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Emergências psiquiátricas Emergência psiquiátrica: situação em que o paciente apresenta alteração aguda de comportamento, pensamento ou sentimento que: 1) Se não tratado, pode levar a prejuízos (para si ou outros) a. Pode ser prejuízo social também. Por ex: sexualização exacerbada 2) De potencial evolução catastrófica 3) Requer intervenção imediata Epidemiologia · Até 50% dos pacientes com emergências psiquiátricas possuem doenças clínica co-mórbidas · As emergências psiquiátricas correspondem a até 6% de todas as visitas de uma emergência clínica · 25% das emergências psiquiátricas são por agitação psicomotora Principais: 1) Paciente agitado/agressivo 2) Transtornos relacionados ao álcool e outras substâncias 3) Ideação/tentativa de suicídio 4) Primeiro surto psicótico 5) Delirium (é clínica, mas os psiquiatras manejam muito) 6) Paciente ansioso/conversão/somatização 7) Distúrbios amnésticos Qual o papel do médico generalista nas emergências psiquiátricas?? Saber interpretar e manejar uma crise, inclusive saber transferir. RAPS: rede de atenção psicossocial Objetivos no atendimento: · Excluir causas orgânicas · Estabilizar a crise aguda · Evitar medidas coercitivas · Tratar no ambiente o menos restrito possível · Formar uma aliança terapêutica · Assegurar um tratamento adequado e plano terapêutico após a alta No atendimento em si: · Garantir segurança e integridade física do paciente e nossa (equipe) · Avaliação psiquiátrica · Avaliação clínica · História clínica · Diagnóstico diferencial · Uso de medicações e drogas ilícitas · Condições psicossociais Agitação psicomotora · Não é uma doença, é um sintoma que pode acontecer em muitos casos · Estado de agitação física e psíquica, com inquietação, movimentação excessiva, reatividade aumentada a estímulos externos e por vezes agressividade verbal ou física · Em geral, denota desconforto importante para o paciente e para quem presta atendimento Sempre é causado por adoecimento psiquiátrico?? Não!!! Lembre das doenças orgânicas Comemorativos que nos ajudam a identificar causas orgânicas: · Idade > 30 anos (uma sintomatologia psiquiátrica aguda raramente tem início nesta idade) · Sem antecede pessoal prévio de transtorno mental · História de doença orgânica ou uso/abuso de substância ou medicamento. Ex: morfina · Início súbito de sintomas psiquiátricos · Confusão, alucinações visuais e desorientação no tempo-espaço. Toda vez que ver alucinação visual, investigar doença orgânica. Não é o comum ter visual na psiquiatria · Os sintomas não correspondem a um diagnóstico psiquiátrico específico · Sinais vitais anormais · Coexistência de sinais de uma doença orgânica específica · Flutuação repentina dos sintomas psiquiátricos · Má resposta ao tratamento psiquiátrico Causas: · Delirium (lesão cerebral aguda, secundária a uma condição médica. Ex: infecção) · Mania bipolar · Ansiedade (T. pânico, TOC, TEPT, TAG( · Psicose na esquizofrenia (ex: delírios paranoicos) · Intoxicação ou abstinência de substância de abuso · Trauma · T personalidade (ex: antissocial, borderline) · Dor · Frustração Métodos não farmacológicos: · Intervenção verbal · De-esclation (atenuação) · Abordagem sem julgamentos · Separar o paciente do seu comportamento no momento · Manejar gatilhos para promover uma resposta (e não uma reação) · Enquanto estiver lidando com a crise é essencial que cada um dos envolvidos considere a perspectiva do outro · Perceber as necessidades e experiência emocional daqueles que estão sob nossos cuidados na atenuação Abordagem: · As atitudes verbais e não verbais da equipe devem ser condizentes para uma atenuação eficaz · Atenuação da crise é basicamente uma comunicação eficaz · Vá de encontro ao paciente para estabelecer um rapport · Se possível, principalmente no início da atenuação, minimize o número de pessoas da equipe no local · Deixar a equipe de retaguarda quieta e em um local fora da visão do paciente para evitar maior agitação · Manter segurança · Estimula/manter medidas que ajudam a pessoa a permanecer calma · Manter a comunicação terapêutica · Minimizar a ansiedade da pessoa em atendimento · Evitar deixar a pessoa sozinha · O grande desafio é acalmar a pessoa! · Importante criar vínculo Psicomofarmacoterapia em pacientes agitados · Para tarnquilizar de forma rápida o episódio diminuir agitação e permitir continuidade da avaliação clínica?psiquiátirca Essas têm na rede e no Brasil Clorpromazina Haloperidol · Na emergência usa de 5mg! · Pode fazer até 6 FA (30 mg) · Faz 3 ampolas em 90 min, 30 em 30 · Usa prometazina para evitar efeitos colaterais e também sedar! Risperidona ( útil em crianças) Olanzapina (não é disponível no SUS - IM, mas quando for disponível, vai ser primeira escolha) Diazepam EV é início imediato!! NÃO FAZEMOS DIAZEPAM IM!!! Tem uma absorção errática, pode demorar horas pra ser absorvido. Midazolam · Estudos demostram que midazolam 5 mg dá uma sedação em até 71% dos casos, mas 40% precisam de outra droga. Quando comparado com haldol, 42 % (poder de sedação baixo), mas só 20% precisou de outra droga.nUsa com prometazina que tem efeito sedativo Contenção física · É uma medida terapêutica que deve ser usada de forma adequada e específica para que surta o efeito desejado, de maneira segura e eficaz, evitando danos aos pacientes e aos profissionais envolvidos na técnica · Contudo ela deve ser o ÚLTIMO recurso a ser utilizado para controlar condutas violentas ou prevenir acidentes · Na presença de quadros de agitação ou agressividade · Tomar a medida de restringir o paciente, em caso emergencial, prescrevendo a contenção · Escalar um técnico de enfermagem para permanecer junto ao paciente e dar cuidados por todo tempo que o paciente permanecer contido · Fazer evolução do estado do paciente periodicamente (30 min) · Avaliar com inspeção física sempre os locais do corpo onde foi usado contenção · Solicitar avaliação do plantonista médico quantas vezes forem necessárias, até haver remissão do episódio de agitação · Liberar o paciente das contenções, quando houver remissão do quadro · Documentar no prontuário todos os cuidados prestados, manifestações de comportamento e intercorrências, caso haja Técnica para contenção · Número necessário de pessoas para conter um paciente = 5!!! Devidamente treinadas · Jogos de faixas de contenção seguras; cama baixa em quarto privativo · Deve reunir as 5 pessoas e colocar em posição estratégica Obs.: a partir do momento que foi definido, já era, não volta atrás 1) Uma imobiliza o tórax com a mão não dominante e cabeça com mão dominante 2) Cada pessoa (4) mobiliza um membro 3) Encaminha para o quarto 4) O quarto deve estar preparado 5) Amarra no leito · Durante o período contido, profissional de enfermagem deve estar lá Efeitos colaterais da contenção: · Asfixia: devido ao posicionamento que impede movimentow torácicos. Ex: decúbito dorsal! Principal causa de morte · Aspiração: por rebaixamento do nível de consciência ou doença secundária a uma medicação. · Rush de catecolaminas: agitação física e contenção altera ritmo cardíaco, promove morte súbita · Medicações: efeitos adversos aumentados · Rabdomiólise: esforço físico prolongado · Lesões locais Obs: tem 50 -150 mortes por ano nos EUA por contenção! Tentativa de suicido · Suicídio: morte provocada pela própria pessoa em decorrência de um ato deliberado em que fica evidente a intenção de morrer · Tentativa de suicídio: todo ato não fatal praticado deliberadamente com a intenção de causar morte a si mesmo · De 2000 a 2011 a taxa de suicídio aumentou de 4 para 5,1 casos por 100 mil habitantes · Estima-se que as tentativas de suicídios sejam 30 x superiores aos casos letais em si. · 11 mil pessoas tiram a própria vida no Brasil, 30 brasileiros por dia em média · 4° maior causa de morte na faixa etária de 15 – 29 anos · 80% tem transtornos de humor · 10 % tem esquizofrenia · Principal fator preditor de risco de suicídio é uma tentativa anterior Fatores de risco para suicídio: sad persons – mnemônico e tem um scoreS - sex - masculino vale 1 A – age (idade) 15- 29 vale 1 D – depression vale 2 P – previus attempt – tentativa prévia 1 E – etanol – uso de álcool ou droga 1 R – rational – perda do raciocínio lógico 2 S – social support – falta de suporte social 1 O – organized plan – plano organizado para suicídio 2 N – no spouse – sem relacionamento (esse dado faz diferença para os homens. Homens que envelhecem só, tendem a se suicidar mais. Mulher não) 1 S - sickness- doença crônica 2 Esse score pontua: 0-5 : baixo risco. Ambulatório 6-8: Risco intermediário >8 : Grave. internação Grave – internação voluntária ou involuntária Leve: encaminhamento para seguimento ambulatorial Moderado: depende da situação e de como o profissional sentir segurança na conduta! Encaminhamento “quem, onde e quando” essas 3 perguntas ajudam muito!! Entrar em contato com os profissionais ou locais Avaliar: · Avaliação da frequência, intensidade e duração do pensamento suicida pode providenciar pistas do risco atual de um dado paciente · Ideias de morte: quer morrer, mas não tem coragem de se matar. · Ideias de suicídio · Planos de como se matar · Pesquisa do poder letal, meios e lugares · Providencias pós morte OBS: tentativa de suicídio pode quebrar sigilo médico!!!! · Lembrar de aferir sinais vitais: PA, Sat e glicemia · Hipoglicemia é um diagnóstico diferencial muito importante com agitação psicomotora.
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