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Obrigação de dar coisa incerta (art. 243- 246) Obrigação genérica O devedor se responsabiliza em entregar a coisa sobre um gênero específico. "O estado de indeterminação é transitório. É preciso que a coisa se determine por meio de um ato de escolha, designado concentração, que se manifesta mediante atos apropriados, como a separação e a expedição." (DINIZ, 2022, p.309). Incube as partes determinarem a quem vale a escolha, caso não seja determina caberá ao devedor. Art. 342. Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele citado para esse fim, sob cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á como no artigo antecedente. Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. É preciso ter pelo menos gênero (natureza) e quantidade (numeral). - Se não existem esses dois elementos em conjunto a obrigação é inexistente. Obrigação de dar coisa certa → Gênero, quantidade e qualidade. Obrigação de dar coisa incerta → Gênero e quantidade. Indeterminada, mas determinável. Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor. A escolha compete ao devedor. Princípio da concentração → a escolha depende do devedor (contrato unilateral). Mas não poderá dar coisa pior (princípio do meio termo ou equivalência das prestações) em nome da boa fé. Ademais, em nome do enriquecimento sem causa ele não deve entregar a pior prestação. O devedor não é obrigado a fornecer a melhor prestação. Ex → um fazendeiro deve entregar 10 litros de leite para uma fábrica de queijos. leite tipo A 10 reais; leite tipo B 3 reais; leite tipo C 2 reais. O fazendeiro não pode entregar o leite de pior qualidade (tipo C), mas também não é obrigado a entregar o leite de melhor qualidade (tipo A). Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente. Depois de fixada a QUALIDADE a obrigação passa a ter caráter de obrigação de dar coisa certa. obs: A Seção anterior diz respeito a Obrigação de entregar coisa certa. Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito. - O gênero nunca perece. Não pode-se alegar antes da concentração não se sabe o que vai ser entregue ao credor. Lembrando que após a escolha, a Obrigação passa a ser de dar coisa certa, então o perecimento seguirá as regras dessa obrigação.
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