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Apostila do curso de Direito Preparação OAB BY JULIANE LIMA @_JULIANESLIMA RESUMO DIGITAL <<<<<<<<<<<< Direito das Obrigações >>>>>>>>>>>>> • ↝ Direitos não patrimoniais = Tratam dos direitos da personalidade, direito à vida, liberdade, honra ↝ Direitos patrimoniais= Tratam dos direitos que envolvem valores econômicos como: -Direito das Obrigações (Direito Pessoal): é o direito do credor contra o devedor, tendo por objeto uma determinada prestação. Relação crédito e débito. -Direitos Reais (Direito das coisas, propriedade, posse, usufruto): é o poder – direto e imediato – do titular sobre a coisa, com exclusividade e contra todos. Relação entre pessoa e coisa. *Relação de credor e devedor é um acordo de vontades em torno de um objeto → lícito, possível, determinado e determinável. Obs.: Este objeto tem que ter função de DAR= COISA (art. 233 e s CC), FAZER= PRESTAR SERVIÇO (Art. 247 e 249) ou NÃO FAZER= OMISSÃO (art. 250 e 251 CC). Obs.: Obrigação é confiança. O que é gratuito não é obrigação. • ↝ Passar um bem móvel ou imóvel para outra pessoa para assumir uma obrigação que era de outra pessoa. Ex.: vender um carro antes de pagar todas as prestações, o comprador assumirá por diante. • ↝ Formas encontradas para conseguir pagar o objeto Obs.: Credor não é obrigado a aceitar este tipo de pagamento Obs.: O que vale é o acordo feito inicialmente entre credor e devedor. Obs.: Credor e devedor devem ter cuidado com as cláusulas abusivas (vantagem econômica sobre o outro) • ↝ Partes (sujeitos): Credor e devedor, pessoa capaz, manifestação da vontade (expressa e tácita). Obs.: Se o objeto for imóvel a manifestação precisa ser expressa e solene. ↝ Objeto: Lícito, possível (física), determinado (gênero, quantidade, qualidade), determinável (gênero, quantidade) ↝ Forma: Os direitos reais têm origem na lei. Os direitos pessoais não resultam da lei, nascem de contratos entre pessoas. ↝ Duração: Os direitos pessoais são transitórios, nascem, duram certo tempo e se extinguem. Os direitos reais são perpétuos, não se extinguindo pelo não uso. Exceção: Causas expressas em lei = desapropriação, usucapião em favor de terceiros, perecimento da coisa, renúncia, etc. • ↝ Essa prestação debitória, que é o objeto da relação obrigacional é ação ou omissão a que ficará adstrito o devedor e que o credor terá direito de exigir. • ↝ Imaterial, abstrato. É o ato legal que sujeita o devedor a determinada prestação em favor do credor. Abrange o dever da pessoa obrigada (debitum) e sua responsabilidade em caso de não-cumprimento. • A) Obrigação: quando cumprida, extingue-se. B) Responsabilidade: somente nasce quando não for cumprida a obrigação ↝ Obs.: Entretanto, há dois casos de obrigação não cumprida e que não geram responsabilidade: dívidas prescritas e dívidas de jogo (não podem ser cobradas) • ↝ Em essência e na estrutura, a obrigação natural não difere da obrigação civil: trata-se de uma relação de débito e crédito que vincula objeto e sujeitos determinados. ↝Todavia, distingue-se da obrigação civil por não ser dotada de exigibilidade jurídica. ↝ Art.882, CC. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente inexigível. • ↝ As obrigações, em uma classificação básica, poderão ser: POSITIVAS (de dar – coisa certa ou coisa incerta; de fazer) e NEGATIVAS (de não fazer). A) Fracionárias: Nas obrigações fracionárias, concorre uma pluralidade de devedores ou credores, de forma que cada um deles responde apenas por parte da dívida ou tem direito apenas a uma proporcionalidade do crédito. Uma obrigação pecuniária (de dar dinheiro), em princípio, é fracionária B) Conjuntas: Neste caso, concorre uma pluralidade de devedores ou credores, impondo-se a todos o pagamento conjunto de toda a dívida, não se autorizando a um dos credores exigi-la individualmente. C) Disjuntivas: Nesta modalidade de obrigação, existem devedores que se obrigam alternativamente ao pagamento da dívida. Vale dizer, desde que um dos devedores seja escolhido para cumprir a obrigação, os outros estarão consequentemente exonerados, cabendo, portanto, ao credor a escolha do demandado. De tal forma, havendo uma dívida contraída por três devedores (A, B, C), a obrigação pode ser cumprida por qualquer deles: ou A ou B ou C. D) Solidárias: Existe solidariedade quando, na mesma obrigação, concorre uma pluralidade de credores, cada um com direito à dívida toda (solidariedade ativa), ou uma pluralidade de devedores, cada um obrigado à dívida por inteiro (solidariedade passiva). A solidariedade não se presume nunca: resulta da lei ou da vontade das partes. <<<<<<<<<<<< Direito das Obrigações >>>>>>>>>>>>> • A) Facultativas ou disjuntivas: São aquelas que têm por objeto duas ou mais prestações, sendo que o devedor exonera-se cumprindo apenas uma delas. Ex.: escolher entre festa de aniversário ou viagem. B) Facultativas: Ocorre quando, tendo um único objetivo, o devedor tem a faculdade de substituir a prestação devida por outra de natureza diversa, prevista subsidiariamente. Ex.: Anúncio de sorteio de um carro, mas caso não ocorra, o devedor pode dar o dinheiro em substituição, o credor não escolhe, somente o devedor. Obs: Não se confunde com a obrigação alternativa, cujo objeto já “nasce” composto. C) Cumulativas ou conjuntivas: São as que têm por objeto uma pluralidade de prestações, que devem ser cumpridas conjuntamente. Ex.: É o que ocorre quando alguém se obriga a entregar uma casa e certa quantia em dinheiro. D) Divisíveis e indivisíveis: As divisíveis são aquelas que admitem o cumprimento fracionado ou parcial da prestação; as indivisíveis, por sua vez, só podem ser cumpridas inteiro (por natureza, ordem econômica, vontade das partes) E) Líquidas e Ilíquidas: Líquida é a obrigação certa quanto à sua existência, e determinada quanto ao seu objeto. A prestação, pois, nesses casos, é certa, individualizada, a exemplo do que ocorre quando alguém se obriga a entregar ao credor a quantia de R$100,00. A obrigação ilíquida, por sua vez, carece de especificação do seu quantum, para que possa ser cumprida. • A) Condicionais: Trata-se de obrigações condicionadas a evento futuro e incerto, como ocorre quando alguém se obriga a dar a outrem um carro, quando este se casar. B) A termo: Se a obrigação subordinar a sua exigibilidade ou a sua resolução, outrossim, a um evento futuro e certo, estaremos diante de uma obrigação a termo. C) Modais: As obrigações modais são aquelas oneradas com um encargo (ônus), imposto a uma das partes, que experimentará um benefício maior. • A) De meio: é aquela em que o devedor se obriga a empreender a sua atividade, sem garantir, todavia, o resultado esperado. Ex.: As obrigações do médico, em geral, assim como as do advogado, são, fundamentalmente, de meio, uma vez que esses profissionais, a despeito de deverem atuar segundo as mais adequadas regras técnicas e científicas disponíveis naquele momento, não podem garantir o resultado de sua atuação (a cura do paciente, o êxito no processo). B) De resultado: O devedor se obriga, não apenas a empreender a sua atividade, mas, principalmente, a produzir o resultado esperado pelo credor. Ex: em geral, a obrigação do médico é de meio, no entanto, no caso do cirurgião plástico (cirurgia plástica estética), a jurisprudência entende ser de resultado. C) De garantia: Têm por conteúdo eliminar riscos que pesam sobre o credor, reparando suas consequências. A do segurador e a do fiador, a do contratante, relativamente aos vícios redibitórios, nos contratos comutativos (CC, arts.441 e s.); a do alienante, em relação à evicção, nos contratos comutativos que versam sobre transferência de propriedade ou de posse (CC, arts. 447 e ss); a oriunda de promessade fato de terceiro (CC, art. 439). *Em todas essas relações obrigacionais, o devedor não se liberará da prestação, mesmo que haja força maior ou caso fortuito, uma vez que seu conteúdo é a eliminação de um risco, que, por sua vez, é um acontecimento casual ou fortuito, alheio à vontade do obrigado. Assim sendo, o vendedor, sem que haja culpa sua, estará adstrito a indenizar o comprador evicto; igualmente, a seguradora, ainda que, por ex.emplo, o incêndio da coisa segurada tenha sido provocado dolosamente por terceiro, deverá indenizar o segurado (Maria Helena Diniz) • ↝Conceito: é uma situação de comprometimento (vínculo) entre os sujeitos ↝ Designa tanto os deveres de uma parte quanto os direitos de outra ↝ Engloba, portanto, a situação total, numa acepção ampla do termo • ↝ Critério Objetivo: Leva em conta o objeto da obrigação -Divide as obrigações em: *Obrigações de Dar *Obrigações de Fazer *Obrigações de Não Fazer Obs.: Muitos consideram também a existência das Obrigações Pecuniárias, com regime construído pela doutrina, por leis esparsas e por alguns conceitos das Obrigações de Dar. ↝ Critério subjetivo: leva em conta o número de sujeitos envolvidos na obrigação ↝Existe quando a prestação a ser realizada for alguma coisa a ser entregue pelo devedor ao credor ↝Têm como finalidade a troca do domínio, a transferência do uso, ou ainda a restituição do uso da coisa ↝A coisa pode ser certa ou incerta - Espécies: *Obrigação específica: de dar coisa certa (arts. 233 a 242) *Obrigação genérica: de dar coisa incerta (arts. 243 a 246) <<<<<<<<<<<< Direito das Obrigações >>>>>>>>>>>>> - Prestações possíveis: *Obrigação de dar (direito pessoal) *Obrigação de restituir (envolve devolução – ver art. 238, CC) *Obrigação de contribuir (ver art. 1.315, CC) *Obrigação de solver dívida em dinheiro ↝ Coisa especificada em gênero, quantidade, qualidade ↝Existe quando a coisa é especificada, perfeitamente individualizada e indicada na celebração do contrato ↝Se resolve com a tradição (entrega) da coisa. Obs.: Se for coisa imóvel não basta a tradição, tem que ter o registro feito em cartório ↝ Os acessórios acompanham a coisa principal, salvo acordado em contrário (princípio da gravitação jurídica) ↝ Princípio da Gravitação Jurídica: Bem acessório segue o principal • Quem responde pela perda ou deterioração do bem? Res perit domino – a coisa perece para o dono / o dono suporta a perda do objeto Até antes da entrega a coisa pertence ao devedor ↝ Perda da coisa (art. 234, 1º parte, CC) ↝ Perda sem culpa do devedor: - “Se a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes”. Devedor suporta a perda e credor não paga o preço, se já tiver pago ele tem direito a devolução, sem acréscimo. Ex.: Força maior ↝ Perda por culpa do devedor: - “Se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos” * A culpa pode ser por: negligência, imperícia ou imprudência -Equivalente= em dinheiro -Perdas e danos: dano emergente e lucro cessante (art. 402, CC) ↝ Quando estamos diante de um defeito da coisa ↝ Deterioração sem culpa do devedor (Art. 235) -Credor resolve a obrigação; ou -Aceita a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu *Esse abatimento vai depender do acordo entre credor e devedor ↝ Deterioração com culpa do devedor (Art. 236) -Credor exige o equivalente, mais perdas e danos -Credor aceita a coisa no estado em que se encontra, mais perdas e danos • ↝ Subespécie da obrigação de dar ↝ Existência de coisa alheia em poder do devedor, a quem cumpra devolvê-la ao dono ↝ Difere-se da obrigação de dar porque NÃO ocorre transferência de domínio • Sem culpa do devedor: art. 238, CC - Sofrerá o credor a perda e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda • Com culpa do devedor: art. 239, CC - Devedor responderá pelo equivalente mais perdas e danos • Sem culpa do devedor: art. 240, 1ª parte, CC -O credor suportará o prejuízo, sem direito à indenização • Com culpa do devedor: art. 240, 2ª parte, CC -O devedor responderá pelo equivalente em dinheiro, mais perdas e danos ↝ Existe quando a coisa é genérica, não é perfeitamente especificada ↝ A coisa deve ser indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade ↝ Têm caráter inicial e transitório ↝ Quando houver a escolha da coisa, a obrigação passará a ser de dar coisa certa ↝ A escolha se faz, via de regra, pelo devedor, porém pode ser estabelecido no contrato que a escolha cabe ao credor ou a terceiro ↝ O devedor e o terceiro devem escolher observando o “princípio da qualidade média” ↝ Critério do meio termo ou critério da qualidade intermediária= o devedor quando for escolher não é obrigado a escolher o que existe de melhor, e nem o pior. Obs.: ↝ Porém o credor teria a possibilidade de reservar para si as melhores coisas do gênero ↝ São tratadas entre o art. 874 e 877 do CC NÃO ESQUECER!!!!!!!!!!!!!!!!! A) SUJEITO ATIVO - É O CREDOR, AQUELE QUE TEM DIREITO A UMA PRESTAÇÃO; B) SUJEITO PASSIVO - É O DEVEDOR, AQUELE QUE DEVE REALIZAR A PRESTAÇÃO. <<<<<<<<<<<< Direito das Obrigações >>>>>>>>>>>>> ↝ É aquela em que o devedor se vincula a determinado comportamento, consistente em praticar um ato ou realizar uma tarefa, donde decorre uma vantagem para o credor ↝ Segundo Maria Helena Diniz, “a obrigação de fazer é a que vincula o devedor à prestação de um serviço ou ato positivo, material ou imaterial, seu ou de terceiros, em benefício do credor ou de terceira pessoa”. *EX.: O empreiteiro que austa a construção de uma casa. Ex.2: O escritor que promete a um jornal uma série de artigos. • ↝ A diferença está em verificar se o dar ou o entregar é ou não consequência do fazer. ↝ Se o devedor tem de dar ou entregar alguma coisa, não tendo, porém de fazê-la, previamente, a obrigação é de dar; todavia, se primeiramente, tem ele de confeccionar a coisa, para depois entrega-la, se tem ele de realizar algum ato, do qual será mero corolário o de dar, tecnicamente, a obrigação é de fazer • • : *São aquelas em que a pessoa do devedor constitui preocupação essencial do credor, uma vez que se levam em contas as qualidades pessoais do obrigado. Geralmente quando não se percebe pela qualidade, está expresso no contrato. *Nas obrigações infungíveis, o negócio se estabelece intuitu personae, pois o credor só visa à prestação avençada, se fornecida por aquele devedor cujas qualidades pessoais ele tem em vista Ex: Alguém contrato um pintor célebre para confeccionar um retrato Ex: O advogado renomado que é contrato pelo cliente para defende-lo no Tribunal do Júri • *É aquela em que a pessoa do devedor não figura com relevância *É aquela em que prestação do ato pode ser realizada indiferentemente tanto pelo devedor como por terceiro *Não leva em consideração as qualidades pessoais do obrigado Ex: Dono do automóvel que encomendou sua limpeza é, de certo modo, indiferente qual pessoa irá lavá-lo Art. 249 • *DOIS CASOS: impossibilidade de cumprimento da obrigação (sem culpa e com culpa do devedor) e o descumprimento da obrigação pela recusa do devedor (quando for infungível a obrigação e quando for fungível) I- Impossibilidade - ocorre quando a prestação se torna irrealizável a) Impossibilidade de cumprimento da obrigação sem culpa – o fato que tornou impossível a prestação é alheia a um comportamento censurável do devedor • Nesse caso, resolve-se a obrigação • Art. 248, 1ª parte • Ex.: Um cantor de ópera fica doente e perde a voz no dia da apresentação II – Inadimplemento voluntário da obrigação, que não se tornou impossível – Trata-se de mero descumprimento do dever Quandofor infungível a prestação: em regra, não pode o credor obter a sua execução direta, posto que isso envolveria agravo à liberdade individual do devedor Ninguém pode ser compelido a prestar um fato contra a sua vontade Portanto, ao credor só cabe requerer a reparação do prejuízo sofrido Nesse caso, responderá o devedor pelas perdas e danos Art. 247 b) Quando for fungível a prestação e o devedor for moroso ou inadimplente: dá ao credor plena liberdade de mandar executar o fato, à custa do devedor, por terceiro, sem prejuízo do pedido da cabível indenização das perdas e danos Obs.: Via judicial O credor pode, também, resolver o contrato pleiteando a indenização do dado *Art. 249 Mas, em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido *Art. 249, parágrafo único • <<<<<<<<<<<< Direito das Obrigações >>>>>>>>>>>>> ↝Consiste numa omissão (abstenção) por parte do devedor da prática de determinado(s) ato(s) que poderia fazer se não estivesse obrigado ↝Têm regulação nos arts. 250 e 251 do CC Obrigação negativa *Ex: A pessoa que promete não vender uma casa a não ser ao credor *Ex: Comerciante que alienando seu estabelecimento, compromete-se a não abrir outro do mesmo gênero • *Pela inexecução culposa do devedor, ao realizar, por negligência ou por interesse, ato que não podia – duas são as possibilidades: a) O credor pode, então, exigir que o ato seja desfeito, sob pena de o desfazer a sua custa, ressarcindo o culpado as perdas e danos (art. 251) b) Se a obrigação de não fazer foi descumprida pelo devedor e não há como desfazer os efeitos do ato praticado, será o inadimplente condenado a pagar perdas e danos ao credor Obs: A única solução é a reparação do prejuízo • ↝A obrigação simples só possui um objeto, mas a obrigação alternativa tem por objeto duas ou mais prestações, mas apenas uma será cumprida como pagamento. ↝ É muito comum na prática, até para facilitar e estimular os negócios (ex: vendo minha casa por cem mil ou troco por terreno na praia; um artista bate no seu carro e se compromete a fazer um show na sua casa ou a pagar o conserto; o comerciante que se obriga com outro a não lhe fazer concorrência, ou então a lhe pagar certa quantia. A) Nasce com objeto composto, duas ou mais possibilidades de prestação; B) O adimplemento de qualquer das prestações resulta no cumprimento da obrigação, o que aumenta a chance de satisfação do credor, sem ter que se partir para as perdas e danos, caso qualquer das prestações venha a perecer. Como o credor aceitou mais de uma prestação como pagamento, qualquer delas vai satisfazer o credor (253 e 256); a exoneração do devedor se dá mediante a realização de uma única prestação. C) O devedor pode optar por qualquer das prestações, cabendo o direito de escolha, de regra, ao próprio devedor (252); mas o contrato pode prever que a escolha será feita pelo credor, por um terceiro, ou por sorteio (817); D) Nas obrigações periódicas admite-se o jus variandi, ou seja, pode-se mudar a opção a cada período (§ 2º do art. 252). A doutrina critica essa mudança de prestação porque gera instabilidade para o credor. *Das obrigações alternativas: Art. 252 CC *Da escolha dos objetos: Arts. 253, 254, 255 e 256 CC • ↝ Em geral, em uma obrigação existe apenas um credor e um devedor ↝ Mas caso existam na mesma relação vários devedores ou vários credores, o razoável é que cada devedor pague apenas parte da dívida, e que cada credor tenha direito apenas a parte de prestação. ↝ Tanto na indivisibilidade como na solidariedade, embora concorram várias pessoas, cada credor pode reclamar a prestação por inteiro, e cada devedor responde também pelo todo (259 e 264) - OBRIGAÇÃO DIVISÍVEL: é aquela cuja prestação pode ser parcialmente cumprida sem prejuízo de sua qualidade e de seu valor (ex: uma dívida de cem reais pode ser paga em duas metades; um curso de Direito Civil pode ser ministrado em várias aulas). Mas a depender do acordo entre as partes, o devedor deve pagar de uma vez só, mesmo que a prestação seja divisível (314). - OBRIGAÇÃO INDIVISÍVEL: a prestação só pode ser cumprida por inteiro (ex: quem deve um cavalo não pode dar o animal em partes, 258; mas se tal cavalo perecer e <<<<<<<<<<<< Direito das Obrigações >>>>>>>>>>>>> a dívida se converter em pecúnia, deixa de ser indivisível, 263). - CARACTERÍSTICAS DA INDIVISIBILIDADE: *Pluralidade de devedores: imaginem que um pai morre e deixa dívidas, seus filhos irão pagar estas dívidas dentro dos limites da herança recebida do pai (1792, 1997). Então o credor do pai terá mais de um filho para cobrar esta dívida. *Se a prestação for divisível, cada filho responde pela parte correspondente a sua herança, e a insolvência de um deles não aumentará a quota dos demais (257). *Mas se a prestação for indivisível, cada filho responde pela dívida toda, e aquele que pagar ao credor, cobrará o quinhão correspondente de cada irmão (259). A relação obrigacional antes era do credor com os filhos do pai morto, agora é do irmão pagador contra os outros irmãos. *E se a pluralidade for de credores? Sendo divisível a prestação, cada credor só pode exigir sua parte (257). Mas sendo indivisível aplica-se o 260, pelo que o devedor deverá pagar a todos os credores juntos, para que um não engane os outros. *Ou então o devedor deverá pagar àquele credor que prestar uma garantia ( = caução) de que repassará o pagamento aos outros (ex: João deve um carro a três pessoas, mas não encontra os três para pagar, assim, para se livrar logo daquela obrigação, paga ao credor que ofereceu uma fiança; se este credor não repassar o carro aos demais credores, o fiador poderá ser processado pelos prejudicados). *Se o devedor pagar sem as cautelas do art. 260, terá que pagar de novo àquele credor que, eventualmente, venha a ser lesado pelo credor que recebeu todo o pagamento, afinal quem paga mal paga duas vezes! *Diz-se por isso que o pagamento integral da dívida a um só dos vários credores pode não desobrigar o devedor com relação aos demais concredores. *Mas pagando o devedor corretamente, caberá aos credores buscar sua parte com o credor que recebeu tudo (261). *Tratando-se de coisa indivisível (ex: carro, barco, casa), poderão os credores usar a coisa em condomínio, ou então vendê-la e dividir o dinheiro (1320). - ESPÉCIES DE INDIVISIBILIDADE: a) física: a prestação é indivisível pela sua própria natureza, pois sua divisão alteraria sua substância ou prejudicaria seu uso (ex: obrigação de dar um cavalo, obrigação de restituir o imóvel locado, etc); b) econômica: o objeto da prestação fisicamente poderia ser dividido, mas perderia valor (ex: obrigação de dar um diamante, art. 87); c) legal: é a lei que proíbe a divisão (ex: a lei 6.766/79, que dispõe sobre o parcelamento do solo urbano, determina no art. 4º, II, que os lotes nos loteamentos terão no mínimo 125 metros quadrados, então um lote deste tamanho não pode ser dividido em dois); d) convencional: é o acordo entre as partes que torna a prestação indivisível (art. 88, ex: dois devedores se obrigam a pagar juntos certa quantia em dinheiro, o que vai favorecer o credor que poderá exigir tudo de qualquer deles, arts 258 in fine, e 259). IMPORTANTE: Percebe-se que qualquer das três espécies de obrigação (dar, fazer e não-fazer) pode ser divisível ou indivisível (ex: dar dinheiro é divisível, mas dar um cavalo é indivisível; pintar um quadro é obrigação de fazer indivisível, mas plantar cem árvores é divisível; não revelar segredo é indivisível, mas não pescar e não caçar na fazenda do vizinho é divisível). • ↝Cessão de crédito: transferência do crédito do credor primitivo para onovo credor/ notificação do devedor ↝Assunção de dívida (cessão de débito): transferência do débito do devedor primitivo para o novo devedor/ anuência (concordância) do credor. Também tem a assunção por delegação: devedor primitivo procurando um novo devedor. Anuência expressa do credor. Ex.: “passa- se” *A regra é que o devedor primitivo responde pela existência ↝ Cessão de contrato: transferência da posição em um determinado contrato • Observação: ↝ Extinção = cumprimento = adimplemento ↝ Pode ocorrer de 2 formas: - Direta = convencional/normal/típica (porque o pagamento vai ocorrer previsto inicialmente entre credor e devedor). - Indireta = anormal/atípica (porque são outras formas de pagamento que não foram inicialmente convencionadas entre credor e devedor). • ↝ As obrigações se extinguem, via de regra, por seu cumprimento, liberando-se assim, o devedor. ↝ Cumprimento significa pagamento. É solução voluntária pelo devedor da prestação devida ao credor. • ↝ O pagamento é a principal forma de extinção das obrigações, já que a obrigação nasceu para ser satisfeita. ↝ O pagamento pressupõe a existência de uma dívida e a vontade de extingui-la (animus solvendi), devendo, em tese, ser feito pelo devedor ao credor. <<<<<<<<<<<< Direito das Obrigações >>>>>>>>>>>>> ↝ Pagamento não significa apenas a entrega de uma soma em dinheiro, mas, em sentido amplo, o cumprimento voluntário de qualquer espécie de obrigação. ↝ Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu. ↝ Assim, o pagamento é o ato jurídico formal unilateral que corresponde à execução voluntária e exata por parte do devedor da prestação devida ao credor, no tempo, modo e lugar previstos no título constitutivo (contrato, lei ou sentença). - Sinonímia: ↝ São sinônimos de pagamento: solução (solutio), cumprimento, adimplemento, implemento, execução. - Conceito de pagamento: ↝ O cumprimento da obrigação, também denominado pagamento ou solução do débito, é a execução da prestação pelo devedor na forma estabelecida no ato jurídico ou na lei, de acordo com as normas fixadas quanto ao modo, tempo e lugar de sua realização. • ↝ Não havendo relação jurídica, o pagamento será indevido e dará direito ao devedor de reaver judicialmente o que pagou sem justo motivo. • ↝ O pagamento é formal porque a prova do pagamento é o recibo. ↝ O recibo é chamado de quitação. Obs.: Se o devedor se negar a entregar o recibo, o credor pode reter o pagamento. • ↝ Do latim quietare, que significa “aquietar”, “acalmar”, “tranquilizar”. • ↝ O pagamento é voluntário e exato ↝ Se for decorrente de execução judicial, não é tecnicamente pagamento, porque não é voluntário. ↝ Se a dívida é em dinheiro e o devedor a paga com um bem, não é tecnicamente pagamento, porque não é exato. • - Vínculo obrigacional: É a causa, o fundamento do pagamento. Não havendo vínculo, não há que se falar de pagamento, pena de se caracterizar pagamento indevido. - Sujeito passivo do pagamento: É o devedor (solvens), que é o sujeito passivo da obrigação (regra). Terceiro (interessado ou não interessado) - Sujeito ativo do pagamento: É o credor (accipiens), que é sujeito ativo da obrigação (regra). Credor putativo (aparência de ser o verdadeiro credor) - Acciepiens: quem recebe • : 1. Lugar; 2. Tempo; 3. Objeto e prova; 4. Daqueles a quem se deve pagar (sujeito ativo); 5. Daquele que deve pagar (sujeito passivo); • - Subjetivas: Credor e Devedor. - Objetivas: Lugar, tempo, objeto, prova. • = Domicílio ↝ Regra: pagamento quesível ou “quérable” – credor procura devedor para o pagamento – Domicílio do devedor. ↝ Exceções (art. 327, CC): “[...] salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias” ↝ Pagamento portável ou “portable” – domicílio do credor – devedor procura credor para o pagamento. ↝ Local alternativo – art. 327, § único, CC: “Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles” ↝ Quanto à mudança de domicílio do devedor o art. 327 é omisso. • ↝ Tempo convencionado entre credor e devedor Obs.: Tempo de pagamento não precisa de fixação de horário, mas que isso não foi feito pelo credor e devedor – horário do expediente bancário. Obs.: Não precisa de fixação de horário – dia inteiro (último dia do pagamento) • “Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes do vencido o prazo estipulado no contrato ou marcado neste Código:” ↝ Falência de devedor ou concurso de credores ↝ Bens hipotecados ou empenhados forem penhorados em execução por outro credor (garantias reais ou fidejussórias) ↝ Garantias reais ou fidejussórias forem insuficientes, e o devedor intimado se negar a reforça-las ↝ Obs.: Garantias Reais = penhor (bens móveis) e hipoteca (bens imóveis). Garantias Fidejussórias = fiança e aval. • ↝ É o que se dá quando ocorre a execução voluntária da obrigação • ↝ É o que se dá quando a obrigação não se extingue pela forma previamente estabelecida, mas por outra. ↝ Formas encontradas para conseguir pagar o objeto. • ↝ Satisfação voluntária (animus solvendi) e rigorosa da prestação (dar, fazer ou não fazer alguma coisa) porque o pagamento é voluntário e exato. <<<<<<<<<<<< Direito das Obrigações >>>>>>>>>>>>> ↝ O credor não pode ser obrigado a receber prestação diferente, ainda que seja mais valiosa. “Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.” ↝ O credor pode aceitar receber prestação diferente, mas não pode ser forçado a aceitá-la. • QUEM DEVE PAGAR? - Por óbvio, o devedor (solvens), mas nada impede que um terceiro pague. - Afinal, o credor (accipiens) quer receber. • - Se o devedor quer impedir que um terceiro pague sua dívida, deve-se antecipar e pagar logo ao credor. • - Em geral, pouco importa ao credor quem pague o que lhe é devido. - Solvens é o pagador, devedor ou não. - Accipiens é o que recebe, credor ou não. • *A lei trata diferentemente desses dois casos: -Quem paga com interesse jurídico será, por exemplo, o fiador, o avalista, o herdeiro Obs.: Interesse patrimonial -Quem paga sem interesse jurídico será, por exemplo, o pai, o inimigo etc. • ↝ Terceiro interessado: “Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor." Ex.: fiador, avalista, herdeiro *Meios conducentes a exoneração do devedor – ação de consignação em pagamento (depósito judicial) Obs.: Obrigações personalíssimas (ou intuitu personae) = somente cabe ao devedor o cumprimento dessa obrigação – art. 247, CC. Obs.: Tem direito a sub-rogação (substituição do credor) - transferência de todos os direitos, ações, privilégios e garantias do credor primitivo em relação a dívida contra o devedor principal • ↝ Art. 304, parágrafo único, CC – “em nome e à custa do devedor, salvo oposição deste” Ex.: parentes, amigos, inimigos, etc. ↝ Só tem direito ao reembolso, não se sub-roga nos direitos do credor (art. 305) Obs.: Art. 306, CC = terceiro não interessado que paga sem o conhecimento do devedor ou mesmo após a oposição do devedor não tem direito ao reembolso – devedor tinha meios para ilidir a ação • ↝ O terceiro que paga dívida de um inimigo não tem obviamente interesse jurídico e o faz, por exemplo, para humilhar seu desafeto, já que poderá cobrar dele essa dívida, embora sem privilégios ou vantagens - Destarte: *O terceiro interessado faz jus a reembolso e sub-rogação nos eventuais privilégios do credor *O terceiro juridicamente desinteressado só tem direito ao reembolso. • - Ao credor (accipiens) ou a seu representante,pena de ser tido como pagamento indevido (quem paga mal paga duas vezes) “Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito represente, sob pena de só valer depois por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.” Obs.: Credor = herdeiro, legatário, cessionário, sub-rogado. • ↝ Art. 308, segunda parte, CC: A. Quando o credor o ratifica: no momento em que o credor ratifica o recebimento efetuado por terceiro, este assume a condição de mandatário e o pagamento se torna eficaz. B. Quando o pagamento aproveita ao credor *Sem a ratificação do credor, o pagamento efetuado a terceiro não vale. Entretanto, mesmo que o accipiens não seja o credor, nem seu representante, mas a prestação beneficiou direta ou indiretamente, parcial ou totalmente, ao credor, o pagamento é válido até o montante do benefício. • ↝ É aquele que parece ser o credor, mas não o é ↝ Exemplo: - A deve a B, mas B morre e deixa um testamento nomeando C seu herdeiro. - A, então, paga a C, mas depois o Juiz anula o testamento. - A não vai precisar pagar novamente pois pagou a um credor putativo. - C é que vai ter que devolver o dinheiro ao verdadeiro herdeiro de B. ↝ O pagamento realizado ao credor putativo é válido. “Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor.” ↝ É importante que tenha a presença de dois pressupostos: 1. Boa-fé do devedor 2. Escusabilidade do seu procedimento, ou seja, o erro deve ser justificável (Teoria da Aparência – STJ) • <<<<<<<<<<<< Direito das Obrigações >>>>>>>>>>>>> ↝ Se o credor for menor ou intermediado, o pagamento deverá ser feito a seu representante legal (pai ou curador), pena de anulabilidade. ↝ O pagamento só será válido se for da forma acima citada (pelo representante legal) “Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu.” • 1. Representantes legais = pais/tutores/curadores 2. Representantes judiciais = Juiz 3. Representantes convencionais = o credor indica por procuração (advogado) “Art. 311. Art. 311. Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, salvo se as circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante.” • Art. 312, CC: - O devedor que paga ao credor, depois de ter sido intimado de penhora feita sobre o débito pelo qual é responsável ou de impugnação por ele oposta por terceiros, não se libera da obrigação - Uma vez penhorado um crédito, o exequente deve notificar o responsável intimando-o a não pagar ao executado - O mesmo ocorre no caso de oposição notificada do devedor, desde que, fundamentada em lei, para evitar que se converta em expediente abusivo. - O pagamento efetuado pelo devedor não é válido, portanto, deverá pagar novamente, cabendo a ele reclamar do accipiens aquilo que lhe entregou. • ↝ Prova do pagamento: RECIBO - Princípio da Liberdade das Formas • “Art. 315 – As dívidas em dinheiro só poderão ser pagas, como regra geral, pelo valor nominal, em moeda corrente no país, proibida a moeda estrangeira.” ↝ Os negócios em moeda estrangeira somente são permitidos, por exceção, nos contratos de importação e exportação; nos contratos de compra e venda de câmbio e nos contratos celebrados com pessoa residente e domiciliada no exterior. ↝ Em princípio, as modalidades de cláusula móvel e correção monetária não são mais permitidas (art. 316 CC) • - Valor do objeto do pagamento - Local/ data do pagamento - Assinatura do credor ↝ Caso a pessoa se recuse a entregar o recibo, o devedor pode reter o pagamento (o código autoriza) ↝ Se mesmo assim, a pessoa se recusar a entregar o recibo, ter-se-á a consignação em pagamento (serve para que o devedor se exonere do pagamento). ↝ O juiz faz a liberação da dívida neste caso. • ↝ É o documento escrito em que o credor reconhece ter recebido o pagamento e exonera o devedor da obrigação. ↝ Requisitos da quitação: -Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante. Parágrafo Único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida (princípio da relativização da quitação) ↝ Espécies de quitação: 1. Pela entrega do Recibo 2. Devolução dos Títulos de Créditos: cheques, notas promissórias, letras de câmbio, duplicata. • ↝ Pagar não é só uma obrigação do devedor, pagar é também é um direito, pois o devedor tem o direito de ficar livre de suas obrigações. • ↝ Se o credor não quiser dar a quitação, o devedor poderá não pagar. “Art. 319. O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja dada” • - Nas obrigações positivas (dar – fazer) o ônus é do devedor, que deverá exibir o recibo - Nas obrigações negativas (não fazer) o ônus incumbe ao credor • ↝ Consiste no depósito, pelo devedor, da coisa devida, com o objetivo de liberar-se da obrigação (art. 334). ↝ Meio indireto de pagamento ou pagamento especial ↝ Direito material processual = O juiz é quem vai liberar da obrigação e intimar o credor para receber ↝ O devedor vai depositar o objeto da obrigação (qualquer objeto) • ↝ Art. 335, CC. I. Credor não puder, ou sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma II. Credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos <<<<<<<<<<<< Direito das Obrigações >>>>>>>>>>>>> III. Credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil. IV. Ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento V. Pender litígio sobre o objeto do pagamento (conflito sobre o objeto do pagamento, na dúvida, deposito em juízo, e o juiz resolve para quem vai o pagamento) VI. Outras hipóteses: arts. 341 e 342 • - PESSOAS: Deve ser feito pelo devedor e ao verdadeiro credor, sob pena de não ser considerado válido, salvo se ratificado por este ou se reverter em seu proveito (art. 336, 304 e 308) - OBJETO: Integralidade do depósito, porque o credor não é obrigado a aceitar pagamento parcial (art. 337 CC) – STJ (correção monetária) - MODO: Convencionado entre as partes - TEMPO: Fixado no contrato, não podendo se efetuar antes de vencida a dívida se não foi assim convencionado • ↝ Consiste na indicação ou determinação da dívida a ser quitada quando uma pessoa se encontra obrigada, por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor e efetua pagamento não suficiente para saldar todas elas. ↝ Art. 352. A pessoa obrigada, por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos. ↝ O credor precisa concordar - REQUISITOS: a) Pluralidade de débitos b) Identidade c) Igual natureza das dívidas d) Possibilidade de o pagamento resgatar mais de um débito • ↝ Por indicação do devedor (art. 352) ↝ Por vontade do credor (art. 353) ↝ Em virtude da lei (art. 353) a) Dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar b) Se algumas dívidas forem líquidas e outras forem ilíquidas, a preferência recairá nas dívidas líquidas, seguindo a ordem de vencimento c) Se forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, considera-se a mais onerosa Obs.: Se todas as dívidas forem líquidas, vencidas e igualmente onerosas- art. 433, I, Código Comercial. *Pode ser qualquer uma • ↝ Renegociação de dívida ↝ É a criação de obrigação nova para extinguir uma anterior. É a substituição de uma dívidapor outra, extinguindo- se a primeira. - REQUISITOS: ↝ Existência de obrigação jurídica anterior ↝ Constituição de nova obrigação ↝ Intenção de novar (criar para extinguir) • - NOVAÇÃO OBJETIVA: art. 360, I, CC – quando nova dívida substitui a anterior, permanecendo as mesmas partes. – Alteração do objeto - NOVAÇÃO SUBJETIVA: alteração do sujeito Passiva: art. 360, II, - substituição do devedor (expromissão ou delegação) Ativa: Art. 360, III – com substituição do credor - NOVAÇÃO MISTA: decorre da fusão da objetiva e da subjetiva • ↝ Art. 360, I, CC ↝ Mudança de objeto Obs.: Dívida em dinheiro ↝ Pode ocorrer mudança: a) No objeto principal b) Na natureza do objeto c) Causa jurídica • ↝ Passiva (devedor) a) EXPROMISSÃO: Independe da vontade do devedor b) DELEGAÇÃO: Depende da vontade do devedor ↝ Ativa (credor) • ↝O principal efeito consiste na extinção da primitiva obrigação, substituída por outra ↝A novação extingue os acessórios e garantias da dívida sempre que não houver estipulação em contrário (art. 364) ↝Não aproveitará, contudo, ao credor ressalvar o penhor, a hipoteca ou a anticrese se os bens dados em garantia pertencerem a terceiro que não foi parte na novação ↝A nova obrigação não tem nenhuma vinculação com a anterior, senão a de uma força extintiva • ↝ É meio de extinção das obrigações entre pessoas que são, ao mesmo tempo, credores e devedores uma da outra. Acarreta a extinção de duas obrigações cujos credores são, simultaneamente, devedores um do outro (art. 368). ESPÉCIES: *Total: *Parcial: OU *Legal: Sempre que houver: Reciprocidade dos créditos <<<<<<<<<<<< Direito das Obrigações >>>>>>>>>>>>> Liquidez das dívidas – art. 369 – valor certo Exigibilidade das prestações – dívidas vencidas Fungibilidade dos débitos – mesma natureza Obs. Art. 370, CC – qualidade *Convencional: *Judicial: • - Dívidas provenientes de esbulho, furto ou roubo - Se uma das dívidas se originar de comodato, depósito ou alimentos. Obs.: STJ – alimento pode ser compensado se for parcelas vincendas - Se uma das dívidas for de coisa não suscetível de penhora – coisas impenhoráveis • - É a substituição de uma pessoa ou de uma coisa por outra em uma relação jurídica. No primeiro caso, a sub-rogação é pessoal, enquanto no segundo, real. Esta pode ser legal ou convencional. A primeira decorre da lei; a segunda, da vontade das partes. - Natureza Jurídica: Instituto autônomo e anômalo • - Opera em pleno direito: *Em favor do credor que paga a dívida do devedor comum *Em favor do adquirente do imóvel hipotecado que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre o imóvel *Em favor do terceiro interessado que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte • - Quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos – Assemelha a cessão de crédito – terceiro não interessado • - A sub-rogação “transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores” – Art. 349 *Efeitos: LIBERATÓRIO (liberação do credor) e TRANSLATIVO (transferência de direitos, privilégios e garantias daquela obrigação) -Na sub-rogação legal, o sub-rogado não pode reclamar do devedor a totalidade da dívida, mas só aquilo que houver desembolsado. (art. 350) • ↝ Dação em Pagamento: Devedor dar outro objeto no lugar do que foi acordado. Credor aceita, mas não é obrigado a aceitar. Objetivo = extinguir a obrigação Art. 356 e seguintes do CC ↝ Acordo de vontades entre credor e devedor, por meio do qual o credor concorda em receber uma prestação diversa da que lhe é devida ↝ Bens móveis, imóveis, prestação de fazer, título de crédito, dinheiro etc. ↝ Elementos constitutivos: 1. Existência de uma dívida 2 Animus solvendi 3 Concordância do credor 4 Diversidade da prestação oferecida em relação a dívida originária Art. 357: Você pode aceitar outro objeto, mas ele tem que ser do mesmo valor do outro objeto trocado. Contrato de compra e venda Art. 358: Título de crédito/cessão = cheque, nota promissória, duplicata, letra de câmbio Art. 359: Evicção = perda da propriedade para o verdadeiro dono • Art. 381, CC: Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor. ↝ Hipóteses de confusão: - Inter vivos - Causa Mortis ↝ Espécies: art. 382 - Total - Parcial- art. 383. Obs.: caso do credor ou devedor solidário ↝ Cessação da confusão: Art. 384. Cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus acessórios, a obrigação anterior. • Art. 385 – exoneração do devedor por ato de liberalidade do credor - Ato de liberalidade por parte do credor - Requisitos: a) Que o remitente seja capaz de alienar e o remitido capaz de adquirir (art. 386) b) Que o devedor aceite (tácito ou expresso) a remissão - Quanto ao Objeto: a) Total: b) Parcial: - Quanto à forma: a) Expressa: b) Tácita: c) Presumida – arts. 386 e 387: 1. Entrega voluntária do título da obrigação 2. Pela entrega do objeto emprenhado <<<<<<< Contratos e Responsabilidade Civil >>>>>>>> • ↝ No código civil: a partir do art. 421 e seguintes (Título V) ↝ A partir do art. 481 e seguintes do CC (Título VI) • ↝ É um negócio jurídico por meio do qual as partes declarantes, limitadas pelos princípios da função social e da boa-fé objetiva autodisciplinam os efeitos patrimoniais que pretendem atingir, segundo a autonomia das suas próprias vontades. (Pablo Stolze/ Rodolfo Pamplona) ↝ Após o CC/2002 é possível que o contrato seja: revisado, alterado, clausulas abusivas podem ser retiradas e ele pode até a ser extinto. A pessoa não é obrigada a ficar com o contrato ↝ Contrato de cortesia/amizade: a chamada “carona” é um exemplo. Não existe obrigação de nenhuma parte ↝ Contrato é só o que tiver efeito patrimonial ↝ Autonomia das suas próprias vontades: liberdade contratual ----> contratar com quem quiser, o negócio jurídico que quiser *Negocio jurídico: agente capaz, objeto lícito – possível- determinado ou determinável, forma prescrita ou não *Torpeza: desleixo *Pacta sunt servanda: contrato sendo lei entre as partes • ↝ Respeito a dignidade da pessoa humana ↝Revitalização do princípio da igualdade das partes contratantes ↝ Cláusula implícita de boa-fé objetiva: a boa-fé objetiva é um “dever”, não é preciso explicitar no contrato ↝ Respeito ao meio ambiente ↝ Respeito ao valor social do trabalho Obs.: O reconhecimento deste princípio não significa negação do princípio da autonomia privada e da livre-iniciativa Art. 2035 Parágrafo único. Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos. • ↝ Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem. Obs.: Dever de boa-fé objetiva Obs.: Toda vez que disser respeito a imóvel o contrato tem que ser solene (contrato por escrito e registrado em cartório) • ↝ -Manifestação de vontade -Sujeitos -Objetivo do contrato -Forma -Requisitos subjetivos -Requisitos objetivos -Requisitos formais • ↝ Capacidade genérica: Idade + discernimento ↝ Aptidão específica para contratar ↝ Consentimento sobre: -A existência e natureza do contrato; -O objeto; -As cláusulas. • ↝ Licitude do objeto ↝ Possibilidade física ou jurídica do objeto ↝ Determinação de seu objeto (gênero, quantidade e qualidade) • ↝ Princípio REGRA: Princípio da liberdade das formas (as partes podem celebrar o contrato de qualquer forma), com exceção a contratosrelacionados a imóveis que precisam ser solenes. ↝ Forma livre (regra) ↝ Forma especial ou solene ↝ Forma escrita Obs.: para validar o contrato escrito algumas pessoas fazem o reconhecimento de firma (assinatura) ↝ Art. 107 CC ↝ Contratos escritos: exigência art. 421, CC ↝ Contratos verbais: prova testemunhal – art. 227, CC2 • ↝ Princípio da Autonomia da Vontade (art. 421): Liberdade contratual Obs.: Essa “liberdade” não é irrestrita, é preciso observar se o contrato não tem “penalidades” ↝ Princípio da Supremacia da Ordem Pública: foi introduzido pelo código de 2002 ↝ Princípio do Consensualismo (consenso): acordo entre as partes. Exceção: contrato sem consenso -----> contrato de adesão ↝ Princípio da Relatividade dos Efeitos do Contrato Obs.: Estipulação em favor do terceiro, contrato com pessoa a declarar e promessa de fato de terceiro ↝ Princípio da Obrigatoriedade dos contratos (Pacta Sunt Servanda): princípio da intangibilidade dos contratos/ princípios da força vinculante dos contratos ------> O contrato é lei entre as partes ↝ Princípio da Revisão dos Contratos ou da Oneração Excessiva: Inovação do Código de 2002 Obs.: Teoria da Imprevisão. Ex.: pandemia <<<<<<< Contratos e Responsabilidade Civil >>>>>>>> ↝ Princípio da boa-fé e da probidade (art. 422): boa-fé objetiva • ↝ Padrão de conduta do homem médio ↝ Funções da boa-fé objetiva: interpretativa, integrativa e limitadora de direitos subjetivos Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a Boa-fé e os usos do lugar de sua celebração (interpretativa) Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios da probidade e boa-fé. (integrativa) Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, exceda manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. (limitadora) Obs.: abuso de direito • - BILATERAIS OU SINALAGMÁTICOS: carga de obrigações para ambas as partes. Ex.: compra e venda, locação, troca, empreitada, transporte - UNILATERAIS: apenas uma das partes assume a obrigação. Ex.: doação, mútuo, depósito. Obs.: são contratos considerados pela doutrina “atípicos”. Obs.: Pode ser que a doação venha com uma condição ou encargo, mas isso não tira o caráter unilateral do contrato - GRATUITOS OU BENÉFICOS: aqueles que tem vantagens apenas para uma das partes e o ônus para a outra parte. Ex.: doação, comodato - ONEROSOS: tem vantagens e ônus para ambas as partes - COMUTATIVOS: são aqueles em que cada uma das partes conhece suas prestações antecipadamente. Obs.: A regra é que o contrato deve ser comutativo: a pessoa saber antecipadamente a carga de obrigações - ALEATÓRIOS OU DE RISCO: uma das partes não sabe antecipadamente as suas prestações, porque estaria sujeita a evento incerto. Ex.: seguro de veículo, jogo e aposta - CONSENSUAIS: se formam a partir do mero acordo de vontades. Ex.: compra e venda coisa móvel/ doação de coisa móvel - REAIS: são os que exigem além do acordo de vontades, a entrega de coisa. Ex.: comodato/ mútuo/ depósito/ compra e venda de coisa imóvel/ doação de coisa imóvel - FORMAIS (solenes): exigem formalidade ou solenidade para a produção de efeitos. Ex.: compra e venda de imóvel/ locação de imóvel/ fiança/ doação imóvel - NÃO FORMAIS (não solenes): não exigem forma específica - PRINCIPAIS: são aqueles que não dependem de nenhum outro para sua existência. Ex.: locação/ empreitada - ACESSÓRIOS: dependem de outro contrato para existirem. Ex.: fiança, sublocação, subempreitada - EXECUÇÃO INSTANTÂNEA: aquele em que o cumprimento da obrigação se faz no momento da celebração. Ex.: compra e venda à vista - EXECUÇÃO DIFERIDA: é aquele em que o cumprimento da obrigação é posterior a celebração. Ex.: compra e venda a prazo/ locação a prazo determinado - TRATO SUCESSIVO: o cumprimento das obrigações é prolongado no tempo. Ex.: locação a prazo indeterminado/ prestação de serviços. - NOMINADOS: aqueles com previsão no Código Civil - INOMINADOS: aqueles que decorrem da criatividade humana. Ex.: leasing, factoring, franchising - PARITÁRIOS: são os contratos formados pela vontade de ambas as partes. Ex.: compra e venda/ locação. *REGRA: contratos paritários - DE ADESÃO: são os contratos formados pela vontade de apenas uma das partes/ são pré-estabelecidos. Ex.: prestação de serviços como plano de saúde, telefonia, internet, educacional - IMPESSOAIS: são os que não importam as características da outra parte contratante e sim o resultado do contrato. Ex.: contrato de prestação de serviços comum/ empreitada. - PESSOAIS: são os realizados em razão da pessoa que o contrato. Ex.: prestação de serviços (obrigação de fazer personalíssima) - PRAZO DETERMINADO: prazo de duração previamente estabelecido - PRAZO INDETERMINADO: sem prazo de duração previamente estabelecido. Obs.: existem contratos que não vem com data fim, mas que implicitamente são contratos com prazo determinado, prazo implícito (prestação de serviços advocatícios) • ↝ Negociação – Proposta – Aceitação: 1) Negociações preliminares (pontuação): responsabilidade pré-contratual (boa-fé objetiva) – as partes ainda não estão vinculadas. Obs.: contrato preliminar (promessa de compra e venda) <<<<<<< Contratos e Responsabilidade Civil >>>>>>>> 2) Proposta (policitação): princípio da vinculação ou da obrigatoriedade da proposta – as partes estão vinculadas; *Obriga as partes: Art. 427 *Não obriga as partes.: Art. 428 I, II, III e IV Obs.: Fora das hipóteses do art. 428, a proposta obriga o proponente e deverá ser cumprida, caso haja consequente aceitação. 3) Aceitação: a aceitação fora do prazo, com adições, modificações ou restrições é uma nova proposta (art. 431) • ↝ Pessoas presentes: são aquelas que mantém contrato direto e simultâneo Obs.: não regulamentou a internet ↝ Pessoas ausentes: São aquelas que não mantém contato direto e imediato • ↝ Entre presentes: momento de aceitação da proposta ↝ Entre ausentes: o momento de manifestação da aceitação é diferente do momento de conhecimento do proponente - TEORIAS SOBRE A FORMAÇÃO DE CONTRATOS ENTRE AUSENTES: A. Teoria da cognição ou informação (o contrato entre ausentes somente estaria formado quando a resposta chegasse ao conhecimento do proponente) B. Teoria da agnição ou aceitação (dispensa-se que a resposta chegue ao conhecimento do proponente *Teoria da agnição: declaração, expedição, recepção * Código Civil acolhe a teoria da agnição na modalidade expedição (art. 434) • a) Declaração: o contrato se formaria no momento em que o aceitante ou oblato redige a sua resposta. Obs.: Críticas a essa teoria – incerteza quanto ao momento de formação de contrato b) Expedição: o contrato estaria formado no momento em que a resposta é expedida – Teoria adotada como regra pelo Código Civil (art. 434, caput) c) Recepção: o contrato estaria celebrado no momento em que o proponente recebe a resposta – hipóteses dos incisos do art. 434 adotam a teoria da recepção • ↝ Art. 435. O contrato reputa-se celebrado no lugar que foi proposto. Obs.: Pode ser que as partes elejam um “foro de eleição”, indicam um lugar que seja qualquer Obs.: Contrato eletrônico ↝ Lei Modelo da UNCITRAL (United nations commission on International Trade Law) – Art. 15 § 4º “uma declaração eletrônica se considerará expedida e recebida no lugar onde remetente e destinatário, respectivamente, tenham seu estabelecimento” • ↝ Ocorre quando se estabelece em um contrato que o benefício decorrente deste se reverta em todo ou em parte para alguém estranho ao contrato. (ex. seguro de vida) Segurado (contratante) ------> Seguradora (devedora) -------- > prêmio ------> Terceiro (Beneficiário) =credor Obs.: Prêmio será pago quando ocorrer a morte do segurado ↝ O beneficiário pode exigir o cumprimento da obrigação (art. 436) ↝ Não precisa da anuência do beneficiário ↝ O segurado (estipulante) pode trocar o beneficiário do contrato, por ato entre vivos ou por disposição de última vontade, sem a necessidade de anuência deste. • ↝ Contrato em que é estipulado que um terceiro irá realizar a prestação. Obs.: Fato de terceiro – prática futura de uma conduta humana, e não de um fato de coisa ou de animal ↝ Não se confunde com representação, já que aquele que promete que terceiro irá cumprir a prestação é responsável pelo não cumprimento, caso o terceiro não a aceite. Obs.: Art. 439 CC – exclusão da responsabilidade se o terceiro for cônjuge ou companheiro do promitente Obs.: exclusão de responsabilidade para eximir a obrigação do terceiro • ↝ Ocorre quando o contrato é celebrado e uma das partes se reserva no direito de declarar quem é realmente a outra parte. (art. 467) ↝ Deve comunicar a outra parte quem é a pessoa declarada no prazo de 5 dias da conclusão do contrato, podendo as partes estipularem outro prazo ↝ A pessoa declarada deve aceitar a declaração pela mesma forma do contrato. Obs.: Cláusula “pro amico elegendo” • ↝ Defeitos ocultos da coisa, que a tornam imprópria ao fim a que se destina, ou lhe diminuam o valor, de forma tal que o contrato não teria se realizado se esses defeitos fossem conhecidos. ↝ Requisitos: contrato comutativo, vício que torne a coisa imprópria ao uso ou lhe diminua o valor, vícios ocultos e desconhecidos, já existam no momento de celebração do contrato. ↝ Cabe ação estimatória ou quanti minoris, ou ação redibitória. Além de perdas e danos se o alienante conhecia o vício. ↝ Prazo decadencial das ações: 30 dias bens móveis, 1 ano bens imóveis, contados da entrega do bem. Se já estava na posse os prazos são reduzidos pela metade. <<<<<<< Contratos e Responsabilidade Civil >>>>>>>> ↝ Os prazos não correm durante o prazo de garantia, mas o adquirente deve denunciá-los nos 30 dias seguintes a descoberta do defeito. • ↝ É a perda da coisa, por força de uma sentença judicial, que a atribui a outrem por causa jurídica preexistente ao contrato ↝ Partes envolvidas: evicto (adquirente), alienante (responde pelos riscos da evicção) e evictor (terceiro que reivindica a coisa como de sua propriedade em direito anterior ao do adquirente). - Requisitos: perda total ou parcial da propriedade, posse ou uso da coisa, objeto do contrato, em virtude de sentença judicial; contrato oneroso; direito do evictor anterior ao contrato realizado entre evicto e alienante; não conhecimento pelo adquirente – evicto - que a coisa era alheia ou litigiosa; notificação do alienante a respeito do litígio, pela denunciação da lide. ↝ A evicção pode ser diminuída ou excluída por cláusula contratual. Mas subsistirá se o evicto não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu. ↝ O evicto tem direito: à restituição da quantia paga, à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção; às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído. ↝ O preço é o da época em que a coisa evenceu (evicção). ↝ A obrigação do alienante subsiste mesmo que a coisa se deteriore, exceto quando houver dolo do evicto. ↝ Na evicção parcial: duas possibilidades – perda considerável (resolver o contrato ou abatimento no preço) e perda não considerável (só abatimento no preço). • ↝ É a entrega de uma coisa, em geral, dinheiro, que uma das partes faz a outra em garantia da obrigação pactuada. ↝ Podem ser confirmatórias ou penitenciais. ↝ Inexecução do contrato por quem deu as arras: rescisão do contrato e retenção das arras. ↝ Inexecução do contrato por quem recebeu as arras: rescisão do contrato e quem deu as arras pode requerê-las de volta mais o equivalente, corrigidos juros e honorários de advogado. ↝ As arras valem como um mínimo de indenização se a parte inocente provar maior prejuízo. ↝ A parte inocente pode, ao invés de rescindir o contrato, pedir a sua execução e perdas e danos, valendo as arras como mínimo de indenização. ↝ Nas arras penitenciais (casos em que há o direito de arrependimento, valendo as arras como indenização) não há possibilidade de pedido de indenização suplementar. • ↝ Pré-contrato/ Contrato pré-estabelecido ↝ As partes fixam um compromisso para o futuro a fim de se obrigarem. ↝ O contrato preliminar mais comum é a promessa de compra e venda de bem imóvel em que as partes o estipulam as obrigações até o pagamento integral do preço, posteriormente celebram o contrato definitivo (escritura de compra e venda – cartório de notas) que deve ter forma pública. ↝ Deve conter todos os requisitos do contrato definitivo, exceto em relação à forma (art. 462) ↝ É irretratável, exceto se houver justa causa (descumprimento da obrigação). ↝ Adjudicação compulsória – assinatura do contrato definitivo/ entrega do bem objeto do contrato <<<<<<<< Contratos e Responsabilidade Civil >>>>>>>>>> o ↝ Modo normal: cumprimento das obrigações ↝ Modo anormal: as prestações não podem ser cumpridas por fatos anteriores, contemporâneos ou supervenientes à formação do contrato. ↝ Fatos anteriores ou contemporâneos aos contratos: podem gerar a nulidade ou anulabilidade dos contratos, são casos de vícios de consentimento ou sociais, dos contratos celebrados sem seus requisitos legais, entre outros. ↝ Causas supervenientes: resolução, resilição ou rescisão contratual. o ↝ A resolução do contrato ocorre por fatos posteriores à sua celebração que levam ao seu descumprimento. Pode ocorrer por: 1. Descumprimento voluntário 2. Descumprimento involuntário 3. Cláusula resolutiva tácita 4. Resolução por onerosidade excessiva ↝ Descumprimento voluntário ocorre por culpa ou dolo do devedor. ↝ Obriga o devedor ao ressarcimento das perdas e danos. CC, Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir- lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos. o ↝ En. 361, IV, JDC - Arts. 421, 422 e 475: O adimplemento substancial decorre dos princípios gerais contratuais, de modo a fazer preponderar a função social do contrato e o princípio da boa-fé objetiva, balizando a aplicação do art. 475. ↝ Também chamada de Teoria da “substantial performance”, limita o direito à resolução do contrato quando este foi substancialmente cumprido, sendo o descumprimento mínimo ao ponto de não afrontar a utilidade e a função do contrato. ↝ Em hipóteses em que o contrato tiver sido quase todo cumprido, não caberá a sua extinção, mas apenas outros efeitos jurídicos, visando sempre a manutenção da avença. o ↝ Descumprimento involuntário decorre de caso fortuito ou força maior. ↝ Para a sua ocorrência, exige a impossibilidade material ou jurídica, de caráter objetivo, total, superveniente, definitivo e invencível. ↝ Em regra, NÃO obriga o devedor ao ressarcimento das perdas e danos. o 1. O devedor houver expressamente por eles se responsabilizado (cláusula de assunção convencional): CC, Art. 393, caput. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. 2. Devedor estiver em mora: Art. 399, CC. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada. 3. Casos de responsabilidadeobjetiva com risco integral 4. Casos assim determinados em lei. Art. 583, CC. Se, correndo risco o objeto do comodato juntamente com outros do comodatário, antepuser este a salvação dos seus abandonando o do comodante, responderá pelo dano ocorrido, ainda que se possa atribuir a caso fortuito, ou força maior. o ↝ A cláusula resolutiva tácita decorre da lei e não da vontade das partes, como ocorre com a cláusula resolutiva expressa. ↝ A própria lei determina a resolução do contrato caso ocorra determinado evento futuro e incerto. Art. 474, CC. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação judicial. o 1. A EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO (Exception adimplenti contractus), que pode ser alegada como forma de defesa, mas também pode ser objeto de pedido de resolução contratual. Art. 476, CC. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro. 2. A EXCEPTIO NON RITE ADIMPLENTI CONTRACTUS, nos casos de risco de não cumprimento total do contrato. ↝ Vincula-se à ideia de QUEBRA ANTECIPADA DO CONTRATO ou INADIMPLEMENTO ANTECIPADO Art. 477, CC. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la. A EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO (Exceptio non adimplenti contractus) pode ser renunciada pelas partes? A cláusula que prevê essa renúncia é chamada de CLÁUSULA SOLVE ET REPETE (pague e depois reclame) e hoje é considerada como violadora do Princípio da função social do contrato, sendo, portanto, ABUSIVA e NULA nos contratos de consumo e de adesão. o <<<<<<<< Contratos e Responsabilidade Civil >>>>>>>>>> Art. 478, CC. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação ↝ Buscando evitar a resolução do contrato por onerosidade excessiva, o réu pode alterar equitativamente as condições do contrato trazendo de volta o equilíbrio da base contratual, desde que ouvida a parte autora Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar equitativamente as condições do contrato. En. 367 (IV JDC. CC) –Art. 479: Em observância ao princípio da conservação do contrato, nas ações que tenham por objeto a resolução do pacto por excessiva onerosidade, pode o juiz modificá-lo equitativamente, desde que ouvida a parte autora, respeitada sua vontade e observado o contraditório o ↝ Ocorre em casos em que a parte tem a sua pretensão fática frustrada por fatos alheios à sua vontade. ↝ Não será possível impor o fiel cumprimento do contrato, sendo viável a sua resolução. En. 166 - Arts. 421 e 422 ou 113: A frustração do fim do contrato, como hipótese que não se confunde com a impossibilidade da prestação ou com a excessiva onerosidade, tem guarida no Direito brasileiro pela aplicação do art. 421 do Código Civil. Art. 421., CC. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato. o ↝ Rescisão contratual sem motivo, desde que acordada pelas partes. Trata-se de um direito subjetivo, - Resilição bilateral = distrato - Resilição unilateral = denúncia o ↝ As partes, por livre vontade, colocam fim ao contrato. ↝ Art. 472, CC. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato. Ex.: se o contrato exigia escritura pública, o distrato também a exigirá, sob pena de nulidade absoluta (Art. 166, IV, CC) o ↝ A vontade de uma só das partes, excepcionalmente, pode colocar fim ao contrato, desde que tal situação esteja prevista em lei de forma expressa ou implícita, pelo reconhecimento de direito potestativo. ↝ O exercício desse direito potestativo deferido por lei gera na outra parte um estado de sujeição. Opera-se mediante denúncia notificada à outra parte. - Art. 473, CC. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte. Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos ↝ A resilição unilateral pode ocorrer por: 1. Denúncia 2. Revogação 3. Renúncia 4. Exoneração unilateral o Ex.: no contrato de prestação de serviço: Art. 599, CC. Não havendo prazo estipulado, nem se podendo inferir da natureza do contrato, ou do costume do lugar, qualquer das partes, a seu arbítrio, mediante prévio aviso, pode resolver o contrato. Parágrafo único. Dar-se-á o aviso: I -com antecedência de oito dias, se o salário se houver fixado por tempo de um mês, ou mais; II -com antecipação de quatro dias, se o salário se tiver ajustado por semana, ou quinzena; III -de véspera, quando se tenha contratado por menos de sete dias. o ↝ Ocorre nos contratos embasados na confiança quando esta se vê quebrada. Ex.: Revogação do mandante, do comodante, do depositante. ↝ Mandato – representação – procuração ↝ Mandante (quem passa os poderes) e Mandatário (quem recebe os poderes) ↝ Comodato – empréstimo gratuito ↝ Comodante (quem empresta) e Comodatário (quem pede a coisa emprestada) ↝ Depósito – guardar, conservar bens alheios ↝ Depositante (quem deposita) e Depositário (quem guarda) o ↝ Ocorre também nos contratos embasados na confiança quando esta se vê quebrada. Ex.: Renúncia do mandatário, do comodatário, do depositário. o Art. 835, CC. O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver assinado sem limitação de tempo, sempre que lhe convier, ficando obrigado por todos os efeitos da fiança, durante sessenta dias após a notificação do credor. ↝ Tal regra se aplica na fiança por prazo indeterminado. Não se aplica nos casos de fiança por prazo determinado. ↝ É norma de ordem pública – Não pode ser afastada pela vontade das partes. <<<<<<<< Contratos e Responsabilidade Civil >>>>>>>>>> ↝ Pode ser declarada de ofício pelo juiz. ↝ Lei 12.112/2009 alterou Art. 40, X, Lei 8.245/91 aumentando o prazo para 120 dias após a notificação do credor. o ↝ Ocorrendo a morte de um dos contratantes, o contrato pode ser extinto desde que a parte falecida tenha assumido obrigação PERSONALÍSSIMA (intuitu personae). ↝ Ocorre a CESSAÇÃO CONTRATUAL, extinguindo o contrato de pleno direito. Ex.: Fiança. Não se transmite aos herdeiros a condição de fiador Art. 836, CC. A obrigação do fiador passa aos herdeiros; mas a responsabilidade da fiança se limita ao tempo decorrido até a morte do fiador, e não pode ultrapassar as forças da herança. o ↝ Ocorrerá quando houver lesão, ou seja, quando, na formação dos contratos, não houver equilíbrio entre as prestações. o ↝ “Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro.” ↝ Caio Mário da Silva Pereira: “É um acordo de vontades, na conformidade da lei, e com a finalidade de adquirir, resguardar, transferir, conservar, modificar ou extinguir direitos.” ↝ Roberto Senise Lisboa: “É o contrato por meio do qual o adquirente (comprador) paga determinado preço em dinheiro com o fim de obter para si a transferência definitiva do bem do alienante (vendedor)” o 1. Bilateral: cada parte assume respectivamente obrigações; 2. Oneroso: equivalência de prestações, ambas as partes obtêmvantagem econômica; 3. Consensual: se aperfeiçoa com a manifestação das partes; 4. Comutativo: porque as partes já sabem antecipadamente as suas prestações; Obs.: A comutatividade pode ser afastada, tomando-se como exemplo o exposto nos artigos 458, 459 e 460 do CC/02 que prevê a compra e venda de coisa futura e de quantidade futura. 5. Solene e Não solene: se existe previsão legal com relação à forma; 6. Translativo: é instrumento para a transferência e aquisição de propriedade. Domínio – móvel (tradição = entrega da coisa) / imóvel (tradição + registro em cartório) o : 1. Partes: pessoas interessadas no negócio; 2. Consenso: as partes exteriorizam a sua vontade de acordarem; 3. Preço: é o valor a ser pago pela coisa, podendo ele ser certo (cotação), justo (real) e verdadeiro; Fixado por terceiro 4. Coisa: aquisição do título de transferência do domínio de um determinado bem. o 1. Adquirente: - Deverá efetuar o pagamento do preço antes da transferência do bem; - Deverá efetuar o pagamento do preço no tempo ajustado, lugar e modo; - Deverá efetuar o pagamento dos juros e cláusula penal; - Arcar com as despesas de lavratura de escritura pública e do registro de transferência do bem imóvel. 2. Alienante: - proceder a entrega do bem adquirido após o pagamento do preço; - arcar com as despesas de transporte e tradição da coisa móvel; - garantir a coisa vendida dos riscos da evicção; - responder por vícios redibitórios; - responder pelas consequências pela entrega incorreta da coisa; o 1. Tutor e curador: adquirir bens do patrimônio dos pupilos (art. 497 do CC/2002), pena de nulidade absoluta; 2. Testamenteiro e administrador: adquirir bens confiados a sua guarda ou administração (art. 497 do CC/2002), pena de nulidade absoluta; 3. Servidor público: adquirir bens ou direitos do órgão onde exerçam suas atribuições, pena de nulidade absoluta; 4. Juiz, perito, árbitro e demais auxiliares ou serventuários da justiça que possam influenciar no negócio ou no preço da venda; 5. Ascendente para descendente (art. 496 do CC/2002): é anulável a venda, salvo autorização expressa dos demais descendentes e o do cônjuge (comunhão universal, comunhão parcial e participação final dos aquestos). O prazo para anular o negócio é de 2 anos (art. 179 do CC/2002); Prova que a venda se fez por preço inferior ao valor real dos bens 6. Cônjuges (art. 499 do CC/2002): somente é permitida a venda dos bens que não fazem parte da comunhão. Se um bem for vendido, já fazendo parte da comunhão, a venda é nula, por impossibilidade do objeto (art. 166, II do CC/2002); Outorga uxória/ Outorga marital 7. Bens em condomínio (art. 504 do CC/02): o condômino não pode vender sua parte a estranho, se o outro condômino desejar adquirir, desde que a parte não esteja divisiva - Condomínio pro-indiviso: não existe a divisão física, de modo que cada um apenas possui parte ou fração ideal; - Condomínio pro-diviso: cada condômino tem a sua parte delimitada e determinada no plano físico. <<<<<<<< Contratos e Responsabilidade Civil >>>>>>>>>> 1) Na hipótese de venda e compra de bem de devedor insolvente, com protesto de títulos e ações executivas, não tendo sido ainda pago o preço, estabelecido em base inferior ao corrente, caso o adquirente desejar afastar eventual anulação do negócio jurídico, como deve proceder? Explique de modo fundamentado. 2) Quanto ao contrato de compra e venda, a preferência impõe ao comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa que aquele vai vender, ou dar em pagamento, para que este use de seu direito de prelação na compra, tanto por tanto? Explique de modo fundamentado. 3) “A”, consumidor, com a finalidade não revelada de transportar substâncias entorpecentes que provocam dependência psíquica e física, celebra com “B”, fornecedor, contrato de compra e venda de material próprio para transporte de objetos, sem anunciar ao vendedor o seu propósito, que somente vem a ser descoberto por este após a consumação do contrato. Considerando essa situação hipotética, explique, de modo fundamentado, se esse contrato atende aos requisitos para sua celebração. o ↝ Código Civil Brasileiro – 2002 ↝ Art. 484: amostras, protótipos ou modelos; Art. 484. Se a venda se realizar à vista de amostras, protótipos ou modelos, entender-se-á que o vendedor assegura ter a coisa as qualidades que a elas correspondem. Parágrafo único. Prevalece a amostra, o protótipo ou o modelo, se houver contradição ou diferença com a maneira pela qual se descreveu a coisa no contrato. - Nesta modalidade o vendedor se responsabiliza para que a qualidade do bem a ser entregue ao adquirente corresponda efetivamente à do objeto constante do mostruário. A venda suspensiva, se não houver a entrega da coisa de acordo com o apresentado poderá a venda ser desfeita. - Amostra: reprodução perfeita do objeto a ser entregue; - Protótipo: é o primeiro exemplar do objeto criado que será entregue; - Modelo: é um exemplo do objeto que será entregue. ↝ Art. 500: ad corpus ou ad mensuram; Art. 500. Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de extensão, ou se determinar a respectiva área, e esta não corresponder, em qualquer dos casos, às dimensões dadas, o comprador terá o direito de exigir o complemento da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a resolução do contrato ou abatimento proporcional ao preço. - Na venda ad corpus o preço é estabelecido sem levar em consideração o tamanho da área, mas sim o seu todo. A medida prevista em contrato é meramente enunciativa. - Na venda ad mensuram, ao contrário da ad corpus, o preço é estabelecido de acordo com o tamanho da área, a qual é discriminada no contrato. § 1º Presume-se que a referência às dimensões foi simplesmente enunciativa, quando a diferença encontrada não exceder de um vigésimo da área total enunciada, ressalvado ao comprador o direito de provar que, em tais circunstâncias, não teria realizado o negócio (Obs.: ad corpus) 5% da extensão total § 2º Se em vez de falta houver excesso, e o vendedor provar que tinha motivos para ignorar a medida exata da área vendida, caberá ao comprador, à sua escolha, completar o valor correspondente ao preço ou devolver o excesso. Art. 501. Decai do direito de propor as ações previstas no artigo antecedente o vendedor ou o comprador que não o fizer no prazo de um ano, a contar do registro do título. Obs.: Ação redibitória ou ação estimatória Parágrafo único. Se houver atraso na imissão de posse no imóvel, atribuível ao alienante, a partir dela fluirá o prazo de decadência. o 1. Retrovenda (art. 505 a 508 do CC); Art. 505. O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias. Art. 506. Se o comprador se recusar a receber as quantias a que faz jus, o vendedor, para exercer o direito de resgate, as depositará judicialmente.” Ação de consignação em pagamento - Nesta espécie de cláusula o vendedor tem o direito de reaver o bem imóvel com quem quer que esteja restituindo ao comprador o valor pago e as despesas feitas, dentro de um prazo máximo de até 03 (três) anos. - O comprador não querendo entregar o imóvel, caberá o vendedor ajuizar ação judicial depositando o valor integral do quanto recebido, caso, entenda o juiz que o valor é insuficiente deverá ser feito um depósito complementar. 2. A contento e sujeita a prova (art. 509 a 512 do CC); Art. 509. A venda feita a contento do comprador entende-se realizada sob condição suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará perfeita, enquanto o adquirente
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