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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO CIVIL
Atos Ilícitos e Responsabilidade Civil 
Livro Eletrônico
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Atos Ilícitos e Responsabilidade Civil
DIREITO CIVIL
Dicler Ferreira
Sumário
Responsabilidade Civil ................................................................................................................... 3
1. Conceito de Ato Ilícito e de Responsabilidade Civil ............................................................. 3
2. Excludentes de Ilicitude ............................................................................................................ 8
3. Organograma da Responsabilidade Civil ..............................................................................12
3.1. Classificações da Responsabilidade Civil ..........................................................................12
3.2. A Responsabilidade no Código Civil ....................................................................................16
4. Indenização ................................................................................................................................28
Resumo ............................................................................................................................................ 32
Questões Comentadas em Aula ................................................................................................. 36
Questões de Concursos ............................................................................................................... 39
Gabarito ...........................................................................................................................................64
Gabarito Comentado .................................................................................................................... 65
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Atos Ilícitos e Responsabilidade Civil
DIREITO CIVIL
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RESPONSABILIDADE CIVIL
1. ConCeito de Ato ilíCito e de ResponsAbilidAde Civil
A responsabilidade civil corresponde a aplicação de medidas que obriguem alguém a repa-
rar dano moral ou patrimonial causado a terceiros em razão de ato ilícito do próprio imputado, 
de pessoa por quem ele responde, ou de fato de coisa ou animal sob sua guarda, ou, ainda, de 
simples imposição legal.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
A prática de um ato ilícito pode se dar através da violação de um direito (art. 186 do CC) 
ou através de um abuso de direito (art. 187 do CC). Nas duas hipóteses é necessário que o ato 
praticado provoque um dano a outrem, seja ele patrimonial ou extrapatrimonial (moral).
Art. 186 do CC – Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar 
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187 do CC – Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifes-
tamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Dessa forma, podemos listar três requisitos para haver a responsabilidade civil:
1) Conduta: vem a ser o ato humano, comissivo ou omissivo, ilícito ou lícito, voluntário e objetiva-
mente imputável, do próprio agente ou de terceiro, ou o fato de animal ou coisa inanimada, que cause 
dano a outrem, gerando o dever de satisfazer os direitos do lesado. A conduta é composta da parte 
objetiva (ação ou omissão) e da parte subjetiva (dolo ou culpa), entretanto, nem sempre a parte sub-
jetiva (dolo ou culpa) será necessária, como ocorre nos casos de responsabilidade objetiva.
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2) Ocorrência de Dano: não haverá dever de reparação quando inexistir prejuízo. As classi-
ficações mais importantes de dano são:
a) Quanto à extensão do dano: o prejuízo compreende o dano emergente (efetiva diminui-
ção do patrimônio da vítima) e o lucro cessante (quantia que a vítima deixou de ganhar).
b) Quanto à natureza do bem violado: o dano, de acordo com o art. 5º, V da CF, pode ser 
material quando se tratar de prejuízo causado a bem patrimonial, moral, quando recair sobre 
bens extrapatrimoniais, e à imagem, quando compromete a aparência da pessoa lesada. O art. 
5º, V, da CF menciona essas três espécies de dano em um mesmo dispositivo.
Art. 5º, V da CF – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização 
por dano material, moral ou à imagem;
Além disso, sobre o dano, podemos reproduzir as seguintes súmulas do STJ:
JURISPRUDÊNCIA
STJ 37 – São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do 
mesmo fato.
STJ 387 – É possível a acumulação das indenizações de dano estético e moral.
STJ 642 – O direito à indenização por danos morais transmite-se com o falecimento do 
titular, possuindo os herdeiros da vítima legitimidade ativa para ajuizar ou prosseguir a 
ação indenizatória.
001. (VUNESP/CÂMARA MUNICIPAL DE PINDORAMA-SP/PROCURADOR/2020) Uma se-
nhora foi agredida durante uma discussão e ficou com graves sequelas motoras. Sobre seu 
possível pedido judicial para uma reparação, é correto afirmar que ela
a) pode pleitear somente a reparação pelo dano material que teve nas despesas com cuida-
dos médicos.
b) pode pleitear somente a reparação pelo dano estético que sofreu.
c) não pode pleitear a reparação pelo dano estético que sofreu.
d) pode cumular os pedidos de reparação pelo dano estético e pelo dano moral.
e) não pode pleitear a reparação pelos danos morais que sofreu.
A questão aborda o conhecimento sobre a Súmula 387 do STJ.
Letra d.
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DIREITO CIVIL
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É importante ilustrar que, além das três espécies de danos já mencionadas, uma quarta 
espécie vem sendo citada na jurisprudência. Trata-se do dano social. Vejamos:
JURISPRUDÊNCIA
Dano social não se confunde com dano material, moral ou estético
O dano social é uma nova espécie de dano reparável, que não se confunde com os danos 
materiais, morais e estéticos, e que decorre de comportamentos socialmente reprová-
veis, que diminuem o nível social de tranquilidade.
Em uma ação individual, o juiz condenou o réu ao pagamento de danos morais e, de ofício, 
determinou que pagasse também danos sociais em favor de uma instituição de caridade.
O STJ entendeu que essa decisão é nula, por ser “extra petita”.
Para que haja condenação por dano social, é indispensável que haja pedido expresso. Vale 
ressaltar, no entanto, que, no caso concreto, mesmo que houvesse pedido de condenação em 
danos sociais na demanda em exame, o pleito não poderia ter sido julgado procedente, pois 
esbarraria na ausência de legitimidade para postulá-lo. Isso porque, na visão do STJ, a conde-
nação por danos sociais somente pode ocorrer em demandas coletivas e, portanto, apenas 
os legitimados para a propositura de ações coletivaspoderiam pleitear danos sociais.
Em suma, não é possível discutir danos sociais em ação individual.
STJ. 2ª Seção. Rcl 12.062-GO, Rel. Ministro Raul Araújo, j. em 12/11/2014 (recurso repe-
titivo) (Info 552).
O que é o dano moral in re ipsa (presumido)?
A regra geral na indenização de danos em nosso ordenamento jurídico prevê que quem aju-
íza a ação solicitando indenização ou reparação, deve provar o prejuízo que sofreu. Entretanto, 
em algumas situações, o dano moral pode ser presumido, ou “in re ipsa”. Nessas situações, 
basta que o autor prove a prática do ato ilícito, que o dano está configurado, não sendo neces-
sário comprovar a violação dos direitos da personalidade, que seria uma lesão à sua imagem, 
honra subjetiva ou privacidade.
Exemplos de dano moral in re ipsa:
• inscrição indevida de alguém em cadastro de restrição de crédito; e
• uso não autorizado da imagem, com fins exclusivamente econômicos e publicitários.
002. (FGV/TJ-RJ/JUIZ SUBSTITUTO/2021) Ana teve a sua fotografia estampada em uma re-
vista. A matéria elogiava as suas qualidades físicas e morais, mas não houve autorização por 
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parte da retratada. Diante dessa situação, Ana pleiteia em juízo compensação pecuniária por 
dano moral. O pedido deve ser julgado:
a) improcedente, pois não houve ofensa à honra da autora;
b) procedente, pois houve ofensa à denominada imagem-atribuição;
c) improcedente, salvo comprovação de que houve prejuízo econômico para a autora;
d) procedente, pois a imagem foi utilizada sem autorização e há finalidade econômica;
e) improcedente, salvo se ficar demonstrado que o réu obteve lucro com a utilização da 
fotografia.
Perceba que o enunciado da questão apresenta uma hipótese de dano moral in re ipsa (presu-
mido). Sendo assim, a compensação pecuniária por dano moral é procedente, pois a imagem 
foi utilizada sem autorização e há finalidade econômica.
Letra d.
c) Quanto às consequências do dano: o dano pode ser direto, aquele suportado pela pró-
pria vítima da ação lesiva, ou indireto, também chamado pela doutrina e pela jurisprudência de 
dano reflexo ou por ricochete, quando se revela decorrência de um dano anterior sofrido pela 
própria vítima ou por outrem.
Imagine a destruição de vidro de uma vitrina por um desordeiro, com um consequente es-
trago causado pelas chuvas nos artigos expostos, em razão da falta de vidro. A destruição do 
vidro é um dano direto, ao passo que o estrago pelas chuvas é um dano indireto.
3) Nexo de Causalidade: relação entre a conduta do agente e o dano sofrido pela vítima. 
Caso a existência do dano não esteja relacionada com o comportamento do agente, não have-
rá que se falar em relação de causalidade e, via de consequência, em obrigação de indenizar.
Se for praticada uma conduta, mas isso não ocasionar um dano, não podemos em ato ilí-
cito na esfera civil. Poe exemplo, se alguém avançar um sinal (farol) com seu automóvel, mas 
não bater em ninguém ou nada atingir, há infração de trânsito, mas não há ato ilícito.
Ao estudar a classificação das obrigações quanto ao ônus da prova, vemos que elas se 
dividem em obrigação de meio e obrigação de resultado.
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a) obrigações de meio: o devedor obriga-se a empregar diligências para atingir a meta coli-
mada pelo ato, mas pode não atingi-la. É o caso do advogado que deve buscar todos os meios 
para ganhar a ação, porém pode vir a perder a demanda.
b) obrigações de resultado: são aquelas em que se obriga o devedor a realizar um fato 
determinado, como por exemplo no contrato de transporte, onde o transportador tem que con-
duzir o passageiro do ponto de embarque, a salvo, até o ponto de destino.
Como regra, a obrigação de meio gera uma responsabilidade civil subjetiva. Ou seja, o 
lesado deve provar a culpa e o nexo causal daquele que praticou a conduta. Por outro lado, a 
obrigação de resultado gera uma responsabilidade civil objetiva. Ou seja, o lesado pode pedir 
uma indenização, independentemente de haver culpa por parte daquele que praticou a conduta.
003. (CEBRASPE/SEFAZ-CE/AUDITOR FISCAL/2021) A responsabilidade civil do advogado 
por inadimplemento da sua obrigação com o cliente depende, além da demonstração do dano 
causado ao cliente, de dolo ou culpa e do nexo de causalidade.
A assertiva está em conformidade com a jurisprudência a seguir:
JURISPRUDÊNCIA
A responsabilidade civil subjetiva do advogado, por inadimplemento de suas obrigações 
de meio, depende da demonstração de ato culposo ou doloso, do nexo causal e do dano 
causado a seu cliente.
(STJ; REsp 1.758.767; Proc. 2014/0290383-5; SP; Terceira Turma; Rel. Min. Paulo de Tarso 
Sanseverino; Julg. 09/10/2018; DJE 15/10/2018)
Veja que são citados os três elementos da responsabilidade civil (conduta dolosa ou culposa, 
nexo causal e dano), além da obrigação de meio, inerente ao advogado.
Certo.
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004. (FCC/DPE-GO/DEFENSOR PÚBLICO/2021) Um ônibus da empresa “A”, que realiza transpor-
te rodoviário de pessoas, em estrada próxima a Aparecida de Goiânia, transportando 30 passagei-
ros, sofreu um acidente por culpa exclusiva do motorista de caminhão que trafegava na via de mão 
dupla em posição contrária ao ônibus. No acidente, houve cinco vítimas fatais e diversos feridos. 
Nesse caso, a responsabilidade civil da empresa transportadora em relação aos passageiros é
a) subjetiva, pois depende de comprovação de dolo ou culpa da transportadora.
b) subjetiva, podendo ser excluída a responsabilidade civil apenas em caso de força maior.
c) objetiva, podendo ser excluída por culpa exclusiva de terceiro.
d) objetiva, não podendo ser excluída por culpa exclusiva de terceiro, cabendo à transportadora 
apenas pedido de regresso.
e) objetiva, pois decorre exclusivamente de relação de consumo, podendo ser excluída por 
culpa exclusiva de terceiro.
Veja que a obrigação da empresa de transporte rodoviário é uma obrigação de resultado. Sen-
do assim, identificamos no caso narrado a responsabilidade civil objetiva, de modo que a em-
presa “A” responda independentemente de culpa, cabendo ação regressiva contra o causador 
do dano que foi o motorista.
Letra d.
2. exCludentes de iliCitude
Entretanto, mesmo que o agente pratique um ato que acarrete prejuízo a outrem ele pode 
não ser obrigado a indenizar em razão de uma das causas excludentes de ilicitude. Algumas 
estão listadas no artigo 188 do CC.
São elas:
1) Legítima Defesa;
2) Exercício Regular de Direito; e
3) Estado de Necessidade.
Art. 188 do CC – Não constituem atos ilícitos:
I – os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
II – a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo 
iminente.
Parágrafo único. No caso do incisoII, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o torna-
rem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.
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É possível que, quando a ilicitude seja excluída pelo estado de necessidade, o agente, mes-
mo assim, continue obrigado a indenizar se a pessoa que sofrer o dano não corresponder à 
pessoa que ocasionou a situação de perigo. Porém, nessa hipótese, o agente terá direito a uma 
ação regressiva contra o causador do perigo para reaver o que houver gasto com a indenização 
(artigos 188, 929 e 930 do CC).
Art. 929 do CC – Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem 
culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram.
Art. 930 do CC – No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra 
este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado.
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou o dano (art. 
188, inciso I).
Conforme explicações anteriores, se uma pessoa, agindo em estado de necessidade, em razão 
de uma ação causar dano a outra, não estará caracterizado um ato ilícito em decorrência da ilicitude 
ser excluída pelo estado de necessidade; ou seja, estaremos diante de um ato lícito. Entretanto, mes-
mo assim é possível haver indenização ao lesado e ação regressiva contra o causador do perigo.
Vejamos o exemplo:
“A”  motorista de um carro que, agindo em estado de necessidade, desvia o carro de uma 
criança e acaba derrubando o muro de uma casa;
“B”  criança de 5 anos que atravessava a rua sozinha;
“C”  responsável pela criança (CAUSADOR DO PERIGO); e
“D”  dono da casa que teve o muro derrubado (LESADO).
Se o causador do perigo e o lesado forem a mesma pessoa (responsável pela criança e 
dono da casa com o muro quebrado forem a mesma pessoa), então não há indenização, pois 
se configura o estado de necessidade defensivo; porém, se forem pessoas diferentes, teremos 
o estado de necessidade agressivo e caberá uma indenização de “A” para “D”, da mesma forma 
que “A” pode propor uma ação regressiva contra “C” para reaver o que pagou a “D”.
A INDENIZAÇÃO NO ESTADO DE NECESSIDADE
ESTADO DE NECESSIDADE DEFENSIVO: não há obrigação de indenizar
RESPONSÁVEL
PELO PERIGO
= PESSOA
LESADA≠
ESTADO DE NECISSADADE AGRESSIVO: há dever de indenizar o lesado + 
ação regressiva contra o causador do perigo
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005. (FGV/DPE-RJ/DEFENSOR PÚBLICO/2021) Henrique, motorista cauteloso, conduzindo 
seu veículo automotor dentro do limite de velocidade e devidamente habilitado, para evitar o 
atropelamento de João, que atravessava a rua fora da faixa de pedestres, desvia de João e 
colide com Maria. Maria tem danos materiais e estéticos em razão do acidente.
Nesse contexto, é correto afirmar que Henrique:
a) não praticou ato ilícito, considerando ter atuado em estado de necessidade e, portanto, não 
deverá indenizar Maria;
b) responde objetivamente pelos danos a que der causa, ressarcindo integralmente Maria dos 
danos estéticos, morais e materiais;
c) cometeu ato ilícito, causando dano material, moral e estético a Maria e, portanto, deve regu-
larmente indenizá-la em razão do princípio da reparação integral;
d) não responde pelos danos a que der causa por ter praticado ato lícito na forma do exercício 
regular do direito, estando habilitado e dentro do limite de velocidade permitido na via;
e) não praticou ato ilícito, considerando ter atuado em estado de necessidade, mas, ainda que 
não tenha cometido ato ilícito, assistirá direito a Maria de ser indenizada por Henrique.
Na situação apresentada ficou caracterizado um estado de necessidade agressivo. Sendo as-
sim, a ilicitude do ato ficou excluída, porém, Henrique deverá indenizar Maria em razão do aci-
dente e poderá propor ação regressiva contra João que foi o causador da situação de perigo.
Letra e.
Existem ainda outras espécies excludentes de ilicitude que não estão listadas no 
CC. São elas:
4) Fato exclusivo da vítima
Se a culpa exclusiva da vítima configurar a causa mais adequada à produção do dano por 
ela sofrido, o nexo de causalidade entre o ato e o dano não se formará.
O exemplo clássico é o da é o da pessoa que, de repente, lança--se à rua, na direção de um 
carro. Conquanto haja um ato do motorista, de dirigir, e um dano sofrido pelo pedestre, não há re-
lação causal entre ambos, porquanto a causa mais adequada à produção do dano não foi o ato de 
transitar pela rua conduzindo um veículo, mas sim o ato da vítima de subitamente se lançar à rua.
5) Fato de terceiro
Outra situação que pode caracterizar ou a ausência de nexo causal é o fato de terceiro. 
Ou seja, quando uma pessoa diversa das pessoas do agente do ato e da vítima dá causa ao 
resultado.
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Utilizando novamente o exemplo do atropelamento, imaginemos que, em vez de a vítima se lançar 
de súbito na rua, ela é empurrada violentamente por um terceiro e acaba se chocando com o carro.
O ato do motorista não foi o mais adequado a dar causa ao atropelamento, o qual foi o ato 
praticado pelo terceiro, de empurrar a vítima na direção da rua. Logo, entre a conduta do moto-
rista e o dano sofrido pelo atropelado não há relação de causalidade pelo que não se configura 
a responsabilidade civil, nem por culpa nem independente de culpa.
6) Caso Fortuito e Força Maior
O caso fortuito é um acontecimento natural, em certa medida imprevisível e inevitável, 
como na hipótese do raio, da enchente, do terremoto etc., e que força maior, por sua vez, é um 
fato humano, também em certa medida imprevisível e inevitável, como na hipótese da guerra, 
do atentado terrorista, do roubo, do furto, da desapropriação etc.
O caso fortuito ou a força maior impedirão a formação do nexo de causalidade.
Imaginemos que, após o deslizamento de terra, uma pessoa, Maria, ouça pedidos de socorro 
de Paula e se aproxime dos escombros. Suponhamos que, ao remover uma pedra, na tentativa de 
localizar Paula, Maria acabe soltando uma pilha de entulhos que vem a soterrar Paula, causando-
-lhe danos que até então não tinha sofrido. Apesar de haver um nexo de causalidade entre o ato 
de Maria e o dano sofrido por Paula, e, portanto, de se configurar a responsabilidade civil de Ma-
ria, o Direito a exclui, por considerar mais relevante o caso fortuito, que causou o deslizamento.
Por fim, podemos enumerar outras hipóteses de excludentes de ilicitudes conforme a es-
quematização abaixo:
Excludentes de Ilicitude
Legítima defesa Repelir agressão injusta atual ou iminente
Exercício regular de direito Acontece, por exemplo, em casos de práticas desportivas
Estado de necessidade
deterioraçãoou destruição da coisa alheia, 
ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo 
iminente
Fato exclusivo da vítima o nexo de causalidade entre o ato e o dano não se formará
Fato de terceiro O nexo de causalidade se formará com a conduta do terceiro e não do agente
Caso Fortuito ou Força Maior o nexo de causalidade entre o ato e o dano não se formará
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3. oRgAnogRAmA dA ResponsAbilidAde Civil
O organograma da página a seguir é um retrato de como o Código Civil trata os casos de 
responsabilidade civil delineados em seu texto acrescido de conceitos doutrinários comumen-
te cobrados em provas de concursos.
Como de praxe ao longo deste curso, vamos “dissecar” o respectivo organograma e, ao 
final da aula, você verá como o assunto costuma ser cobrado em provas de concursos.
Não se preocupe em decorar esse organograma agora. Após o término da aula, volte a vi-
sualizá-lo e você perceberá que o seu entendimento ficará muito mais facilitado.
Vamos a ele:
3.1. ClassifiCações da Responsabilidade Civil
Neste tópico vamos dissecar o organograma visto acima.
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I – Tendo como fundamento a classificação de acordo com o fato gerador, a responsabili-
dade civil pode ser:
a) Responsabilidade contratual: é aquela que está relacionada com a inexecução de uma 
obrigação decorrente de um contrato. O contrato faz lei entra as partes, dessa forma, suas 
cláusulas devem ser respeitadas, sob pena de responsabilidade daquele que as descumprir. 
A base legal dessa modalidade de responsabilidade se fundamenta nos arts 389 (obrigação 
positiva) e 390 (obrigação negativa) do CC.
Art. 389 do CC – Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atu-
alização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
Art. 390 do CC – Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que 
executou o ato de que se devia abster.
b) Responsabilidade extracontratual ou aquiliana: é aquela que está relacionada com a 
infração a um dever geral imposto por lei (legal).
Como exemplo, se uma pessoa é atropelada por um ônibus deve ser ressarcida pelo autor do 
fato. Temos aqui um caso de responsabilidade extracontratual. Porém, se a pessoa está dentro do 
ônibus viajando para algum lugar e ocorrer um acidente na qual ela sofra danos (materiais e/ou mo-
rais), estaremos diante de uma responsabilidade contratual, pois existe um contrato de transporte.
II – Tendo como base a classificação quanto ao seu fundamento, a responsabilidade civil 
pode ser subjetiva ou objetiva.
a) Responsabilidade subjetiva: é aquela baseada na culpa do agente, que deve ser compro-
vada para gerar a obrigação indenizatória. É a regra no Código Civil (art. 186 do CC) A responsabi-
lidade do causador do dano somente se configura se ele agiu com dolo ou culpa. Trata-se da teo-
ria clássica, também chamada teoria da culpa ou subjetiva, segundo a qual a prova da culpa lato 
sensu (abrangendo o dolo) ou stricto sensu se constitui num pressuposto do dano indenizável.
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b) Responsabilidade objetiva: é aquela imposta por lei, havendo, entretanto, em determi-
nadas situações, a obrigação de reparar o dano é independentemente de culpa. É quando 
ocorre a responsabilidade objetiva que adota a teoria do risco, que prescinde (não necessita) 
de comprovação da culpa para a ocorrência do dano indenizável. Basta haver o dano e o nexo 
de causalidade para justificar a responsabilidade civil do agente. Em alguns casos presume-se 
a culpa (responsabilidade objetiva imprópria), em outros a prova da culpa é totalmente prescin-
dível (responsabilidade civil objetiva própria).
Art. 927, Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos 
casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano 
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Veja o esquema gráfico a seguir:
De acordo com o enunciado 37 da I Jornada de Direito Civil do CJF, a responsabilidade civil 
decorrente do abuso de direito (art. 187 do CC) é fundamentada na teoria objetiva, ou seja, 
independe da comprovação de culpa.
JURISPRUDÊNCIA
Enunciado 37 da I Jornada de Direito Civil: Art. 187: A responsabilidade civil decorrente do 
abuso do direito independe de culpa e fundamenta-se somente no critério objetivo-finalístico.
Falando-se em abuso de direito, faz-se necessário comentarmos a respeito dos atos emulati-
vos. São atos praticados no exercício de um direito objetivando prejudicar terceiros e resultando no 
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dever de indenizar o dano. É o que acontece quando um vizinho constrói uma chaminé falsa em 
seu telhado apenas para bloquear o sol que incide na piscina do vizinho.
Como a teoria objetiva está fundamentada na teoria do risco, cabe citar que a doutrina res-
salta as seguintes as modalidades de risco:
• Risco proveito ou atividade: está relacionado à máxima “quem colhe os bônus deve su-
portar os ônus”, ou seja, aquela pessoa que tira proveito da atividade perigosa também 
deve suportar os danos dela decorrentes;
• Risco profissional: está relacionado às relações de trabalho, a fim de viabilizar a respon-
sabilidade objetiva do empregador pelos danos causados pelo empregado, em decor-
rência da atividade por este desenvolvida;
• Risco excepcional: se refere às atividades que, por sua natureza, representam um eleva-
do grau de perigo, tanto para as pessoas que as desempenham diretamente, como para 
os demais membros da coletividade;
• Risco integral: é o grau mais elevado de responsabilidade objetiva, não atingindo ne-
nhum tipo de exclusão, mesmo na ocorrência de caso fortuito ou força maior. Tal moda-
lidade é reservada aos danos decorrentes de atividades nucleares, e
• Risco Administrativo: estudada no Direito Administrativo, assunto Responsabilidade Ci-
vil do Estado.
III – Tendo como referência a classificação quanto ao agente a responsabilidade civil pode 
ser direta ou indireta.
a) Responsabilidade civil direta: ocorre quando o autor do dano é o responsável pelo seu 
pagamento. Como exemplo temos o fato de A jogar uma pedra no carro de B causando-lhe 
danos. Na situação apresentada é o próprio autor do dano que deve ressarcir o lesado (B).
b) Responsabilidade civil indireta:também chamada de responsabilidade civil complexa 
ou por fato de outrem (arts. 932 a 934 do CC), ocorre quando uma pessoa é civilmente res-
ponsável, perante terceiros, por ações e omissões perpetradas por outra pessoa. Mais adiante 
teceremos maiores detalhes.
Por ocasião da responsabilidade civil subjetiva a culpa, elemento necessário, pode ser 
classificada das seguintes formas:
I – Sob o critério da gravidade, a culpa pode ser grave (quando o agente atua com falha 
grosseira ao dever de cuidado), leve (quando ocorre falta a um dever de cuidado ordinário, co-
mum a qualquer pessoa) ou levíssima (se caracteriza por um mero descuido ou ausência de 
habilidade).
II – Sob o critério do conteúdo da conduta culposa, recorro às palavras do renomado dou-
trinador César Fiúza:
“a culpa, dependendo das circunstâncias em que ocorra, pode se classificar em culpa in committen-
do, in omittendo, in vigilando, in custodiendo e in eligendo.
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In committendo é a culpa que ocorre em virtude de ação, atuação positiva (comissão). Como exemplo, 
podemos citar o ato de avançar sinal luminoso. Já se a culpa se der por omissão, por conduta negati-
va, teremos culpa in omittendo. Exemplo seria a enfermeira se esquecer de dar remédio ao paciente.
Será in vigilando a culpa, se for fruto de falha no dever de vigiar. Tal é a culpa dos pais pelos atos 
dos filhos em sua guarda. O dever, nesse caso, refere-se a vigiar pessoas. Se referir-se a vigiar coi-
sas, como animais, por exemplo, a culpa será in custodiendo, configurando-se por falha no dever de 
guardar, custodiar. Essa é a culpa do detentor do animal, pelos danos que este venha a provocar.
A culpa in eligendo é aquela que resulta da má escolha. Quando se escolhe mal uma pessoa para 
desempenhar certa tarefa, resultando danos, a responsabilidade é daquele que escolheu mal. É o 
caso do patrão, que responde pelos danos causados por seus empregados em serviço; do procura-
dor que responde pelos atos daquele a quem substabelecer.”
III – Sob o critério do modo de apreciação, a culpa pode ser in concreto (ocorre quando, no caso 
concreto, se limita ao exame da imprudência ou negligência do agente) ou in abstrato (quando se 
faz uma análise comparativa da conduta do agente com a do homem médio ou da pessoa normal).
IV – Com base no critério da natureza do dever violado, a culpa pode ser contratual (quan-
do o dever se funda em um contrato – ex.: se o locatário de um imóvel não cumpre com a obri-
gação constante do contrato de locação) ou extracontratual/aquiliana (quando a obrigação 
de indenizar se origina da violação de um preceito geral de direito – ex: quando uma pessoa 
empresta o carro para um sobrinho menor que vem a colidir com outro automóvel).
3.2. A ResponsAbilidAde no Código Civil
O universo dos casos de responsabilidade civil é enorme, ultrapassa em muito os exemplos 
do Código Civil, entretanto vamos abordar os casos do Código Civil, pois são os que costumam 
aparecer nas provas de concursos:
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1) Responsabilidade dos empresários e empresas por vícios de produtos (art. 931 do CC).
Art. 931 do CC – Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e 
as empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos pos-
tos em circulação.
Trata-se de responsabilidade civil objetiva que independe de culpa, isto é, as empresas e até 
mesmo os empresários individuais que exercem exploração industrial responderão, na relação de 
consumo, pelos danos físico-psíquicos provocados pelos seus produtos postos em circulação.
2) Responsabilidade do incapaz (art. 928 do CC).
Art. 928 do CC – O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsá-
veis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá lugar se 
privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.
Se uma pessoa incapaz tiver recursos econômicos e lesar outrem, então deverá, equitati-
vamente, indenizar os prejuízos que causou, caso o seu responsável não tenha a obrigação de 
arcar com tal ressarcimento ou não tenha meios suficientes para tanto.
Segundo a jurisprudência do STJ, a responsabilidade civil do incapaz pela reparação dos 
danos é subsidiária, condicional, mitigada e equitativa.
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JURISPRUDÊNCIA
JURISPRUDÊNCIA SO STJ
Os incapazes (ex.: filhos menores), quando praticarem atos que causem prejuízos, terão res-
ponsabilidade subsidiária, condicional, mitigada e equitativa, nos termos do art. 928 do CC.
A responsabilidade dos pais dos filhos menores será substitutiva, exclusiva e não solidária.
STJ. 4ª Turma. REsp 1.436.401-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 2/2/2017 
(Info 599)
Cuidado para não confundir a responsabilidade civil do incapaz com a responsabilidade 
civil dos pais dos filhos menores.
No próximo tópico, estudaremos a responsabilidade civil dos pais, pelos filhos menores 
que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia. Mas, conforme jurisprudência do STJ, 
já podemos inerir o seguinte.
006. (FGV/SEFAZ-ES/AUDITOR FISCAL/2021) Renato, estudante de quinze anos, foi contem-
plado com vasto legado deixado por seu tio avô, o que lhe permitia oferecer à Luiza, sua mãe, 
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conforto material. Luiza era viúva e os únicos bens que lhe pertenciam eram os que integravam 
o enxoval de uma das casas que Renato recebeu, onde com ele residia. Certo dia, Renato, re-
presentado por sua mãe, adquire uma bicicleta e, ao sair da loja, desequilibra-se e cai na pista 
de rolamento da rua em frente ao estabelecimento. No momento da queda, Joaquim, que con-
duzia seu carro, desvia-se de Renato, que nada sofre, mas colide com a lateral do automóvel 
de Carla, estacionado do outro lado da rua. A colisão ocasionou danos em ambos os veículos 
automotores, mas, como trafegava em baixa velocidade, Joaquim saiu fisicamente ileso. Dian-
te destes fatos, assinale a afirmativa correta.
a) Carla faz jus a indenização pelos danos ocasionados ao seu carro por Joaquim, que poderão 
ser por ele ressarcidos.
b) A incapacidade civil de Renato, impede Joaquim de o responsabilizar patrimonialmente pe-
los danos sofridos.
c) Joaquim deverá provar a negligência deLuiza no exercício da autoridade parental para haver 
indenização.
d) O fortuito ocorrido não permite que Joaquim pleiteie indenização de Luiza.
e) Joaquim nada deverá pagar a Carla, pois agiu em estado de necessidade.
A questão descreve uma hipótese de responsabilidade civil do incapaz. Tendo em vista que 
Renato possui meios suficientes para ressarcir o dano que ele provocou, então ele deverá ser 
responsabilizado nos termos do art. 928 do CC.
Letra a.
3) Responsabilidade por fato de terceiros (arts 932 a 934 do CC).
No que tange à responsabilidade por fato de terceiro, o CC consagrou, através do art. 933, 
a responsabilidade civil objetiva (independente de culpa).
Vide Enunciado 450 da V Jornada de Direito Civil do CJF:
JURISPRUDÊNCIA
Enunciado 450: A responsabilidade civil por ato de terceiro funda-se na responsabilidade 
objetiva ou independente de culpa, estando superado o modelo de culpa presumida.
Trata-se de uma hipótese que em que uma pessoa responde por um dano provocado por 
outra pessoa. Vejamos o art. 932 do CC:
Art. 932 do CC – São também responsáveis pela reparação civil:
I – os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
II – o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
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III – o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do traba-
lho que lhes competir, ou em razão dele;
IV – os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, 
mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
V – os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.
Art. 933 do CC – As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja 
culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.
Dessa forma, não é necessária a culpa dos responsáveis (pais, tutores, curadores, empre-
gadores, comitentes e donos de hotéis) para haver responsabilidade civil, entretanto, é neces-
sário que a vítima comprove a culpa do incapaz, do empregado, dos hóspedes e educandos. 
Configurada essa culpa, há uma presunção absoluta (juris et de jure), aquela que não admite 
prova em contrário, de que tais pessoas são também responsáveis.
Para a vítima obter indenização, deve provar apenas duas coisas:
1) a relação de subordinação entre o causador do dano e a pessoa mencionada no art. 
932 do CC; e
2) a culpa do causador do dano.
Os pais apenas serão obrigados a indenizar os atos ilícitos dos filhos menores se estes es-
tiverem sob sua autoridade e em sua companhia. Dessa forma, a guarda é essencial para fazer 
surgir a responsabilidade civil dos pais pelos filhos menores que é objetiva.
Como se configura a responsabilidade civil dos pais que estão separados judicialmente, 
pelos filhos menores?
Segundo a jurisprudência do STJ (REsp 1074937/MA), a mera separação dos pais não 
isenta o cônjuge, com o qual os filhos não residem, da responsabilidade em relação ao atos 
praticados pelos menores, pois permanece o dever de criação e orientação, especialmente se 
o poder familiar é exercido conjuntamente.
Cabe ainda citarmos o Enunciado 449 da V Jornada de Direito Civil:
JURISPRUDÊNCIA
Enunciado 449: Considerando que a responsabilidade dos pais pelos atos danosos pra-
ticados pelos filhos menores é objetiva, e não por culpa presumida, ambos os genitores, 
no exercício do poder familiar, são, em regra, solidariamente responsáveis por tais atos, 
ainda que estejam separados, ressalvado o direito de regresso em caso de culpa exclu-
siva de um dos genitores.
E no caso de emancipação, como fica a responsabilidade dos pais?
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No caso de emancipação, sendo esta legal, exclui-se a responsabilidade dos pais; entretan-
to, tal responsabilidade subsiste se a emancipação for voluntária.
Finalizando a análise da responsabilidade civil dos pais em razão dos atos praticados pe-
los seus filhos menores, vale a pena sabermos outra jurisprudência do STJ.
JURISPRUDÊNCIA
Não há como afastar a responsabilização do pai do filho menor simplesmente pelo fato 
de que ele não estava fisicamente ao lado de seu filho no momento da conduta
O art. 932 do CC prevê que os pais são responsáveis pela reparação civil em relação aos atos 
praticados por seus filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia.
O art. 932, I do CC, ao se referir à autoridade e companhia dos pais em relação aos filhos, 
quis explicitar o poder familiar (a autoridade parental não se esgota na guarda), com-
preendendo um plexo de deveres, como proteção, cuidado, educação, informação, afeto, 
dentre outros, independentemente da vigilância investigativa e diária, sendo irrelevante a 
proximidade física no momento em que os menores venham a causar danos.
Em outras palavras, não há como afastar a responsabilização do pai do filho menor sim-
plesmente pelo fato de que ele não estava fisicamente ao lado de seu filho no momento 
da conduta.
STJ. 4ª Turma. REsp 1.436.401-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 2/2/2017 
(Info 599).
A responsabilidade civil dos tutores e curadores sobre os respectivos tutelados e cura-
telados é idêntica a dos pais, ou seja, é objetiva e também depende da relação de guarda e 
companhia.
A responsabilidade do empregador ou comitente pelos danos causados pelos seus em-
pregados, serviçais e prepostos, depende de três requisitos:
1) relação de subordinação, não sendo necessários a remuneração e a habitualidade de 
prestação de serviços por parte do preposto;
2) culpa do empregado ou comitente; e
3) que o ato danoso tenha sido praticado no exercício do emprego ou por ocasião dele.
Estando presentes tais requisitos, presume-se a responsabilidade objetiva do patrão (in-
dependente de culpa). Este, para se eximir da responsabilidade deve provar que o dano não 
foi causado pelo seu empregado ou preposto ou que o dano não foi causado no exercício do 
trabalho ou razão dele.
Percebe-se então que, ao selecionar seus auxiliares, compete ao empregador ou preposto 
proceder criteriosamente, com a finalidade de admitir pessoas responsáveis e moralmente bem 
formadas. Entretanto, a falha em tal procedimento de escolha pode levá-lo a responder, obje-
tivamente, por danos causados a terceiros no período de seu trabalho. Essa responsabilidade 
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indireta ou secundária do comitente ou empregador independe da comprovação de sua culpa in 
eligendo e in vigilando. Mas ressalta-se a necessidade de que o ato tenha sido praticado de forma 
intencional ou de forma culposa.
A responsabilidade civil dos donos de hotéis, casas de hospedagem e educadores tam-
bém é objetiva. Nos doisprimeiros casos o hóspede lesado apenas deverá provar o contrato 
de hospedagem e o dano dele resultante. No terceiro caso (educadores), a responsabilidade 
civil depende de três requisitos:
1) que o dano tenha sido causado no momento em que o aluno estava em sua vigilância 
e autoridade, pois, fora desse momento, a escola só pode responder subjetivamente, isto é, 
mediante demonstração de culpa;
2) que o aluno seja menor, pois o aluno maior não se submete a vigilância; e
3) que o ensino seja remunerado, isto é, com a finalidade lucrativa.
Ressalta-se que no caso dos donos de hotéis e casas de hospedagem, a responsabilidade 
pode ser excluída se houver caso fortuito, força maior ou culpa exclusiva da vítima ou de terceiros.
Entretanto, é possível que os responsáveis por fato de terceiros consigam reaver o que 
houver sido pago através do exercício do direito de regresso (art. 934 do CC).
Art. 934 do CC – Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago 
daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativa-
mente incapaz.
Percebe-se, porém, que tal direito não assiste aos pais tutores e curadores, pois a sua res-
ponsabilidade emana de atos praticados por pessoas incapazes (filho menor, pupilo ou maior 
interditado).
Os pais que indenizam uma dano provocado por seu filho menor não podem, 
por meio de ação regressiva, reaver aquilo que houverem pago na indenização, 
pois o causador do dano é seu descendente.
Para encerrar o comentário dos incisos do art. 932 do CC, temos a responsabilidade civil 
dos beneficiários em produtos de crime. É desnecessário dizer que tal responsabilidade é 
objetiva, exigindo-se a obrigação de devolver a coisa à vítima com base no enriquecimento 
injusto, mesmo que tenha recebido o produto do crime de forma gratuita e inocente.
Para exemplificar essa última hipótese, imagine um ladrão de bancos que roubou R$ 
500.000,00 de uma agência bancária e presenteou sua namorada, que não participou do assal-
to, com R$ 60.000,00. A namorada do assaltante responderá civilmente por uma indenização 
de R$ 60.000,00, pois esse é o valor do proveito que ela teve com o fato.
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4) Responsabilidade por fato de animal (art. 936 do CC).
Art. 936 do CC – O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar 
culpa da vítima ou força maior.
O art. 936 do CC prevê que o dono do animal ou o seu detentor será responsável objetiva-
mente pelos danos causados por ele, a não ser que prove o seguinte:
1) que guardava e vigiava o animal com o cuidado necessário; ou
2) que o animal foi provocado; ou
3) que houve imprudência do ofendido; ou
4) que o fato resultou de caso fortuito ou força maior.
Recentemente foi elaborado o Enunciado 452 da V Jornada de Direito Civil do CJF tratando 
do assunto:
JURISPRUDÊNCIA
Enunciado 452: A responsabilidade civil do dono ou detentor de animal é objetiva, admi-
tindo-se a excludente do fato exclusivo de terceiro.
007. (INSTITUTO AOCP/PC-PA/DELEGADO/2021) José e Pedro são vizinhos e José é dono 
de um cachorro de porte grande. Por esse motivo, José instalou grades ao redor de sua casa, 
fechadura no portão e colocou uma placa de “cão bravo” de frente para a calçada. Certo dia, 
enquanto o filho de Pedro brincava no quintal, a bola caiu na propriedade de José. Acreditan-
do que o cachorro o reconheceria por serem vizinhos de longa data, Pedro entrou no quintal 
de José para pegar a bola enquanto este não estava em casa e acabou sendo atacado pelo 
animal, causando-lhe ferimentos graves. Pedro ajuizou uma ação buscando indenização pelos 
danos. Levando em consideração a situação hipotética descrita, assinale a alternativa correta.
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Alternativas
a) Considerando que o comportamento do cachorro foi inesperado, já que Pedro e José eram 
vizinhos de longa data, José deverá indenizar Pedro apenas pelos danos morais causados 
pelo animal.
b) Não há responsabilidade civil, tendo em vista que a culpa foi exclusiva da vítima.
c) A responsabilidade do dono do animal é objetiva, existindo, portanto, a responsabilidade civil.
d) O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, sendo afastada a respon-
sabilidade somente nos casos de força maior.
e) Há responsabilidade civil, tendo em vista que José deveria ter mais cautela ao deixar o ani-
mal em casa sem sua supervisão.
A responsabilidade civil dono ou detentor do animal, segundo o art. 936 do CC é objetiva, mas, 
de acordo com o Enunciado 452 da V Jornada de Direito Civil do CJF, ela pode ser afastada se 
ficar provada a culpa exclusiva da vítima.
Letra b.
5) Responsabilidade pelo fato de coisa inanimada (arts. 937 e 938 do CC).
Art. 937 do CC – O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua 
ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.
Art. 938 do CC – Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coi-
sas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
A teoria da guarda atribui ao dono da coisa a responsabilidade de reparar o dano causado 
a terceiro. Dessa forma, nas duas situações elencadas acima, a responsabilidade é objetiva.
Como exemplo de situação amparada pelo art. 937 do CC, temos a marquise de um edifício 
que desaba sobre uma pessoa. Nesse caso a responsabilidade civil do dono do prédio é obje-
tiva, cabendo, entretanto, ação regressiva contra o culpado.
Para o art. 938 do CC, cabe como exemplo o vaso de planta que, em decorrente de forte 
ventania, cai da janela onde estava colocado. Tal responsabilidade também será objetiva e 
deverá recair sobre o habitante do prédio, mesmo que o proprietário seja outro (ex.: aluguel).
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Atos Ilícitos e Responsabilidade Civil
DIREITO CIVIL
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008. (CEBRASPE/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2021) Caso um transeunte sofra lesão 
por objeto caído de um apartamento, poderá o locatário se eximir da responsabilidade pela 
indenização devida caso possa provar quem foi o autor do fato.
Segundo o art. 938 do CC, aquele que habitar prédio, ou parte dele (ex.: locatário), responde 
pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
Errado.
009. (UNESC/PGM CRICIÚMA-SC/PROCURADOR/2021) Carlos transitava pela Av. Rui Bar-
bosa, na cidade de Criciúma, quando, repentinamente, foi atingido por um vaso arremessado 
do apartamento de Luísa, localizado no Ed. Boa Vista, ocasionando ferimentos em sua cabeça, 
sendo necessário permanecer hospitalizado por dois dias, além de gastos com medicamen-
tos. Desta forma, Carlos:
a) Poderá pleitear a reparação de todos os danos sofridos, demandando Luísa para que res-
ponda pelos mesmos.
b) Poderá pleitear a reparação de todos os danos sofridos,demandando Luísa e o condomínio 
do Ed. Boa Vista para que respondam pelos mesmos, de forma solidária.
c) Poderá pleitear a reparação de todos os danos sofridos, demandando o condomínio do Ed. 
Boa Vista para que responda pelos mesmos.
d) Poderá pleitear a reparação de todos os danos sofridos, demandando Luísa e de forma sub-
sidiária o condomínio do Ed. Boa Vista para que respondam pelos mesmos.
e) Não poderá pleitear reparação, haja vista Luísa não possuir dolo no seu agir, ou seja, não 
pretendia atingir Carlos.
Segundo o art. 938 do CC, aquele que habitar prédio, ou parte dele (ex.: Luisa), responde pelo 
dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
Letra a.
6) Responsabilidade Civil x Responsabilidade Criminal
Aquele que pratica um ato ilícito pode sofrer até 3 processos (na esfera administrativa, na 
esfera civil e na esfera penal). A regra é que as decisões tomadas em um processo não vinculam 
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os outros. Porém, esta não é uma regra absoluta. Como quase tudo no Direito, esta regra possui 
exceções (art. 935 do CC):
Art. 935 do CC – A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar 
mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem 
decididas no juízo criminal.
Embora a regra seja a independência das esferas, não se pode mais questionar no juízo 
cível algumas questões, quando elas já se encontrarem decididas no juízo criminal. São elas:
• a existência do fato, isto é, a ocorrência do crime e suas consequências (engloba-se 
aqui eventual excludente de criminalidade, como veremos);
• ou de quem seja o seu autor, ou seja, a autoria do delito.
Sentença criminal baseada em negativa de autoria ou sobre inexistência do 
crime repercute nas esferas cível e administrativa.
7) Responsabilidade Civil por dívidas
No art. 939 do CC o legislador tratou da responsabilidade civil daquele que demandar por 
dívida não vencida.
Art. 939 do CC – O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora dos casos em 
que a lei o permita, ficará obrigado a esperar o tempo que faltava para o vencimento, a descontar os 
juros correspondentes, embora estipulados, e a pagar as custas em dobro.
Sobre a responsabilidade do demandante por débito já solvido ou por quantia indevida, 
vejamos o art. 940 do CC:
Art. 940 do CC – Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as 
quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro 
caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se hou-
ver prescrição.
Temos no dispositivo legal acima duas situações:
1) cobrança de dívida já paga: neste caso aquele que efetuar a cobrança judicialmente, me-
diante prova de má-fé, de dívida que já foi paga ficará obrigado a pagar o dobro do que foi cobrado;
2) cobrança de quantia indevida: neste caso o credor deverá pagar ao devedor uma quan-
tia equivalente à exigida indevidamente.
A seguir, temos uma jurisprudência do STJ estipulando que a sanção do art. 940 do Código 
Civil pode ser aplicada também para casos envolvendo consumidor.
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JURISPRUDÊNCIA (STJ)
Em caso de cobrança judicial indevida, é possível aplicar a sanção prevista no art. 940 do 
Código Civil mesmo sendo uma relação de consumo.
O art. 940 do CC e o art. 42 do CDC incidem em hipóteses diferentes, tutelando, cada um 
deles, uma situação específica envolvendo a cobrança de dívidas pelos credores. Mesmo 
diante de uma relação de consumo, se inexistentes os pressupostos de aplicação do art. 42, 
parágrafo único, do CDC, deve ser aplicado o sistema geral do Código Civil, no que couber.
O art. 940 do CC é norma complementar ao art. 42, parágrafo único, do CDC e, no caso, 
sua aplicação está alinhada ao cumprimento do mandamento constitucional de proteção 
do consumidor.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.645.589-MS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 
04/02/2020 (Info 664).
Art. 941 do CC – As penas previstas nos arts. 939 e 940 não se aplicarão quando o autor desistir da 
ação antes de contestada a lide, salvo ao réu o direito de haver indenização por algum prejuízo que 
prove ter sofrido.
Como regra, se o autor desistir da ação por ocasião da cobrança antecipada, cobrança de 
dívida já paga e da cobrança de quantia indevida, caracteriza-se um reconhecimento de seu 
erro e, com isso, não serão cabíveis as indenizações dos dois artigos anteriores.
Art. 942 do CC – Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos 
à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidaria-
mente pela reparação.
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as pessoas de-
signadas no art. 932.
O art. 942 do CC dispõe que os bens do patrimônio do responsável pelo dano ficarão sujei-
tos à reparação do ato ilícito praticado. Caso a ofensa tenha mais de um autor, haverá solida-
riedade na obrigação de indenizar.
8) Responsabilidade Civil na sucessão
Art. 943 do CC – O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a herança.
Ressalta-se também que a obrigação de exigir a reparação civil e de prestá-la transmite-se 
através da sucessão causa mortis, mas é uma transmissão limitada, quanto à responsabilida-
de do sucessor, aos limites da herança.
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Ademais, sobre o tema é importante relembrarmos a Súmula 642 do STJ já reproduzida no 
início da aula.
JURISPRUDÊNCIA
STJ 642 – O direito à indenização por danos morais transmite-se com o falecimento do 
titular, possuindo os herdeiros da vítima legitimidade ativa para ajuizar ou prosseguir a 
ação indenizatória.
010. (CEBRASPE/TCDF/PROCURADOR/2021) O falecimento do titular de direito à indeniza-
ção por danos morais não enseja a sua transmissão a terceiros, de modo que os herdeiros não 
são legitimados para prosseguir com a ação de reparação.
A assertiva está em desacordo com a Súmula 642 do STJ.
Errado.
4. indenizAção
Já estudamos a origem da responsabilidade civil que é o ato ilícito. Estudamos também as espé-
cies de responsabilidade civil (subjetiva e objetiva). Porém, está faltando tratarmos da consequência 
gerada pelo ato danoso a outrem que é a indenização. Vejamos o gráfico esquemático a seguir:
Os arts. 944 a 954 do CC tratam da indenização. Vamos a eles:
Art. 944 do CC – A indenização mede-se pela extensão do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o 
juiz reduzir, equitativamente, a indenização.
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A indenização deve ser proporcional ao dano provocado. Dessa forma, comparando dois 
acidentes com automóveis, imagine um primeiro onde ocorreu apenas um arranhão na pintura 
e um segundo onde houve perda total do carro. No primeiro acidente a indenização deverá ser 
menor que a indenização do segundo.
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será 
fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.
O art. 945 do CC trata da concorrência de culpas do agente causador do dano e da vítima. 
Dessa forma, se a vítima não age com a cautela necessária para atravessar a rua em local 
apropriado, vindo a ser atropelada, será justificável a redução proporcional do valor indenizató-
rio em razão da culpa concorrente.
Art. 946 do CC – Se a obrigação for indeterminada, e não houver na lei ou no contrato disposição 
fixando a indenização devida pelo inadimplente, apurar-se-á o valor das perdas e danos na forma 
que a lei processual determinar.
Líquida é a obrigação certa quanto a sua existência e determinada quanto a seu objeto, de modo 
que, se tiver valor indeterminado, deverá ser apurada na conformidade da lei processual (arts. 603 a 
611 do CPC), que fixa as formas de liquidação da sentença ou da convenção entre as partes.
Art. 947 do CC – Se o devedor não puder cumprir a prestação na espécie ajustada, substituir-se-á 
pelo seu valor, em moeda corrente.
Como regra, a obrigação de reparar o dano provocado deve ocorrer através de uma recons-
tituição natural. Ou seja, se um objeto foi destruído, outro igual deve ser entregue. Entretanto, 
não podendo ser entregue um igual, a obrigação de indenizar é extinta através do pagamento 
de um valor em moeda corrente igual ao do objeto destruído.
Art. 948 do CC – No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações:
I – no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família;
II – na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração 
provável da vida da vítima.
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A morte de um membro da família pode acarretar dano moral a outro membro dessa mesma 
família em decorrência da dor sentimental pela morte do ente querido, bem como ao cônjuge que 
sofre a perda de seu consorte, ou ao convivente cujo companheiro é morto, ou ao pai ou mãe que 
sofre a perda do filho. Se a morte ocorre pela prática de um ato ilícito, então caberá a aplicação dos 
princípios da responsabilidade civil por dano moral, com o estabelecimento da devida indenização.
A indenização por dano moral no caso do homicídio não exclui os danos materiais citados 
nos incisos I e II.
Art. 949 do CC – No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das 
despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro 
prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.
O art. 949 do CC tem em vista a reparação dos danos materiais (despesas de tratamento e 
lucros cessantes) e dos danos morais resultantes de ofensa à integridade física, que é direito 
da personalidade, pelo qual se tutela a incolumidade do corpo e da mente.
Art. 950 do CC – Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício 
ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do 
tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à im-
portância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de 
uma só vez.
Este dispositivo trata de ofensa à integridade física que acarreta defeito que impossibilite 
ou diminua a capacidade de trabalho da vítima, estabelecendo indenização pelos danos mate-
riais: despesas de tratamento, lucros cessantes até o fim da convalescença e pensão corres-
pondente à importância do trabalho para que se inabilitou ou da depreciação sofrida.
Art. 951 do CC – O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização devida 
por aquele que, no exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, 
causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho.
O art. 951 do CC consagra a responsabilidade civil subjetiva de médico, cirurgião, farmacêuti-
co, parteira e dentista por erro profissional. As pessoas que atuam profissionalmente na área da 
saúde assumem obrigações, via de regra, de meio. Desse modo, a responsabilidade é subjetiva, 
porque, se a obrigação é de meio e não de resultado, deve a vítima ou lesado provar que o profis-
sional não se utilizou de todos os meios a seu alcance para obter o direito à indenização.
Art. 952 do CC – Havendo usurpação ou esbulho do alheio, além da restituição da coisa, a indeni-
zação consistirá em pagar o valor das suas deteriorações e o devido a título de lucros cessantes; 
faltando a coisa, dever-se-á reembolsar o seu equivalente ao prejudicado.
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Parágrafo único. Para se restituir o equivalente, quando não exista a própria coisa, estimar-se-á ela 
pelo seu preço ordinário e pelo de afeição, contanto que este não se avantaje àquele.
Se o lesante usurpar, apoderando-se ilegal, violenta ou fraudulentamente de coisa, ou es-
bulhar o alheio, tomando ilicitamente a posse do titular do bem, privando-o de seu exercício, 
a indenização consistirá na devolução do bem (in natura), acrescida de pagamento de per-
das e danos.
Art. 953 do CC – A indenização por injúria, difamação ou calúnia consistirá na reparação do dano 
que delas resulte ao ofendido.
Parágrafo único. Se o ofendido não puder provar prejuízo material, caberá ao juiz fixar, equitativa-
mente, o valor da indenização, na conformidade das circunstâncias do caso.
Este dispositivo estabelece a reparação dos danos por violação à honra que é um direito da 
personalidade composto de dois aspectos: objetivo ou externo (relacionado com a considera-
ção social) e subjetivo ou interno (relacionado com a autoestima). Nestes dois aspectos está 
contido o caráter múltiplo da honra: individual, civil, política, profissional, científica, artística etc.
Art. 954 do CC – A indenização por ofensa à liberdade pessoal consistirá no pagamento das perdas 
e danos que sobrevierem ao ofendido, e se este não puder provar prejuízo, tem aplicação o disposto 
no parágrafo único do artigo antecedente.
Parágrafo único. Consideram-se ofensivos da liberdade pessoal:
I – o cárcere privado;
II – a prisão por queixa ou denúncia falsa e de má-fé;
III – a prisão ilegal.
Finalizando o nosso estudo teórico, temos o art. 954 do CC que trata da reparação do dano 
por ofensa à liberdade pessoal.
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RESUMO
Conceito de Ato Ilícito
A responsabilidade civil corresponde a aplicação de medidas que obriguem alguém a repa-
rar dano moral ou patrimonial causado a terceiros em razão de ato ilícito do próprio imputado, 
de pessoa por quem ele responde, ou de fato de coisa ou animal sob sua guarda, ou, ainda, de 
simples imposição legal.
A prática de um ato ilícito pode se dar através da violação de um direito ou através de um 
abuso de direito. Nas duas hipóteses é necessário que o ato praticado provoque um dano a 
outrem, seja ele patrimonial ou extrapatrimonial (moral).
Podemos listar três requisitos para haver a responsabilidade civil:
Mesmo que o agente pratique um ato que acarrete prejuízo a outrem ele pode não ser obri-
gado a indenizar em razão de uma das causas excludentes de ilicitude.
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Excludentes de Ilicitude
Legítima defesa Repelir agressão injusta atual ou iminente
Exercício regular de direito Acontece, por exemplo, em casos de práticas desportivas
Estado de necessidade deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente
Fato exclusivo da vítima o nexo de causalidade entre o ato e o dano não se formará
Fato de terceiro O nexo de causalidade se formará com a conduta do terceiro e não do agente
Caso Fortuito ou Força Maior o nexo de causalidade entre o ato e o dano não se formará
Organograma da Responsabilidade Civil
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Responsabilidade no Código Civil
1) Responsabilidade dos empresários e empresas por vícios de produtos
Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as em-
presas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos 
em circulação.
2) Responsabilidade do incapaz
O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não ti-
verem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. A indenização deverá ser 
equitativa e não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.
Trata-se de uma forma de responsabilidade subsidiária e mitigada em que primeiro res-
ponderá o representante do incapaz com seus bens e, posteriormente, o próprio incapaz.
3) Responsabilidade por fato de terceiros
São também responsáveis pela reparação civil:
I – os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
II – o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
III – o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício 
do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
IV – os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por 
dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
V – os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorren-
te quantia.
4) Responsabilidade por fato de animal
O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da 
vítima ou força maior. A responsabilidade civil do dono ou detentor de animal é objetiva, admi-
tindo-se a excludente do fato exclusivo de terceiro.
5) Responsabilidade pelo fato de coisa inanimada
O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se 
esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.
Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que 
dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
6) Responsabilidade Civil x Responsabilidade Criminal
A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais so-
bre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem 
decididas no juízo criminal.
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Indenização
A indenização deve ser proporcional ao dano provocado.
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QUESTÕES COMENTADAS EM AULA
001. (VUNESP/CÂMARA MUNICIPAL DE PINDORAMA-SP/PROCURADOR/2020) Uma se-
nhora foi agredida durante uma discussão e ficou com graves sequelas motoras. Sobre seu 
possível pedido judicial para uma reparação, é correto afirmar que ela
a) pode pleitear somente a reparação pelo dano material que teve nas despesas com cuida-
dos médicos.
b) pode pleitear somente a reparação pelo dano estético que sofreu.
c) não pode pleitear a reparação pelo dano estético que sofreu.
d) pode cumular os pedidos de reparação pelo dano estético e pelo dano moral.
e) não pode pleitear a reparação pelos danos morais que sofreu.
002. (FGV/TJ-RJ/JUIZ SUBSTITUTO/2021) Ana teve a sua fotografia estampada em uma re-
vista. A matéria elogiava as suas qualidades físicas e morais, mas não houve autorização por 
parte da retratada. Diante dessa situação, Ana pleiteia em juízo compensação pecuniária por 
dano moral. O pedido deve ser julgado:
a) improcedente, pois não houve ofensa à honra da autora;
b) procedente, pois houve ofensa à denominada imagem-atribuição;
c) improcedente, salvo comprovação de que houve prejuízo econômico para a autora;
d) procedente, pois a imagem foi utilizada sem autorização e há finalidade econômica;
e) improcedente, salvo se ficar demonstrado que o réu obteve lucro com a utilização da 
fotografia.
003. (CEBRASPE/SEFAZ-CE/AUDITOR FISCAL/2021) A responsabilidade civil do advogado 
por inadimplemento da sua obrigação com o cliente depende, além da demonstração do dano 
causado ao cliente, de dolo ou culpa e do nexo de causalidade.
004. (FCC/DPE-GO/DEFENSOR PÚBLICO/2021) Um ônibus da empresa “A”, que realiza transpor-
te rodoviário de pessoas, em estrada próxima a Aparecida de Goiânia, transportando 30 passagei-
ros, sofreu um acidente por culpa exclusiva do motorista de caminhão que trafegava na via de mão 
dupla em posição contrária ao ônibus. No acidente, houve cinco vítimas fatais e diversos feridos. 
Nesse caso, a responsabilidade civil da empresa transportadora

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