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ÁLGEBRA LINEAR AULA 02 Prof.ª Luana Fonseca Duarte Fernandes 2 CONVERSA INICIAL Olá, seja bem-vindo. Nosso objetivo, neste encontro, é reconhecer, interpretar, classificar, elaborar, relacionar, calcular e aplicar conceitos de espaços vetoriais e subespaços vetoriais, dependência linear e base. O nosso tema central serão os espaços vetoriais, que são conjuntos importantes para os estudos de Álgebra Linear, pois com eles descrevemos e estudamos propriedades que envolvem vetores, objeto principal da disciplina. Aprenderemos o que é um espaço vetorial e seus elementos, para podermos definir, descrever, identificar, montar e classificar os espaços vetoriais e subespaços vetoriais. Aprenderemos dependência linear, classificando em linearmente independente ou linearmente dependente. Também estudaremos um conjunto especial chamado base, que são conjuntos formados por vetores que dizem sobre como é o espaço vetorial associado a ele. Vamos finalizar com a dimensão de um espaço vetorial, utilizando as bases. CONTEXTUALIZANDO O conteúdo desta aula é o início do principal conjunto da disciplina de Álgebra Linear, o conjunto formado por vetores com algumas condições, formando o que chamamos de espaço vetorial. Com os espaços vetoriais estudamos a base, um conjunto que descreve o espaço a ele associado. As transformações lineares são funções que associam espaços vetoriais e demais assuntos da nossa disciplina. Um exemplo de espaço vetorial é o conjunto formado por todos os quadrados mágicos de ordem n. O que é um quadrado mágico? É uma matriz de ordem nxn, tal que a soma dos elementos de cada uma de suas linhas e cada uma de suas colunas são iguais. Essa soma chama-se constante mágica. O quadrado mágico pode ser trabalhado com os alunos de qualquer período escolar, em diversos assuntos, desde soma de inteiros até progressão aritmética, por exemplo. Você já deve ter visto e completado um quadrado mágico. Veja a seguir alguns exemplos de quadrados mágicos de ordem 3: 3 Fonte: <http://praticadamatematica.blogspot.com.br/p/o-quadrado-magico.html>. Fonte: Prática da Matemática, 2019. O que significa o conjunto formado por quadrados mágicos ser um espaço vetorial? Conseguimos identificar uma base? E a dimensão? Vamos responder a essas e outras perguntas ao longo das nossas aulas. Por enquanto, nos links a seguir, você pode jogar on-line o quadrado mágico. Acessos em: 19 ago. 2019. http://nautilus.fis.uc.pt/mn/quadrado/ http://flashdejogoseducativos.blogspot.com.br/2012/12/quadrado-magico.html 4 TEMA 1 – ESPAÇOS VETORIAIS Espaço vetorial é um conjunto formado por elementos que chamamos de vetores, e nele estão definidas duas operações: adição e multiplicação por escalar. Essas operações devem seguir oito regras (listadas a seguir e também no capítulo 2 do livro da disciplina). 1. Comutativa: 𝑢 + 𝑣 = 𝑣 + 𝑢 2. Associativa1: (𝑢 + 𝑣) + 𝑤 = 𝑢 + (𝑣 + 𝑤) 3. Associativa 2: (𝛼𝛽)𝑢 = 𝛼(𝛽𝑢) 4. Elemento neutro da adição: existe o vetor nulo 0, tal que 𝑢 + 𝟎 = 𝟎 + 𝑢 = 𝑢, para todo 𝑢 pertencente a V 5. Inverso da adição: para cada vetor 𝑢 em V, existe um vetor – 𝑢, chamado de inverso ou simétrico de 𝑢, tal que 𝑢 + (−𝑢) = −𝑢 + 𝑢 = 𝟎 6. Distributiva 1: 𝛼(𝑢 + 𝑣) = 𝛼𝑢 + 𝛼𝑣 7. Distributiva 2:(𝛼 + 𝛽)𝑢 = 𝛼𝑢 + 𝛽𝑢 8. Multiplicação por 1: 1. 𝑢 = 𝑢 Leitura obrigatória A Álgebra Linear no Ensino Básico, de Jesse Carvalho da Silva: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusa o/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=1295842. Acesso em: 19 ago. 2019. Espaços vetoriais podem ser conjuntos formados por matrizes, n-uplas reais, funções e polinômios. Enfim, uma variedade de objetos matemáticos, por isso, não se engane sobre o que pode ser ao falar em espaços vetoriais ou vetores de espaços vetoriais. No problema dos quadrados mágicos, quais seriam as operações de adição e multiplicação? Os quadrados mágicos de ordem n são matrizes quadradas de ordem nxn. Logo, as operações são a da soma de matrizes e da multiplicação de uma matriz por um escalar. Um espaço vetorial é, então, um conjunto com duas operações definidas, adição e multiplicação por escalar, e que satisfaz oito regras. Um subconjunto não vazio de um espaço vetorial é dito subespaço vetorial se a soma https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=1295842 https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=1295842 5 de dois elementos deste conjunto ainda for um elemento deste conjunto e se o resultado da multiplicação de um escalar por um vetor deste conjunto for também um elemento deste conjunto. TEMA 2 – COMBINAÇÃO LINEAR Quando dizemos que um determinado vetor �⃗� é combinação linear de outros vetores 𝑢1, 𝑢2, 𝑢3, . . . , 𝑢𝑛, significa dizer que v pode ser escrito como a soma dos vetores 𝛼1𝑢1, 𝛼𝑢2, … , 𝛼𝑢𝑛, que são múltiplos dos vetores 𝑢1, 𝑢2, 𝑢3, . . . , 𝑢𝑛. Não há nada melhor que alguns exemplos para elucidar este assunto: Exemplo1 Considere o espaço ℝ², sejam os vetores 𝑣 = (2,1) e 𝑢1 = (1,1) e 𝑢2 = (0,1). O vetor v é combinação linear de 𝑢1 e 𝑢2, pois 𝑣 = 2𝑢1 − 𝑢2. Observe que quando falamos de combinação linear e dizemos que podemos escrever um vetor como soma dos múltiplos de outros vetores, podemos encontrar a operação de subtração, como no exemplo 1, o vetor−𝑢2 é a multiplicação de -1 por 𝑢2, ou seja, 𝑣 = 2𝑢1 + (−1𝑢2), soma de múltiplos dos vetores 𝑢1 e 𝑢2. Exemplo 2 No espaço vetorial das matrizes M(2x2), será que o vetor 𝑣 = [ 8 3 5 13 ] é combinação linear dos vetores 𝑢 = [ 1 0 1 2 ] e 𝑤 = [ 2 1 1 3 ]? Se v for combinação linear de u e w, então, existem números reais a e b, tais que v = au + bw, ou seja, [ 8 3 5 13 ] = 𝑎 [ 1 0 1 2 ] + 𝑏 [ 2 1 1 3 ] Assim, temos o sistema: { 𝑎 + 2𝑏 = 8 𝑏 = 3 𝑎 + 𝑏 = 5 2𝑎 + 3𝑏 = 13 Resolvendo encontramos a = 2 e b = 3. Logo, v é combinação linear de u e w, pois v = 2u + 3w. 6 Leitura complementar Para saber mais, não deixe de ler o capítulo 3 da obra Introdução à Álgebra Linear, no link a seguir. http://moodle.profmat- sbm.org.br/MA33/2012/AL_PROFMAT_cap03.pdf. Acesso em: 19 ago. 2019. No primeiro exemplo, vimos que v = (2,1) pode ser escrito como combinação linear dos vetores 𝑢1 = (1,1) e 𝑢2 = (0,1). Porém, v não é o único vetor que pode ser escrito como combinação linear de 𝑢1 e 𝑢2, qualquer vetor (x,y) do espaço ℝ² pode ser escrito como combinação linear destes dois vetores, pois (x,y) = x(1,1) + (x-y)(0,1), tais que x e y são números reais quaisquer. Desta maneira, podemos escrever ℝ² = [(1,1), (1,0)], que significa que o ℝ² é gerado pelos vetores (1,1) e (1,0), ou seja, estamos dizendo que qualquer vetor de ℝ² pode ser escrito como combinação linear de (1,1) e (1,0). Assim, um subespaço vetorial gerado ou subespaço gerado é o subespaço vetorial formado por todas as combinações lineares de um determinado conjunto de vetores. TEMA 3 – BASE Para estudarmos o assunto base, precisamos entender alguns requisitos, como dependência e independência linear. Portanto, vamos considerar conjuntos de vetores e compará-los em termos de combinação linear. Faça as leituras obrigatórias, pois lá se encontram vários exemplos e exercícios resolvidos. Após as leituras, assista ao vídeo sobre conjuntos linearmente independente e linearmente dependente. Agora iremos definir o que é uma base. Uma base B de um espaço vetorial V é um conjunto formado por vetores linearmente independentes e que geram o espaço vetorial V. Através da base, podemos identificar a dimensão do espaço vetorial, que é o número de elementos que a base B contém. Leitura complementarMétodo prático para extrair uma base de um conjunto de geradores de um subespaço de Rn http://www.ime.usp.br/~tausk/texts/MetodoBase.pdf. Acesso em: 19 ago. 2019. No exemplo dos quadrados mágicos Q_3, ou seja, quadrados mágicos de ordem 3, temos que qualquer elemento em Q_3 pode ser escrito como combinação http://moodle.profmat-sbm.org.br/MA33/2012/AL_PROFMAT_cap03.pdf http://moodle.profmat-sbm.org.br/MA33/2012/AL_PROFMAT_cap03.pdf http://www.ime.usp.br/~tausk/texts/MetodoBase.pdf 7 linear dos elementos {[ 2 7 6 9 5 1 4 3 8 ] , [ 4 9 2 3 5 7 8 1 6 ] , [ 8 3 4 1 5 9 6 7 2 ]}, e eles formam um conjunto linearmente independente, ou seja, formam uma base para os quadrados mágicos de ordem 3. Logo, a dimensão de Q_3 é 3. Na leitura a seguir, você pode acompanhar todos os cálculos e também os cálculos para determinar uma base e a dimensão do Q_4. http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/5319. Acesso em: 19 ago. 2019. TEMA 4 – COORDENADAS Agora que conhecemos espaços vetoriais e bases, vamos escrever nossos vetores em termos de coordenadas. Sabemos que uma base de um espaço vetorial V é um conjunto de vetores linearmente independente e que gera V, ou seja, qualquer vetor de V pode ser escrito como combinação linear dos elementos da base. Exemplo (Lay, 2013, p. 40): Em cristalografia, a descrição de um reticulado cristalino é auxiliada pela escolha de uma base {u,v,w} para ℝ³ que corresponda as três arestas adjacentes de uma “unidade celular” do cristal. Um reticulado inteiro é construído empilhando muitas cópias de uma célula. Existem 14 tipos de unidades celulares básicas, três estão ilustradas na figura a seguir: As coordenadas dos átomos no interior do cristal são dadas em relação à base do reticulado. Por exemplo, ( 1 2 , 1 2 , 1) refere-se ao átomo no centro da face superir da figura c. http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/5319 8 TROCANDO IDEIAS Para completarmos nossa aula, responda as seguintes questões: 1. Onde encontramos espaços vetoriais nos conteúdos do Ensino Fundamental e Médio? 2. E podemos encontrar o assunto base? SÍNTESE Nesta aula, pudemos conhecer e identificar espaços vetoriais e seus elementos, subespaços vetoriais e bases. Conseguimos determinar, identificar e calcular combinação linear de vetores e sobre dependência e independência linear. Identificamos e classificamos conjuntos de vetores em bases ou não, em conjuntos geradores ou não. Pudemos relacionar os conceitos de combinação linear, geradores, base e dimensão. 9 REFERÊNCIAS LAY, David. Álgebra Linear e suas aplicações. 4. ed. Tradução de Valéria de Magalhães Iorio. Rio de Janeiro: LTC, 2013. MACHADO, José S. Quadrados mágicos com Aplicações. Disponível em: <http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/5319/1/2013_dis_jsmachado.pdf>. Acesso em: 19 ago. 2019. NOTAS de aula. Disponível em: <http://www.icmc.usp.br/~regilene/SMA304/notas.pdf>. Acesso em: 19 ago. 2019. SILVA, Antônio A. Introdução à Álgebra Linear. Disponível em: <http://www.mat.ufpb.br/jorge/arquivos/disciplinas/listas/LivroIAL>. Acesso em: 19 ago. 2019. TÉCNICO DE PETRÓLEO. Álgebra Linear. Disponível em: <http://www.tecnicodepetroleo.ufpr.br/apostilas/matematica/algebra_linear.pdf>. PRÁTICA de matemática. Disponível em: <http://praticadamatematica.blogspot.com.br/p/o-quadrado-magico.html>. Acesso em: 19 ago. 2019.
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