Buscar

Exercícios comentados Direito das Obrigações 11

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Questão 1: 1,0 – um ponto
Ary celebrou contrato de compra e venda de imóvel com Laurindo e, mesmo sem a devida declaração negativa de débitos condominiais, conseguiu registrar o bem em seu nome. Ocorre que, no mês seguinte à sua mudança, Ary foi surpreendido com a cobrança de três meses de cotas condominiais em atraso. Inconformado com a situação, Ary tentou, sem sucesso, entrar em contato com o vendedor, para que este arcasse com os mencionados valores.  De acordo com as regras concernentes ao direito obrigacional, assinale a opção correta.
A) Perante o condomínio, Laurindo deverá arcar com o pagamento das cotas em atraso, pois cabe ao vendedor solver todos os débitos que gravem o imóvel até o momento da tradição, entregando-o livre e desembargado. 
B) Perante o condomínio, Ary deverá arcar com o pagamento das cotas em atraso, pois se trata de obrigação subsidiária, já que o vendedor não foi encontrado, cabendo ação in rem verso, quando este for localizado.
C) Perante o condomínio, Laurindo deverá arcar com o pagamento das cotas em atraso, pois se trata de obrigação com eficácia real, uma vez que Ary ainda não possui direito real sobre a coisa.
D) Perante o condomínio, Ary deverá arcar com o pagamento das cotas em atraso, pois se trata de obrigação propter rem, entendida como aquela que está a cargo daquele que possui o direito real sobre a coisa e, comprovadamente, imitido na posse do imóvel adquirido.
GABARITO: D. Obrigação propter rem ou ambulatorial, é aquela que vai com a coisa.  
Questão 2: 1,0 – um ponto
Acerca das obrigações de dar, fazer e não fazer, assinale a opção correta: 0,5 – meio ponto
A) No caso de entrega de coisa incerta, se houver, antes da escolha, perda ou deterioração do bem, ainda que decorrente de caso fortuito ou força maior, a obrigação ficará resolvida para ambas as partes.
B) Em caso de obrigação facultativa, o perecimento da coisa devida não implica a liberação do devedor do vínculo obrigacional, podendo-se dele exigir a realização da obrigação devida.
C) É divisível a obrigação de prestação de coisa indeterminada.
D) Tratando-se de obrigação de entrega de coisa certa, a obrigação será extinta caso a coisa se perca sem culpa do devedor, antes da tradição ou mediante condição suspensiva.
Justifique objetivamente elencando o dispositivo legal referente à alternativa escolhida, quando houver: 0,5 – meio ponto. (1 linha)
GABARITO: D. Art. 234 CC.
Questão 3: 1,0 – um ponto
Constitui obrigação de fazer materialmente infungível aquela que: 0,5 – meio ponto
A) recaia sobre prestação de coisa certa.
B) não admita substituição da pessoa do devedor por outrem, em decorrência da natureza da obrigação, do contrato ou das circunstâncias da situação concreta.
C) possa ser prestada por terceira pessoa.
D) seja referente a coisas ainda não individualizadas, porque designadas apenas pelo gênero a que pertencem e à sua qualidade, peso ou medida.
Justifique objetivamente elencando o dispositivo legal referente à alternativa escolhida, quando houver: 0,5 – meio ponto. (1 linha)
GABARITO: B. Quando for convencionado que o devedor cumpra pessoalmente a prestação, ou a própria natureza desta impedir a sua substituição, estaremos diante de obrigação de fazer personalíssima (intuitu personae), infungível ou imaterial (CC, arts. 247 e 248). Art. 247: Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível.
Art. 248: Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos. Assim, a infungibilidade pode decorrer da própria natureza da prestação, ou seja, das qualidades artísticas ou profissionais do contratado (famoso pintor, consagrado cirurgião plástico, etc), sendo neste caso subentendida, ou do contexto da avença, por convencionado que o devedor a cumpra pessoalmente. Quando não há tal exigência, nem se trata de ato ou serviço cuja execução depende de qualidades pessoais do devedor, podendo ser realizado por terceiro, diz-se que a obrigação de fazer é impessoal, fungível ou material (art. 249, CC).
Questão 4: 1,0 – um ponto
Constitui exemplo de vínculo obrigacional em que há débito de uma pessoa, mas responsabilidade de outra, a dívida: 0,5 – meio ponto
A) decorrente de jogo.
B) prescrita.
C) do inquilino, paga pelo fiador.
D) decorrente de compra e venda.
Justifique objetivamente elencando o dispositivo legal referente à alternativa escolhida, quando houver: 0,5 – meio ponto. (1 linha)
GABARITO: C. Schuld x Haftung. A teoria dualista entende que o elemento imaterial das obrigações pode ser dividido em débito e responsabilidade. Com base nesta teoria é possível que tenhamos obrigações com apenas um dos institutos acima. Exemplo de débito sem responsabilidade são as obrigações naturais como as dívidas de jogo e as dívidas prescritas. Obrigações de responsabilidade sem dívida são os casos de responsabilização de terceiros pela dívida do devedor como o fiador que se responsabiliza para dívida do inquilino.
QUESTÕES DISCURSIVAS
Questão 1: 3,00 – três pontos (15 linhas)
Tício, em viagem, decide adquirir uma ilha dentre tantas existentes na Indonésia. Assim, realizou um negócio jurídico intermediado pela imobiliária daquela região para a compra de alguma. No entanto, ocorre uma catástrofe, um descongelamento Glacial Ártico que eleva o nível do mar e provoca o desaparecimento de todas as ilhas da região. A partir disso, responda:
a) Diante do ocorrido, poderá o devedor alegar perda da coisa? Fundamente e indique o efeito jurídico.
b) Na hipótese de não ter ocorrido a catástrofe, discorra sobre o como se daria o adimplemento da obrigação e sua fundamentação legal.
Respostas:
(a) Sim, apesar de inicialmente ser uma obrigação de dar coisa incerta, indicada pelo gênero e quantidade (artigo 243, CC) e determinável, nesse caso o devedor pode alegar perda da coisa após a catástrofe, pois a partir do ocorrido, é configurada como uma obrigação de dar coisa certa. Isso porque a obrigação de dar coisa incerta, cujo objeto seria uma ilha da região da Indonésia, possui um gênero muito específico e limitado (0,5). Nesse sentido, tem-se uma crítica doutrinária ao artigo 246 (0,5), devendo este ser interpretado com cuidado porque gêneros podem sim perecer, não são eternamente ilimitados como diz a doutrina clássica. E, uma vez que ele perece, torna-se uma obrigação de dar uma coisa individualizada. Diante disso, aplicamos as normas referentes à obrigação de dar coisa certa, razão pela qual o artigo 246 do Código Civil deve ser combinado com o artigo 245. Quanto ao efeito jurídico, como o perecimento da coisa se deu por força proveniente da natureza, ou seja, por motivo de força maior, a perda foi sem culpa, de modo que a obrigação se resolve para ambas as partes, conforme disposto no artigo 234, com o retorno ao status quo ante, e não há que se falar em perdas e danos porque não foi convencionado nesse sentido em contrato (art. 393, CC, caput e § único) (0,5). 
(b) Tratando-se de uma obrigação de dar coisa incerta, indicada ao menos pelo gênero e quantidade (artigo 243, CC), e por ser este um caráter transitório, deve haver o momento da escolha, também chamado de concentração(0,5). Diante disso, o artigo 245  deixa expresso que tem que haver ciência da outra parte, a mera reserva mental não faz com que a obrigação que era de dar coisa incerta passe a ser obrigação de dar coisa certa(0,5). É, então, uma escolha cientificada, externalizada. O artigo 244 traz o parâmetro utilizado para essa escolha (quem pode fazê-la e o critério para tal), e é uma norma de caráter dispositivo, o que quer dizer que o contrato pode determinar quem vai escolher qual é o objeto/ qual é a qualidade daquele objeto, se é o credor ou se é o devedor. Se não tiver nada determinado no contrato, ou seja, se ele for omisso em relação a isso, quem vai escolher, de acordo com esse artigo, é o devedor. Como a questão não traz essa informação sobre o negócio firmado, considera-seque a escolha cabe ao devedor. O critério que esse devedor tem para fazer a escolha é chamado de critério do meio-termo ou da média(0,5), que condiz com o trecho “mas não poderá dar a coisa pior” do artigo 244. Nesse caso específico, o devedor fará a escolha da ilha a partir de suas características particulares, de modo que seja de qualidade mediana ou superior.
Textos legais utilizados:
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.
Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente.
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.
Questão 2: 3,00 – três pontos (15 linhas) 
	Enzo, de 78 anos e saúde debilitada, possui aposentadoria mínima que é insuficiente para arcar com os custos da casa, dos remédios e da assistência médica, gozando de proteção integral. Por esta razão, ele entrou junto a defensoria pública com uma ação de alimentos em face de seus três filhos: serafim, eustácio e moacir, todos capazes e empregados. Obtido êxito, os réus foram condenados a prestar alimentos mensalmente no valor de r$ 1.000,00 (um mil reais), sendo 50% para o primeiro filho e os demais responsáveis cada um por 25%. Fazendo-se uso do art. 12 do estatuto do idoso que prevê essa possibilidade, o juiz definiu essa obrigação de prestar alimentos como solidária.
(a) Diante das características e regras do direito das obrigações, disserte sobre a possibilidade da obrigação em questão permanecer sendo solidária ainda que não houvesse lei dispondo dessa forma. Cite os dispositivos legais e os princípios pertinentes. 
(b) Na hipótese de Eustácio ter perdido o emprego e se tornado insolvente, o que pode Enzo fazer para obter o valor de alimentos necessários para custear suas necessidades?
 
	Instituto jurídico aplicável
	Solidariedade Passiva; Obrigações Alimentares.
	Resposta sugerida
	
(a) Obrigações em regra não são solidárias, uma vez que a solidariedade não se presume, conforme princípio da não presunção(0,5) (art. 265, CC/2002) (0,5). Assim, obrigações de pagar quantia em dinheiro são divisíveis, estabelecendo que, sendo várias as pessoas obrigadas, a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos recursos. Cada alimentante tem um dever autônomo em relação ao alimentado. Em que pese a solidariedade não possa ser presumida, além da lei existe ainda outra autorização legal para sua existência, qual seja, a convenção entre as partes. Assim sendo, caso não existisse o Estatuto do Idoso mas os filhos em conjunto com o pai, resolvessem instituir a solidariedade, isso seria possível (0,5).
(b) Eustácio, ao se tornar insolvente, tem sua quota parte dividida igualmente pelos seus dois irmãos (62,5% para Serafim e 37,5% para Moacir; art. 283, CC/2002) (0,5). Sendo assim, Enzo poderá exigir de qualquer um dos demais filhos a integralidade da dívida (art. 275)(0,5) ou parte desta e o codevedor que satisfaça a dívida por inteiro terá o direito de exigir do outro sua quota parte (art. 283, CC/2002), descontada a parte do insolvente que foi rateada(0,5) .
 
	Conteúdo avaliado e qual a pontuação atribuída
	Conforme acima.
	Habilidades indispensáveis à solução da questão
	Conhecimento da lei e características da solidariedade.
	Fontes que deveriam ser conhecidas para responder à questão
	Letra da lei e Doutrina.
	O conhecimento da letra fria da lei ou do teor do dispositivo era suficiente?
	N/A
	Há divergência doutrinária a conhecer para responder à questão?
	Não, mas há críticas a essa inovação legal.
	A questão oferece “armadilhas”?
	N/A 
	Há súmulas ou informativos a serem conhecidos para responder à questão?
	N/A
	Comentários gerais
	N/A
	Bibliografias utilizadas
	FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: Obrigações. 11ª Ed. Salvador: JusPODIVM. 2017. V. 2, p. 315-318.

Continue navegando