliados 
diariamente. Nesse sentido, existem diversas escalas de alto 
poder preditivo para o desenvolvimento de alterações de 
pele, que são facilmente aplicáveis, desde a admissão do 
paciente.
 Assim, a prevenção de lesões cutâneas poderá ser instituída 
precocemente. Tais medidas preventivas incluem cuidados 
com alimentação, hidratação da pele, mudança de 
decúbito, uso de superfícies de apoio para redistribuição do 
peso e manejo da dor.
Resultados mais recentes da aplicação 
dos protocolos de segurança
Relatório divulgado pelo PNSP em 2020, com base nos dados registrados pelo seu 
sistema de notificação em 2019, revelou que ainda estamos bem abaixo do desejável, 
em termos de segurança do paciente.
Os cinco eventos adversos de maior frequência foram: falhas de assistência, seguidas 
de UPPs, falhas de cateter venoso, quedas e falhas na identificação do paciente. O 
relatório indicou, portanto, dois protocolos básicos de segurança do paciente que 
demandam maior atenção.
Como reduzir os eventos adversos:
I. Comece pela mudança de cultura.
II. Na realidade, a implantação dos seis protocolos de segurança do paciente não é simples, mas começa com a 
mudança da cultura institucional. Assim, erros no cuidado à saúde devem ser encarados como falhas do sistema e 
não como falhas individuais.
III. Essa mudança cultural depende, ainda, de reconhecer que o erro é inerente à condição humana. Portanto, é preciso 
desenvolver barreiras para evitá-lo ou, pelo menos, mitigar os danos decorrentes de eventos adversos.
IV. O paciente também pode participar ativamente da prevenção de eventos adversos se for educado para isso. A partir 
do momento em que ele conhece seu tratamento, adquire condições de alertar quando ocorre uma não 
conformidade, tornando-se a última barreira.
V. Por fim, cabe ao Núcleo de Segurança do Paciente levantar os eventos adversos de maior incidência e definir as 
normas de segurança prioritários. A partir daí, é possível estabelecer indicadores, metas e planos de ação específicos 
para cada instituição.
COMUNICAÇÃO 
ENTRE PROFISSIONAIS 
DA SAÚDE E PACIENTE
Comunicação Entre Enfermeiros e 
Pacientes A comunicação entre os profissionais da área da saúde deve ser precisa, completa, sem ambiguidade, oportuna e compreendida por todos. Dessa forma, as 
instituições de saúde reduzem a ocorrência de erros, resultando na melhoria da 
segurança do paciente. Entenda mais sobre a importância da comunicação eficaz 
dentro das instituições de saúde e saiba como aprimorá-la no dia a dia.
 Os hospitais são instituições completamente diversificadas no que diz respeito à 
rotina, profissionais, tipos de clientes, processos e procedimentos administrativos. 
Por esse motivo, desempenhar a comunicação nesse ambiente, que é tão 
plural, é um grande desafio que muitas instituições enfrentam.
 Os resultados que uma boa comunicação proporciona são inúmeros, mas torná-
la altamente eficaz exige muita dedicação e atenção. Afinal, o exercício da 
profissão é levado ao limite todos os dias, pois os profissionais lidam com vidas e 
um pequeno erro pode trazer grandes consequências e ser, até mesmo, fatal.
 Diariamente, a comunicação na instituição de saúde é item básico e mais do 
que importante. Vale a pena frisar que a transmissão de uma mensagem nesse 
tipo de ambiente não é apenas de forma verbal, mas também textual, por 
meios remotos ou até pessoalmente. Seja em situações de emergência, 
transferências de paciente entre unidades, registros de prontuários e muitos 
outras.
 Em grandes hospitais, por exemplo, que contam com muitos colaboradores e 
parceiros, o volume de informação que transita entre as salas e os corredores é 
inestimável. O grande desafio da comunicação, então, é fazer com que todos 
os envolvidos estejam devidamente informados sobre o que acontece no 
hospital.
Comunicação Efetiva
A comunicação efetiva e o trabalho da equipe multiprofissional na 
saúde são compreendidos como determinantes da qualidade e 
segurança do paciente. Sendo assim, a segurança do cliente constitui 
um dos grandes desafios dos cuidados de saúde nos dias atuais e, por 
isso, objetiva-se nas instituições de saúde, incluindo o hospital, diminuir 
danos e riscos, assegurar o bem-estar do paciente, que, quando 
alcançado, pode também diminuir o tempo de internação e 
tratamento. 
O conjunto de medidas para a garantia de uma assistência segura 
estão o seguimento de protocolos e a comunicação clara e objetiva 
entre os profissionais da saúde, de modo a minimizar erros nos 
cuidados. 
A comunicação efetiva, seja ela verbal e/ou não verbal, constitui-se 
como uma das metas internacionais mais importantes para prevenir 
falhas ou eventos adversos evitáveis, sendo também um instrumento 
terapêutico fundamental no cuidado ao paciente. Essa 
comunicação, segundo Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
(ANVISA) deve envolver uma linguagem clara, técnicas de 
comunicação, em vista de promover uma cultura de segurança nas 
instituições de saúde.
Comunicação + Ação 
 Para promover uma comunicação mais eficiente entre 
pacientes, familiares e profissionais de saúde, o Projeto de 
extensão "Quem não se comunica, se trumbica", da Faculdade 
de Enfermagem da UFPA, realizará uma ação de 
conscientização no Hospital Universitário João de Barros Barreto 
(HUJBB). A ideia é realizar estudos e análises para que seja 
possível aperfeiçoar a relação entre os diversos grupos que 
frequentam o ambiente hospitalar.
 O projeto surgiu pela demanda de protocolos de segurança do 
paciente que integram a assistência à saúde prestada em 
hospitais, segundo a Portaria do Ministério da Saúde (MS), que 
visa ao monitoramento e à prevenção de danos, na busca de 
uma assistência de qualidade. Para isso, foi realizada uma 
pesquisa de satisfação entre pacientes, com o objetivo de 
conhecer como estão o atendimento e a qualidade da 
comunicação entre as partes. 
 “A comunicação na saúde é estratégia básica para a 
humanização da assistência. Consiste em perceber cada ser 
humano como indivíduo único, com necessidades específicas, 
desenvolvendo o diálogo entre profissionais de saúde e 
pacientes, entre profissionais da mesma categoria e em uma 
equipe multiprofissional.
Comunicação e Assistência 
➢ A assistência ao paciente está bastante atrelada à equipe 
multiprofissional, dado isso sabe-se da necessidade de uma 
comunicação efetiva entre os profissionais que compõem essas 
equipes, de modo que seja possível reduzir danos para o 
paciente e melhorar sua segurança, consequentemente, 
havendo um aumento dos desfechos clínicos favoráveis. Para 
que isso ocorra, torna-se necessário que a comunicação seja 
clara, direta e rotineira entre os profissionais. 
➢ Desse modo, a interatividade entre a equipe, além de melhorar 
a segurança e o cuidado do paciente, interfere na prestação 
dos cuidados e no bem-estar dos profissionais, uma vez que a 
falha da comunicação pode tanto causar estresse entre eles 
quanto corroborar para erros durante a assistência. 
SEGURANÇA NA PRESCRIÇÃO, USO E 
ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
Nos últimos anos, o tema segurança do paciente na 
atenção primária à saúde tem sido priorizado pelas 
principais organizações internacionais de saúde e em 
vários países desenvolvidos. 
No Brasil, o tema ganhou maior visibilidade, a partir 
da instituição do Programa Nacional de Segurança 
do Paciente, que incluiu a atenção primária à saúde 
como lócus de desenvolvimento de ações para a 
melhoria de segurança do paciente.
Segurança do paciente (SP) é definida pelo 
Ministério da Saúde (MS) como a “redução a um 
mínimo aceitável do risco de dano desnecessário 
associado ao cuidadode saúde”. 
Utilização apropriada de medicamentos 
 A utilização apropriada de medicamentos essenciais é um dos componentes 
de melhor relação custo-efetividade da atenção. A segurança do 
paciente, entendida como a redução do risco de dano desnecessário 
associado ao cuidado, tem sido considerada atributo prioritário da 
qualidade dos sistemas de saúde em todo o mundo. Segundo a 
Organização Mundial de Saúde (OMS), um em cada 10 pacientes e 
medicamentos é um processo sofre algum dano enquanto recebe cuidados 
de saúde e aproximadamente 43 milhões de problemas relacionados à 
segurança do paciente ocorrem todos os anos.
 A administração de medicamentos é um processo complexo que envolve 
vários profissionais de saúde e deve ser realizada de forma segura, com o 
objetivo de reduzir a ocorrência de possíveis eventos adversos (ocorrência 
médica desfavorável, que resulta em um dano desnecessário ao paciente).
 Os Eventos Adversos (EA) são a terceira causa de mortes nos Estados Unidos 
da América, resultando em mais de 251 mil óbitos por ano. No Brasil, estima-
se que os EA sejam a quinta causa de mortes no país, superados apenas 
pelas doenças dos aparelhos circulatório e respiratório, neoplasias e causas 
externas. No âmbito da atenção primária, a correlação inapropriada entre 
diagnóstico e tratamento prescrito, o uso inadequado de medicamentos e 
problemas de comunicação entre médicos e pacientes são as principais 
causas de eventos adversos (EA).
 Outro desafio para a qualidade do uso de medicamentos na atenção 
primária é a polifarmácia (uso concomitante de 5 ou mais medicamentos), 
com prevalência de 9,4% entre os usuários de medicamentos na população 
geral e de 18,1% em idosos acima de 65 anos. A polifarmácia tem sido 
associada a desfechos negativos em saúde, aumento da morbimortalidade, 
redução da qualidade de vida dos indivíduos, especialmente em idosos, e 
aumento dos custos da atenção, com impacto para as pessoas e os sistemas 
de saúde.
OS ERROS DE MEDICAÇÃO
 Os erros de medicação possuem alta incidência. Os erros são 
multifatoriais, sendo que muitos deles ocorrem em circunstâncias 
semelhantes e associam-se direta ou indiretamente a falhas humanas. 
No entanto, experiências de outras áreas do conhecimento 
demonstraram que raramente erros são cometidos por negligência, 
decorrendo de falhas e inseguranças nos sistemas e processos de 
trabalho. Importante ressaltar que os erros relacionados ao uso de 
medicamentos possuem alto potencial de reincidência, mas são 
potencialmente evitáveis.
 As causas mais comuns de erros de medicação incluem: falhas de 
comunicação; ambiente de trabalho inadequado; ambiguidades nos 
nomes dos medicamentos, escrita e instruções de uso; uso de 
abreviaturas; falhas na execução de procedimentos ou técnicas; falta 
de conhecimento sobre os medicamentos; problemas no 
armazenamento e dispensação; problemas de rotulagem ou 
embalagens semelhantes; violação de regras; falhas na conferência 
das doses; falta de informação sobre os pacientes; erros de 
transcrição; falhas na interação com outros serviços; problemas 
relacionados a bombas e dispositivos de infusão de medicamentos; 
monitoramento inadequado do paciente; erros de preparo; uso 
inadequado do medicamento pelo paciente e falta de padronização 
dos medicamentos.
USO SEGURO DE MEDICAMENTOS 
A OMS, em 2004, lançou o programa Aliança Mundial para a 
Segurança do Paciente. Em 2017, a OMS lançou o terceiro Desafio 
Global com o tema “Uso Seguro de Medicamentos”, reconhecendo o 
risco significativo que os erros de medicação representam para a 
segurança do paciente. A meta do 3º Desafio Global é reduzir em 50% 
os danos graves associados ao uso de medicamentos, no prazo de 5 
anos, desenvolvendo sistemas de saúde mais seguros e eficientes em 
cada etapa do processo: prescrição, distribuição, administração, 
monitoramento e uso dos medicamentos. Para alcançar essa meta, 
foram definidos cinco objetivos específicos:
 1) Avaliar o escopo e a natureza dos danos evitáveis e fortalecer os 
sistemas de monitoramento, a fim de detectar e rastrear esses 
danos. 
 2) Criar um plano de ação focado nos pacientes, profissionais de 
saúde e países-membros. 
 3) Desenvolver guias, materiais, tecnologias e ferramentas para dar 
suporte à criação de sistemas de utilização de medicamentos mais 
seguros. 
 4) Engajar os setores envolvidos, parceiros e indústria para 
sensibilizá-los quanto aos problemas de segurança na medicação. 
 5) Empoderar pacientes, familiares e cuidadores a participar 
ativamente e de forma engajada nas decisões relacionadas à 
assistência à saúde.
Portaria MS/GM n. 529/2013 
 No Brasil, a Portaria MS/GM n. 529/2013 
instituiu o Programa Nacional de Segurança 
do Paciente e estabeleceu a necessidade 
de elaboração e implantação de um 
conjunto de protocolos básicos definidos 
pela OMS. Entre esses, destaca-se o 
Protocolo de Segurança na prescrição, uso e 
administração de medicamentos, que 
demanda o desenvolvimento de ações 
específicas e medidas de melhoria nesta 
área, com enfoque em três atividades 
prioritárias: segurança na prescrição, 
distribuição (dispensação) e administração. 
ESTRATÉGIAS PARA O USO SEGURO 
DE MEDICAMENTOS 
 Identificar a natureza dos erros de medicação e seus determinantes como forma de dirigir 
ações para a prevenção é de extrema relevância diante do dano potencial em função 
de sua ocorrência. No âmbito da atenção primária, a adoção de várias estratégias pode 
melhorar a segurança do paciente no uso de medicamentos.
 O processo de medicação é multidisciplinar e envolve vários profissionais, com formação 
em saúde ou não. 
 O processo de prescrição deve apresentar barreiras para a prevenção de erros de 
medicação na etapa de decisão terapêutica e redação da prescrição. A seleção 
adequada do medicamento a ser utilizado é a primeira etapa do processo de decisão 
terapêutica e deve estar fundamentada nas melhores evidências científicas disponíveis. A 
disponibilização de uma lista de medicamentos selecionados/padronizados possibilita ao 
prescritor maior familiaridade com os medicamentos e apresentações disponíveis na 
instituição, e, como consequência, torna o processo de utilização de medicamentos mais 
seguro. A definição de protocolos clínicos baseados em evidência contribui para o uso 
seguro de medicamentos.
 O número de medicamentos prescritos deve considerar as reais necessidades de cada 
indivíduo e a análise do balanço entre potenciais benefícios e riscos. A avaliação regular 
dos esquemas terapêuticos, com foco na adesão, adequação às preferências individuais 
e identificação de riscos pode minimizar danos e maximizar os benefícios pretendidos.
ESTRATÉGIAS PARA O USO SEGURO 
DE MEDICAMENTOS 
 A investigação do uso prévio de medicamentos e sobre o histórico de 
reações alérgicas é outro aspecto importante no momento da 
prescrição, devendo ser averiguado antes da elaboração da primeira 
prescrição, pois cerca de 75% das reações alérgicas prévias a 
medicamentos não são registradas em prontuário. É importante que 
essas informações sejam coletadas em todos os pontos de transição do 
cuidado (admissão e alta do paciente no serviço), sejam eles 
hospitalares (ex.: entre leitos, alas, unidades de internação, instituições) 
ou ambulatoriais (ex.: entre níveis de atenção, clínicas).
 O cálculo da dose de medicamentos é etapa crucial do processo de 
decisão terapêutica e considerada fonte importante de erros graves. A 
familiaridade do prescritor com o medicamento e a conferência do 
cálculo da dose por mais de um profissional são fundamentais para 
minimizar a ocorrência de erros. Além disso, a instituição deve contar 
com fontes de informação atualizadas sobre as doses usuais para as 
diferentes indicações terapêuticas; faixas etárias (sobretudo em 
pediatria, neonatologia e geriatria); doses máximas de cada 
medicamento; e medicamentos que necessitam de ajuste de dose em 
casos especiais, pois issocontribuirá para a prevenção de erros.
ESTRATÉGIAS PARA O USO SEGURO 
DE MEDICAMENTOS 
 A definição da posologia deve considerar as doses máximas 
preconizadas e proporcionar melhor comodidade ao paciente 
e ao serviço de enfermagem, melhorando a adesão ao 
tratamento e reduzindo o risco de erros de administração. 
 Após a decisão terapêutica, a redação da prescrição é a 
etapa que irá permitir a comunicação do tratamento à equipe 
e ao paciente e viabilizar o processo de medicação em si. A 
prescrição deve trazer de forma objetiva, legível e dentro dos 
padrões definidos pelos órgãos reguladores, todas as 
orientações sobre o tratamento medicamentoso e/ou não 
medicamentoso a ser seguido pelo paciente. A adoção de 
prescrições digitadas ou de sistema de prescrição eletrônica 
pode ter forte impacto na redução dos erros de prescrição. 
Dessa forma, recomenda-se evitar ao máximo as prescrições 
escritas à mão, com letras ilegíveis.
ESTRATÉGIAS PARA O USO SEGURO 
DE MEDICAMENTOS 
 Os medicamentos devem ser prescritos utilizando-se a Denominação 
Comum Brasileira (DCB), evitando-se ao máximo uso de siglas e abreviaturas. 
Quando este uso for indispensável, o serviço/instituição deve elaborar, 
formalizar e divulgar uma lista de abreviaturas padronizadas, garantindo a 
adequada comunicação entre os membros da equipe de saúde. No 
entanto, algumas abreviaturas não devem ser utilizadas devido ao seu 
envolvimento frequente em erros. 
 Medicamentos com grafia ou som semelhantes também podem gerar 
confusões e são causas comuns de erros nas diversas etapas do processo de 
utilização de medicamentos. Portanto, o emprego de letra maiúscula e em 
negrito para destacar partes diferentes de nomes semelhantes deve ser 
adotado em prescrições manuais ou eletrônicas, sistemas informatizados, 
etiquetas e áreas de armazenamento de medicamentos (ex.: DOPamina e 
DOBUTamina). Também é recomendado que exista e seja divulgada uma 
lista padronizada de medicamentos com grafia ou som semelhante.
 Expressões vagas como “usar como de costume”, “a critério médico”, “uso 
contínuo” devem ser abolidas das prescrições. No caso do uso da expressão 
“se necessário”, deve-se definir obrigatoriamente a dose, posologia, dose 
máxima e condição que determina a interrupção do uso do medicamento. 
Práticas seguras na administração 
de medicamentos
 A prevenção de erros de administração de medicamentos é etapa 
de grande importância para a promoção da segurança do 
paciente, pois representa a última barreira para evitar que o erro, 
derivado dos processos de prescrição e dispensação, chegue ao 
paciente. A prática de dupla checagem independente, por dois 
profissionais para cálculo de dose, por exemplo, também constitui 
importante barreira para erros de medicação, especialmente para 
os medicamentos potencialmente perigosos.
 A administração requer ambiente adequado, iluminado, organizado 
e com o mínimo de interrupções, reservado para a realização de 
cálculos e preparo de medicamentos. A execução atenta e segura 
desta etapa requer “os nove certos da administração de 
medicamentos”:
 É importante que o enfermeiro revise também a prescrição médica 
antes da administração dos medicamentos, sendo um dos últimos 
obstáculos para a interceptação de erros.
 É importante que cada instituição de saúde estabeleça e divulgue a 
própria lista de medicamentos potencialmente perigosos, 
permanecendo atuante na prevenção de erros associados a esse 
grupo de medicamentos e siga as nove recomendações de 
segurança para prevenção de erros de medicação.
MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO 
DO USO SEGURO DE 
MEDICAMENTOS
 A investigação e o conhecimento dos fatores determinantes da ocorrência dos erros de 
medicação permitem a elaboração de procedimentos operacionais mais seguros. A 
utilização de indicadores de erros possibilita o reconhecimento das falhas no sistema de 
medicação e nos processos de trabalho, permitindo o estabelecimento da melhoria 
contínua dos serviços prestados aos pacientes e à equipe de saúde, objetivando a 
redução e prevenção dos erros e com o objetivo de alcançar o aperfeiçoamento 
contínuo do processo de medicação.
 No processo de cuidado em saúde, o estabelecimento de corresponsabilidade e vínculos 
solidários com pacientes e seus familiares contribui para aprimorar a segurança do 
paciente. 
MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO 
DO USO SEGURO DE 
MEDICAMENTOS
 A necessidade crescente de diminuir complicações evitáveis e prevenir 
os erros deve servir como incentivo para o uso de práticas seguras, 
baseadas em evidências. 
 O fornecimento de uma assistência qualificada e segura pressupõe a 
elaboração de um plano de ação envolvendo os principais 
componentes estratégicos, clínicos e operacionais. Formada por uma 
estrutura circular, tendo o paciente como o centro do processo, o 
modelo de cuidados seguros, confiáveis e efetivos reforça as 
correlações entre as áreas e possibilita conhecer melhor a organização 
do trabalho e quais são os desafios para garantir um cuidado mais 
seguro em saúde. 
 A sensibilização de gestores e profissionais para prática de segurança 
do paciente na atenção primária à saúde encontra-se como um dos 
desafios a serem superados. O fortalecimento da cultura de segurança 
entre os profissionais destaca-se como importante fator condicionador 
ao desenvolvimento institucional de estratégias para melhoria da 
qualidade e redução de incidentes.
REFERÊNCIAS 
 BRASIL. Ministério de Saúde. Portaria nº 2.095, 24 de setembro de 2013. Aprova Protocolos Básicos 
de Segurança, 2013.
 FASSARELLA, C.S. et al. Profissionais Mediadores da Qualidade e Segurança do Paciente como 
Estratégia para o Cuidado Seguro. Revista Mineira de Enfermagem, v. 21, p.1-7, 2017.
 GUZINSKI, C. et al. Boas práticas para comunicação efetiva: A experiência do round 
interdisciplinar em cirurgia ortopédica. Rev. Gaúcha Enferm., v.40, p.1-5, 2019.
 Makary, MA, Daniel, M. Medical error – the third leading cause of death in the US. Páginas: 21 à 
39, (2016).
 PEREIRA, F.G.F. et al. SEGURANÇA DO PACIENTE E PROMOÇÃO DA SAÚDE: uma reflexão 
emergente. Revista Baiana de Enfermagem, v. 23, n.1, p.1-9, 29(3):271-278, 2015.
 https://segurancadopaciente.com.br/protocolo-diretrizes/pnsp-7-anos-da-legislacao-que-
instituiu-o-programa-nacional-de-seguranca-do-paciente. Acesso em 31/09/2021.
 https://proqualis.net/sites/proqualis.net/files/0000024028rNYKH.pdf - Acesso em 01/10/2021.
 https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-da-saude/como-melhorar-a-comunicacao-entre-
profissionais-de-saude-e-pacientes-em-isolamento/ - Acesso em 02/10/2021.
 https://sensorweb.com.br/voce-conhece-o-nucleo-de-seguranca-do-paciente/ - Acesso em 
02/10/2010.
https://segurancadopaciente.com.br/protocolo-diretrizes/pnsp-7-anos-da-legislacao-que-instituiu-o-programa-nacional-de-seguranca-do-paciente
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