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APOSTILA - PRÁTICAS DE GESTÃO EM SERVIÇOS SOCIAIS - FACUMINAS

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1 
 
 
PRÁTICAS DE GESTÃO EM SERVIÇOS SOCIAIS 
1 
 
 
Sumário 
 
NOSSA HISTÓRIA .......................................................................................... 2 
INTRODUÇÃO................................................................................................. 3 
PRIMEIRAS PROPOSTAS PARA UMA CIÊNCIA DA ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA .................................................................................................................... 6 
Abordagem gerencial na Administração pública .............................................. 9 
ASSISTENTE SOCIAL NA GESTÃO DAS POLÍTICAS SOCIAIS ............... 12 
A intervenção profissional no campo da política social e seus desafios na 
atualidade ................................................................................................................. 16 
GESTÃO E TRABALHO PROFISSIONAL: PLANEJAMENTO E AÇÃO 
PROFISSIONAL ....................................................................................................... 23 
Considerações finais ..................................................................................... 28 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Os Assistentes Sociais, independente dos espaços ocupacionais em que estão 
inseridos, devem captar novas mediações e requalificar o fazer profissional, 
atribuindo-lhe particularidades e descobrindo alternativas de ação (IAMAMOTO, 
1997). Um dos maiores desafios atualmente para o Serviço Social, segundo a autora, 
é o desenvolvimento da capacidade de decifrar a realidade para construir propostas 
de trabalho criativas, capazes de preservar e efetivar direitos a partir da demanda 
emergente do cotidiano, “ser um profissional propositivo e não só executivo.” 
(IAMAMOTO, 2007, p. 20). As práticas de gestão em Serviço Social se tornam uma 
ferramenta eficaz no cotidiano de trabalho, porém, compreender e assimilar tais 
práticas ainda são um desafio aos profissionais. O Serviço Social na 
contemporaneidade deve voltar seu fazer profissional para além de um trabalho na 
esfera da execução, rompendo com uma visão endógena constituída historicamente, 
mas atuar na formulação e gestão de políticas públicas, conforme demandas do 
mercado atual. 
 No contexto, as práticas de gestão no âmbito da profissão, bem como, apontar 
a importância deste tema na formação acadêmica dos futuros Assistentes Sociais 
com enfoque nas relações humanas. Embora o Serviço Social tenha mantido um viés 
4 
 
 
conservador, de controle da classe trabalhadora até meados de 1970 no Brasil, o 
mesmo experimentou novas influências ao final deste período e início dos anos 1980, 
por meio da luta contra a ditadura e pelo acesso universal aos direitos sociais, civis e 
políticos do proletariado (IAMAMOTO e CARVALHO, 1995; NETTO, 1992; PEREIRA, 
2008). 
 Essa nova leitura da sociedade tem exigido dos Assistentes Sociais o 
comprometimento com a afirmação de um projeto profissional que prime pela 
equidade e justiça social. Entretanto, pensar nesse “novo” fazer profissional requer 
o engajamento contra o conservadorismo, arraigado em práticas meramente 
pontuais, imediatistas e paliativas, reduzidas a atividades administrativas. Desse 
modo, a academia tem um papel fundamental na formação profissional, pois através 
das características do docente, do discente, dos objetivos do ensino e dos conteúdos 
apreendidos, essa nova leitura da sociedade e da práxis profissional, influenciarão a 
construção de novos instrumentais de trabalho e intervenção, atribuindo um perfil 
mais crítico e propositivo aos Assistentes Sociais contemporâneos. 
“Foi realizada uma pesquisa qualitativa e como forma de 
analisar o tema em questão foi realizada revisão de literatura a partir 
do levantamento de produções científicas nacionais, consultadas 
através de livros, artigos e sites de pesquisa científica (BOM 
SUCESSO, 1997; IAMAMOTO, 1995, 1997, 2007; NETTO, 1992; 
OLIVEIRA, 1993; QUEIROZ, 1994; SILVA, 2006), dentre outros.” 
 
A perspectiva contemporânea sobre o estado da arte na Administração Pública 
revela não só uma recorrência de temas, dilemas e paradoxos mas também uma 
constante busca de relevância e de novos conhecimentos para a solução de 
problemas práticos. O olhar histórico facilita a compreensão da validade e a 
relevância do saber administrativo, pois, muitas vezes, só a sua aplicação delimita 
seus aspectos positivos ou negativos. Assim, percebe-se uma história de ensaios, 
acertos, erros e novas promessas de abordagens. Na perspectiva prática, há 
pressões para mais e melhores serviços e uma expectativa de solução imediata de 
problemas urgentes: o público espera da Administração Pública o melhor atendimento 
de suas demandas sociais, pelo uso Paulo Roberto de Mendonça Motta 
paulo.motta@fgv.br Professor da Escola Brasileira de Administração Pública e de 
5 
 
 
Empresas, Fundação Getulio Vargas – Rio de Janeiro – RJ, Brasil eficiente de 
recursos e transparência dos atos. 
De outra parte, o meio acadêmico, no anseio por oferecer diferentes e 
melhores alternativas, desenvolve propostas teóricas distintas, que, por vezes, 
rompem completamente com o passado ou representam práticas antigas com 
diferentes roupagens. A introdução de uma nova dimensão teórica revela sua 
potencialidade para solucionar questões específicas e contribuir para sua validade 
perante a comunidade, sem possibilidade de gerar verdades absolutas, tampouco de 
resolver problemas de maneira generalizada. Por causa de um crescente dinamismo, 
novos problemas pressionam para novas soluções. Técnicas e processos de trabalho 
recém-introduzidos tornam-se rapidamente vulneráveis: sofrem os desgastes naturais 
de uma realidade mutante, mais complexa e demandante de maior eficiência. A 
recorrência dos temas, em face da experimentação, sedimenta o paradoxo da dúvida 
sobre relevância ou utilidade prática. Resultados negativos e inesperados, bem como 
dificuldades práticas, conduzem a ciência a caminhos não trilhados com uma 
renovada esperança de contribuir para a solução de problemas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
PRIMEIRAS PROPOSTAS PARA UMA CIÊNCIA DA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
 
 
As ideias sobre uma Administração Pública eficiente avançaram com a 
Revolução Industrial e com o enfraquecimento dos poderes aristocratas e 
absolutistas. No século XVIII, por causa de uma incipiente burocracia pública, já 
havia, na Prússia, preocupações de gestão centradas no controle, nas finanças 
públicas e na comunicação das ordens públicas. Nesse mesmo período, a experiência 
prussiana levou não só à criação dos primeiros cursos de Administração Pública comotambém à proposta de uma nova ciência do cameralismo ou da Administração 
(AMATO, 1958). No século XIX, problemas sociais, políticos e econômicos 
dominavam a Europa e, assim, acentuavam-se as inquietações sobre as práticas 
democráticas e a eficiência no setor público. 
 Diferentes demandas e necessidades provocavam constantes reformas 
administrativas. Por serem ainda rudimentares, os conhecimentos sistematizados 
7 
 
 
sobre a Administração pouco ajudavam na solução dos problemas. Nessa mesma 
época, nações novas, como os Estados Unidos, buscavam nos modelos europeus 
inspiração para práticas democráticas. Presumiam-se as constituições e as leis como 
fundamentos lógicos e necessários para garantir a nova democracia. No entanto, 
problemas administrativos e ineficiência na prestação dos serviços revelavam a 
insuficiência da ordem jurídica. 
Constatou-se ser a criação de instituições políticas sólidas e responsáveis 
incapaz por si só para apoiar a ação efetiva do Estado. Mesmo tendo sido a Europa 
pioneira em propor uma ciência da Administração pública, lá, de início, a ideia pouco 
progrediu, nem mesmo quanto da separação entre as atividades da política e da 
Administração. Os europeus, a prevalência da dimensão constitucional legal sobre as 
ações administrativas seria uma garantia de eficiência e de eficácia na gestão pública. 
O direito público e, sobretudo, o direito administrativo, aliados à disciplina e a 
obediência às normas, forneceriam os padrões necessários e suficientes para uma 
boa gestão. 
 Ademais, o sistema parlamentarista criara uma separação legal entre política 
e Administração. A ênfase no legalismo inibia ou tornava o debate, pelo menos no 
seu início, algo inócuo. Nota-se que, na época da criação do Estado moderno, não se 
visualizava a Administração Pública como uma vasta prestadora de serviço, e sim 
como uma forma de ordenar o mundo democrático. Assumindo dimensões de 
prestação de serviços, a eficiência da Administração Pública passou a ser um estágio 
importante para assegurar a democracia. Surgiam propostas para uma Administração 
independente da política e fundamentada em um campo de estudos e de 
conhecimentos próprios, como uma ciência. Apareciam os primeiros sinais de 
incentivo para o desenvolvimento dessa área do conhecimento. Inspirado em Joseph 
Wharton, que proclamava a necessidade do ensino universitário em Administração 
para superar a gestão autocrática e baseada na família, em 1881, é criado o primeiro 
curso de graduação em Administração que sobreviveu às dificuldades e descrenças 
da época (SASS, 1983). 
 Os movimentos para uma nova ciência e o ensino da Administração parecem 
ter incentivado Woodrow Wilson, jurista e estudioso da Administração Pública que 
chegou à presidência dos EUA. Em 1887, Wilson fez uma proclamação sólida para o 
estudo e novas práticas da Administração pública: lembrava ser mais fácil fazer uma 
8 
 
 
constituição e definir posturas democráticas do que aplicá-las. Admirador das práticas 
europeias e consciente da ineficiência crônica da Administração pública, Wilson 
preconizou a dicotomia – política e Administração – e a introdução do estilo privado 
na gestão pública. Pregava, ainda, a necessidade dos estudos sistematizados de 
Administração e a revisão geral da organização e dos métodos de trabalho no 
governo (WILSON, 1955). Quando Wilson e Wharton propuseram uma nova ciência 
e uma nova prática administrativa, estavam conscientes de que a gestão pelos donos 
do poder, ou por leis, seria insuficiente para a gestão mais eficaz. O esforço para o 
ensino independente da Administração facilitava uma ciência da Administração 
Pública separada da política. Porem separadas, as semelhanças com a gestão 
privada eram mais nítidas, e a gestão privada seria uma inspiração para a gestão 
pública. 
Ao contemplar a Administração Pública fora da política, incluindo a 
neutralidade do servidor, facilmente se justificava a gestão pública semelhante à de 
uma empresa privada. A separação de política e Administração favorecia a visão 
gerencialista na Administração pública. Posteriormente, no início do século XX, houve 
uma busca de princípios universais de Administração. No entanto, o avanço dos 
princípios administrativos foi concomitante às frustrações e decepções com a 
ineficiência da Administração pública. Tentativas de implantar neutralidade política e 
profissionalização da gestão pública enfrentavam imensos obstáculos políticos. 
Ademais, as práticas administrativas em vários países revelavam os limites da 
universalidade dos ainda incipientes princípios administrativos. 
Devagar, foi desenvolvendo a crença de que a ciência da Administração 
Pública não progride independentemente de fortes laços políticos, do meio cultural, 
nem divorciada dos ditames de uma época. O estudo da Administração Pública 
deveria considerar peculiaridades e contexto, logo uma visão mais abrangente e 
holística. O modelo até então predominante era caracterizado pelo foco excessivo em 
mecanismos de controle, tendo como resultado a redução da eficiência, de 
mecanismos de transparência e da objetividade da Administração; daí a morosidade 
e o privilégio de interesses de grupos específicos. Admitindo-se como impossíveis a 
neutralidade da gestão pública, seu distanciamento da política e a universalidade de 
princípios práticos, a melhor proposta seria comprometer os gestores públicos com 
valores essenciais. 
9 
 
 
Assim, os valores serviram de base quase como uma ética universal de gestão, 
em que equidade, eficiência e eficácia condicionariam comportamentos 
administrativos, e não propostas práticas de gestão (FREDERICKSON, 1980; 
DENHARDT, 2012). Surgiu, assim, nos anos 1970, o movimento da Nova 
Administração Pública – de duração efêmera pela: 
1. dificuldade de operacionalizar os valores em termos práticos; 
 2. aproximação maior com a política; 
3. desconsideração inadvertida dos instrumentos práticos de gestão. A 
separação entre política e Administração continuou a ser o principal objetivo. A busca 
contínua de novos padrões de eficiência resultou no avanço da perspectiva 
gerencialista, resultando em novo movimento de grande impacto contemporâneo. 
 
Abordagem gerencial na Administração pública 
 
Desde o século XIX, propõe-se assemelhar a Administração Pública à empresa 
privada. Anunciada muitas vezes durante décadas – poucas vezes efetivada – essa 
ideia espalhou-se com uma nova e promissora modalidade de gestão pública nas 
últimas décadas do século XX. O New Public Management (NPM) apresentou-se com 
o objetivo primordial de fazer a Administração Pública operar como uma empresa 
10 
 
 
privada e, assim, adquirir eficiência, reduzir custos e obter maior eficácia na prestação 
de serviços. Como ideologia, o NPM recuperou ideal do liberalismo clássico, 
sobretudo a redução do escopo e do tamanho do Estado e a inserção do espírito e 
dos mecanismos de mercado no governo. Nesse sentido, a Administração Pública 
deveria apenas direcionar os serviços, e não executá-los diretamente. Havia uma 
preferência por terceirizar e contratar fora. Por meio de vários provedores privados, 
poder-se-iam usar os benefícios da competição entre eles, evitando monopólios e 
permitindo maior flexibilidade na gestão (OSBORNE e GAEBLER, 1995). 
Ao pretender uma orientação mercadológica, propunha-se mais competição, 
descentralização e privatização, com maior poder para os gestores dos serviços. Ao 
governo, caberia executar funções que lhe seriam exclusivas e inapropriadas à 
execução ou ao controle por mecanismos de mercado (OSBORNE, 2010; 
DENHARDT, 2012; KETTL, 2000). Os servidores públicos desempenhariam as 
atividades-fim do Estado com maior eficiência, assumindo o papel de prestadores de 
serviço. Os cidadãos seriam vistos como clientes e usuários dos serviços públicos, 
em vez de meros recipientes da ação do Estado. 
O governoconcentraria seus esforços nas suas atividades essenciais e 
exclusivas, direcionando e garantindo o suprimento das necessidades básicas (e 
direitos) da sociedade por meio de transferências para o setor privado e o terceiro 
setor. Por princípio, a Administração Pública desempenha algumas atividades melhor 
que as empresas e vice-versa (OSBORNE e GAEBLER, 1995). O NPM viria a 
apresentar uma abordagem gerencial distinta, tendo focos no cliente, no gestor, no 
resultado e no desempenho. O foco no cliente viria a considerar o cidadão um cliente 
e incorporar singularidades das demandas individuais. O foco no gestor 
proporcionaria maior autonomia e flexibilidade para favorecer ajustes na linha de 
frente, fixar resultados, firmar contratos e controlar o desempenho organizacional; o 
intuito era de, possivelmente, criar uma cultura organizacional com valores 
empresariais. O foco no resultado traria, para a Administração pública, por meio do 
planejamento estratégico do tipo empresarial, as metas e os indicadores de 
desempenho. 
O foco no desempenho viria a substituir, em parte, as tradicionais avaliações 
por competições de mercado. Sugeriu-se que, pelo foco no produto, na eficiência e 
no resultado, as organizações públicas poderiam ter flexibilidade e autonomia para 
11 
 
 
introduzir bônus pelo desempenho. Para avaliar, passariam a ser introduzidos 
orçamentos indicativos centrados em resultados que, como na empresa privada, 
facilitariam a flexibilidade da gestão. No sentido social, o NPM chegou a ser visto 
como um fator de legitimação política do estado social, que neutraliza a tentativa 
neoliberal de reduzir os serviços sociais e científicos prestados pelo Estado. 
 O estado do bem-estar implicaria dualmente, o grande aumento da 
organização estatal e da gestão mais eficiente e redução de custos, paralela à oferta 
de serviços de consumo coletivo (BRESSER PEREIRA, 2010). As propostas do NPM 
avançaram rapidamente em época de nova ascensão das ideologias liberais, pois 
gastos e deficits públicos já assustavam governos. Promessas de reinvenção da 
Administração Pública eram bem-vindas pela população, pois trouxeram um novo 
otimismo na gestão pública por sucessivas idealizações de maior qualidade e 
eficiência. 
 A crença em um mundo contemporâneo de mudanças rápidas e exigentes de 
novas soluções favorecia a proposição de inserção de práticas flexíveis de gestão 
privada no setor público. As reformas associadas ao NPM encontraram entusiastas 
(HUGHES, 2003), críticos severos (FLYNN, 2012) e muitas análises sobre benefícios 
e consequências negativas (POLLITT e BOUCKAERT, 2004; PETERS, 2010; 
CHRISTENSEN e LAEGREID, 2007). Políticas públicas, estruturas, processos de 
trabalho e instrumentos gerenciais foram analisados, reacendendo os debates sobre 
os limites das teorias e práticas administrativas. Entre as críticas mais enfáticas ao 
NPM, vale mencionar. 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
ASSISTENTE SOCIAL NA GESTÃO DAS POLÍTICAS SOCIAIS 
 
A gestão das politicas sociais significa a gerência e direção da coisa pública, 
este exercício de administrar e conduzir deve garantir o acesso da sociedade a 
benefícios e serviços de natureza pública. Para tanto analisar a gestão das politicas 
sociais sugere referenciar à gestão de ações públicas como resposta, as 
necessidades sociais que tem origem na sociedade e são incorporadas e 
processadas pelo Estado em diferentes esferas de poder. Portanto, se faz necessário 
analisar a gestão como fenômeno sócio histórico, ou seja, compreendê-la como 
expressão de uma totalidade social, observando suas possibilidades e limites. Em 
outros termos, a gestão das políticas, programas e projetos sociais não se 
autonomizam dos contextos históricos em que se realizam (BARBOSA, 2004 apud 
BORDIN 2013). 
 Em termos gerais, a complexidade dos problemas sociais se torna necessária 
à integração dos diversos atores na gestão das politicas sociais com já afirmada. A 
sua execução se expressa na parceria entre o Estado, sociedade civil e demais 
organizações, possuindo na intersetorialidade um fator de inovação na gestão da 
politica, que possibilita a articulação com as diversas organizações que atuam com 
politicas sociais. De acordo com Junqueira (2004, p.9) a intersetorialidade constitui 
13 
 
 
uma concepção que deve informar uma nova maneira de planejar, executar e 
controlar a prestação de serviços como forma a garantir um acesso igual dos 
desiguais. Nesse contexto, apresentam-se, então novas tendências na gestão das 
políticas sociais, sendo uma delas a gestão compartilhada, na qual: 
“Há uma clara percepção de que os atores sociais e sujeitos 
coletivos presentes na arena política são corresponsáveis na 
implementação de decisões e respostas às necessidades sociais. Não 
é que o Estado perca a centralidade na gestão do social, ou deixe de 
ser o responsável na garantia de oferta de bens e serviços de direito 
dos cidadãos; o que se altera é o modo de processar esta 
responsabilidade”. (CARVALHO, 1999, p.25). 
Segue afirmando que nesse contexto a descentralização, a participação, o 
fortalecimento da sociedade civil pressionam por decisões negociadas, por políticas 
e programas controlados por fóruns públicos não estatais, em uma execução em 
parceria (CARVALHO, 1999). Aliado a isso, os gestores assistentes sociais deverão 
ser lideranças capazes de atuar na gestão pública como agentes potencializadores 
na adesão do projeto democrático de sociedade e de gestão que se pretende o gestor 
público devendo ter competência teórico-metodológica, ético-política e técnico-
operacional tanto para analisar os movimentos da economia, da política, da sociedade 
e de seus grupos e indivíduos (FILHO, 2013 p.225). Para tanto Mioto (2001 apud 
Lima, 2004 p. 61) chama atenção para o projeto etico politico dos assistentes sociais 
que: 
[...] contém tanto uma dimensão operativa quanto uma 
dimensão ética, e expressa no momento em que se realiza o processo 
de apropriação que os profissionais fazem dos fundamentos teórico-
metodológico e ético-políticos da profissão em determinado momento 
histórico. São as ações profissionais que colocam em movimento, no 
âmbito da realidade social, determinados projetos de profissão. Estes, 
por sua vez, implicam diferentes concepções de homem, de sociedade 
e de relações sociais (MIOTO, 2001 apud LIMA, 2004 p. 61) 
 
Dessa forma Torres e Lanza (2013, p.207 ) considera a gestão das politicas 
sociais como sendo um dos principais campos de trabalho do assistente social, os 
autores destacam ainda dois pontos considerados importantes: a Lei de 
14 
 
 
regulamentação da profissão a as discursões sobre a origem da profissão no Brasil. 
De acordo os incisos dispostos na lei, esse profissional deve realizar ações 
características do planejamento e da gestão de serviços vinculados as politicas 
públicas, ao estabelecer como competência: 
I - elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a órgãos da 
administração pública, direta ou indireta, empresas, entidades e organizações 
populares; 
 II - elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que 
sejam do âmbito de atuação do Serviço Social com participação da sociedade civil; 
(CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL, 1993, p. 36-37). De acordo 
Iamamoto, (2011 p.425) historicamente a atuação dos profissionais assistentes 
sociais se consolida em espaços de instituições públicas, privadas, entidades 
socioassistenciais. Espaços esses reconhecidos por possibilitar a universalização de 
direitos sobre uma gestão democrática. 
A gestão social é como um processo social permeado por contradições e 
disputas oriundas das expressões das desigualdades sociais geradas por uma 
sociedade capitalista madura, que demandam e pressionam as instâncias que 
compõem a sociedade e os projetos societários que representam, a um processo de 
construção e implementaçãode ações e estratégias, firmados por pactos sociais 
formais e/ou informais, que visem o desenvolvimento social num determinado 
território. (SILVA 2014 APUD BORDIN 2013 P.45): Dessa forma Cardoso e Fagundes 
(2013) concluem que: os profissionais assistentes sociais gestores devem aliar seus 
princípios éticos profissionais aos princípios éticos norteadores dos trabalhadores. 
Portanto no processo de gestão o papel de politizar e dar visibilidade aos 
interesses da população usuária no país, sabendo que não basta tão somente a alta 
qualidade técnica de nosso trabalho, pois corremos o risco de sermos bons gestores 
despolitizados (YAZBEK 2008). PEntretanto, o exercício da profissão requer um 
profissional informado, crítico, culto e atento ao mundo contemporâneo, competente 
na gestão e elaboração de projetos, avaliação de programas e projetos sociais, 
capacitação de recursos, gestão de pessoas, socializando informações e 
conhecimentos, propondo novos serviços e ampliando o espaço do Serviço Social 
(PEREIRA E BENETTI, 2014, p.7). 
15 
 
 
 No entanto para Trindade (2012) tais atribuições exigem do profissional a 
necessidade de elaborar procedimentos e lidar com instrumentos que possuem um 
perfil diferenciado daqueles utilizados no relacionamento direto com os usuários. 
Dessa maneira, os assistentes sociais na gestão de politica pública atuam como 
articuladores e negociadores dos interesses das classes subalternas por intermédio 
do Estado para atender e responder de maneira efetiva as condições essenciais ao 
exercício da cidadania (GIMENEZ E ALBANESE, 2015). Assim, o trabalho 
desenvolvido pelos profissionais nas esferas de formulação, gestão e execução da 
política social é, indiscutivelmente, peça importante para o processo de 
institucionalização das políticas públicas, tanto para a afirmação da lógica da garantia 
dos direitos sociais, como para a consolidação do projeto éticopolítico da profissão. 
Para tanto o enfrentamento dos desafios nesta área torna-se uma questão 
fundamental para a legitimidade ética, teórica e técnica da profissão (MIOTO E 
NOGUEIRA 2013 p.65). Neste aspecto Souza (2012, p.12) aponta que ao 
compreendermos que o Serviço Social é uma profissão historicamente constituída, 
percebemos também que ela é mutável e, portanto, suas determinações estão dadas 
na realidade. A autora segue, afirmando que compreender a realidade em toda a sua 
complexidade é um desafio apresentado ao assistente social, que tem sido 
convocado a dar novas respostas no âmbito do exercício profissional, não apenas na 
execução, mas também na formulação e gestão das políticas públicas (SILVA 2014 
APUD BORDIN 2013 p.45), assim como na formulação de novas elaborações 
teóricas, compreendendo que: 
[...] o esforço está, portanto, em romper qualquer relação de 
exterioridade entre profissão e realidade, atribuindo-lhe a centralidade que 
deve ter no exercício profissional [...] e o reconhecimento das atividades de 
pesquisa e o espírito indagativo como condições essenciais ao exercício 
profissional. (IAMAMOTO, 2001, p.55-56). 
 
Note-se que “novas possibilidades de trabalho se apresentam e necessitam 
ser apropriadas, decifradas e desenvolvidas; se os assistentes sociais não o fizerem, 
outros o farão absorvendo progressivamente espaços ocupacionais até então a eles 
reservados” (IAMAMOTO, 2001, p. 48). A própria compreensão da função do 
assistente social nesses novos espaços já se configura como um desafio para a 
16 
 
 
profissão, de forma que os mesmos sejam conscientemente ocupados e sirvam de 
instrumentos de consolidação dos princípios da ética profissional e de superação da 
ordem social do capital. 
 
A intervenção profissional no campo da política social e seus 
desafios na atualidade 
 
 
O trabalho desenvolvido pelos profissionais nas esferas de formulação, gestão 
e execução da política social é, indiscutivelmente, peça importante para o processo 
de institucionalização das políticas públicas, tanto para a afirmação da lógica da 
garantia dos direitos sociais, como para a consolidação do projeto ético-político da 
profissão. Portanto, o enfrentamento dos desafios nesta área torna-se uma questão 
fundamental para a legitimidade ética, teórica e técnica da profissão. Sobre isso, a 
leitura de resultados de pesquisas, que versam sobre a prática profissional em 
diferentes políticas setoriais, e o contato sistemático com assistentes sociais, 
inseridos nessas políticas, tem indica necessidade de aprofundar o conhecimento 
17 
 
 
acerca da intervenção profissional, contextualizado-a no campo da política social. 
Porem, ao se introduzirem nos inúmeros espaços sócio-ocupacionais, é exigido dos 
assistentes sociais a apropriação do debate sobre intervenção profissional travado na 
sua área de conhecimento, e a necessidade de colocá-lo em movimento. 
Em movimento em um campo extremamente tensionado por projetos 
profissionais e societários em disputa, em uma dinâmica que expressa as 
contradições e os interesses sociais públicos e privados no contexto de processos 
coletivos de trabalho. Nessas circunstâncias, os assistentes sociais se deparam com 
duas questões cruciais: a autonomia e a especificidade profissional. Em tese, significa 
enfrentar os dilemas que ainda persistem no debate sobre a prática profissional no 
Serviço Social e que no novo cenário brasileiro se reatualizam. Sobre a autonomia 
profissional, o desenvolvimento do pensamento social crítico e a postulação de que a 
profissão se insere na divisão sociotécnica permitiram o avanço no debate 
relacionado à condição do assistente social como trabalhador assalariado. 
 Considerada condição impõe limites à condução de seu trabalho e, 
consequentemente, à implementação do projeto profissional, confirmando sua 
relativa autonomia, que é condicionada pelas lutas travadas na sociedade entre os 
diferentes projetos societários. Ou seja, tal autonomia pode ser dilatada ou 
comprimida, dependendo das bases sociais que sustentam a direção social projetada 
pelo profissional nas suas ações (IAMAMOTO, 2003, 2007). Nesse debate, Iamamoto 
(2007) assinala que a tensão gerada entre o projeto profissional, que designa o 
assistente social como ser dotado de liberdade e teleologia, e a sua situação de 
trabalhador assalariado, ao serem apreendidas subjetivamente, expressam-se 
através de reclamações acerca do distanciamento entre o projeto profissional e a 
realidade, ou sobre a discrepância entre teoria e prática. Nessa análise da autora, 
merece destaque o chamamento que faz sobre as questões decorrentes dessas 
expressões, ou dessas “denúncias”, que são: 
 (a) a existência de um campo de mediações que necessita ser considerado 
para realizar o trânsito da análise da profissão ao seu exercício efetivo na diversidade 
dos espaços ocupacionais em que ele se inscreve; 
(b) a exigência de ruptura de análises unilaterais, que enfatizam um dos polos 
daquela tensão transversal ao trabalho do assistente social, destituindo as relações 
18 
 
 
sociais de suas contradições (IAMAMOTO, 2007, p. 9). Seguindo o pensamento da 
autora, é possível afirmar que o processo de intervenção profissional particulariza-se 
no campo setorial da política social, com implicação imediata na reconstrução do 
objeto a partir de tal particularidade. Afirmam Wellen e Carli (2010, p. 127) ser 
“peculiar ao marxismo que cada circunstância concreta demande uma 
modalidade de análise particular”. Portanto, compreender como o objeto de 
intervenção particulariza-se nos diferentes contextos da política social e quais as 
matrizes teóricas que sustentam as diferentes práticas incidentes nesses contextos, 
constitui-se a primeira das mediações necessárias ao campo contraditório em que se 
formulam e implementam as políticas sociais. 
Condição indispensável para, por um lado, desvencilhar-se de “análises 
unilaterais” que bloqueiam a interlocuçãocom os gestores (federais, estaduais, 
municipais) das políticas e dos serviços sociais e com outros profissionais. 
Interlocução que se realiza no âmbito de “complexos processos de negociação e luta 
política que da lugar a gestão de Políticas Social, das quais nenhum campo 
professional, na arena da política, sem adjetivos” (GONZÁLES; AQUIN, 1992, p. 6). 
Por outro lado, considerar que, mesmo sob determinadas condições objetivas, o 
assistente social exercita sua relativa autonomia teórica, política, ética e técnica 
(MOTA; AMARAL, 1998). Tal particularização torna-se fundamental para que ele 
possa visualizar e se posicionar diante dos processos em curso e não se reduzir, nos 
termos de Aqui (2009, p. 156), a “mero braço instrumental” da política social. 
Esses processos buscam romper com a tendência, ainda persistente da 
relação mimética entre Serviço Social e política social. Um mimetismo que se traduz 
em ações rotineiras, prescritivas e burocratizadas, fomentado não só pela 
permanência de uma perspectiva tecnicista da profissão, mas também estimulado 
pelos redesenhos e pelas formas de gestão da política social, a partir dos anos 1990. 
Essas formas, embora gestadas no bojo da lógica republicana, com o compromisso 
do Estado de ampliação do direito de proteção social, através de políticas e 
programas abrangentes, com fontes de financiamento abrangentes e com a previsão 
de recursos humanos (RIZZOTTI, 2010), têm sido também redefinidas. Redefinidas 
na lógica da eficácia e da eficiência com redução de custos e, consequentemente, 
com intensificação do trabalho no âmbito dos serviços sociais (BRITOS, 2006). A 
utilização massiva da tecnologia, a padronização de procedimentos e controle da 
19 
 
 
produtividade nos serviços através de ações pré-determinadas, mesmo advogadas 
em nome da transparência e da qualidade da oferta de serviços (RIZZOTTI, 2010), 
parecem ter aumentado as dificuldades para o exercício da autonomia profissional. 
Cada vez mais se observa os assistentes sociais envoltos nas tarefas de 
alimentação dos sistemas de informações e no desenvolvimento de ações prescritas 
no nível da administração central e menos concentrados na realização de um 
processo interventivo que busque responder às necessidades postas pelos seus 
usuários no contexto das realidades locais. Dessa forma, as características 
centralizadoras das políticas sociais vêm condicionando a intervenção profissional, a 
seleção de alternativas de solução e as possibilidades de definir os próprios usuários. 
O fortalecimento da estratégia de focalização no campo da política social também 
imprime na intervenção profissional a dinâmica da emergência e da conjuntura, 
estabelecendo prioridades para as ações dos assistentes sociais (MONIEC; 
GONZÁLES, 2009). Ao tratar da realidade argentina, Malacalza (2009, p. 191) afirma 
que a despolitização das demandas sociais em direção à culpabilização dos 
indivíduos foi um dos principais triunfos do neoliberalismo. Para a autora, o Serviço 
Social não está alheio a essa lógica, pois parte importante da categoria profissional 
“la incorpora de una manera casi fatalista, configurando una tendência que redujo a 
las políticas sociales, y por lo tanto a su própria intervención, a un tecnicismo 
aggiornado que pretende autonomizar-se de la dimension política constitutiva de 
ambas.” 
 Raichelis (2010), ao discutir a questão do assistente social – enquanto 
trabalhador – na organização do trabalho no Sistema Único de Assistência Social 
(SUAS), chama a atenção para a qualificação do exercício profissional. Afirma que 
não se pode desvincular tal exercício da dinâmica macrossocietária, e que a 
qualificação dos profissionais passa, por um lado, pela superação de uma cultura 
histórica do pragmatismo, da naturalização e da criminalização da pobreza, bem 
como das ações improvisadas. Por outro, pela crítica e resistência ao produtivismo 
quantitativo, medido pelo número de reuniões, visitas domiciliares, dentre outros, sem 
a clareza necessária da direção ético-política quanto à ação realizada. Para complicar 
ainda mais o exercício da autonomia profissional, não se pode esquecer outra 
injunção da atual política social brasileira que é o aumento significativo da 
20 
 
 
participação das entidades de cunho privado e filantrópico na prestação de serviços 
sociais, financiadas pelo Estado. 
Assim, expõe os profissionais a operarem em lógicas bastante contraditórias. 
Ao mesmo tempo em que se colocam diretrizes, guias e parâmetros, emanados a 
partir da “garantia de direitos sociais” pautada pelo Estado, as referidas entidades 
buscam também atender às respectivas lógicas que sustentam a sua existência, 
exigindo um processo de acomodação de interesses por parte dos profissionais. Ou, 
tendem a um forte apego a documentos e legislações emanados do Estado, 
consoantes ao projeto profissional. Isso tanto obscurece o caráter contraditório, 
imanente ao campo da política social, como dificulta o rompimento da relação 
mimética entre a profissão e a política social, tornando mais distante as possibilidades 
de exercício de uma possível autonomia. 
Entretanto, mais uma vez reitera-se que uma das mediações fundamentais 
para desenvolvimento do processo interventivo consiste na particularização do 
debate do marco teórico-metodológico da profissão e das matrizes teóricas da área 
disciplinar nos respectivos campos setoriais da política social. A partir dessa 
particularização, será possível debruçar-se sobre um velho problema da profissão: a 
recorrente indistinção entre objetivos institucionais e objetivos profissionais no âmbito 
dos serviços sociais. Os primeiros, mesmo quando caudatários dos objetivos 
expressos nas legislações que pautam a execução da política social, não deixam de 
expressar sua filiação a determinados valores e concepções que direcionam 
decisivamente a organização do processo de trabalho. 
 Numa análise mais acurada pode não haver uma real sinergia entre os 
objetivos profissionais e os institucionais com as proposições constitucionais, 
marcadas pela lógica da cidadania, e nem com o projeto defendido pelo conjunto 
profissional, expresso no seu código de ética. São os antagonismos entre as 
demandas institucionais e as demandas dos usuários que levam os profissionais a 
estabelecerem tensão com o instituído através de seus processos de trabalho. Como 
consequência, a análise dos processos institucionais que caracterizam os diferentes 
espaços sócio-ocupacionais, constitui uma segunda ordem de mediações 
necessárias para a intervenção profissional. Apropriar-se dos processos 
institucionais em curso é condição fundamental para planejar e decidir sobre ações 
profissionais e movimentar-se no apertado campo da autonomia profissional. 
21 
 
 
Paradoxalmente, quanto mais se estreita o círculo da autonomia profissional, dado 
pelos diferentes fatores elencados, maior é a exigência de conhecimento dos limites 
impostos para o exercício dessa autonomia. 
 A segunda questão, colocada na ordem do dia do cotidiano dos profissionais 
que trabalham no contexto da política social, é a especificidade profissional. No 
debate do campo disciplinar do Serviço Social, esta questão está, pode-se dizer, 
resolvida, se for entendida, de acordo com Argueta (2006, p. 220), dialéticamente 
como “la perspectiva desde la cual se abordan determinados campos de lo social y 
se interviene en ellos en forma fundamentada y sistemática desde una óptica 
específica”. Ainda, segundo o autor, traduz uma disposição de focalizar, dentro do 
social, aquilo que possa ser atendido pela profissão e também como condição de 
interdisciplinaridade. Porém, a inserção dos assistentes sociais nas diferentes 
políticas setoriais vem demonstrando dificuldades na definição de seu papel nas 
equipes multiprofissionais. A postulação da interdisciplinaridade como diretriz dos 
processos de trabalhonas políticas sociais, particularmente nos serviços sociais, tem 
exigido – em tempos de acirramento de corporativismos e de busca pela expansão 
dos campos disciplinares –, cada vez mais, uma definição objetiva acerca do que 
compete aos diferentes profissionais. 
 Iamamoto (2002) é clara ao defender que a identidade das equipes 
profissionais em torno de coordenadas comuns não dilui as particularidades 
profissionais. Para ela o assistente social, mesmo partilhando o trabalho com os 
outros profissionais, dispõe de ângulos particulares na interpretação dos mesmos 
processos sociais e de uma competência distinta para a realização das ações 
profissionais. Esta decorre de vários fatores, dentre eles a formação profissional, a 
sua capacitação teórico-metodológica, bem como a sua competência na habilidade 
para desenvolver determinadas ações. Nesse sentido, um projeto profissional crítico 
vai além da postulação de um quadro de valores, implica na existência de um corpo 
de conhecimentos que sustente a definição e a execução das ações profissionais 
(AQUIN, 2009; CAZZANIGA, 2005). 
 Em relação ao Projeto Ético-político do Serviço Social brasileiro é importante 
recordar que este contempla, tanto no âmbito da formação como no do exercício 
profissional, a indissociabilidade das dimensões teórico-metodológica, ético-
política e técnico-operativa. Netto (2005, p. 291), ao referir-se ao projeto ético-
22 
 
 
político, lembra que “não se desenvolveram suficientemente suas possibilidades, por 
exemplo, no domínio dos indicativos para a orientação de modalidades de práticas 
profissionais (nesse terreno se tem muito que fazer)”. Assim reafirma o que dizia em 
1996: 
[...] no quadro das transformações societárias típicas do capitalismo 
tardio, das demandas do mercado de trabalho e da cultura profissional, coloca-
se a necessidade de se elaborar respostas mais qualificadas (do ponto de vista 
operativo) e mais legitimadas (do ponto de vista sociopolítico) para as 
questões que caem no seu âmbito de intervenção institucional (NETTO, 1996, 
p. 124). 
Com isso, sinaliza que “as possibilidades objetivas de ampliação e 
enriquecimento do espaço profissional [...] só serão convertidas em ganhos 
profissionais [...] se o Serviço Social puder antecipá-las”. E que tais possibilidades 
tenderão a estar permeadas “por tensões e conflitos na definição de papéis e 
atribuições com outras categorias socioprofissionais.” Estas considerações podem 
ser indicativas que a especificidade da profissão – no campo das políticas sociais – 
afirma-se à medida que os profissionais disponham de um campo organizado de 
conhecimento em torno das ações. 
 Ações que estruturam a sua especificidade ao longo de sua história e que se 
expressam através das atribuições e competências profissionais avalizadas 
socialmente. Uma especificidade dada pelo seu objeto de intervenção profissional 
são as expressões da questão social (IAMAMOTO, 2003), com ações incidindo na 
articulação de recursos necessários para viabilizar a proteção social de sujeitos 
singulares ou grupos de sujeitos, usuários das diferentes políticas setoriais. A 
conformação da proteção social acontece condicionada pelos processos sociais em 
curso num determinado momento histórico e também pela maneira como o 
profissional configura e viabiliza suas ações. , depende: da matriz teórico-
metodológica, particularizada no campo específico da ação, a qual lhe dá 
direcionalidade; da forma como interprete. 
Portanto, as demandas postas pelos seus usuários, e do conhecimento 
estruturado da natureza e do conteúdo das ações profissionais necessárias para a 
consecução dos objetivos profissionais. São aspectos sempre vinculados, no campo 
da política social, às possibilidades de conformação da proteção social, que requerem 
23 
 
 
outros desdobramentos, relacionados tanto ao conteúdo das ações como ao 
conhecimento acerca do conjunto de instrumentos e técnicas necessários para a 
abordagem dos sujeitos de intervenção que colocam o projeto profissional em 
movimento. 
 
 GESTÃO E TRABALHO PROFISSIONAL: PLANEJAMENTO E 
AÇÃO PROFISSIONAL 
 
 
Na trajetória histórica da profissão, os assistentes sociais dedicaram-se à 
implementação das políticas pública sociais, mantendo assim, uma intrínseca relação 
com o Estado e suas demandas. Considerando que desde o surgimento da profissão, 
o Serviço Social esteve presente nas diversas áreas de intervenção estatal, como 
mediador e executor das políticas sociais, desenvolvidas e implementadas como 
estratégia de enfrentamento e principalmente de controle as desigualdades sociais. 
No âmbito governamental, o profissional sempre foi chamado a intervir junto às 
manifestações da questão social, nas áreas da saúde, educação, assistência, 
habitação entre outras políticas sociais. No enfrentamento as desigualdades 
sociais, o Estado atribui legitimidade á instituições, políticas sociais e profissionais, 
entre os quais o assistente social, que é requisitado e reconhecido, enquanto 
24 
 
 
profissional que intervém diretamente nas relações sociais e atua na gestão das 
políticas sociais, tanto no âmbito municipal, estadual e federal. Dessa forma, o 
Estado se qualificou como maior empregador de assistentes social, isto é, se 
constituiu como campo privilegiado de contratação do trabalho do assistente. Para 
Iamamoto, o: 
“O setor público tem sido o maior empregador de assistentes sociais, 
sendo a administração direta a que mais emprega, especialmente na esfera 
estadual, seguida da municipal. Constata-se uma clara tendência à 
municipalização da demanda o que coloca a necessidade de maior atenção à 
questão regional e ao poder local (IAMAMOTO, p. 119, 1999)”. 
 
Entretanto a interiorização das demandas se deve ao fato dos municípios 
absorverem á carga maior na implementação das políticas púbicas, especialmente as 
políticas sociais, e consequentemente a esfera municipal termina por contratar mais 
profissionais para o planejamento, implementação e operacionalização dos serviços 
públicos. A descentralização político-administrativa das políticas públicas para os 
municípios, prevista pela Constituição Federal de 1988, atribuiu uma nova dimensão 
ao trabalho do assistente social. Visto que, os espaços sócio-cupacionais vêm 
aumentando consideravelmente em virtude da responsabilização dos municípios no 
provimento dos serviços prestados a população usuário, e nessa orbita os assistentes 
sociais passam a desempenhar papel fundamental no desenvolvimento e 
operacionalização das politicas sociais. O trabalho do assistente social no âmbito da 
gestão pública tem se mostrado importante para implantação das politicas sociais. 
Contudo, a complexidade da demanda estatal requisita um profissional em que a 
atuação vá além da execução terminal dos serviços públicos, mas que atue também, 
na formulação, planejamento, avaliação e gestão das políticas, programas e serviços 
sociais. Conforme Lewgoy, a atual conjuntura exige um profissional que: 
[...] saiba planejar, avaliar, implantar e executar os serviços incutidos 
nas políticas sociais. Que também se evidencie na esfera dos planos, 
programas e projetos sociais e na prestação de serviços no âmbito de 
benefícios e serviços sociais, nas habilidades de elaborar, implementar, 
organizar, administrar, pesquisar, encaminhar, coordenar e assessorar 
(LEWGOY, 2010, p. 198) 
 
25 
 
 
O desenvolvimento de competências técnicas e habilidades gerenciais 
voltadas à realização do trabalho profissional na esfera da gestão pública das políticas 
sociais contribuem para substituição do agente subalterno e executivo por um 
profissional competente e qualificado para as novas funções requisitadas ao 
assistente social. Verifica-se, que a mudança nas funções profissionais decorre de 
um conjunto de novas configurações que exige dos assistentes sociais novas formas 
de realizar o trabalhoprofissional. Considerando que, a relação estabelecida entre as 
mudanças contextuais verificadas no modo de organização dos mecanismos de 
produção e reprodução da vida social e material, nos meios de inserção do 
profissional no mercado de trabalho e as novas situações que emergem desse 
conjunto de relações, exige um profissional propositivo e articulado com as novas 
formas de organização e gestão do trabalho profissional. 
Neste contexto, observa-se que, apesar do crescimento dos espaços sócio-
cupacionais dentro do Estado, o trabalho do assistente social na gestão pública das 
políticas sociais, se depara com os desafios apresentados pelo movimento que 
propõe a reforma do Estado. Pois, enxugamento da máquina pública, tanto no que se 
refere à contratação de mão-de-obra, como no enxugamento das politicas sociais 
através da redução dos serviços sociais públicos prestados a população, vem 
apresentando novos de desafios à profissão. 
Nesse sentido, para a realização do trabalho do assistente social no âmbito da 
gestão pública, torna-se indispensável, que a ação profissional fundamente-se e um 
planejamento organizado, baseado nas diretrizes das políticas públicas sociais e em 
conhecimento teórico-prático amplo e crítico sobre a gestão do trabalho profissional 
nas políticas sociais. Que oportunamente contribuirá para direcionar a ação 
profissional, para além das ações antes voltadas e limitadas à execução terminal de 
políticas sociais. Para tanto, a atuação dos profissionais que operam as políticas 
sociais, deve perpassar à apreensão das novas dinâmicas de trabalho e das 
possibilidades instrumentais da gestão, que devidamente apropriadas viabilize ao 
profissional a superação de práticas conservadoras e minimalistas. Para Sarmento, 
as novas formas de gestão verificadas na esfera das políticas sociais: 
Vem exigindo um nível de conhecimento técnico bem mais 
amplo, tanto para a compreensão crítica das condições políticas em 
que estas exigências são colocadas, principalmente no que se refere 
26 
 
 
ao desmonte das políticas sociais por parte do Estado – como da 
fragilização dos direitos sociais (SARMENTO, 1999, p. 100). 
 
Contudo, esse processo de apropriação implica em conhecimento sobre os 
contextos de gestão e capacidade técnica do profissional em desenvolver funções 
gerenciais propositivas no campo de atuação, considerando sempre a realidade 
conjuntural que permeia o desenvolvimento do trabalho profissional. A função 
gerencial dos profissionais inseridos no âmbito das políticas sociais, especialmente 
na Política de Assistência Social, destaca-se como tendência, que precisa ser 
percebidas com grande clareza pelos assistentes sociais, pois implica em novas 
formas de realizar o trabalho profissional sem se abstrair dos princípios e diretrizes 
que norteiam a profissão. De acordo com Paiva, o tema gestão e todo o seu aporte 
teóricometodológico é revestido de detalhadas e recomendações técnicas, em virtude 
de advir da área da administração, entretanto: 
A conceituação de noções como eficiência, eficácia e 
efetividade; o detalhamento das diferentes funções gerenciais, 
planejamento, organização, direção e controle; a caracterização dos 
diferentes níveis organizacionais – estratégicos, tático, operacional – 
encontram na bibliografia pertinente uma série de orientações, análise 
e exercícios que podem ser úteis e facilitadores da organização do 
projeto de intervenção do assistente social, que desempenha a função 
de gestor na área social, dependendo do uso que se faça deles 
(PAIVA, 1999, p.90). 
 
É preciso compreender que a administração se consolida como processo 
intrínseco a qualquer atividade que envolva recursos e que visa atingir algum objetivo. 
Portanto, compreende-se que administração ou a gestão consiste em uma atividade 
inseparável de qualquer situação que envolve pessoas, recursos e a intenção de 
desenvolver e realizar objetivos. Isto é, o processo de tomar decisões sobre os 
objetivos e a utilização de recursos é entendido por administração ou gestão. Desta 
forma, a administração ou a gestão constitui-se de todo processo que tem a finalidade 
de garantir a eficiência e a eficácia de ações realizadas pelas organizações. Na 
administração o processo administrativo compreende quatro funções básicas para 
27 
 
 
que uma organização consiga a concretização de objetivos: o planejamento, a 
organização, a direção, o controle e avaliação. 
 A função do planejamento conceitua-se como processo que visa 
definir e estabelecer situações futuras desejadas, além de considerar 
os recursos e os meios necessários para alcançar essa situação. 
 A organização constitui-se como processo de definir e detalhar o 
trabalho a ser realizado, as responsabilidades para a realização e 
distribuir os recursos disponíveis segundo critérios racionais. A função 
de direção compreende o processo de mobilizar e acionar os recursos, 
especialmente as pessoas, para concretização das atividades meio e 
fim. 
 A função do controle volta-se a garantir a realização dos objetivos, 
bem como, identificar e apontar necessidades de mudanças. 
Geralmente o controle origina avaliações continuadas o que influencia 
diretamente no desenvolvimento dos profissionais, das pessoas 
garantindo a qualidade dos resultados das ações planejadas. 
 A administração é uma ciência organizada por uma série de teorias, possui 
um corpo sistematizado de conhecimentos, baseados em princípios e conceitos que 
tratam diretamente dos seres humanos. As teorias que fundamentam a administração 
demonstram que as funções gerenciais podem ser desempenhadas por qualquer 
pessoa responsável por algum tipo de atividade organizada no âmbito organizacional. 
Sob esta diretriz e sendo o assistente social um agente que intervém diretamente nas 
relações e na realidade social, o profissional dispõe de relativa autonomia para 
formular e planejar propostas de trabalho. O assistente social demanda competência 
e habilidade para construir modalidades interventivas no cotidiano de trabalho. E para 
tal proposição, deve lançar mão de teorias que lhe possibilite o aperfeiçoamento do 
conhecimento adquirindo, voltando-se para o desenvolvimento de competências e 
habilidades no âmbito da gestão, enquanto instrumento de trabalho e de domínio do 
assistente social. 
 
 
28 
 
 
Considerações finais 
 
Assim, os instrumentos de gestão podem contribuir para o desenvolvimento de 
competências e habilidades profissionais no âmbito da Assistência Social, sendo os 
instrumentos que podem favorecer a construção de planos de trabalho nas diferentes 
etapas da Política de Assistência Social. No entanto, o profissional deve estar aberto 
às possibilidades de incorporar os princípios da gestão no cotidiano de trabalho, 
agregando-os enquanto recurso legal no desenvolvimento do trabalho. Mas, 
compreende-se que este processo de apropriação, perpassa pela necessária 
aquisição ou aperfeiçoamento de conhecimentos sobre os conceitos e princípios que 
fundamentam a gestão enquanto metodologia de realização do trabalho profissional. 
Entretanto, ressalta-se que preciso competência crítica para discernir exigências 
burocráticas puramente executivas de funções gerenciais que são requeridas do 
profissional. Pois, as particularidades que envolvem o trabalho do assistente social 
postula uma postura crítica e comprometida com a consolidação dos direitos dos 
direitos sociais e não com a execução burocrática e alienada dos serviços sociais na 
esfera pública. As funções gerenciais desempenhadas pelos assistentes sociais 
devem estar alinhadas com os princípios e valores fixados no Projeto Ético Político 
profissional e com as prerrogativas legais que regulamentam a profissão, objetivando 
assim, afastar o trabalho profissional de abordagens funcionalistas e meramente 
executivas. 
A importância e preocupação em desenvolver um trabalhona gestão de 
politicas sociais pautada no projeto ético politico da profissão, frente a um projeto 
societário, levanta um indicativo de sua materialização contida no cotidiano 
profissional. É preciso ainda entender esses novos espaços, sua representatividade, 
suas condições de trabalho, os interesses que permeiam a reprodução das relações 
sociais e até mesmo de que forma esses novos espaços propiciam um exercício 
profissional tendo em vista o código de ética da profissão. Este que recomenda a 
liberdade como valor ético central, o compromisso com autonomia e valores 
emancipatórios dos indivíduos. De fato, o tema precisa ser mais bem explorado no 
âmbito das políticas públicas sociais e do serviço social, de maneira a aprimorar a 
atuação profissional. O que foi abordado até então, teve como intuito apontar 
29 
 
 
características das práticas dos profissionais, analisando as implicações da sua ação 
profissional na garantia de direitos.. 
No entanto, ao longo do tempo as políticas moldaram-se às novas realidades, 
criaram e recriaram suas leis, a política de social acendeu e se fortaleceu. O desafio 
do assistente social na atualidade é desenvolver propostas, trabalhos criativos e 
inovadores, que sejam capazes de concretizar direitos sociais previstos em lei à 
população, as habilidades e competência não se adquirem somente nas cadeiras 
universitárias, são características que necessitam de aprimoramento constante, quer 
seja nas atividades de trabalho e/ou nas relações estabelecidas com as pessoas que 
nos cercam. As práticas de gestão em Serviço Social não devem ser consideradas 
como novas competências profissionais, pois estão interligadas à capacidade do 
profissional em saber planejar, organizar, dirigir e controlar as ações e as relações 
interpessoais em seu espaço de atuação. Tal conceito não é recente, porém em 
tempos de grande concorrência, o profissional que possui as características de gestão 
terá grandes oportunidades de se manter e se destacar no mercado cada vez mais 
exigente. 
O Assistente Social deve desempenhar seu trabalho para além de serviços 
meramente administrativos permeados de protocolos, mas, construir um perfil 
inovador e crítico capaz de atuar em diferentes abordagens. Portanto, ao profissional 
qualificado é requisitada uma intervenção investigativa, através da análise da 
realidade social, por meio de pesquisas, formulação, execução e avaliação de 
serviços, programas e políticas sociais. Para empreender uma ação, é necessário 
analisar as condições, as forças presentes, preparando-se para situações 
imprevisíveis, que requerem estratégias, meios e recursos para produzir os efeitos 
desejáveis. Somente a partir dessa percepção, é possível pensar e repensar práticas 
de gestão no seio da profissão, refletindo nos espaços em que os profissionais estão 
inseridos. 
Considerando, o profissional deve conhecer e aprimorar suas habilidades e 
competências, colocando-as em prática. Adaptar-se às novas exigências do mercado 
e não recusar os desafios de trabalho também são pré-requisitos para aqueles que 
almejam se destacar profissionalmente. A identidade profissional do Assistente Social 
é um constante processo em construção, que requer resgates históricos e o 
30 
 
 
desenvolvimento de habilidades e competências que correspondam às novas 
demandas do mercado e da sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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