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TCC 21 02 2022

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FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE IBITINGA – FAIBI
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA
Eliane Ribeiro Da Cruz Pavan
Giovana Benelli Da Silva
 UM OLHAR PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL (0 A 5 ANOS) COM ENFOQUE NA RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO: IMPACTOS DA PANDEMIA DO CORONA VÍRUS NESSA RELAÇÃO?
IBITINGA/SP
2022
Eliane Ribeiro Da Cruz Pavan
Giovana Benelli Da Silva
 UM OLHAR PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL (0 A 5 ANOS) COM ENFOQUE NA RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO: IMPACTOS DA PANDEMIA DO CORONA VÍRUS NESSA RELAÇÃO?
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado como requisito para conclusão do curso de Pedagogia.
Érica Augustini.
IBITINGA/SP
2022
Eliane Ribeiro da Cruz Pavan
Giovana Benelli da Silva
UM OLHAR PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL (0 A 5 ANOS) COM ENFOQUE NA RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO: IMPACTOS DA PANDEMIA DO CORONA VÍRUS NESSA RELAÇÃO?
Monografia de Conclusão de Curso apresentada à Faculdade de filosofia, Ciências e Letras de Ibitinga, como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciado ou Bacharel em Pedagogia.
Aprovado em:......../....../........
BANCA EXAMINADORA 
 _____ _____________ 
Prof.(a) Titulação e Nome do Orientador(a) 
 ___________________ 
Prof.(a) Titulação e Nome do Orientador(a) 
 ___________________ 
Prof.(a) Titulação e Nome do Orientador(a) 
Revisado por:_______________________ 
IBITINGA/SP 
2022
Dedicamos esse trabalho à nossa família e amigos que sempre nos apoiaram e nos deram força para não desistirmos.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente à Deus, pelo dom da vida e pela oportunidade que nos deu de cursar Pedagogia.
A Faibi por ter nos proporcionado um ensino de qualidade nesses quatro anos de curso.
Aos professores que tiveram tanta paciência e compaixão conosco e nos ensinaram com excelência.
Aos nossos colegas de turma por terem perseverado até o final, mesmo com tantos desafios que surgiram pelo caminho.
A nossa família, por ter nos dado forças, incentivo e apoio para que pudéssemos concluir essa etapa da nossa vida.
Em especial, a Professora Mestre Daniela Gonçalves dos Santos Campos, nossa orientadora, por tanto empenho em nos orientar, não nos deixando estagnar e sempre nos fazendo querer uma trabalho melhor.
“Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar”.
Esopo
RESUMO
ABSTRACT
LISTAS
SUMÁRIO
1 RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO: UM INÍCIO DE CONVERSA............................................................................................11
1.1 RELAÇÃO PROFESSOR X ALUNO: O PAPEL DA AFETIVIDADE........11
1.2 RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO: O PAPEL DO ALUNO.....................14
1.3 RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO: O PAPEL DO PROFESSOR...........18
1.4 RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO: QUANDO OS PAPÉIS SE UNEM....20
2 AFETO E NEUROCIÊNCIA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL (0 A 5 ANOS)................23
2.1 CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO E CONVIVÊNCIA AFETIVA COMO PARTE DA FORMAÇÃO INTEGRAL DO ALUNO......................23
2.2 AFETO E NEUROCIÊNCIA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM...................................................................................28
2.3 O ESTUDO DA NEUROCIÊNCIA E SUA IMPORTÂNCIA PARA A EDUCAÇÃO...........................................................................................30
3 REFLEXOS DA PANDEMIA DO CORONAVÍRUS NA RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO/FAMÍLIA............................................................32
3.1 REFLEXOS DA PANDEMIA: PONTO DE VISTA DOS ALUNOS..........34
3.2 
RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO: UM INÍCIO DE CONVERSA	Comment by Giovana Benelli da Silva: Trocamos o “Professor x Aluno, por “Professor/Aluno”, para não dar a entender que está um contra o outro.
O que é ser aluno? O que é ser professor? Como se deu a relação entre essas duas vertentes? Este capítulo responderá a essas questões e revisará a importância da afetividade, combinada ao diálogo, para a construção dessa relação.	Comment by Giovana Benelli da Silva: Mudamos a redação, pois tinha dado a entender que iria ter uma segunda visão.
No decorrer dos subcapítulos será possível entender o papel da afetividade no desenvolvimento humano e a importância dela na relação Professor/Aluno. 
Com as ideias embasadas nos pensamentos de Freire, Wallon, Durkheim entre tantos outros, o trabalho que se segue mostrará a importância de cada papel (professor, aluno, família, afetividade) no desenvolvimento humano, focando-se na fase dos 0 aos 5 anos, onde o aprendizado ocorre de forma mais ampla. 	Comment by Giovana Benelli da Silva: Demos um gancho entre os parágrafos e assuntos.
1.1 RELAÇÃO PROFESSOR X ALUNO: O PAPEL DA AFETIVIDADE
Recorrendo ao dicionário Aurélio (2003, p. 20), afetividade é: “Qualidade ou caráter de ser afetivo”. Afetivo é: “Que tem ou em que há afeto”. Afeto é: “Afeição, amizade, amor”. Podendo-se chegar à conclusão de que afetividade é a qualidade de demonstrar amizade e amor.
Não há educação sem amor. O amor implica luta contra o egoísmo. Quem não é capaz de amar os seres inacabados não pode educar. Não há educação imposta, como não há amor imposto. Quem não ama, não compreende o próximo, não o respeita (FREIRE, 1985, p.28)
Dessa maneira, a prática educativa na escola deve ser dialógica e ter como prioridade as relações de afeto e solidariedade, proporcionando situações que dê prazer ao aluno de construir conhecimentos e de crescer junto com o outro.
Quando há a prática do diálogo entre o professor e o aluno dentro da sala de aula, faz com que os alunos se tornem mais interessados e atentos pelos temas propostos. O professor se torna um mediador e assume um papel mais humanizado. 	Comment by Giovana Benelli da Silva: Colocamos a citação do Paulo Freire sobre isso.
Viver a abertura respeitosa aos outros e, de quando em vez, de acordo com o momento, tomar a própria prática de abertura ao outro como objeto da reflexão crítica deveria fazer parte da aventura docente. A razão ética da abertura, seu funda-mento político, sua referência pedagógica; a boniteza que há nela como viabilidade do diálogo. A experiência da abertura como experiência fundante do ser inacabado que terminou por se saber inacabado. Seria impossível saber-se inacabado e não se abrir ao mundo e aos outros à procura de explicação, de respostas a múltiplas perguntas. O fechamento ao mundo e aos outros se torna transgressão ao impulso natural da incompletude (FREIRE, 1996, p.69)
No tempo dos Sofistas, considerados os primeiros mestres do processo educativo, não havia afetividade na relação professor e aluno, muito pelo contrário, era uma relação fria, como descrevem Tardiff e Gauthier, (2010, p. 58):
Os Sofistas, Sócrates, Platão e muitos outros propuseram novas educações. Os sofistas insistiram na aprendizagem da palavra pública e do discurso retórico capaz de convencer um auditório de cidadãos, também formularam novas regras de formação, introduzindo a ideia de cultura geral e letrada. Foram os primeiros 3 professores a ter como ofício principal o ensino, sendo remunerados. Sócrates, por sua vez, mesmo pertencendo à sofística, distinguiu-se dos grandes sofistas enfatizando a busca da verdade e o discurso racional. Platão propôs uma educação filosófica, isto é, um longo processo de aprendizagem em que o espírito humano se purifica progressivamente do domínio do corpo, do mundo sensível
Na antiguidade a educação era apenas um privilégio das elites e não havia diversidade nas opiniões e concepções. Diferente do que acontece hoje, em que a educação é um privilégio de todos, abrangendo diversas classes sociais, costumes e culturas, gerando assim, conflitos de ideias. (NAVARRO, 2012)
No ensino tradicional o aluno era visto como uma conta vazia e o professor aquele que depositava o conhecimento nessa conta. Freire, em seu livro Pedagogia do Oprimido (1968), utiliza o termo “Educação Bancária” (p.37)
[...]refletindo a sociedade opressora, sendo dimensão da “cultura do silêncio”, a “educação” “bancária” mantém e estimulaa contradição. Dai, então, que nela: a) o educador é o que educa; os educandos, os que são educados; b) o educador é o que sabe; os educandos, os que não sabem; c) o educador é o que pensa; os educandos, os pensados; [...]Não é de estranhar, pois, que nesta visão “bancária” da educação, os homens sejam vistos como seres da adaptação, do ajustamento. Quanto mais se exercitem os educandos no arquivamento dos depósitos que lhes são feitos, tanto menos desenvolverão em si a consciência critica de que resultaria a sua inserção no mundo, como transformadores dele. Como sujeitos (FREIRE, 1968, p. 37)
Para Henri Wallon (1879-1962), que foi um filósofo, médico, psicólogo e político francês, o homem é resultado de influências sociais e fisiológicas e a afetividade é um elemento indispensável para o desenvolvimento humano, estando presente em todos os estágios do processo de ensino e aprendizagem.
Para este pensador, a emoção ocupa o papel de mediadora. O processo de desenvolvimento infantil se realiza nas interações, que objetivam não só a satisfação das necessidades básicas, como também a construção de novas relações sociais, com o predomínio da emoção sobre as demais atividades. As interações emocionais devem se pautar pela qualidade, a fim de ampliar o horizonte da criança e levá-la a transcender sua subjetividade e inserir-se no social. Na concepção walloniana, tanto a emoção quanto a inteligência são importantes no processo de desenvolvimento da criança, de forma que o professor deve aprender a lidar com o estado emotivo da criança para melhor poder estimular seu crescimento individual (Magrit Froehlich Krueger, 2003, p.5)
Embasado pelos conceitos de Wallon, Krueger (2003) diz que a escola torna-se o lugar onde a criança passa a conviver com outras pessoas além as de seu círculo familiar, onde se torna imprescindível que o professor atue como um agente transformador afim de auxiliar a criança a se desenvolver social e cognitivamente, facilitando o seu processo de ensino e aprendizagem.
1.2 RELAÇÃO PROFESSOR X ALUNO: O PAPEL DO ALUNO
Segundo o dicionário Aurélio (1994), aluno é: “Aquele que recebe instrução e/ou educação de mestre(s), em estabelecimento de ensino ou particularmente; estudante”. Complementando essa acepção, encontramos ainda a definição de professor: aquele que ensina uma ciência, arte, técnica; mestre. (AURÉLIO, 1994 p. 559)
Na relação ensinar e aprender sempre há um aprendiz, o aluno. Mas, de onde e desde quando surgiu o conceito de aluno que conhecemos hoje? Qual o papel desse sujeito da aprendizagem dentro da sala de aula? 
Quando pensamos em Educação, lembramos logo de escola. Mas, como surgiu o conceito de escola? Será que o ambiente escolar sempre existiu? E por que a necessidade de frequentar uma escola?
De acordo com Freire (1996), a necessidade de adquirir conhecimento é algo constante em nossa história, por isso, desde o início dos tempos as comunidades primitivas passavam seus ensinamentos da memória informal, através da cultura e das práticas cotidianas.
O conhecimento acontecia de forma espontânea e coletiva, por pessoas pertencentes ao mesmo grupo e contexto social. Houve uma época na Grécia antiga que o ensino tinha o seu foco na formação de homens das classes dirigentes, cujo objetivo era a formação dos futuros governantes.
Já na Idade Média, o conhecimento passou a ser ministrado através dos Mosteiros, eles se tornariam então os responsáveis pela transmissão do saber, assim sendo, a educação se torna elitizada não havendo separação entre adultos e crianças. A cultura e a instrução não tinham muito valor nesta época, os nobres estavam mais preocupados em aumentar seus bens e riquezas. Entendiam que escrever era só para as mulheres. (DURKHEIM, 2002)
A necessidade de ler, escrever e contar surge com o desenvolvimento do comércio, quando a classe burguesa acaba estimulando a criação de uma escola proporcionasse ensinos práticos.
Isso se torna mais evidente a partir da revolução industrial, onde houve a necessidade de mão de obra para se operar as máquinas, uma função que exigia no mínimo uma instrução básica.
Dando continuidade a essa trajetória histórica, Aranha (1989) explica ainda que no Brasil, os Jesuítas através da Companhia de Jesus, uma instituição criada com o intuito de fortalecer a Igreja Católica, chegam com o objetivo de catequizar os índios, porém acabam se dedicando a educação da população de maneira geral. Esse cenário prevaleceu durante muito tempo. De modo que só no século XX, com o surgimento de alguns movimentos a educação passa a ser debatida e os intelectuais brasileiros começam a discutir de uma maneira mais profunda a educação brasileira. 
Surge então, na década de 20, o movimento escolanovista, uma crítica à escola tradicional. Esse movimento defendia principalmente a universalização do ensino no país, priorizava uma nova escola, onde o aluno tivesse mais autonomia, que pudesse expressar o que pensava e ser ouvido e tivesse o seu direito a educação defendido.
No entanto, no Brasil não havia ainda um sistema escolar adequado às necessidades do país. Foi então que surge um movimento chamado Pioneiros da Educação Nova, liderado e assinado por várias personalidades da época entre elas Fernando de Azevedo, Aluízio de Azevedo, Anísio Teixeira, Cecília Meireles e muitos outros. (SAVIANI, 2007) 
Com base nos estudos citados, fica evidente que durante muito tempo, a educação tinha o professor como detentor do saber e o aluno era tratado somente como expectador, não tinha voz. Portanto, não acreditava que o aluno pensava, apenas absorvia os saberes passados pelo professor.
A pedagogia tradicional é marcada por um ensino baseado em verdades impostas, os conteúdos repassados eram basicamente os valores sociais acumulados com o passar dos tempos com o intuito de prepará-los para a vida, e esses conteúdos são determinados pela sociedade e ordenados na legislação independente da experiência do aluno e das realidades sociais, fazendo com que a pedagogia tradicional seja vista como enciclopedista. 	Comment by Giovana Benelli da Silva: Dividimos essa citação, pois estava muito grande. Fizemos o comentário citando Foucault.
Michel Foucault, por meio de uma análise histórica e inovadora viu no exército, nas fábricas, nas prisões, nos asilos e nas escolas da Idade Moderna atitudes de vigilância e adestramento do corpo e da mente do sujeito. Em seu livro “Vigiar e Punir: história da violência nas prisões” (1987), fala sobre o modelo arquitetônico Panóptico, idealizado pelo filósofo Jeremy Bentham (1748-1832). Que seria um posto de guarda no centro e as celas ao redor, sendo que o guarda teria visão de todas as celas estando em um só lugar. E pode-se observar que algumas escolas adotaram esse modelo de estrutura, sendo que quem fica no centro do pátio, tem visão de todas as salas de aula ao redor. 
O ensino independia do aluno, pois este não tinha o poder de contestar e nem de dar a sua opinião, neste caso cabia ao aluno a função da aprendizagem crua e decorativa, e ao professor a função do ensino direto e sem delongas. As grandes realizações da humanidade também tinham uma ênfase muito grande ente a esses conteúdos, sendo este ensino considerado enciclopedista, os conhecimento da humanidade eram todos repassados de uma forma decorativa e repetitiva para que o conhecimento se firmasse na cabeça. Os conteúdos realmente eram bem aplicados aos alunos, a capacidade cognoscitiva deles era muito apurada, pois eles decoravam todo o conteúdo, porém a parte da inteligência em si era muito fraca, o desenvolvimento dos alunos dependia da vontade própria deles (SALETI HARTMAN, 2008)
A partir do desenvolvimento de estudos ligados a psicologia da aprendizagem, alguns educadores, entre eles Maria Montessori, que critica duramente a pedagogia tradicional e os conteúdos que eram impostos aos alunos, esses passam a ser valorizados e seus interesses defendidos, levando em consideração seus conhecimentos antes da vida escolar. 	Comment by Giovana Benelli da Silva: Falamos mais sobre elaNo que diz respeito ao aluno pode-se entender que, em linhas gerais, se pressupõe, a partir desses estudos ele seja concebido como sujeito da aprendizagem, para obter realmente um aprendizado significativo, precisa que exista quem está disposto a ensinar, quem está disposto a aprender, portanto é preciso que o educador leve em consideração as necessidades do aluno e os conhecimentos pré-adquiridos em sua existência.
Para Paulo Freire (2014), não existe ensino sem aprendizagem, segundo ele, educar é um processo dialógico, um intercâmbio constante. Portanto, ao mesmo tempo que se ensina pode também estar aprendendo, para tanto é importante que se conheça a realidade do aluno, seus pensamentos, interesses e experiências e, só através do diálogo e compreensão que se pode então criar caminhos e meios para que a educação possa acontecer verdadeiramente, numa troca diária de conhecimento, para que exista a construção dos saberes. 
No processo pedagógico, esses papeis devem ser assumidos conscientemente. Todos que fazem parte da comunidade escolar, não apenas sujeitos do “ensinar” e do “aprender” e sim seres humanos com histórias e trajetórias únicas, em meio a um território específico. (FREIRE, 2014, p. 94)
Portanto, guiados pela abordagem sociocultural, a relação professor x aluno deve ser uma via de mão dupla, onde não deve haver imposições, o aluno pode também assumir o papel de educador e que seja consciente de que o seu processo de aprendizagem depende dos seus esforços. Aluno como sujeito da aprendizagem. Forma-se então uma aliança entre o professor e o aluno, que é resultante do diálogo, da cooperação e da harmonia, tornando mais eficiente o processo educativo. (MIZUKAMI, 2001)
É necessário que haja uma relação de cumplicidade e respeito em todos os sentidos quando se trata de ensino e aprendizagem, para que assim se obtenha uma educação que realmente faça a diferença na vida do educando, do educador e de toda a sociedade, pois só trabalhando juntos pode se construir uma vida melhor para todos.
1.3 RELAÇÃO PROFESSOR X ALUNO: O PAPEL DO PROFESSOR 
O professor deve ser um facilitador no processo de ensino e aprendizagem dos alunos e deve lembrar que o aluno está em um contínuo processo de formação e que este período de aprendizagem deve ser valorizado. 
Deve-se tornar o conhecimento mais acessível aos alunos. De acordo com a maneira como o professor se relaciona com seus alunos, fica claro como ele se porta em relação à sociedade. Esse comportamento do professor é o ponto chave para a aprendizagem dos alunos, pois o papel do professor reflete os paradigmas da sociedade (ABREU & MASETTO, 1990, p.115).
De acordo com Freire (1996, p. 96):
O bom professor é o que consegue, enquanto fala trazer o aluno até a intimidade do movimento do seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma cantiga de ninar. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas imaginações, suas dúvidas, suas incertezas
Diante do exposto por Freire (1996), o bom professor é aquele que cativa o pensamento do aluno, que faz o aluno cansar, mas não de tédio e sim de acompanhar a linha de pensamento do professor. É aquele que acolhe as dúvidas, mas incentiva o aluno a chegar na resposta ao invés de dar ela pronta.
Vale ressaltar que o professor tem que estar sempre atualizado profissionalmente, pois assim estará pronto para o seu aluno que pode estar inserido em um amplo universo cultural.
Sendo assim, Freire (2014, p. 96) ainda afirma que:
O professor autoritário, o professor licencioso, o professor competente, sério, o professor incompetente, irresponsável, o professor amoroso da vida e das gentes, o professor mal-amado, sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio, burocrático, racionalista, nenhum deles passa pelos alunos sem deixar sua marca. 
O que Freire (1996) quis dizer com essas palavras é que, não importa qual seja a atitude do professor dentro da sala de aula, ele sempre deixará uma marca nos seus alunos. E um bom professor quer sempre deixar uma marca positiva, então se faz necessário que haja afetividade, confiança e respeito na sua relação com seus alunos.
Uma das tarefas do educador é ser formador de opinião. A relação professor x aluno no processo de ensino e aprendizagem fica sujeita ao ambiente criado pelo professor, da sua atitude com seus alunos e de como ele busca construir uma ponte entre o seu conhecimento e o conhecimento dos seus alunos.
1.4 RELAÇÃO PROFESSOR X ALUNO: QUANDO OS PAPEIS SE UNEM
Em todo o processo de ensino e aprendizagem, a relação professor aluno é uma via de mão dupla, o professor influencia o aluno e o aluno também influencia o professor. 
De acordo com as abordagens de Paulo Freire (2005), o diálogo é um importante fator para o sucesso no processo de ensino e aprendizagem. O autor acrescenta:
[...], o diálogo é uma exigência existencial. E, se ele é o encontro em que se solidarizam o refletir e o agir de seus sujeitos endereçados ao mundo a ser transformado e humanizado, não pode reduzir-se a um ato de depositar idéias de um sujeito no outro, nem tampouco tornar-se simples troca de idéias a serem consumidas pelos permutantes. (FREIRE, 2005, p. 91).
Através do diálogo a capacidade psicológica de ambas as partes é desenvolvida e resulta na possibilidade de criar situações de aprendizagem mais eficazes, o que acaba facilitando o processo educativo. Outro fator importante é que cria uma relação de confiança entre o professor e o aluno. 
Quando as relações se conversam, fica mais fácil a integração dos conteúdos e da aprendizagem e o aluno, consequentemente, avança no seu processo de aprender. Atualmente a Neurociência ajuda a compreender melhor essas relações. 
Neurociência pode ser definida aqui como a ciência que estuda o sistema nervoso e as ligações dele com toda a fisiologia do corpo humano. (OLÍVIA BALDISSERA, 2021)
Não há como pensar sobre aprendizagem, memória, emoções e não falar sobre a amígdala cerebral. O que é? Como acessá-la?
De acordo com (M. Torras, I. Portell, I. Morgado, 1999),
A amígdala é uma estrutura localizada no lobo temporal dos mamíferos, formada por diferentes núcleos e tradicionalmente relacionada com o sistema emocional do cérebro [...] parte de um sistema modulador da memória [...] a relação da amígdala com as emoções centrou se no estudo do condicionamento do medo, através do qual um estímulo emocionalmente neutro reproduzir reacções emocionais pela sua associação temporal com estímulo adverso. constatou-se que a medida é necessária para aprendizagem e ar e, portanto, está envolvida na aprendizagem emocional
Para que essa relação seja completa e desempenhe o papel esperado, é preciso que se tenha, segundo Mario Sergio Cortella (2014), amorosidade competente. É o vínculo afetivo com as pessoas, o respeito, o cuidado. É preciso desenvolver a capacidade perícia de demonstrar o afeto para que não se torne apenas boa intenção. O professor amoroso, além da afetividade, precisa ter efetividade nas suas práticas docentes.
Portanto, quando os papeis se unem dentro da sala de aula, surge uma diversidade de possibilidades que geram experiencias e vivencias, causando, mesmo que inesperadamente, impactos um na vida do outro.	Comment by Giovana Benelli da Silva: No geral, escrevemos um pouco mais, colocamos as fontes que estavam faltando, arrumamos a formatação, colocamos os elementos pré-textuais, e demos o pontapé inicial no último capítulo, definindo tema, introdução e tema dos subtítulos.
AFETO E NEUROCIÊNCIA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM na educação infantil (0 A 5 ANOS)
Pensando-se nessa fase da educação, do 0 aos 5 anos de idade, pode – se observar algumas particularidades. 
A maior parte do tempo as crianças praticam atividades lúdicas para desenvolverem a coordenação motora fina, grossa, noção de espaço, o aprender a dividir, a conviver com os colegas, a seguir regras, equilíbrio, aprendizagem global. Outro fator notório é que as crianças têm a hora do sono, pois nessa fase, tudo que elas aprendemacordadas, assimilam quando dormem. 
2.1 CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO E CONVIVÊNCIA AFETIVA COMO PARTE DA FORMAÇÃO INTEGRAL DO ALUNO
É na educação infantil, ou seja, do 0 aos 5 anos, que as crianças estão mais sujeitas a aprendizagem. Essa etapa, portanto, exige um olhar mais atento dos educadores já que essas crianças saem do seu convívio familiar para o convívio escolar.
Entre os 0 aos 6 anos, a criança passa por 3 fases do desenvolvimento, sendo elas:
· 0 aos 2 anos: Depende totalmente do adulto; se comunica pelo choro; o contato físico é muito importante para o seu desenvolvimento; gostam de objetos com cores e sons; imitam sons de fala; não compartilha brinquedo; 
· 2 aos 4 anos: expressa sua vontade (apontando e falando); é muito curiosa; explora espaços e objetos; precisa aprender limites e a ouvir “não”; o cérebro nessa fase está completando a sua formação; desfralde;
· 4 aos 6 anos: é ativa; vive no mundo da imaginação; quer saber o “por que” das coisas; tem um melhor convívio social; 
A criança deve se sentir compreendida, segura e amada; os pais não devem fazer tudo o que ela quer, mas mostrar interesse nas coisas que ela faz. A criança precisa se sentir importante – esse sentimento ela vai levar até o fim da vida (LUCIA WILLIAMS, 2008)
Nesse caso, o afeto é muito importante, já que se trata de crianças bem pequenas. Logo, a incumbência do professor não é só ministrar aulas, mas ajudar os alunos a compreender e interpretar o mundo.
Também, é necessário identificar as características humanas presentes na vida desses alunos e na comunidade a qual eles pertencem, respeitando a opinião dos pais, alunos e professores. É se apoiando mutuamente que se cria confiança, e, consequentemente, se aprimora a aprendizagem. 
A vida escolar é feita de inúmeros desafios para as crianças e os jovens, que podem e devem ser superados com a ajuda dos educadores. De forma harmônica e afetuosa os educadores podem ajudar os educandos na convivência e nas suas experiencias com o próximo. 
A instituição escolar deve, no entanto, estar preparada para receber esses alunos, fazer com que eles se sintam acolhidos, proporcionando-lhes um tratamento diferenciado a partir do momento de sua chegada na escola.
Em se tratando de educação infantil, tal tratamento torna-se ainda mais necessário, pois é uma etapa de adaptação. É quando as crianças têm o seu primeiro contato com o ambiente escolar sendo de suma importância o acompanhamento das famílias e a participação da comunidade escolar para que esse processo ocorra de maneira positiva e produtiva. 
O bom desempenho escolar é consequência do tratamento que o aluno recebe do meio no qual faz parte, por isso esse aluno precisa se sentir acolhido e seguro para desenvolver a sua aprendizagem e aprender a conviver com os colegas de maneira amigável e harmoniosa. Dessa maneira o aluno estará apto para um bom convívio social e uma aprendizagem significativa. 
É o modo de agir do professor em sala de aula, mais do que suas características de personalidade que colabora para uma adequada aprendizagem dos alunos, fundamentada numa determinada concepção do papel do professor, que por sua vez reflete valores e paradigmas da sociedade. (ABREU & MASETTO, 1990, p. 115 apud NUNES, 2017, p. 12).
A afetividade é muito importante e faz parte da vida dos seres humanos, desde o momento da concepção de uma criança é essencial que ele se sinta amada para que se desenvolva bem. O amor e o afeto na vida de uma criança contribui para que ela cresça feliz e mais propensa a aprender e desenvolver o seu potencial. Assim como escola, a família é muito importante no desenvolvimento de uma criança, pois os pais são os primeiros educadores de seus filhos. De modo que a escola e família devem caminhar de mãos dadas para ocorrer o bom desenvolvimento intelectual e social do indivíduo. 
Quando o aluno se sente amado, provavelmente se sentirá mais seguro para tomar as suas decisões, não tem medo de arriscar, pois sabe que é acolhido com carinho e afeto pelo seu educador e pela sua família. 
O professor que trata seu aluno com respeito, afeto e carinho torna-se referência na vida desse aluno e isso influencia de maneira positiva em seu aprendizado, pois ele quer ser como seu mestre já que o professor é o espelho do aluno. Freire (1996), consolida essa afirmação dizendo:
Somente quem escuta paciente e criticamente o outro, fala com ele, mesmo que, em certas condições, precise falar à ele. O que jamais faz quem aprende a escutar para poder falar com é falar impositivamente (FREIRE, 2014, p. 111).
Uma família estabilizada, ou seja, que proporcione segurança, alimento, estudo, espaço para diálogo e bem estruturada afetivamente proporciona a uma criança um desenvolvimento mais significativo em relação à aprendizagem e no convívio social.
A escola, no entanto, precisa estar preparada para equilibrar o afetivo com o cognitivo, a fim de assegurar que esse desenvolvimento ocorra da maneira mais apropriada, pois hoje em dia as crianças ficam o maior tempo de suas vidas em uma instituição escolar. A escola deve então ser um lugar acolhedor sem preconceitos e preferências, um lugar de participação, respeito e união, onde as pessoas que fazem parte da instituição trabalhem de forma harmoniosa, demostrando amor e união para que assim os alunos possam aprender, não somente com matérias e disciplinas, mas com exemplos reais. 
Um professor afetuoso procura conhecer o seu aluno, se preocupa com ele, buscando sempre entendê-lo, saber quais são as suas necessidades, tanto intelectual como emocional. Procura também conhecer o seu ambiente familiar e a sua vida social para assim, ajudá-lo de forma que esse aluno se desenvolva integralmente e possa então se tornar um cidadão consciente, honesto e integro. 
Quando se trata de formar integralmente os alunos, entende-se que não é uma tarefa fácil. Para que isto efetivamente ocorra, é imprescindível a conscientização dos professores, para que possam planejar variadas estratégias a fim de facilitar a aprendizagem de seus alunos. O educador deve então, estar aberto a passar por novas experiências, compreendendo o mundo e a realidade na qual seus alunos estão inseridos, mantendo uma relação baseada na valorização dos sentimentos dos seus alunos, nos seus problemas e necessidades, para que no fim desse processo os mesmos sintam-se realizados (FREIRE,1996 apud NUNES, 2017, p. 11)
Para uma criança desenvolver a sua capacidade mental e definir a sua personalidade é necessário que haja uma relação harmoniosa e afetiva, que influenciará positivamente a sua vida adulta. (Citação).
A família e escola precisam de uma interação total, como se fosse uma rua de mão dupla, é preciso também que haja comunicação para a construção do saber na aprendizagem do aluno. Essa ajuda mútua é de extrema importância, pois só assim o aluno irá aprender verdadeiramente. 
Sendo assim, o papel do professor é o de facilitar a vida do aluno, ajudá-lo a compreender os conteúdos e a superar os seus desafios, proporcionando as condições necessárias para que ele vença os seus conflitos e supere as suas dificuldades. 
O professor que consegue cativar o seu aluno, irá possibilitar um melhor entendimento e será uma boa influência, despertando no educando o desejo de aprender, pois se sentirá acolhido, como é em sua família. Nesse caso, a escola precisa ser uma extensão da casa do aluno. Afirmando esse pensamento, Santos e Silva (2002) elucidam:
Alguns professores sentem que seu relacionamento com os alunos determina o clima emocional da sala de aula. Esse clima poderá ser positivo, de apoio ao aluno, quando o relacionamento é afetuoso, cordial. Neste caso, o aluno sente segurança, não teme a crítica e a censura do professor. Seu nível de ansiedade mantem-se baixo e ele pode trabalhar descontraído, criar, render mais intelectualmente. Porém, se o aluno teme constantemente a crítica e a censura do professor, se o relacionamento entre eles é permeado de hostilidade e contraste, a atmosfera da sala de aula é negativa. Neste caso,há o aumento da ansiedade do aluno, com repercussões físicas, diminuindo sua capacidade de percepção, raciocínio e criatividade (SANTOS & SILVA, 2002, p. 12 apud CALDEIRA, 2013, p. 5)
Portanto, o fator afetivo é de grande importância, tanto na vida da criança, quanto na vida do professor. Quando a relação professor X aluno é de afetividade e harmonia, consequentemente, há respeito, tornando-se então uma relação construtiva que resulta numa convivência agradável trazendo benefícios para ambas as partes. 
É essencial que se valorize os saberes que a criança traz e respeitar sua identidade, facilitando a sua adaptação escolar. O acolhimento também é um aspecto a ser considerado, pois a criança está sendo integrada a um novo grupo, uma nova experiência em que há a necessidade de ser aceita e tendo a sua individualidade respeitada essa interação se torna bem mais fácil e rápida, facilitando o seu aprendizado e, consequentemente, a vida do professor e da família. 
Cabe ao professor descobrir quais as estratégias necessárias para ajudar o seu aluno a desenvolver o seu potencial, fazendo com que ele participe ativamente do processo escolar desenvolvendo um aprendizado significativo, tornando-se sujeito de sua aprendizagem, não apenas um mero receptor de informações. 
2.2 AFETO E NEUROCIÊNCIA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
 
Para Henri, WALLON (1954, p. 288), educador e médico francês: 
A afetividade é um domínio funcional, cujo desenvolvimento dependente da ação de dois fatores: o orgânico e o social. Entre esses dois fatores existe uma relação recíproca que impede qualquer tipo de determinação no desenvolvimento humano, tanto que a constituição biológica da criança ao nascer não será a lei única do seu futuro destino. Os seus efeitos podem ser amplamente transformados pelas circunstâncias sociais da sua existência onde a escolha individual não está ausente. Seguindo esse pensamento, esse capítulo mostrará como o afeto somado às estratégias de aprendizagem e às contribuições da Neurociência, potencializa o processo de aprendizagem do aluno
Pensando-se na Educação Infantil, logo que a criança chega no ambiente escolar, nota-se a importância da afetividade para que ela se sinta segura naquele novo espaço.
Para Relvas (2011, p. 130 apud SILVA, 2017, p. 19): “O ambiente ao qual estamos expostos influencia o processo de aprendizagem, interferindo nos fatores psicológicos e emocionais e induzindo comportamentos que podem ser mais ou menos a aprendizagem”.
A Educação Infantil é o pontapé inicial da criança na vida escolar. É nessa fase que a criança começa a ter relações socioafetivas fora do seu círculo familiar e cabe a escola fornecer os meios necessários para que a mesma se sinta segura.
Para Wallon (1954, p. 42 apud SILVA, 2017, p. 20): “A afetividade seria a primeira forma de interação, com o meio ambiente e a motivação primeira do movimento [...]. As emoções são, também, a base do desenvolvimento do terceiro campo funcional, as inteligências”.
Vale ressaltar que quando se fala em afeto ou afetividade, tanto na Educação Infantil como em qualquer outro nível de ensino, não está se referindo meramente a beijos e abraços. A relação afetiva vai muito além disso. É necessário que o professor entenda de fato as necessidades dos seus pequenos alunos, através do diálogo, do envolvimento com a criança e da sensibilidade a seus sentimentos. Uma troca de fralda, um olhar compreensivo, a ajuda com o desfralde, o respeito com as limitações, a ajuda com a relação com os colegas, enfim, em todas essas situações a criança se sente acolhida e mais apta para aprender e se desenvolver.
Segundo SALTINI (2008, p. 100 apud SILVA, 2017, p. 22):
A interrelação da professora com o grupo de alunos e com cada um em particular é constante, se dá o tempo todo, seja na sala ou no pátio, e é em função dessa proximidade afetiva que se dá a interrelação com os objetos e a construção de um conhecimento altamente envolvente. Essa interrelação é o fio condutor, o suporte afetivo do conhecimento
O educador precisa sempre instigar a criança a aprender, a buscar, pesquisar, procurar, em vez de impor os conteúdos aos seus alunos. E para que ele consiga fazer isso, antes de tudo ele tem que ser curioso e pesquisador também. De acordo com Fátima Alves (2016):
Para que haja um crescimento e aquisição de conhecimento por meio do corpo, tem que haver uma cumplicidade entre o educador e o aluno, e esse corpo será o instrumento nas atividades lúdicas, estimulando a participação muitas vezes desafiadora, mas agradável. Não podemos desprezar a natureza da criança que é gostar de brincar, e essa brincadeira pode se tornar transmissão de conhecimento do professor e o aluno receptor das experiências lúdicas que são capazes de deslocar o eixo da aprendizagem. O interesse e a aceitação por uma diretriz mais prazerosa acabam sendo muito gratificantes. O professor ensina e a criança aprende da melhor forma possível (ALVES, 2016, p. 39 apud SILVA, 2017, p. 22 e 23)
A influência de bons professores na vida de seus alunos, é uma coisa que nem mesmo o tempo é capaz de apagar. 
2.3 O ESTUDO DA NEUROCIÊNCIA E A SUA IMPORTÂNCIA PARA A EDUCAÇÃO
De acordo com o Dicionário Online de Língua Portuguesa (2007), o termo Neurociência significa:
Ciência que estuda o sistema nervoso, a organização cerebral, a anatomia e a fisiologia do cérebro, além de sua relação com as áreas do conhecimento (aprendizagem, cognição ou comportamento). Reunião dos saberes e conhecimentos que se relacionam com o sistema nervoso.
Mas o que a Neurociência tem a ver com o Educação? Tudo. Para entender melhor essa relação, é necessário conhecer o que esse estudo engloba.
Foi a partir de 1950 que a Neurociência parou de ser considerada uma incógnita. Ela surgiu no século XIX quando descobriram o neurônio como parte fundamental do cérebro. Ao contrário do que Descartes (1596-1650) acreditava, provou-se uma interação entre a mente e o cérebro e não uma rivalidade.
A relação Professor x Aluno está em um constante ensinar e aprender. E para que esse fenômeno aconteça, é necessária a relação entre mente (estruturas psicológicas), cérebro (estruturas físicas) e consciência (estruturas cognitivas).
As neurociências cognitivas fornecem aos profissionais de saúde e educação bases consistentes sobre o funcionamento do cérebro e suas possíveis aplicações no processo de ensino-aprendizagem. De uma forma geral, conhecer o cérebro e o seu funcionamento, pode permitir agregar à atuação clínica e pedagógica, conhecimentos sobre a maturação neurológica e o desenvolvimento de funções superiores, fornecendo melhores condições para oferecer estímulos coerentes e adequados a cada faixa etária (PANTANO & ZORZI, 2009, p. 11)
É através da cognição que o ser humano adquire conhecimentos. É muito comum em instituições de Educação Infantil ver crianças brincando, pintando, desenhando, modelando, pois nessa etapa elas aprendem fazendo.
O cérebro humano aprende desde a sua formação no ventre e continua aprendendo ao longo da vida. Lembrando que os neurônios são fundamentais ao cérebro, existe uma célula, Glia, que se responsabiliza pela comunicação e aprendizado dos neurônios. Todos os dias nascem novos neurônios, o que aumenta as chances de aprendizado.
A educação fica com o importante papel de modelar, através da didática, da informação e da formação, o constante e intenso fluxo de informações que os sentidos (visão, audição, tato, paladar e olfato) trazem ao corpo.
É importante e imprescindível que se respeite o tempo de cada criança, não pulando etapas, pois isso pode fazer com que o desenvolvimento dela desande. 
Nas crianças, o córtex pré-frontal ainda é imaturo. O que não significa que a criança não é capaz de ter autocontrole, seja atenciosa, entre outras habilidades que o córtex proporciona.
Assim como outras espécies, o ser humano se comunica. Logo, as crianças se comunicam. E tem-se dois tipos principais de comunicação, a linguagem oral e a linguagem escrita e ambas são usadas para expressar pensamentos.
Oque significa “ler”? Esta é uma pergunta que nós educadores devemos sempre nos fazer. Ler intenções, desejos. Ler símbolos e signos. Ler palavras e textos. Ler por ler, ler para saber, ler para ser. Ler para desenvolver maiores e melhores rotas cerebrais, ler para fortalecer sinapses. (PANTANO & ZORZI, 2009, p. 178).
O professor, deve conhecer seus alunos de forma individual. Saber o que eles sabem, suas limitações, proporcionando um ambiente onde todos possam aprender e se desenvolver, cada um no seu tempo e deve deixar claro que o erro da criança é o início de um novo aprendizado e não sinal de fracasso.
O processo de aprender envolve muitos aspectos, entre eles atenção, memória e linguagem. O cérebro recebe a informação, codifica, armazena e recupera os dados armazenados. 
São dois universos, que se interrelacionam intimamente e constantemente no qual o objeto de aprendizagem pode ser visto como consequência de um processo dialético. Quem aprende, o que aprende, por que aprende e como aprende se relacionam de um modo particular com quem ensina, o que ensina, como ensina, por que e pra que ensina. Uma relação que se mostra tão peculiar e rica que poderíamos chamá-la de maternagem educativa. É uma relação de troca, onde não se perde a identidade dos pólos, mas se soma e interage principalmente se relevar o ambiente cultural, emocional, e institucional no qual se vive. (PANTANO & ZORZI, 2009, p. 180)
REFLEXOS DA PANDEMIA DO CORONAVÍRUS NA RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO/FAMÍLIA
Antes de tudo, é necessário entender o que é uma pandemia. Na medicina são usados três principais termos para se referir ao alastramento e as características de uma determinada doença. 
 “Endemia”, é quando uma doença pode ser contagiosa ou não em determinadas regiões. Nesse caso não é considerado o número de pessoas doentes e sim a sua frequência em certos locais onde aparecem de tempos em tempos, exemplo a febre amarela uma doença endêmica da região norte do Brasil cujo os casos tem um aumento considerável no verão.
 “Epidemia”, é quando uma doença atinge uma grande área geográfica em um mesmo território. Por exemplo, vários bairros da cidade que não são vizinhos, isso é considerado uma Epidemia Municipal, esse fato pode se estender também para as esferas estadual e federal. A violência urbana e os transtornos mentais por exemplo podem ser considerados epidêmicos.
O terceiro termo é “Pandemia”, utilizado quando a doença ultrapassa os limites do município/estado/país. Por exemplo, a dengue se alastrou pela região da cidade “y”.
Portanto, em se tratando do Covid-19 a Pandemia foi de nível mundial afetou todo o planeta. Todos foram afetados de algum jeito com as consequências dessa doença. Por ter sido um isolamento social forçado provocou outras doenças na população, como depressão, ansiedade, doenças psiquiatras, aumento no número de suicídios entre outras, além disso agravou a crise financeira gerando a falência de empresas e causando desemprego.
Durante os dois últimos anos o mundo passou por muitas mudanças, principalmente nas áreas da saúde e da educação. Antes desse período, pensava-se em educação dentro de uma sala de aula, porém com todas as mudanças que ocorreram (distanciamento social, uso de máscara e álcool em gel), a “escola” passou a ser dentro das paredes das casas.
Os professores passaram a gravar vídeos com os assuntos das aulas, por vezes usavam programas para fazer vídeo chamadas com os alunos. Chegavam a trabalhar tirando as dúvidas dos pais e alunos até altas horas da noite e até no final de semana. Houve a necessidade da família se envolver mais nas atividades dos seus filhos, mas nem todos tinham ferramentas para ajudar as crianças.
Os alunos precisaram dividir o celular e o computador com os pais para poder acompanhar o grupo da sala e as aulas com os professores e para aqueles que não tinham condições, os professores disponibilizavam atividades impressas para retirada na escola. Contudo, tais alunos se sentiam inferiorizados em relação àqueles que tinham celular em casa.
A posição da família nessa situação se tornou muito complicada. Além de ter que lidar com a doença, perdendo amigos e familiares, tiveram que auxiliar os filhos em suas tarefas, mesmo sem ter domínio do assunto. 
As escolas da fase dos 0 aos 5 anos tinham os grupos das salas, onde os professores pediam para a família realizar as atividades com as crianças e mandarem foto para comprovação que a criança realizou. Todavia, a maior parte das famílias não tinham tempo e nem paciência para comprometer-se com elas.
3.1 REFLEXOS DA PANDEMIA: PONTO DE VISTA DOS ALUNOS
Já imaginou estar estudando normalmente no dia 25 de Fevereiro de 2020 e no dia seguinte todos os jornais começarem a noticiar que um vírus mortal havia chegado ao Brasil? 
Já imaginou ser uma criança prestes a completar 4 anos, que está ansiosa com a escola nova e de repente tudo parar? O que passou pela cabeça delas? Foram afetadas de forma cognitiva? 
Houve diferença dos reflexos da pandemia em uma criança que estava indo para escola pela primeira vez em comparação a uma que já ia para creche desde pequena?
Como foram desenvolvidas as atividades para que seu desenvolvimento não fosse prejudicado?
E os que não tiveram ajuda? Como a escola lidará com esse fator?
3.2 REFLEXOS DA PANDEMIA: PONTO DE VISTA DA FAMÍLIA (COM CONDIÇÕES E SEM CONDIÇÕES)
É bem comum ver nos cursos de Pedagogia que a família nem sempre é presente na vida escolar da criança, que depositam todas as suas obrigações em cima do professor e da escola.
Mas, no contexto pandêmico que o mundo se viu a partir do dia 26 de fevereiro de 2020, essa realidade mudou.
As famílias passaram a ser 
3.3 REFLEXOS DA PANDEMIA: PONTO DE VISTA DOS PROFESSORES/ESCOLA
Não é de hoje que se pensa em reformar o modelo escolar (as bases institucionais da escola) que vigora há mais de cem anos. E a pandemia fez com que essa reforma se tornasse inevitável.
O ano de 2020 começou normal, como todos os outros anos. O que ninguém esperava é que em menos de três meses o Mundo passaria por uma reviravolta, enfrentaria a Pandemia da COVID-19. Em primeira instância tudo parou. Apenas serviços essenciais funcionando, o medo de sair de casa e se contaminar tomou conta da população.
Os diretores de ensino, gestores e professores se viram perdidos. Agora teriam que ter o celular adequado para suportar programas de vídeos, memória boa para suportar as fotos das atividades enviadas pelos alunos, resultando que muitos tiveram que comprar um aparelho novo para dar conta do recado.
Nunca, em nenhum curso de pedagogia foi ensinado sobre como trabalhar em um caso desse, pois nunca se imaginou passar por uma pandemia como essa. O que antes era visto com receio e aversão se tornou essencial, a tecnologia.
Houve a “Busca Ativa”, onde o professor ia até a casa do aluno que não estava participando do grupo e nem enviando as atividades para entregar todas as atividades atrasadas de forma impressa. Caso o aluno não cumprisse o prazo estabelecido, o Conselho Tutelar era acionado e eles tomavam as providências cabíveis.
Os professores podiam usar a escola para gravarem e enviarem suas aulas, mas nem sempre foi possível, por conta da internet que não suportava. Surgindo mais um avanço: disponibilizaram mais megas de internet para as escolas, já que em um ensino híbrido os docentes teriam que estar com uma porcentagem dos alunos presencial e a outra porcentagem em casa acompanhando as atividades pelo grupo da sala.
Os grupos funcionavam 24 horas por dia, todos os dias. O professor não conseguia organizar um tempo para suas coisas pessoais, estava sempre pensando em seus alunos. O que desencadeou depressão, síndrome do pânico, crise de ansiedade e outras doenças relacionadas em grande parte do corpo docente.
Enfim se teve um sopro de vida, as vacinas. Com todos os contratempos, cem por cento desse público alvo foi vacinado e estavam aptos para retornar ao trabalho presencial.
No retorno, vários professores e alunos se contaminaram, todavia não se agravaram nagrande parte dos casos. Mas o medo de transmitir ou se contaminar tomou conta de alguns e fez com que adoecessem e se afastassem.
Tudo é novo, para os alunos e para a escola. A máscara e o álcool se tornaram tão essências quanto o caderno e o lápis. Com paciência, empatia, perseverança e fé o mundo vencerá essa pandemia e aprenderá a viver nesse “novo normal” que tirou a população da sua zona de conforto há quase três anos e mostrou o valor do professor para aqueles que também passaram a ser cobrados, os familiares.
REFERENCIAS
Referências
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